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Katarini Giroldo Miguel

Foto: André Moura

Katarini Giroldo Miguel

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“É um curso que tem uma estrutura muito legal, parecida com a que eu estava acostumada a ver.”

Jornalista pela Universidade do Sagrado Coração (USC), mestre em Comunicação pela UNESP/Bauru e doutora em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Atuou em Radiojornalismo e Assessoria de Imprensa na área de Jornalismo Ambiental.

“Porque fazer concurso para docência? Depois que fui fazer doutorado, eu tinha intenção de entrar em uma universidade pública, onde tem plano de carreira, mais reconhecimento e pode se dedicar mesmo à docência, tem toda a estrutura. Porque a universidade particular é muito difícil, eles te pagam só pela hora/aula, não valorizam pesquisa e nem extensão. Para conseguir ter um salário razoável em uma particular, tem que dar muita aula. E, além disso, é muito instável.Se tiver um corte, eles não pensam duas vezes antes de te mandar embora. Tinha essa questão da estabilidadee de me dedicar à pesquisa, à docência, que só conseguiria em uma universidade pública. Então, começa a pesar e ver que o melhor seria prestar concurso. Só que não é tão simples, porque concurso tem uma exigência muito grande, tem muita concorrência.

E qual foi a primeira impressão do curso?

Achei muito tranquilo na verdade. É um curso que tem uma estrutura muito legal, parecida com a que eu estava acostumada a ver tanto na faculdade que eu fiz graduação quanto na UNESP. Mas parece que isso é recente.

Você conversa com as pessoas antigas, elas falam que nem sempre foi assim. Era mais sucateado, agora têm laboratórios, computadores, máquinas fotográficas. Eu fiquei surpresa com a quantidade de máquinas fotográficas que tem, porque é difícil ter tanto material a disposição. Ou mesmo a TV que é super equipada, tem técnico o tempo todo, o laboratório de rádio também. Tem salas boas, tem sala para professores. Muitas particulares, por exemplo, a UNIP, onde eu dei aula, não tem sala para professores. Tinha uma sala de professores onde ficava todo mundo junto. Não havia um espaço para trabalhar,trabalhava em casa. Não era como aqui, de ter esse contato com o aluno, que é muito importante, de poder se dedicar integralmente às aulas e às pesquisas que você está fazendo.

Quais outras disciplinas que você leciona?

Atualmente eu dou Redação Jornalística II, Redação para Rádio, Assessoria de Imprensa que é uma reoferta e Legislação e Ética. Mas meu concurso foi para as disciplinas de Assessoria de Imprensa e Administração da Empresa Jornalística.

Você percebe uma mudança no perfil dos alunos de quando você se graduou para os dias de hoje?

Mudou muito. Principalmente por conta das tecnologias. (Quando eu fiz graduação) eram algumas salas da universidade que tinham internet, poucos computadores com acesso e poucas máquinas. Fotografia eu fiz analógica, tive que aprender a revelar, ampliar. Não era essa agilidade que tem hoje. Não conseguia fazer nada sozinha igual fazem hoje, baixa um software e estuda um pouquinho e já consegue. Acho que aluno é aluno independente do tempo e espaço. Talvez no Jornalismo em geral eu perceba uma preguiça. Uma precarização da categoria que não nos estimula a se empenhar, a realmente se dedicar àquilo. Isso ” eu vejo muito mais hoje, por conta dessa facilidade que as tecnologias criam. Porque se ali na internet já tem tudo, porque eu vou pesquisar? Vou só copiar. Então essa preguiça me preocupa bastante.

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