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Silvio da Costa Pereira

“Vim para trabalhar.”

Foto: André Moura Foto: André Moura

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Graduado em Engenharia Mecânica e em Comunicação Social –Jornalismo, mestre em Educação, todos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Chegou à UFMS em agosto de 2010. Silvio tinha um novo foco na carreira: trabalhar com educação. Essa guinada pessoal iniciou-se em 2005 culminando na vinda para Campo Grande.

“Já tinha lecionado em outras Universidades,professor? Em Santa Catarina, eu era professor da Estácio, do curso de Jornalismo e publicidade de 2008 até 2010. Fui professor substituto no curso de computação em Florianópolis na UFSC, dava curso de parte estrutural, desenho mecânico, AutoCAD.

Ministra quais disciplinas atualmente? Já deu quais?

Hoje eu trabalho Fotografia e Fotojornalismo e uma optativa, que tento ministrar anualmente, Prática em Reportagem Fotográfica. Desde o ano passado eu estou trabalhando laboratório de Produção Gráfica II, além de Projetos Experimentais. Aqui na UFMS, eu já trabalhei Redação com o Mario Ramires e foi uma experiência muito legal, e Legislação e Ética também.

Como era a estrutura física do curso quando você chegou?

A estrutura física está melhorando. Quando eu cheguei aqui, só tinha o laboratório de redação. De lá para cá, foram criados o laboratório de Jornalismo Cientifico e o laboratório de Rádio,não sei se funcionava em outro lugar antes. Ele migrou para um espaço próprio que tem o aquário, tem a parte de gravação, de computadores e de sala de aula. Não tinha mestrado, o laboratório de Ciberjornalismo, o espaço do projeto Observatório de Mídia. Dentro de tele não existiam os espaços que os alunos estão começando a trabalhar com edição de vídeo, só quem fazia era o técnico. Isso está começando a mudar. A gente não tinha nenhuma rede sem fio aqui, o professor Gerson trouxe um roteador sem fio da casa dele e instalou, agora estão entrando os roteadores da própria Universidade. Nós não tínhamos câmeras digitais DSL, que fotografam e filmam, o laboratório de fotografia analógica estava desativado. Eu reativei esse laboratório. Então são usos às vezes didáticos, de pesquisa e de extensão. Mas mudou bastante coisa, esperamos que mude mais.

E que mais você quer, de estrutura para dar a melhor aula de fotografia? Que ainda falta?

Laboratório de fotojornalismo. Na verdade é uma coisa que está na minha cabeça já faz um tempo, mas como eu estou saindo para o doutorado, não botei no papel, porque é uma coisa de 5 a 10 anos para executar.

Com relação aos equipamentos que o curso tem hoje são suficientes?

Quando eu cheguei, se não me engano, tínhamos seis câmeras analógicas. Com algumas lentes muito boas, tripés, flashes, câmeras digitais

velhas e amadoras. Não dava para trabalhar em sala com os alunos. Em 2010, eu trabalhei com os alunos com minha câmera. Trazia uma câmera compacta. Os alunos que tinham traziam suas câmeras. Melhorou bastante quando um projeto de extensão chamado Prata da Casanos convidou para ajudar no registro fotográfico. Eu disse “a gente não tem equipamento”. E eles disseram que tentariam colocar no orçamento e conseguiram. Eram para ser duas câmeras, vieram dez. Foi fantástico para nós. Não são suficientes, mas seguram a onda bem. Temos 10 câmeras Nikon d7000 que daqui a pouco vão começar a dar problema, porque não temos manutenção periódica, a Universidade não consegue fazer isso. Outro problema são os cartões dessas câmeras, três já estão queimados. A gente sabe que isso acontece, quem usa sabe que isso acontece. E não tinha para reposição. Então faz mais de um ano que tem três câmeras paradas, estou com dois mil reais parados por causa de trinta reais. No futuro, queremos comprar mais essas coisas. O que agora mais precisamos são bons computadores e softwares para trabalhar com fotografia. Como eu me viro? Eu uso software livre, acho super bacana trabalhar software livre com o pessoal. Mas estou trabalhando com padrão um pouco fora do mercado.

Como foi seu período de coordenação?

Foi turbulento. Entrei na coordenação quando fez um ano que eu estava aqui e fiquei dois anos até o Marcos Paulo entrar. Coordenação tem duas coisas: uma que é muito boa, que você conhece a Universidade e entende como ela funciona. Conheci muitas pessoas aqui na Universidade, quem funciona e quem não funciona. Isso é muito bom. Consigo transitar nas pró-reitorias, dentro dos centros, em outros cursos. A parte estressante é que nossa estrutura de recursos humanos são mínimas. Isso são problemas de gestão. Eu, como jornalista, tenho algum conhecimento de gestão? Eu acho que professor não devia estar fazendo papel de administrador. Eu não sou. Não é o caso de 80% dos professores. Não existe um treinamento para isso. Então essa é a parte estressante.

Fale um pouco sobre esse projeto de fazer a catalogação dos TCCs. Alguma coisa legal que você descobriu com os projetos?

Eu desconhecia qualquer memória que tinha sido feita, talvez porque eu tenha entrado há pouco tempo. Esses dias, o Edson estava me dizendo “ eu tinha os TCCs, a gente fez a documentação”. Mas talvez por não ter um secretário e os anteriores não terem esse hábito de organizar essas coisas. O fato é que se hoje eu quiser saber quem apresentou TCC lá em 2004, eu não

tenho essa lista ali pronta. Eu decidi me meter nessa porque na virada de 2010 para 2011 estava todo mundo de férias. Como só tem direito a férias depois de um ano, eu estava aqui. Optamos por ter férias nesse período, não só porque nós gostamos, mas porque a Universidade fica vazia. Eu comecei a dar fé nas coisas aqui, e uma coisa que eu sempre gostei era a hemeroteca. Foi frustrante pegar as caixas dos TCC e ver que estava tudo bagunçado. Porque foi um momento que eu entrei e pensei “quero ver o que fizeram de TCC em fotografia”, e eu não achava. Eu estava de férias, e comecei a tirar todos os TCCs. Coloquei nas caixas e organizei. Em 2012, como eu estava na coordenação e decidimos refazer o site do curso, tiveram problemas técnicos e tínhamos que tirar o site antigo do ar. Eu disse “porque os TCCs não podem ser consultados como eu consulto uma dissertação de mestrado?”. Eu via coisas interessantes, e pensava como as pessoas não viam isso. Uma maneira muito fácil hoje é botar na rede. Basta ter a autorização e digitalizar os TCCs, que é esse longo e tortuoso processo que dura até hoje, porque ele é lento. Esse é o papel da Universidade, não é se trancar aqui dentro dos muros e sim botar esse conhecimento para fora. Fazemos esse trabalho porque acreditamos que é útil.

Ano que vem o curso muda. Como vai ser o 26º ano desse curso, muda algo para suas aulas?

Eu acho que vai mudar. Não tanto no primeiro ano, segundo ano. Mas, à medida que formos lidando bem com a nova grade, o novo curso, e talvez quando acabar o curso de Comunicação e começar o Jornalismo, acho que vão ter mudanças substanciais. As disciplinas foram realocadas, então todos esses problemas que vimos ao longo desses anos,eu e o Marcos Paulo juntamos as reclamações e tentamos aproveitar tudo isso. Tem coisas que não conseguimos mudar.Mudamos uma série de coisas que no meu entender, são para melhor. Acho que o curso vai dar uma crescida por resolver uma série de problemas que estavam travados. Acho que estamos tendo uma aproximação melhor com o mercado, preparando mais para o mercado

”futuro. E em termos de fotografia vai ser legal. A gente desloca ela do primeiro semestre, entra semiótica, o número de optativas cresce. Eu boto fé nesse projeto. Tiveram muitas cabeças e olha, foi super produtivo.

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