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Projeto Impulso
UM ANO DE VERDADEIRA ACELERAÇÃO
Apesar da pandemia, os três projetos participantes tiveram resultados notáveis neste período de mentorias,capacitação e networking promovido pela UBC: 430% decrescimento, em média, em suas receitas com execução pública,lançamentos, participações em festivais e uma nova dimensão em suas carreiras
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do_ Rio
Foi uma maratona de um ano de aceleração que efetivamente atingiu aquilo a que se propôs: levar os três projetos participantes a outro nível em sua carreira. Entre quase 400 inscritos, o cantor e compositor pernambucano Romero Ferro e as bandas Canto Cego, do Rio, e Mulamba, de Curitiba, escolhidos para participar do Projeto Impulso (primeira iniciativa de mentoria, capacitação e networking realizada pela UBC), puderam desfrutar de preciosos encontros com grandes nomes do mercado, que os ajudaram a moldar aspectos variados da sua carreira e dar passos para crescer. O resultado, eles avaliam unanimemente, foi mais do que positivo.
Os craques do mercado que atuaram como mentores no projeto foram:
• Constança Scofield, gestora do estúdio Toca do Bandido, diretora artística do Selo Toca Discos e musicista.
• Fabiane Costa, coordenadora artística do Espaço Favela, palco lançado na edição 2019 do Rock in Rio, coordenadora da equipe de curadoria musical do Rio2C.
• Fátima Pissarra, fundadora e responsável pela operação da Music2, que desenvolve projetos com artistas, marcas e agências.
• Lucas Silveira, cantor, compositor, produtor musical, multiinstrumentista e líder da banda Fresno.
• Marcel Klemm, atual diretor-geral da editora Warner-Chappell e ex-gerente de produção musical na TV Globo, cargo que ocupava durante o perí odo de mentorias.
• Marcus Preto, jornalista • e produtor musical que dirigiu e produziu dezenas de álbuns de artistas renomados, como Gal Costa, Nando Reis e Tom Zé.
• Marina Mattoso, diretoraexecutiva da Jangada Comunicação, especialista em comunicação em redes sociais.
• Marisa Gandelman, advogada especialista em direitos da indústria do entretenimento, exdiretora-executiva da UBC e educadora.
• Paulo Monte, A&R na Som Livre, responsável pelo slap, selo musical da gravadora dedicado à música independente.
• Pedro Dash, produtor musical e cofundador do selo Head Media. Produziu Anitta, Projota e Charlie Brown Jr., entre muitos outros.
• Pedro Seiler, sócio fundador do Queremos!, grupo de crowdsourcing que realiza grandes shows pelo país.
• Rafael Rossato, empresário de artistas como IZA, Mallu Magalhães, Marcelo Camelo e Di Ferrero.
• O orientador, Iuri Freiberger, é fundador e diretor da Gramo Design Estratégico, empresa de inteligência para mercados criativos. Tem 25 anos de experiência no setor cultural e musical atuando como músico multi-instrumentista, produtor musical, pesquisador, professor universitário, gestor público, empreendedor criativo e articulador do setor cultural.
“Fomos acolhidas, recebemos atenção, carinho e cuidado. Nos sentimos extremamente bem para executar nosso trabalho da forma mais transparente e sincera. Assinamos contratos importantes com a editora Universal, a distribuidora Alta Fonte, com a Zeferina Produções... Amadurecemos alguns caminhos”, resume a musicista e compositora Naira Debértolis, falando em nome de suas companheiras da Mulamba.
NAÍRA DEBÉRTOLIS, MULAMBA
Para Roberta Dittz, vocalista e compositora da Canto Cego, a dinâmica desse programa de aceleração, com acompanhamento constante da UBC e uma imersão de alguns mentores na busca de soluções para a banda, lhe trouxe uma “mudança de postura e autoconfiança”. “Sentimos que ter a UBC ao nosso lado deu bastante visibilidade à banda, trouxe realmente um outro patamar de relações. Alguns caminhos se abriram com mais facilidade, estamos dialogando melhor com nossa rede e abrimos as frentes de ação para o que queremos melhorar na nossa carreira. Agora, temos uma visão bem mais clara de como atuar e onde estão nossas maiores dificuldades.”
Já Romero Ferro é claro: teria demorado muito mais para conseguir determinados resultados se estivesse “sozinho”. “Esse projeto esteve muito dentro do pensamento de impulsionar, mas também de mergulhar na parte de criação artística e gestão de carreira, que é fundamental! Eu sentia muita falta de projetos que falassem também de gestão e conceito criativo, pois uma carreira é um processo 360, onde todos os lados são importantes e precisam ser desenvolvidos.”
As cifras deles dão uma boa ideia dos resultados positivos aos quais se referem. Com a exposição sem precedentes que ganharam, vieram mais apresentações, participações em festivais, lançamentos de clipes e novos trabalhos, tudo com uma repercussão e uma dimensão inéditas para eles. Por isso, o rendimento médio dos três com execução pública teve um incrível salto de 430,43% neste ano de Impulso. A Canto Cego, por exemplo, lucrou 711,7% mais. A Mulamba, 257,23%, e Romero Ferro, 322,35%.
ROMERO FERRO
ROBERTA DITTZ, CANTO CEGO
Outros números bem palpáveis são os relacionados à visibilidade dos três projetos nas redes sociais e nas plataformas de streaming. As meninas de Curitiba tiveram um crescimento de 30,27% no seu número de seguidores no Spotify, por exemplo. O grupo carioca disparou 88,53% em seu número de seguidores no Instagram. E o artista pernambucano expandiu em 123,54% o total de inscritos no seu canal no YouTube.
Não só: a Canto Cego tocou no palco favela do Rock in Rio em 2019, participou do festival Porão do Rock e lançou vários clipes, além do álbum “Karma”. A Mulamba, além dos contratos mencionados por Naira, lançou clipes, participou de festivais como o Festival do Sol, Morrostock e GRLS e integrou o songwriting camp da gravadora Universal, no estúdio de Dudu Borges. Já Romero Ferro lançou seu álbum, “Ferro”, foi indicado como artista revelação na SIM São Paulo, estreou vários clipes e teve uma enorme exposição em programas de TV.
Com a intensa agenda de encontros e tantos planos para um só ano — além de uma pandemia interrompendo o projeto no seu auge —, nem tudo pôde ser realizado. “O pior foi com certeza a pandemia! Tinha muita coisa para rolar ainda, mentorias e projetos, que foram interrompidos pela Covid-19. Foi algo que não estava no controle de ninguém”, disse Romero.
EM UM ANO, UM SALTO NAS RECEITAS COM EXECUÇÃO PÚBLICA
711,7% | CANTO CEGO
257 ,23% | MULAMBA
322,35% | ROMERO FERRO
A Mulamba sentiu falta de mais atenção pontual de alguns mentores em determinados momentos. Já a Canto Cego lamentou não ter podido atingir um grande objetivo autoestabelecido no início: chegar ao fim do projeto com um empresário. “Além disso, queríamos ter feito a turnê do ‘Karma’, mas não foi possível por causa da pandemia. Abrimos muito os olhos para a necessidade de um empresário e queremos muito, mas infelizmente isso continua em aberto.”
Os aprendizados ficarão para a próxima edição, cuja realização está nos planos de Marcelo Castello Branco, diretor-executivo da UBC: “O Projeto Impulso se transformou rapidamente numa das senhas da identidade e da cultura da UBC. Uma incubadora de formação e capacitação de novos talentos, em um mercado dominado pela autogestão de carreiras. Sem ambições proprietárias. Aprendemos muito com os projetos escolhidos e no processo de curadoria, com mentores representativos do mercado. Uma experiência à qual daremos continuidade e sequência.”
MARCELO CASTELLO BRANCO, UBC
UM SALTO NA VISIBILIDADE EM REDES SOCIAIS E PLATAFORMAS
30,27% | MULAMBA
88,53% | CANTO CEGO
123,54% | ROMERO FERRO
Para Elisa Eisenlohr, gerente de Comunicação da UBC e coordenadora do Impulso, o método desenvolvido, com a ajuda de Iuri Freiberger, orientador do projeto, vai perdurar. “Temos uma linha educativa na UBC, a filosofia de capacitar nossos associados para o mercado através de informação e formação. Para nós, foi muito importante ir a campo e fazer um laboratório de aceleração. Criamos um método baseado em três pilares, mentoria, capacitação e networking, que pode e deve ser replicado para outros projetos, para outros associados.
O workshop de cinco dias que o Iuri deu no início, detectando as necessidades de cada projeto participante, foi fundamental para desenhar as ações que realizamos com os mentores de todas as áreas nos meses seguintes.”
Aliás, Elisa destaca o especial envolvimento dos mentores, craques oriundos de várias áreas do mercado: produção, gravadoras, jurídico, criação artística... “Sem eles, não teríamos conseguido esse resultado sensacional. Se não fosse pela pandemia, teria sido ainda melhor. Provamos que fazer algo com essa pegada funciona e queremos demais realizar mais um.”
LEIA MAIS | No site do Impulso, uma seleção de dicas de todas as mentorias: impulso.ubc.org.br E, em breve, na newsletter da UBC, fique ligado no lançamento de um e-book com todas as lições deste ano de projeto, que você também pode replicar na sua carreira.
TRÊS PÍLULAS DE APRENDIZADO
A necessidade de somar forças com artistas da sua geração, da sua “safra”, para crescer junto foi uma importante lição deixada na mentoria de Marcel Klemm com a Mulamba. “Muitas vezes, vemos esses artistas como concorrência, como rivais, mas o Marcel nos mostrou que devemos vê-los como força concomitante para nos impulsionarmos juntos. Ele apresentou cases de artistas e bandas como Pitty, Luan Santana, Anitta e Skank, que se associaram a outros nomes também começando e se beneficiaram disso”, contou Amanda Pacífico, vocalista do grupo.
Em tempos de confinamento, criar canais virtuais que permitam monetizar é uma forma de contornar as perdas de receita. “Pedro Seiler nos recomendou criar um canal na Twitch TV. Os seguidores pagam para te seguirem, o que pode ser outra boa alternativa para fazer algum dinheiro. Também nos sugeriu apostar em lives com influenciadores de rádios de rock e de podcasts”, descreveu Roberta Dittz, da Canto Cego.
Pensar muito bem na estratégia de divulgação antes de um lançamento marca a diferença entre sucesso e fracasso. “Se for lançar uma música, tem que pensar em n formas de engajar e juntar o público para que o lançamento seja interessante. Fazer um presave, por exemplo, que é quando você estimula o fã a aderir a um próximo lançamento antes mesmo de ele se dar. Marina Mattoso também reforçou muito que é preciso fazer live, chamar os convidados do disco. Sempre procurar somar, para que o conteúdo esteja na ordem do dia e na cabeça das pessoas, no Facebook, no Instagram, no Twitter, no YouTube, no Spotify…”, disse Romero Ferro.