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Fazer reviver terrenos pantanosos nos Países Baixos
A reserva natural de Ilperveld pode estar apenas a 6 km da estação central de Amesterdão, mas quem nela entra tem a clara impressão de voltar atrás no tempo. A paisagem a toda a volta é feita de grandes pântanos que se estendem continuamente, entrecortados por inúmeras valas e canais. De tempos a tempos seria possível avistar um agricultor levando as vacas de barco a pastar ou um bando de aves a voar no céu, mas para além disso: «nada» — só paz e tranquilidade.
Nem sempre assim foi. Inicialmente a zona era utilizada para cultivar feno e para pastagem. Mas, com o tempo, cessou a atividade agrícola e os prados ficaram cobertos de juncos. Nos anos 1980, o sítio foi utilizado como aterro municipal e desapareceram os milhares de aves que antes habitavam os prados.
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Desde então, o sítio tem sido protegido no âmbito da rede «Natura 2000», e foi iniciada uma grande quantidade de obras de restauro para eliminar os juncos e reabilitar os prados pantanosos e as valas circundantes. A agricultura e a pastagem de bovinos foram também reintroduzidas a fim de manter os prados húmidos em boas condições em benefício das aves raras dos prados que entretanto regressaram. A região tornou-se agora muito popular entre os ornitólogos, amantes da natureza e grupos escolares.
Reabilitação de turfeiras altas na Polónia
As turfeiras altas foram em tempos um aspeto característico da Polónia na região do mar Báltico, mas ao longo dos séculos grandes superfícies foram drenadas para a agricultura e escavadas para extração da turfa. Calcula-se que só restam atualmente cerca de 80 turfeiras na região. Estas são agora protegidas como sítios «Natura 2000», em reconhecimento do seu elevado valor em termos de conservação da natureza.
Pouco depois da adesão da Polónia à UE, e com a contribuição do Fundo LIFE, foi lançado em 23 destes sítios um grande projeto destinado a restabelecer a sua hidrologia natural e remover as árvores invasoras. O projeto levou também ao desenvolvimento de um plano nacional de ação a favor das turfeiras altas na Polónia, que deve abrir o caminho ao futuro trabalho de restabelecimento destes habitats valiosos mas altamente vulneráveis.
Erradicação de espécies exógenas de bancos de posidónias em França
Com uma designação que tem origem no nome do deus do mar, os bancos de posidónias são um refúgio vital para todos os tipos de vida marinha, desde minúsculas criaturas marinhas até às grandes tartarugas e golfinhos. Infelizmente, muitas destas áreas já foram destruídas pela atividade humana, sendo agora protegidas ao abrigo da Diretiva Habitats.
A ameaça mais recente é constituída por uma alga exógena invasora, a Caulerpa taxifolia, que escapou de um aquário e está agora a cobrir os bancos de posidónias. Cientistas em França têm trabalhado na erradicação da espécie dos seus sítios marinhos «Natura 2000». Esses cientistas elaboraram também um guia para a identificação e erradicação com base nas suas experiências, a fim de ajudar outros países a erradicar a espécie do Mediterrâneo antes que se propague ainda mais.
A rede «Natura 2000» oferece novas oportunidades de lazer e turismo
As pessoas procuram a natureza pelas razões mais diversas. Uns procuram a descontração na paz e no silêncio de uma paisagem idílica; outros a descoberta de novos espaços e outros ainda atividades que tenham por cenário a natureza, como a natação, as caminhadas, os passeios de bicicleta, a pesca, a caça, etc. Independentemente da motivação, a rede «Natura » oferece às pessoas uma oportunidade única para descobrirem e usufruírem o rico património natural europeu.
Por preservarem muitas das melhores zonas para a natureza e a biodiversidade, os sítios «Natura » funcionam muitas vezes como um ponto de atração para os visitantes, o que por sua vez ajuda a diversificar a economia local e a incentivar o investimento externo. Calcula-se em , a , mil milhões por ano o número de pessoas/dias que visitam sítios «Natura » gerando benefícios no domínio do lazer de a mil milhões de euros por ano.
Estas atividades de lazer são compatíveis com as disposições da Diretiva Habitats e da Diretiva Aves desde que não prejudiquem os habitats e as espécies presentes. O segredo está muitas vezes num planeamento sensato, na sensibilização e na aplicação de princípios racionais para assegurar que tais atividades não acabem por destruir precisamente aquilo de que dependem.