Cântico Glafira Menezes Corti @ glafiramenezescorti Do alto, sobre as pedras escaldantes e acompanhado pelo barulho do mar daquele lugar eu podia ouvir um monólogo gritado, acelerado como se o tempo com pressa fosse voar como um redemoinho, avançando do oceano rumo à terra e espalhasse as palavras antes de serem completamente pronunciadas. Em trajes encharcados e colados ao corpo levantava os braços e gesticulava girando suas mãos como se intercedesse por alguém. Era um belo rapaz, cabelos longos ao vento, robusto e extremamente concentrado no horizonte, como se inspirando-se na linha imaginária que a sua intuição manobrava através de suas mãos, mimicando como se fosse o final de tudo; a terra acabando-se e dando passagem ao nada. Soçobrava uma linha arredondada matizada em tons avermelhados, incessível e desejada. Seguiu-se em tom gutural: Escritores Brasileiros Contemporâneos
nº.31
“’Céu, essa estrela que você ganhou hoje é a maioral! “’Meu grande avô, uma pessoa ética, justa, maravilhosa, que mereceu tudo o que existe de melhor na Terra. Um homem batalhador que lutou desde a conquista do seu primeiro emprego até atingir seus maiores objetivos profissionais, seus inúmeros sonhos, de forma otimista e incansável; dentre eles o de sustentar a família emocional e materialmente como um ponto de partida para desfrutarem de uma vida simples, mas com apoio total. “’Como se já não bastasse ter três filhos para criar, ele e minha avó acolheram a mim e minha mãe como neto e filha. Sempre fez tudo por mim, seu primeiro neto de coração, me amou intensamente. “’Um homem simples que me ensinou valores éticos imprescindíveis à uma vida cristã e sadia, a nunca desistir dos meus objetivos Janeiro/2022
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