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Rotas alternativas para a Via Báltica, Polónia
O Corredor Pan-Europeu de Transporte «Via Báltica» irá ligar Helsínquia a Varsóvia passando pela Estónia, Letónia e Lituânia. Segundo os planos, um dos troços desta via rápida, a estrada de circunvalação da cidade de Augustow, deveria atravessar florestas virgens e zonas húmidas primitivas incluídas num sítio «Natura 2000». Em 2006, uma coligação de ONG polacas escreveu à Comissão alegando que, na sua opinião, a avaliação de impacto deste projeto não tinha cumprido os requisitos da legislação da UE no domínio da natureza.
A Comissão concordou com as preocupações manifestadas pelas ONG e instaurou processos contra a Polónia. Solicitou também ao Tribunal de Justiça Europeu que emita uma injunção para pôr termo a todas as obras de construção da estrada de circunvalação até que seja encontrada uma solução satisfatória e sejam cumpridas corretamente as disposições da Diretiva Habitats.
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Subsequentemente, o Governo polaco mandou efetuar uma nova avaliação de impacto do projeto. Além disso, explorou também vias alternativas que permitissem evitar a passagem pelo sítio «Natura 2000». A nova avaliação concluiu que o impacto seria significativo, e, em vez desta rota, foi selecionada uma das rotas alternativas. No final, o traçado da estrada foi concebido de modo a evitar a destruição de quaisquer sítios «Natura 2000». A Diretiva Habitats revelou ser eficaz para assegurar que os desenvolvimentos necessários em matéria de infraestruturas podem ser compatíveis com a necessidade de preservar o nosso património natural.
Parque eólico de Beinn an Tuirc, Escócia
A descoberta de um par de águias reais no local em que se planeava implantar um parque eólico na Escócia não impediu a sua construção, mas serviu de inspiração a uma abordagem ponderada para reduzir ao mínimo o impacto do projeto. Graças aos resultados circunstanciados da avaliação de impacto ambiental, foi possível encontrar um meio para ter em conta as necessidades das águias sem afetar a viabilidade do parque eólico.
A localização das turbinas previstas foi ajustada de modo a afastá-las do território principal que serve de habitat às águias e foi criado um habitat alternativo longe das turbinas, o que implicou a limpeza de 5 km² de plantações de coníferas não endógenas. Mais ainda, os habitats recentemente criados proporcionaram novas zonas de alimentação para as águias reais. Em 2008, nasceram nesta zona duas novas crias.
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Planeamento territorial estratégico na República Checa
A Diretiva Habitats exige que sejam efetuadas avaliações de impacto dos planos e projetos que possam afetar sítios «Natura 2000». A realização de uma avaliação a este nível estratégico é uma das formas mais eficazes de evitar impactos na rede «Natura 2000» na fase inicial do processo de planeamento.
Na República Checa, um município do interior do país conseguiu adaptar o seu plano de ordenamento local a fim de evitar conflitos com sítios «Natura 2000», graças à avaliação de impacto efetuada ao abrigo da Diretiva Habitats. A avaliação identificou um projeto que poderia afetar um sítio «Natura 2000». Esse projeto foi então transferido para outro local. Consequentemente, nenhum dos projetos previstos no plano de ordenamento local é agora suscetível de exigir uma avaliação de impacto, o que, por sua vez, poupa tempo e dinheiro.
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Com a Diretiva Habitats:
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Os objetivos da Diretiva Habitats não podem ser alcançados apenas com medidas de proteção jurídica. São também necessários recursos financeiros importantes para ajudar a gerir e reabilitar sítios no âmbito da rede «Natura ». Enquanto iniciativa à escala da UE, a rede «Natura » baseia-se no princípio da solidariedade e responsabilidade partilhada entre os Estados-Membros e a União Europeia. Reconhecendo este facto, a UE tem assegurado a disponibilidade para os Estados-Membros de fundos substanciais destinados ao financiamento da rede «Natura » através de vários instrumentos políticos da UE, como o programa de desenvolvimento rural e os fundos de desenvolvimento regional.
Em especial, o instrumento financeiro LIFE da UE tem desempenhado um papel determinante na promoção da aplicação prática da rede. Adotado ao mesmo tempo que a Diretiva Habitats, contribuiu com mais de , mil milhões de euros para a gestão e reabilitação de mais de dois mil sítios «Natura » em toda a UE, como é demonstrado por muitos dos exemplos apresentados na presente brochura. Embora o custo de uma gestão eficaz da rede «Natura » seja considerável, esta continua a ser uma solução rentável, quando comparada com tudo quanto recebemos em troca. Para além do seu valor intrínseco, a rede «Natura » oferece-nos também numerosos serviços ecossistémicos e benefícios socioeconómicos, cujo valor monetário estimado excede, de longe, os investimentos iniciais necessários. Investindo na rede «Natura », estamos também a investir no nosso próprio futuro.