Entre flores e cores: do design à marca de Holambra

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centro universitário senac são paulo, 2021

Entre flores e cores: do design à marca de Holambra

victor chaves da silva

Entre flores e cores: do design à marca de Holambra

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design com linha específica em Design Gráfico.

victor chaves da silva

orientador: Prof. Jair Alves Da Silva Junior

são paulo, 2021

Chaves da Silva, Victor

Entre flores e cores: do design à marca de Holambra Victor Chaves da Silva. — São Paulo, 2021. 186 p.

Trabalho de conclusão de curso Bacharelado em Design com linha específica em Design Gráfico. Centro Universitário Senac.

Orientador: Prof. Jair Alves da Silva Junior

1. Design de Marcas; 2. Holambra (SP);

3. Identidade visual para cidades;

4. Marca de cidade; 5. Turismo

A Deus, quem aos bons cuidados me deixou quando pouco de mim restava para seguir adiante.

Aos meus amados pais, Elisangela e Valdeci, que sempre acreditaram em minha determinação como potência, com o carinho e a compreensão que eu necessitei.

Bruno e Bianca, meus dois irmãos que sempre me trouxeram o sorriso de volta.

Em especial, ao meu professor e orientador, Jair Alves da Silva Júnior, por seu grande apoio e dedicação de seu tempo para com este projeto e inspiração como designer.

Ao corpo docente do bacharelado em design do Centro Universitário Senac de Santo Amaro, referências como educadores que me incentivaram e me acompanharam nesta trajetória enriquecedora tão especial. Meu respeito e admiração a Nikolas Lorencini e Ricardo Luís Silva.

Aos incríveis e únicos momentos vividos graças as grandes amizades que pude ser presenteado durante o período da graduação.

A todas as boas pessoas que disponibilizaram de seu tempo e interesse para contribuir com este projeto, em especial Ivonne de Wit, João Luiz van Ham Mello e Pablo Schoenmaker.

agradecimentos

“A alma tem dois olhos: um olha para o tempo, o outro está sempre voltado para a eternidade.” ângelus silésius

resumo

Este trabalho de conclusão de curso apresenta a concepção e o processo de criação da marca e identidade visual turística para o município de Holambra, pertencente ao interior do Estado de São Paulo. É objetivo deste projeto compreender as particularidades históricas e culturais da cidade, iluminando e relacionando sua essência com a percepção e concepção de sua imagem, explorando seus significados ao abordar o design de marcas para cidades, atividade ainda recente no Brasil. A metodologia baseia-se na literatura teórica bibliográfica, práticas de pesquisa que se fizeram para um ponto de vista que busca entender o lugar e seus códigos visuais, ao passo que, é proposto um sistema visual para a marca e um projeto gráfico que está documentado em um livro de diretrizes da marca. Espera-se, então, envolver e aprofundar os conhecimentos a este segmento profissional do design, contribuindo com as peculiaridades de Holambra, a capital das flores, potencializando sua imagem como cidade e a posicionando competitivamente em âmbito turístico além de sua região.

Palavras-chave: Design de Marcas. Holambra (SP). Identidade visual para cidades. Marca de cidade. Turismo.

Sumário

introdução 14 fundamentação teórica 22 2.1 A Holambra de muitos adjetivos 23 2.1.1 Raízes históricas do município 24 2.1.2 A formação do município 33 2.1.3 A capital das flores 40 2.1.4 Morar e viver em Holambra 46 2.1.5 A construção do turismo local 52 2.1.5.1 Os roteiros turísticos 56 2.1.6 Entre o caráter misto Brasil - Holanda 63 2.2 Definindo design e seus significados 68 2.2.1 Identidade de marca e o branding 68 2.2.2 Percepção, imagem e marcas de cidade 72 resultados de pesquisa 76 3.1 Análises de caso e processos 77 3.1.1 A identidade visual de holambra 100 3.1.2 Conclusão das análises 104 3.2 Pesquisas avaliativas e entrevistas 104 3.2.1 Conclusão das pesquisas 112 desenvolvimento 114 4.1 Estudos de concepção 118 4.2 Processo criativo 121 4.3 Seleção tipográfica 152 4.4 Cores 157 4.5 Iconografia 162 4.6 Documentação do projeto 164 considerações finais 170 elementos pós-textuais 176 Referências 177 Lista de figuras, gráficos, mapas e tabelas 181 Apêndices 185
Introdução

Apresente pesquisa de projeto tem como principal foco identificar e transformar múltiplos sentidos, experiências e significados, pessoais e gerais, a respeito do município de Holambra, localizado no interior do Estado de São Paulo. Aplicado a isto, será concebido uma marca de cidade conjunto a um sistema de identidade visual capaz de gerar reconhecimento entre pessoa e marca para com o lugar em estudo, potencializando suas especificidades.

objetivo

Pretende-se entender teorias, detalhes, mecânicas e regras em diferentes aspectos que envolvem a criação de identidade visual para territórios, especialmente o design de marcas de cidade, ampliando o conhecimento e reflexão acerca da temática. Em sentido mais amplo, evidenciar sua necessidade como uma das forças motrizes ao explorar o núcleo cultural da cidade e como este influencia seus moradores e turistas a perceberem seu espaço, monumentos, manifestações culturais assim como seus patrimônios e bases formadoras.

É objetivo entender qual mensagem transmitir por meio de imagens, símbolos, códigos ou iconografias, ao realizar um levantamento de dados para obter respaldo a respostas gráficas capazes de aprofundar no cultural, histórico e social, no que diz respeito às bases de valor que a sustentam como colônia neerlandesa. Também, criar reconhecimento para com os interagentes locais, expandindo a compreensão sobre os elementos da cidade a fim de potencializar sua imagem, fortificar e maximizar boas vivências e experiências turísticas sustentáveis, documentando estas novas configurações em um manual de identidade visualI por meio do design como unidade.

I Ferramenta utilizada com a finalidade de apresentar dados técnicos do universo de marca como sua construção, proporções e aplicações podendo ou não estar incorporado ao brandbook (wheeler, 2019).

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justificativa

Entre longas vivências particulares no município de Holambra, buscou-se um encontro entre o grande interesse em compreender suas rotas históricas e culturais aliado ao grande interesse na área do design de marcas. Fatores esses que, quando combinados, podem fortificar e maximizar as boas vivências locais através de códigos visuais conectados com a essência local, utilizando-se do design como unidade, a fim de proporcionar uma comunicação coerente com sua tradição.

O principal tema em discussão neste projeto tratará do design de identidade de marcas para cidade ou “place brandingII”, termo inglês que o define. Ao pensar nesta específica área de atuação pouco explorada no Brasil, percebe-se a necessidade de compreender mais sobre o processo criativo a seu respeito, ponto de importante discussão para uma maior difusão da ferramenta no país, como instrumento de potencialização econômica nas cidades.

Observa-se que ao visitar a cidade de Holambra, ou mesmo seus endereços digitais, encontra-se manifestações gráficas fragmentadas e ausentes de um padrão em seu sistema de identidade visual atual. Tais elementos, quando dispostos e divulgados desta maneira, ocasionam parte da desvalorização e da não memorização destes logotipos e elementos existentes, comunicando informações dispostas visualmente de maneira pouco efetiva, consequentemente, a cidade não passa a ser percebida e lembrada positivamente por tais referências.

Visualiza-se, também, um desprendimento das bases que formaram o município, perdendo parte da tradição neerlandesa, fato este considerado natural em razão da mistura com novos brasileiros no território (van der knaap, 2012). Logo, fica claro a necessidade de reforçar tais características únicas que consideram Holambra uma cidade de holofote.

Além disso, em razão do desenvolvimento do turismo em Holambra, bem como sua expansão combinado ao trabalho entre Prefeitura e demais organizações, constata-se que o setor tem potencial para continuar a crescer. Nas palavras de Annemarie van der Knaap, historiadora da cidade de Holambra, o turismo holambrense tornou-se holofote na região em razão de sua forte base neerlandesa, além do característico cultivo de flores e plantas (2012).

II Área que une design e marketing a fim de construir e divulgar cidades, regiões ou países como marcas, utilizando-se de ferramentas e estratégias para destacar-se competitivamente (castanha junior, 2014).

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Exemplos de aplicações não padronizadas: f.1

Registros de placas, avisos e peças digitais presentes em Holambra.

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Dessa maneira, o lema “Um pedacinho da Holanda no Brasil” tornouse frase muito conhecida entre toda população (van der knaap, 2012).

Complementar ao olhar de Annemarie, Kees Wijnen, membro do Instituto de Economia Agrícola e historiador que produziu obras de grande valor cultural para a cidade de Holambra, diz “[...] o fato de ter se tornado Estância TurísticaIII, e prestar serviços no setor de turismo pode representar um fortalecimento da economia do município” (wijnen, 2012, p. 327).

De acordo com o mais atual registro (2019) no Mapa do Turismo Brasileiro, o município de Holambra consta com o recorte territorial “águas e flores paulista” recebendo um desempenho “D”. Este recorte envolve localidades em meio a vales e montanhas, cidades que têm o clima ameno, vales e cachoeiras, abundância de água com excelente qualidade, a influência colonizadora e heranças culturais. A fim de comparação, outras cidades do Estado de São Paulo que compartilham desta mesma categoria são:

categoria A B C D E

Águas de Lindoia Amparo Holambra

Ainda em consulta para fins de justificação acerca da relevância de também explorar as potencialidades do município no setor turístico, constatou-se que, no Relatório de Listagem dos Municípios Inseridos e Excluídos (2019), a cidade de Holambra perdeu sua categoria de desempenho “C” decaindo para categoria de desempenho “D”. Essa informação ressalta como também existe a necessidade de tratar neste projeto a investigação e pesquisa relacionada ao setor turístico holambrense.

Por fim, em consulta ao Plano Diretor de Turismo, elaborado para o município de Holambra pelo CICAP – Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento do Polo Turístico do Circuito das Águas Paulista –, documento que se baseia em estudos de demanda, oferta turística e estudos

III Título concedido pelo governo do Estado de São Paulo a municípios com potencial destino turístico, gerador de deslocamentos e estadas de fluxo permanente de visitantes com expressivos atrativos turísticos de uso público e caráter permanente, naturais, culturais ou artificiais.

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Serra Negra Jaguariúna Lindoia Socorro Monte Alegre do Sul Pedreira tabela 1 Regiões turísticas em São Paulo na categoria águas e flores paulistas.

técnicos do ambiente para elaborar políticas de turismo para os municípios pertencentes a esta região, foi possível ter acesso às grades de programas e projetos planejados para Holambra. Dessa forma, notou-se, na página 69, uma das seguintes ações a serem desenvolvidas como exigência a se cumprir, a fim de se manter como Estância, conforme Lei Complementar 1.261 de 29 de abril de 2015 (toledo; belini, 2018, p. 3):

1. Contratar profissional suficiente para criação da logomarca “Holambra” com correspondente manual de aplicação, criação de no mínimo cinco tipos de souvenires contendo a marca da cidade;

2. Registrar a “Logomarca” criada em órgão competente (Marcas e Patentes);

3. Elaborar linguagem de comunicação visual uniforme para os meios de promoção do destino, como: fôlder, flyer, banner, mapas, interface para sites, hot site, vídeos promocionais e mídias sociais.

Tendo isso em vista, verifica-se a coerência e relevância deste projeto como produto de design e comunicação, que visa contribuir ao município como localidade e lar de seus cidadãos, como também de maneira a cumprir com o plano de marketing e promoção do destino adequadamente. Assim, além de compreender, definir e justificar uma estratégia de marca coerente e forte o bastante para sustentar o que a cidade oferece ao seu público, de forma que se reconheçam com o resultado e, turisticamente, ampliando sua rede de influência através do conhecimento e paixão pelos seus elementos, arredores, flores e cores por meio da simplicidade e de significados que estejam em acordo com sua própria história.

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procedimentos metodológicos

Para conceituação desta pesquisa projetual, a busca por metodologias e teorias processuais em design é de grande relevância, bem como o levantamento de bibliografias para análise. Neste sentido, num primeiro plano, serão considerados o método de gestão de marcas, comprovado pela especialista em branding, Alina Wheeler em “Design de Identidade da Marca: guia essencial para toda a equipe de gestão de marcas” (2019), as rotas históricas percorridas pelo município de Holambra, fatos estes registrados por Kees Wijnen e atualizado por Annemarie van der Knaap no livro “HolambraA cidade das Flores” (2012). E, o cenário turístico e patrimonial de Holambra, discutido no artigo “Holambra: turismo, patrimônio e perdas” (2017) de João Luiz van Ham MelloIV e Solano de Souza BragaV.

Em segundo plano, complementar as informações apresentadas nas bibliografias acima, o livro “Holambra: A Holanda brasileira” (2007) de Érico Hiller e Jurandyr Salomão trará, de forma sintética, a história do município, auxiliando a formar contrapontos sob um olhar crítico. Para compreender como corresponder ao processo de criação para este projeto de design de identidade para uma marca de cidade, utilizou-se também, da metodologia de Simon Anholt na obra “Competitive Identity” (2007) e da dissertação de mestrado de Marco Aurélio Castanha Júnior (2014).

Num terceiro plano, a fim de que este projeto alcance um resultado consistente, é imprescindível entender um pouco mais sobre o conceito de imagem e como ela se constrói no imaginário humano. As obras “A imagem da cidade” [1999], de Kevin Lynch e “A Imagem da Marca: um fenômeno social” (2008) de Joan Costa contribuíram neste sentido elaborando uma visão ampla e de caráter reflexivo, a respeito do relacionamento entre pessoa, cidade, memória, imagem e marca.

Após entender teorias e regras que permeiam o universo do design , o foco recaiu numa análise de cenário no município em questão, buscando entender e interpretar o passado e presente de Holambra, de modo cultural e antropológico. Dessa maneira seria possível identificar e imergir no DNA da cidade ao entender suas particularidades, o que a faz ser especial, o que a mídia diz a respeito e identificar seus problemas e qualidades.

IV Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável - EA/ UFMG (2018-2020); Bacharel em Turismo – IGC/UFMG (2015).

V Mestre em Geografia - IGC/UFMG (2011); Bacharel em Turismo - IGC/UFMG (2006).

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A fim de ampliar este arcabouço de conhecimento, realizou-se pesquisas quantitativas e qualitativas para entendimento do público-alvo, a fim de compreender como a cidade se conecta ao coração e ao imaginário de todas estas pessoas para descobrir o que pensam do local, onde habitam ou visitam, qual a imagem forma-se ao pensar neste espaço, particularidades da vivência local e, de grande valia, como interagem com os símbolos pertencentes ao município. A divulgação destas pesquisas contou com apoio das plataformas digitais e mídias sociais. Em sequência, é fator de extrema relevância a etapa de cruzar os dados coletados em visitações de campo, entrevistas ao Departamento de Turismo e COMTUR – Conselho Municipal de Turismo – e, por fim, a pesquisa avaliativa direcionada aos moradores e turistas locais. Esta etapa auxiliará na visualização de uma possível solução criativa e nas possíveis estratégias a ser definidas.

Para estabelecer conexões entre teoria e prática, estudos e análises de caso aconteceram de maneira contextual, descritiva e experimental, contando sobre o contexto, analisando processos e estratégias, a solução criativa e resultados, avaliando a identidade visual, seus símbolos, formas, cores, tipografia, look and feel e ativos visuais de três marcas de lugar: Helsinque, a capital da Finlândia, Peru, país na América do Sul e Porto, cidade em Portugal. Ademais, os manuais de identidade ou brandbooksVI disponibilizados em sites, ou pelo departamento de comunicação, ou pelos próprios designers criadores da marca, também serão analisados para então definir e verificar os pilares que melhor simbolizaram as localidades em questão.

Por fim, serão usados como documentação do processo criativo: rafes, sketches, painéis visuais e ou referenciais, vídeos, fotografias que retratem o espaço, a busca de imagens na internet referente as circunstâncias locais e os procedimentos de visita de campo para um maior detalhamento.

VI Instrumento de comunicação que ajuda a educar e a construir a consciência de marca para carregar a visão e seu significado em questão de um jeito portátil direcionando quem o lê ao incorporar aspectos sentimentais e subjetivos podendo ou não apresentar técnicas (wheeler, 2019).

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Fundamentação teórica

2.1 a holambra de muitos adjetivos

Entre campos floridos, moinhos e tamancos, presenciar o município de Holambra, localizado na região administrativa da cidade de Campinas, no interior do Estado de São Paulo, tem como parte da experiência, o deslumbre impressionante proporcionado pela beleza das flores que ali são cultivadas e o ambiente que se destaca em meio a outras cidades vizinhas, como Artur Nogueira, Cosmópolis e Engenheiro Coelho.

Tal afirmação pode ser justificada, inclusive, pelas avaliações expostas no site TripAdvisor, plataforma que reúne experiências, fotografias, guias turísticos e avaliações a respeito de diversas cidades e rotas de viagem. Um dos membros do TripAdvisor comenta “Lindo. Vale a pena ir ao local e conhecer a história [...] Jardins muito bem cuidados, sem falar na rua que tem linda decoração” (2021).

Dito isto, entre vários outros comentários ali presentes e em variadas experiências já vividas ou desejos em se viver, quem pouco sabe a respeito da formação das raízes do município de Holambra pode ter dificuldades em imaginar o árduo caminho trilhado por seus habitantes a fim de superar as múltiplas adversidades, para, então, chegar a tamanho resultado e exuberância, caminho que exigiu de todos os seus colaboradores, perseverança e trabalho coletivo (hiller; salomão, 2007).

É com o passar dos anos e o desenvolvimento notório de sua colônia de imigrantes que Holambra se tornou capaz de definir tais e tantos outros adjetivos que, hoje, são marcas da cidade. Estas transformações, oriundas deste desenvolvimento, modificaram as reações dos imigrantes e moradores, promoveu mudanças em âmbito familiar e nas várias organizações, bem como no estilo de moradia e no trabalho das muitas categorias de habitantes. Portanto, em sequência, para entender as mais atuais definições que representem a cidade, exige-se considerar os múltiplos fatores que influenciaram neste processo em que a história foi registrada, vivida e levada adiante.

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2.1.1 raízes históricas do município

Ainda distante do Brasil, a Holanda encontrava-se mergulhada em um desencorajador e devastador cenário econômico, já que a situação pós Segunda Guerra Mundial pouco ofertava de perspectivas futuras aos seus filhos. Inúmeras motivações levaram os holandeses a emigrar, o que pediu grande planejamento e preparação em diversos âmbitos, em especial aos trabalhadores agrícolas. Por força das circunstâncias daquela época, o governo holandês e a KNBTB – Organização de Lavradores e Horticultores Católicos da Holanda – se reuniram com a proposta de elevar o processo de emigração de maneira justa, responsável e bem-sucedida. Foi por saber das necessidades e ambições destes cidadãos, além de motivados pela colaboração do poder holandês, que o governo brasileiro também se mostrou receptivo à ideia e disposto a auxiliar na iniciativa (hiller; salomão, 2007).

O senhor Geert Heymeijer, engenheiro holandês, teve um importante papel nessa história preocupando-se com a agricultura e camponeses. Foi durante suas viagens de reconhecimento pelo Brasil à procura de um local capaz de receber os primeiros imigrantes, que ele passou a compartilhar informações acerca da nova terra em suas palestras (hiller; salomão, 2007).

A intenção do Governo Paulista para os holandeses era voltada à produção de leite para a cidade de São Paulo, propondo inicialmente sua alocação na Fazenda Monte D’Este, próximo a Campinas, no interior do Estado. Com esta possibilidade na mente do senhor Heymeijer e posteriormente compartilhada com os aspirantes ao projeto, em março de 1948, estabeleceram juntos os critérios de seleção dos emigrantes, sendo escolhidos por suas habilidades técnicas e capacidade financeira (hiller; salomão, 2007).

O nome Holambra foi utilizado a partir de 12 agosto de 1948 como nome oficial, mas este nome não constava nas atas de fundação de uma sociedade colonial, então, optaram por se intitular como Cooperativa pela praticidade e ideologia conhecida. Já com relação a formação do nome Holambra, pouco antes de fundar a Cooperativa, junto do senhor Heymeijer, chegaram ao nome HOLANBRA, porém por causa da grafia o “N” foi trocado por um “M”, ficando HOLAMBRA (wijnen, 2012). A explicação para o “AM” representar América foi adotada mais tarde, pois o nome dos dois países presentes no nome do município representava a cooperação financeira de ambas as partes do projeto (wijnen, 2012).

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25

f.2

Residência de um imigrante holandês após a Segunda Guerra Mundial.

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Paralelo a isso, no Brasil, chegou-se à conclusão da inviabilidade do desenvolvimento do projeto na Fazendo Monte D’Este. Como alternativa, o senhor Jorge Latour, Ministro dos Assuntos de Colonização, celebrou com o Frigorífico Armour, em Chicago, um acordo para a compra de uma propriedade dessa empresa, a Fazenda Ribeirão. Para negociação, o Governo brasileiro adiantou parte do valor total, eliminando a obrigatoriedade da produção leiteira, de forma que os agricultores pudessem desenvolver outras atividades (hiller; salomão, 2007).

Viajar ao exterior, ainda no período da década de 40, era sinônimo de rompimento com suas raízes e laços com sua pátria natal, uma aventura sem grandes certezas e justamente por isso, cada imigrante tinha seus questionamentos e inseguranças. A distância de Holanda para o Brasil de navio durava em média de 3 a 4 semanas e, infelizmente, as condições não eram tão boas em razão da longa e cansativa viagem. Todavia, justamente por esta longa viagem que muitos dos futuros colonos puderam se conhecer e se apoiar durante a rota marítima, criando um sentimento de união. Em abril de 1948, os dois primeiros imigrantes partiram com destino a Holambra, enquanto em dezembro do mesmo ano, o primeiro grande embarque foi realizado pelo navio Algenib. Entre os anos de 1948 e 1950, outras nove importantes viagens aconteceram, totalizando aproximadamente, 680 imigrantes estabelecidos em Holambra junto de cabeças de gado, um moinho de pedra, implementos agrícolas, tratores e jipes (wijnen, 2012). f.3

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Ms Algenib, um dos navios holandeses responsável pelas viagens para Holambra.

Gérard Mertens comenta que “a Holambra foi uma espécie de trampolim para que agricultores católicos holandeses pudessem se estabelecer no Brasil” (mertens apud wijnen, 2012, p. 9) e o momento em que os navios com emigrantes holandeses chegavam no Brasil eram de grande valor sentimental, de impressões únicas, além de um alívio em razão da monotonia e enjoos frequentes. O momento de desembarque foi marcado por reencontros com velhos conhecidos, contando com o apoio de padres da igreja católica. Após abandonar o navio em Santos, a viagem para Holambra continuava pelo modal ferroviário da época, rumo à Campinas. Depois do desembarcar na cidade, o trajeto tinha continuidade por ônibus ou caminhões em uma estrada ainda não asfaltada (wijnen, 2012).

Em 1948, foi fundada a Cooperativa Agropecuária do Núcleo do Ribeirão, representando o grupo de imigrantes, presidido pelo Sr. Schwartzenau, posteriormente substituído pelo senhor Heymeijer. Em julho do mesmo ano, Geert Heymeijer junto dos dirigentes da nova Cooperativa, no pátio da Fazenda Ribeirão:

[...] foram para a fazenda com as pessoas da direção da nova Cooperativa e abriu as atividades de exploração, oficialmente no dia 14 de julho de 1948. Antes de fincar a primeira pá no chão, ele fez a seguinte oração: “Deus, abençoe o nosso trabalho”. Hoje, essa oração está inscrita no brasão do município Holambra - a área original das terras da Cooperativa com a pá fincada no centro dela também está relacionada àquele momento inicial de desbravamento da área onde hoje é Holambra”. (wijnen, 2012, p. 36).

Entretanto, não seria tão simples. Logo na entrada da antiga Fazenda Ribeirão, muitos dos recém-chegados sentiam-se desolados em razão da perda do conforto que existiam em suas casas na Holanda. Agora, teriam apenas acesso a simples estruturas para moradias disponíveis na fazenda. As casas eram de pau-a-pique e não tinham janelas de vidro, nem forro, energia elétrica, água encanada ou banheiro. Com o tempo, as condições das moradias foram se adaptando para melhor (wijnen, 2012).

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f.4

Retratação da pá no chão, símbolo representativo da cultura e da história do povo holambrense, presente no brasão e na bandeira de Holambra.

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f.5

Casas de pau-a-pique.

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f.6

Réplica de um modelo de casa sucessora às casas de pau-a-pique no Museu de Holambra.

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A Cooperativa Agropecuária Holambra obteve seu sucesso graças ao esforço dos primeiros imigrantes, adaptando as casas antigas de pau-a-pique para novas casas prontas para o uso quando as novas famílias de imigrantes chegassem (wijnen, 2012). Na Fazenda, existia uma casa sede que representava o início de Holambra e o começo da imigração holandesa, no qual este local se tornou o centro de vida social, cultural, econômico e religioso dos imigrantes. Havia, também, uma igreja, a casa do administrador da Fazenda e um alojamento para os imigrantes solteiros. Posteriormente, surgiram uma carpintaria, creche-escola, uma central de energia e outras construções de serviços vide o desenvolvimento da antiga sede (wijnen, 2012).

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f.7 Maquete construída por um grupo de holambrenses para representar a antiga casa sede da Fazenda Ribeirão.

O primeiro ano concentrou os esforços na construção civil, uma vez que as famílias precisavam de casas para se estabelecer e para suprir tais obras, havia uma fábrica de tijolos e uma serraria na cooperativa (hiller; salomão, 2007). Entretanto, com a chegada tardia dos insumos e sementes, a agricultura, de início, foi severamente prejudicada. Nos anos seguintes, a área de plantio aumentou em relação ao ano anterior, porém, a maior parte dessa extensão de terra era reservada à produção de alimento ao gado leiteiro. O clima foi um fator prejudicial até então, já que os imigrantes foram interceptados pelas chuvas abundantes, surgindo ervas daninhas responsáveis pela perda da produção de batatas e feijão (hiller; salomão, 2007).

Em conjunto a isto, a crise financeira também contribuiu para novas dificuldades à comunidade, vide o atraso nos empréstimos prometidos pelos órgãos governamentais, o alto custo na transportação dos imigrantes e ao fracasso na comercialização de reprodutores bovinos importados (hiller; salomão, 2007). Tendo em vista essas questões, o senhor Heymeijer solicitou ao Governo Holandês um apoio financeiro, a fim da conduta de novas direções à Cooperativa e na política de conduta dos novos imigrantes. Em defesa, Kees ressalta que:

As tensões geradas nos últimos anos pelos problemas financeiros na Cooperativa, principalmente entre a população mais antiga, motivados pelas crises sucessivas da economia do país, não podem ser fator que propicie a morte do espírito comunitário” (wijnen, 2012, p. 323).

Kees Wijnen ainda pontua “com o crescimento da população, tudo foi mudando, e as dificuldades chegaram junto com o progresso” (WIJNEN, 2012, p. 199). Observando tais fatos, pode-se perceber como as dificuldades tinham grande potência em impedir o avanço e progresso da Fazenda Ribeirão. Nesse sentido, a gestão da administração e a fé católica foram de grande importância para manter imigrantes e brasileiros em frente ao sucesso.

2.1.2 a formação do município

A fim de restabelecer a ordem e promover a reestruturação financeira, a KNBTB e o Governo Holandês, nomearam uma comissão de técnicos enviados ao Brasil para estudar e apontar soluções para viabilizar o processo de colonização. Desse modo, a vinda de novos imigrantes foi suspensa e estimulou-se uma produção mista, dando mínimo destaque à pecuária, além da substituição do senhor Heymeijer por Charles Hogenboom como Comissário da Fazenda Ribeirão em razão de sua experiência administrativa (hiller; salomão, 2007).

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Além da floricultura, a produção da agricultura era presente. Em razão da falta de recursos, o progresso da lavoura aconteceu devagar, em especial pelo pouco dinheiro restante, já que grande parte foi investido na modernização das estradas que conduziam aos sítios, construção das propriedades dos cooperados e os primeiros armazéns. Eram cultivados: mandioca, arroz, milho, algodão e frutas cítricas. A falta de experiência, infraestrutura e assistência técnica também impediu e muito a produção animal exigindo de muito tempo para tornar a terra produtiva (wijnen, 2012).

O gado holandês, por sua vez, seguindo os planos originais da produção leiteira como fonte de subsistência aos imigrantes, sofreu do déficit no setor de laticínios e da pouca adaptação ao gado nativo, ocasionando o declínio da atividade pecuária do leite (wijnen, 2012).

Nem só de trabalho viviam os cooperados na época. Na visão de Gérard Mertens, “holandeses e brasileiros colaboraram contando suas mais variadas experiências vividas na comunidade de Holambra” (mertens apud wijnen, 2012, p. 10). A dança folclórica, desde o início, fez parte das atividades culturais na comunidade. Ensaiadas ao som de flautas e acordeom, as danças contavam com apresentações além da região, porém, as danças aconteciam para manter a tradição viva, sem cunho turístico, apresentando-se como atividade cultural holandesa (wijnen, 2012). A vida social também se desenvolveu, indo além das festas de casamento e da tradicional festa de São Nicolau, o papai Noel dos holandeses, comemorada em dezembro. Tais momentos de integração vinham das conversas após as missas, nos encontros esporádicos e cantorias. Para os jovens, aconteciam atividades educativas e de lazer, em especial (wijnen, 2012).

Uma das principais razões para o Brasil ter sido escolhido como país para emigração estava ligada à religião católica, abundante no país na época do planejamento do projeto e da fundação de Holambra. O objetivo de conservar uma comunidade católica era essencial para a KNBTB. A formação da comunidade católica de Holambra relaciona-se diretamente com o trabalho das irmãs do Santo Sepulcro, responsáveis por organizar a hospedagem, cuidar dos doentes e necessitados, além das várias atividades culturais (wijnen, 2012).

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f.8 Tradicional festa holandesa de São Nicolau.

m.1

Localização do município de Holambra, no interior do Estado de São Paulo.

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O desenvolvimento da antiga fazenda também demandou como necessidade, criar condições para o ensino das crianças que haviam interrompido seus estudos na Holanda e pouco falavam o idioma português. A partir dos anos 50, novos professores a pedido do Estado começaram a ensinar a língua portuguesa nas escolas, alfabetizando em português (wijnen, 2012). A um parecido módulo de avanço, a assistência médica contava com enfermeiras e parteiras entre os imigrantes. Por meio de contatos com os padres da região, logo conseguiu-se um médico brasileiro que pudesse atender a população. Quando havia complicações, os pacientes eram encaminhados para Campinas (wijnen, 2012).

O nome Holambra dado à Cooperativa Agropecuária, foi ficando para a região ligada à comunidade de holandeses instalados na antiga fazenda Ribeirão, bem como a área da antiga fazenda e os produtos ali produzidos. O nome "Fazenda Ribeirão” perdeu sua força gradativamente porque, desde o início, a Cooperativa Holambra organizava a vida social de todo o grupo. Essa mudança ficou ainda mais clara com a formação do novo município, que também leva o nome Holambra (wijnen, 2012).

A crise financeira que ainda perdurava, foi superada pelo senhor Hogenboom, contando com os esforços pessoais de todos os pioneiros até falecer em 1971. Foi durante este período que a atividade produtiva se diversificou abrangendo a pecuária, citricultura, avicultura, suinocultura, cafeicultura, produção de grãos, horticultura e floricultura. Essas atividades continuam sendo o destaque do município ainda no presente, sendo que a floricultura se evidenciou de tal maneira, muito além do âmbito comercial, tornando-se parte da cultura da população holambrense (hiller; salomão, 2007).

m.2

Zona urbana do município de Holambra.

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f.9

O centro de Holambra com as empresas ligadas à Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Holambra (1997).

Com o desenvolvimento local, novos moradores passaram a residir em Holambra, em razão da grande oferta de emprego, trazendo consigo novos problemas sociais, como os furtos em consequência da falta de cercas, grades, muros e proteções, descaracterizando as residências, sinônimos de símbolo turístico e da qualidade de vida do município (wijnen, 2012). Dessa forma, as autoridades dos municípios aos quais pertencia Holambra, fez com que novos grupos políticos surgissem para representar a população. Como resolução aos problemas enfrentados, concluiu-se que a cidade deveria se emancipar politicamente com o intuito de unificar as forças e empreender corretamente no município (wijnen, 2012).

Então, em 27 de outubro de 1991, durante o Plebiscito, os eleitores com direito a voto venceram, expressando a vontade e o trabalho da Comissão. No mesmo ano, no dia 30 de dezembro, o governador Fleury sancionou a Lei nº 7.664VII, decretando a criação do novo município Holambra (wijnen, 2012). O primeiro prefeito eleito de Holambra foi Celso Capato, dono de uma farmácia local.

É dessa forma, então, que Holambra é formada: por uma história de muito trabalho, união, sucesso e os habitantes no município se orgulham disso também. A terra era inóspita, improdutiva e graças ao trabalho comunitário dos holandeses e brasileiros, foi possível dar vida a este território que mistura europeus e brasileiros sem importar-se com cor ou raça.

VII Esta Lei estabelece normas para a realização das eleições municipais de 15 de novembro de 1988 e dá outras providências.

38

m.3

Mapa de Holambra com destaque aos diversos bairros e os projetos de parques residenciais.

39

Uma criança num dos primeiros cultivos de gladíolos.

2.1.3 a capital das flores

Inicialmente, o projeto de colonização de Holambra não previa o cultivo de flores (hiller; salomão, 2007). Entretanto, alguns imigrantes trouxeram em suas bagagens bulbos de gladíolos da Holanda. Com a chegada de novos imigrantes no território, produtores com experiência e técnicas em plantio e cultivo foram responsáveis pela revitalização do cultivo de gladíolos de corte (wijnen, 2012). Logo, tal produção ganhou evidência no Brasil pela demanda do mercado de plantas e flores, permitindo um desenvolvimento ainda mais veloz. No ano de 1972, dentro da Cooperativa, foi criado o departamento de floricultura, identificando-se como fonte de inovação no processo de desenvolvimento holambrense (wijnen, 2012).

Após a produção dos gladíolos, deuse início ao cultivo de bulbos de amarílis e de lírios, assim como o cultivo de suas flores. Logo, começou-se a cultivar strelitzias, rosas e crisântemos, cravos e ásteres no campo (wijnen, 2012). Com a modernização da assistência técnica aos produtores e a expansão da floricultura, após a visita do senhor Herman de Boon e Cees Mosterd do VeilingVIII Westland holandês, um dos floricultores de Holambra, Henrique Reijers, sugeriu a instalação do sistema Veiling na Cooperativa, o qual foi oficialmente aberto em 1991 (wijnen, 2012).

Desse modo, as atividades na comercialização de flores diminuíram em razão da autonomia que se criou aos holambrenses e o faturamento com flores cresceu. Os recentes faturamentos com o novo sistema Veiling tornaram Holambra líder no mercado brasileiro de flores, graças, também, a sua produção que é bem mais intensiva do que a produção em outras regiões (wijnen, 2012).

40
f.10
VIII Leilão
de flores e plantas
41

f.11

O Veiling da Cooperativa Holambra e sua evolução como negócio na atualidade.

42

O papel como cidade das flores pedia a captação da atenção do público de maneira variada. Para tal, era de grande importância que os moradores deixassem seus jardins bem cuidados e bonitos. Fomentando a ação, a Prefeitura reduzia 50% do IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – para os proprietários de imóveis com fachadas típicas holandesas em suas áreas urbanas (wijnen, 2012). As condições de êxito e ampliação das possibilidades turísticas dependiam do reconhecimento de Holambra como polo turístico. Nesse sentido, com sua emancipação, o Estado de São Paulo reconheceu as qualidades da cidade, elevando-a como Estância Turística no ano de 1998, recebendo verbas especiais para desenvolver o município (wijnen, 2012).

A expansão no setor também foi responsável pela criação de novos eventos. Tendo em vista a dificuldade de identificar as preferências de cada região e os problemas encontrados nos produtos, decidiu-se investir em comunicação com o mercado para que houvesse uma troca de informações entre os floristas e, como primeira iniciativa em 1992, surgiu o Encontro Nacional de Floristas – Enflor. O evento foi responsável por ampliar o conhecimento da performance dos seus produtos em cada mercado, melhorando sua imagem no varejo (wijnen, 2012).

43
f.12
Enflor (2018).

f.13

Hortitec (2019).

Na página seguinte: f.14

Tradicional chuva de pétalas da Expoflora. f.15

O mascote Tulipo e Piet Schoenmaker na Expoflora.

Outro evento realizado é a exposição técnica de horticultura em Holambra – Hortitec – cujo objetivo era expor aos profissionais envolvidos no setor as novidades tecnológicas e tendências da horticultura, através de debates e palestras informativas, tornando-se a principal exposição do ramo em âmbito nacional (wijnen, 2012).

Por fim, o setor de flores holambrense desmembrou-se na Expoflora, a maior e mais marcante feira do gênero conhecida com grande destaque, principalmente turístico. Anualmente, a Expoflora recebe muitos visitantes, necessitando de uma área dedicada aos expositores envolvendo organizações públicas e privadas. No relato da senhora Zélia Castanho, socióloga em sua agência de comunicações no ano de 1986, descreve a Expoflora como “uma festa típica holandesa no interior do Brasil” (castanho apud wijnen, 2012, p. 289). Em 1981, a Cooperativa passou a liderar a exposição e esta recebeu maior destaque profissional, para em 1989, transformar-se numa verdadeira festa típica holandesa, mostrando ao público visitante a arte e a técnica dos arranjos florais e de paisagismo. Ademais, “pesquisas mostram que 80% das pessoas que conhecem Holambra atribuem esse conhecimento à Expoflora” (wijnen, 2012, p. 289).

44

Atividades de maior destaque na promoção de flores em 1997.

Atividade Lugar Visitantes Público Época Assunto

Hortitec Holambra 6.000 Produtores Junho Técnica de produção

Enflor Holambra 1.000 Floristas Agosto Arranjos florais

Expoflora Holambra 220.000 Consumidores Setembro Flores e plantas

Outras exposições Diversas regiões 600 Floristas Diversos meses Distribuição de flores

Logo, as diversas manifestações voltadas ao público, expondo as flores do município e o impulso ocasionado pelos novos materiais de plantio, contribuíram para que ficasse conhecida como a Cidade das Flores. A grande preocupação com a manutenção deste sucesso dos eventos é de que sempre remeta às suas origens para que não perca sua identidade original (wijnen, 2012).

2.1.4 morar e viver em holambra

Nas experiências de Ilda Thereza Martini de Barros, moradora da cidade:

A vida dos holandeses, seus usos e costumes, sempre nos interessaram. Admirávamos seus tamancos, que eram usados com a maior naturalidade, principalmente pelos homens. Adorávamos ver aquele senhor de terno preto e chapéu preto, que sempre tocava o sino da Igreja. As ruas de Holambra eram de terra, com flamboaiãs frondosos sombreando e colorindo suas bordas! Era tudo simples e lindo! (barros apud wijnen, 2012, p. 199).

Ilda ainda complementa “nós esperamos que nossos netos sintam o mesmo amor que os seus avós e seus pais sempre sentiram por esse pedaço de chão chamado Holambra” (wijnen, 2012, p. 199). Consoante a este relato, o padrão de vida no município deve ser considerado, já que se vive bem em Holambra (van der knaap, 2012). Logo, fica claro que além de querida, Holambra é uma cidade bem estruturada, capaz de atender seus vários cidadãos.

Conforme as estatísticas do Estado de São Paulo no IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social – que considera a riqueza, escolaridade e expectativa de vida, no ano de 2018, Holambra pertencia ao grupo de municípios com o mais alto padrão de vida, posição já observada no ano de 2010 e 2014, superando a região administrada por Campinas. Para Annemarie, historiadora local:

46
tabela 2

“No que se refere ao aspecto econômico-financeiro, Holambra é caracterizada pelo estado de São Paulo como um município de perfil agropecuário de grande importância.” A indústria turística é próxima ao setor agrícola enquanto o setor de serviços se relaciona fortemente com ambas as atividades econômicas (van der knaap, 2012, p. 363).

Exemplos da integração de águas e árvores nos espaços públicos e ruas em Holambra: f.16

Praça dos Crisântemos, em Holambra. f.17

Praça das Rosas, em Holambra.

A seguir, serão expostos estatísticas e estimativas a respeito do panorama do município de Holambra, considerando o último censo realizado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – para fins de comparações às demais cidades da região e constatação do padrão de vida holambrense. Será apresentado uma visão e análise geral do IBGE sobre a população, educação, economia, saúde e o território local. Nos mapas, o tom magenta representa a cidade de Holambra.

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Em primeiro lugar, a população de Holambra tem um crescimento estimado, considerando o censo de 2020, com cerca de 15 mil habitantes, número este que comprova um aumento, tendo em vista 2010, onde o município contava com cerca de 11 mil habitantes. O mapa abaixo ilustra o critério das cidades mais populosas no Estado de São Paulo. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava a posição 339º de 645. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 2715º de 5570.

Na composição atual da população, considerando a faixa etária do povo holambrense, percebe-se um número significativo em idade mais jovem, até mesmo quando comparado a outras cidades do estado de São Paulo e da RMC – Região Metropolitana de Campinas. Vê se um número expressivo na pirâmide etária de 2010, evidenciando a faixa etária entre 30 a 34 anos, seguido de 35 a 39 anos e 25 a 29 anos com quantidades muito próximas.

Ao considerarmos a religião predominante no município, constatase que a religião Católica Apostólica Romana representa 8.400 pessoas, enquanto a Evangélica representa 1.969 pessoas, e, por fim, o espiritismo conta com cerca de 233 pessoas. Com este dado, pode-se perceber que o desejo inicial da KNBTB de manutenção da fé católica entre os moradores da cidade permaneceu, mesmo após muito tempo.

48
m.4
População no último censo [2010].

Tratando-se de educação, a taxa de escolarização no município de Holambra, considerando a faixa de 6 a 14 anos de idade, equivale a 98,8%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 138º de 645. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 834º de 5570 (ibge, 2018).

f.18

Torre da Paróquia Divino Espírito Santo, na Alameda Maurício de Nassau, em Holambra.

f.19

Muro da Escola secundária Estadual Ibrantina Cardoso, em Holambra.

Como fator tão relevante, a economia no município é boa. O PIB per capita em Holambra equivale a R$ 66.537,66 no ano de 2018. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 38º de 645. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 197º de 5570 (ibge, 2018). O mapa abaixo, ilustra tais pontuações:

49

m.5

PIB per capita no Estado de São Paulo [2018].

Na página seguinte: F.20, F.21

Domicílios pertencentes a moradores na cidade de Holambra.

Abordando o aspecto do setor de saúde na cidade, a taxa de mortalidade infantil média é de 4.67 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 0.2 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 1º de 645 e 386º de 645, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 1º de 5570 e 4284º de 5570, respectivamente.

O território e ambiente do município de Holambra apresenta 74.2% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 90.8% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 31% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequadaIX. Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 526º de 645, 396º de 645 e 225º de 645, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 1194º de 5570, 1422º de 5570 e 1168º de 5570, respectivamente.

IX Segundo o IBGE, considera-se como urbanização devidamente adequada, quando há presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio (ibge, 2018).

50

Para fins de complementação aos dados expostos, o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – da cidade de Holambra é de 0,793 em acordo ao último censo (2010). Constata-se que o município possui uma qualidade de vida superior, onde é possível observar um bom padrão nos serviços disponibilizados aos seus civis, contando ainda com estimativas futuras promissoras.

2.1.5

a construção do turismo local

Após a emancipação, o município de Holambra alcançou destaque no setor turístico, concentrando medidas públicas internas e verbas externas, em razão de seu título como Estância Turística e da boa convivência local ao longo dos anos, como já apresentado anteriormente. Somente com esta preocupação interna, num primeiro momento, cuidando de seus moradores, foi possível oferecer valiosas experiências turísticas no município, em concordância com o pensamento de Kees, “é preciso que a população de Holambra se sinta bem em seu meio para que depois possa pensar nos turistas e visitantes” (wijnen, 2012, p. 323).

52

f.22

Ao adentrar a cidade, é notável o padrão arquitetônico neerlandês nas fachadas inspirado em Zaanse Schans, bairro em Zaandam nos Países Baixos e em outras cidades como Amsterdã, Utrecht e Haarlem, representando o renascimento holandês dos séculos XV e XVI (mello; braga, 2017). Além de marcante, é um estímulo dado pela Prefeitura local às casas e prédios com tais características, ao conceder descontos no IPTU (van der knaap, 2012). A cultura holandesa também está presente na cidade desde a gastronomia local, artesanatos, atrativos turísticos, na paisagem urbanística e, principalmente, nos eventos comemorativos que completam o calendário da cidade (mello; braga, 2017).

A exemplo do turismo local como potência, vê-se a Expoflora, que mesmo com o passar do tempo, permanece como maior atração turística do município, tornando Holambra um destino expressivo quando se diz respeito a cultura holandesa, bem como o setor de flores e plantas ornamentais no Brasil. Annemarie completa “a Expoflora, originalmente uma exposição técnica de flores, tornou-se um dos maiores eventos turísticos do Brasil, contribuindo fortemente para a popularização das flores no Brasil e do nome de Holambra como Cidade das Flores” (van der knaap, 2012, p. 375).

f.23

Top Centrum,

53
Zaanse Schans, Holanda. Holambra. Exemplos dos detalhes arquitetônicos:

No estilo neerlandês, durante quatro finais de semana no mês de setembro, o evento atrai cerca de 300 mil visitantes que são contemplados por toda tradição, arquitetura, iguarias, música e dança folclórica, além da exposição de flores (van der knaap, 2012). Um contraponto, na ótica de Annemarie é que o evento tem se apresentando mais comercialmente, gastando-se menos com elementos neerlandeses, em especial nas danças folclóricas, o que contribui para a perda da originalidade da festa (van der knaap, 2012). Seguindo esta mesma ótica, na visão de Kees “a manutenção do pensamento holandês deverá ser bem mais importante para a jovem geração no Brasil por causa da globalização” (wijnen, 2012, p. 341).

Em razão do desenvolvimento do turismo em Holambra, bem como seu potencial expansivo aliado ao trabalho entre Prefeitura e demais organizações, espera-se que o setor continue a crescer. Isto fica claro ao observar o número de visitantes dos eventos e feiras de negócios, além do grande portal e o moinho que confere ao município cerca de 400 mil pessoas visitando Holambra a cada ano (van der knaap, 2012).

Todavia, tratando de sua história, Holambra se vê resumida apenas em poucos registros, dentre os quais, alguns bibliográficos e outros fotográficos, contidos em seu museu. Enquanto isto, muitas das construções edificadas no período da Cooperativa Holambra não foram preservadas, como a “igreja velha”, a “antiga Escola São Paulo” e a “paineira velha” (mello; braga, 2017). Neste raciocínio, Mello e Braga (2017, p. 67) ressaltam:

54
f.24
Artesanatos de cerâmica de Delft em Holambra.

Desta forma, percebe-se que a história da colônia de Holambra, está se perdendo em meio a um cenário voltado ao “típico” holandês que se vê como patrimônio na Holanda atualmente nas grandes e médias cidades. O turismo de características pós-modernas, líquido e espetacular está priorizando uma cultura do nãolugar em que basta ser belo para existir.

Mello e Braga (2017, p. 86 – 87) ainda completam suas pontuações:

O que se observa na atual Estância Turística de Holambra é uma cenarização da paisagem urbana que trata de representar o que está presente no imaginário social da sociedade brasileira sobre o que é holandês, ou seja, aplica-se no território, de forma visual, o conteúdo da cultura holandesa baseada no estereótipo. Este cenário, agrada aos turistas, “mantém” viva a relação entre os dois países e identifica a cidade como este “pedacinho da Holanda no Brasil”.

Diante disso, considerando a identidade espacial da cidade de Holambra, de grande relevância para o fortalecimento do turismo, os signos representados em sua estética devem implantar uma materialidade que se comunica fielmente com o lugar. Assim, é possível criar valor e destaque ao patrimônio histórico local, bem como aos patrimônios imateriais, a fim de levá-los às gerações futuras. Entretanto, este é um fator que não se tem trabalhado como promoção turística.

55

A falta deste cuidado também desvaloriza a língua neerlandesa e os dialetos entre os holandeses e seus descendentes presentes em Holambra, oriundos de um hibridismo cultural e de uma adaptação social, pontos responsáveis por formar e transformar a cidade (mello; braga, 2017). Preservar os costumes, hábitos e tradições da Holambra colonial deve ir além de histórias contadas e das dependências de seu museu, mas acontecer por meio de seus edifícios, fotografias, objetos e de ações futuras, como projetos e novas políticas públicas mais abrangentes (mello; braga, 2017).

A fim de promover um destino turístico sustentado por sua história, pode-se evitar que novos atrativos artificiais, isto é, em discordância ao que a cidade realmente é, sejam construídos. Resgatar e respeitar o passado local, aliado ao turismo com bases de valor, representa uma conexão mais próxima da cultura, em razão de sua história.

Para tanto, essa visão é complementada por Mello e Braga (2017, p. 88):

Holambra, no interior de São Paulo, vive o ápice de seu turismo, infelizmente este turismo tem apresentado um viés artificializado e voltado para a espetacularização de sua paisagem e mais do que isso, negado seu interesse em preservar sua história e seus patrimônios materiais e imateriais. A Holambra antiga, anterior à urbanização, detentora de história e autenticidade sofre com as ações características de governos municipais preocupados em somente embelezar, fantasiar sua paisagem turística.

Considerando as afirmações apresentadas até então, fica evidente a necessidade de propor meios para resgatar e evidenciar os bens culturais e históricos de Holambra, em especial, como cidade e, também, como destino turístico. É de grande importância, aprofundar a qualidade da experiência de moradia e de visitação local, driblando suas interpretações não condizentes com os valores do município e fugir de sua tematização estética. Nesse sentido, observa-se a oportunidade na utilização do design como ferramenta estratégica de comunicação, compondo uma das ações que podem ser aplicadas a fim de suprir esta necessidade.

2.1.5.1 os roteiros turísticos

Analisar os principais e mais importantes atrativos que se encontram na cidade de Holambra exige, também, considerar como o município comunica suas rotas turísticas e como os interagentes tomam conhecimento destes locais. Portanto, tendo em vista que a cidade possui vários outros pontos, como lagoas, campos de flores e grandes eventos, levou-se em consideração o

56

F.25, F.26

A união entre a culinária típica holandesa e o contato com a natureza são importantes elementos nos roteiros turísticos locais.

site da Prefeitura de Holambra para selecionar as localidades de caráter mais envolvente e sua base histórica.

Para tanto, a fim de organizar e auxiliar este setor, criado como órgão consultivo para o turismo local, a COMTUR conta com representantes da área de turismo, tais como hotéis, restaurantes, bares e cafés, instituições culturais (museu) e varejo (artesanato, flores e pequenas agências de turismo). Com este trabalho coletivo, criou-se dois roteiros diferentes: o passeio turístico e o gastronômico.

Na visão de Annemarie, o turismo em Holambra se fortalece por sua cultura neerlandesa, as flores e as plantas, carregando o lema “um pedacinho da Holanda no Brasil” (van der knaap, 2012). Para tanto, seguindo essa lógica, também foram criados guias impressos em fôlder para orientação na hospedagem e compras, catálogos bilíngues, mapas e divulgações de eventos, a fim de organizar tantas atrações.

F.27

Mapa Turístico de Holambra (2014).

57

F.28 Revista Turística (2014).

F.29 Guia Turístico (2014).

58

Como grandes atrações turísticas principais, além da Expoflora, devemse mencionar o Grande Portal de Holambra, inaugurado em 2004. Acessível na rota de entrada da cidade, o portal dá acesso ao centro de Holambra e segue as características das construções típicas holandesas, como tijolo à vista, telhado inclinado, janelas grandes, entre outras (portal de holambra, online).

O Moinho de Vento Povos Unidos, por sua vez, teve inauguração em 2008, sendo uma réplica fiel de um moinho de vento tradicional neerlandês e considerado o maior da América Latina (van der knaap, 2012). O moinho de Holambra tem 38,5 metros de altura e funciona pela força dos ventos, moendo grãos. Foi construído sob orientação do arquiteto holandês Jan Heijdra, que já construiu e reformou aproximadamente 400 moinhos. O local ainda conta com informações turísticas por meio do atendimento no Serviço de Apoio ao Turista (portal de holambra, online).

59
F.30
Grande Portal de Holambra, na entrada da cidade. F.31 Moinho de Vento Povos Unidos.

Outro ponto atrativo é o museu da cidade. Ali, é possível observar fotografias antigas tiradas desde 1948 durante o processo de imigração e formação da antiga colônia, indo até a formação da cidade de Holambra. Lá, além das diversas imagens, o museu conta com réplicas das antigas moradias, lar dos imigrantes, retratando os hábitos e a mobília da época, além de malas de viagens, implementos, maquinários agrícolas e objetos domésticos. O museu também conta com um guia especializado para contar mais a respeito de Holanda, suas flores e tamancos, inclusive, é possível calçar um dos tamancos disponíveis para complementar a experiência. Durante a Expoflora, o museu é aberto e acessível a quem possui o ingresso deste evento.

61
f.32
Exemplos de artefatos do museu:
Museu de Holambra.

Exemplos do interior da confeitaria: f.33

A confeitaria Zoet en Zout.

Além do museu, Holambra detém lagos bem localizados, seu bairro residencial no viver típico neerlandês, sem muros, no centro antigo da cidade. Aos arredores, também é possível visitar campos de flores e estufas, muito requisitado pelos visitantes nas agências de turismo, além de fazer passeios a cavalo e conhecer a destilaria, o Rancho da Cachaça e outros restaurantes muito famosos, como a Martin Holandesa, o The Old Dutch e o Zoet en Zout, representando um forte vínculo com a cultura neerlandesa.

62

tabela 3

Comparação da nacionalidade dos antigos habitantes de Holambra.

2.1.6 entre o caráter misto Brasil - Holanda

Com os efeitos da integração, Holambra expandiu-se com suas características neerlandesas em território brasileiro. Além dessa expansão, as diferenças culturais foram reduzidas com o tempo, assim como a melhoria na comunicação entre brasileiros e holandeses, que antes era dificultada pelos diferentes idiomas.

O passar do tempo trouxe novas atividades que determinavam a imagem da cidade de Holambra. A primeira delas foi o cultivo de flores de corte, que logo centralizou o comércio brasileiro no município, também pela chegada das empresas de matéria-prima que otimizaram a tecnologia de produção de flores e plantas graças ao Veiling, importante difusor de mudanças neste setor (wijnen, 2012). A emancipação política também impulsionou o turismo na cidade, tornando-a muito movimentada com os visitantes da Expoflora e em outras ocasiões durante todo o ano, sendo necessário o embelezamento do centro da cidade que logo a área residencial passou a também ter interesse por parte dos brasileiros e holandeses em residir no município (wijnen, 2012).

Em razão destas expansões, abaixo, encontram-se as tabelas 3 e 4, e o gráfico 1, ilustrando a proporção dos habitantes holandeses em relação aos habitantes brasileiros, em consequência da crescente procura de residência na cidade:

Ano Brasileiros Holandeses Total 1950 50 650 700 1975 1.800 1.000 2.800 1988 3.300 1.200 4.500 1998 8.500 1.500 10.000

63

Fica claro, então, que a maneira de viver e os costumes tornaram-se cada vez mais brasileiros, mas, para Kees “a Holambra precisa continuar sendo a base que possibilita o desenvolvimento de ideias específicas vindas da Holanda” (wijnen, 2012, P. 341). Tal associação vivida hoje levantam questões sobre seus efeitos, já que o desenvolvimento econômico dos produtos, o turismo, no qual vários aspectos desempenham papel importante estão ligados às características holandesas, como o estilo Zaanse Schans no centro holambrense e os trajes e danças típicas nos eventos (wijnen, 2012). O mesmo ocorreu com o desenvolvimento da floricultura, que aconteceu apenas com a consulta do conhecimento técnico holandês e as experiências vividas lá (wijnen, 2012).

Gérard Mertens ressalta que:

Para realizar essa função de ponto de ligação com a Holanda, é necessário que o caráter misto Brasil-Holanda seja conservado e ampliado em Holambra. Somente com o contato permanente com a Holanda é que a base para troca de ideias e concepções do país de origem pode ser alimentada (mertens apud wijnen, 2012, p. 10).

Isso evidencia a importância da continuidade de uma ligação com a Holanda, conforme o pensamento de Kees “é muito importante uma permanente colaboração entre a população brasileira local e aqueles de origem holandesa” (wijnen, 2012, p. 323). Para o contínuo desenvolvimento das relações entre os dois países e Holambra e para a manutenção das ideias assentadas nas raízes do município, é de grande peso valorizar os esforços dos pioneiros para a contínua expansão do município, já que existem alguns exemplos de um passado recente e permanente como “[...] o Zeskamp, a introdução da floricultura, o Veiling e o Trekker Trek (WIJNEN, 2012, p. 341).

64 gráfico 1
Crescimento da população em Holambra 1998 – 2012 (absoluto).

f.34

A tecnologia além das flores presente na floricultura holambrense.

f.35

Trekker Trek, a famosa competição de tratores.

Logo, o desprendimento das bases formadoras do município decorrente do surgimento de novos brasileiros no território configura um processo natural da perda de parte da tradição neerlandesa (van der knaap, 2012). É necessário, então, entender até que ponto Holambra pode ser considerada uma cidade de caráter holandês e quais elementos e atividades ainda podem ser reconhecidos e como novas atividades podem ser inseridas e enquadradas na cultura brasileira (van der knaap, 2012).

As atividades festivas de cunho neerlandês como São Nicolau, Caça aos Ovos de Páscoa, Conselho dos Onze, Zeskamp, Trekker Trek, danças folclóricas, Vrouwengilde, Ons Genoegen e a Festa da Colheita, além da biblioteca e do museu, são exemplos que ainda contemplam a cidade (van der knaap, 2012). Ademais, algumas tradições oriundas dos Países Baixos, como o Mercado de Pulgas, o Mercado de Brinquedos Usados, o Dia da Rainha e o Presépio Vivo são exemplos de atividades introduzidas na cultura holambrense (van der knaap, 2012).

Permanecem, também, as estruturas organizacionais, como o setor do voluntariado, responsável por promover o trabalho em equipe, fruto do desejo de cooperar, conceito forte em Holambra, além da participação no poder de decisão em uma instituição de saúde, e dos pais em uma escola (van der knaap, 2012).

A relação entre os dois países é notável na construção dos edifícios, ou nas ciclovias, a falta de alguns muros no centro de Holambra, bem como as calçadas com suas estampas de tamancos, tulipas e moinhos e os decorados jardins, enquanto nos restaurantes, há pratos típicos como o stamppot (purê de batatas), appelmoes (purê de maçã) e croquetes. Além disso, considerando as relações comerciais ainda existentes, na visão de Annemarie, é de se destacar a relevância na preservação do neerlandês, mesmo com sua baixa procura (van der knaap, 2012). Em seu pensamento, manter a ligação com a cultura holandesa é imprescindível o domínio do idioma natal, de modo que o contrário distanciará cada vez mais desta aproximação.

f.36 As
tradicionais danças folclóricas holandesas.
f.37 Tradicional
festa de São Nicolau, o papai Noel dos holandeses.

f.38

Por fim, Annemarie conclui que cabe somente aos holambrenses estarem cientes e refletir sobre quanto tempo as características neerlandesas poderão perdurar e o objetivo da cidade (van der knaap, 2012). O legado dos imigrantes mantém vivo tais elementos, todavia a mistura crescente com brasileiros empobrece, naturalmente, essas características especiais que definem o caráter do município de Holambra e o destaca como único entre as demais regiões. A historiadora conclui seu pensar afirmando que apenas com a manutenção deste vínculo com a cultura neerlandesa, Holambra continuará como holofote onde as culturas brasileira e neerlandesa se encontram (van der knaap, 2012).

Considerando o pensamento de Kees Wijnen, Gérard Mertens e Annemarie van der Knaap, personalidades envolvidas direta ou indiretamente com a construção e formação do município de Holambra, percebe-se uma linha clara de raciocínio onde a manutenção do vínculo com Holanda é vital e, ao mesmo tempo, identificando um contínuo rompimento com as raízes formadoras da

Detalhe dos desenhos em ladrilhos nas calçadas de Holambra.

cidade e que, como consequência, descaracteriza o local e toda sua história. Como afirmado por Annemarie, somente os moradores podem definir o futuro de Holambra e, para isso, será necessário desenvolver, coletar e analisar a conclusão do pensar dos moradores e turistas holambrenses de hoje, por meio de uma pesquisa quantitativa para o público geral e outra qualitativa, direcionada ao Departamento de Turismo e Cultura de Holambra e a COMTUR.

2.2 definindo design e seus significados

A segunda etapa desta pesquisa pontuará importantes termos pertencentes ao design de marcas, como ferramenta e pensar, aplicado às necessidades de caso discorridas anteriormente. Termos estes que serão utilizados no desenvolvimento deste projeto, assim como na abordagem metodológica escolhida e que estão atribuídas no universo de outros projetos de marcas de cidades e seus sistemas de identidade visual. Num primeiro momento, pretende-se explorar brevemente o significado da palavra design, temática geral desta pesquisa.

Como atividade prática e criativa, o design tem a finalidade de estabelecer as qualidades múltiplas de pessoas, objetos, processos, serviços e sistemas, atuando sobre um ciclo de vida. O valor desta palavra concentra-se no fator humano, utilizando-se de tecnologias, interceptando o universo econômico e cultural. Portanto, coerente com a própria complexidade da palavra, o design é ferramenta e pensar contemporâneo, precisando inovar, ser utilizável por quem quer que o necessite. Não só, mas também precisa ser estético, compreensível, honesto e com suas funcionalidades atemporais, na busca pelo detalhe e na sustentabilidade como essência primordial (vistoe, 2021).

2.2.1

identidade de marca e o branding

Para esclarecer a exclusividade e as diferenças entre marca e identidade de marca e o que é necessário para seu desenvolvimento, deve-se considerar os procedimentos básicos com que se desenvolve um projeto de mesma temática.

As marcas surgem quando se estabelece uma ligação emocional com seus clientes, tornando-se insubstituível, criando um relacionamento, destacando-se em meio a infinitas opções. A marca alcança seu status máximo quando as pessoas se apaixonam, confiam e acreditam em seu poder, e seu sucesso é definido por sua percepção vista de fora, independentemente de seu objetivo. Na visão de Luc Speisser, diretor administrativo da Landor “grandes marcas são como amigos: você encontra um número enorme deles todos os dias, mas só lembra dos que ama” (speisser apud wheeler, 2019, p. 4).

68

tabela 4

Três funções principais das marcas.

Michelle Bonterre, diretora de marca da Dale Carnegie, define que “a marca é mais do que um logotipo ou uma taglineX , é um empreendimento estratégico” (bonterre apud wheeler, 2019, p. 34). Logo, para alcançar a essência da identidade de uma marca, leva-se em consideração alguns critérios como seu fator memorável, seu reconhecimento imediato, a imagem que comunica a sua persona, juridicamente protegida e de valor duradouro, além do sucesso multiplataforma, tornando-a atemporal.

Conforme afirmado por Wheeler (2019, p. 2), “as marcas têm três funções principais: navegação, segurança e envolvimento”. Com base nesse argumento, a tabela abaixo explana estas funções:

Navegação Segurança

Como as marcas auxiliam os consumidores a definir uma opção em meio a tantas outras.

A comunicação das marcas para esclarecer a qualidade do produto, dando confiança ao cliente.

Envolvimento

Como os clientes se identificam com as marcas por meio das imagens, linguagens e estímulos.

Além de suas funções base, compõem o DNA de uma marca elementos que são pontuados por Wheeler (2019, p. 109) tidos como fundamentais:

X Frase curta com o significado de um slogan, um mantra, afirmando o princípio de conduta de uma empresa, sua personalidade e seu posicionamento ajudando a criar interesse. Caracterizam a tagline, conforme Wheeler (2019, p. 29) “ser curta, diferente, única, capta a essência da marca, é fácil de dizer e lembrar, sem conotações negativas, apresentada em tipografia pequena, pode ser protegida e registrada, evoca emoção e é difícil de ser criada”.

69
1. Propósito fundamental; 2. Visão; 3. Valores; 4. Personalidade; 5. Capacidades e recursos; 6. Competências essenciais; 7. Concorrência; 8.
9.
10.
11.
12.
13.
Público-alvo;
Necessidades e objeções;
Essência de marca;
Proposta de valor;
Pontos de prova;
Resultado desejado;

Para atingir todos os encontros envolvendo os clientes, funcionários, stakeholdersXI, concorrentes, reguladores, fornecedores, legisladores, jornalistas e o público, com o posicionamento de uma marca, faz-se cabível definir os pilares que ela deverá assumir. Wheeler (2019, p. 141) categoriza os pilares em 4 pontos: propósito (motivações); diferença (exclusividade); valor (as necessidades do cliente); e execução (reforço de posição, benefícios e experiência positiva);

Neste mesmo raciocínio, cada marca possui seu ideal, composto por sua visão (fundamento e inspiração), seu significado (conjunto de valores), a autenticidade (diferença competitiva), coerência (manifesta o efeito desejado), sua diferenciação (competição de mercado), sua flexibilidade (apta a mudanças e crescimento), sua longevidade (se mantém no caminho certo constantemente), seu comprometimento (gestão de patrimônio), e, por fim, seu valor (reconhecimento, qualidade e exclusividade) (wheeler, 2019).

Seguindo este raciocínio a respeito das marcas e sua composição visual, como símbolo, entende-se a redução de uma ideia complexa à uma essência visual. Para isso, é de valor entender o significado por trás de atributos, acrônimos, histórias, forma e contra forma, abstrações, pictogramas, monogramas, tempo, espaço, luz, movimento, perspectiva, realidade, fantasia assim como retas, curvas, ângulos, intersecções e todos os padrões coerentes com a cultura de marca (wheeler, 2019). Peón (2001, p. 28), autora do livro “Sistemas de identidade visual”, ainda complementa “símbolo é um sinal gráfico que substitui o registro do nome da instituição”.

Marcas fortes compreendem as conotações e complexidades das diferenças culturais e são reconhecidas facilmente por meio de frequência e presença (wheeler, 2019). Nesse sentido, podem compor a marca um símbolo, seu nome, uma tagline, que, quando combinados, tornam-se um logotipo. Na visão de Milton Glaser, designer gráfico responsável pela campanha “I Love NY”, “o logo é o ponto de entrada da marca” (glaser apud wheeler, 2019, p. 38) e, segundo Wheeler (2019, p. 150):

XI Termo que define as características, comportamentos, necessidades e percepções do conjunto de públicos com que a marca se relaciona.

70

logotipo marca visual

símbolo f.39

Lançado em 8 de novembro de 2019, o logotipo dos Países Baixos é caracterizado por dois símbolos: NL e uma tulipa laranja estilizada.

Logotipo é uma palavra em uma determinada fonte tipográfica normal, modificada ou redesenhada. Quando é independente, é nomeada como marca com palavras (word mark). Quando é justaposto com um símbolo é nomeado como assinatura visual (horizontais, verticais, com e sem tagline). Os logotipos de qualidade apresentam em comum sua exploração tipográfica visando a legibilidade nas proporções das mídias ao considerar desempenhos visuais e a mensagem que a própria tipografia comunica.

A identidade da marca, por sua vez, é tangível e faz um apelo aos sentidos enquanto as vemos, tocamos, agarramos e a ouvimos. Sua identidade permite ser reconhecida ao ampliar as diferenças entre as concorrentes, aproximando ideias e significados através de coerência (wheeler, 2019). Caracteriza-se como uma ferramenta estratégica que aproveita as oportunidades para construir consciência e aumentar o reconhecimento, comunicando e expressando as diferenças competitivas ao aderir padrões uniformes, ganhando em qualidade e exclusividade (wheeler, 2019). O conjunto de sinais, símbolos, códigos, cores, tipografias, ilustrações e fotografias combinados formam parte de uma identidade visual, que por sua vez, seguem uma ideia em linhas gerais definida como conceito (wheeler, 2019).

Ademais, a marca como gestão conhecida como branding, consiste em um disciplinado processo responsável por desenvolver a diferenciação com consciência, atraindo novos clientes, trabalhando em sua fidelização para alcançar sua insubstituição frente outras tantas marcas, atendo-se aos elementos mais básicos e aproveitando as oportunidades frente às mudanças constantes (wheeler, 2019).

A gestão de marcas pode assumir variantes. É estabelecido por Wheeler (2019) o “cobranding”, gestão de marcas digital, pessoal, marcas de causas e marca de país” (p. 6). Dessa forma, a gestão de uma marca pode assumir esforços para estabelecer parcerias com outras marcas, impulsionar o comércio pela internet, construir uma reputação pessoal, alinhar o propósito com causas e responsabilidades sociais e até mesmo atrair turistas e empresas para uma região.

Em qualquer lugar, uma imagem e um nome de fácil reconhecimento, ao mesmo tempo diferenciada e profissional, posiciona uma marca num caminho que ajuda a gerenciar a percepção ao transmitir, de maneira fácil, o respeito e os

71

benefícios ao seu cliente. Neste parâmetro, é possível atingir diferentes públicos e culturas para criar a consciência e o entendimento de um produto ou serviço, deixando evidente seus pontos fortes e comunicando sua proposta de valor.

2.2.2 percepção, imagem e marcas de cidade

Todos nós como seres humanos guardamos lembranças, sensações ou imagens dos locais que visitamos, criando uma espécie de relacionamento. Nesse sentido, ao considerarmos tais vínculos emocionais com estes lugares, certamente guardamos momentos marcantes, e possivelmente, a forma de um fragmento físico existente. Como pessoas diferentes, percebemos o espaço de várias maneiras e construímos imagens únicas e memoráveis. Para Eduardo Yázigi, autor do livro “A alma do lugar: turismo, planejamento e cotidiano em litorais e montanhas” (2001), a personalidade do lugar é constituída pelo conjunto de símbolos e elementos identificantes, tais como a história local, o estilo arquitetônico e urbanístico, as relações humanas com o meio ao qual pertencem, as lendas e folclores, as canções e os dialetos linguísticos. O autor complementa a afirmação anterior acrescentando, por fim, que “todos os diferenciais do próprio meio ambiente (relevo, hidrografia, fauna, flora, clima)” (yázigi, 2001, p. 45).

Como consequência de uma cidade marcada por sua personalidade, podemos lembrar-se dela com maior facilidade, ativando nosso imaginário e percepção, impactando na construção da imagem de tal lugar e consequentemente na sua valorização, segundo a metodologia de Simon Anholt (2007), estrategista e consultor.

Sob um olhar clínico, a metodologia concebida por Anholt traz ferramentas capazes de avaliar a opinião mundial de países entre si. Utilizando-se de seis conceitos, o Nation Branding Index, faz análises das quais Anholt (2007, p. 49) acredita serem fundamentais para sustentar a imagem formada pelas cidades. Sendo eles: presença (questões locais, importância e percepção), lugar (geografia, arquitetura e aclimatação), pré-requisitos (infraestrutura, qualidade de vida e fatores únicos do local), pulsação (vida cultural e estilo único da cidade), pessoas (hospitalidade e diversidade cultural e étnica) e potencial (capacidade de novos negócios). Estes seis conceitos pontuados por Anholt (2007), tornam possíveis de se construir uma resposta facilitadora no caminhar da construção de um conceito durante a tarefa de criação da identidade de marca da cidade.

Considerando ainda a formação de imagens a partir de nossas lembranças, podemos conectar este fato com acontecimentos que podem marcar territórios e fortalecer seu branding. Um exemplo claro de associação, utilizado por Marco Aurélio, Mestre em Arquitetura e Urbanismo e profissional

72

f.40

de identidade corporativa e gestão de marcas (2014, p. 45) é o slogan “I Love NY'', criado pelo designer Milton Glaser para promover o turismo num momento crítico do estado. Com uma mensagem simples, direta e afetiva, a marca passou a ser utilizada em suvenires e materiais de apoio ao turismo, transformandose em uma forte imagem de marca, indo de camisetas a postais, o que permitiu uma enorme visibilidade e reconhecimento ao redor do mundo.

Um outro exemplo diz respeito às marcas de cidade que trazem como recurso gráfico a representação da imagem de seus monumentos, suas características geográficas ou até mesmo fatores intangíveis. Para o autor do livro ‘A imagem da cidade’ Kevin Lynch (1999) este elemento dominante pode potencializar a memorização da identidade territorial mesmo que algum fator seja capaz de apagar esta lembrança. Na visão de Lynch, este elemento ainda tem o papel de extrair da estrutura local um símbolo identificante, destacando sua visibilidade e tornando-a mais clara na construção visual da cidade. Logo, é uma possível oportunidade, representar iconicamente as edificações da cidade em questão, podendo ser utilizada como estratégia de branding para marcar e posicionar uma região pelos seus moradores e formar imagens para os potenciais turistas e outras atividades que criam valor para a cidade.

Partindo destas afirmações, é imprescindível o levantamento de questões realizando uma pesquisa de campo com pessoas, instituições e órgãos culturais, para então, criar uma análise visual da cidade em foco. Joan Costa (2008) afirma que a mercantilização da marca, seja em produtos ou serviços, e para as cidades, faz com que as pessoas não comprem a marca, mas sim a sua imagem, ao passo que cada um se vê nela, como um reflexo.

Lynch (1999), ainda destaca três palavras-chave para a formação do conceito de imagem territorial, que são: identidade, estrutura e significado Para ele, uma imagem viável demanda ser identificada por um objeto distinto de qualquer outra coisa. Depois, precisa de uma imagem que inclua a relação espacial do objeto com seu observador e, por fim, esse objeto precisa deter um significado para o observador, seja ele prático ou emocional.

Entretanto, tratando-se do branding para cidades, a percepção da sua imagem acontece de um jeito diferente quando se comparado ao branding corporativo. Por não ser uma organização, suas interações são compostas por relações complexas, fazendo com que a percepção de sua marca seja

73
Marca I Love NY, criação de Milton Glaser em 1975.

múltipla, trazendo mais do que um único ponto de vista sobre a cidade. Logo, a criação de uma marca de cidade enfatiza sua originalidade como local, suas potências e seu fator diferenciador, quando comparado a outras cidades. Na visão de Marcos Aurélio:

Enquanto a criação de algumas marcas para corporações revela sua vocação e valores determinados, geralmente a partir de poucos indivíduos ou, até mesmo, de um único dirigente, as marcas de cidade possuem peculiaridades distintas, pois são produtos de várias histórias de vida e culturas interconectadas, ganhando ou perdendo novos atributos na sua representação e entendimento, com o passar de sua própria existência (castanha junior, 2014, p. 122).

Tratando-se de um campo específico do design de marcas, para que estes valores sejam de fato aplicados considerando um território, deve-se reforçar o contato existente entre marca e local, a fim de fortalecer e transmitir sua essência. Para isso, é imprescindível compreender os pontos em que a marca territorial se eleva, expressando-se de forma visual e verbal, contribuindo com a história local, proporcionando uma experiência ao interagente, construindo fidelidade, relações sustentáveis e memoráveis.

Pontuado as particularidades, significados e premissas declarados pelos autores das bibliografias referentes ao território do município de Holambra e, também, dos autores das obras que investigam o design de marcas, pretendese fazer-se uso dos dados percebidos e obtidos, como fonte científica e criativa para o desenvolvimento deste projeto, utilizando tais informações como briefing, isto é, como guia projetual. Compreendendo a base histórica que constitui a cidade, assim como sua importância na atualidade, seus detalhes nas calçadas, formas arquitetônicas e cores predominantes, pode-se criar um paralelo entre estes dois momentos, valorizando sua singularidade.

Desse modo, contando-se com o nível de compreensão adquirido a respeito do objeto de estudo, tem-se como necessidade, utilizar das descobertas neste projeto para o realizar da criação da marca e identidade visual do município, no interior do Estado de São Paulo, a fim de potencializar e reposicionar Holambra como cidade, reconhecida e querida por tantos moradores que a vivenciam. Como referência turística, agregando valores que simbolizam a cidade, elevando a sua reputação e criando aberturas para oportunidades por meio do branding territorial. Também, unificar a forma de comunicação e expressão visual, reconhecendo e padronizando as inconsistências, gráficas e digitais presentes no município, reafirmando sua imagem local positivamente. E, por fim, reforçar as características que consideram Holambra uma cidade de significados autênticos, mantendo seus vínculos com suas raízes formadoras.

74
75

Resultados de pesquisa

Após a apresentação, no capítulo anterior, dos componentes construtivos e especificidades do município de Holambra, dos termos e definições pertinentes ao design de identidade de marcas, em especial o design de marcas para cidades, o presente capítulo irá ampliar o campo de pesquisa e conceitos evidenciados até então, a fim de consolidar os conhecimentos na área de estudos aliado à prática profissional.

Dessa forma, o capítulo está dividido em três partes. A primeira etapa buscará compreender outras marcas de localidades, ao analisar seus processos, identidade visual e sua solução criativa. Já na segunda etapa, serão apresentados os resultados obtidos e análises realizadas às pesquisas quantitativas e qualitativas indicadas nos procedimentos metodológicos. Por fim, a terceira e última etapa abrangerá o encerramento deste capítulo, com os requisitos de projeto apresentando os primeiros estudos de concepção, executados com base nos processos estratégicos e criativos compreendidos nesta pesquisa de projeto e que serão melhor desenvolvidos posteriormente como produtos de design.

3.1

análises de caso e processos

Para compreender a relevância de uma marca e uma identidade visual bem elaborada, será apresentado a seguir uma análise de casos e processos de três marcas de lugar conceituadas no mercado, objetivando investigar suas especificidades na prática de projeto, sistemas, implementação e aplicações de técnicas. Cada caso estudado detém características importantes e exemplares a este projeto, em razão das tão diferentes abordagens e possibilidades conceituais e visuais que estas marcas para lugares exploraram como essência. Portanto, como estratégia de pesquisa e entendimento dos casos em questão, será seguido alguns critérios iniciais para selecionar estes estudos.

Em primeiro lugar, é importante coletar dados suficientes para realização destas análises, portanto, um dos critérios é a disponibilidade de informações e materiais para consulta, considerando um dos seguintes itens, sem caráter eliminatório:

77

tabela 5

Etapas de desenvolvimento para análises de caso.

1. Manual de identidade visual ou brandbook da marca;

2. Pesquisa de imagens na internet referente aos projetos;

3. Documentos pertinentes ao processo criativo, como esboços ou painéis visuais;

Outro critério é a classificação destas marcas em questão como casos reais e sua implementação, a fim de mostrar suas possibilidades e impactos.

Definido então os critérios, a condução das análises seguiu um protocolo base de estudo considerando as etapas processuais de Wheeler (2019), os seis tópicos relacionados ao local, edificações e fragmentos de uma cidade, pertinentes a metodologia de Anholt (2007) e a visão de Lynch (1999) ao descrever a formação da imagem da cidade para construir um relatório das considerações a respeito de cada uma destas análises de caso. A tabela abaixo exemplifica melhor cada etapa:

História, localização e atrativos.

Processo, desafios e conceito do projeto de branding

Compreensão e examinação da identidade visual.

Considerações sobre a funcionalidade das aplicações e soluções propostas.

Dito isso, a fim de explorar os componentes construtivos visuais e especificidades de cada uma das três marcas de locais analisadas, de seus termos a suas definições pertinentes ao design, será apresentado ao final de cada análise, um estudo de caráter experimental para consolidar e ampliar o campo de pesquisa. Decupando e testando os conceitos evidenciados até então, espera-se completar os conhecimentos na área de estudo aliado à prática do design experimental, baseando-se na bibliografia de Rob Carter em “Tipografia Experimental” (1997). Em seu livro, Carter explora a atividade do design consagrando testes tipográficos, legíveis e funcionais, e que, nesta pesquisa, será aplicado às marcas visuais das localidades selecionadas.

A seguir, será apresentado as três marcas de localidades que atendem aos critérios descritos anteriormente, que após as análises de caso, terão suas marcas visuais testadas sob variáveis divididas em quatro categorias, com o intuito de experimentação. As variáveis são: fatores tipográficos (manipulação das letras e palavras na marca); fatores de forma (alteração

78
Contexto Estratégia Solução criativa Resultados

f.41

Brasão da cidade de Helsinque.

das formas); fatores espaciais (abordagem no modo como os elementos se relacionam uns com os outros); e fatores de apoio (elementos não tipográficos que aumentam as formas da marca). As experimentações apresentadas destinam-se a observação e testagem visual da funcionalidade dessas marcas, em termos elementares, possibilitando um novo entendimento a respeito de suas composições formais e simbólicas.

helsinque

Contexto: a cidade de Helsinque é a capital da Finlândia, país situado no norte europeu. Uma região central e urbana com cerca de 1,4 milhão de habitantes. Helsinque é o principal porto e centro industrial da Finlândia, produzindo artigos eletrônicos, vestuário, além de utensílios metálicos. A maioria das pessoas trabalha na área de serviços e os negócios ligados a informática, a telefonia e a outros tipos de tecnologia são importantes para a economia da cidade (werklig, 2017). Em agosto de 2017, a agência Werklig foi escolhida para liderar o processo de design da nova identidade da marca para a cidade de Helsinque.

Estratégia: a cidade de Helsinque não tinha uma identidade de marca uniforme e os departamentos e projetos da cidade tinham suas próprias identidades e logotipos variados. O único elemento de identidade consistente era o brasão de Helsinque (werklig, 2017). Como estratégia, o rebrandingXII de Helsinque buscou uma nova identidade de marca que respeite o passado e seja moderna e atemporal (werklig, 2017). A identidade precisava ser adaptativa, ágil e versátil para seu público-alvo: “todos”, desde 40.000 funcionários da câmara municipal até residentes de Helsinque, outros finlandeses, estrangeiros, turistas e imigrantes. Isso ampliou a necessidade de uma identidade flexível e memorável que também fosse fácil de usar em todas as expressões e grande parte das instituições da cidade. O processo consistiu, entre outros fatores, em identificar os pontos fortes e fracos da cidade, similar as etapas processuais definidas por Wheeler (2019). XII Processo de

79
reposicionamento da gestão de uma marca (wheeler, 2019).

Exemplos da marca Helsinque: f.42

Variações da marca Helsinque. Sua construção se adapta a outros idiomas e conteúdos.

80

Exemplos da marca Helsinque: f.43

Aplicações da identidade de Helsinque em materiais promocionais onde é possível observar a aplicação das cores, tipografia e ondas.

81

f.44

As cores que compõem a identidade da marca de Helsinque.

Solução criativa: o logotipo de Helsinque, uma marca emblemaXIII, foi projetado baseando-se no símbolo mais reconhecível da cidade, seu tradicional brasão, ao redesenhar o contorno do seu escudo com uma linha espessa para integrar o nome em seu interior. O novo logotipo foi projetado para ser adaptável, responsivo, memorável, fácil de usar e, para isso, resgata elementos da história da cidade por meio de uma nova abordagem. A originalidade, nesta ocasião, é que o fundo é eliminado e a marca adquire qualquer cor ou textura. O motivo gráfico de ondas (e suas variações) usado como elemento gráfico também foi derivado do brasão de armas. Esta proposta visa comunicar múltiplas mensagens, ser implementada em qualquer meio e ganhar vida online e offline indistintamente (helsinki, 2017).

Sua tipografia, Helsinki Grotesk, não possui serifas, sendo personalizada especialmente para a cidade pelo designer de tipos, Wolfgang Schwärzler, do estúdio Camelot. A tipografia está disponível em quatro pesos: regular, medium, bold e black, bem como Itálico para cada variação. Suas serifas possuem um vínculo com a linguagem do logotipo emoldurado e seus elementos gráficos remetem as ondas. A paleta cromática é baseada nas cores que podem ser vistas e reconhecidas na paisagem urbana de Helsinque, desde as que aparecem no brasão, às cores do metrô, ônibus, verão, névoa ou tijolos. No total, 14 cores foram definidas.

As possibilidades graças ao conceito adaptável e variado permite a criação de infográficos, famílias iconográficas, modelos de layout e ondas que expressam atitudes relacionadas a estratégia de marca, ao passo que devem respeitar gridsXIV horizontais, verticais e diagonais. Em situações especiais, o brasão tradicional compõe a identidade visual, tendo utilização restrita e emprego como selo. Seu estilo fotográfico exalta pessoas e emoções que podem ser vivenciadas e sentidas na cidade, mostrando o cotidiano como ele é, sem filtros, baseandose nos quatro pilares conceituais da marca “Um raio de impacto”: Helsinque em transformação; Helsinque inteligente e funcional; Helsinque contrastante e fascinante; Helsinque única e diversa.

XIII Quando o nome está intrinsicamente conectado a uma forma ou elemento pictórico (wheeler, 2019).

XIV Conhecido como grades, grelhas ou malhas, são estruturas criadas a fim de estabelecer posicionamento, hierarquia e proporção entre elementos num material gráfico.

82

Considerando os seis pilares defendidos por Anholt (2007), vê-se uma resposta na construção do conceito abordando os seguintes eixos em maior evidência: presença, lugar, pulsação e pessoas. Também, seguindo a visão de Lynch (1999), o logotipo configura um elemento dominante em razão da utilização dos elementos do brasão tradicional da cidade, elemento que extrai do local um símbolo identificante.

Resultados: com os cidadãos sendo destacados como principais eixos da marca e sua reputação, esta mudança estabelece muitas conexões às áreas de foco anteriores no marketing da cidade, incluindo contrastes interessantes percebidos no ambiente natural e na paisagem urbana de Helsinque. De acordo com a pesquisadora Salla Jokela, a ideia de ter a população local e suas ações como base da marca é um elemento novo em relação aos esforços de marketing da cidade de décadas anteriores. A pesquisadora ainda afirma no jornal local que a imagem turística evoluiu em vários estágios da história da cidade (helsinki, 2018).

A resposta é consistente e coesa, unindo modernidade e a sensibilidade da herança local, explorando a diversidade de pessoas e lugares em cores, formas e fotografias. Esta mudança visual tornou o marketing e as comunicações da cidade e seus serviços mais unificados, reduzindo a infinidade de variações de logotipos díspares e fragmentados, ajudando Helsinque a se diferenciar de outras cidades e regiões (werklig, 2017). Conforme observado no manual de identidade visual do centro de marca online: f.45

Exemplo de aplicação das fotografias com as ondas da marca Helsinque.

Cidades com marcas fortes, e uma identidade visual que o comunica na prática, têm mais facilidade para vender seus produtos e serviços, atraem pessoas e investimentos e influenciam as decisões que os afetam. A nova identidade visual uniforme traz uma vantagem competitiva e fortalece a imagem de uma Helsinque atraente. Para os cidadãos, é simples entender suas comunicações e o marketing da cidade, bem como todos os seus serviços locais (helsinki, 2017, n.p.).

83

Experimentações: abaixo, a marca visual da cidade de Helsinque é testada experimentalmente pelas variáveis já explanadas anteriormente, utilizando como base a bibliografia de Rob Carter (1997). Desse modo, os fatores tipográficos envolvem testes de tamanho e largura. Os fatores de forma envolvem distorção, elaboração e contorno. Já os fatores espaciais, testam diferentes fundos de cor, enquanto os fatores de apoio experimentam imagens, conforme evidenciado abaixo:

fatores tipográficos

Tamanho (pequeno, médio e grande):

Largura (estreita, média e larga):

fatores de forma

Distorção (alongamento, desfoque e inversão):

84

Elaboração (subtração e extensão):

Contorno (fino, espesso e combinação):

fatores espaciais

Fundos (menor e maior contraste):

fatores de apoio

Imagens (como fundo ou contida em letras e palavras):

85

f.46 Brasão nacional do Peru.

peru

Contexto: considerado uma nação multicultural em meio a um processo de evolução, mudança e transformação, o Peru é conhecido por sua multiplicidade de cidades e paisagens de vilas à bacia do Rio Amazonas e à Cordilheira dos Andes, em razão de suas condições geográficas e recursos naturais. Localizado no oeste da América do Sul, o Peru tem 31,7 milhões de habitantes, seus principais setores da economia são a agricultura, pesca, mineração e indústria. Como idiomas, possui o espanhol e o quéchua, ambos considerados os mais falados localmente (wheeler, 2019).

Estratégia: como missão de criar a marca do país e comunicar uma promessa diferenciada, a Future Brand foi contratada para criar o posicionamento, estratégia de marca e design para o país, com o objetivo de longo prazo de expandir o turismo, as exportações e os investimentos (wheeler, 2019). O processo de pesquisa, em consonância ao que Wheeler (2019) defende incluía perspectivas multidisciplinares globais, nacionais e locais, visitas a distritos arqueológicos, pontos turísticos, museus e diversas áreas industriais incluíram entrevistas com múltiplos grupos de stakeholders. A Future Brand desenvolveu diversas plataformas de posicionamento, avaliadas em oito regiões peruanas e sete cidades em mercados externos (wheeler, 2019).

As plataformas estratégicas levaram ao posicionamento da marca Peru com base em três pilares: multifacetado, especializado e cativante, refletindo o caráter único do país por uma perspectiva cultural e natural, definindo também que a grande ideia do Peru seria evolução, mudança e transformação (wheeler, 2019).

Solução criativa: a identidade está centrada na palavra ‘Peru’ nome que é produto de junções e misturas. E é da justaposição de culturas indígenas com as culturas espanholas que, como inspiração, criou-se a identidade visual do país para evocar as civilizações passadas, ao passo que projeta evolução e transformação ao futuro do país (future brand, 2011). Na visão de Gustavo Koniszczer, diretor e gerente da Future Brand da américa latina, “a imagem desenhada à mão destaca as qualidades humanas ou artesanais com uma série de linhas, que também encontramos nas culturas incas e pré-incas” (koniszczer apud wheeler, 2019, p. 280).

86

Exemplos da marca Peru: f.47

Apresentação da marca Peru e seu estilo fotográfico.

Exemplos da marca Helsinque: f.48

Outras aplicações da marca Peru em pontos de contatos diferentes.

As cores que compõem a identidade da marca Peru.

O “P” faz alusão às linhas de Nazca e de outras culturas locais, tema da espiral. É um símbolo universal que reflete continuidade e infinito, e o logotipo consiste em uma linha contínua que gera essa espiral a qual em diferentes contextos está presente, formando tanto um “P” para o Peru quanto um “@”, símbolo contemporâneo, sendo uma marca com palavrasXV. Também pode ser interpretado como uma impressão digital, com o conceito “há um Peru para cada um”, símbolo da identidade e ícone que reúne muitos dos atributos que os peruanos têm a oferecer ao mundo (future brand, 2011).

O vermelho tem sua origem na cor da bandeira nacional, sendo vibrante, intensa e enérgica, de modo que a cor branca é sua alternativa. Especialmente concebida para a marca Peru, a tipografia em uso foi criada pela TypoTogether para suprir as necessidades da proposta com traços que aproximam a fonte da cultura local. O estilo fotográfico em questão aborda interesses que impulsionam os pontos turísticos do país, com imagens multicoloridas e apresentadas em close-ups (wheeler, 2019).

Considerando os seis pilares defendidos por Anholt (2007), vê-se uma resposta na construção do conceito abordando os seguintes eixos em maior evidência: presença, lugar e pessoas. Também, seguindo a visão de Lynch (1999), a marca configura um elemento dominante em razão da utilização da espiral como uma alusão as linhas de civilizações passadas, elemento que extrai do local um símbolo cultural identificante.

89
XV Consiste em uma marca com uma ou mais palavras independentes (wheeler, 2019).
f.49

Resultados: a nova imagem da marca Peru foi lançada nacionalmente em 2011 por meio de uma campanha publicitária criada pela Young & Rubicam. A nova identidade tem visibilidade em todo o país e os turistas são recebidos por ela em aeroportos e estações ferroviárias, enquanto cidadãos usam camisetas com a marca Peru. A campanha promoveu um sentimento generalizado de orgulho em ser peruano, posicionando o país no mercado global (wheeler, 2019). Isabella Falco, diretora da marca Peru, ainda pontua “uma pesquisa recente revelou que a marca Peru tem 90% de aprovação entre os cidadãos do país. Há quem já considere o desenho ideal para uma tatuagem!” (falco apud wheeler, 2019, P. 280).

Experimentações: abaixo, a marca visual do Peru é testada experimentalmente pelas variáveis já explanadas anteriormente, utilizando como base a bibliografia de Rob Carter (1997).

fatores tipográficos

Tamanho (pequeno, médio e grande):

Largura (estreita, média e larga):

fatores de forma

Distorção (alongamento, desfoque e inversão):

90

Elaboração (subtração e extensão):

Contorno (fino, espesso e combinação):

fatores espaciais

Fundos (menor e maior contraste):

fatores de apoio

Imagens (como fundo ou contida em letras e palavras):

91

f.50

Brasão de Porto, município de Portugal.

porto

Contexto: cidade que dá nome ao país, Porto é a segunda maior metrópole de Portugal, depois de Lisboa. É marcada por séculos de história e pelo desenvolvimento industrial. Construído nas colinas que beiram o Rio Douro, na Ribeira, o centro histórico é atualmente um Patrimônio Mundial da Humanidade da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. A Igreja de São Francisco, do século XIV, é uma das principais atrações, assim como as adegas locais de vinho. A cidade tem um importante polo industrial, um relevante porto e muitas universidades, o que justifica a alta procura pelos brasileiros que desejam viver em Portugal. Turisticamente falando, Porto também é rico em atrações e uma das cidades europeias mais procuradas, definindo-se como uma cidade tranquila, segura, com excelente infraestrutura à beira-rio, bons restaurantes e boas lojas.

Estratégia: em junho de 2014, o estúdio português Eduardo Aires (White StudioXVI) foi convidado a projetar a nova identidade da cidade do Porto e da sua Câmara Municipal. O desafio pedia um sistema de identidade visual que pudesse organizar e simplificar a comunicação com os cidadãos e que pudesse, ao mesmo tempo, definir uma hierarquia clara, juntando a câmara ao representá-la como uma cidade para todos (aires, 2017).

A marca tinha que ser simples, exprimir todo o Porto e nunca através de um só ícone, por poderosas que nos pareçam a Torre dos Clérigos ou a Ponte Luís I. A marca da cidade tinha também que se traduzir de forma corporativa nas logomarcas das empresas municipais e da própria Câmara e seus serviços. E havia uma condição: tinha que ser um sistema que evitasse a profusão de logotipos sempre que várias empresas do universo da Câmara intervissem. E tinha que ser contemporâneo. E internacional. E de fácil aplicação em todos os suportes. E tinha que espelhar o Porto histórico e monumental, mas também o Porto novo e cosmopolita. E tinha que ter emoção, coração. Amor [...] (porto, 2017, p. 4).

XVI No manual de identidade da cidade de Porto, consta como este sendo o estúdio responsável por sua criação. Entretanto, ao pesquisar o mesmo nas plataformas digitais, encontrou-se apenas como resultado o “Studio Eduardo Aires”.

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Exemplos da marca Porto: f.51

Alguns ícones pertencentes a identidade da marca Porto. Sua construção deriva dos tradicionais e narrativos azulejos da cidade.

Exemplos da marca Porto: f.52

Logotipo de Porto aplicado junto de sua identidade em outros pontos de contato espalhados pela cidade.

Na página seguinte: f.53

A junção entre o grid construído e seu logotipo, completando a identidade da cidade.

Para cada cidadão, Porto representa algo diferente e particular. Dessa forma, o estúdio buscou entregar para cada um à sua própria definição da cidade “tínhamos de mostrar todas as cidades que existem neste mesmo território” (aires, 2017, n.p.). Tornou-se claro que Porto teria de ser muito mais do que apenas um ícone ou um logotipo, precisando de complexidade, vida, histórias e personalidade (aires, 2017).

Seguindo procedimentos próprios do branding territorial, abordando uma perspectiva cultural e imagética pertencente a cidade, observa-se que assim como no branding corporativo, o protocolo processual também segue a metodologia defendida por Wheeler (2019) para a construção da marca, fortalecendo as conexões emocionais.

Solução criativa: a caracterização da marca visava a síntese, o que acabou por se revelar na palavra do logotipo, como uma marca de palavras, conforme afirma Eduardo Aires, designer “a palavra torna-se suficiente, basta, satisfaz a nossa procura” (porto, 2017, p. 6). Resultando na sua essência, a tipografia “Regular”, desenhada por Henrik Kubel e pela type foundry A2Type, em 2012, apresenta pesos desde o Light ao Black permitindo trabalhar com hierarquia nas mais variadas situações. Ela é neutra e sólida, num bloco de caracteres próximos, relacionando-se com o logotipo por meio do ponto final, este, que o afirma sem o adjetivar, possibilitando uma leitura internacional, conferindo alcance e versatilidade nas aplicações. “Nada é melhor que o Porto do que o próprio Porto” (porto, 2017, p. 6).

A cor adotada comprova que os azulejos ocupam um lugar dominante no imaginário dos portuenses e dos visitantes. Estes painéis contam histórias, servindo também como motivação para o grid de pictogramas que explicitam a natureza desta urbe. Logo, o azul tem proveniência e marca o local. Além do azul, o ouro, aparece esporadicamente na identidade, pontuando objetos ou ações de maior importância.

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Sob uma perspectiva visual, observa-se que a inspiração surgiu dos azulejos azuis espalhados pela cidade. Embora seja característico encontrar azulejos coloridos, com padrões e desenhos que vão desde o mais geométrico ao mais ilustrativo, apenas os azulejos azuis são utilizados para contar histórias locais e dos seus monumentos (aires, 2017). Com isso, foi desenvolvido mais de setenta ícones geométricos que representam a cidade e sua vivência. Os ícones foram desenhados com base num grid 8x8 que permite criar ligações ao criar uma rede contínua que remete a um painel de azulejos, formando um código visual representativo. Este código pode apresentar-se isoladamente, com uma abordagem individual, ou como uma rede de símbolos que mostram a complexidade local, podendo ainda serem mais ilustrativos, contando histórias, mostrando a paisagem ou traduzindo emoções (aires, 2017).

Considerando os seis pilares defendidos por Anholt (2007), vê-se uma resposta na construção do conceito abordando os seguintes eixos em maior evidência: presença, lugar e pulsação. Também, seguindo a visão de Lynch (1999), o logotipo configura um elemento dominante, em razão da utilização, como conceito base, os tradicionais azulejos azuis, elementos que extraem do local um símbolo identificante. Nesse sentido, Eduardo também comenta:

Afastamo-nos deliberadamente desse procedimento frequente e muito disseminado, que adota um elemento iconográfico, de matriz figurativa, para marca. Este tipo de síntese ou de efeito que o design atinge, explora a reminiscência visual que todos possuem de um elemento paradigmático, reconhecido e partilhado. Sendo um caminho possível e legítimo, ele, no entanto, é simplista, como se comprova através de uma viagem por soluções escolhidas um pouco por todo o mundo. Assim rejeitamos a abordagem gráfica de um edifício emblemático e favorecemos uma pesquisa diferente (porto, 2017, p. 5).

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Conjunto dos ícones que compõe o sistema visual para a identidade de Porto.

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Resultados: o momento da primeira apresentação pública da proposta de identidade visual aconteceu por uma relação autêntica com a cidade, mediante a escolha de um painel de azulejo pintado artesanalmente (porto, 2017). Como um projeto de branding territorial, este trabalho é bem-sucedido e compreende o significado de uma marca turística, valorizando elementos locais e exaltando seu nome, sem adicionar símbolos desnecessários com foco na percepção clara e funcional.

A identidade de Porto foi destacada e evidenciada por sua relevância vide os prêmios recebidos desde sua implementação: Premio Diseno Y Ciudad, BID 2016 (Madrid), Graphite Pencil, D&AD 2015 (Londres), Best Brand, Brandemia 2014 (Madrid) e Best Of Show & Gold, European Design Awards 2015 (Istambul) (aires, 2017). Por fim, a identidade permanece com objetivo de ser familiar para os cidadãos, de pertencer a eles. Dessa forma, esta coparticipação é considerada neste sistema aberto e versátil, construindo uma identidade compartilhada que se desenvolve num ambiente mutável e dinâmico, onde, na diversidade dos símbolos se encontra unidade.

Experimentações: abaixo, a marca visual da cidade de Porto é testada experimentalmente pelas variáveis já explanadas anteriormente, utilizando como base a bibliografia de Rob Carter (1997).

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Logotipo de Porto aplicado ao metrô local.

fatores tipográficos

Tamanho (pequeno, médio e grande):

Largura (estreita, média e larga):

fatores de forma

Distorção (alongamento, desfoque e inversão):

Elaboração (subtração e extensão):

Contorno (fino, espesso e combinação):

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fatores espaciais

Fundos (menor e maior contraste):

fatores de apoio

Imagens (como fundo ou contida em letras e palavras):

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3.1.1 a identidade visual de holambra

Observando o município de Holambra, ao caminhar de suas ruas ou visitando seus endereços digitais, percebe-se que não existe um único símbolo, logotipo ou marca que a represente como cidade. Existe apenas duas marcas referentes ao mandato político e administrativo de sua prefeitura e uma outra manifestação de logotipo aplicada efemeramente em placas sinalizadoras. Pouco se sabe sobre o desenvolvimento destas marcas, entretanto, em sequência será apresentado suas utilizações identificadas e especificidades observadas até então.

A antiga marca administrativa utiliza-se de elementos que remetem parcialmente à história da cidade. A tulipa é um claro elemento conectado a Holanda, ao povo holandês e, de forma indireta, aos seus imigrantes. Entretanto, apesar de tal conexão, não existem muitas tulipas no território da cidade, em virtude da diferença climática ao qual a tulipa precisa para florescer. Apesar disto, a tulipa é um elemento muito explorado localmente por meio de placas sinalizadoras, totens e calçadas. A associação estabelece um vínculo parcial à história e não está intrinsicamente ligado de fato a características autênticas do município, mas sim a uma relação de conexão as bases históricas. Ademais, a marca pouco se relaciona com a parcela brasileira presente no passado da cidade, explorando apenas a cor verde como consideração da relação Brasil – Holanda.

A marca administrativa atual, por sua vez, faz uso do moinho, elemento que também está conectado a Holanda e ao Moinho Povos Unidos, ponto turístico e cartão postal da cidade de Holambra. Compondo o símbolo, observa-se a formação de um coração e de uma mão. Não se sabe sobre as razões conceituais, porém a mão pode ter sido empregada para criar uma relação de cuidado e trabalho.

Traçando um paralelo com a teoria de Lynch (1999), vê-se a tulipa como ponto da relação de Holambra com Holanda, assim como o moinho. Vistos como elementos dominantes, a Tulipa e o moinho, são utilizados como fatores relevantes, criando uma lembrança simbólica no imaginário. Ainda, na visão de Lynch (1999), pode-se afirmar que ambos os elementos dominantes extraem do local seus símbolos identificantes para comunicar o visual da cidade.

O logotipo da antiga marca, por sua vez, considera “prefeitura de Holambra” estabelecendo uma relação de contraste de pesos na tipografia utilizada. Com uma tagline, se tem “mãos dadas com o futuro”. Não se identificou qual a tipografia empregada na composição deste logotipo, mas é evidente sua boa legibilidade, especialmente com pesos maiores, e a ausência de serifas, tendo hastes e bases geométricas. No logotipo da marca atual,

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observa-se uma tipografia similar ainda sem serifas, porém mais geométrica. Sua tagline “cuidando da cidade, trabalhando por você”, entretanto, possui uma leiturabilidade e legibilidade comprometida especialmente em fundos brancos em razão de uso de um traçado de cor branca para complementar seu preenchimento preto.

A configuração cromática utiliza-se do orange (laranja) e sinopla (verde), cores presentes na bandeira municipal, símbolo representativo da cultura e da história do povo holambrense. Tais cores da bandeira, ainda em conformidade com a tradição heráldica, são as mesmas constantes do campo do escudo do Brasão. O sinopla simbolizando o amor, mocidade, força, alegria, espírito e cortesia, representando o solo pátrio do Brasil. Já o orange (laranja), é uma alusão aos pioneiros, colonizadores vindos da Holanda, que com seu trabalho e perseverança fundaram o núcleo original da Holambra. Sua construção conta com efeitos de gradientes em ambos os casos. Na marca atual, vê-se um emprego do laranja mais próximo da cor amarela.

Ademais, a antiga marca não possui um desdobramento como sistema de identidade visual, perdendo em versatilidade e sustentando-se apenas por suas aplicações como marca visual. A marca atual se apoia em poucas ilustrações e elementos não padronizados e tal afirmação pode ser justificada ao observar a página da prefeitura e seus demais canais digitais, os quais não possuem um padrão visual. Como observação das visitas realizadas no local, percebeu-se que algumas placas, mesmo com a nova marca da administração em uso, ainda portavam a marca da antiga administração. Também não se sabe da existência de um manual de identidade visual ou brandbook que documente e instrua os usos destas marcas.

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Marca da administração de Holambra (2017 – 2020).

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Marca da administração de Holambra (2021 – 2024).

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Ilustração utilizada em conjunto da marca atual da administração de Holambra em websites da prefeitura (2017 – 2020).

Como consequência dessa fragmentação da marca e de uma identidade visual pouco explorada, não possuindo um padrão e suas aplicações não seguindo uma unidade consistente, ambas as marcas perdem sua força. Isso dificulta a formação de uma imagem positiva, bem como sua não memorização, uma vez que menos cidadãos sabem sobre suas utilizações como elemento visual, em especial por não existir um desdobramento de uma identidade visual. Esta maneira de aplicação não padronizada representa um emprego pouco efetivo, não agregando valor em grande parte dos pontos turísticos da cidade, preocupando-se apenas em comunicar uma única mensagem, isto é, a gestão política em vigor.

Para tanto, em mesma linha de pensamento, é relevante afirmar que, para que Holambra continue a destacar-se como urbe e com turismo de referência que faz jus ao seu título de Estância Turística, é imprescindível que se desenvolva o conjunto de marca visual e seu desdobramento identitário. Assim, essa ferramenta de comunicação visual deve estar atrelada a sua personalidade como local e separada de sua gestão política, prevendo possíveis aberturas e flexibilização em suas adaptações. Isto se justifica como necessidade uma vez que, como já dito anteriormente pelos historiadores da cidade, é preciso continuar o desenvolvimento das relações entre os dois países que intercepta Holambra para a manutenção de sua história, valorizando os esforços dos pioneiros na contínua expansão do município. Logo, fica claro que como projeto e produto de design, se vê oportunidade em avançar para cenários mais modernos com estas ferramentas.

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f.59

Aplicações da marca não padronizadas em canais digitais da prefeitura e nas placas sinalizadoras da cidade (2017 – 2020).

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3.1.2 conclusão das análises

Após apresentado a análise de cada uma das três marcas de localidades consolidadas e implementadas em seus devidos territórios, foi possível compreender seus resultados positivos, em razão de suas aplicações. Com o estudo a respeito dos elementos e variações visuais presentes no município de Holambra, pode-se entender a relevância de um sistema de identidade visual unificado e consoante aos significados da cidade. Também se identificou, através destas análises, as relações que cada marca e seus sistemas representam, elementos estes que devem relacionar-se entre si para conquistar coesão, representatividade e funcionalidade para todos os interagentes.

Como conclusão desta subseção, fica claro a importância e necessidade da elaboração de uma marca e identidade visual que aborde um processo que se inicie na pesquisa e termine em sua gestão ampla, em uma imagem que seja visualizada no território local e, que essa imagem detenha significado aos seus observadores, neste caso, aos moradores e turistas da cidade de Holambra.

3.2 pesquisas avaliativas e entrevistas

Conforme a visão já apresentada a respeito do branding territorial e seus objetivos, é tido como essencial que o processo envolva seus moradores e potenciais stakeholders. Uma vez que o desenvolvimento de uma marca de cidade precisa ser composto, em sua essência, por seus interagentes locais, isto é, as pessoas que compõem cada parte da cidade, neste caso em questão, o município de Holambra.

Dessa forma, considerando que a base para os projetos de criação de novas marcas de cidades tem como necessidade o respaldo da opinião de pessoas residentes e turistas locais, levou-se em conta esse levantamento de dados, prática importante para descobrir e analisar quais pilares a diferenciam como cidade para, então, formular a proposta da identidade posteriormente. Ou seja, antecedendo a etapa do processo criativo é imprescindível elaborar uma pesquisa avaliativa com caráter investigativo, atentando-se aos seguintes critérios:

1. Levantamento de dados iniciais através dos moradores e turistas;

2. Identificação da percepção dos elementos mais relevantes;

3. Análise destes elementos e sua classificação em aceite ou rejeição;

4. Organização e análise dos dados coletados;

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tabela 6

Organização da pesquisa quantitativa sobre o município de Holambra.

Então, para entender a percepção de cada holambrense e seus demais interagentes, foi elaborado uma pesquisa quantitativa para abranger a diversidade de stakeholders locais, neste caso, a pesquisa precisaria atingir tanto moradores quanto turistas e trabalhadores. Constatado esta necessidade e as limitações impostas pela pandemia de COVID-19, o formulário online desenvolvido utilizou-se de diferentes seções, para que esta pesquisa adquirisse um caráter versátil e envolvesse os diferentes grupos em suas características, para entender sua relação com o município de Holambra. A tabela abaixo sintetiza as seções presentes no mesmo formulário e como atuaram:

seções direcionadas aos grupos-alvo e seus objetivos

S.1 Conhecendo o perfil do público (4 perguntas)

S.2 Morar e viver em Holambra (11 perguntas)

S.3 Do perfil turístico (8 perguntas)

S.4 O simbolismo da cidade das flores (7 perguntas)

Reconhecimento e identificação de todos os diferentes perfis, gêneros, grupos de idade, grau de instrução e relacionamento com a cidade de Holambra.

Direcionada apenas aos moradores, espera-se entender como enxergam o município hoje e como esperam vê-lo no futuro.

Direcionada apenas aos turistas, busca-se entender o perfil da demanda turística e sua experiência de visitação.

Direcionada a todos os respondentes, espera-se entender quais características e elementos estão atrelados ao local em relação ao imaginário e opinião pessoal.

S.5 Tenho interesse em conhecer o município (4 perguntas)

S.6 Não tenho interesse em conhecer o município (1 pergunta)

Esta seção apresenta uma tentativa de entender o perfil de potenciais turistas, para revelar as influências que as variáveis de interesse exercem sobre este grupo.

Espaço reservado para comentários acerca da falta de interesse em realizar uma visita ao município de Holambra.

Para o questionárioXVII foram elaboradas um total de 35 questões divididas entre 6 seções, tanto dissertativas quanto de múltipla escolha, de modo que, ao depender da resposta, o respondente era direcionado para uma das seções, como a exemplo os moradores e turistas, públicos que responderam perguntas específicas relacionadas a este grupo. Considerou-se relevante realizar uma amostragem de elementos, apresentando-os na pesquisa, ilustrada por fotografias levantadas nas visitações de campo a fim de facilitar a assimilação e descobrir qual dos elementos detinham maior valor aos grupos.

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XVII O questionário foi elaborado na plataforma de formulários Google Forms

gráfico 2

Relação dos 111 respondentes com o município de Holambra.

O formulário foi distribuído nas mídias digitais pessoais do autor, por meio de um vídeo explicando a pesquisa e o público-alvo a ser atingido. Também contou com a divulgação em grupos de WhatsApp e grupos de moradores e turistas de Holambra via Facebook. A divulgação da pesquisa teve apoio da página “Holambra Bem Cultural” de João Luiz van Ham Mello, após sua entrevista e do presidente da COMTUR, Pablo Schoenmaker, também após uma conversa com ele. Esta divulgação auxiliou o alcance da pesquisa e, como consequência, ampliou sua amostragem, permitindo gerar insights mais amplos a respeito dos stakeholders sobre as suas percepções naquele espaço, identificando características e necessidades (Wheeler, 2019).

A amostragem foi aplicada no dia 4 de maio de 2021 e totalizou, até o presente momento, 111 respostas e continua aceitando novas percepções para agregar ao montante já contabilizado. Também foi elaborado uma pesquisa específica, qualitativa, direcionada ao Departamento de Turismo e Cultura de Holambra e para o presidente da COMTUR, obtendo retorno apenas do presidente do conselho, Pablo Schoenmaker, todavia ainda se espera um posicionamento do departamento local. Ambas as pesquisas elaboradas aos grupos-alvo são apresentadas com maiores detalhes nos apêndices disponíveis nos elementos pós-textuais desta monografia. Em sequência, será analisado a síntese do compêndio de respostas obtidas na pesquisa quantitativa, divididas por cada uma das 6 seções apresentadas.

Na primeira seção “conhecendo o perfil do público”, percebeu-se que 68,5% dos respondentes identificam-se com o gênero feminino, enquanto 29,7%, com o gênero masculino. Quanto ao grupo de idade, constatou-se que 28,8% tinham de 18 a 24 anos, enquanto 22,5% tinham de 25 a 31 anos e 21,6% tinham de 32 a 40 anos. O grau de instrução mostra que 45% possuem ensino superior, 27,9% ensino médio e 21,6% pós-graduação. Tratando, por fim, da relação pessoal com o município de Holambra, o gráfico abaixo demonstra que grande parte dos respondentes eram turistas (34,2%) e moradores (32,4%).

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gráfico 3

Relação dos respondentes que consideram relevante (52,8%) a preservação do vínculo com a cultura neerlandesa no município de Holambra.

Na segunda seção “morar e viver em Holambra”, direcionada apenas aos que selecionaram a opção “sou morador na cidade”, notou-se que 75% residem no município há mais de 10 anos, enquanto apenas 22,2% residem há mais de um ano. Observou-se que 55,6% escolheram “meio ambiente” como a melhor parte de conviver no município seguido de “segurança pública” (47,2%). Com 91,7%, o alto custo de vida local foi um impacto apontado pelos respondentes na cidade de forma que 13,9% apontaram a “perda da tradição neerlandesa” e “poluição ambiental” como outros impactos.

Considerando os aspectos neerlandeses, 36,1% consideram que não existe um desprendimento das bases que formaram Holambra, 25% consideram que existe esta perda e 38,9% não possui certeza. Os respondentes que concordaram com esta perda apontaram sobre a “cultura formada pela imigração, diferente da cultura holandesa promovida pelo turismo” e “o conceito de construção das casas, já que hoje sua grande maioria possui muros e são fachadas holandesas, pouco se conectando com o passado histórico”. Tratando-se do conceito forte nas raízes da cidade, a palavra “cooperação” possui 69,4% de moradores afirmando se identificarem com este sentimento ao passo que, 22,2% consideram pouco relevante o domínio do neerlandês para fins turísticos, enquanto 19,4% consideram importante esta manutenção.

Por fim, a seção número dois finaliza-se com uma pergunta aberta e não obrigatória, a fim de entender como cada cidadão espera ver o município no futuro. Notou-se respostas como “um município que investe em educação e cultura”, “uma cidade com crescimento controlado”, “que os novos empreendimentos imobiliários se integrem a cidade e que a área urbana mais característica seja conservada”, “que o turismo se qualifique e vá além de comidas e cenários instagrameáveis”, “com uma identidade própria, que mantenha ligação com a origem holandesa e ainda assim tenha sua assinatura própria”, “com o turismo como fator de mantenedor da cultura e tradição e como impulsionador socioeconômico” e “uma cidade boa para o morador, com qualidade de vida e bem desenvolvida economicamente”.

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Na terceira seção “do perfil turístico”, direcionada apenas aos turistas, 63,2% responderam que já visitou a cidade mais de 5 vezes e 18,4% até cinco vezes. A principal fonte de informação para organizar o passeio ou viagem deriva de “amigos ou parentes” (60,5%) e “internet” (36,8%). As principais motivações de visita ao município são “grandes eventos”, “passeios turísticos”, “cultura local” e “natureza”. Por fim, 97,4% recomendariam a visita ao município de Holambra, estando 63,2% satisfeitos.

A quarta seção “o simbolismo da cidade das flores”, consta os principais símbolos de Holambra e como os diferentes públicos se relacionam com eles. 51,1% afirmam conhecer a história do município, 30,7% não tem certeza e 18,2% não a conhece. Com relação a primeira imagem que se formava no imaginário dos respondentes ao pensar no município holambrense, foram pontuadas as seguintes palavras “flores”, “campos de flores”, “moinhos de vento”, “natureza”, “família” e “arquitetura característica da cidade”. Quanto as manifestações visuais e símbolos locais, notou-se que “moinho”, “tamanco”, “flores de corte” e “eventos locais” são os mais representativos à cidade, respectivamente. Os menos representativos são “pá” e “brasão”, respectivamente. Já as características/adjetivos que melhor definiam os valores de Holambra, destacamse “colorida”, “turística”, “agradável”, “cultural” e “histórica”, respectivamente.

gráfico 4

Relação da preferência dos respondentes quantos aos símbolos que melhor representam o município de Holambra.

Na quinta seção “tenho interesse em conhecer o município”, direcionada apenas aos potenciais turistas, foi possível notar que a fonte de informação que despertou o interesse em conhecer Holambra deriva da “internet” (81,3%) e “amigos ou parentes” (62,5%). Os potenciais turistas também apontaram que procurariam o município para “passeios turísticos”, “natureza” e “cultura local” como muito interessante, respectivamente. Ao pensar em Holambra, este grupo menor respondeu que a primeira imagem formada em seu imaginário são “flores” e “moinhos”. Consoante a pergunta anterior, “flores de corte”, “moinho”, “tulipa” e “eventos locais” são os símbolos mais conhecidos a este público que ainda não visitou a cidade, enquanto “tulipo (mascote)” e “brasão do município” são os menos conhecidos.

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Relação dos elementos que potenciais turistas já ouviram falar a respeito do município de Holambra.

A sexta e última seção “não tenho interesse em conhecer o município”, direcionada aos que não demonstram curiosidade em conhecer o local contou apenas com uma única resposta, pouco relevante para levantar insumos para análises mais sofisticadas capazes de revelar as influências que estas variáveis de desinteresse exercem sobre este fluxo.

entrevista com joão luiz van ham mello

A fim de aprofundar os conhecimentos a respeito do território de Holambra, suas características e atuais panoramas, fez-se relevante considerar a visão do profissional em turismo e Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, João Luiz van Ham Mello, atualmente ex-morador do município de Holambra e detentor de pesquisas pioneiras relevantes à cidade. A entrevista contou com uma apresentação dos objetivos desta pesquisa e com as considerações feitas pelo autor, assim como novas perspectivas, caminhos informativos e reflexões, norteando o direcionamento do presente projeto.

Para ele, é fundamental reunir os interesses e criar coesão efetiva com turistas e habitantes (mello, 2021), explorando um sentido mais amplo quanto a cultura local, que em seu olhar é essencial, visto que Holambra não passou por este processo de qualificação de marca como destino turístico, detendo uma identidade não sustentável, não duradoura e pouco marcante ao visitante (mello, 2021).

O profissional conta como a Expoflora configurou o início do turismo, em razão de trazer a identidade da cultura holandesa centrada na atração por receitas, danças típicas e demais produtos e serviços, porém, relata como foi apoiada numa cenarização arquitetônica vendível e com o tempo,

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gráfico 5

f.60

Edificações construídas entre as décadas de 1950 e 1970. Suas características remete a arquitetura das casas dos imigrantes holandeses naquele período, como janelas e portas com estruturas em madeira e preenchimentos em vidro, cobertura com telhas francesas, uso de cobogó na fachada, paredes externas em alvenaria lisa na cor branco, vértices com coluna e barramento das paredes externas em tijolo a vista.

as fachadasXVIII holandesas presentes no evento foram direcionadas também ao desenvolvimento urbano da cidade (mello, 2021).

Segundo ele, a Lei de Incentivo as fachadas holandesas, em vigor desde 1994, foram estabelecidas e continuam vigentes na atualidade sem maiores revisões, com pouca fiscalização quanto aos moldes de construções que refletem o padrão de fachada holandesa. Em estilo renascentista holandês, essas estruturas são incompatíveis com a realidade holambrense por conta do alto custo de construção, pouco fortalecendo a identidade do lugar (mello, 2021). Para Mello (2021), uma Lei de incentivo a preservação das construções antigas que compuseram Holambra, num estilo rural holandês, seria mais eficiente e consolidado com sua história. Mello (2021) ainda pontua que inexiste uma preservação, tombamento e nem mesmo imóveis inventariadosXIX no território de Holambra.

Ele destaca a técnica construtiva da arquitetura holambrense durante o período de sua colonização, que se fazia uso dos materiais disponíveis na época, retratando edificações simples, similar ao rural holandês, entretanto empregando um conhecimento compatível ao de um construtor na Holanda na década de 50. Sua autenticidade está presente na interação do saber construtivo holandês em conjunto com os materiais disponíveis apenas na região (mello, 2021). Atualmente, as construções de Holambra são fundamentadas numa tematização, atraindo turistas pelos motivos holandeses, entretanto, verifica-se, conforme

XVIII Termo arquitetônico utilizado para classificar construções que não conformam o interesse ou função do edifício em si, mas sim que possuem interesse em retratá-lo como atrativo a tema específico (mello, 2021).

XIX Processo que identifica, levanta informações e suscita envolvimentos, engajando as pessoas a compreender a importância de um imóvel (mello, 2021).

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f.61

Formato em “X” representando as bandeiras territoriais de províncias holandesas incorporadas em edificações em Holambra.

Mello (2021) que apesar do potencial de atração visual, são construções que carecem de melhor fiscalização e pouco conversam com seu passado cultural e histórico, causando divergência entre a opinião de moradores.

Quanto as cores, Mello (2021) evidencia a presença do tom branco e marrom evidentes na arquitetura da colonização holambrense. As casas e edificações eram compostas por tijolos, pintadas em branco com cal e a presença de tinta em tom marrom claro que compunham os beirais das casas. Via-se, então, uma paisagem homogênea na antiga Holambra, sem maiores distorções (mello, 2021). Ainda complementa que as províncias holandesas demarcavam seus territórios por bandeiras em formato de “X” com cores presentes nas bandeiras identificadas por cada uma (mello, 2021). Na cidade de Holambra, usa-se em abundância tonalidades brancas, verdes e vermelhas deste mesmo modelo, presentes em variados elementos, como em algumas portas e janelas de prédios comerciais.

Por fim, Mello (2021) considera ainda os elementos mais representativos à história de Holambra, como a religião, o trabalho na terra e o maquinário holandês utilizado em época: os tratores e charretes. Ele pontua como a religião católica se espalhou, em especial, em meios rurais e como completaram os valores ligadas ao cooperativismo, configurando um modo de vida. O distanciamento entre holandeses e brasileiros no município, apesar de sua redução ao longo do tempo, ainda perdura. Para Mello (2021) é relevante criar soluções beneficentes e unificadas para ambas as partes, entendendo a importância da participação dos brasileiros no processo de colonização da região, atuando de modo cooperativo, palavra presente no município e que ainda perdura, seja nos modelos empresariais ou no desenvolvimento familiar baseado no sistema da Cooperativa.

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3.2.1 conclusão das pesquisas

A pesquisa de cunho quantitativo realizada detinha como um dos objetivos ouvir o público interno e externo e a declaração de suas opiniões e sentimentos pelo município, para entender a forma em que se relacionam com sua cidade. Como atividade investigativa, identificou-se as características particulares de Holambra e seu desenvolvimento, de forma que a visão e experiências de cada respondente ajudou a compreender melhor a cidade e de como o conjunto de respostas reflete parte da formação da imagem da cidade.

Quanto aos resultados desta pesquisa, notou-se retornos interessantes, permitindo, inclusive, identificar possíveis perfis de respostas. Ao analisar as informações dispostas na pesquisa, foi possível estabelecer um parâmetro sobre a identidade natural que a cidade possui, mesmo sem a presença de uma consistência visual e, principalmente, conceitos para a nova marca. Cada gráfico auxiliou a compreender diferentes pontos de vista e perfis, em razão dos resultados que contribuíram na compreensão de opiniões e percepções públicas do que a cidade representa.

A entrevista realizada contribuiu na compreensão mais aprofundada e no meio em que a cidade é identificada e vista, em sua grande força no sentido histórico e como o turismo poderia sustentar-se por este viés tão amplo. Tais informações e dados obtidos configuram fundamentais pontos que se tornarão pilares para a criação da marca da cidade de Holambra. Os estudos semânticos que apoiarão o processo criativo da marca e do desenvolvimento do sistema de identidade visual, devem assumir uma posição coesa e unificada para habitantes e turistas.

Nesse sentido, ao que já foi compreendido, inicialmente vislumbra-se o uso da cor marrom para acrescentar dignidade e carga histórica. Esta cor, o marrom, pode estar presente esporadicamente na identidade, pontuando objetos ou ações de maior importância ao município. Pode-se, também, extrair das formas arquitetônicas presentes em Holambra, suas linhas elementares, criando padrões visuais como composição estética e ilustrativa. Ao mesmo tempo em que o geometrismo presente em outros edifícios, como as bandeiras em “X”, pode ser utilizado a favor da criação, assim como o tom laranja e verde, presentes na bandeira municipal, a flor e o cooperativismo, elementos importantes ao holambrense.

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Desenvolvimento

Concluído a etapa de condução de pesquisa, apresentada nos capítulos anteriores, onde foi possível entender as necessidades e percepções dos stakeholders, parte-se, então, ao esclarecimento da estratégia, etapa seguinte responsável por definições, posicionamento, atributos e estratégias para a concepção da marca do município.

Desse modo, o propósito para criação e gestão da marca de Holambra se apoia no pilar de revitalização de uma identidade, conforme Wheeler (2019) explica. Neste caso, trata-se de uma identidade pertinente ao próprio município, porém ainda inexistente como marca visual. Holambra é inovadora, mas sua aparência destoa de sua autenticidade e identidade própria, entretanto, se bem trabalhada, pode posicioná-la à frente de outras cidades do circuito das águas paulista.

Logo, simplificar a história da cidade, humanizar as relações entre cidadão e turista, importar-se com os detalhes e visualizar o futuro, torna-se possível com uma cultura de marca bem enraizada. Para isso, é importante criar consciência de marca, atraindo e mantendo as pessoas certas, fazendo-as satisfeitas. Assim, otimizando os relacionamentos, cria-se vantagem competitiva e maior especialidade.

Com a gestão efetiva da marca aliado ao design, espera-se facilitar a compra da ideia aos consumidores, a venda e a construção de valor. Vivemos juntos com as marcas e para isso, abraçar a oportunidade de posicionar o município na mente dos consumidores tem sua relevância. Isso pode ser alcançado ao comunicar, cada vez mais, a forte ideia que declara e demonstra as vantagens locais. Então, trabalhar com a percepção, sonhos, valores e diferentes estilos de vida dos usuários, identificando os pontos de contato e criando polos de atração sensoriais é meta para as etapas seguintes deste projeto.

Portanto, as condicionantes pertinentes a área do design que serão consideradas para elaboração sequencial deste projeto, bem como seus parâmetros de produção, levarão em conta os conhecimentos teórico-práticos adquiridos até então em conjunto com os dados assimilados nos resultados da pesquisa, buscando trabalhar os seguintes pontos:

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Requisitos iniciais para a prática criativa.

Preservar as memórias da história do município de Holambra por meio de sua marca às futuras gerações e novos turistas;

Potencializar o engajamento e conscientizar seus públicos;

Criar um sistema de identidade da marca; Incluir as perspectivas multidisciplinares locais, bairros, pontos turísticos, museus e diversas outras áreas a fim de contar e simplificar a história do município;

Desenvolver uma estratégia de marca coesa com o sistema de identidade;

Examinar como as comunicações, comportamentos, arquitetura de marca poderão driblar as complexidades políticas e propor uma identidade;

Construir consciência de marca;

A continuidade das entrevistas com grupos de stakeholders para avaliar a opinião pública da comunidade;

Posicionamento da marca com base na personalidade do lugar e seus conjuntos de elementos identitários, reforçando seu caráter histórico, cooperativo, a cidade florescente e o pluralismo cultural e urbano;

Aumentar a visibilidade e sustentabilidade no setor turístico por meio do design ao respeitar o passado como base de valor;

Nesse sentido, anterior a etapa dos esboços criativos, é essencial pontuar quais serão os critérios funcionais que a marca do município de Holambra deverá apresentar em essência, sendo elas:

1. Ser audaciosa, memorável e cativante;

2. Pode ser protegida judicialmente;

3. Permite reconhecimento imediato;

4. Tem valor duradouro;

5. Proporciona uma imagem consistente;

6. Tem sucesso em várias mídias e escalas;

7. Comunica a persona da cidade de maneira atemporal;

Para as definições de tais critérios, considerou-se alguns ideais para fundamentar tais escolhas, que foram: visão, significado, autenticidade, coerência, diferenciação, flexibilidade, longevidade, comprometimento e valor, conforme explicita Wheeler (2019) em sua obra. Estes ideais são responsáveis em responder perguntas como: qual a inspiração da marca? Qual a grande ideia e a estratégia? Qual a proposta de valor e diferença competitiva? Qual o grau de preparo a mudanças com seu crescimento futuro? Entre outras.

Aos passos deste fluxo de pensamento processual, concluiu-se a declaração de missão a respeito do município de Holambra, como: uma cidade tranquila no interior de São Paulo, cujo diferencial é o plantio de flores e a cultura holandesa, buscando proporcionar momentos de encanto e felicidade às pessoas, através da

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metas
tabela 7

tabela 8

Definições dos componentes para a marca.

vivência cotidiana e nos tipos de turismos oferecidos (negócios e eventos, cultural e rural). Holambra objetiva tornar-se referência na Mesorregião de Campinas, com melhoria contínua, inovação e excelência nos serviços prestados.

Também, ao término desta etapa, foi definido a clareza, posicionamento e a essência que a marca do município de Holambra deve se pautar para atingir as metas identificadas, explanado na tabela a seguir:

Essência da marca

Quais são os valores (crenças) essenciais?

Cooperativismo. Manifestações culturais. Manifestações históricas. Religião. Trabalho na terra.

Quais são os atributos da cidade?

Colorida. Turística. Agradável. Cultural. Histórica. Atraente. Querida. Relaxante.

Qual é a diferenciação? A cultura holandesa, lazer, tranquilidade, bem-estar local, interação com a natureza e o plantio de flores.

Qual é a proposta de valor? Cidade com bons índices de desenvolvimento, atrativos culturais, eventos, gastronomia, artesanato, economia de turismo e dedicação à terceira idade.

Qual a ideia central?

Potencializar Holambra como capital nacional das flores, para moradores e turistas, buscando o ponto de autenticidade entre Holanda e Brasil.

Qual é o conceito?

Utilizar a flor como elemento principal, por sua presença na esfera histórica, cultural e comercial na cidade de Holambra.

Qual a vantagem competitiva?

Holambra é um destino nacionalmente conhecido, tem habilidade de realizar grandes eventos com infraestrutura privada para receber eventos. Tem proximidade dos grandes polos emissores do Estado de São Paulo e do Brasil, beleza cênica, clima agradável, a cultura Holandesa a seu favor e vias de acesso de boa qualidade.

Qual é a categoria de negócio?

Cidade com forte economia em turismo de eventos, cultural e rural. Além da agricultura e tecnologia.

Qual a necessidade?

Elaborar uma linguagem de comunicação visual uniforme para os meios de promoção do destino, como: fôlder, flyer, banner e mapas. Interface para: sites, vídeos promocionais e mídias sociais (Facebook, Twitter, Instagram, Youtube entre outras mídias sociais). A marca “Holambra” com correspondente manual de identidade e registrá-la em órgão competente.

Qual é a estratégia da marca?

Desenvolver um sistema de identidade que represente o espírito da marca e garanta que a marca ative a estratégia. A marca precisa refletir a estratégia de reforçar a cidade das flores, encantando seus moradores e clientes, posicionando o foco de Holambra em seus stakeholders mais próximos e distantes, com simpatia.

Principais concorrentes

Geográficos: Águas de Lindoia, Socorro, Campos do Jordão, Monte Verde, Serra Negra e São Roque.

Por motivação: Campinas, Jundiaí e São Paulo.

Qual é o tom de voz e a personalidade?

Os habitantes e visitantes de Holambra, em sua maioria são casais, com idade acima de 24 anos que buscam descanso, contato com a natureza e compras. Os visitantes vêm por busca na internet ou indicação de amigos, com elevado grau de instrução. Cabe ao destino comunicar sua infraestrutura, e comunicação digital.

Pontos de prova:

Cidade nacionalmente conhecida, com infraestrutura privada para receber eventos, habilidade de realizar grandes eventos, proximidade aos grandes polos emissores do Estado de São Paulo e do Brasil. Assim como sua beleza cênica, o clima agradável, a cultura holandesa e os bons índices de desenvolvimento na cidade.

Qual é o público-alvo?

Receptividade e associação às famílias domiciliadas em Holambra e na Grande São Paulo, de classe média e média alta, entre 30 e 70 anos e que gostam da tranquilidade junto à natureza, que buscam pelo bem-estar, relaxamento e gostam de momentos de descontração.

Grande ideia:

Uma cidade conhecida e respeitada como “Capital Nacional das Flores”.

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Clareza Posicionamento

4.1 estudos de concepção

Considerando uma primeira visão à nível projetual e pensamentos iniciais relacionados a materialidade para o desenvolvimento deste projeto, realizou-se visitações de reconhecimento no município de Holambra. Estas visitações que aconteceram entre os meses de janeiro a junho de 2021, tiveram como caráter investigativo a busca por compreender o ritmo local, sua comunicação verbal e visualXX num sentido interno e externo, bem como seus serviços disponibilizados.

Com o término das visitações na cidade, considerando o contexto da pandemia de COVID-19, percebeu-se que, minimamente foi possível captar como decorre a vivência local e a forma em que os cidadãos experimentam os serviços da cidade, de modo que novas descobertas foram registradas para contribuir com esta pesquisa. Após isto, os estudos de concepção partirão aos rascunhos de ideias criativas para a marca de cidade e sua identidade visual, tema deste projeto.

Com o esclarecimento da estratégia bem definido, deu-se início aos estudos iniciais para a elaboração da marca do município de Holambra. Para tanto, além dos atributos relacionados a cidade, considerou-se como referências visuais outras marcas de cidades e países.

Nas páginas seguintes: Seleção de fotografias feitas em Holambra: f.62, f.63, f.64, f.65

Painel de imagens fotografadas nas visitações de campo, parte dos materiais e referências criativas. f.66

Painel de marcas visuais de diversas cidades e países como materiais de apoio criativo.

XX Os materiais ou suportes de comunicação considerados contemplaram placas sinalizadoras, totens informativos, fachadas de estabelecimentos, peças gráficas impressas e digitais e estilo arquitetônico.

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4.2 processo criativo

Para os primeiros estudos, realizados com lápis e papel, julgou-se importante a classificação das topologias de marcas, em acordo ao exposto por Wheeler (2019, p. 54 - 55) em sua obra. Logo, para cada uma das topologias pontuadas pela autora (marcas com palavras, monogramas, pictóricas, simbólicas e emblemas) foram desenhados os esboços de diferentes ideias para cada uma destas cinco categorias. Como base de cada desenho, foi considerado o reconhecimento do cérebro para com as formas, imagens, cor e o significado das palavras – estas duas últimas reconhecidas em última etapa.

caminhos visuais

Neste fluxo de processo criativo, examinou os significados que precisavam ser incorporados, os atributos e a história da cidade, ao mesmo tempo que procurou-se envolver tais ideias em formas e contra formas, perspectiva, retas, curvas, ângulos e padrões. Foi possível chegar em três vertentes:

A. Uso de elementos simbólicos construídos numa grade;

B. Retratação das flores inspiradas nos padrões das cerâmicas de DelftXXI para criar campos floridos quando combinadas;

C. Aplicação das topologias às outras ideias (marca com palavras, monogramas, pictóricas e emblemas.

Os caminhos propostos como soluções em potencial dos primeiros esboços foram posteriormente digitalizados, a fim de compreender a adaptação em outras plataformas e, aprimorar a sua estrutura ao entender o funcionamento de sua percepção em ambiente digital junto a aplicação inicial de cores, tipografias, pesos, dimensões, orientações e sobreposições.

O caminho "A" tinha como proposta traduzir diferentes elementos simbólicos pertencentes ao município de Holambra. Os símbolos foram construídos sob uma grade e, quando combinados de maneira dinâmica, formariam uma malha capaz de contar histórias. Os elementos simbólicos escolhidos se respaldam em grafismos e padrões espalhados pela cidade e vistos tanto por seus morados quanto por seus turistas.

XXI Delfts Blauw é o nome dado à cerâmica feita na cidade de Delft, pintada em azul cobalto, originária do século XVI. Esta cerâmica teve seu auge entre 1640 e 1740, devido a uma explosão nas fábricas de cerveja da cidade. A proibição da importação de porcelana chinesa, bem como seu alto valor, alavancou a produção em Delft, tornando-a famosa e conhecida mundialmente (portal de holambra, online).

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Rascunhos iniciais para o caminho “A”.

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Primeiro pensar sobre construção dos símbolos em grades, possibilidades de cor e tipografias.

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Digitalização dos rascunhos idealizados ao caminho A.

Algumas soluções em potencial dos primeiros esboços foram vetorizadas, com a finalidade de aprimorar a sua forma e entender sua percepção digital junto a estudos de cores, tipografias, pesos, dimensões, orientações e sobreposições, conforme abaixo:

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f.70

Rascunhos iniciais para o caminho “B”.

O caminho "B", por sua vez, está mais conectado a grande ideia definida: as flores. Não muito distante do caminho anterior, esta ideia busca retratar as diferentes flores pioneiras no setor da floricultura holambrense, a fim de que, quando combinadas, formassem campos coloridos e floridos. Como já mencionado nesta pesquisa, as flores escolhidas foram: gladíolos, amarílis, lírios, strelitzias, rosas, crisântemos, cravos e ásteres, as pioneiras em território holambrense, em acordo com Kees Wijnen (2012).

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Nestes estudos foi possível notar que o caminho “A” representava elementos simbólicos muito superficiais correlacionados a cidade, mesmo sendo símbolos presentes no imaginário coletivo – conforme pesquisa realizada. Por isso e por haver desequilíbrios em sua mancha gráfica, optou-se por descartar tal caminho.

O caminho “B”, diferente da linearidade anterior, representava as flores como elemento principal para sustentar a identidade visual, estando também presente no imaginário como imagem simbólica representativa do município. As flores representam a união de duas culturas e de dois corações que batem numa só emoção. Desta forma, optou-se por seguir com este caminho com ajustes que solucionassem seu desequilíbrio formal, isto porque as flores construídas possuíam baixa versatilidade, muitas cores divergentes e uma presença que retirava a importância do logotipo quando o acompanhava.

Neste momento, notou-se que as flores não precisavam ser materializadas apenas como massa de cor, de maneira ilustrativa ou tão fiel a sua estrutura original. Em sequência, então, foram feitos alguns estudos visuais para compreender o nível de fidelidade e abstração que tais flores podem apresentar, ou deixar de apresentar, para que ainda sim fosse possível sua identificação.

f.71

Vetorização das flores, etapa de materialização dos estudos feitos em papel e de teste para entender seu comportamento em ambiente digital.

Nas próximas páginas: f.72

Estudos envolvendo combinação e rotação das flores desenhadas em software digital e testes de compreensão relacionados a sua abordagem abstrata e realista.

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Após este estudo, foi possível notar que entre representações muito realistas e muito abstratas, era necessário encontrar um ponto entre ambas as extremidades, para que as flores detivessem seu caráter elemental e minimamente abstrato e, ainda sim, que fossem reconhecidas por suas versões originais quando comparadas.

Em sequência, concluiu-se que para o caminho “B” uma possível solução seria materializar as flores como elementos mais abstratos, de forma que pudessem ter seu uso individual ou agrupado, criando campos de flores coloridos. Para isso, o próximo passo trouxe novos olhares sobre as sete flores já apresentadas com o intuito de compreender seu comportamento quando em traçado, sem preenchimento.

Após a finalização da adaptação de cada desenho individual das flores, foi possível notar a grande versatilidade de possibilidades que tal aplicação permitiria, fazendo uso de diferentes cores, posição e formatos. Nesta etapa, as cores ainda não estavam definidas e foi usado como base as cores pertinentes de cada flor em seu estado natural. Apesar disso, percebeu-se como algumas cores se repetiam de uma flor a outra. O gladíolo possuía tons rosas, vermelhos e amarelos, da mesma forma que o crisântemo também apresentava tais tons.

f.73

Adaptação do vetor das flores em caminho composto, recurso do software Adobe Illustrator, utilizado como solução para melhor adaptação e aplicação das flores em diferentes ambientes, formatos e situações.

Nas próximas páginas: f.74

Aplicação da combinação das flores individuais para criar uma malha de campos de flores coloridos.

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Por fim, este estudo mais desenvolto corresponde ao caminho "C" responsável por testar, experimentar e adaptar as criações do caminho “B”. Explorando novas percepções e ideias mais abstratas, sem muitas regras e limitadores, foi possível voltar-se ao posicionamento de testagem e conexão ao processo criativo transformando uma ideia anterior em uma solução mais próxima do conceito definido, flexível e consistente.

Ao final deste processo, foram comparadas cada uma das flores para compreender seu ponto de uniformidade. Visto que, o conjunto de flores eram circulares quando se sintetizava sua forma, diferentemente da strelitzia, que possuía uma forma irregular diferenciando-a das demais. Então, a fim de manter a uniformidade visual neste conjunto de elementos, optou-se por remover a strelitzia do conjunto, restando sete flores.

estudos de marca

Com a finalização e definição das flores como conjunto do sistema de identidade visual e, considerando, suas aplicações, concluiu-se que a melhor maneira de apresentar o logotipo de Holambra seria através do uso de palavras de maneira independente, chamado também de wordmark (wheeler, 2019).

Considerou-se que para os resultados desejados, era necessário encontrar a tipografia certa para comunicar os valores desejados. Então, o ponto inicial para concepção das primeiras alternativas para propostas de logotipo foram as tipografias holandesas e os motivos arquitetônicos aparentes. Partindo-se deste princípio, o primeiro estudo materializou alternativas que tinham como principais características o refinamento de detalhes angulados nos caracteres. Aqui, era necessário valorizar o caráter cultural, atratividade, descontração, encantamento e uma personalidade mais avançada. Dessa forma, posterior a esta definição, for realizado uma ampla seleção tipográfica em diferentes categorias para entender o comportamento do nome em diferentes estilos e atributos de fontes.

Feito tal seleção, a tipografia Petala Pro, de Marconi Lima mostrou um resultando bastante interessante visualmente, competindo diretamente com a autoral tipografia em desenvolvimento. Para a escolha definitiva, questionouse os atributos de ambas as fontes para determinar qual se encaixaria melhor as necessidades do projeto. Foram considerados as seguintes perguntas conceituais: qual expressa mais tranquilidade e bem-estar? Qual expressa mais feminilidade? Qual expressa mais beleza? Qual expressa mais imagem do município? Qual expressa mais o formato das flores? Qual expressa mais encanto? Qual expressa menos infantilidade? Qual expressa mais familiaridade? Qual expressa mais a cultura holandesa e a brasileira?

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Após esta análise criteriosa, foi possível chegar na conclusão de que a tipografia autoral apresentava de maneira mais potente os atributos desejados, eliminando, então, as demais outras fontes selecionadas candidatas ao logotipo. Deu-se início aos refinamentos da tipografia criada.

O segundo passo para o desenvolvimento contínuo do logotipo levou em consideração o refinamento dos caracteres, a fim de ajustá-los a algo menos figurativo e mais tipográfico.

O terceiro passo, por sua vez, trouxe mais robustez e mais geometrismo, além de autoridade aos caracteres, com menos angulações e inclinações a fim de transmitir atributos mais sóbrios. Nesta etapa, notou-se que as contra formas (parte branca da letra) do logotipo desenvolvido estavam desalinhadas. De mesmo modo, o caractere “O” tinha uma contra forma bem aberta, enquanto o “M” aparentava estar mais fechado e pesado. Logo, foi necessário equilibrar a forma entre elas para que o logotipo pudesse ser funcional. O caractere “H”, que possui duas hastes superiores inclinadas para a direita e o “M” que possui as mesmas hastes espelhadas precisaram de ajustes finos para apresentar uma solução mais próxima uma do outro.

Nas páginas anteriores: f.75

Seleção tipográfica inicial para definição do logotipo da marca de Holambra considerando diferentes estruturas e estilos.

Na página atual: f.76

Aplicação do nome Holambra na tipografia autoral desenhada no software Adobe Illustrator em comparação a tipografia Petala Pro, abaixo.

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Estudos de espaçamento realizados e refinamentos feitos em cada caractere a fim de alcançar atributos essenciais para uma tipografia harmônica.

Nesta etapa, agora caminhando para um desenvolvimento mais consistente, o quarto passo buscou analisar de maneira mais minuciosa as inconsistências específicas pressentes em cada um dos caracteres. Aqui buscou-se ajustar as semi-serifas para uniformizar sua forma com o caractere “M”. Também, compensando a altura do caractere “O”, ajustando as barras horizontais do “A” e “M” para atenuar seu peso exagerado, mantendo proporção entre ambos. O caractere “R” precisou de um meticuloso cuidado na forma de apresentar sua perna, já que estava em desequilíbrio com o restante de sua estrutura. Foi necessário torná-la mais convencional e retilínea. Por último, foram adicionados semi-serifas no “A” para manter uniformidade estrutural. Aqui, a finalidade de testes, inverteu-se o logotipo de ponta cabeça para auxiliar o entendimento de sua estrutura, começando a ler suas formas e não suas letras.

Buscando uma compensação entre as letras mais fiel, nesta etapa foram realizados ajustes quanto ao tamanho de cada letra a fim de alcançar maior proporção e uniformidade, refinando sua estrutura. Além disso, o caractere “O” estava com uma largura menor do que as demais letras, exigindo ter sua forma levemente alterada, preenchendo um pouco mais sua área. Após os ajustes, a barra do “A” ficou com sua estrutura leve demais, tendo sutilmente sua espessura ampliada. O “M” em sua incisão (junção), precisou de um pouco mais de peso para o topo, para equilibrá-lo. Em preto, encontra-se o logotipo em sua quarta versão, enquanto em verde, está o logotipo em sua quinta atualização.

Com a finalização dos refinamentos de cada caractere, deu-se início ao espaçamento entre letras. Para isso, foram feitas sobreposições de letras para entender seu comportamento e seu espaço ocupado.

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Evolução dos logotipos realizadas em etapas de refinamento até sua finalização.

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Finalizado os estudos de espaçamento entre letras, definiu-se a forma oficial do logotipo do município de Holambra. O próximo passo era definir seu lema. Segundo Wheeler (2019), o lema ou tagline precisa ser curta, única, deve capturar a essência de marca, que seja fácil de dizer e lembrar evocando repostas emocionais e que também possa ser protegida e registrada. Considerando isto, para o lema da cidade de Holambra foi definido o ”Cidade das flores”, frase oficial da região e muito falado entre moradores e visitantes. Neste caso foi desenvolvido uma variante em português e outra em neerlandês: f.79

Logotipo horizontal e vertical finalizado, com o lema em português e neerlandês.

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4.3 seleção tipográfica

Para atender linguisticamente aquilo que as letras deveriam expressar também visualmente, aplicou-se algumas etapas para fazer boas escolhas e com repertório para a definição tipográfica. Nesse sentido, fez-se uso do material complementar de Mary Vonni Meurer, pós-graduada em design pela Universidade Federal de Santa Catarina.

O material desenvolvido pela autora propõe cinco etapas, que são: contexto do problema, critérios de seleção, hierarquia, pesquisa e avaliação. Logo, deu-se início entendendo as questões relacionadas ao conteúdo, ao leitor e ao suporte para compreender as necessidades relacionadas a tipografia (meurer, 2017). Foi concluído a necessidade de uma família tipográfica que atendesse ampla hierarquia, com caracteres especiais e de forte teor histórico, a fim de comunicar as emoções certas ao público certo e, por fim, que atendesse as condições específicas de uso e licença.

Em sequência, foi considerado os fatores de legibilidade, leiturabilidade e demais variações de recursos, isto é, a presença na família tipográfica de variações romanas, itálicas e negrito, tipos claros, seminegrito e formas condensadas e estendidas, ao observar as variações da altura-x, largura, espessura do traço e o espaçamento das fontes, bem como a proporção entre ascendentes e descendentes (meurer, 2017). A esta etapa, coloca-se em evidência a necessidade de notar a consistência do estilo presente na composição de todos os demais caracteres (frascara apud meurer, 2017, p. 11).

Como importante critério, os fatores conceituais foram considerados para contribuir ao processo de comunicação, incorporando a expressividade que a tipografia deveria imprimir, neste caso, fazer alusão propositadamente a cultura holandesa apresentando o texto de forma única, equilibrando legibilidade e identidade. Na pré-seleção das tipografias em potencial, foram buscadas fontes com a presença e ausência de serifa, assim como suas subclassificações. Usou-se também como critério a autoria do tipógrafo, seu período de criação, o local e sua inserção contextual e cultural. Para definição da tipografia, foram abordados alguns critérios aos quais as fontes que não atenderam completamente a eles foram desconsideradas:

1. Legibilidade e leiturabilidade;

2. Variação e recursos;

3. Aspectos histórico-culturais;

4. Expressividade;

5. Restrições de orçamento.

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Por fim, concluiu que o contexto do projeto exigia uma família tipográfica para uso amplo e diversificado, em diferentes suportes e meios, proporcionando abertura em seu uso e excelente legibilidade em textos de corpo maior e menor, mostrando-se viva e atraente em tamanhos maiores. Direcionado ao público de idade mais avançada, de classe média a alta, com elevado grau de instrução acadêmica, que buscam pelo equilíbrio entre expressão contemporânea, refinamento, detalhes culturais e sentimentalismo amplo para aplicações digitais e físicas. Os fatores econômicos disponíveis permitem o uso do licenciamento básico para aquisição de fontes enquanto este projeto se desenvolve e adquire espaço. Nesse sentido, as seguintes fontes foram testadas: Alverata (Gerard Unger, 2013), Demos Next (Gerard Unger, 1975), Petala Pro (Marconi Lima, 2013) e Praxis Next (Gerard Unger, 1977). f.80

Características e recursos da família tipográfica Alverata, de Gerard Unger.

Alverata faz parte de uma família moderna onde suas inscrições em maiúsculas são a base que pode ser vista em suas serifas em forma de espinho e formas alargadas. As letras tem formas robustas, enquanto o refinamento é mostrado por meio de uma miríade de detalhes, como a forma das curvas e os troncos. É feita para cenários onde a combinação de exclusividade e referência histórica é o objetivo principal. As formas curvas prevalecem nas letras minúsculas, enquanto as linhas retas e os ângulos predominam nas letras maiúsculas.

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f.81

Características e recursos da família tipográfica Demos Next, de Gerard Unger.

Alverata tem uma grande altura x, é ligeiramente condensada e tem grandes espaços internos dentro das letras. Ao atender a esses detalhes, a fonte tem desempenho excelente em aplicações digitais e impressas, proporcionando abertura e legibilidade em textos pequenos e mostrandose viva e atraente em tamanhos grandes. Seus principais atributos são suas formas angulares, atraentes, curvilíneas e também retilíneas, robustas, e com variações legíveis.

Desenhada para originalmente compor textos em jornais, exigia ser legível e econômica em termos de espaço, a Demos Next tem grande altura-x, boas aberturas, caracteres distintos e serifas robustas. Foi construída para garantir que o design mantivesse sua integridade quando em variedade de ambientes ou em uma ampla gama de dispositivos. A família se beneficia de formas de letras levemente condensadas que, combinadas com sua altura-x robusta, permitem que uma quantidade considerável de texto esteja em um espaço limitado, enquanto mantém altos níveis de legibilidade nos caracteres.

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f.82

Características e recursos da família tipográfica Petala Pro, de Marconi Lima.

Neo Humanista e sem serifas, a Petala Pro combina legibilidade com uma personalidade gentil, porém forte. As formas suaves e equilibradas compartilham 18 estilos da família - do fino ao preto - permitindo a flexibilidade necessária para detalhes complexos. Em cada peso, ajustes sutis foram feitos para valorizar as qualidades ópticas de cada estilo. A grande variedade de alternativas torna a Petala Pro ainda mais versátil. Todos os estilos vêm com muitos recursos avançados, como conjuntos estilísticos, formas localizadas, alternativas contextuais, ligaduras, versaletes, números e frações. A Petala Pro traz sua mensagem com eficiência e personalidade para um ambiente múltiplo em qualquer meio ou suporte.

A extensa altura-x facilita a leitura, mesmo em tamanhos menores. Com um toque dinâmico e vívido seus expressivos detalhes são particularmente proeminentes no caso das variantes em itálico, com ligaduras e ornamentos atraentes.

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f.83

Características e recursos da família tipográfica Praxis Next, de Gerard Unger.

tabela 9

Matriz de avaliação e seleção considerando as pontuações nas categorias relevantes inerentes a família tipográfica.

A família da tipografia Praxis Next é aberta, convidativa e altamente legível. Grotesca e sem serifa, possui nove pesos e se beneficia de um conjunto de fontes condensadas. Contando as contrapartes em itálico, a família consiste em 36 variações. Como atributos tipográficos, possui um aspecto mais pesado, geométrico e expressa robustez.

Contexto do Problema: o contexto exige uma fonte de texto para uso amplo e diversificado, em diferentes suportes e meios, proporcionando abertura em seu uso e excelente legibilidade em textos de corpo menor, mostrando-se viva e atraente em tamanhos maiores. Direcionado ao público de idade mais avançada, de classe média a alta, com elevado grau de instrução acadêmica, que buscam pelo equilíbrio entre expressão contemporânea, refinamento, detalhes culturais e sentimentalismo amplo para aplicações digitais e físicas. Os fatores econômicos disponíveis permitem o uso do licenciamento básico para aquisição de fontes quando este projeto se desenvolve e adquire espaço.

156

Ao comparar as demais tipografias apresentadas na figura anterior, percebeu-se que a fonte Petala Pro tinha um desempenho total de 33 pontos, sendo selecionada por se aplicar perfeitamente em textos que merecem destaque e expressividade neste projeto. Quanto a família tipográfica para corpos menores e de volumes constantes, a família Alverata possuía um desempenho de 35 pontos em relação a outra opção (Demos Next) sendo selecionada por seu desempenho e ênfase superior nos critérios de legibilidade.

4.4 cores

Para iniciar os estudos cromáticos, fazia-se necessário compreender o modo como a cor deveria funcionar. Então, buscou-se examinar os elementos em alto nível para, numa análise ampla, entender o sistema como um todo. A família de cores precisava funcionar em diversas aplicações impressas e digitais, explorando tons quentes, frios, valores, matizes, saturação, cores complementares e contrastantes. Tal como afirma Wheeler (2019) 60% da decisão de adquirência de um produto se baseia na cor e já que a cor é afetada por diversos meios de reprodução, fez-se preciso testar em diversas plataformas, a fim de manter seu reconhecimento e construção de valor.

Neste fluxo de pensar, deu-se início aos testes de eficiência das cores. Desse modo, foi elaborado uma série de questionamentos para auxiliar este processo:

1. A cor é distintiva?

2. Que cores de fundo são possíveis?

3. A cor é adequada para o tipo de atividade que acontece na cidade?

4. Como as reduções ou ampliações afetam as cores?

5. A cor está alinhada com a estratégia da marca? O que é preciso que a cor comunique?

6. É possível manter a consistência nas diferentes mídias?

7. A cor terá sustentabilidade?

8. Como a cor se comporta em monitores (PC e iMac) e diversos outros dispositivos?

9. A cor tem conotações positivas ou negativas?

10. A cor é reproduzida de forma diferente nos diversos métodos de produção?

11. A cor lembra a cidade e seus serviços?

12. Existem cores Pantone em papel fosco e couché?

13. A cor vai facilitar o reconhecimento e a lembrança?

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14. A cor vai funcionar na sinalização?

15. A cor pode ser protegida judicialmente?

16. Quais são as cores equivalentes da cor na Web? Existem arquivos eletrônicos apropriados para a cor?

17. A cor funciona sobre fundo branco?

18. A cor foi testada no ambiente em que ele vai ser usado?

19. O sistema de cores é flexível o bastante para proporcionar uma ampla gama de aplicações dinâmicas?

20. O sistema de cores dá apoio a uma experiência consistente da marca?

21. Essas cores podem ser reproduzidas?

22. Existe uma paleta para a Web e uma paleta para impressão gráfica?

23. As cores podem ser nomeadas?

24. Foram criadas padronizações da identidade que facilitem o uso do sistema de cores?

25. Existe algum valor patrimonial a ser preservado?

26. A cor está em sintonia com a estratégia da marca?

O próximo passo era definir as cores através de sugestões, estudos e testes experimentais. Para as primeiras sugestões, sabia-se que deveria ser uma paleta colorida que inspirasse diversidade de cores das flores vistas e sentidas no território de Holambra, conferindo vivacidade e dinamismo. Tal premissa foi descoberta no momento da pesquisa quantitativa realizada no início deste projeto, visto que 77 respostas das 111 coletadas definiram Holambra como um município colorido.

O verde que remete ao sinopla presente na bandeira municipal, é símbolo representativo da cultura e da história do povo holambrense. Tal cor em conformidade com a tradição heráldica, simboliza o amor, mocidade, força, alegria, espírito e cortesia, representando o solo pátrio do Brasil. Dessa forma, o verde foi definido como a cor principal. Sua presença no sistema de identidade deveria ser evidente, em conjunto com as demais cores que representariam as diferentes facetas do local, sua diversidade de flores e seu caráter atrativo, integrando o sistema harmonicamente.

158

Sendo o verde o fio condutor para os demais tons que iriam compor o sistema, sabia-se que seria necessário cores vivas e expressivas. Neste pensar, as sugestões de cores foram inspiradas nas primeiras flores que foram cultivadas no território holambrense. Em sequência, as sugestões cromáticas foram testadas para verificar sua harmonia com o verde a fim de gerar um intervalo único e diferenciado, que deveria representar a diversidade do município e seu povo.

Laranja, vermelho, amarelo, rosa e lilás são as cores adicionais que surgiram das variações cromáticas das flores presentes no município. Elas devem ser utilizadas em composição ao verde para trazer leveza, expressividade e contraste aos materiais. Além destas cores, o marrom completa o sistema como um tom que faz referência à arquitetura da colonização holambrense, em razão das construções pintadas em branco com cal e a presença de tinta em tom marrom claro que compunham os beirais das casas.

A combinação de todas as cores propostas deve permitir organização da paleta a fim de otimizar o resultado visual. Dessa forma, as combinações precisavam ser mais harmônicas e suaves, para facilitar o desenvolvimento de peças gráficas. Dessa forma, definiu-se que o verde seria a cor mais relevante dentro do sistema, sempre marcando presença, em menor ou maior escala, nos materiais gráficos em acréscimo de uma outra cor dentre as 6 adicionais apresentadas. Como diretriz, definiu-se que não se faz necessário utilizar todas as cores da combinação simultaneamente. Logo, as únicas cores obrigatórias são o verde junto de mais uma única cor adicional.

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A paleta de cores de Holambra inclui diferentes possibilidades que podem ser usadas. Ao combinar tais cores, percebeu-se que deveria ser garantido que as duas cores escolhidas sejam suficientemente diferentes, isto é, deve haver contraste entre elas. Dessa maneira, é possível criar livremente comunicações originais com essas combinações de cores, que foram extraídas no município de Holambra.

Finalizando o sistema de cores, foi possível reconhecer sua eficácia e versatilidade para expandir-se nas peças de comunicação, além de estarem atreladas a elementos relevantes ao município de Holambra, como o marrom, cor de valor histórico ao município, presente no sistema para reforçar as origens locais. Vê-se, portanto, uniformidade e significado nas escolhas cromáticas.

f.84, f.85, f.86, f.87, f.88, f.89

Adaptação da sugestão das cores adicionais com base nas variações cromáticas das flores.

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gráfico 6

Evolução dos tons de cores selecionados que sofreram adaptação mediante os testes de desempenho de cor. Para os testes, foram considerados principalmente o comportamento de cada cor quando sobreposta a outro tom, verificando seu contraste.

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GROEN ORANGE BRUIN GEEL ROZE LILA
PANTONE 355 PANTONE 151 PANTONE 7407 PANTONE WARM RED PANTONE 7548 PANTONE MAGENTA 0521 PANTONE VIOLET 0631
ROOD

4.5 iconografia

A fim de exaltar, enfatizar elementos, imagens e mensagens presentes na cidade, foi criado um conjunto iconográfico inicial para representar graficamente a personalidade de Holambra de maneira simplificada. Tais pictogramas apoiam o sistema identitário em suas diferentes ativações de forma consistente e característica.

Sua simplicidade em linhas e possibilidade de uso das cores facilita sua legibilidade, conectando com a linguagem visual da marca, tal como sua mensagem de um jeito ágil. Sua curvas geométricas conferem simetria e proporção, e fácil reconhecimento, alinhando com o sistema identitário. Por fim, seu desenho característico cria consistência com outros elementos da marca, permitindo seu uso em diferentes contextos.

Desenhados para assumir diferentes composições, variando sua cor e escala, para garantir sua padronização, era necessário estabelecer regras claras com o intuito de organizar sua estrutura e direcionar a criação de novos pictogramas. Sua base faz parte de sua identificação e não deve ser desconsiderada. Desse modo, sua concepção visual ficou divida em quatro pontos de atenção:

Estrutura

Todos os pictogramas foram construídos numa grade de 8x8 pixels

Para que a uniformidade entre eles possa existir. Todos os pontos de construção das linhas que os desenham devem assentar em pontos desta grade.

Linha

As linhas, stroke, que desenham os pictogramas possuem a configuração de arremate projetado, junção de mitra e alinhamento de traçado ao centro, selecionadas no software Adobe Illustrator. Estas opções fazem com que as extremidades das linhas se mantenham proporcionais a sua largura, permitindo que elas se encontrem nos cantos.

Figuras geométricas

A base de todos os pictogramas devem ser figuras geométricas: círculos, quadrados ou retângulos. Assim é possível manter sua padronização e uniformidade entre todo o conjunto que compõe a família.

Cor

Deve ser aplicado uma única cor que estabeleça harmonia com as demais, de modo que a cor principal, o verde, possa receber sua evidência e manter uma hierarquia cromática clara.

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Para

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

Praça dos Coqueiros

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Moinho Povos Unidos Moinho Povos Unidos Moinho Povos Unidos Stroopwafel Rotas turísticas Parque Van Gogh Fonte dos Pioneiros fins de visualização, a seleção da família iconográfica desenvolvida.

Exemplos do Manual de Identidade de Holambra: f.90

Capa, contracapa e miolo do manual da marca, um dos produtos deste projeto.

4.6 documentação do projeto

Em sequência, este capítulo irá apresentar os detalhamentos dos produtos desta pesquisa, neste caso, o manual de identidade visual para a cidade de Holambra. Para fins de documentação, será exposto representações digitais e informações técnicas para reprodução em gráfica.

Este manual de identidade foi desenvolvido com o objetivo de apresentar claras diretrizes para a correta aplicação de qualquer um dos recursos visuais que compõem a identidade desenvolvida, com boas práticas de uso. O manual irá garantir presença e um bom reconhecimento da Marca da cidade de Holambra. Diferentes diretrizes foram definidas a fim de nortear a utilização da identidade, como a combinação dos variados elementos gráficos para manter a coerência visual e alcançar consistência da marca, ponto chave para tornar-se relevante em um universo cada vez mais complexo e competitivo dentro das identidades da marca. Além de estabelecer regras visuais, este guia ajudará a compreender os valores e a personalidade de Holambra como marca. Tal ferramenta servirá para consultas sempre que a aplicação da marca Holambra for necessária, possibilitando, então, sua permanência e potência como marca visual memorável. A seguir, serão apresentadas algumas visualizações do manual de marca e de produtos institucionais realizados neste projeto:

164

tabela 10

Descritivo da ficha técnica do Manual da identidade de Holambra.

Exemplos dos pontos de contato e aplicações de testes offline:

f.91

Cartões de visita desenvolvidos em duas soluções visuais: institucional e geral. f.92

Panfletos fotográfico e papelaria administrativa.

memorial descritivo

Título Manual da identidade de Holambra

Softwares utilizados

Adobe Photoshop, Adobe Illustrator e Adobe InDesign

Concepção técnica da identidade Vetores transformados em caminhos compostos

Número de páginas 132 páginas

Capa Rígida com 204 x 244 mm, impressão colorida (4 x 0)

Formato aberto (miolo) 400 x 240 mm

Formato fechado (miolo) 200 x 240 mm

Acabamento

Miolo

Tipografia

Laminação fosca com verniz localizado nos detalhes e textos.

Papel couché fosco, 230 g/m2

Petala Pro, de Marconi Lima [Adobe fonts] Alverata, de Gerard Unger [Adobe fonts]

Atributos Nenhum

Fechamento de arquivo

Visualização 3D

PDFX1A - 2001 Exportado no Adobe InDesign

Adobe Photoshop

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Exemplos dos pontos de contato e aplicações de testes online: f.93

Twitter, Facebook, Instagram e Hotsite f.94

Peças de Social Media desenvolvidos para os mídias de Holambra.

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Considerações finais

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Odesign de identidade de marcas para cidades, apesar de recente, é uma prática profissional já adotada em várias localidades, como observou-se ao decorrer desta pesquisa, tanto a nível internacional quanto a nível nacional – este último caso em menor exploração, contando com poucos casos tão expressivos, como as marcas da SPTuris de São Paulo, da prefeitura de Campinas e da cidade de Embu das Artes (castanha junior, 2014).

Como resposta a estes novos e futuros projetos de marcas para cidades, constata-se os impactos positivos que esta temática tem levantado, em especial ao setor de comunicação e turismo. Nessa perspectiva, Costa (2008, p. 124) pontua com sua afirmação “toda marca que aspira a ser uma grande marca hoje, tem de realizar não só um jogo ou sistema de persuasão, de indução, de percepções maçantes, mas um conhecimento”.

A primeira parte deste estudo contou com um levantamento histórico relativo à cidade de Holambra, considerando suas raízes como território de imigração, partindo para sua nomeação como “capital das flores” e, mais recentemente, a sua elevação como “estância turística”. Nestes fatos apresentados, foram evidenciados os aspectos importantes de sua formação, ao passo que o presente estudo ressaltou aspectos históricos importantes a serem considerados: o alerta à falta de atitudes referentes a conservação de sua base como cultura holandesa, defendendo apenas uma tematização turística, conforme a visão de Wijnen e van der Knaap (2012) e de Mello e Braga (2017).

Entretanto, sabe-se que esta cultura não pode ser interpretada e sintetizada em apenas três símbolos de identificação neerlandesa no município de Holambra: seus moinhos, tamancos e tulipas. Logo, pretende-se reforçar e comunicar cada vez mais a respeito de sua essência local aliado ao design, para fomentar uma exposição mais surpreendente e coerente com um aprofundamento das particularidades da cultura híbrida de Holambra. Sua história, arquitetura, urbanismo, o pertencimento social, lendas e canções assim como seu meio ambiente, todos num sentido mais amplo e sustentável, devem ser conhecidos e respeitados.

171

Inserido neste panorama contemporâneo, compilou-se definições, terminologias e classificações referentes ao que diz respeito ao design de marcas, e, posteriormente ao design de marcas para cidades. Também se observou casos exemplares de branding territorial sob uma visão clínica, respaldados por referências processuais e criativas pautado pelas metodologias de Wheeler (2019), Anholt (2007) e Lynch (1999), presentes na revisão bibliográfica, a fim de estabelecer uma assimilação prática do que foi compreendido.

Estas análises de caso contribuíram para uma experimentação e aproximação dos estudos de projetos já implementados na comunidade, construindo um olhar para além da teoria. Nesse sentido, verificou-se a relação entre a formação do conceito e essência da marca e seu desdobramento visual, identificando os pontos de contato de cada um destes grandes projetos, como forma de entender a força de suas imagens como marcas consistentes e coerentes.

A pesquisa quantitativa, ainda que possua uma pequena amostragem, em conjunto com o posicionamento do presidente do conselho de turismo local, apesar da ausência de respostas do Departamento de turismo e cultura de Holambra, proporcionaram uma compreensão maior sobre como moradores, colaboradores, turistas e potenciais turistas da cidade percebem o município, fornecendo subsídios estatísticos para esta pesquisa ao compartilhar suas mais variadas experiências vividas. Notou-se como ambas as pesquisas realizadas se complementam entre percepção e informação estatística, fornecendo valiosos dados como base de utilização que norteou a etapa criativa deste projeto.

Ademais, a entrevista com João Luiz van Ham Mello, Turismólogo e Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, permitiu conhecer mais sobre suas pesquisas pioneiras realizadas no município de Holambra, aliado à sua experiência acadêmica e profissional, contribuindo para uma maior compreensão sobre o turismo no município e, principalmente, sobre a história da colônia e da atual Holambra. Esta, fundamentada na cultura neerlandesa, por meio de abordagens pouco aprofundadas, representando símbolos por meio de estereótipos que incentivam o imaginário social e pouco se comunica com o lugar em questão (mello, 2021). A conversa também permitiu novos insights sobre possíveis padrões cromáticos que podem ser adotados no desenvolver deste projeto, assim como alguns outros elementos e símbolos mais coerentes à cidade. Neste caso, um deles são as flores, com seu relevante papel histórico e contemporâneo na cultura e economia local (mello, 2021).

O estudo ainda apresentou um recente panorama das manifestações visuais presentes na cidade de Holambra, a fim de reconhecer possíveis falhas e perceber oportunidades, ao inserir este caso na específica área do branding

172

para localidades. Pretende-se, com pesquisas futuras incluir maiores questões investigativas para se aprofundar no recorte teórico que diz respeito a cultura neerlandesa, presente no município de Holambra. Assim como, entender quais características autênticas da cidade a diferenciam do país de sua imigração e as novas manifestações que surgem com o caminhar do tempo, visto que, ao deixar seu local de origem para o novo, uma união de vivências configura algo autêntico, buscando entender ainda mais sua percepção e pregnância.

Com este caráter investigativo será possível imergir diretamente no cerne da cidade, tornando possível eternizar elementos que estejam respaldados no que Holambra é para si e para todos os seus diversos interagentes locais. Assim, aproximando-se de uma prática criativa de visão singular, individual, tal qual, como afirma Costa (2008, p. 145), onde os aspectos práticos devem estar compreendidos em seu máximo, calculados para tomar forma no pensamento do designer:

A criatividade deve mirar alto. Mas a paixão, o firme enamorar-se do panorama aberto que se vislumbra e no qual vamos comprometer nossos esforços, deve passar pela prova de mudança de temperatura, passar da paixão para a frieza lógica para considerar os aspectos práticos, quer dizer, a viabilidade, e exequibilidade, a sustentabilidade do projeto.

A continuidade do projeto consolidou-se com o processo criativo, o qual foi responsável por criar trilhas de conexões com tamanhas informações pesquisadas e de seus valores em particular. Para o autor, a possibilidade de aprofundar seus conhecimentos num campo de pesquisa e compreender a história e particularidades de seu objeto de estudo configura uma grandiosa e rica experiência.

Espera-se, como continuidade, a apresentação desta pesquisa e produto de design a alta gestão da cidade de Holambra para tomar conhecimento deste projeto e como sua potência poderá contribuir aos seus civis e visitantes por meio dos recursos visuais aqui empregados e bem relacionados com a essência de ser a cidade das flores. Neste fluxo de pensar, é de se esperar que este projeto consiga mitigar os impasses na cidade quanto a falta de estratégias consolidadas para com seu marketing externo e interno e, também, quanto a digitalização dos recursos e serviços ofertados no local.

Em acordo ao exposto no Plano Diretor de Turismo, vê-se neste projeto a capacidade de otimizar a forma de divulgar Holambra como destino além de suas fronteiras, fazendo isto de maneira mais adequada aliada a uma maior integração as novas plataformas midiáticas e de monitoramento de resultados. Em sequência disto, dá continuidade para a marca de Holambra,

173

espera-se, futuramente, seu registro como logotipo oficial da cidade criada em órgão competente.

Ademais, além da identidade visual atribuída ao sistema aqui criado, torna-se relevante a expansão deste projeto a outras áreas que permeiam o design, neste caso, o design de sinalização. Tal como afirmado no Plano Diretor de Turismo (toledo; belini, 2018, p. 31):

A cidade de Holambra apresenta sinalização Turística, porém ela é incompleta, descontínua e não atinge todos os públicos. Portanto é necessário que a cidade priorize este assunto, pois a grande maioria dos turistas que para lá vão, são independentes e a sinalização tem grande importância para este tipo de turista.

Fica evidente, então, que ainda há diferentes caminhos a florescer no município para que seu desenvolvimento aconteça de maneira contínua e, o design é um dos meios para alcançar tal expansão.

Também, por fim, espera-se que este projeto de pesquisa e desenvolvimento como produto, considerando sua elaboração teórica, de pesquisa e projetual de design possa apoiar e disseminar compreensões a respeito do município de Holambra, com sua base e comunidade, assim como do respeito ao design de marcas para cidades, suas particularidades por definição, contexto, processo e implementação.

174
175

Elementos pós-textuais

176

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180

lista de figuras

Introdução

f.1 Aplicações não padronizadas arquivo pessoal 17

Fundamentação teórica

f.2 Residência durante a guerra arquivo pessoal 26 f.3 Ms Algenib arquivo pessoal 27 f.4 Bandeira de Holambra https://bit.ly/3KcDyya 29 f.5 Casas de pau-a-pique wijnen, 2012 30 f.6 Réplica de casa antiga arquivo pessoal 31 f.7 Maque Fazenda Ribeirão arquivo pessoal 32 f.8 São Nicolau arquivo pessoal 35 f.9 Centro de Holambra wijnen, 2012 38 f.10 Criança segurando um gladíolo arquivo pessoal 40 f.11 Veiling da Cooperativa arquivo pessoal 42 f.12 Enflor https://bit.ly/3KhCEAi 43 f.13 Hortitec https://bit.ly/3ILX0l1 44 f.14 Chuva de pétalas https://bit.ly/3HJkuG2 45 f.15 Expoflora https://bit.ly/3pA7PPu 45 f.16 Praça dos Crisântemos arquivo pessoal 47 f.17 Praça das Rosas arquivo pessoal 47 f.18 Paróquia Divino Espírito Santo arquivo pessoal 49 f.19 Escola Ibrantina Cardoso arquivo pessoal 49 f.20 Casa de moradores arquivo pessoal 51 f.21 Casa de moradores arquivo pessoal 51 f.22 Zaanse Schans https://bit.ly/3pCspid 52 f.23 Top Centrum arquivo pessoal 53 f.24 Artesanatos de Delft https://bit.ly/3pzXdAk 54 f.25 Turismo gastronômico https://bit.ly/35MnfcC 57 f.26 Turismo rural https://bit.ly/3C9yNma 57 f.27 Mapa Turístico de Holambra https://bit.ly/3sE42Ta 57 f.28 Revista Turística https://bit.ly/3MnoGyM 58 f.29 Guia Turístico https://bit.ly/3ttKIqV 58 f.30 Grande Portal de Holambra arquivo pessoal 59 f.31 Moinho de Vento Povos Unidos arquivo pessoal 60 f.32 Artefatos do Museu de Holambra arquivo pessoal 61 f.33 Confeitaria Zoet en Zout arquivo pessoal 62 f.34 Técnica e floricultura https://bit.ly/3sBvZv0 65 f.35 Trekker Trek https://bit.ly/3trt3jU 65 f.36 Dança folclórica https://bit.ly/3IJFo9l 66 f.37 São Nicolau em Holambra https://bit.ly/3Ca4zzo 66

181

f.38 Ladrilhos nas calçadas arquivo pessoal 67 f.39 Logotipo dos Países Baixos https://bit.ly/35JYDRB 71 f.40 Marca I Love NY wheeler, 2019, p. 65 73

Resultados de pesquisa

f.41 Brasão de Helsinque https://bit.ly/36OAQQX 79 f.42 Variações da marca Helsinque https://bit.ly/35ICtiG 80 f.43 Materiais da marca Helsinque https://bit.ly/3pw1FQz 81 f.44 Universo cromático https://bit.ly/3vGQuZe 82 f.45 Fotografias e ondas https://bit.ly/3HKWGBy 83 f.46 Brasão de Peru https://bit.ly/3HDLt60 86 f.47 Estilo fotográfico da marca Peru https://bit.ly/3ttG0K4 87 f.48 Pontos de contato da marca Peru https://bit.ly/3ttG0K4 88 f.49 Universo cromático https://bit.ly/3ttG0K4 89 f.50 Brasão de Porto https://bit.ly/3KhYbsL 92 f.51 Identidade de Porto https://bit.ly/3hIu1Tc 93 f.52 Logotipo de Porto porto, 2017, p. 170 94 f.53 Construção e grid porto, 2017, p. 149 95 f.54 Conjunto de ícones porto, 2017, p. 46 96 f.55 Metrô de Porto porto, 2017, p. 171 97 f.56 Marca visual de Holambra (2017) https://bit.ly/3HI9pFh 101 f.57 Marca visual de Holambra (2021) https://bit.ly/3HI9pFh 102 f.58 Ilustração vetorial https://bit.ly/3HRcPpu 102 f.59 Aplicações em canais digitais https://bit.ly/3Ki0qwb 103 f.60 Arquitetura da casas dos imigrantes https://bit.ly/35ykbB1 110 f.61 O "X" nas edificações de Holambra https://bit.ly/35ykbB1 111

Desenvolvimento do projeto

f.62 Painel de fotografias de Holambra https://bit.ly/3sI9Bjw 119 f.63 Painel de fotografias de Holambra https://bit.ly/3tAZUmt 119 f.64 Painel de fotografias de Holambra https://bit.ly/3vKSn75 119 f.65 Painel de fotografias de Holambra arquivo pessoal 119 f.66 Painel de marcas visuais arquivo pessoal 120 f.67 Rascunhos iniciais arquivo pessoal 122 f.68 Construção em grades arquivo pessoal 123 f.69 Digitalização dos rascunhos arquivo pessoal 124 f.70 Rascunhos do caminho B arquivo pessoal 125 f.71 Vetorização das flores arquivo pessoal 126 f.72 Combinação e rotação das flores arquivo pessoal 127 f.73 Adaptação do vetor das flores arquivo pessoal 136 f.74 Malha de campos de flores coloridos arquivo pessoal 137 f.75 Seleção tipográfica inicial arquivo pessoal 146

182

f.76 Tipografia autoral arquivo pessoal 148 f.77 Estudos de espaçamento arquivo pessoal 149 f.78 Evolução dos logotipos arquivo pessoal 150 f.79 Logotipo horizontal e vertical arquivo pessoal 151 f.80 Família tipográfica Alverata arquivo pessoal 153 f.81 Família tipográfica Demos Next arquivo pessoal 154 f.82 Família tipográfica Petala Pro arquivo pessoal 155 f.83 Família tipográfica Praxis Next arquivo pessoal 156 f.84 Variações cromáticas das flores https://bit.ly/3HJqTBd 159 f.85 Variações cromáticas das flores arquivo pessoal 159 f.86 Variações cromáticas das flores https://bit.ly/3txakDt 159 f.87 Variações cromáticas das flores arquivo pessoal 160 f.88 Variações cromáticas das flores arquivo pessoal 160 f.89 Variações cromáticas das flores https://bit.ly/35qMMZ3 160 f.90 Manual da marca de Holambra arquivo pessoal 164 f.91 Cartões de visita arquivo pessoal 167 f.92 Panfletos fotográficos e papelaria arquivo pessoal 167 f.93 Mídias sociais arquivo pessoal 168 f.94 Peças de Social Media arquivo pessoal 168

lista de gráficos

Fundamentação teórica

gra.1 Crescimento da população wijnen, 2012 64

Resultados de pesquisa

gra.2 Relação dos 111 respondentes arquivo pessoal 106 gra.3 Preservação da cultura neerlandesa arquivo pessoal 107 gra.4 Símbolos do município arquivo pessoal 108 gra.5 Elementos e potenciais turistas arquivo pessoal 109 gra.6 Evolução dos tons de cores arquivo pessoal 161

lista de mapas

Fundamentação teórica

mapa.1 Localização do município wijnen, 2012 36 mapa.2 Zona urbana do município wijnen, 2012 32

183

mapa.3 Bairros e projetos de parques wijnen, 2012 39 mapa.4 População de Holambra [2010] https://bit.ly/3HKf4e5 48 mapa.5 PIB per capita https://bit.ly/3HKf4e5 50

lista de tabelas

Introdução

tab.1 Regiões turísticas em São Paulo mtb, 2019, p. 36 18

Fundamentação teórica

tab.2 Promoção de flores (1997) wijnen, 2012 46 tab.3 Antigos habitantes de Holambra wijnen, 2012 63 tab.4 Três funções das marcas wheeler, 2019, p. 2 69

Resultados de pesquisa

tab.5 Etapas para análises de caso arquivo pessoal 78 tab.6 Organização da pesquisa arquivo pessoal 105

Desenvolvimento do projeto

tab.7 Metas projetuais arquivo pessoal 116 tab.8 Componentes para a marca arquivo pessoal 117 tab.9 Matriz de avaliação tipográfica arquivo pessoal 156 tab.10 Ficha técnica do manual arquivo pessoal 166

184

apêndice a Entre flores & cores: pesquisa avaliativa sobre o município de Holambra

Olá, eu sou o Victor Chaves! Acadêmico de Design Gráfico e preciso da sua ajuda no meu TCC.

Nasceu em Artur Nogueira e é estudante do sétimo período de Design Gráfico pelo SENACSP e passa parte de sua vida na capital. É da paixão pelo Design e do carinho pela cidade das flores que teve a ideia de criar uma marca de cidade para potencializar o que há de melhor para se viver em Holambra! Caso queria falar comigo: victorchavesds@gmail.com / Instagram: @vituchaves

Esta pesquisa avaliativa ajudará na construção de um estudo sobre a Marca da Cidade de Holambra e para isso, que tal contar um pouco da sua experiência como morador/turista desta linda cidade? São só alguns minutinhos! Participe!

conhecendo o perfil do público

q.1 Qual seu gênero? ( ) Feminino ( ) Masculino ( ) Transgênero ( ) Transexual ( ) Cis gênero ( ) Não sei responder ( ) Prefiro não dizer ( ) Outros:

q.2 Qual seu grupo de idade? ( ) 12 a 17 anos ( ) 18 a 24 anos ( ) 25 a 31 anos ( ) 32 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) 51 a 59 anos ( ) 60 anos ou mais

q.3 Qual o seu grau de instrução? ( ) Sem educação formal ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( ) Ensino superior ( ) Pós-graduação

185

q.4 Qual a sua relação com o município de Holambra?

( ) Sou morador na cidade (ir para ‘Morar e viver em Holambra’)

( ) Sou trabalhador na cidade (ir para ‘O simbolismo da cidade das flores’) ( ) Sou turista na cidade (ir para ‘Do perfil turístico’)

( ) Nunca fui, mas tenho interesse em conhecer o município (ir para ‘Tenho interesse em conhecer o município’) ( ) Não tenho interesse em conhecer o município (ir para ‘Não tenho interesse em conhecer o município’)

( ) Já ouvi falar, mas não conheço o município (enviar formulário) ( ) Nunca ouvi falar (enviar formulário) ( ) Outros (ir para ‘O simbolismo da cidade das flores’)

morar e viver em holambra

q.1 Há quanto tempo você mora no município de Holambra?

( ) Alguns meses ( ) Cerca de um ano ( ) Mais de um ano ( ) Mais de 10 anos

q.2 Para você, qual a melhor parte de conviver no município de Holambra?

Marque todas que se aplicam. ( ) A relação Brasil-Holanda ( ) Demais serviços e empresas ( ) Desenvolvimento agrícola ( ) Embelezamento do centro da cidade e da área residencial ( ) Meio ambiente ( ) O setor de flores e plantas ( ) Saúde pública, assistência médica e social aos idosos ( ) Segurança pública ( ) Qualidade na educação e formação profissional ( ) Turismo ( ) Vida sociocultural ( ) Outro:

q.3 Quais impactos você, morador do município de Holambra, identifica na cidade?

Marque todas que se aplicam. ( ) Alto custo de vida ( ) Muito trânsito ( ) Perda da tradição neerlandesa ( ) Poluição ambiental ( ) Pouca segurança pública

186

( ) Problemas sanitários ( ) Outro:

q.4 Você identifica um desprendimento das bases que formaram o município, perdendo parte da tradição neerlandesa? ( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez

Q.5 Se sim e caso saiba, cite um elemento tradicional que ainda pode ser reconhecido e um que perdeu seu reconhecimento:

Q.6 Quais das seguintes atividades de cunho neerlandês você já participou e tem conhecimento? Marque todas que se aplicam.

Nunca ouvi falar Já ouvir falar, mas nunca participei Já participei uma vez Já participei várias vezes

Caça aos Ovos de Páscoa

Conselho dos Onze

Danças folclóricas

Dia da Rainha

Festa da Colheita

Mercado de Brinquedos Usados

Mercado de Pulgas

Ons Genoegen

Presépio Vivo

São Nicolau

Trekker Trek

Vrouwengilde

Zeskamp

187

q.7 Você, morador do município de Holambra, se identifica com o desejo de cooperar, conceito forte nas raízes da cidade?

Pouca identificação ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Grande identificação

q.8 Pensando no turismo local, qual a importância do domínio do idioma natal (neerlandês) para manter a ligação com a cultura holandesa?

Pouco relevante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito relevante

q.9 "As características especiais que definem o caráter do município de Holambra, o destaca como único entre as demais regiões".

O quanto você, morador da cidade, concorda com esta afirmação? (van der knaap, 2012)

Discordo totalmente ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Concordo totalmente

q.10 "Com a manutenção do vínculo com a cultura neerlandesa, Holambra continuará com o holofote de cidade onde o melhor das culturas brasileira e neerlandesa se encontram". O quanto você, morador da cidade, concorda com esta afirmação? (van der knaap, 2012)

Discordo totalmente ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Concordo totalmente

q.11 Em sua opinião, como espera ver o município de Holambra daqui 15, 20 anos? (ir para ‘O simbolismo da cidade das flores’)

do perfil turístico

q.1 Quantas vezes você já visitou a cidade?

( ) Nenhuma vez ( ) Apenas uma vez ( ) Até cinco vezes ( ) Mais de 10 vezes ( ) Outros:

q.2 Quando você visitou a cidade, quem formava seu grupo? ( ) Amigos ( ) Apenas eu ( ) Casal (sem filhos) ( ) Família ( ) Outros:

q.3 De onde veio sua fonte de informação para organizar seu passeio ou viagem?

188

Marque todas que se aplicam.

( ) Agência de viagens ( ) Amigos ou parentes

( ) Feiras, eventos e congressos ( ) Guias turísticos ou fôlders ( ) Internet ( ) Viagem corporativa ( ) Outros:

q.4 No geral, elenque as motivações de sua visita ao município Marque todas que se aplicam.

Compras pessoais

Cultura local

Diversão noturna

Esportes

Estudo ou cursos

Grandes eventos (ex.: Expoflora)

Motivos de saúde

Natureza

Trabalho, feiras ou convenções

Passeios turísticos

Religião ou peregrinação

Visitar amigos e parentes

189
Nenhuma vez Poucas vezes Muitas vezes

q.5 Alguma atividade pode não ter sido abordada/contemplada nas opções acima. Se este for o seu caso, comente abaixo, caso queira:

q.6 Quais são os destinos mais visitados e mais apreciados no município de Holambra por você? Marque todas que se aplicam.

( ) Boulevard Holandês ( ) Centro de Cultura e Eventos Jan Heijdra ( ) Deck do Amor

( ) Grande Portal Turístico ( ) Lagos da cidade (Holandês, Nossa Prainha etc.) ( ) Memorial do Imigrante

( ) Moinho Povos Unidos ( ) Monumento Piet Schoenmaker ( ) Museu Histórico e Cultural

( ) Parque da Expoflora ( ) Parque Van Gogh ( ) Portal do Moinho

( ) Praças da cidade (Cachoeira, Dálias etc.) ( ) Rua da Amizade ( ) Rota dos Imigrantes

( ) Torre do Relógio ( ) Outro:

q.7 Você recomendaria a visita ao município de Holambra? ( ) Sim, recomendaria ( ) Não recomendaria ( ) Não tenho certeza

q.8 Qual seu grau de satisfação em relação ao seu passeio ou viagem? Decepcionou ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Superou (ir para ‘O simbolismo da cidade das flores’)

o simbolismo da cidade das flores

q.1 Holambra é marcada por sua história. Você conhece a origem e significado deixado por trás do simbolismo que está por toda a cidade?

( ) Sim, conheço ( ) Não conheço ( ) Não tenho certeza

Q.2 Se sim, comente abaixo até três palavras-chave que dizem respeito a história do município de Holambra:

190

q.3 Quando você pensa no município de Holambra, qual a primeira imagem, sensação ou símbolo que se forma em seu imaginário?

q.4 A cidade tem diversas manifestações visuais, sinais e símbolos. Quais deles melhor representa o município de Holambra para você? Marque todas que se aplicam.

Nada Pouco Muito

Brasão do município

Comida típica

Estilo arquitetônico (Zaanse Schans)

Eventos locais (ex.: Expoflora)

Flores de corte

Moinho Pá

Pioneiros (antecessores/ imigrantes)

Roupas e danças tradicionais

Tamanco Tulipa

Tulipo (mascote)

Q.5 Considerando suas experiências e opinião, quais características/ adjetivos podem melhor definir os valores do município de Holambra? Marque todas que se aplicam.

191

Agradável Atraente Colorida Cooperativa Cultural Histórica Inesquecível Moderna Natural Pacífica Querida Relaxante Turística Urbana

q.6 Alguma característica/adjetivo pode não ter sido abordada/ contemplada nas opções acima. Se este for o seu caso, comente abaixo, caso queira

q.7 Caso alguma questão não tenha sido abordada e queira pontuar, comente abaixo: (enviar formulário)

tenho interesse em conhecer o município

Ao entender o perfil de quem demonstra interesse em visitar o município de

192 Nada Pouco Muito

Holambra será possível ofertar uma experiência cada vez mais marcante e impressionante. Informações estas que serão insumos fundamentais para análises mais sofisticadas capazes de revelar as influências que as variáveis de interesse exercem sobre este fluxo. Mesmo que ainda não tenha visitado a cidade, existem razões para demonstrar este interesse em conhecer o local.

q.1 De onde veio sua fonte de informação que te fez demonstrar interesse em conhecer Holambra? Marque todas que se aplicam. ( ) Agência de viagens ( ) Amigos ou parentes ( ) Feiras, eventos e congressos ( ) Guias turísticos ou fôlders ( ) Internet ( ) Viagem corporativa ( ) Outros:

q.2 Considerando sua opinião e o que já ouviu falar do município de Holambra, elenque as motivações que te interessariam em futuramente visitar o local Marque todas que se aplicam.

Pouco interessante Muito interessante

Compras pessoais

Cultura local

Diversão noturna

Esportes

Estudo ou cursos

Grandes eventos (ex.: Expoflora)

Motivos de saúde

Natureza

Trabalho, feiras ou convenções

193

Passeios turísticos

Religião ou peregrinação

Visitar amigos e parentes

q.3 Quando você pensa no município de Holambra, qual a primeira imagem, sensação ou símbolo que se forma em seu imaginário?

q.4 A cidade tem diversas manifestações visuais, sinais e símbolos. Quais desses elementos abaixo você já ouvir falar a respeito do município de Holambra? Marque todas que se aplicam.

Nunca ouvi falar Já ouvi falar

Brasão do município

Comida típica

Estilo arquitetônico (Zaanse Schans)

Eventos locais (ex.: Expoflora)

Flores de corte Moinho Pá

Pioneiros (antecessores/imigrantes)

Roupas e danças tradicionais

Tamanco

Tulipa

Tulipo (mascote)

194

(enviar formulário)

não tenho interesse em conhecer o município

Ao entender o perfil de quem demonstra interesse em visitar o município de Holambra será possível ofertar uma experiência cada vez mais marcante e impressionante. Informações estas que serão insumos fundamentais para análises mais sofisticadas capazes de revelar as influências que as variáveis de interesse exercem sobre este fluxo. Mas, também, podem existir razões para não demonstrar interesse em conhecer o local.

q.1 De onde veio sua fonte de informação que te fez demonstrar interesse em conhecer Holambra?

(enviar formulário)

Dank u wel! (muito obrigado)

195

apêndice b

Entre flores & cores: pesquisa avaliativa sobre a demanda turística e a imagem do município de Holambra direcionada a COMTUR

do perfil socioeconômico

q.1 Qual o gênero dos visitantes do município de Holambra? Existe algum gênero que seja mais predominante em relação ao outro?

r: não há gênero predominante, a distribuição é bem próxima dos 50%/50%.

q.2 Qual o grupo de idade, isto é, qual a faixa etária mais presente e menos presente das pessoas que visitam o município? É um público mais jovem, mais idoso?

r: se desconsiderarmos a Expoflora, o perfil predominante é acima de 25 e abaixo de 70, com maior concentração entre 35 e 60.

q.3 Qual o grau de instrução destes visitantes? A grande maioria são pessoas sem educação formal ou com elevado grau acadêmico?

r: a pesquisa realizada para elaboração do Plano Diretor de Turismo aponta 72% com formação superior/pós-graduação.

da característica da viagem

q.1 Qual o perfil da demanda turística no município de Holambra? Os visitantes procuram a cidade apenas pelo lazer, natureza e cultura ou também existe uma parcela que frequenta a cidade apenas em eventos, convenções ou até mesmo para visitar amigos, parentes, cursos, motivos de saúde, religião e compras pessoais?

r: mesmo com 2 anos sem feiras e eventos, o número de turistas tem aumentado. O turismo de saúde ou religioso são inexpressivos. Se considerarmos gastronomia como parte da Cultura e flores dentro de compras pessoais, diria que as principais características da viagem são lazer/natureza/cultura, seguido de compras pessoais. Cursos e eventos também trazem turistas.

q.2 Em relação a composição do grupo turístico, os visitantes costumam passear pela cidade em sua grande maioria com sua família, amigos, entre casais ou sozinhos?

r: a composição principal é de 1º família, 2º casais. Depois amigos e por ultimo sozinho.

196

q.3 Em geral, existe um gasto médio per capita/dia no município de Holambra nas atividades de lazer, eventos, visitas a amigos, parentes ou compras pessoais?

r: não tenho.

q.4 Quais são os destinos mais visitados no município de Holambra? Existem dados estatísticos que comprovem estas escolhas?

r: 18,62% dos turistas de Holambra escolheram para visitação o Moinho. 13,42% escolheram a parte Gastronômica da cidade (restaurantes, confeitaria, bares, docerias, cafés e padarias). 25,50% escolheram atrativos voltados para as Flores. Este estudo demonstra que os turistas de Holambra vêm em busca do comércio de Flores. *pesquisa realizada entre 2016 e 2017 para elaboração do PDT

q.5 E quanto as atividades, existe alguma que seja mais procurada dentro do município de Holambra? Como os novos visitantes tomam conhecimento das atividades de cunho neerlandês na cidade?

r: desconsiderando a Expoflora, temos Mercado de pulgas como atividade com maior envolvimento de visitantes (divulgação em redes sociais). Outras como Zeeskamp, gincana de charretes, Trekker Trek, São Nicolau, Dia do Rei atraem em menor grau.

q.6 Agora, quanto a fidelização do destino. Existe uma frequência da visita ao município de Holambra? E existe intenção de retorno e recomendação do destino?

r: não tenho um dado concreto. Muitos comentários nas redes sociais do tipo “adoro esse lugar” ou “vou sempre” etc… mas muitos dos turistas manifestam ser a primeira vez em holambra.

q.7 A respeito da organização da viagem, qual a fonte de informação? É através da internet? Amigos, parentes? Pelas agências de viagens ou por meio de guias turísticos e fôlders?

r: internet é a principal fonte de informação.

q.8 Em geral, como os visitantes costumam avaliar a viagem considerando infraestrutura local, turística, além dos serviços prestado aos turistas? Eles costumam comentar ou perguntar sobre a limpeza, organização, sinalização da cidade?

r: muitos elogios.

q.9 Qual o nível de satisfação em relação à viagem e como é feito a mensuração do grau dessa satisfação?

r: sem resposta.

197

da imagem da cidade

q.1 Algum visitante já comentou em alguma ocasião sobre um possível desprendimento das bases que formaram o município, isto é, a perda de parte da tradição neerlandesa? Quais são as percepções do setor sobre este possível fato?

r: não ouvi nada de visitantes. Já ouvi algo assim na Expoflora, o que de fato ocorreu uma vez que a festa se tornou privada e hoje é um evento profissional deixando a característica de quermesse. Sobre a cidade, a percepção é de possível perda das tradições. Vejo que é necessário criar a identidade própria.

q.2 "As características especiais que definem o caráter do município de Holambra, o destaca como único entre as demais regiões" (van der knaap, 2012). Qual a percepção do setor a respeito desta afirmação?

r: Holambra se destaca por sua cultura Holandesa, espírito Cooperativista e qualidade de vida.

q.3 "Com a manutenção do vínculo com a cultura neerlandesa, Holambra continuará com o holofote de cidade onde o melhor das culturas brasileira e neerlandesa se encontram" (van der knaap, 2012). Qual a percepção do setor a respeito desta afirmação?

r: é fundamental a preservação da cultura holandesa como elemento de diferenciação do município.

q.4 Quanto aos novos e antigos turistas, existe uma preocupação em preservar as memórias da história do município de Holambra por meio de sua identidade, além do museu, às futuras gerações e novos turistas? r: não percebo diretamente essa preocupação, entretanto entendo que é sim de interesse da cidade e dos turistas.

q.5 Qual o posicionamento do setor turístico quanto a personalidade da cidade e seus conjuntos identitários para reforçar o pluralismo cultural e urbano em Holambra? Existe uma preocupação em aumentar a visibilidade e sustentabilidade turística respeitando o passado como base de valor?

r: sim, existe essa preocupação. O setor entende essa necessidade e deseja criar a identidade própria da cidade a partir do pluralismo.

q.6 Em geral, os visitantes costumam comentar sobre as características/ adjetivos que definiram a elas os valores do município de Holambra? Se sim, quais são estas características?

r: os adjetivos principais são: lindo, organizado, limpo, tranquilo e seguro. Destaque para “parece a Europa”.

198

q.7 Baseando-se nas experiências e vivências no município de Holambra, qual a perspectiva ou estimativa sobre como a cidade pode, quer ou deve ser vista daqui 15, 20 anos considerando o turismo como estratégia fortificadora?

r: deve ser vista como cidade segura, com qualidade de vida, cultura e personalidade forte e própria.

q.8 Existe algum censo ou pesquisa qualitativa ou quantitativa realizada no município? Se sim, exclusivamente para fins acadêmicos, seria possível compartilhar a fonte destes dados?

r: sim.

Dank u wel! (muito obrigado)

Graag gedaan

199

apêndice c

Lista de questionamentos que nortearam a conversa com João Luiz van Ham Mello

identificação

q.1 Posso citar seu nome e utilizá-lo como uma das referências em minha pesquisa de monografia?

q.2 Você concorda em gravar o áudio desta conversa? Ele terá utilização restrita a esta pesquisa de monografia e não será compartilhada. Caso concorde, encaminharei um termo institucional de aceite para formalização e transparência.

o simbolismo da cidade das flores

q.1 Considerando a personalidade que define o caráter de Holambra, de que maneira futuras ações poderiam destacar melhor a história, arquitetura, a relação com o meio, folclore, canções, os diferentes dialetos e o meio ambiente, aliados a um turismo plural e cultural, comunicando-se melhor com o local?

q.2 Nesse sentido, quais fatores contribuíram para a popularização dos três símbolos identificantes mais conhecidos da cultura holandesa, isto é, os moinhos, tamancos e tulipas, estereótipos do holandês na cidade de Holambra?

q.3 Em sua opinião, considerando o contexto da cidade, quais símbolos ligados a essência do município poderiam receber maior destaque a fim de valorizar a história da imigração em Holambra, potencializando um turismo que respeite o passado e construído com base nos valores locais?

q.4 Considerando o vínculo com a cultura neerlandesa, em que ponto Holambra torna-se autêntica como cidade brasileira e colônia cultural e social?

do turismo às tendências

q.1 As grandes perdas sofridas pelo patrimônio histórico de Holambra, assim como o conhecimento superficial a seu respeito, o desvalorizam como bem cultural. Em sua visão, como levar adiante a preservação deste patrimônio material, em especial seu valor imaterial, tido como pouco percebido localmente, às gerações seguintes?

200

q.2 Com base em suas experiências e vivências no município de Holambra, qual sua percepção sobre como a cidade deveria ser vista daqui 15, 20 anos?

indicações

q.1 Você teria indicações de pesquisas, artigos ou livros de autores que tratem da cultura holandesa ou que dialoguem com a autenticidade de Holambra?

201

apêndice d

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de Participação de pesquisa para João Luiz van Ham Mello

202

apêndice e Peças visuais produzidas para promover a pesquisa quantitativa

Peça visual e vídeo elaborados para divulgação da pesquisa quantitativa publicados na página pessoal do Instagram do autor, na seção IGTV.

Peças visuais elaboradas para sustentar a publicação na página “Holambra Bem Cultural” de João Luiz van Ham Mello.

Olá, pessoal, a página @holambrabemcultural está cedendo espaço para a pesquisa do @vituchaves.

A pesquisa de TCC, em design gráfico, busca criar uma identidade de marca para Holambra como destino turístico. Legal né?

A pesquisa visa conhecer a opinião de turistas e moradores.

Para responder ao questionário, é bem fácil e não demora mais que alguns minutinhos. O link está disponível na BIO aqui do @ holambrabemcultural até o dia 31/05.

Corre lá e ajude o Victor!

203

Peça visual em formato “.gif” elaborada para divulgação da pesquisa quantitativa em canais digitais de grupos do WhatsApp e na página pessoal do Twitter do autor.

Peça gráfica elaborada para divulgação da pesquisa quantitativa idealizada para impressão e distribuição entre moradores e turistas na cidade de Holambra.

204
205 autor Victor Chaves da Silva design Victor Chaves da Silva papel Couché fosco 115 g/m2 tipografia Alverata, de Gerard Unger Petala Pro, de Marconi Lima tiragem 3 volumes são paulo Março, 2021

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