33 minute read
a educação ambienTal como PoTência na
Enio Borges Pinheiro Junior Renata Josephina dos Santos
Advertisement
Resumo
Por meio de levantamento bibliográfico este artigo buscou teorias e estudos práticos de sucesso que utilizaram a educação ambiental como ferramenta para a gestão ambiental na conservação de ecossistemas. Berçário de espécies da fauna e da flora, e grande vítima de impactos gerados pelo homem, o manguezal, foi o ambiente escolhido para o nosso estudo. Apresentamos a gestão ambiental, conceituando termos base e contextualizando seus fundamentos. Discutimos sobre a maneira que esse modelo de gestão vem ganhando notoriedade e como sua aplicabilidade tem importância na tomada de decisão. Vimos que uma sociedade mais informada tem a capacidade de interferir em modelos de produção e como essa conduta gerencial interfere em diversos espaços, tanto empresarial como no meio natural, em parques e reservas florestais, bacias hidrográficas e outros. Analisamos as diferentes vertentes pedagógicas para a educação ambiental e escolhemos a educação ambiental crítica como linha de trabalho por questionar a pedagogia tradicional e o modelo de consumo e dominação da sociedade atual. Baseado na Educação Libertadora de Paulo Freire e no seu efeito transformador, sugerimos metodologias e técnicas para a sensibilização dos sujeitos e para colocá-los cara a cara com a realidade em que vivem e torná-los capazes de questioná-la e transformá-la de forma dinâmica e participativa. Com isso verificamos que a educação e a gestão ambiental aliadas, potencializam os resultados para conservação de ecossistemas. Diante de todos os trabalhos analisados e através de inferência dos autores, concluímos que a educação ambiental é fundamental na conservação de manguezais e que seu correto uso atinge resultados satisfatórios na resolução do problema em questão e fundamentalmente no despertar de uma nova visão do meio em que vivem os sujeitos do estudo.
Palavras-chave: educação ambiental; gestão ambiental; manguezal; conservação.
Introdução
O ecossistema Manguezal tem origem nas regiões dos oceanos Índico e Pacífico. No Brasil sua distribuição ocorre ao longo da costa, já ao longo da costa. No Estado do Rio de Janeiro, os manguezais tem forte presença na Foz do Rio Paraíba do Sul; na Baía de Guanabara; na Baía de Sepetiba; e na Baía de Ilha Grande. O Brasil apresenta a predominância de três espécies vegetais de mangue Rhizophora Mangle (mangue vermelho); Laguncularia Racemosa (mangue branco); Avicennia Shaueriana (mangue preto). Os manguezais têm grande importância ecológica e econômica para natureza e para o homem. As ações antrópicas ameaçam o ecossistema devido ao desenvolvimento acelerado causado pelo modelo capitalista atual e a falta de consciência humana e suas medidas de interação com o meio. E é nesse fluxo que se destaca a importância da educação, base do nosso estudo, é ela que irá estimular o desenvolvimento do pensamento crítico em relação ao ambiente e em relação ao meio que nos cerca. No presente estudo faremos um apanhado das vertentes de educação ambiental atual e nos focaremos na educação ambiental crítica, a linha mais utilizada atualmente por não se restringir a ecologia e ampliar a visão para o meio social. Usaremos como orientadores educadores consagrados pela pedagogia moderna e que nos trarão um entendimento da importância do ensino inteligente e questionador. Baseado na Educação Ambiental Crítica estudaremos metodologias e técnicas que vem sendo usadas com sucesso na conservação de manguezais. Despertando o efeito transformador e deixando claro ao homem que ele é parte integrante do meio ambiente e que suas ações e da sociedade em que vivem se refletem direta ou indiretamente sobre os ecossistemas. A humanidade deve entender o impacto e as consequências de suas escolhas e ações, enxergando isso em cadeia sabendo que a omissão é causadora tanto quanto ação. Iremos apresentar a gestão ambiental e tratar sua aplicabilidade junto da educação ambiental buscando a conservação dos manguezais, conceituando e objetivando sua importância para esse ecossistema. Expondo a visibilidade alcançada por esse sistema de gestão nos dias atuais interpondo o objetivo final.
1. A Importância do Manguezal e de sua Conservação
1.1 Origem e Formação dos Manguezais
Inicialmente vamos diferenciar os termos mais comumente usados para se referir a este ecossistema. Manguezal é o conjunto de variáveis de comunidades costeiras tropicais ou subtropicais com predominância de vegetais, arbóreas ou arbustos resistentes ao fluxo de mares e a salinidade. A palavra mangue é utilizada para indicar as espécies vegetais desse contexto ecossistêmico. Os manguezais são definidos cientificamente como ecótono, zona de transição ambiental entre biomas fronteiriços (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995). A transição dos manguezais acontece entre o ambiente terrestre e aquático, fazendo com que recebam grande carga de compostos orgânicos, excremento de animais e sais minerais pelo fluxo de mares, o que torna este ecossistema um ambiente riquíssimo em nutrientes (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995). Esse ecossistema tem origem nas regiões dos oceanos Índico e Pacífico e a distribuição de suas espécies aconteceu pelo fluxo de correntes marinhas no período em que os continentes se encontravam mais próximos. A distribuição geográfica no Brasil ocorre desde o estado de Amapá até o estado de Santa Catarina. Já no Estado do Rio de Janeiro, os manguezais tem forte presença na Foz do Rio Paraíba do Sul (Região Norte); na Baía de Guanabara (Região Metropolitana); na Baía de Sepetiba (Guaratiba); e na Baía de Ilha Grande (Região Sul Fluminense). Existem alguns aspectos que são de extrema importância para se caracterizar o ecossistema de manguezal. Os tipos de solo e principalmente a dinâmica das águas com ação sobre os ambientes costeiros que impulsionam essa formação. O manguezal é um ecossistema que tem boa adaptação à variação do nível do mar, isso ajuda a manter sua existência ao longo do tempo. Os manguezais se instalam em regiões estuarinas, encontro das águas doces e salgadas. O substrato formado para fixação dos manguezais ocorre com a chegada de sedimentos oriundos dos rios e mares, estes sedimentos sofrem processos físico-químicos e dão origem ao que chamamos de grumos, o acúmulo de pequenas partículas, que facilitam a instalação do mangue.
Segundo Schaeffer-Novelli (1995) os manguezais tem melhor desenvolvimento em condições específicas como: temperaturas médias acima de 20° C; precipitação pluvial acima de 1.500 mm/ano, sem prolongamento de secas; média de temperaturas mínimas até 15° C (indicando que alem de ser um ecossistema tropical pode ocorrer em ambientes temperados). Sendo ainda relevante a influência do pH, oxigênios dissolvidos (OD) e nutrientes.
1.2 Flora e Fauna
Os mangues apresentam características específicas para seu crescimento e se mostram espécies oportunistas pela absorção de nutrientes e pela adaptação a condições peculiares como alta salinidade, baixa oxigenação, solo lodoso e por sofrer inundações de mares (BALL, 1998). No Brasil ocorre predominância de três espécies vegetais de mangue Rhizophora Mangle (mangue vermelho); Laguncularia Racemosa (mangue branco); Avicennia Shaueriana (mangue preto). O mangue também é usado para identificar de modo comum esses ambientes. Estes vegetais conseguem se desenvolver neste ambiente inóspito e desfavorável à maioria dos vegetais por suas adaptações fisiológicas (BALL, 1998). As principais adequações fisiológicas que estas espécies apresentam são: quanto seu sistema de reprodução por possuir alto grau de viviparidade, processo reprodutivo onde seus propágulos e sementes germinam na arvore mãe e só se desprende dela após o término de sua formação; sistema de raízes conhecido como escoras ou Rhizophoros, tem como adaptação sua forma de fixação ao solo, sustentando a árvore e facilitando a troca gasosa entre a planta e o meio externo; raízes pneumatóforas, são raízes visíveis que ficam acima do solo auxiliando a respiração das plantas; existência de lenticelas, pequenas aberturas que facilitam o ingresso e a saída de gases nas raízes e caules. Além dessas plantas características existem no manguezal espécies herbáceas, epífitas, hemiparasitas e aquáticas típicas (SCHAEFFER-NOVELLI, 1990). O manguezal é de extrema importância para biodiversidade, este ecossistema é berçário e habitat de muitas espécies, não somente espécies residentes como também de espécies transitórias que passam pela região do manguezal em alguma fase de seu ciclo de vida, fazendo com que ele tenha uma contribuição de maior abrangência geográfica para biodiversidade. Este complexo ecossistêmico apresenta alta produtividade e importância
ecológica pela sua grande exportação de matéria orgânica e baixa predação (PEREIRA FILHO; ALVES, 1999). Neste ambiente encontra-se uma grande variedade de fauna representada por grupos como: anelídeos, moluscos, crustáceos, aracnídeos, insetos, anfíbios, repteis, aves e mamíferos. Os caranguejos são as espécies símbolo desse ecossistema, esses crustáceos ao cavar suas tocas auxiliam na oxigenação do solo. Os moluscos se alimentam de microrganismos presente nos mangues, fazendo a renovação natural da vegetação. As aves se beneficiam quando a maré está baixa e encontram facilidade na busca por alimentos como crustáceos e peixes mais expostos.
1.3 A interação dos manguezais com o homem e a natureza
Por ser um local com abundantes espécies animais o manguezal desde a pré-história é usado pelo homem como fonte de energia. O benefício da qualidade nutricional e a facilidade com que o homem encontra esses alimentos resultaram na exploração significativa do ambiente. Além da alimentação os manguezais proporcionavam ao homem produtos para práticas medicinais, usando seu conhecimento para extração de remédios da vegetação. Era comum o uso do manguezal como fonte de recursos para o tingimento de redes e tecidos, construção de moradias, utensílios caseiros e artefatos para pesca e agricultura (PEREIRA FILHO; ALVES, 1999). Os manguezais desempenham grande importância ecológica e econômica para natureza e o homem. No entanto, as ações antrópicas ameaçam esse ecossistema devido ao desenvolvimento acelerado e a falta de observância do homem para essa riqueza ambiental. A redução da área de manguezal é uma pratica progressiva. A valorização desse ambiente não ocorreu até os dias atuais, sua diminuição foi ainda mais agravada pela ocupação desordena principalmente nas grandes capitais. Esse ecossistema sofre degradação desde o período de colonização para instalação de moradia e outras benfeitorias. O desmatamento e aterro dos manguezais ocorrem por diversos fatores impostos pelo modelo de desenvolvimento capitalista atual. A especulação imobiliária é um desses fatores de maior impacto ao ecossistema, servindo como exemplo, a região de Ilha Grande no estado do Rio de Janeiro. A degradação ocorre não somente pela população de alto poder aquisitivo que busca manter um padrão social, essa degradação vem também por
parte de famílias de baixa renda, que se instalam no entorno do manguezal sem qualquer ordem pública. Essa ocupação ocorre devido à ignorância da população sobre a relevância do ecossistema e a valorização de áreas à beira-mar, sendo que uma está diretamente ligada à outra, a partir do momento que não é inferida a real importância dos manguezais, esses locais são aterrados e propensos à construção de grandes empreendimentos. Outro fator relevante é o impacto gerado pelo petróleo e seus derivados. O aporte desses compostos no oceano é grande e a contaminação ocorre tanto na produção quanto manipulação. O ambiente costeiro sofre com o derramamento de óleo e seus derivados, sendo o manguezal um dos locais mais atingidos. O efeito desse contaminante é extenso sendo incorporada a biota, ao solo e aos vegetais. O mangue sofre um tipo de asfixia quando o óleo penetra no ambiente recobrindo as lenticelas e os pneumatóforos. Uma resposta do mangue a essa contaminação é a perda de suas folhas. O agravante se dá pelo combate à poluição causada pelo petróleo ser comumente utilizado dispersantes químicos que também alteram o ambiente. Eles causam alteração no crescimento respiração e transpiração do mangue. A seguir destacaremos algumas das muitas funções que são executadas pelo manguezal para obtenção do equilíbrio na natureza. A proteção da linha da costa com a mata ciliar, quando preservada esta impede que diversos impactos negativos causem dano ao ambiente. Ela protege o solo da exposição excessiva ao sol e ainda retém a água da chuva, permitindo a chegada de nutrientes até o solo, auxiliando a manter o ciclo da água imprescindível para toda forma de vida. A retirada da mata de encosta pode acarretar a erosão do solo, assoreamento dos rios, perda de biodiversidade e outros danos. O manguezal tem ação depuradora, o ecossistema trabalha como um filtro biológico natural da matéria orgânica e retenção de metais pesados. A riqueza nutricional é uma característica relevante, ela que propicia uma alta produtividade biológica com representantes de todos os elos da cadeia alimentar. Favorece a renovação da biomassa por ser uma área com perfeitas condições para a reprodução de espécies. Conhecido como berçário natural, ajuda a manter biodiversidade biológica (PEREIRA FILHO; ALVES, 1999).
2. A Importância da Educação Ambiental Crìtica
2.1 Breve Histórico sobre Educação Ambiental
A primeira recomendação mundial sobre Educação Ambiental como ferramenta para a resolução de questões ambientais ocorreu em 1972, na Conferência de Estocolmo, na Suíça. Nesse primeiro momento, o ambiente foi discutido no sentido de diminuir os riscos ao homem e aumentar seu bem-estar. Foram levantados questionamentos sobre poluição e escassez de recursos naturais e, pela primeira vez, se colocou o homem como responsável na sua relação com o meio ambiente. Aliado a isso, trouxe a Educação Ambiental como uma recomendação universal imprescindível. Em 1977 foi realizada a Conferência Intergovernamental de Tbilisi, na Geórgia. A partir dela se desenvolveu o documento da UNESCO sobre educação ambiental. “A Educação Ambiental: as grandes orientações da Conferência de Tbilisi”. Este documento é de suma importância por institucionalizar a Educação Ambiental, se tornando uma referência para órgãos, instituições e sociedade civil em âmbito regional, nacional e internacional. Quando pensamos na realidade brasileira, as mudanças começaram a ocorrer um pouco mais tarde, a partir da década de 80, com a redemocratização. Os movimentos ambientalistas se afloraram junto aos movimentos sociais para a redemocratização, foram assim chamados de movimentos socioambientalistas. A Constituição Federal de 1988 foi chamada de constituição verde, pois pela primeira vez se falou explicitamente e de forma regulamentada sobre meio ambiente e educação ambiental. A Constituição Federal de 1988 no seu artigo 225 redige: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
VI – Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Em 1992, o Brasil sediou um dos eventos mais importantes já realizados sobre meio ambiente em todo o mundo, a Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento. Realizada num momento em que a degradação ambiental atingia níveis alarmantes, a conferência trouxe para o foco da discussão a diminuição da degradação ambiental para a garantia da existência das próximas gerações. Foi nessa linha de pensamento que surgiu o termo Desenvolvimento Sustentável, ou seja, um estímulo para que as economias continuem se desenvolvendo, mas com a convicção da finitude dos recursos naturais, utilizando-os de forma consciente para garantir a existência das futuras gerações. Paralelo a Conferência das nações Unidas ocorreu o Fórum das ONGs, onde foi firmado o Tratado da Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global que reconhece a educação como direito dos cidadãos e firma posição na educação transformadora. Tal documento é referência, ainda hoje, para os educadores ambientais [...] a educação ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservem entre si a relação de interdependência e diversidade. Isto requer responsabilidades individual e coletiva no nível local, nacional e planetário (Fórum Internacional das ONGs, 1995). Outro grande avanço foi a regulamentação da Lei n° 9.795/1999 que dispõe sobre Educação Ambiental e instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental trazendo o tema para os parâmetros curriculares nacionais de forma transversal, articulada, crítica, humanística, holística, democrática e participativa.
2.2 Correntes de Educação Ambiental e a Importância da Educação Ambiental Crítica
De forma a contextualizar a análise, é importante salientar as três vertentes da Educação Ambiental atual. A primeira delas, a Conservacionista, traz um contato íntimo com a natureza. Muito ligada a Ecologia e a relação afetiva com o meio ambiente. Baseada numa mudança de comportamento individual, não levanta questionamentos econômicos ou políticos da sociedade.
Em uma visão um pouco mais moderna, temos a segunda corrente de pensamento, a Pragmática, ligada a modernização ecológica e ao conceito de desenvolvimento sustentável. Serve como um sistema de compensação da imperfeição do sistema produtivo baseado no consumismo, na obsolescência planejada e nos descartáveis. Trata a sociedade como um todo como causadora e vítima dos problemas ambientais. A terceira e última linha de pensamento e na qual iremos nos aprofundar, é a Educação Ambiental Crítica, transformadora ou emancipatória. Esta vertente de pensamento questiona a base política e econômica que rege as atitudes e interesses da sociedade atual. Põe em cheque o modelo neoliberal capitalista que trata os sujeitos sociais de forma desigual. Enfatiza que a crise ambiental não expressa problemas da natureza, mas sim problemas que se manifestavam na natureza. Agora, já contextualizados, nos debruçaremos sobre o estudo da Educação Ambiental Crítica. Advinda da pedagogia crítica, se fundamenta no questionamento à sociedade capitalista e à educação como reprodutora das relações sociais injustas e desiguais (SAVIANI, 1997). Tendo Paulo Freire como um dos seus principais incentivadores, a educação ambiental crítica sugere um novo olhar pedagógico, onde as informações são passadas de forma contextualizada com a realidade vivida pelo educando, fomentando o pensamento crítico e tornando-o protagonista do processo pedagógico. Em uma relação de troca e crescimento mútuo Educador e Educando aprendem sobre a realidade social e política local e toda essa transformação é instigada através de um tema gerador que, nesse caso, é um tema ambiental. A esse modelo pedagógico Paulo Freire denominou de “Educação Libertadora”, em que é despertada no educando a capacidade crítica de questionar a sua realidade fazendo renascer seu espírito transformador. Essa metodologia vem em contraposição ao modelo pedagógico tradicional, onde o educando é um mero receptor das informações passadas pelo educador, sem nenhum questionamento, reproduzindo o modelo hierárquico, desigual e injusto do sistema capitalista atual, onde os sujeitos são tratados de forma diferenciada e excludente. Ao modelo pedagógico tradicional Freire deu o nome de “Educação Bancária”. Dessa forma, a educação ambiental crítica vê o meio ambiente como forma de alavancar os questionamentos sobre a situação social local, utilizando-o como tema gerador.
A educação transformadora não trata os problemas ambientais como atividade-fim, mas sim com um tema gerador para questionar o modelo social atual, já que o padrão capitalista e consumista é o verdadeiro gerador dos problemas ambientais. Enquanto este padrão se mantiver a degradação ambiental continuará progredindo indiscriminadamente. Podemos utilizar a metáfora do “o efeito dominó” para explicar esse tema. Quando se utiliza problemas ambientais como atividade-fim, se concentra no ultimo dominó caído. Já quando se utiliza o tema ambiental como gerador para um questionamento mais amplo da relação de consumo e dominação da sociedade atual, se concentra na essência do problema, ou seja, nas primeiras peças do dominó a caírem (LOUREIRO, 2009). Uma das grandes chaves para o resultado transformador da educação ambiental crítica é a metodologia de conscientização, onde o educando toma conhecimento da sua realidade social, da sua própria condição, tornando-se capaz de questioná-la e transformá-la. Sendo assim, a educação ambiental crítica constrói o conhecimento, é dinâmica, participativa, interdisciplinar, indagadora e democrática, em oposição à educação tradicional que é estática, superficial, preconceituosa e sem argumentos (FREIRE, 1984).
3. Gestão Ambiental e sua Aplicabilidade
3.1 Fundamentos e Conceitos Básicos da Gestão Ambiental
Gestão ambiental é um termo muito usado nos dias atuais e, mesmo assim, é difícil encontrar na literatura a definição do conceito. Esse sistema de gestão ganha uma visibilidade expressiva quando inserida no meio mercadológico (SINGUNOV NETO, 2009). Vamos discorrer sobre o desenvolvimento do tema e as medidas que fomentam sua notoriedade. Segundo Backer (2002) com a demanda cada vez maior por produtos e serviços que apresentem uma política ambiental eficiente, o chamado mercado verde está em ascensão. As empresas de um modo geral vêm se adaptando as exigências levantadas pela sociedade e as impostas por leis, se tornam mais competitivas as que implantam e executam um sistema de gestão ambiental. Estamos longe de servir ao meio ambiente de forma adequada,
mas a conscientização traz ações mais efetivas quanto à conservação ambiental. Existe uma mudança de comportamento acontecendo na sociedade, os consumidores estão mais informados e sabem que tem o poder de escolha, assim como, capacidade de interferir no modo de produção industrial. Percebendo essa alteração na população, empresas e indústrias se adéquam ao sistema e tomam medidas para mitigar seus impactos gerados. Conhecido como marketing verde a propagação dessas ações nem sempre tem como ponto central a real intenção da diminuição dos impactos ambientais negativos, são apenas formas de atrair mais público e firmar sua marca ou serviço no mercado. Incentivando de modo subliminar o consumismo. A mudança também ocorre por outro lado quando não se sentindo amparada por forças públicas à população com auxílio de ONGs, instituições ou até mesmo de um único mediador busca transformar o ambiente no qual está inserido, trazendo a todos uma melhor qualidade ambiental. Antes de contextualizar uma definição para gestão ambiental vamos tratar alguns conceitos que são base para o referido termo como meio ambiente, recursos naturais, preservação, conservação e desenvolvimento sustentável. A legislação brasileira em sua Política Nacional de Meio Ambiente apresenta a definição de meio ambiente como, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Lei nº 6.938/81). Os recursos naturais são todos os tipos de elementos que se encontram disponíveis na natureza, sendo esses classificados quanto a sua capacidade de renovação. Os recursos naturais renováveis são os que podem ser obtidos sem limitações, sem, contudo, se esgotarem em determinado momento. Já os recursos não renováveis são os que como o próprio nome indica não tem capacidade de renovação, são objetos de extinção (SINGUNOV NETO, 2009). Uma importante análise deve ser feita sobre os termos de preservação e conservação que muitas vezes são usados erroneamente como sinônimos. Preservação é aplicada quando não existe a exploração e utilização dos recursos, eles são intocáveis. A conservação está ligada ao uso de modo racional dos recursos naturais, sendo permitida sua exploração para obter benefícios econômicos sem causar danos ao meio ambiente (RODRIGUES, 2008).
Em 1987, foi publicado o relatório “Nosso Futuro Comum”, pela Comissão Brundtland, que institui no cenário mundial o conceito de Desenvolvimento Sustentável, que pode ser descrito como: um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e melhoram tanto o potencial atual quanto o futuro para satisfazer as necessidades e aspirações humanas (CMMAD, 1987, p. 57). Com esses termos definidos vamos ao desafio de contextualizar gestão ambiental. A palavra gestão deriva do latim gestinone e significa o ato de gerir, gerenciar. O termo ambiente tem a mesma origem no latim ambiente e tem por significado aquilo que cerca ou envolve os seres vivos por todos os lados. Podendo se obter com a junção dos termos a definição de gestão ambiental como: Atividades que são planejadas, organizadas e executadas com a finalidade de não derruir o espaço que nos circunda (BACKER, 2002). O termo é muito abrangente e utilizado para efetuar ações ambientais em diversos locais como, por exemplo: reservas ambientais, bacias hidrográficas, empresas, indústrias e outros. Segundo Reis (1996) o gerenciamento ambiental é o conjunto de rotinas e procedimentos que permite uma organização administrar adequadamente as relações entre suas atividades e o meio ambiente que as abriga, atentando para as expectativas das partes interessadas (p. 10).
3.2 A Educação Ambiental no Processo de Gestão Ambiental
O objetivo central da gestão ambiental está na busca perene pela melhoria contínua da qualidade ambiental dos serviços, produtos e do ambiente como um todo. A procura incessante pela qualidade ambiental é um processo regular de aprimoramento do sistema de gestão ambiental junto de uma política ambiental fixada por uma organização, parques e reservas florestais, bacias hidrográficas, assim como para o cumprimento de normas e leis específicas (SINGUNOV NETO, 2009). A gestão ambiental está ligada ao uso dos recursos naturais, num processo social onde ônus e bônus nem sempre estão equiparados. O IBAMA expõe a gestão ambiental como um processo de mediação de conflitos com intuito de se obter um ambiente ecologicamente equilibrado e socialmente justo (IBAMA, 1997).
Educação ambiental é compreendida como uma estratégia de reflexão para um indivíduo ou grupo com a intenção de proporcionar novos valores e novas percepções, e essas só serão alcançadas tendo o grupo inserido como formador de opinião e não apenas como cumpridor de ordens e regras. O desafio da educação ambiental é fornecer condições favoráveis para inserção dos diversos segmentos sociais, tanto na formulação de políticas, quanto na aplicação das decisões que afetam a qualidade do meio natural e social. Com isso, a educação na gestão do meio ambiente pode ser dita como propulsora de novas interações entre homens e destes como os recursos naturais (QUINTAS, 1992). O Brasil no século XX passou por processos de transformações econômicas, sociais e espaciais devido ao contexto de industrialização e urbanização de seu território. As grandes cidades se transformaram polos industriais e de emprego motivando o êxodo rural. Com apropriação desigual do solo os grupos economicamente desfavorecidos passavam a ocupar locais com pouco ou nenhum valor comercial e sem nenhum acompanhamento público ordenando e delimitando suas moradias. Desse modo, é criado um cenário desfavorável tanto social quanto ambiental (ALMEIDA, 2003). Com esse cenário histórico exposto vamos levantar algumas problemáticas ambientais que são formadas pelo aumento populacional e a falta de conscientização do homem. O que nos permite afirmar que a educação ambiental crítica é uma ferramenta competente para mudar essa paisagem. O processo evolutivo conhecido como Revolução Industrial, trouxe o aumento da produção de resíduos e junto com o aumento populacional uma reação em cadeia desenfreada na quantidade e qualidade desses resíduos e na falta de controle ambiental. Os problemas ambientais resultantes de uma deficiente disposição dos resíduos favorecem a proliferação de vetores que transmitem doenças, contaminam solos e águas, e danificam a qualidade do ar. As regiões costeiras e os organismos vivos que habitam esses locais sofrem com lançamento de esgoto e lixo nas zonas urbanas e industriais. No Brasil infelizmente grande parte do lixo acaba indo para os rios e mares. Nesta rota os ecossistemas de manguezais são diretamente afetados por essa carga de poluentes. Existe ainda uma lastimável cultura onde se acredita que o manguezal é um ambiente fétido e sujo. A pesca predatória é um impacto que está bem inserido nesse ambiente de manguezal e caracteriza uma problemática in loco. São utilizados diversos
métodos predatórios que desfiguram a tradição dessas comunidades, sendo reflexo da intensa ocupação dessas áreas por imigrantes que chegam à região pela falta de opção de moradia. Os novos habitantes não tem como tradição a pesca de subsistência, eles apresentam interesse apenas em obter retorno econômico sem respeito ambiental. Os impactos causados por esse comportamento são distintos. Dentre eles a perda de banco genético, redução de estoques pesqueiros e perigo de extinção de espécies. Mesmo apresentando esse quadro de degradação os manguezais são protegidos por diversos diplomas legais. Segundo a União Internacional para a Natureza (IUCN), os manguezais foram denominados como Reserva de Biosfera. Sendo de extrema importância a preservação e conservação do ecossistema, salientando a relevância da importância social, cultural e econômica para manter as comunidades que direta ou indiretamente depende das atividades exercidas no local. Em uma de suas escritas Josué de Castro diz: [...] No mangue, tudo é, foi ou será caranguejo, inclusive o homem e a lama. A impressão que eu tinha, era que os habitantes dos mangues e os caranguejos nascido à beira mar – à medida que iam crescendo, iam cada vez mais se atolando na lama. Foi assim que eu vi e senti formigar dentro de mim a terrível descoberta da fome.
4. O Efeito Transformador da Educação Ambiental
A prática de Educação Ambiental deve se basear em princípios como a participação, o pensamento crítico-reflexivo, sustentabilidade, ecologia de saberes, continuidade, responsabilidade, igualdade, conscientização, coletividade, emancipação e transformação social, sem esquecer o cunho político (GONZALES; TONZONI-REIS; DINIZ, 2007). Para isso é fundamental a mediação do trabalho por um educador ambiental que fará a interligação entre a biologia, as ciências sociais e a conservação ambiental. A seguir falaremos um pouco de como conseguir atingir o efeito transformador da Educação Ambiental. As principais metodologias que vem sendo aplicadas para que os sujeitos do processo tomem consciência do meio em que vivem e de sua responsabilidade na conservação do meio ambiente. A metodologia nada mais é do que o caminho para se atingir um determinado objetivo, sendo assim, não há uma regra perfeita, a metodologia pode variar de acordo com a realidade social local, com o objetivo traçado
e com as condições apresentadas no momento da pesquisa. Dessa forma, a metodologia não é estática, ela pode ser modificada conforme cada caso e de acordo com a necessidade da pesquisa. A metodologia que vem sendo mais indicada para o estudo da Educação Ambiental é a pesquisa-ação, pois nesse método há a mobilização dos envolvidos incentivando-os a participar do processo através de reflexões críticas, questionando a realidade social local, potencializando a emancipação (SATO, 1997). Thiollent (2005) define a pesquisa-ação como metodologia derivada da pesquisa social com base empírica, concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou a resolução de um problema coletivo e, na qual pesquisadores e participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Dessa maneira, “a participação coletiva é condição fundante da pesquisa-ação. Não há pesquisa-ação sem participação coletiva” (SANTOS, 2005, p. 147). Assim, os sujeitos deixam de ser objetos de estudo para serem pesquisadores e produtores de conhecimento da própria realidade. A pesquisa-ação alia teoria e prática evitando uma visão fragmentada da realidade. Nela existem três objetivos a serem atingidos, são eles; a resolução do problema, a produção de conhecimento teórico e a conscientização e transformação dos participantes. Mas é importante ressaltar que, segundo Layrargues (1999), a resolução do problema é uma das etapas do processo educativo e não a prioridade das ações educativas. Utilizando como base o método de pesquisa-ação e alguns estudos de caso realizados com sucesso, iremos descrever ações práticas desenvolvidas para despertar o efeito transformador para a conservação do meio ambiente. Como já foi dito anteriormente não há uma regra ou etapas fixas a serem seguidas, mas com o intuito de facilitar o entendimento iremos nomear e exemplificar as fases do projeto de Educação Ambiental. A fase inicial pode ser chamada de sensibilização. Ela acontece antes do início do projeto propriamente dito. O objetivo desta fase é abrir a percepção, reconhecer, aproximar, atrair e integrar os participantes. Esta aproximação pode acontecer através de vários tipos de linguagens, como a corporal, a visual, a musical e através das artes plásticas. Exercícios sensoriais como, por exemplo, tocar de olhos fechados em objetos extraídos da natureza, fazer trilhas de olhos vendados, dinâmicas de grupo, jogos, e trabalhos de consciência corporal que recolocam o homem como parte integrante da natureza, são alguns exemplos de técnicas de sensibilização. 158
Já sensibilizados, entramos na primeira fase do projeto de Educação Ambiental, chamada de diagnóstico socioambiental ou diagnóstico da realidade local ou caracterização ambiental. Nela os sujeitos do processo são estimulados a conhecer a realidade socioambiental que os cerca. Tomando conhecimento dos pontos negativos passiveis de mudanças, e dos positivos passiveis de potencialização. Algumas técnicas podem ser utilizadas para se fazer esse diagnóstico como, por exemplo, entrevistas com moradores do local, entrevistas com pessoas idosas do local que remetam a características do local no passado, levantamento bibliográfico, cartográfico e por imagens, elaboração de mapa falante e mapa mental, visitação e trilhas monitoradas no local a ser pesquisado. Feito o diagnóstico, os participantes já estão aptos a opinar e discutir sobre a realidade em que vivem, assim, o educador ambiental os conduz a segunda etapa que é a definição do tema gerador ou situação-problema. O tema gerador poderá ser um tema ambiental local que alavancará o potencial reflexivo e problematizador. O educador usará o tema para instigar e incentivar os questionamentos e críticas sobre as questões ambientais, mas principalmente sobre as questões sociais locais que estão levando a esse problema. É importante que o tema gerador seja o instrumento para uma crítica ainda maior a realidade vivida pelos participantes e ao modelo da sociedade de consumo atual. É importante que o tema gerador seja definido de forma coletiva e participativa, que seja contextualizado com a realidade socioambiental local e que gere efeito conscientizador. Lembrando que segundo Layrargues (1999) o tema gerador deve ser usado como um recurso pedagógico para discutir a sociedade e não como uma atividade-fim. A terceira fase será a definição do estudo de caso ou dos projetos locais a serem realizados. Nesse momento, os objetivos são definidos, as metas são estabelecidas, o planejamento é realizado e os procedimentos de avaliação são estabelecidos. É importante salientar que para que haja uma real motivação e engajamento dos participantes, é preciso que os objetivos estejam bem claros e que o planejamento seja bem realizado. Em seguida, dá-se início a quarta fase, o estudo de caso propriamente dito. Nesse momento, o grupo mergulhará a fundo no caso, movido pelo tema gerador. Desenvolvem- se estratégias para a gestão participativa e para o manejo sustentável. Diversas técnicas são utilizadas para se ampliar o conhecimento e para atrair a comunidade para o estudo em questão.
Listaremos a seguir alguns exemplos de técnicas que vem sendo usadas com sucesso em trabalhos de educação ambiental para a conservação de manguezais ao longo dos últimos anos. São elas: cursos de capacitação para pescadores, cursos de capacitação para as mulheres dos pescadores resgatando a cultura e o artesanato local, questionários abertos e fechados com a comunidade local, campanhas educativas nas escolas e nos centros comunitários, plantio de mudas, oficinas didáticas para professores, entrevistas com a comunidade local, visita monitorada ao manguezal, aula de campo no manguezal, palestras que gerem questionamentos a respeito do meio ambiente e da realidade social local, palestras sobre a importância da redução do consumo, estímulo a reutilização e a reciclagem. Uma técnica que vem sendo usado com sucesso no Canal de Marapendi e na Lagoa Rodrigo de Freitas, ambos, no município de Rio de Janeiro, é a criação de “manguezários”, são viveiros de mudas de mangue utilizados para a sensibilização da população da cidade e turistas para as questões ambientais, explicando o funcionamento do mangue e ressaltando a importância de protegê-lo. Realizado o estudo de caso, parte-se para a análise dos resultados e de seus indicadores. Os resultados podem ser analisados e reavaliados várias vezes durante o processo e, o projeto pode ser ajustado e redirecionado de acordo com os resultados obtidos. Por último, faz-se a avaliação da pesquisa e observa-se se houve a resolução do problema e o principalmente se o efeito transformador para o qual a pesquisa se propôs foi atingido.
Considerações Finais
Através do levantamento bibliográfico concluímos que a educação ambiental é uma grande potência na conservação de ecossistemas, e fundamental para a manutenção de um dos ambientes mais importantes do cenário brasileiro, o manguezal. É evidente que, como bem relatou Freire (1967, 1984), a educação não pode ser vista como a salvadora da questão ambiental, pois não será ela que irá garantir as transformações sociais necessárias, mas é fato que sem a educação será impossível à diminuição da degradação ambiental e a transformação social. Em vista disso, diversos estudos vêm sendo realizados com sucesso utilizando a educação ambiental como ferramenta de gestão ambiental e tendo como consequência a conservação de manguezais e a transformação
social local. O sucesso desses projetos não está na resolução do problema em si, mas sim na visível percepção da transformação do pensamento de cada indivíduo em relação ao meio ambiente, ao local em que vivem e a sua realidade. Dessa forma, este estudo atinge seu objetivo ao expor uma síntese de metodologias e técnicas que vem sendo utilizadas no Brasil para sensibilizar grupos de pessoas para a questão ambiental e por desenvolver o perfil crítico e questionador nos sujeitos de projetos de educação ambiental. Podendo servir de base para outros estudos que venham a ser realizados utilizando a educação ambiental como ferramenta de gestão ambiental para a conservação de ecossistemas e para o questionamento do modelo social atual.
Referência Bibliográfica
ALMEIDA, E. O processo de periferização e uso do território brasileiro no atual período histórico. In: SOUZA, Maria Adélia Aparecida de (org.). Território Brasileiro: Usos e Abusos. Cap. 14. Territorial: Campinas, 2003, p. 213-239. ANTUNES, Paulo de Bessa. Dano ambiental: uma abordagem conceitual. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2002. BACKER, Paul de. Gestão ambiental: a administração verde. Rio de Janeiro, Quaitymark, 2002. BALL, M.C. Mangrove species richness in relation to salinity and waterlogging: a case study along the Adelaide River floodplain, northern Australia. Global Ecology and Biogeography Letters 7, 1998, p. 73-82. CERATI, Tania Maria; LAZARINI, Rosmari Aparecida de Morais. A pesquisa-ação em educação
ambiental: uma experiência no entorno de uma unidade de conservação urbana.
Ciênc. educ. (Bauru), Bauru, v. 15, n° 2, p. 383-392, 2009. IBAMA. Diretrizes para operacionalização do Programa Nacional de Educação Ambiental. Série meio ambiente em debate, nº 9. Brasília: IBAMA, 1997. LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. Educação ambiental crítica: do socioambientalismo às sociedades sustentáveis. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 35, n° 1, p. 145-163, abr. 2009. LOUREIRO, Carlos Frederico B. et al. Contribuições da teoria marxista para a educação ambiental crítica. Cad. CEDES, Campinas, v. 29, n° 77, p. 81-97, abr. 2009. LOUREIRO, Carlos Frederico B.; LAYRARGUES, Philippe Pomier. Ecologia política, justiça e educação ambiental crítica: perspectivas de aliança contra-hegemônica. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro, v. 11, n° 1, p. 53-71, abr. 2013. LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo; CUNHA, Cláudia Conceição. Educação ambiental
e gestão participativa de unidades de conservação: elementos para se pensar a
sustentabilidade democrática. Ambient. soc., Campinas, v. 11, n° 2, p. 237-253, 2008.
MATAREZI, José. Despertando os sentidos da educação ambiental. Educ. rev., Curitiba, n° 27, p. 181-199, jun. 2006. PEREIRA FILHO, O.; ALVES, J. R. P. Conhecendo o manguezal. Apostila técnica, Grupo Mundo da Lama, RJ. 4a ed., 10p., 1999. QUINTAS, J. S. Pesquisando e praticando a educação no processo de gestão ambiental.1992. RAMOS, Elisabeth Christmann. Educação ambiental: origem e perspectivas. Educ. rev., Curitiba, n° 18, p. 201-218, dez. 2001. REIS, Mauricio J. L. ISO 14000 - Gerenciamento Ambiental: um novo desafio para a sua competitividade. Rio de Janeiro. Qualitymark, 1996. RODRIGUES, Fabrício Gaspar. Direito Ambiental Positivo. Rio de Janeiro. Elsevier, 2008. SANTOS, J. E. dos et al. Environmental education praxis toward a natural conservation area. Rev. Bras. Biol., São Carlos, v. 60, n° 3, p. 361-372, ago. 2000. SCHAEFFER-NOVELLI, Y. (coord.). Manguezal: Ecossistema entre a Terra e o Mar. São Paulo: Caribbean Ecological Research, 1995. SCHAEFFER-NOVELLI, Y.; CINTRÓN-MOLERO, G.; ADAIME, R. R. Variability of mangrove ecosystems along the brazilian coast. Estuar. 1990. SHIGUNOV NETO, Alexandre; CAMPOS, Lucila Maria de Souza; SHIGUNOV, Tatiana. Fundamentos da Gestão Ambiental. Rio de Janeiro. Ciência Moderna, 2009. TEIXEIRA, Catarina; ALVES, Jacqueline Magalhães. Mobilização do conhecimento socio-
ambiental de professores por meio do desenvolvimento de ações para conservação de
nascentes urbanas. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc., Belo Horizonte, v. 17, n° 3, p. 769-792, dez. 2015. TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Temas ambientais como “temas geradores”:
contribuições para uma metodologia educativa ambiental crítica, transformadora e
emancipatória. Educ. rev., Curitiba, n° 27, p. 93-110, jun. VALENTI, Mayla Willik et al. Educação ambiental em unidades de conservação: políticas públicas e a prática educativa. Educ. rev., Belo Horizonte, v. 28, n° 1, p. 267-288, mar. 2012. Sites: http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-aquatica/zona-costeira-e-marinha/ manguezais