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15 anos de protagonismo: a trajetória dos cursos que ajudaram a formar comunicadores no Vale do Itajaí
INOVAÇÃO O novo consumidor e a publicidade da experiência
Por Olga Helena
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Ao longo dos anos, profissionais do mercado de comunicação vêm se moldando para atender as exigências dos clientes. Bem mais do que vender, o importante agora é provocar a experiência
omo tantas outras áreas, a publicidade vem passando por grandes mudanças, principal
Cmente em sua relação com o consumidor. Desde o desaparecimento dos artesãos nos tempos feudais, graças à Revolução Industrial, a padronização sistemática e a produção em massa tornaram a propaganda fundamental. A partir daí, transformar determinado produto em um desejo para as pessoas passou a ser uma das principais preocupações dos publicitários. Entretanto, assim como as tecnologias de produção se modificaram, o consumidor também mudou, evoluiu e se transformou. Atualmente, saber onde, como e quando o produto de interesse foi produzido se tornou vital para a sua fidelização. Com o crescimento de vários mercados, trabalhar uma comunicação transparente entre marca, fornecedores e compradores nunca foi tão importante. Para falar sobre o tema, a Revista Interessa buscou a opinião da doutora em comunicação Cynthia Hansen. Ela é professora do ensino superior na Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e da faculdade UniSociesc de Blumenau.
INOVAÇÃO REVISTA INTERESSA O que a publicidade faz mais uma na multidão. As ações que têm para se adequar aos novos modelos de comureverberado são aquelas que trazem uma nicação e sociedade? mensagem, além do óbvio, que é vender o Cynthia Hansen A propaganda pela propaganproduto. As marcas têm que ter um propóda, ela não chama mais a atenção de ninguém. sito por trás do que estão fazendo. Estamos em uma era de relevância e de redades de comunicação para a publicidade? putação, ou seja, o que realmente importa e RI Qual a relevância do posicionamento quem está falando isso?! A comunicação com para as marcas? fins mercadológicos, de promoção ou instituCH Eu não posso mais ser a empresa sem cional, precisa ter muita consistência. E para posicionamento, aquela que está em cima eu falar algo relevante, eu preciso entender as do muro e que não diz nem que sim, nem pessoas, suas crenças, seus valores e seus háque não. Eu tenho que dizer, “olha, eu estou bitos. Porque eu só consigo criar um laço com aqui, eu acredito nisso”, então, você tem alguém conhecendo ela. Então, o que eu vejo que assumir uma posição. Todo esse proé que o profissional precisa compreender mais cesso tem uma consequência, quando você profundamente as pessoas. se assume em um lugar, está deixando outro aberto. Até porque você não pode ocuRI Então, na sua opinião, criar identificação par dois lugares ao mesmo tempo. Eu tenho com o cliente é fundamental para a marca? observado que as marcas que têm impacCH Sim. Creio que as pesquisas etnográficas tado profundamente o consumidor estão estão aí para isso. A marca precisa fazer com baseadas em um propósito. Hoje, qualquer que o cliente se sinta refletido naquilo. Se não marca que não tenha de dentro para fora houver esse processo de identificação, essa um propósito vai ter bem mais dificuldades comunicação não vai chegar onde ela precisa. para criar conexões com as pessoas. E tenha É nesse sentido que eu digo que propaganda certeza que se o consumidor tiver que escopela propaganda não resolve mais muita coisa. lher entre uma marca que se preocupa com RI Qual a importância da integração das habilique tem mais a oferecer. algo e outra que não, ele vai escolher pela CH Para o profissional ter um conteúdo consisRI Qual a sua visão sobre todas essas mutente ele precisa do jornalista, pois é ele que danças? sabe da consistência do conteúdo, das fontes, CH Eu tenho esperança neste novo tipo de trazer uma informação robusta e confiável comunicação, pois ele é mais acolhedor, não para, assim, trazer a relevância. É imprescindíexpõe os seus defeitos e te vende algo para vel, também, cuidar da reputação da marca, e escondê-los. É uma comunicação que traça aí entra o RP - relações públicas - , que constrói seus limites e imperfeições sem se preocuesse relacionamento, o mantém e a nutre (a par em mudá-las. A publicidade tem esse reputação). efeito de influência, afinal, olha o quanto já se discutiu no mundo sobre aparência nas RI Como acontece a relação de empatia nos propagandas e comunicação com as massas. novos modelos de propaganda e na comunicaHoje, a gente vê alguns estereótipos sendo ção com o consumidor? quebrados, e isso é o início da abertura para CH Não basta ser simpático, não é isso que as a reflexão sobre eles. A publicidade provoca pessoas estão buscando. Elas procuram quem reflexão, ou pelo menos a boa comunicaentende suas frustrações, angústias, desejos e ção deveria provocar. A publicidade não é a comunicação da propaganda, pura e simples, mais mandar no outro, “compre isso, vista elas podem ali no meio ter uma mensagem aquilo”, ela é acolher, “aqui tem lugar para muito incrível, ou não, podem ser somente você”.