Um encontro delicado Texto: Débora Sander
“Dado que a morte é certa, mas o momento da morte é incerto, o que é mais importante?” A frase da monja budista Pema Chödrön, escolhida pela autora deste mês, Ann Napolitano, como epígrafe de Querido Edward, traz um questionamento complexo que o enredo do livro ajuda a responder – nem que seja a partir da elaboração de novas perguntas. A morte é uma certeza que adormecemos para dar continuidade e sentido aos nossos planos, mas, quando ela chega perto, somos tomados por uma consciência radical sobre a finitude da existência. Como ressignificar a partida de quem amamos e criar uma nova realidade, com novos vínculos e sentidos, sem a presença física de pessoas que constituem quem somos? Há uma explicação lógica e que possa trazer algum conforto para as tragédias que nos acontecem? Neste romance, o terceiro da norte-americana Ann Napolitano, a autora nos confronta com as duras
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