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“UMA COISA QUE DUROU MAIS DE 30 ANOS NÃO PODE SE SEPARAR”

Nasi fala sobre o primeiro álbum de inéditas do Ira! desde 2007, lançado às vésperas de a banda paulistana completar quatro décadas

por_ Kamille Viola | do_ Rio

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Treze anos depois, o Ira! volta a lançar um trabalho de inéditas. “Ira” (sem a exclamação) foi produzido por Apollo 9 e traz dez faixas. Atualmente formada por Nasi (vocal), Edgard Scandurra (guitarra e vocal), Johnny Boy (baixo) e Evaristo Pádua (bateria), a banda chegou a adiar um pouco o lançamento, por conta da pandemia de Covid-19, mas soltou o trabalho nas plataformas digitais em junho. “Está sendo diferente, mas também nós não tínhamos outra escolha, na medida em que você não tem perspectiva de quando haverá normalização”, comenta Nasi.

Eles até chegaram a pensar em lançar singles, mas resistiram à tentação e insistiram no álbum, formato que preferem. Inclusive, o disco vai ganhar edição em vinil. “Gosto de músicas que conversam entre si, que as letras falem sobre um tempo, um momento da gente, do mundo em que vivemos, que elas tenham um estilo que fique harmônico, que tenha a primeira do lado A, a última do lado A, a primeira do lado B, a última do lado B... Esse é o conceito de álbum. Não é um monte de música solta que, depois, entra no show”, explica Nasi. “A gente já fez essa coleção de músicas pensando no tempo do vinil.”

Desses 13 anos de hiato entre o trabalho anterior, “Invisível DJ” (2007) e o álbum atual, a banda ficou separada por sete, entre 2007 e 2014, quando Nasi e Scandurra se reuniram e voltaram com o Ira! em nova formação. Em 2021, comemoram-se oficialmente 40 anos desde que os dois criaram a banda.

“Meu babalorixá, que é nigeriano, sempre me falou: uma coisa que durou mais de 30 anos não pode se separar. E eu entendo. Apesar de ele não saber muito como é uma vida da estrada, os desgastes que tem, ciumeira que pinta, rebordosa... É um monte de coisa, o que faz as bandas sempre ficarem pisando em ovos no relacionamento. O Ira! teve uma das separações talvez mais explosivas e escandalosas da história da música brasileira. Jamais pensei que a gente um dia ia voltar”, admite.

Para Nasi, o destino conspirou por um retorno e uma reinvenção: “Foi um verdadeiro ‘Efeito Dominó’, como diz a música (do álbum novo): um contato novamente, participação em um show beneficente que ele estava produzindo, subir ao palco, ver o amor do público, olhar que a gente ao lado um do outro ainda tinha sentido, que ainda tinha aquele brilho nos olhos. O meu babá tinha razão (risos).”

OUÇA MAIS | As dez canções de “Ira” ubc.vc/IraOAlbum

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