Actualidad
Economia ibérica agosto 2021 ( mensal ) | N.º 290 | 2,5 € (cont.)
Retoma do turismo alicerçada no que é genuíno e sustentável
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“Precisamos de mais qualificação nas empresas” pág. 14
“El proyecto de Sines es una gran inversión industrial, con enorme impacto en la economía y en el empleo” pág. 20
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Nº 290 - agosto de 2021
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Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Grande Tema 32.
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org)
Retoma do turismo alicerçada no que é genuíno e sustentável
Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Célia Esteves, Florbela Barão da Silva, Luís Filipe Faria e Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua Roy Campbell, Lote 5 – 4ºB 1300-504 Lisboa Telefone: 219 267 950 E-mail: info@wcit.pt Website: www.wcit.pt Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong
Editorial 04.
Turismo: abrandar para acelerar
Opinião 06.
42.
55.
O investimento na agricultura portuguesa tem impacto positivo para o país - Célia Esteves Pode o mediador de seguros transmitir (total ou parcialmente) a sua carteira de seguros? - Luís Filipe Faria Eventos em tempos de pandemia: “The show must go on” - Florbela Barão da Silva
Atualidade 24.
El Gobierno crea un plan para impulsar la internacionalización de la economía española
E mais... 08. Apontamentos de Economia 14. Atualidade 26. Marketing 28. Fazer Bem 40. Advocacia e Fiscalidade 44. Setor Imobiliário 48. Ciência e Tecnologia 52. Vinhos & Gourmet 56. Setor Automóvel 58. Intercâmbio Comercial 60. Oportunidades de Negócio 62. Calendário Fiscal 63. Bolsa de Trabalho 64. Espaço de Lazer 66. Statements
Câmara de Comércio e Indústria
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Turismo: abrandar para acelerar
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O filme que sintetiza o plano Turismo + Sustentável 20-23 do Turismo de Portugal para estimular a economia e a atividade turística procura mostrar esse caminho. O tema de capa desta edição é também deste caminho que trata, abordando alguns exemplos. O turismo deve surgir como consequência do trabalho de consolidação e de promoção do que Portugal tem de bom, de único, de genuíno. Esse caminho deve ser sustentável, para não comprometer o produto Portugal no que ele tem de melhor, nem a qualidade de vida das pessoas que habitam o país. A retoma total no setor só deverá acontecer em 2023, de acordo com um estudo do IPDT – Turismo e Consultoria. Queremos crescer, mas para acelerar no futuro foi preciso abrandar agora e será preciso avançar a um ritmo controlado daqui em diante. E-mail: smarques@ccile.org
Foto Arquivo Shutterstock
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o inverno de 2019, mesmo Portugal registou em 2019 um à noite, ainda era comum recorde no número de turistas, ficanformar-se uma multidão do perto dos 27 milhões. O turismo para tentar ver a cor da impulsionou o crescimento da ecoágua da Fontana de Trevi, nomia, mas também destabilizou em Roma, a mesma que Fellini a vida dos portugueses, sobretudo imortalizou no filme “La Dolce em cidades como Lisboa e Porto, Vita”, através da cena em que a inflacionando o custo da habitação personagem interpretada por Anita (com a conversão ao alojamento Ekberg se banha nesta fonte barro- local de vários imóveis) e obriganca, da autoria de Nicola Salvi. do muitos dos seus habitantes a A fonte, com 20 metros de largura, mudar de casa, elevando a densidaestava (antes da pandemia) sempre de populacional nos arredores das recheada de moedas, atiradas pelos metrópoles. Acresce que este cresturistas, que assim formulavam o cimento económico dependente do desejo de voltar à capital italia- turismo terminou quando a panna. Aparentemente, estes desejos demia chegou, dando lugar a uma cumprem-se, a julgar pelo número crise que afeta gravemente o setor e de turistas que visitavam a cidade e as atividades com ele relacionadas. impediam a visão integral da fonte No entanto, da mesma forma antes do início da pandemia. que a pandemia deu uma folga ao A cidade era um dos mais flagran- ambiente, também deu ao turismo tes exemplos da invasão de turistas e a quem nele trabalha uma opore do turismo desenfreado, que de tunidade para refletir qual o melhor alguma forma despovoou a zona caminho a seguir, um caminho de histórica de Roma de romanos. evolução, ou seja, de crescimento A necessidade de travar este turis- sustentável. mo de massas já se sentia em vários pontos do mundo: a ilha tailandesa de Maya Bay fechou-se ao turismo em 2018 para regenerar o seu ecossistema; o Governo peruano impôs um limite à entrada de turistas em Machu Picchu; o Butão, no sopé dos Himalaias (zona “magnética” para mochileiros), quer atrair turismo de alto valor e de baixo impacto, pelo que o turista só pode visitar o país se garantir um gasto diário de 250 dólares (cerca de 212 euros) por pessoa.
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Por Célia Esteves*
O investimento na agricultura portuguesa tem
impacto positivo para o país
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o final do primeiro trimestre de 2021, estavam aprovadas cerca de 316 mil candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural, a que correspondem 7.800 milhões de euros de investimento e quatro mil milhões de incentivos. Será que estes investimentos, e os do Programa Quadro anterior, contribuíram para uma melhor agricultura em Portugal? O Recenseamento Agrícola 2019 é uma operação estatística realizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este inquérito permite caracterizar as evoluções ocorridas nas explorações agrícolas na última década, bem como dar a conhecer algumas particularidades e especificidades da agricultura nacional. Analisarei alguns dos temas deste retrato da agricultura portuguesa, à luz dos investimentos realizados. No que diz respeito às explorações agrícolas, verificou-se um aumento da sua dimensão média. Houve uma intensificação da empresarialização da agricultura, contribuindo para que as grandes unidades produtivas, embora representando apenas
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4,0% das explorações, tenham gerado 64,8% do VPPT (Valor de Produção Padrão Total). A especialização foi reforçada, principalmente em culturas permanentes de frutos de casca rija e frutos tropicais, que aumentaram 96,7% e 100,2%, respetivamente. A Superfície Agrícola Utilizada cresceu e a sua composição foi significativamente alterada. Houve um decréscimo relevante nas terras aráveis, compensado por expressivos aumentos das áreas das culturas e pastagens permanentes. Os prados temporários e culturas forrageiras aumentaram 12%, passando a ocupar praticamente dois terços da superfície de terras aráveis. Verificou-se um aumento significativo da superfície de leguminosas para grão, em parte devido à diversificação das culturas, prática cultural elegível no âmbito da componente greening . O aumento da superfície de hortícolas em 8,3% traduz a dinâmica do setor nesta década, com o crescimento da área de estufas a refletir precisamente esse esforço de investimento na produção hortícola. Também o setor das flores e plantas orna-
mentais registou uma expansão das áreas instaladas. Constatou-se a expansão e modernização dos olivais e pomares, em particular de frutos pequenos de baga, subtropicais e amendoais, ocupando a maior área dos últimos 30 anos. Verificou-se uma importância crescente da produção de frutos frescos e da produção de abacate e kiwi; assim como um crescimento exponencial do amendoal e dos frutos pequenos de baga. Mas o investimento na fruticultura não ficou circunscrito a estas culturas emergentes, tendo-se estendido aos citrinos e aos frutos frescos de climas temperados, cujas áreas aumentaram 14,1%, destacando-se os pomares de macieiras, pereiras e cerejeiras. A produção de frutos de casca rija foi outra forte aposta na última década, que levou praticamente à duplicação das áreas. Para além da instalação de modernos e intensivos amendoais, que muito contribuíram para a duplicação de área, face a 2009, verificaram-se também aumentos das superfícies de castanheiros e de nogueiras. Ainda assim, a área de olival e vinha
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representa 64,0% da superfície total com culturas permanentes. A superfície potencialmente regada aumentou, passando a beneficiar 69,7% dos pomares de frutos frescos, 11,5% dos pomares de casca rija, 31,7% dos olivais e 27,8% das vinhas. A utilização de informação de apoio à gestão da rega, obtida a partir de sondas de medição de humidade no solo e/ou dados meteorológicos, de deteção remota, como imagens de satélite, drones, ou fotografias aéreas, é uma prática presente em apenas 2,9% das explorações que regam, mas que, potencialmente, permite gerir quase um terço da área regada. No que diz respeito à pecuária, houve um aumento no efetivo dos bovinos e suínos, com aumento da utilização de opções
de produção extensiva. A utilização de máquinas automotrizes de colheita de azeitona, uva e amêndoa, mais do que quadruplicou. Surgiram referências ao uso de tecnologias avançadas de agricultura de precisão. Trata-se de obtenção de dados georreferenciados, de satélite, de drones, de sensores e outros, que permitem intervenções dirigidas e zonalmente diferenciadas. Isto tem aplicabilidade na aplicação de fertilizantes e fitofármacos, regas, sementeiras/ plantações, etc. As explorações certificadas para a produção em modo biológico triplicaram, a acompanhar as tendências do mercado.Nas culturas temporárias em agricultura biológica, predominam os prados temporários e culturas
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forrageiras, devido à pecuária produzida em modo biológico, seguindo-se os cereais para grão, as culturas hortícolas e as leguminosas secas para grão. Relativamente às culturas permanentes em modo de produção biológico, o olival é a cultura mais importante, seguindo-se os frutos de casca rija, a vinha e os frutos frescos. No entanto, a representatividade dos frutos pequenos de baga em modo de produção biológico é de 12,4%, a mais alta de todas as culturas. Olhando para este retrato, é de concluir que o investimento em agricultura cria valor para os empresários agrícolas. * Diretora de Sistemas e Processos da Yunit Consulting E-mail: célia.esteves@yunit.pt
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
Repsol vai investir 657 milhões de euros em Sines A Repsol vai construir duas fábricas de materiais poliméricos de alto valor acrescentado no seu complexo industrial de Sines. Trata-se de um novo “investimento de 657 milhões de euros, que permitirá expandir a sua gama de produtos diferenciados e tornar o complexo de Sines um dos mais avançados da Europa, devido à sua flexibilidade, elevado grau de integração e competitividade”, assegura o grupo petroquímico. Com este investimento, que foi acompanhado desde o início pela AICEP, o grupo Repsol torna-se um dos maiores investidores nacionais. “A ampliação do complexo industrial de Sines é o maior investimento industrial dos últimos 10 anos em Portugal. Permitirá, após o seu término, melhorar diretamente a balança comercial de Portugal”, frisa ainda o grupo, em comunicado. O projeto contempla a construção de uma fábrica de polietileno linear (PEL) e uma fábrica de polipropileno (PP), cada uma com uma capacidade de 300 mil toneladas por ano. As tecnologias de ambas as fábricas, que garantem a máxima eficiência energética, são líderes de mercado e as primei-
ras do seu género a serem instaladas na Península Ibérica. Os novos produtos são 100% recicláveis e podem ser utilizados para aplicações altamente especializadas, alinhadas com a transição energética nas indústrias farmacêutica, automóvel ou alimentar. Ao impacto direto deste investimento na balança comercial, acrescerá o decorrente do efeito multiplicador da disponibilização, em volume e proximidade, de matérias indispensáveis à competitividade e ao crescimento da indústria transformadora destes importantes setores exportadores. Durante a fase de construção, projeta-se a criação de uma média de 550 empregos diretos, com momentos que poderão chegar a mais de 1.000 pessoas. Uma vez em funcionamento, o aumento de pessoal será de cerca de 75 empregos diretos e 300 empregos indiretos. Todos os postos de trabalho mantidos e criados serão qualificados, o que demonstra, mais uma vez, o empenho da Repsol para atrair e reter talentos, ao mesmo tempo que gera emprego de qualidade. Este investimento, em conjugação
com a localização estratégica da ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines (gerida pela aicep Global Parques – Gestão de Áreas Empresariais e Serviços, subsidiária da AICEP), a proximidade ao porto de Sines, e a criação de novas instalações logísticas, permitirá desenvolver mais sinergias na área industrial, melhorar a conexão ao mercado europeu, e reduzir a pegada de carbono do transporte dos produtos. O novo projeto de investimento foi concebido para acompanhar os objetivos da Repsol de ser uma empresa de emissões líquidas zero até 2050 e está alinhado com a estratégia do Acordo de Paris. O Governo português considerou este projeto como sendo de potencial interesse nacional (PIN) e contratou incentivos fiscais ao investimento no valor de até 63 milhões de euros.
Millennium bcp e Nos contratam programa de papel comercial ligado ao desempenho de sustentabilidade O Millennium bcp e a Nos acabam de contratar um programa de papel comercial no valor de 90 milhões de euros e prazo de cinco anos, com condições financeiras que ponderam a notação de rating ESG atribuída pela Carbon Disclosure Project (CDP) à Nos. “No Millennium bcp, a preocupação com a sustentabilidade é um aspeto estrutural da sua estratégia, estando o banco convicto que pode desempenhar um papel relevante nesta transformação, por via
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da relação com os seus clientes o processo de transição climática. e através da capacidade em pro- Atualmente, a Nos enquadra-se no mover e apoiar as iniciativas que “Leadership band”, patamar máxivão no sentido de tornar a ativida- mo de avaliação na escala utilizada de empresarial mais sustentável”, pela CDP, com a notação de rating refere o banco. de A-,, acima da média das empreNeste contexto, a operação agora sas europeias bem como da média contratada com a Nos, que é a do setor. Durante a vigência deste primeira no segmento de sustai- programa de papel comercial, a nability-linked concretizada pelo Nos beneficiará de condições de Millennium bcp, surge de modo preço mais favoráveis, caso connatural e simbiótico entre duas siga melhorar a sua notação de entidades fortemente comprometi- rating , adianta a mesma nota do das com as finanças sustentáveis e Millennium bcp.
Breves EDP lidera consórcio de investigação sobre produção offshore de hidrogénio verde A EDP, a TechnipFMC e outros parceiros de investigação estão a desenvolver um projeto que pretende estudar “a viabilidade técnica e económica de uma nova plataforma offshore para produção de hidrogénio verde com recurso a energia eólica”. O projeto, apoiado pelo Programa Crescimento Azul do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), consiste na “integração inovadora de equipamentos para a produção e condicionamento do hidrogénio verde e uma infraestrutura que permita o seu transporte até à costa”, explica a energética. Além da EDP e da TechnipFMC, fazem parte do consórcio os centros de investigação CEiiA e WavEC-Offshore Renewables e a University of SouthEastern Norway. O projeto chama-se Beyond e está à responsabilidade da EDP, através da EDP NEW e da EDP Inovação. A empresa portuguesa é a responsável pela avaliação estratégica do merca-
do offshore eólico-hidrogénio, a definição de casos de negócio e a avaliação da inovação tecnológica que será necessária para possibilitar a entrada destas soluções no mercado. A ideia do projeto é verificar a viabilidade financeira de uma estrutura do género, que produz hidrogénio verde offshore através de energia eólica, para que o conceito possa ser “implementado em todo o mundo e padronizado para todos os usos finais”. Segundo Ana Paula Marques, administradora executiva da EDP, “o projeto Beyond vai permitir à EDP adquirir conhecimento para entrar em novos mercados, com claras sinergias com o negócio atual. O hidrogénio verde, produzido a partir de fontes de energia renováveis e sem qualquer emissão de CO2, é um potencial impulsionador no esforço mundial de descarbonização, ao mesmo tempo que atenua a variabilidade das energias renováveis offshore e aumenta a flexibilidade do sistema energético”, conclui.
Explorer Investments adquire empresa de reciclagem de plástico
A Explorer Investments celebrou, através do Fundo Explorer IV, um acordo de aquisição de uma participação maioritária na Micronipol–Micronização e Reciclagem de Polímeros. Esta operação, que foi a primeira realizada pelo Fundo IV da Explorer Investments, visa aumentar a capacidade produtiva da Micronipol, expandir os mercados em que opera e otimizar os seus processos e produtos, reforçando ao mesmo tempo a sua estrutura operacional. Fundada em 2000, com unidade industrial localizada em Ourém, a Micronipol é uma das empresas líderes de reciclagem de plásticos em Portugal, em particular, na reciclagem de resíduos de
polietileno e polipropileno. O volume de negócios foi de cerca de nove milhões de euros em 2019, valor que sofreu uma ligeira quebra em 2020, fruto da pandemia. “Para 2021, o volume de negócios está em linha para ser o melhor ano de faturação da empresa”, refere a Explorer Investments, empresa liderada por Elizabeth Rothfield. Com capacidade produtiva para cerca de 15 mil toneladas por ano e com 44 trabalhadores, a Micronipol produz granulado de plástico reciclado para diversas aplicações, como sejam a extrusão de tubo ou filme ou ainda para injeção de plástico. Atualmente, a empresa exporta cerca de 30% das vendas, maioritariamente para a Europa.
Portugal sobe para o 36º lugar do ranking global de competitividade Portugal volta a subir no ranking dos países mais competitivos a nível mundial, segundo a tabela de competitividade elaborada pelo IMD World Competitiveness Center. Portugal
fica, assim, na 36ª posição do ranking das economias mais competitivas a nível mundial, subindo uma posição face a 2020, sendo o pódio agora ocupado pela Suíça, Suécia e Dinamarca. Recorde-se que a Porto Business School (na foto) é, pelo sexto ano consecutivo, parceira exclusiva nacional do IMD para Portugal na elaboração deste ranking, que avalia fatores como o desempenho económico, a eficiência das empresas, das infraestruturas e do Governo, Portugal consolidou a sua presença a meio da tabela, com a terceira subida nos últimos cinco anos. No último ano, a economia nacional ganhou em competitividade sobretudo devido a ligeiras melhorias nas Infraestruturas científicas (34º para 31º), no enquadramento social (22º para 20º) e na mão de obra qualificada (44º para 42º). Entre as maiores forças competitivas do país, destacam-se as leis para imigração, a força de trabalho feminina, a qualificação de profissionais de engenharia e a capacidade de exportação. No sentido inverso, Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer para se tornar mais competitivo em questões como a formação de colaboradores ou a resiliência da sua economia. Takargo e Medway criam Associação para a defesa dos interesses das empresas ferroviárias As empresas Takargo e Medway oficializaram a criação da Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias (APEF), entidade de direito privado sem fins lucrativos, que terá como principal objetivo a defesa dos interesses dos operadores e empresas ferroviárias. Na persecução desse objetivo, a APEF pretende promover a cooperação e o intercâmbio de experiências entre associados e defender o fortalecimento das condições estruturais favoráveis à utilização do transporte ferroviário de mercadorias. Miguel Lisboa, presidente da APEF e que lidera também a Takargo, afirma que “era urgente a criação de uma entidade como a APEF, que promovesse a cooperação
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Breves e a colaboração entre entidades ferroviárias, assim como a divulgação e defesa de todos os seus direitos. Acreditamos no valor que a APEF irá acrescentar a todas as empresas ferroviárias, à cadeia logística e à economia nacionais”, conclui. O foco de atuação da APEF abrangerá temas como a melhoria da posição competitiva do transporte ferroviário de mercadorias, a criação de melhores condições de funcionamento para o transporte ferroviário de mercadorias na rede ferroviária nacional, ibérica e europeia e a aposta na interoperabilidade na ferrovia. A associação irá ainda prestar serviços de consultoria e de formação. E-coordina tem nova sede em Portugal A consultora e-coordina mudou a sua sede em Portugal para novas instalações em Bragança, revelou a empresa. “O novo local representa um investimento significativo na criação de um espaço moderno e amplo e assume o objetivo de criar um ambiente que espelhe a missão, o espírito e os valores da empresa, que permitam otimizar os fluxos de trabalho e potenciar o espírito colaborativo de toda a equipa”, frisou ainda a companhia ibérica. “O investimento responde, mais uma vez, ao plano de crescimento da empresa para os próximos anos”, adianta a mesma fonte. Nova SBE debate desafios de recuperação e requalificação na liderança em turismo A Nova SBE, através do Westmont Institute of Tourism and Hospitality (WiTH), organizou há cerca de três semanas uma sessão de debate interativo entre a universidade, vários dos principais empresários do setor do turismo e hotelaria e entidades oficiais do turismo, sobre os atuais desafios da gestão do turismo num contexto de recuperação do setor e sobre as áreas na formação em gestão que precisam de ser desenvolvidas para fazer face a esses desafios. O grupo Pestana, Altis, Ritz, Onyria, VIP Hotels, Nau Hotels, Intercontinental, Ana Aeroportos, ECS Capital, Norfin, Hoti Hotéis, FeelsLikeHome, ALEP, AHP, Turismo de Cascais, Turismo de Portugal e o Gabinete da secretária de Estado do Turismo fizeram parte desta primeira iniciativa de reflexão conjunta, promovida pelo WiTH. “O atual contexto de incerteza provocado pela pandemia, e a consequente e desgastante volatilidade das medidas sanitárias que ditam as restrições das viagens, exigem aos líderes uma capacidade de transformar as suas organizações, preparando-as para os desafios imediatos e futuros, e adaptando as formas de relacionamento com os seus clientes, cujo padrão se alterou com a pandemia”, de acordo com os promotores do evento digital.
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MAPFRE é a sexta maior seguradora europeia A última edição do ranking anual elaborado pela MAPFRE Economics, divulgado no início de julho, confirma o posicionamento do grupo MAPFRE como uma das 15 seguradoras líderes na Europa no ano de 2020, assumindo o sexto lugar entre os maiores grupos de seguradoras (não vida) e repetindo a sua 11.ª posição no ranking do total de negócios. Apesar do forte impacto no negócio provocado pela covid-19, que também levou a uma queda de 19,8% no rendimento líquido, para 27.864 milhões de euros, destaca-se a resiliência do setor em termos de solvência. De facto, 10 dos 15 grupos que fecharam 2020 com melhorias significativas, assim como a MAPFRE, conseguiram um rácio que aumentou de 186,8% para 192,9% (a 31 de março de 2021 já era de aproximadamente 200%).
O relatório reflete também a resposta das seguradoras europeias à pandemia, salientando-se o empenho em garantir a saúde e segurança dos colaboradores, o trabalho desenvolvido para a continuidade do negócio e o cumprimento das obrigações contratuais, prestando sempre aos seus clientes um serviço e aconselhamento adequados. Além disso, colocaram em prática a implementação de medidas excecionais, mobilizando recursos para impulsionar a economia através de apoios à sociedade e medidas para ajudar os Segurados, especialmente as pequenas e médias empresas e trabalhadores independentes. O prémio dos 15 maiores grupos seguradores europeus caiu 4,9% no ano passado, para 567,73 mil milhões de euros.
NRV fecha aquisição da Elsamex e da LCW e consolida posição no mercado nacional A NRV-Norvia Consultores de Engenharia, uma consultora portuguesa de engenharia com presença no mercado nacional e ainda em Angola, Moçambique, Cabo Verde e África Ocidental, acaba de anunciar a aquisição de duas empresas em Portugal– a Elsamex Portugal e a LCW Consult–, consolidando a sua posição no setor da engenharia nacional e elevando o volume de negócios para cerca de 15 milhões de euros. “Estas aquisições são mais um passo para a consolidação do percurso daquela que se assume como uma das principais consultoras de engenharia em Portugal, atualmente com mais de 300 projetos de engenharia em curso em diferentes áreas. Por outro lado, as aquisições reforçam as áreas de atuação do grupo, nomeadamente nos departamentos de hidráulica,
estruturas especiais (pontes e viadutos) e geotecnia”, enquadra a NRV. A LCW Consult é uma empresa de referência no mercado português na área das pontes, obras hidráulicas e barragens, contando no seu portefólio com, por exemplo, obras marcantes como o Viaduto do Corgo, o mais alto viaduto da Península Ibérica e um dos maiores da Europa. Já a Elsamex Portugal, participada da Elsamex Internacional– empresa que está entre as mais importantes na área da manutenção rodoviária em Espanha– , tem um longo passado de colaboração com a NRV nas áreas de geotecnia e de auscultação e monitorização de pavimentos. Agora será feita a integração total da Elsamex Portugal, que passará a operar sob a marca Geovia.
Gestores
Cosec e Super Bock Group apoiam rede de distribuidores para o canal horeca
A Cosec assinou um protocolo com o Super Bock Group, que permite aos distribuidores das suas bebidas (cerca de 38 empresas nacionais), acederem ao Seguro de Créditos Cosec em condições favoráveis e ajustadas aos seus negócios. “Esta parceria enquadra-se na missão da Cosec de estar ao lado das empresas, permitindo-lhes retomar a sua atividade comercial em segurança. O seguro de créditos é uma ferramenta importante no atual cenário de recuperação e de dinamização dos negócios, permitindo às empresas o suporte e proteção necessários nas suas decisões de crédito, para que possam focar-se nos reais desafios da sua atividade.” afirma Maria Celeste Hagatong, presidente da Cosec. A diretora de Comunicação, Relações Institucionais e Sustentabilidade do
Super Bock Group, Graça Borges, explica que “a pandemia de covid-19 impôs grandes dificuldades ao setor das bebidas refrescantes, sobretudo devido às restrições impostas à atividade da hotelaria e da restauração, que são os principais canais de comercialização de produtos como cervejas, águas ou sidras. Embora o contexto seja ainda de grande incerteza e, consequentemente, de vulnerabilidade para o setor, também existe a expectativa de um retomar gradual da economia durante o verão.” O acordo foi desenhado à medida das necessidades de proteção destas empresas e permite a contratação do Seguro de Créditos Cosec com condições atrativas e majoradas, nomeadamente, na cobertura das transações comerciais e na análise de clientes.
Mercadona inaugura super em Guimarães e abre um terceiro no Porto
A Mercadona abriu no início de junho o novo supermercado de Guimarães, na freguesia de Silvares, a primeira das nove lojas que a empresa prevê abrir ainda durante este ano, de acordo com o seu plano de expansão. Este é o 21º supermercado da empresa em território nacional e possibilitou a criação de “cerca de 65 postos de trabalho, estáveis e de qualidade”, como sublinha a empresa. “A loja vai fazer a diferença nos hábitos de compra dos vimaranenses, com bons acessos e numa zona da cidade em exponencial
crescimento. Estamos certos de que é uma mais valia para a cidade”. Entretanto, a cadeia espanhola abriu em meados de julho uma terceira unidade no Porto (na foto). Esta nova loja possibilitou a criação também de cerca de 65 postos de trabalho, adianta o retalhista, que em 2020 contava já com 1.700 colaboradores portugueses. Este novo supermercado tem uma área de vendas de 1.900 metros quadrados. Refira-se ainda que este espaço foi concebido segundo o Modelo de Loja Eficiente da Mercadona com corredores amplos, lineares específicos de leite fresco e sumos refrigerados, mural de sushi, entre outros balcões dedicados. Ainda em julho, perto do final do mês, a companhia previa abrir a sua 23ª loja em território português, projetando ainda inaugurar mais seis até final do ano.
em Foco
Cristóbal González-Allero (na foto) foi nomeado cônsul de Espanha no Porto. Licenciado em Direito e com uma formação em Estudos Internacionais, pela Escuela Diplomática, ingressou na carreira diplomática há 40 anos, mantendo ao longo deste tempo representações diplomáticas de Espanha no Zaire, Alemanha e Luxemburgo. Entre os diversos cargos diplomáticos que exerceu, pode salientar-se o de embaixador de Espanha na Turquia, entre 2011 e 2014, depois de antes ter sido nomeado embaixador Representante Permanente Adjunto de Espanha junto da União Europeia em Bruxelas, entre 2003 e 2010. Anteriormente, foi cônsul Adjunto no Consulado Geral de Espanha em Düsseldorf, em 1984, e conselheiro na Representação Permanente de Espanha junto da União Europeia (em Bruxelas), em 1992. Exerceu também funções dentro do Governo de Espanha, nomeadamente como subdiretor-Geral de Assuntos Interministeriais e de Coordenação da Informação Sectorial da Secretaria de Estado de Política Exterior e para a União Europeia, desde agosto de 1997, bem como, no ano seguinte, como diretor-geral de Coordenação do Mercado Interno e de outras Políticas Comunitárias da Secretaria de Estado de Assuntos Europeus. Tem diversos títulos honoríficos, como o de comendador e o de Oficial da Ordem do Mérito Civil, atribuídos pelo Rei de Espanha. A Unomásdos, firma espanhola dedicada à consultoria, acaba de contratar Jesús Bescos e Fernando Velasco como sócios da filial em Portugal. O reforço da equipa da filial em Portugal com os dois novos profissionais irá dar um forte impulso a atividade da empresa, tendo em conta “o profundo conhecimento e experiência de ambos do mercado português”. A Unomásdos é especializada em dar suporte e ajudar os gestores que lideram as pequenas e médias empresas, “colocando à sua disposição ferramentas e pessoas adequadas a cada projeto, trazendo, deste modo, valor acrescentado ao cliente”, enquadra a empresa.
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Breves Indra, Google y la Universidad de Granada crean un centro de inteligencia artificial en España La filial tecnológica de Indra, Minsait, y la Universidad de Granada han creado un centro de desarrollo de inteligencia artificial junto a Google Cloud, que participa en este proyecto como socio tecnológico. Según un comunicado divulgado por la compañía española, el centro, bautizado como Al Lab Granada, es uno de los más grandes y avanzados en toda Europa, y servirá para desarrollar soluciones de inteligencia artificial, con el objetivo de aumentar la eficiencia y la sostenibilidad de las empresas, las administraciones públicas y la sociedad. En este sentido, el centro de desarrollo tiene la vocación de generar un “impacto real” en aspectos como la salud y la calidad de vida, la economía circular, la democratización del comercio electrónico, la optimización de procesos industriales, el empleo inteligente o la educación. El centro contará con más de 100 doctores en inteligencia artificial; 165 consultores, desarrolladores e investigadores; y un ecosistema de startups y emprendedores. IBM compra Bluetab, el gigante español de big data IBM ha anuniado la compra de Bluetab, una compañía española de big data fundada en 2005. La operación servirá para que la estadounidense aumente su cartera de soluciones en consultoría de datos y nube híbrida, especialmente en varios mercados latinoamericanos, refleja la firma en un comunicado. Mark Foster, vicepresidente de IBM Services y Global Business Services, ha enfatizado que la transformación digital está permitiendo que se abracen nuevos modelos de uso de los datos de las empresas gracias al despliegue de tecnologías como la inteligencia artificial. “Esta adquisición impulsará la migración al cloud y ayudará a nuestros clientes a sacar aún más partido de sus datos clave”, ha indicado. El cofundador de Bluetab, José Luis López, ha remarcado que una de las claves con las que han podido resolver los múltiples desafíos que les han presentado sus clientes ha sido “el equipo de gran talento y experiencia” que han construido, “así como los aceleradores de valor agregado” que han desarrollado. Deutsche Bank lanza el primer depósito sostenible del mercado español Deutsche Bank España ha lanzado un depósito sostenible para inversiones a partir de 845 euros y con un plazo de hasta 12 meses sin posibilidad de cancelación anticipada. Según un co-
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Pfizer apuesta por España como centro de distribución de sus terapias génicas para toda Europa Pfizer ha anunciado que España será el país desde el que se distribuirá toda su terapia génica hacia Europa, en concreto desde su planta biotecnológica situada en San Sebastián de los Reyes, Madrid. Este tipo de terapia abre un nuevo escenario para pacientes y profesionales sanitarios y podría mejorar la situación de las enfermedades raras, que muchas veces no cuentan con un tratamiento adecuado. La compañía ha dado a conocer, además, que invertirá en este centro 70,2 millones de euros con el objetivo de aumentar su actual capacidad de producción de medicamentos para la hemofilia, una enfermedad poco frecuente. “Pfizer refuerza, así, su apuesta por
España, por el sector de la biotecnología y coloca a nuestro país en una posición estratégica tanto para la compañía, como para la ciencia, contribuyendo a mejorar nuestro desarrollo económico sostenible”, ha dicho el presidente y director general de Pfizer en España, Sergio Rodríguez, durante un encuentro virtual con periodistas, celebrado el 29 de junio.
DHL Express invertirá más de 130 millones de euros en España en los próximos tres años
La multinacional de paquetería DHL Express va a reforzar su presencia en España donde tiene previsto realizar inversiones de más de 130 millones de euros en los próximos 2-3 años. Según ha confirmado Miguel Borrás, director general de DHL Express, entre septiembre y finales de este año se van a abrir instalaciones con más capacidad en Zaragoza, Bilbao y Vigo, que per-
mitirán seguir afrontando los crecimientos de sus servicios en estas zonas. Además, van a contar con nuevas infraestructuras operativas en Santiago de Compostela, Barcelona, Valencia, Alicante, Girona y Madrid. Perteneciente al grupo Deutsche Post DHL, tiene 55 instalaciones operativas en España, de las cuales tres son hub operativos (en Madrid, Barcelona y Vitoria), que además de centros operativos son también centros de conexión con su red internacional. Diariamente, 1.000 vehículos hacen entregas y recogidas y 13 vuelos propios conectan las diferentes provincias españolas, y España con el mundo.
Iberdrola y BeePlanet instalan los primeros puntos de recarga con baterías recicladas Iberdrola y BeePlanet han instalado el primer sistema de almacenamiento comercial a partir de baterías de segunda vida para alimentar puntos de recarga de vehículo eléctrico. Según informa la energética, se ha puesto en marcha en el kilómetro 175 de la A3 Madrid-Valencia (Área 175 del grupo Avanza) y permitirá la carga de hasta cuatro vehículos de forma simultánea. El sistema de baterías cuenta con una potencia de 100 kilovatios (kW) y una capacidad de 200 kilovatios hora (kWh) para dar servicio a una infraestructura que permite la recarga ininterrumpida durante dos horas a máxima potencia. En caso de que las baterías se agoten, el servicio se prestará a la potencia
disponible en la red. Los puntos de recarga han sido suministrados por Ingeteam. Iberdrola subraya que el sistema de almacenamiento corresponde a un modelo energético basado en la reutilización de materias primas: desde el contenedor marítimo donde se instala hasta el contenido, las baterías de segunda vida provenientes de 14 vehículos eléctricos.
Volkswagen, primer candidato al Perte del vehículo eléctrico
La iniciativa liderada por SEAT, del grupo Volkswagen, para impulsar la fabricación de vehículos eléctricos en España es la primera que se perfila como candidata a las ayudas públicas de casi 3.000 millones de euros incluidas en el proyecto sectorial aprobado por el Ejecutivo (Perte). El Consejo de Ministros ha dado luz verde al Perte del vehículo eléctrico
y conectado (VEC) que inyectará en el sector 4.295 millones públicos hasta 2023. Tras su aprobación, el consejero delegado de Volkswagen, Herbert Dies, aseguró que España será uno de los pilares estratégicos de la ofensiva de vehículos eléctricos del grupo. El responsable recuerda también que la Península Ibérica es clave para conseguir una movilidad climáticamente neutra en Europa en 2050. “Estamos preparados para transformar la industria automovilística española y contribuir de forma significativa a la descarbonización del suroeste de Europa”, ha matizado.
Breves municado de la entidad, el Depósito Sostenible DB es el primero de este tipo del mercado español y se destinará exclusivamente a la financiación de proyectos verdes que cumplan con los criterios del Marco de Financiación Verde (Green Financing Framework) del grupo Deutsche Bank. Así, según explican fuentes del banco, su rentabilidad será variable y fluctuará en función de las condiciones del mercado. “No tiene un tipo fijo, ni un mínimo ni un máximo, sino que se invierte en proyectos sostenibles y la remuneración fluctúa”, señalan. Entre esos proyectos se incluyen préstamos e inversiones en empresas o activos del sector de energías renovables, eficiencia energética y edificios sostenibles. Iberia planea crear un polo aeronáutico industrial en su suelo junto a Madrid-Barajas Iberia tiene un plan para convertir sus terrenos de La Muñoza, junto al aeropuerto de Madrid-Barajas, en un centro de referencia en Europa para el mantenimiento de aviones. La compañía del grupo IAG prevé convertir las instalaciones de Iberia Mantenimiento en un polo industrial a partir de una macro actuación urbanística que afectaría a una superficie de 1,7 millones de metros cuadrados conectada con el aeropuerto. De ese total, la compañía aérea tiene 220 mil metros cuadrados. El gestor aeroportuario Aena contempla dentro del plan de desarrollo urbanístico de Barajas que una parte importante del suelo por explotar sea dedicado a la industria aeronáutica. También habrá espacio para el desarrollo comercial, hotelero, para un polo tecnológico y logístico. La propia Iberia está en negociaciones con la empresa pública para lanzar su antiguo plan de potenciar el negocio de carga de IAG en la infraestructura madrileña. GFT amplía su LAB en España GFT, compañía de TI especialista en transformación digital, ha anunciado la remodelación y ampliación de su Laboratorio de Innovación Digital en España (LAB) ubicado en la sede que la compañía tiene en Sant Cugat del Vallès (Barcelona). El objetivo es ofrecer un nuevo espacio específico para la industria donde poder diseñar y desarrollar iniciativas basadas en tecnologías como Internet de las cosas, blockchain o inteligencia artificial para proyectar el futuro del sector. Tras su amplia experiencia en el sector financiero y emprendedor, GFT apuesta ahora por dedicar un nuevo espacio a la industria para diseñar conjuntamente el futuro digital de sus procesos de fabricación, comercialización y sus servicios relacionados. Su objetivo es acercar las últimas tendencias tecnológicas y sus posibles aplicaciones a los clientes industriales, tratando de identificar los puntos donde pueden ayudarles a transformarse y empezando a trabajar con pruebas de concepto exclusivas para ellos.
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Joana Mendonça Presidente da Agência Nacional de Inovação 14 act ualidad€
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“Precisamos de mais
qualificação nas empresas” A transformação do conhecimento em riqueza económica demora muito tempo, alerta Joana Mendonça, consciente de que faz parte da sua missão viabilizar esse processo. À frente da Agência Nacional de Inovação (ANI) desde maio, a também professora do Instituto Superior Técnico de Lisboa quer dinamizar a colaboração entre os que investigam e os que produzem. Em linha com o já conhecido Plano de Recuperação e Resiliência, a ANI elege a transição digital e a sustentabilidade como fios condutores das suas ações.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
uais são as prioridades da ANI?
Internamente, um dos maiores desafios é o da transição digital, fundamental pela sua capacidade de dinamizar a economia. Tem havido progressos nesse domínio, mas lentos. Todos nós temos que a fazer, incluindo os organismos de suporte à administração pública. Tendo em conta que está prevista dotação nesse sentido no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), espera-se que o processo de transição digital acelere. É um processo muito difícil, mas temos que o fazer também aqui na agência.
Relativamente às prioridades externas, importa lembrar que estamos num período de transição entre programas-quadro. A prioridade é acelerar o processo de transformação da ciência em economia, que é o core da ANI, com base nos nossos mecanismos de transferência de inovação e tecnologia e também melhorando a comunicação entre os interlocutores, de modo a catalisar esta ligação entre a ciência e a economia. Isto é muito importante no contexto do PRR, uma vez que, como sabemos, a inovação é potencialmente geradora de maior crescimento económico. Temos já muito trabalho feito em Portugal, a capitalizar neste con-
texto de recuperação. Essa é a maior prioridade da ANI. O que falta fazer para que o investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) chegue aos 3% do PIB?
Atualmente, 52% do investimento em I&D é feito pelas empresas. O grande objetivo é que a fatia das empresas passe a representar pelo menos dois terços. Tem havido um aumento de investimento muito expressivo da parte das empresas, sobretudo devido ao aparecimento de muitas PME a investirem cada vez mais em I&D. O nosso tecido empresarial é composto por um grande número de PME e estas têm vindo a apostar cada agosto de 2021
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grande entrevista gran entrevista vez mais em I&D, ainda que com valores baixos, dada a sua dimensão. O investimento feito pelas empresas está a aumentar; no entanto, há ainda uma larga margem de crescimento, sobretudo com o aparecimento de muitas empresas em setores de tecnologia intensiva. Como podemos aumentar esse contributo das empresas para o investimento em I&D?
O nosso trabalho no terreno é precisamente esse: promover a colaboração e a criação de redes e parcerias entre as instituições do sistema científico e tecnológico nacional e as empresas. Muitos dos nossos projetos são programas de parceria e colaboração. Quanto maior for o número destas parcerias, maior é a capacidade das empresas absorverem o conhecimento que é gerado nos centros de saber. Por outro lado, cada vez mais as próprias instituições do sistema científico e tecnológico nacional estão sensibilizadas para as necessidades do mercado. Esta reciprocidade e colaboração são críticas para haver a necessária transformação da ciência em economia. Na ANI atuamos com instrumentos próprios, por um lado, e através de contactos que viabilizam essa colaboração. Quais são as áreas da economia em que a ANI vai atuar prioritariamente?
São as áreas definidas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela União Europeia. Por um lado, a questão da transição digital, que é transversal a todas as áreas da economia. Isto é, dar apoio a todas as empresas no seu processo de digitalização, um processo que já estava em curso antes da pandemia, mas que a pandemia veio acelerar. Outra transição igualmente importante é a transição sustentável, ou seja, atingir os objetivos de redução de carbono, que é também uma questão transversal. Estas duas áreas são prioridades nacionais e nós temos o papel de as promover e acelerar através da inovação. 16 ACT UALIDAD€
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Nós atuamos em três grandes áreas distintas. A primeira consiste na gestão de um certo número de instrumentos financeiros dos chamados programas-quadro. Estamos a falar da gestão das candidaturas, do acompanhamento dos projetos, etc. Posso destacar aqui os programas mobilizadores, que servem para agregar um conjunto de atores com um determinado propósito… Por exemplo, na gestão tecnológica na área da manufatura aditiva (tecnologias de produção de objetos, a partir de um modelo digital). O segundo pilar de atuação é o da promoção da participação portuguesa no programa Horizonte 2020 (agora convertido no programa Horizonte Europa). Aí temos crescido muito signifi-
“Muitos dos nossos projetos são programas de parceria e colaboração. Quanto maior for o número destas parcerias, maior é a capacidade das empresas absorverem o conhecimento que é gerado nos centros de saber.” cativamente. O papel da ANI é ajudar as empresas, as instituições de ensino superior e os centros tecnológicos a efetivarem candidaturas a este programa europeu e ajudá-los a terem um maior sucesso nessas candidaturas. Este esforço tem trazido frutos, uma vez que neste momento já recebemos mais nas calls competitivas em que participámos do que investimos no Programa, ou seja, o retorno é positivo. Aqui também há espaço para continuar a crescer… A nossa taxa de sucesso tem subido de tal maneira que neste momento somos um recetor líquido. Por exemplo, na área do espaço, a nossa participação tem
crescido bastante. Nas diversas áreas a que nos candidatámos, as candidaturas têm sido bem-sucedidas. No total, ao abrigo do programa Horizonte 2020 atraímos 1073 milhões de euros em calls competitivas. Temos um retorno de 1,69%. Agora vamos iniciar um novo programa, o Horizonte Europa, e esperamos continuar a crescer. O terceiro pilar de atuação da ANI é o da capacitação e valorização para a inovação, que consiste em integrar, acompanhar e gerir o conjunto das chamadas instituições de interface, que compreendem dois grandes grupos: os centros tecnológicos (como o CEiiA, o CITEVE, o CENTIFE, o CENTI, etc.) e o grupo dos Laboratórios Colaborativos, que têm um papel de interface também, mas numa perspetiva mais transversal e temática, ou seja, abordam temas críticos. Estamos a falar em desbloquear soluções para problemas que estes organismos possam apontar, bem como em alavancar e catalisar oportunidades identificadas por estas entidades através de programas de maior dimensão. Neste pilar da valorização integra-se o programa de compras públicas para a inovação, que visa apoiar as entidades públicas a inovar, de modo a que a inovação não aconteça apenas nas empresas. Estes três pilares não são estanques, relacionam-se entre si e idealmente há, de facto, uma visão transversal que permite, por exemplo, termos uma tecnologia que começamos a desenvolver no âmbito dos apoios nacionais, mas que tem potencial para crescer, pelo que a candidatamos aos apoios internacionais. O papel da ANI é acompanhar todo o ciclo de vida da inovação, desde que sai do espetro da ciência fundamental (onde atua a Fundação para a Ciência e Tecnologia) até que passa aos domínios da chamada inovação mais incremental (acompanhada pelo IAPMEI). Nós estamos nesse intervalo da criação de conhecimento mais fundamental e da sua passagem para o mercado. É aí que nós atuamos, nas suas várias vertentes, desde os programas nacionais, aos internacionais e institutos de interface.
gran entrevista grande entrevista Que setores melhor têm sido capazes de fazer essa transformação?
São vários os setores. Um dos mais apontados é o do calçado, que nos últimos 20 anos sofreu uma valorização enorme graças à incorporação de design e de tecnologia na produção. O setor dos moldes é também um excelente exemplo de inovação ao serviço da indústria. O CEMTIFE (Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos) tem feito um ótimo trabalho, servindo precisamente como agregador dos vários atores. As empresas do setor colaboram na adoção de tecnologia e através da identificação de questões críticas. O setor do espaço tem sido igualmente transformador nos últimos anos, trabalhando em colaboração com o setor dos moldes. A biotecnologia ainda não tem uma forte expressão económica, mas tem uma comunidade em Portugal, que trabalha em conjunto em vários projetos. Temos todas as condições para ser bem-sucedidos. Porém, os projetos nesta área demoram muito tempo a dar frutos. Temos muitos exemplos de cooperação, mas nós somos um país pequeno. Somos poucos. Muitas instituições de ensino superior estão a trabalhar no sentido de fomentar o trabalho de equipa junto dos alunos, e a aproximação ao tecido empresarial e a outras instituições do sistema. Esta mudança é fundamental. Nos projetos acompanhados pela ANI, as entidades são levadas a trabalhar juntas e, na maior parte dos casos, conseguem fazê-lo com sucesso. Os apoios visam também potenciar essa colaboração, viabilizando a adoção do conhecimento e a sua integração na produção. Se a inovação tem evoluído em Portugal, o que explica que Portugal não tenha crescido significativamente nos últimos 20 anos?
Temos que evidenciar os nossos casos de sucesso. Porém, os resultados da inovação não são imediatos. Se conseguirmos exportar produtos de maior valor, cresceremos mais.
Todas as ações que permitam reduzir a distância entre a ciência e a economia são prioritárias, num momento em que temos que executar um PRR num prazo curto e em que temos grandes ambições de gerar produtos e serviços a partir de Portugal para o mundo. Tudo isto demora tempo e exige confiança. Só existe partilha quando há confiança. Estas relações de confiança demoram tempo a acontecer. A questão da absorção do conhecimento pelas empresas é crítica. Precisamos de mais recursos humanos qualificados nas empresas. Tem que haver contratação de recursos com formação avançada de uma forma mais expressiva por parte das empresas, mas também na administração pública. Um doutorado tem que ser visto como um especialista capaz de resolver problemas de forma mais eficaz. Houve uma altura em que se formaram doutorados e que eram totalmente absorvidos pelas instituições de ensino superior, mas estes devem ser absorvidos pelas empresas. Isto já está a acontecer porque cada vez mais as empresas reconhecem essa vantagem. Nos últimos dez anos deu-se uma transformação muito grande. Os alunos também contribuíram para essa
mudança, já que são veículos para a colaboração, mantendo-se, muitas vezes, nos projetos depois de terminarem a sua formação académica. No entanto, estes processos demoram tempo. Defende uma maior componente prática nos cursos superiores?
Precisamos de ter um bom equilíbrio, que é difícil, entre uma formação de base sólida e, ao mesmo tempo, dar aos alunos acesso à realidade e aos problemas reais. O que a fez aceitar este cargo?
Gosto de desafios e este é um grande desafio. Estamos numa fase em que a questão da resiliência é fundamental e eu ando há quase 20 anos a estudar esta matéria, pelo que é uma oportunidade para pôr em prática o que ando a dizer num contexto em que é crítico. Por outro lado, o facto de eu ser a primeira mulher à frente da ANI tem um certo simbolismo que importa sublinhar. É relevante mostrarmos às nossas filhas que é possível alcançar este tipo de cargos. Tudo é possível. Quando olhamos para as pirâmides das organizações, vemos poucas mulheres no topo e por isso é de sublinhar quando tal acontece. E quem fala em mulheres, AGOSTO DE 2021
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Joana Mendonça: investigadora, professora e gestora Habituada a visitar empresas pelo país fora, enquanto investigadora do Instituto Superior Técnico (IST), Joana Mendonça foi escolhida para o cargo de presidente do Conselho de Administração da ANI – Agência Nacional de Inovação, para o triénio de 2021-2023. A equipa de novos administradores integra também Eduardo Bacelar, proveniente do Centro de Computação Gráfica da Universidade do Minho, e João Borga, anteriormente diretor executivo da Startup Portugal. Joana Mendonça é professora associada de Gestão da Inovação do IST, onde dá aulas de Gestão de Inovação e Design Thinking, Empreendedorismo, Engenharia Económica e disciplinas de Projeto, tendo desen-
fala noutras minorias. Acho essencial a sociedade atentar a este processo. Fiz um estudo sobre as diferenças entre mulheres e homens empreendedores e observamos que não há grandes mudanças na liderança, mas há diferenças na forma de interação com os trabalhadores. De acordo com o que vimos, tipicamente, quando há uma mulher empreendedora, há uma equipa, mas não é claro qual é o impacto que isto tem na organização. Curiosamente, os trabalhadores aceitam mais facilmente uma ordem de um homem. Durante esses anos em que estudou as questões da resiliência e da recuperação, a que conclusões chegou?
Uma das evidências é que a questão da cooperação é essencial para a recuperação. Outra tem a ver com o nível de complexidade, isto é, a capacidade que as empresas têm de absorver conhecimento. Quanto mais expostas a conhecimento estão, maior é a sua capacidade de absor18 ACT UALIDAD€
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volvido investigação no Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento, IN+, onde dirigiu o Laboratório de Gestão de Tecnológica e Políticas Públicas. Foi assessora para a área da Inovação no Ministério da Economia em 2016 e, entre 2010 e 2012, foi subdiretora da Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência. Em 2009 e 2010 foi assessora do Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Doutorada em Engenharia e Gestão Industrial no IST, Universidade de Lisboa, Joana Mendonça possui um mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia no IST e uma licenciatura em Química Tecnológica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
ção. Daí a necessidade de termos recursos humanos qualificados nas empresas e nos centros de interface. Precisamos de mais qualificação nas empresas. Para atrair doutorados, as empresas portuguesas têm que ser capazes de remunerá-los de forma justa?
Portugal tem grandes constrangimentos de capital, que se verificam nos salários a todos os níveis. Para remunerar melhor, a produtividade tem que crescer e tem que haver maior valorização dos produtos. Tudo isto requer tempo. A educação que é o investimento maior e mais significativo que podemos fazer demora muito tempo a ter retorno, o que torna muito difícil sustentar até do ponto de vista estratégico esse investimento, mas é essencial fazê-lo. Nós temos neste momento o maior número de sempre de alunos no ensino superior. As empresas já têm licenciados e mestrados e há uns anos isso não acontecia.
Para isso é crítico o papel que certas instituições têm nas regiões em que se encontram; esta penetração é fundamental para a contratação de trabalhadores com formação avançada. O grande desafio em certas regiões é, sobretudo, demográfico. Qual será a sua assinatura à frente da ANI?
Precisamente a dinamização da transição digital que já havia sido iniciada, mas que terá que ser agora mais expressiva. Também a valorização do trabalho de equipa. Esse é um desafio em todas as instituições. Não podemos ficar fechados na execução das nossas obrigações. Quero também abrir mais a ANI, no sentido de uma maior atuação no terreno. É o que eu e os meus colegas da direção temos feito. Fiz 15 mil quilómetros em dois meses. Estes meses foram muito intensos porque era necessário conhecer o trabalho feito no país, pelas empresas e pelos diferentes centros de interface. Surpreendeu-a o que testemunhou?
Digamos que a surpresa aconteceu há uns anos… Em 2013 fiz um projeto muito grande sobre o setor aeronáutico em Portugal. Queria estudar o impacto da vinda da Embraer para o país e visitei diversas fábricas. Debrucei-me especialmente sobre o setor dos moldes porque havia um potencial de inovação nessa área com a chegada da Embraer. O que aprendi com essa experiência foi que as empresas estão muito mais abertas do que eu achava. Mesmo empresas muito tradicionais, sem alocação de conhecimento, recebiam-nos sempre muito bem. Isso para mim foi transformador, do ponto de vista do que era e poderia ser a adoção de conhecimento pelas empresas. Havia muita abertura e continua a existir. As empresas estão muito mais abertas à inovação do que se julga. Usei essa experiência que tinha como investigadora agora nas visitas que fiz junto de outros setores. Ir ao terreno é muitíssimo importante.
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“El proyecto de Sines es una gran inversión industrial, con enorme impacto en la economía, en el empleo y en la generación de riqueza” Desde el pasado mes de mayo, António Calçada de Sá es el nuevo presidente del Conselho da Diáspora Portuguesa, creada en 2012, siendo él uno de sus fundadores. Desde su comienzo, ha contribuido de forma activa para su desarrollo como instrumento de apoyo e influencia al servicio de Portugal y de sus instituciones. Es además el presidente de la Cámara de Comercio Hispano Portuguesa (CHP), con sede en Madrid, y el vicepresidente y director general de la Fundación Repsol.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
Cómo afronta esta nueva etapa en la Diáspora Portuguesa?
realizado y el legado que me trasmite y agradezco a nuestro presidente honoHa sido un honor que se rario de la Diáspora, el Presidente de hayan acordado de mí para la República, el haberme dado su conpresidirla y que hubiese una- fianza para este nombramiento. A la nimidad en el nombramiento. Yo agra- vez, es una gran responsabilidad, hay dezco al presidente fundador, Filipe bastantes cosas que hacer, pero estoy de Botton, el extraordinario trabajo muy ilusionado.
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¿Cuál es la actividad de la Diáspora?
La Diáspora es ya una marca con algunos atributos que son las cosas que llevamos años realizando, bien hechas, y que aportan un valor. Realizamos varios eventos al año y mantenemos conversaciones con los consejeros y algunos ministros. Y todo ello vincu-
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lado con reflexiones y debate de esa gran red de más de 80 consejeros que tenemos en todo el mundo. Cada verano, organizamos en Lisboa un Summer Meeting, donde interactúan los consejeros, se revisa el trabajo realizado y se planifican las actividades para el resto del año. Preparamos también el EuroAfrican Forum, en el que durante unos días ponemos en contacto empresas africanas con portuguesas y europeas, logrando contactos bilaterales muy interesantes. Y no podemos olvidarnos de nuestra reunión anual, en diciembre, un acto en la Cidadela de Cascais, con mucho interés e impacto, que cuenta con la presencia del primer ministro, el ministro de Exteriores y el Presidente de la República. La Diáspora aparte de hacer un gran trabajo actualmente tiene nuevas oportunidades que queremos desarrollar. ¿Asume el cargo con nuevas ideas?
Yo quiero mantener y reforzar lo que estamos haciendo, con nuevos formatos, más digital, híbrido, pero también quiero hacer más diáspora fuera de Portugal. Creo que es muy importante que en los distintos países donde están los consejeros, logremos vincular cuatro pilares: Embajada, Aicep, Cámara de comercio y diáspora de cada pais. Si logramos articular estas cuatro arterias creo que todo irá mejor. Hay que lograr que este ecosistema se una en los distintos países y vamos a generar más impacto en el futuro. Vamos a trabajar sobre cinco ejes: empresarial, académico, salud, cultura y ciudadanía. Entre mis prioridades está la de mantener la solvencia financiera para poder desarrollar las actividades. Creo que nos falta conexión al mundo joven, que está en continuo movimiento. Y luego nuestra misión no es otra que apoyar los intereses de Portugal en el mundo. Somos embajadores desde una perspectiva, social, cultural… debemos apoyar a Portugal desde el mundo.
¿Cómo definiría Portuguesa?
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Diáspora
Si hay algo que nos define, es la extraordinaria capacidad de adaptación. Algo que puedo confirmar por mi propio viaje personal. Me enamoré de todos los países por los que he pasado, como Brasil, Italia, Argentina, México y España. Hablamos de un perfil de portugués que está al mando de empresas internacionales por el mundo, un perfil extraordinariamente trabajador, con una gran adaptación al medio y con mucho talento.
La Fundación Repsol cuenta con “un fondo de 50 millones de euros” y trabaja en varias áreas, como la sustentabilidad y la rehabilitación urbana ecosostenible Fundación renovada En Repsol, ha pasado por distintas funciones y ocupa ahora el cargo de director general y vicepresidente de la Fundación Repsol. ¿Cuáles son los principales proyectos que están llevando a cabo?
Llevamos dos años y medio con una fundación completamente renovada. Hemos procurado revisar la estrategia para que complementase y ampliara la de Repsol. No somos una isla sino parte del motor corporativo de la casa. Además, teníamos que dar pasos hacia donde están las fundaciones internacionales y descubrimos que nos faltaba mucho por hacer. No se trataba del trabajo solo de filantropía, sino de filantropía empresarial. Es posible hacerlo bien y hacer el bien al
mismo tiempo. En la nueva economía vemos la influencia del triple impacto: económico, social y medioambiental. No son conceptos etéreos, todas las empresas deben hacer ese viaje porque la actividad del futuro quiere economía inclusiva. Contamos con un fondo de 50 millones de euros y trabajamos en cuatro áreas. Por un lado, estamos muy concienciados con la reducción de emisiones y junto con Sylvestris, una empresa participada, estamos llevando a cabo el mayor proyecto de reforestación en España (70 mil hectáreas). Es un proyecto transversal total, que atrae mucho a las comunidades autónomas. Nuestra segunda línea de actuación es la movilidad sostenible, donde trabajamos en la entrega de paquetería de la última milla, a través de nuestra participada Koiki, en donde también ha entrado Seur. Genera centenares de empleo para colectivos vulnerables. Estamos en 60 hubs de España y en tres años queremos ser 300 y estar en todas las ciudades de más de 50 mil habitantes. La tercera línea es en economía circular, con Saema, quien también emplea a personas discapacitas. Es un Centro Especial de Empleo, cuya actividad principal es la recuperación y reciclaje de plásticos y envases. Y en este sector también estamos presentes junto con Ilunium, con quien hemos creado una empresa industrial conjunta especializada en el reciclaje de la tecnología. Será el mayor proyecto industrial de España en esta materia. La cuarta línea de actuación es la rehabilitación urbana ecosostenible, donde tenemos varios acuerdos en marcha através de nuestra participada GNE Finance. Con esta empresa, activamos mecanismos de actuación público-privada, cuyo objetivo es la rehabilitación urbana en zonas vulnerables. Como ejemplo, tenemos el proyecto OpenGela con el gobierno Vasco, que pretende lanzar una actuación en 22 municipios con impacto en unas 17.500 viviendas en unos 5/ 7 años. AGOSTO DE 2021
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atualidade actualidad positiva para España. Se trata de una de las grandes inversiones industriales que se hacen en Portugal que afianzan nuestra creencia en el país y nuestra relación con las autoridades portuguesas. Es un gran proyecto industrial, con enorme impacto en la economía, en el empleo y en la generación de riqueza. Felicito a la Alta Dirección de Repsol por su empeño y perseverancia en la aprobación del proyecto Sines. Repsol se ha unido a Telefónica y Microsoft para liderar el primer consorcio de IA de la industria en España.
Somos una gran empresa con múltiple actividad, rama industrial, movilidad, nuevas energías… La digitalización, IA, robótica, IoT, todo eso es muy necesario para cualquier empresa con mucho transaccional. Somos un sector esencial y tenemos herramientas que nos van a permitir hacer más cosas de manera más eficiente. Además, se puede hacer mejor con los mejores compañeros de viaje. ¿Cómo está resistiendo el empresario ibérico a la pandemia?
El tejido empresarial, autónomo, está pasando momentos difíciles. Hay que reactivar rápidamente los mecanismos de aceleración de la economía, sea por ayudas o proyectos. Muchas empresas han podido resistir, tienen más oxígeno, pero las pequeñas y medianas lo han pasado muy mal. Portugal y España comparten objetivos. Son dos compañeros extraordi¿La pandemia ha dado mayor visibilidad Nueva inversión industrial de Repsol narios de viaje y pensar en un mapa al trabajo de la Fundación? en Portugal económico ibérico tiene todo el senSin duda. Lo único bueno de la tido. Estamos en un lugar estratégipandemia es que nos ha obligado Fuera de la Fundación, el grupo Repsol co fundamental, con una plataforma a reinventarnos, nos ha acelerado ha anunciado recientemente la inver- excepcional de Portugal hacia África mucho. Tenemos ahora una mira- sión de 657 millones de euros en la y desde España hacia América Latina. da muy profunda sobre el modelo ampliación de su complejo industrial Debemos combinar nuestras mejores económico que tenemos, el capita- de Sines.¿Qué impacto va a tener este versiones, tenemos mucho que hacer lismo. El modelo capitalista actual proyecto? juntos. necesita ser transformado. Hacen Siempre he defendido el proyecto de El papel de las cámaras es apoyar a falta más alianzas, entre público y Sines porque es una apuesta por la las instituciones, tal y como haceprivado, como se puede ver con industria. Es un proyecto que va a tener mos desde la CHP y la Câmara de los fondos Next Generation de un gran impacto en la petroquímica en Comércio e Indústria Luso-Espanhola la UE. Portugal, con una trascendencia muy (CCILE). 22 ACT UALIDAD€
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El Gobierno crea un plan para impulsar la internacionalización de la economía española El Plan de Acción para la Internacionalización de la Economía Española 2021-2022 busca potenciar la captación y consolidación de la inversión extranjera de alto valor añadido. Movilizará más de 4.200 millones de euros y tiene en cuenta la irrupción de la pandemia y su impacto en los flujos comerciales, además de estar alineado con el “Plan de Recuperación, Transformación y Resiliencia”.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos Pool Moncloa/Fernando Calvo
probado en Consejo de Ministros el pasado 11 de mayo y posteriormente pre sentado en ICEX por el presidente del Gobierno, Pedro Sánchez, el Plan de Acción para la Internacionalización de la Economía Española 2021-2022 tiene como objetivo maximizar la contribución del sector exterior al crecimiento y la creación de empleo, con carácter estructural, así como la mejora de la 24 ACT UALIDAD€
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competitividad. Constituye el marco estratégico a medio-largo plazo para planificar las políticas de apoyo a la internacionalización, facilitar la coordinación de los distintos actores implicados, particularmente la colaboración pública - privada, y mejorar el acceso por parte de las empresas a los distintos instrumentos de apoyo. El plan se orienta a través de seis ejes: ofrecer un apoyo específico para la internacionaliza-
ción adaptado a las necesidades y perfil de las pymes; incorporar la innovación, la tecnología, la marca y la digitalización; desarrollar el talento para la internacionalización; reforzar la coordinación y complementariedad de las acciones de los actores relevantes; potenciar la captación y consolidación de la inversión extranjera y aprovechar mejor las oportunidades de negocio derivadas de la apertura de los mercados. “La internacionalización va más
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allá del beneficio económico de las empresas, es la expresión del país que somos y queremos ser”, subrayó el presidente del Gobierno español durante la presentación del plan. Internacionalización en la que juegan un papel destacado las Cámaras de Comercio en el exterior, tal y como destacó el presidente de la Cámara de Comercio de España, José Luis Bonet, quien reclamó que el fomento de la internacionalización sea una política de Estado. “La internacionalización no sólo es condición para la supervivencia y desarrollo competitivo, sino que es necesaria para afrontar el futuro de nuestras empresas y de la economía española”, puntualizó. Durante su intervención, Bonet recordó el compromiso de las Cámaras de Comercio con el fortalecimiento de la posición exterior de las empresas españolas y muy particularmente de las pymes. “Las Cámaras de Comercio llevamos la internacionalización en nuestro ADN. Así ha sido durante su historia más que centenaria y así debe ser, ahora más que nunca, sobre todo en apoyo de la necesaria internacionalización de las pymes”, señaló. Está previsto la puesta en marcha de una línea no reembolsable para la financiación de estudios de viabilidad, factibilidad, pre factibilidad y modernización sectorial e institucional, con cargo al Fondo para la Internacionalización de las Empresas (FIEM) y una dotación de 50 millones de euros, así como inversiones para la digitalización de las asociaciones y federaciones de exportadores, las Cámaras de Comercio en el exterior, la Cámara
sectores estratégicos como el turismo, el automóvil, el audiovisual España se beneficia y la salud; así como aumentar de una tendencia posi- la resiliencia acompañando a las empresas en el camino de la digitiva del sector exterior, talización. con la ampliación de Desde el Ministerio de Industria, Comercio y Turismo señalan que la base exportadora España afronta estos retos con una (unas 55 mil empresas situación del sector exterior en la que caben destacar varias tenexportan de manera dencias positivas, reforzadas por regular) su evolución reciente: ampliación de la base exportadora, que ha aumentado de forma ininterrumde España y los servicios de la pida, contando con unas 55 mil administración que impulsan la empresas que exportan de manera internacionalización. regular; diversificación geográDurante la presentación del plan, fica, con una menor dependenPedro Sánchez resaltó la colabo- cia de la zona euro y un mayor ración público-privada como una peso de las exportaciones a Asia, de las claves para impulsar el África y Norteamérica, y menor sector exterior en la recuperación de América Latina; creciente peso de la economía española en la era del comercio exterior de servicios, post-Covid y consolidarla “en la en particular, de los servicios no cabeza del desarrollo”. Recordó turísticos, cuyas exportaciones se las demandas y oportunidades que cuadriplicaron entre el año 2000 y se han generado tras la pandemia 2019 e inserción de España en las y que se concretan en configurar cadenas globales de valor (CGV), el sector exterior como pilar clave algo por encima del promedio de acelerando la transformación de los países de la UE y OCDE. AGOSTO DE 2021
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SATA Imagine e AHRESP lançam campanha “ganhe milhas à mesa” P ara impulsionar a atividade de empresas que sentiram fortes dificuldades desde o início da pandemia como o turismo, onse de inclui a restauração e similares, a cooperação entre os diversos agentes dinamizadores deste setor tem sido essencial. É neste contexto que surge uma nova parceria entre o programa de fidelização das companhias aéreas do grupo SATA, o SATA Imagine, e a AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares). No dia 1 de julho, as duas entidades iniciaram uma campanha conjunta com o objetivo de estimular a procura pelos serviços de restauração junto dos mais de 250 mil membros do Programa SATA Imagine.
Assim, até janeiro de 2022, por cada euro gasto no consumo nos restaurantes aderentes à iniciativa “Ganhe Milhas à Mesa”, os membros SATA Imagine podem acumular uma milha no saldo da sua conta, e usá-lo em viagens nas companhias aéreas açorianas. Ao aderir a esta iniciativa, os membros do programa SATA Imagine estão a ajudar à retoma económica de um setor fustigado pela crise, e contribuem, também, para a recuperação económica da sua Região. Ao aderir a esta iniciativa, os associados da AHRESP terão como potenciais clientes os mais de 250 mil membros da SATA Imagine. Para usufruir deste benefício, os mem-
bros SATA Imagine devem consumir em restaurantes associados da AHRESP que tenham aderido à campanha. Os restaurantes aderentes estão listados no site azoresairlines.pt na área do SATA Imagine, assim como se encontra explicado nesta área designada, de que forma o consumo poderá transformar-se em milhas a creditar na respetiva conta. A SATA Imagine é o programa de fidelização das companhias aéreas SATA Air Açores e Azores Airlines. Atualmente conta com mais de 250 mil membros e tem estabelecidas mais de 70 parcerias. As parcerias permitem que os membros SATA Imagine possam acumular milhas ao consumir produtos e serviços prestados pelas empresas parceiras.
Portugueses passam grande parte da semana conectados à internet D esde o início da pandemia e com a chegada do confinamento em 2020, verificou-se uma mudança nos hábitos de consumo, o que acelerou a posição dominante dos meios digitais, tanto como fonte de entretenimento como para a realização de compras a partir do conforto do lar. De acordo com o estudo “Digital Consumer Survey Portugal 2021 Powered by Nielsen & Dynata”, os portugueses passam 43% da semana ligados à Internet, o que significa que passam mais tempo conectados do que a dormir, constituindo uma média de 72 horas por semana de conexão à Internet. Deste tempo, são dedicadas, em média, 13 horas semanais às redes sociais, sendo 23% do tempo total passado a ver conteúdo de influenciadores, sobretudo no Instagram. A maioria dos portugueses utiliza a Internet diariamente e este hábito revela uma certa preferência por dispositivos diferentes para estabelecer essa ligação. Assim, 95% ligam-se à
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Internet a partir do smartphone, 75% fazem-no através do seu computador. Estamos sempre atentos aos nossos dispositivos e, embora por vezes o tipo de uso que lhes damos coincida, damos preferência a um ou a outro dependendo da atividade que realizamos. Assim, 79% dos portugueses optam pelo smartphone para fazer videochamadas e 77% para verificar as suas redes sociais. Quando se trata de computadores, 77% utilizam-nos preferencialmente para verificar emails e 71% para procurar informação, apesar de o computador ser também bastante utilizado para trabalhar, para fazer compras e ler notícias. 44% dos portugueses utilizam a smart TV, principalmente para ver filmes, e, relativamente aos alta-voz inteligentes, sendo um dispositivo complementar, a sua utilização é menor e apenas 16% os utiliza para procura de informações. Embora existam muitas e variadas atividades que se possam realizar com os dispositivos, passamos em média 15 horas
por semana a ver vídeos em plataformas de streaming, em comparação com as 13 horas semanais dedicadas às redes sociais e às14 horas por semana a ver televisão, o que significa que as plataformas estão em vantagem em termos de utilização maioritária da Internet. Para além destas atividades, realizam-se ainda outras, como o envio de mensagens, chamadas de vídeo e compras online. Quanto ao poder que as diferentes redes sociais têm para transmitir as mensagens e o conteúdo dos influenciadores, 29% encontram-nas no Instagram e 17% no Facebook. De todas as plataformas, o Facebook é o que se destaca acima de todos os outros no nosso país, com uma média de 4,2 horas de utilização. A segunda rede social mais utilizada em Portugal é o Instagram, com uma média global de utilização de 3,3 horas por semana, estando o terceiro lugar ocupado pelo Tik Tok, na qual a utilização média é de 2,3 horas por semana, sendo esta última utilizada pelos mais jovens.
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Bankinter lança Crédito Habitação Eficiente em Portugal O Bankinter dá um passo em frente na oferta de produtos que promovem a sustentabilidade, com o lançamento em Portugal do Crédito Habitação Eficiente, que permite aos Clientes financiarem em condições mais vantajosas a aquisição de imóveis com alta eficiência energética, sejam novos ou usados. Esta oferta, que inclui um desconto de 0,1% na taxa fixa com prazos de fixação a partir dos cinco anos, está disponível para novas propostas de crédito para aquisição de habitação e também para transferências de crédito de outros bancos para o Bankinter, destinando-se a imóveis novos com classificação Energética “A+” ou “A” ou imóveis usados com classificação de Eficiência Energética entre “A+” e “B-”. Nas transferências de crédito, o Bankinter reembolsa igualmente os custos. De acordo com Vítor Pereira, diretor de Produtos, CRM, Marketing
e Canais Digitais, e membro da Comissão Executiva do Bankinter, “com o Crédito Habitação Eficiente, o Bankinter dá mais um contributo para o esforço de transição energética, apoiando os clientes em Portugal a adquirirem imóveis altamente eficientes e com baixos consumos de energia, o que tem claras vantagens para o ambiente e para o orçamento das famílias”. O Bankinter reforça, assim, o seu leque de soluções que promovem a sustentabilidade, entre as quais se destaca também o fundo de capital de risco Helia Renovables IV, recentemente lançado em Portugal. A sucursal portuguesa do banco espanhol registou nos primeiros seis meses do ano lucros antes de
impostos de 26 milhões de euros, mais 50% do que em igual período de 2020. Este resultado inclui um crescimento em todas as rubricas, nomeadamente a margem dos juros, que subiu 7%, e os recursos de clientes, que aumentaram 19%, para 5.500 milhões de euros, no período em análise.
Escolha do Consumidor estende-se a Espanha A
iniciativa Escolha do Consumidor, líder no mercado português, acaba de anunciar a sua expansão para Espanha, designada como “Elección del Consumidor”. Com 90% de notoriedade em Portugal e num período de crise pandémica, a Escolha do Consumidor ganhou ainda mais força e avançou para Espanha, sendo neste momento uma marca com um posicionamento a nível ibérico. “Tudo começa e termina no consumidor, após anos de ser a referência máxima para os consumidores portugueses, a ‘Elección del Consumidor’ entra em Espanha para analisar como são os consumidores espanhóis, o que pedem às marcas, o que mais valorizam e o que não se pode perdoar após
uma má experiência de compra”. “Há alguns anos que vimos recebendo elogios por parte das marcas ibéricas com quem trabalhamos e até algum incentivo para lançarmos a Escolha do Consumidor em Espanha. Tínhamos em vista um acordo de licenciamento da marca para o mercado espanhol, que com a pandemia não avançou, e com tudo devidamente estudado avançámos por nossa conta e risco e valeu a pena. Dentro de dias teremos as primeiras marcas Elección del Consumidor” afirma José Borralho, CEO da ConsumerChoice. Presente há 10 anos em Portugal, a Escolha do Consumidor tem vindo a observar a evolução dos consumidores, quer a nível comportamental influenciado por vários contex-
tos (crises económicas, instabilidade política, pandemias...), quer a nível social através das inovações trazidas pelas empresas que contribuem para a evolução e dinâmica do mercado e do consumidor. A Escolha do Consumidor é o sistema de avaliação número um em Portugal, avaliando mais de 900 marcas anualmente, em mais de uma centena de categorias de consumo. Esta avaliação é realizada através dos níveis de satisfação e aceitabilidade das marcas de acordo com os atributos mais valorizados pelos consumidores e com a garantia de que estas são avaliadas, sempre, por consumidores com experiência corrente de consumo e de acordo com os seus critérios específicos de satisfação.
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Fundação MAPFRE lança nova edição das Bolsas de Apoio à Investigação IHL
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Fundação MAPFRE lançou uma nova edição do programa de apoio à investigação, com o valor total de 300 mil euros, que serão atribuídos a projetos relacionados com saúde, prevenção da obesidade, atividade física, avaliação de lesões corporais, gestão de saúde e longevidade, entre outros. As bolsas são destinadas a investiga-
dores ou equipas de investigação no âmbito académico ou profissional que tenham como objetivo desenvolver programas de forma independente ou no âmbito de universidades, hospitais, empresas ou centros aos quais estejam atribuídos. As Bolsas de Apoio à Investigação Ignacio H. Larramendi, dotadas individualmente com um mon-
tante máximo de 30 mil euros, são atribuídas para a promoção de projetos relacionados com a saúde, promoção da atividade física, avaliação de lesões corporais, gestão de saúde e longevidade, entre outros. Além disso, as bolsas também são destinadas a investigadores interessados em promover projetos relacionados com os desafios dos seguros e da segurança social no século XXI, que receberão, no máximo, 15 mil euros por bolsa. A convocatória é mundial e os projetos podem ser enviados em espanhol, inglês ou português até ao próximo dia 11 de outubro.
MSD acelera nos objetivos climáticos e anuncia a neutralidade de emissões até 2025 A
MSD antecipou os seus objetivos de sustentabilidade climática e pretende a neutralidade de emissões de carbono na sua atividade até 2025 (emissões de âmbito um e dois) e uma redução de 30% nas suas emissões de valor até 2030 (emissões de âmbito três) . “Estes objetivos estão alinhados com o conhecimento científico atual e têm por base o compromisso duradouro da MSD na prevenção das piores consequências das alterações climáticas e no apoio ao esforço global para o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris, através da redução da procura de energia e da mitigação das emissões de gases com efeito de estufa”, refere o broker de seguros. A MSD vai atingir a neutralidade de emissões de carbono na sua atividade com inovação em curso para aumentar a eficiência 28 act ualidad€
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e a redução de emissões de carbono, aplicando padrões de construção sustentáveis e continuando na transição para o abandono de combustíveis fósseis. As emissões de âmbito um que permanecem serão compensadas cada ano com um portefólio de créditos de carbono de alta qualidade, incluindo a remoção de carbono. A MSD está também a antecipar em 15 anos o seu anterior objetivo para 2040 de extrair 100% de energia renovável da sua compra de eletricidade. A MSD assinou três novos contratos de compra de energia virtual ( virtual power purchase agreements ) para projetos energéticos de grande escala com base no Texas e em Espanha. Este projetos compreenderão aproximadamente 35% das emissões de âmbito dois da MSD ao adicionarem coletivamente 145 megawatts (MW) de energia solar e eólica à
potência. A MSD tinha assinado anteriormente um VPPA de energia eólica nos EUA em 2018, que adicionou 60 MW de nova energia renovável, enquanto concedem à MSD os créditos de energia renovável associados. Para atingir a redução de 30% nas emissões de âmbito três até 2030, a MSD continuará a negociar com os seus fornecedores para a redução das suas emissões, a promover oportunidades para procurarem a utilização de energias renováveis e a utilizar os nossos processos de contratação e cadeia de distribuição para acionar estratégias adicionais que procurem reduzir emissões. “Na MSD, estamos empenhados na adoção de formas inovadoras para reduzir as emissões de carbono, na nossa atividade e ao longo da nossa cadeia de valor” sublinha Jennifer Zachary.
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Mais de 60 municípios do continente e regiões autónomas já formalizaram adesão aos objetivos de desenvolvimento sustentável A Plataforma ODSlocal - Plataforma Municipal dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que assenta na mobilização de decisores e técnicos municipais, agentes locais e cidadãos em relação aos ODS propostos pelas Nações Unidas na Agenda 2030, divulga o balanço de seis meses de atividade, com destaque para as ações que aproximam os municípios das metas da ONU. Nos últimos seis meses, a Plataforma ODSlocal, que é uma iniciativa pioneira ao nível mundial lançada em novembro de 2020, já mobilizou a adesão de 61 municípios de todo o país, que, assim, mostram o seu compromisso
em colocar as várias dimensões da sustentabilidade no centro das suas políticas e da sua ação diária, visando cumprir os 17 ODS propostos pela ONU. Desde o lançamento do ODSlocal, já foram mapeadas 143 iniciativas desenvolvidas pelas várias autarquias, que correspondem a boas práticas municipais relacionadas com a implementação da Agenda 2030, nomeadamente, medidas de apoio a famílias desfavorecidas, equidade de género nos órgãos de poder e incentivo a ações de educação para a reflorestação. A plataforma ODSlocal recebeu, ainda, 159 projetos que repre-
sentam contributos locais para o cumprimento dos 17 ODS. Erradicação da pobreza, saúde, educação, mobilidade, biodiversidade, voluntariado e economia circular são alguns dos temas dos projetos apresentados. “Capacitando os gestores públicos municipais e as organizações da sociedade civil, a Plataforma ODSlocal contribui para promover a mudança de comportamentos de forma a melhorar a vida das comunidades locais, essencial nesta fase de recuperação económica e social pós-pandemia”, acrescentou João Ferrão, coordenador do projeto.
Tetra Pak Tubex Portugal restringe produção a palhinhas de papel A
Tetra Pak anunciou o fim de um ciclo, o da produção de palhinhas de plástico na fábrica da Tetra Pak Tubex Portugal, em Lisboa (na foto). A fábrica da Tetra Pak sediada em Lisboa, Portugal, já alterou todas as suas linhas de produção para, de hoje em diante, produzir exclusivamente palhinhas de papel. Desta forma, a Tetra Pak, enquanto primeira empresa de embalagens de cartão a produzir palhinhas de papel na Europa, dá agora um novo passo no que diz respeito à sustentabilidade, o que também lhe permite cumprir os requisitos legais definidos pela União Europeia na sua Diretiva sobre Plásticos de Uso Único (SUP). Um marco importante para uma empresa que trabalha para liderar a sustentabilidade no setor de alimentos e bebidas e promover a economia circular. Daniele de Franciscis, gerente da Fábrica Tetra Pak Tubex Portugal, partilha que “urge a mudança e, como tal, vamos continuar agora a escrever a nova página da fábrica de Lisboa, com a expansão
das palhinhas de papel, suportando a ambição de sustentabilidade da Tetra Pak”. O anúncio do fim da produção das palhinhas de plástico demonstra a preocupação e trabalho desenvolvido na promoção da economia circular. As palhinhas de papel são certificadas de acordo com os standards da Forest Stewardship Council, por forma a garantir que o papel utilizado vem de florestas com gestão responsável e outras fontes controladas. As palhinhas de papel são recicláveis, juntamente com a embalagem de cartão, deixando-as dentro da embalagem e, sendo esta,
por último, colocada no ecoponto amarelo. A utilização de palhinhas de papel, aumenta a percentagem de materiais renováveis na embalagem, reduzindo a dependência de recursos fósseis, auxiliando ainda na melhoria da reciclagem e minimizando o lixo produzido. agosto de 2021
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Santos e Vale assina acordo de parceria com a Cáritas Portuguesa
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Santos e Vale assinou recentemente um acordo de parceria com a Cáritas Portuguesa, com vista ao apoio logístico das operações de distribuição de donativos. Este acordo vem selar uma parceria que existe há já muito tempo e que agora vê
formalizada a relação entre as duas entidades. Joaquim Vale, administrador da Santos e Vale refere que “a Cáritas é uma organização muito próxima aos nossos valores enquanto empresa socialmente responsável e preocupada. Com este apoio estamos a alargar o que já fazemos internamente para as comunidades que nos rodeiam, mas agora com uma maior abrangência. É para nós um privilégio poder ajudar estas comunidades, mais ainda tendo a Cáritas a fazer esta ligação.” Para Rita Valadas, presidente da Caritas, “este é um apoio com um valor inesti-
mável. Tem sido fundamental o apoio da Santos e Vale que nos permite chegar mais depressa e com mais eficácia às famílias que apoiamos através da nossa rede nacional”. Durante o ano de 2020, a Santos e Vale, transportou mais de 10 toneladas de donativos, e já em 2021, até ao momento, transportou cerca de quatro toneladas de donativos e material de apoio entre instalações da Cáritas e também em entrega nas entidades locais. A empresa espera poder continuar a ajudar esta e outras entidades de solidariedade social e fazer tudo o que seja possível para melhorar a qualidade de vida das comunidades mais desfavorecidas.
El Corte Inglés tornou-se a primeira empresa em Portugal com a certificação Resíduo Zero O El Corte Inglés obteve, em abril, a certificação Resíduo Zero da AENOR para os Grandes Armazéns de Lisboa e Gaia Porto, bem como para as plataformas logísticas de Alcochete e Olival. Desta forma, torna-se a primeira empresa de grande distribuição em Portugal a obter esta certificação. O certificado AENOR Resíduo Zero assegura que o El Corte Inglés valoriza pelo menos 90% de todos os seus resíduos, evitando que tenham como destino final um aterro. Este certificado ajuda as empresas a optimizar processos, com foco nos pontos de produção de resíduos e contribui para a promoção da economia circular. Para atingir este objetivo, a empresa contou com a colaboração da consultora especializada EcoCuadrado e com o empenho e envolvimento dos seus mais de três mil colaboradores, que em poucos meses conseguiram
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adaptar o funcionamento dos seus centros e armazéns para serem mais sustentáveis. A atividade desenvolvida pelo El Corte Inglés em Portugal gera mais de 40 tipos de resíduos diferentes, que agora são corretamente separados para valorizar pelo menos 90% dos materiais através do reaproveitamento, reciclagem ou valorização
energética. Entre as ações implementadas durante o processo, destacam-se a criação de novos de pontos de separação de resíduos na origem, ou seja, nos espaços internos dos seus centros comerciais ou armazéns e a reformulação das operações de tratamento. Incluem-se, ainda, a reorganização dos itinerários logísticos e a otimização do carregamento dos veículos – com a consequente redução das emissões de CO2 – e a doação de 212 toneladas de bens de primeira necessidade e a várias instituições prticulares de solidariedade social e Bancos Alimentares. Com estas e outras medidas, foi possível evitar que 1.500 toneladas de resíduos, o equivalente aos gerados anualmente pela população da freguesia de Belém, em Lisboa, fossem depositados num aterro, com o consequente impacto ambiental no ambiente.
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Portugueses disponíveis para aderir a novos métodos de gestão de embalagens M ais de dois terços dos portugueses (65%) prevê vir a devolver embalagens para receber o valor de depósito. Esta é uma das conclusões de um estudo desenvolvido a pedido da Sociedade Ponto Verde (SPV) pelo Observa-Observatório de Ambiente, Sociedade e Território do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICSULisboa). O inquérito sobre as práticas, representações e atitudes dos portugueses face à gestão de resíduos urbanos teve um enfoque específico nos Sistemas Integrados de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE). Outra das temáticas abordadas foi a adesão e perceção dos inquiridos sobre as mudanças previstas na política de resíduos urbanos em Portugal, com a
aplicação de diretivas europeias previstas para os próximos anos: instalação de sistemas de depósito para embalagens de bebidas em 2022 (atualmente em fase-piloto), eliminação dos plásticos descartáveis e recolha dedicada de resíduos orgânicos (2023). O estudo mostra que são os cidadãos mais separadores que manifestam maior interesse e disponibilidade para o uso dos sistemas de depósito com retorno (SDR), apesar de mais de dois terços dos inquiridos afirmarem nunca ter ouvido falar sobre este sistema. Quanto ao interesse em utilizar o SDR, caso o sistema existisse na sua zona de residência, a maioria dos inquiridos (51%) afirma ter interesse em vir a utilizar este sistema. Já quando confrontados com a possibilidade de, a partir de 2022, pagarem
uma taxa sobre as embalagens compradas, sendo esse valor apenas devolvido quando se entrega as embalagens nas máquinas de SDR, mais de dois terços dos inquiridos (65%) mostra intenção de devolver sempre as embalagens para receber de volta esse valor de depósito. Os focus groups realizados no âmbito deste estudo revelaram ainda que, apesar dos incentivos financeiros colherem opiniões positivas na generalidade (mesmo que na forma de vouchers para compras ou donativos para instituições), o fator crítico será sempre a conveniência, nomeadamente a acessibilidade às máquinas de SDR. Ainda assim, na opinião de mais de dois terços dos inquiridos a nível nacional, este tipo de sistema de depósito pode contribuir para aumentar a reciclagem.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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Retoma do turismo alicerçada no que é genuíno e sustentável
A ordem em 2019 já era para desacelerar e desencorajar o turismo de massas, mas a pandemia impôs-lhe uma travagem brusca… Instalou-se uma crise no setor e nos países mais dependentes das atividades económicas que gravitam em torno dele. Adivinha-se que o caminho será novamente de crescimento depois da pandemia, mas evidencia-se a oportunidade para planear como retomar um setor sem cometer os erros do passado, sem comprometer o planeta e a qualidade de vida das pessoas. Que Portugal queremos partilhar com os turistas? O Plano Turismo + Sustentável 20-23 aponta o caminho e a Actualidade conta-lhe como o Alentejo quer continuar a crescer de forma sustentável, como o futuro Geoparque Algarvensis pode ser transformador do turismo e da região e como as cerejas reforçaram a dimensão turística do Fundão e dinamizaram outras áreas da economia local.
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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
Europeu de Futebol de 2004 (realizado em oito cidades portuguesas) terá dado um inegável contributo para pôr Portugal no mapa do turismo mundial e dilatar os números do setor, que até essa altura eram pouco expressivos. Trouxe jornalistas e estrangeiros, gerou “barulho” sobre o destino Portugal e aguçou o apetite pelo país em quem talvez nunca tivesse equacionado antes conhecê-lo. Mas o Euro foi também a oportunidade encontrada pela Câmara Municipal do Fundão para comunicar no mercado português a marca “Cereja do Fundão”, que foi “o fruto da nossa
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Seleção” e depois disso nada voltou a ser como era, para a cereja e para o Fundão… O que tem a cereja a ver com o turismo? Quase tudo, no Fundão… Quase tudo, no turismo sustentável que Portugal projeta, alicerçado na genuinidade do país, à luz do Plano Turismo + Sustentável 20-23, iniciado em outubro do ano passado e cuja versão final (pós consulta pública) foi apresentada no passado mês de junho, no Algarve. Este plano visa a retoma do setor assente na máxima “Reativar Turismo. Construir Futuro” e alinhado com os objetivos da Estratégia Turismo 2027 (ET27). Na prática,
pretende-se alinhar os objetivos da sustentabilidade com a evolução da atividade turística. No caso do Fundão, veremos como a cereja não está apenas no topo do bolo, já que inspira a receita de crescimento do município, em várias direções, incluindo o turismo… A cereja que inspira o turismo A tradicional época da cereja já passou, no entanto, dir-se-ia que no Fundão ainda não porque à boleia da cereja e da marca “Cereja do Fundão” dinamizaram-se várias atividades, que fazem dela um fruto sempre presente ou omnipresente no municí-
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pio. Paulo Fernandes, o presidente da Câmara Municipal do Fundão, conta-nos a história: “A cereja representa 60% da produção agrícola do concelho, ocupando entre 2.000 a 2.500 hectares de pomares. O Fundão é a principal zona de produção de cereja a nível nacional, com capacidade para produzir atualmente entre seis a sete mil toneladas por ano. O Fundão sempre produziu cereja de qualidade. Sabíamos do potencial deste fruto e da região para o produzir e apostámos numa campanha de valorização do produto. Lançámos a marca ‘Cereja do Fundão’, com o slogan ‘o fruto da nossa seleção’, por altura do Euro 2004, e foi um sucesso, uma vez que o mercado nacional valoriza agora muito a marca e o produto Cereja do Fundão.” Depois desta campanha multiplicaram-se as ações de promoção e
verificou-se um envolvimento geral da comunidade em torno da cereja, frisa Paulo Fernandes. “O objetivo sempre foi também diversificar as atividades em torno da cereja, de modo a tê-la presente na região o ano todo. Atualmente, temos na região cerca de 30 produtos diferentes, que usam a cereja como ingrediente (licores, compotas, molhos, doces, chás e infusões, vinagre, gin, etc). Entre 30 a 40 restaurantes portugueses criam pratos em torno da cereja do Fundão. Tudo isto visa valorizar o produto e a região.” No ano passado, a Comissão Europeia certificou a Cereja do Fundão como sendo um produto com Indicação Geográfica Protegida (IGP), mais um passo na valorização da fileira. “Estamos a crescer 4% ao ano em área produtiva, mas o objetivo é melhorar a produtividade
dessa área mais do que aumentar o número de hectares, bem como reforçar o preço a pagar aos produtores de cereja. Queremos que essa atividade seja cada vez mais sustentável e respeitadora de todos os intervenientes, feita em boas condições de trabalho, com boas práticas ambientais, bem como aumentar a quota do comércio justo, ou seja, queremos ser sinónimo de qualidade a todos os níveis. Percebemos que este produto tinha que ser mais investigado e isso está a acontecer ao nível da saúde e da biotecnologia.” O autarca indica que “desde 2009 duplicou o contributo da fileira da cereja para a economia do concelho, representando mais de 20 milhões de euros por ano”. Estamos a falar de cerca de “300 empresas que trabalham a cereja nas suas diferentes vertentes”, indica Paulo Fernandes, acrescentando que neste contexto, o AGOSTO DE 2021
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O Geoparque que o Algarve quer mostrar
Um terço do Algarve, uma área total de 1.381km2, situada Loulé, Silves e Albufeira, guarda “um património geológico anterior ao aparecimento dos dinossauros, tão singular e tão relevante que permite contar vários capítulos da história do planeta Terra”, como explica a Coordenação Técnica do Geoparque Algarvensis. O projeto passa pela constituição da Associação Algarvensis, organismo que integra os referidos municípios e a Universidade do Algarve e que quer candidatar o geoparque a Património Mundial da UNESCO. Em causa um património “com 350 milhões de anos” e uma história “focada nos mares do interior e na separação dos continentes e formação do Continente Americano, com a abertura do Oceano Atlântico”. Tudo isto já pode ser visitado pelos apreciadores do turismo de natureza, arqueologia e história. No geoparque dinamizam-se três áreas fundamentais de trabalho holístico do território, contam os
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responsáveis pelo Algarvensis: “ciência/conhecimento, com a inventariação dos geossítios e a criação de conhecimento em diversas áreas (arqueologia, biodiversidade, fauna, flora,…), com a preparação de edições para vários públicos; educação, com programas dedicados à comunidade escolar, às comunidades residentes e à criação de atividades que aportem valor e pensamento como o GeoPalcos Arte. Ciência.Natureza. E o Geoturismo com a criação de percursos e a sua identificação no terreno, a valorização de sítios, como as Antas do Ameixial e a criação de comunicação online e offline.” Um dos requisitos da candidatura “é ter trabalho efetivo de Geoparque com o mínimo de um ano antes da submissão da mesma à UNESCO”, esclarece a Coordenação Técnica do Geoparque Algarvensis, adiantando que a submissão deverá ser feita em 2023 e elencando os principais trunfos da candidatura: “Um
grande atributo a favor da região é ser o único projeto de Geoparque Mundial da UNESCO a Sul do Tejo. Os pilares em que assenta a candidatura UNESCO, nomeadamente conhecimento, educação e geoturismo, são também os pontos fortes a favor da região, reforçando o papel da Universidade do Algarve na região, assim como a criação de um ‘produto’ disponível todo o ano, contribuindo significativamente para a diversificação da oferta turística e atraindo turistas com outros interesses. Num conceito alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com a nova estratégia do Turismo mais verde, mais sustentável e mais ecológico, este é um dos projetos chave para alavancar o destino todo o ano, alicerçado num produto que alia património natural e cultural, autenticidade e proximidade às pessoas dos lugares, com qualidade de vida e bem-estar, permitindo experiências no território. Este projeto do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira é, já hoje, considerado, pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, um projeto estruturante para a estratégia de desenvolvimento regional da próxima década.” Este projeto reúne e valoriza conhecimento sobre “o Metoposaurus Algarvensis, uma espécie única para a ciência, descoberta na Jazida da Penina e que é o
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ao mundo e que pode ser transformador da região motivo primeiro deste projeto, por ser o geossítio de referência mundial a que a UNESCO obriga para apresentarmos a candidatura; um hotspot mundial da biodiversidade, com mais de duas dezenas de espécies cavernícolas únicas no Mundo; uma história da Terra, com as suas evidências físicas, da separação dos continentes, com o geossítio do Pirinéu, a mostrar-nos essa discordância angular; entre tantas outras descobertas de pessoas, de atividades e de saberes que ainda se cruzam neste Algarvensis.” O financiamento para este geoparque “será realizado como até ao momento pelas autarquias (e também pelas quotas de todos os associados) e com o recurso a fundos comunitários, através da submissão de candidaturas”. A Coordenação Técnica do Algarvensis frisa que o trabalho “assenta numa estratégia de desenvolvimento integrado, sustentado e com futuro para o território, potenciando a criação de emprego, a fixação de pessoas e a atração de pessoas ao interior do Algarve”. O fio condutor do projeto é a coesão social e territorial do Algarve: “Ser um território na sua maioria de baixa densidade, não incluindo o litoral, e incluindo duas cidades que se situam no barrocal – Loulé e Silves, foi uma opção clara de contribuir para a valorização do interior, para contrariar a desertificação e para potenciar a economia regional, com uma oferta turística que está disponível todo o ano. Foi, acima de tudo, dar esperança e luz a um território que precisava de ser olhado de forma holística com novos conceitos de desenvolvimento que assentassem no
respeito pelo lugar, na criação de emprego e empresas que potenciem uma economia verde. Este projeto reforça a coesão social e territorial do Algarve e inverte a tendência de concentração de pessoas, emprego e economia no litoral, abrindo novas oportunidades no interior, complementando e completando a oferta existente ao nível do emprego, da economia e da atratividade do Algarve. Refira-se, também, que este projeto promove o trabalho ao nível da ação climática, tão importantes que são para o território as questões da água (ou falta dela), da desflorestação, da economia de circuitos curtos.” Um projeto de Geoparque “é sempre transformador do território porque o faz de uma maneira holística e alicerçada na ciência e nas necessidades específicas de cada território e das pessoas que o habitam”. Assim, “pretende-se fixar pessoas no território Algarvensis, com a criação de condições ao nível das acessibilidades, da tecnologia, para dar qualidade de vida a quem vive ou escolherá viver neste Geoparque”. Por outro lado, “atrair economia e negócio ao território é outro dos objetivos, com a valorização dos recursos endógenos, promovendo a agricultura e a transformação de produtos, de negócio como queijarias, destilarias e tantos outros, com a certificação de produtos de origem protegida e controlada”. No âmbito do turismo, “a criação de rotas e percursos, atraindo pessoas ao território pretende ser o motor para a instalação de hotelaria sustentável, de restauração, de pequenos negócios que permitam a criação de emprego”. Como referido, “este projeto
pode atrair para a região pessoas ao longo de todo o ano, pode ainda (já está a acontecer) atrair investigadores de várias áreas do saber para aqui se fixarem.” Outra frente de trabalho é a comunicação, observam os coordenadores do projeto: “Ser aspirante Geoparque Algarvensis já nos permite uma divulgação ao nível do Fórum Português de Geoparques, o que significa uma comunicação de qualidade e exigência. Quando recebermos a distinção da UNESCO estaremos integrados na rede Mundial de Geoparques, o que aumenta substancialmente o alcance da divulgação do nosso trabalho. A comunicação já está a ser trabalhada em conjunto com a Região de Turismo do Algarve e com a Associação de Turismo do Algarve que são uns parceiros de excelência para a comunicação na Península Ibérica e no Mundo. A página de internet do Algarvensis, as redes socias são outros veículos em que já estamos a trabalhar, assim como parcerias estratégicas com órgão de comunicação social e com empresários do ramo do Turismo. São múltiplas as estratégias, ações e meios que já estamos a desenvolver e que com a chancela UNESCO serão potenciados, pelas redes mundiais que vamos integrar e que nos vão conferir uma garantia de qualidade e sustentabilidade do trabalho e do destino.” Caso a candidatura não seja aprovada, os responsáveis pelo Algarvensis prometem reformular o que for preciso e voltar a submeter o projeto, “porque este é um pacto com as pessoas que não tem retorno, é um compromisso de esperança que não podemos falhar”.
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Anos dourados no Alentejo
Além da cor das searas, o crescimento do turismo na última década antes da pandemia também justifica o adjetivo e a metáfora, confirma Vítor Silva, presidente do Turismo do Alentejo: “Os últimos anos, considerados até 2019, foram realmente fantásticos em termos de desenvolvimento turístico do Alentejo, em todos os indicadores que quisermos considerar.” O número de dormidas passou de 1172 558, em 2010, para 2.8779.300, em 2019. Como nota Vítor Silva “globalmente assistimos a uma quase duplicação do número total de dormidas e ao crescimento exponencial da importância do mercado externo, que em dez anos mais que triplica (passando de 274 592 para 986.119). O presidente desta região de turismo adianta que “o contributo do alojamento é apenas uma parte da receita gerada pela atividade turística, assim e tendo presente que em 2019 os proveitos globais do alojamento se situaram nos 172.100.000 euros e atendendo ao
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seu efeito multiplicador, podemos estimar que o setor do turismo aportou ao Alentejo uma receita total entre os 600 e os 700 milhões de euros, num PIB regional que, nesse ano, atingiu os 13.408 milhões de euros”. Entre 2009 a 2019, a capacidade de alojamento na região “aumentou de 7.318 camas em estabelecimentos hoteleiros (Sem TR, TH, AL e PJ) para 138.012 camas (todas as tipologias incluídas)”, informa Vítor Silva, salientando que “o crescimento da oferta também se fez em qualidade. O número de unidades de alojamento classificadas como Hotéis de 5 estrelas passou de três, em 2009, para oito, em 2019.” O Alentejo não costuma ser identificado com o turismo de massas e talvez não seja esse o seu desígnio, mas tem propostas de sobra para agregar visitantes, nota Vítor Silva “A região apresenta-se como um amplo mosaico diversificado de produtos turísticos, como a cultura e o património, com dois
locais classificados como Património da Humanidade e quatro bens classificados como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO; a natureza, com seis áreas classificadas como parques ou reservas naturais, a gastronomia e vinhos, as atividades de ar livre, com destaque para o walking, cycling, horseriding, ballooning, golfe e birdwatching, bem como para todas as atividades possíveis de praticar nos planos de água interiores e no mar (sailing, rowing, canoeing, windsurfing, kitesurfing, coasteering, surfing, SUP, water skiing, dolphin watching etc.), o enoturismo, todo o segmento do MI, os estágios desportivos e, no cruzamento de todos estes produtos, o touring cultural e paisagístico.” O responsável pela região de turismo destaca “dois atributos que são os valores maiores que a marca Alentejo encerra e que são efetivamente únicos: as pessoas e a sua natural hospitalidade, bem como a luz do Alentejo, seja de dia ou de noite, que assume aqui uma dimensão inigualável”. A pandemia refreou a atividade turística, obrigando agora a reforçar muitos dos objetivos anteriores à crise, que ainda passam por “aumentar a procura turística; crescer a um ritmo mais acelerado nas receitas do que nas dormidas; alargar a atividade turística a todo o ano e a todo o território; contribuir
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para aumentar as habilitações da população empregada no turismo; assegurar que a atividade turística gera um impacto positivo nas populações residentes; incrementar os níveis de eficiência energética nas empresas do turismo; apoiar a digitalização do setor; impulsionar uma gestão racional do recurso água no turismo; promover uma gestão eficiente dos resíduos na atividade turística”. Vítor Silva acredita que o impacto da pandemia irá diminuir, pelo que aspira a que "a prazo, se retome a dinâmica turística que marcou toda a década passada, crescendo em volume, mas e sobretudo em valor, atenuando a sazonalidade e conseguindo que os resultados da atividade turística beneficiem todo o território.” O gestor sublinha que “no que concerne à adequação entre oferta e procura, o Alentejo possui mais de setecentas unidades de alojamento, a maioria das quais no âmbito do TR e TH e largas centenas de outras empresas dos segmentos da restauração, animação, DMC’s, PCO’s, Guia e etc. conseguindo a resposta mais adequada a cada tipo específico da procura”. No entanto admite “existirem usos conflituantes no território do Alentejo, nomeadamente com os que provocam maiores mutações na paisagem, como sejam determinadas práticas agrícolas” e advoga que “a defesa dos princípios da sustentabilidade é uma tarefa que cabe a cada um dos cidadãos, das empresas e das instituições, pois só numa dimensão holística se consegue que o Alentejo seja efetivamente um destino sustentável”. Um dos casos de sucesso na região é a Comporta. Vítor Silva garante que o crescimento do tu-
rismo na Comporta não compromete a genuinidade e sustentabilidade deste destino: “Felizmente os instrumentos de gestão territorial em vigor acautelam bem essa situação, tendo definido áreas especificas para o desenvolvimento turístico (as ADT’s), rácios de edificabilidade e de relação entre oferta e moradores que consideramos serem equilibrados e contribuírem para a sustentabilidade dessa parcela do nosso território.” O Alentejo investirá para já no mercado interno e espanhol, revela o presidente desta região de turismo: “No imediato estamos focados na promoção junto dos mercados de proximidade, usando estratégias adequadas para cada um deles, nomeadamente com recurso à produção e disseminação de conteúdos, seja no circuito B2B ou B2C, maioritariamente através de meios digitais e com a realização das ações inversas que sejam possíveis. Numa segunda fase e de acordo com a evolução que a pandemia venha a conhecer, prevemos apostar em mercados europeus, por estimarmos que a mobilidade intraeuropeia seja mais facilitada. Finalmente e numa terceira dimensão reforçar o trabalho promocional em mercados de long holl, que nunca abandonámos, tanto mais que estes assumiam até 2019 lugares importantes na hierarquia dos mercados para o Alentejo, como o revelam o posicionamento do Brasil como segundo mercado externo mais importante e os Estados Unidos, que ocupavam o quarto lugar.” De salientar também a representatividade dos turistas espanhóis: “Tendo presente os dados reportados a 2019, a Espanha representava uma quota de 21,2% do mercado externo.”
turismo também beneficia, já que a cereja foi usada como bandeira da região. Todos os anos, por altura da apanha da cereja, o município promove a Campanha da Cereja do Fundão, iniciativa que pretende divulgar o produto e a região através de diversas ações. Este ano, estrearam a plataforma online www.produtosdofundao. pt, onde além de cereja se vendem outros produtos do concelho. O site convida também ao Apadrinhamento de Cerejeiras do Fundão: por 20 euros pode-se ser padrinho ou madrinha de uma cerejeira, colher os seus frutos e receber de oferta dois quilos de cerejas. Os bebés que nasceram em Portugal no mês de junho podem ser padrinhos de graça (mediante inscrição) porque nunca é cedo demais para angariar simpatia para a cereja e para região. Daí também a criação de uma quinta pedagógica, que irá disponibilizar vários programas para os mais jovens. Como referiu Paulo Fernandes, o município organiza a Rota Gastronómica da Cereja do Fundão (decorreu entre 18 de junho e 4 de julho) em prestigiados restaurantes, que incluiem nos seus menus pratos originais com a cereja do Fundão. A Tasca da Esquina do chefe Vítor Sobral, o Loco, do chefe Alexandre Silva, em Lisboa, e os restaurantes Euskalduna e Semea do chefe Vasco Coelho Santos e o Almeja, do chefe João Cura, no Porto, integraram a iniciativa. Na cidade do Fundão decorreu o Festival Gastronómico “Fundão, Aqui Come-se Bem – Sabores da Cereja” - http://saboresdacereja.cm-fundao.pt/ - que “reúne diversas propostas de restaurantes e pastelarias da região, que dedicam menus e doçaria a este fruto”. O que a cereja está a fazer ao Fundão ou o que o Fundão está a fazer a partir da cereja, poderá inspirar o modelo de evolução que Portugal quer para a retoma do turismo e da economia? Há em Portugal outros casos em que AGOSTO DE 2021
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a genuinidade de um ou de vários produtos inspira ou poderá inspirar a sua exploração sustentável, contagiando vários setores de atividade e impulsionando a economia local. O crescimento sustentável do turismo assenta na genuinidade, em respeitar e promover o que Portugal tem de único, sem o comprometer, como se indica no texto do filme de apresentação do Plano Turismo + Sustentável 20-23: “Os tempos trouxeram-nos novos desafios, mas também um novo caminho, um caminho para um futuro que sabemos ser não só o que está certo, mas também o que é melhor para um planeta melhor. O nosso caminho começa por preparar o nosso país para uma oferta mais sustentável. Vamos adaptar a legislação às novas tendências de consumo, apoiar financeiramente as empresas do setor para que se tornem mais sustentáveis e acessíveis, proteger os locais mais vulneráveis às alterações climáticas, estimular a redução do uso de plástico, tornar a reutilização 38 ACT UALIDAD€
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e o combate ao desperdício a prática comum nos nossos restaurantes, promover a eficiência energética, hídrica e a neutralidade carbónica, reforçar a segurança com o selo clean & save, estimular a inovação e incentivar a responsabilidade social e reduzir as desigualdades.” Como? “Estimulando, aprendendo, promovendo e premiando com as pessoas sempre no centro”. O Turismo de Portugal prevê ações como a educação para o turismo sustentável, junto dos mais novos, a reeducação para uma restauração circular e sustentável, o desenvolvimento de práticas para uma economia circular, a neutralidade carbónica nos empreendimentos turísticos, a construção sustentável em empreendimentos turísticos, a eficiência hídrica nos campos de golfe em Portugal e a redução do plástico na hotelaria. O Plano abrange quatro eixos estratégicos: Estruturar uma oferta cada vez mais sustentável; Qualificar os agentes do setor; Promover Portugal como um destino sustentável;
Monitorizar o desempenho do setor para a sustentabilidade. De acordo como Turismo de Portugal, as metas até 2023 passam por ter “75% de empreendimentos turísticos com sistemas de eficiência energética, hídrica e gestão de resíduos; 75% dos empreendimentos turísticos que não utilizam Plásticos de Uso Único; 25.000 aderentes ao Selo Clean & Safe e 30.000 profissionais formados; e 50.000 profissionais com formação nas áreas da sustentabilidade.” Nos últimos anos, Portugal foi alvo de referência mediática internacional constante enquanto destino turístico, quer nos media tradicionais, quer nas redes sociais. A ideia é continuar a sê-lo, mas enquanto destino de turismo sustentável. O Turismo de Portugal quer “incrementar as competências dos profissionais do setor do turismo, alavancar iniciativas e dinâmicas já existentes, dar visibilidade a boas práticas e inspirar todos a fazer melhor, para alcançar melhores resultados em termos
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de receitas, da satisfação dos turistas e da preservação do nosso planeta, de forma a que o turismo continue a crescer em valor e alcance a meta de gerar 27 mil milhões de euros em receitas turísticas até 2027”. Como refere em comunicado o Turismo de Portugal, “de acordo com as orientações globais da Organização Mundial do Turismo, a recuperação responsável do setor, após a pandemia de COVID-19, permitirá que este retome a atividade ainda mais forte e mais sustentável”. Essa “recuperação do setor assente na sustentabilidade permitirá, não só a resiliência perante futuras crises, como o retomar da atividade turística sob o compromisso de fazer melhor e com maior segurança, do ponto de vista económico, social e ambiental”. Para Portugal evoluir deverá ser sinónimo de “aumentar a procura turística no país e nas várias regiões, crescer a um ritmo mais acelerado nas receitas do que nas dormidas, alargar a atividade turística a todo o ano, aumentar as habilitações da população empregada no turismo, assegurar que a atividade turística gera um impacto positivo nas populações residentes, incrementar os níveis de eficiência energética nas empresas do turismo, impulsionar uma gestão racional do recurso água no turismo e promover uma gestão eficiente dos resíduos na atividade turística nacional”. A Portugal não falta atrativos turísticos. O caminho passa por mantê-los na sua genuinidade, partir do que temos de bom e derivar daí o crescimento em diferentes direções. Para que o Turismo possa alicerçar uma retoma sustentável, terá que reforçar os seus alicerces de sustentabilidade, sobretudo os que se revelaram débeis. A procura também parece apontar nesse sentido, já que a pandemia alterou a forma como queremos viajar e até o que queremos conhecer. Em 2020, a região do Porto e Norte de Portugal encabeçou o ranking nacional em número de hóspedes.
Prioridades do Plano Turismo + Sustentável 20-23: estruturar uma oferta cada vez mais sustentável; qualificar os agentes do setor; promover Portugal como um destino sustentável; monitorizar o desempenho do setor para a sustentabilidade Sobretudo no interior norte vários estabelecimentos esgotaram a sua lotação no verão passado. O desafio será crescer sem comprometer os argumentos que aguçaram a curiosidade dos visitantes. Um desafio que se estende a outras regiões como é o caso do Alentejo, que viveu uma década dourada antes da pandemia (caixa das páginas), mas continua a ter margem para aumentar os números: interessa crescer em valor, mais no que em dormidas.
No centro, o citado caso do Fundão aponta um dos caminhos possíveis: em vez de fazer do turismo o agente mobilizador da economia, dinamizar o turismo como mais uma consequência da valorização de um produto local. O Geoparque Algarvensis (caixa das páginas) persegue um objetivo semelhante, procurando ser um agente transformador da economia local, disparando em várias direções: ciência, sustentabilidade, criação de postos de trabalho e fixação da população e também turismo, já que constitui um novo e diferenciador elemento de interesse para o destino Algarve. O painel do Barómetro de Turismo da IPDT – Turismo e Consultoria estima que a retoma total no setor só deverá acontecer em 2023: “No que se refere à retoma plena do setor, os membros do painel do Barómetro do Turismo não acreditam que em 2022 já possamos estar ao mesmo nível de 2019, no que se refere ao desempenho do turismo. No entanto, apontam o verão de 2023 como o momento da retoma total do setor”. O mesmo barómetro indica que o Plano do Governo ‘Reativar o Turismo | Construir o Futuro, para estimular a economia e a atividade turística’ “é bem visto pela maioria dos” inquiridos, com uma “média ponderada das respostas, numa escala de 1 a 5, de 3,41 pontos”. AGOSTO DE 2021
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
aBOGACÍA Y FISCALIDAD
“Declaração de Lisboa”: diálogo sobre desafios na justiça da América Latina com a UE
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s instituições de justiça mais relevantes da América Latina (COMJIB, AIAMP e Cimeira Judicial Iberoamericana) assinaram, no final de junho, a “Declaração de Lisboa”, onde se comprometem a estabelecer um fórum de diálogo permanente com a UE, mediante a criação de um Comité Técnico de Acompanhamento constituído por representantes das três instituições. O Comité ficará encarregue de planificar as próximas reuniões para abordar os temas que estão na agenda de justiça da UE e América Latina. A Comissão Europeia e o Eurojust estarão presentes em todas as reuniões
para continuar a prosseguir uma estratégia comum de justiça entre as duas regiões. A declaração de compromisso assinada em Lisboa foi impulsionada pelo programa comunitário EL PAcCTO, tendo esta sido considerada “uma oportunidade para firmar as bases que permitam definir de maneira adequada os standards de funcionamento da justiça perante os desafios presentes e futuros”, assegurou Antonio Roma, coordenador da área de cooperação entre sistemas de justiça do EL PAcCTO, no encerramento do evento. A ministra da Justiça de Portugal, Francisca Van Dunem (na foto, ao centro), lembrou que “vivemos num mundo globalizado, em que as fronteiras territoriais já não são barreiras ou obstáculos à atividade criminosa, especialmente nesta era digital. A pandemia criou condições para
que grupos criminosos organizados concentrem a sua ação em atividades ilegais, como a falsificação de medicamentos, produtos e equipamentos médicos. Estamos testemunhando o ressurgimento do racismo, xenofobia e discurso de ódio, alimentado por notícias falsas e desinformação. Estas são questões prioritárias na Europa e também foram, e são, uma prioridade para a justiça durante a Presidência do Conselho da União Europeia”. As instituições da justiça que assinaram a “Declaração de Lisboa” comprometem-se a continuar o trabalho nas matérias que estão na agenda a nível internacional, como as “grandes agressões contra o meio ambiente”, bem como questões relacionadas com a proteção de dados e a impressão digital. Neste “Encontro de Instituições de Justiça da União Europeia e América Latina”, celebrado em Lisboa, entre 28 e 30 de junho, participaram mais de 20 representantes regionais de países de América Latina, Espanha, Portugal, da Direção-Geral de Justiça da UE e do Eurojust.
SRS Advogados e Uría Menéndez – Proença de Carvalho lideram operações de fusão e aquisição e de venture capital A
Uría Menéndez–Proença de Carvalho lidera o setor de fusões e aquisições em Portugal, de acordo com o ranking do TTR – Transactional Track Record, com um valor de operações associado de 698 milhões de euros. O mais recente ranking do prestigiado diretório, que compreende o primeiro semestre do ano, revela quais foram os principais escritórios de advogados e legal advisors ligados às nas principais operações
de M&A, venture capital, private equity e asset acquisition. A Uría Menéndez–Proença de Carvalho liderou a lista, por valor, enquanto a SRS Advogados liderou a tabela de assessores jurídicos, por número de transações, com doze operações. De acordo com o site “Advocatus. pt”, que cita dados do relatório do TTR, nos primeiros seis meses de 2021 foram realizadas 192 transações que se traduziram num valor total de 3.957 milhões de euros.
Das quatro áreas, M&A destacou-se, com 83 transações e um valor de 1.892 milhões de euros, seguida pelo segmento de asset acquisition, (937 milhões de euros), venture capital (922 milhões) e de private equity (206 milhões). O TTR selecionou como transação do mês a aquisição da Imperial Chocolates pela espanhola Chocolates Valor. A operação contou com a assessoria jurídica da Telles Advogados e da Cuatrecasas.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
opinião opinión
Por Luís Filipe Faria*
Pode o mediador de seguros transmitir (total ou
parcialmente) a sua carteira de seguros?
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o âmbito da distribuição de produtos de seguros, podem ocorrer situações em que o mediador de seguros (seja ele um agente ou um corretor de seguros) pretende transmitir a sua carteira de seguros, ou parte dela, a uma terceira entidade. Estamos a pensar, por exemplo, naqueles casos em que, por razões estratégicas, financeiras ou de mercado, o mediador decide alienar um dos seus ativos; ou ainda quando, por qualquer razão, o mediador se incompatibiliza com uma das empresas de seguros para as quais trabalha e decide, assim, transmitir todos os contratos de seguros que distribuiu para aquela seguradora. Ao longo dos últimos anos, temos observado uma tendência de redução do número de mediadores de seguros autorizados para exercer a atividade de distribuição de seguros, podendo esse facto justificar-se pela decisão de suspensão ou cancelamento do registo, mas também pela existência de fusões entre dois ou mais mediadores. Consequentemente, todos estes
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fatores levaram a um incremento do número de transmissões de carteiras de seguros. Desde logo, importa definir aquilo que se entende por carteira de seguros: esta corresponderá ao conjunto de contratos de seguros relativamente aos quais o mediador de seguros exerce a atividade de distribuição e por virtude dos quais são criados, na sua esfera jurídica, direitos e deveres para com as empresas de seguros, tomadores de seguros e segurados. As carteiras de seguros podem ser total ou parcialmente transmissíveis, podendo essa transmissão ser concretizada a favor de um mediador de seguros (ou de seguros a título acessório) ou a favor da empresa de seguros. Em qualquer caso, a transmissão deverá constar de um contrato escrito, sob pena de nulidade. Na primeira das hipóteses assinaladas, ou seja, quando o mediador pretende transmitir a sua carteira a outro mediador (o qual deverá estar autorizado junto do regulador para o exercício da atividade de distribuição quanto
aos referidos contratos de seguros), aquele deverá previamente comunicar por escrito essa sua intenção à empresa de seguros respetiva, identificando o transmissário, a data de produção de efeitos pretendida e os contratos que se irão transmitir. Recebida esta comunicação, a empresa de seguros poderá aceitar ou recusar a intervenção do transmissário, no prazo de 20 dias, sendo que, em caso de recusa, esta deverá ser adequadamente fundamentada. Cumpre, no entanto, referir que a empresa de seguros não poderá recusar a transmissão da carteira de seguros, mas apenas a intervenção daquele transmissário que foi indicado pelo mediador. Não se verificando esta “fundamentação adequada” à recusa da intervenção do transmissário, a empresa de seguros fica obrigada a propor ao transmitente a aquisição da carteira de seguros em causa. Diz-nos a nossa experiência que, salvo raras exceções, as empresas de seguros aceitam esta transmissão, até porque entendem a mesma como uma oportunidade para alargar o seu
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leque de potenciais clientes. Decorrido o prazo que a empresa de seguros tem para se pronunciar sem que tal se tenha verificado, presume-se que existiu um deferimento da transmissão em favor daquele transmissário. Após a aceitação pela empresa de seguros (ou a ausência de resposta tempestiva), o transmitente terá ainda de informar da transmissão a cada um dos tomadores dos contratos de seguros que integram a carteira a transmitir, podendo estes recusar a intervenção do transmissário, bem como escolher e nomear o mediador de seguros ou de seguros a título acessório que pretendem para os seus contratos. Por outro lado, para além desta hipótese, o mediador poderá também transmitir a sua carteira de seguros a favor de empresas de seguros, desde que ambos sejam
partes em todos os contratos objeto de transmissão. Ou seja, como facilmente se perceberá, o mediador não poderá transmitir a uma empresa de seguros terceira um contrato em relação ao qual esta não seja parte. Tal como ocorre no caso da transmissão a favor de outro mediador de seguros (ou de seguros a título acessório), também aqui os tomadores de seguro deverão ser informados (neste caso, pela empresa de seguros), com uma antecedência de 60 dias relativamente à data da transmissão, que os seus contratos irão passar a diretos, ou seja, sem a existência de qualquer mediador de seguros, ficando assim, quanto a estes contratos, a atividade de distribuição de seguros a cargo única e exclusivamente da empresa de seguros. Não obstante, tal situação não prejudica o direito de os toma-
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dores de seguros poderem escolher e nomear um outro mediador de seguros (ou de seguros a título acessório) para os seus contratos. Diversamente daquilo que se estabelece quanto à transmissão a favor de mediador, o tomador do seguro não pode opor-se à transmissão a favor da empresa de seguros, sem prejuízo, como referimos, do seu direito à nomeação de um novo mediador. Em conclusão, desde que sejam cumpridos os requisitos estabelecidos, a transmissão (total ou parcial) de carteira de seguros por parte do mediador é possível e lícita, não colocando em causa os direitos adquiridos, tanto da empresa de seguros, como dos tomadores de seguros. *Advogado da Belzuz Abogados E-mail luis.faria@belzuz.com.pt
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setor imobiliário
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Preço das casas em Portugal com subida trimestral de 4,5% O preço de venda das casas em Portugal (Continental) aumentou 4,5% no segundo trimestre de 2021 face ao trimestre anterior, mostram os mais recentes resultados do “Índice de Preços Residenciais”, da “Confidencial Imobiliário”. Esta valorização trimestral acelera consideravelmente face ao ritmo observado no primeiro trimestre, quando os preços cresceram 1,2% relativamente ao trimestre prévio. Ao longo de 2020, as variações trimestrais não foram além dos 3,4%, tendo entrado mesmo em terreno negativo no terceiro trimestre, com uma quebra de 2,1%. Em termos homólogos, o segundo trimestre de 2021 apresenta uma valorização de 4,8%, igualmen-
te assinalando uma recuperação no ritmo de crescimento face ao padrão do mercado no primeiro trimestre. Nesse período inicial do ano, a valorização homóloga estava em 2,6%. Em termos mensais, o preço das casas revelou um aumento de 1,1% em junho, subida que desacelera face à variação mensal de 2,5% observada em maio. O preço médio de venda das casas em Portugal atingiu os 1.753 euros/
metro quadrado, no segundo trimestre de 2021, observando-se um tempo médio de venda da habitação de seis meses, conforme os dados do “SIR-Sistema de Informação Residencial”.
MerlinProperties obtém a certificação WiredScore para os seus escritórios
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Merlin Properties obteve a prestigiada certificação WiredScore para 20 dos seus ativos de escritórios, tornando-se a primeira Socimi na Península Ibérica a obter este selo de aprovação, internacionalmente reconhecido, que certifica as capacidades 44 ACT UALIDAD€
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digitais e de conetividade de edifícios ocupados e novos desenvolvimentos. Os 20 ativos certificados compreendem 250 mil metros quadrados de área bruta locável, perto de 20% do total da carteira de escritórios da Merlin Properties e simbolizam o reconhecimento, por parte da WiredScore, à liderança desta Socimi em termos de tecnologia dentro do setor imobiliário. Este reconhecimento é feito por uma organização de prestígio internacional, com uma presença especial nos países anglo-saxónicos e que confere o seu selo de qualidade a edifícios tão emblemáticos como, por
exemplo, o Empire State Building, nos Estados Unidos. A WiredScore mede o nível de conetividade digital em edifícios, assegurando que estes possuem as melhores infraestrutura para empresas e pessoas, e demonstra que os edifícios de escritórios da Merlin têm a infraestrutura digital que as empresas de hoje necessitam. A Merlin continua a trabalhar com a WiredScore para continuar a certificar mais edifícios da sua carteira, adianta a empresa imobiliária. Em Madrid, os edifícios da Merlin que obtiveram este certificado são os situados no Campus Adequa, Aquamarina, Torre Chamartín, Parque Empresarial Cerro de los Gamos, Arturo Soria 343, Castellana 85, Ática e Plaza Ruiz Picasso. Em Barcelona, Diagonal 605 e Torre Glòries; e em Lisboa, o edifício Monumental (na foto).
sector inmobiliario
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Stay Hotels abre unidade hoteleira junto ao aeroporto Francisco Sá Carneiro O Stay Hotel Porto Aeroporto é a mais recente unidade hoteleira da Stay Hotels. Construído de raiz, este é o décimo primeiro hotel da marca no país e o terceiro na cidade do Porto, com um investimento que rondou os 428 mil euros. Junto ao Terminal Internacional do Aeroporto Francisco Sá Carneiro nasce o Stay Hotel Porto Aeroporto, um hotel trendy e original com 102 quartos, ideal tanto para quem viaja em negócios ou em lazer. A unidade dispõe de parque de estacionamento privado com 63 lugares, onde inclui carregadores para veículos elétricos e lugares para utentes com mobilidade condicionada. Possui ainda cinco salas para reuniões de trabalho, apresentações ou aluguer de longa duração, com áreas que variam entre os 39 e os 242m2. “O Stay Hotel Porto Aeroporto será uma mais-valia para todos os passageiros do Aeroporto Francis-
co Sá Carneiro, o segundo maior do país e o melhor da Europa na sua categoria, segundo o Airport Council International. Esperamos, na sua maioria, por estadias de lazer de curta duração, mas o segmento Corporate também será uma das nossas preocupações nesta nova localização”, explica Jorge Bastos, um dos administradores da Stay Hotels. Localizado na Maia, a nova unidade disponibiliza um pequeno-almoço com alimentos frescos, servido em horário alargado, wi-fi gratuito em todo o hotel; jogos sociais e uma bicicleta à disposição dos clientes; quartos amplos e confor-
táveis; um atendimento personalizado; e ainda informações sobre os voos na receção. O hotel localiza-se perto dos principais transportes públicos, como o Metro do Porto, distando 13 quilómetros do coração da Invicta. A Stay Hotels, marca de referência nacional de hotéis citadinos, pretende deter, até 2022, uma rede de 14 unidades, num total de mil quartos.
Maior encontro ibérico de investidores imobiliários assinala quinta edição no Estoril O Portugal Real Estate Summit, organizado pela plataforma Iberian Property, está de regresso ao Estoril, realizando-se nos dias 29 e 30 de setembro, no Estoril. Trata-se do maior encontro ibérico de investidores imobiliários internacionais e assinala a sua quinta edição, depois de ter sido suspenso em 2020 devido às restrições da pandemia. Este evento reúne todos os anos a comunidade de investimento imobiliário ativa na Península Ibérica, registando audiências de mais de 300 pessoas com uma forte presença de investidores internacionais. Só na última edição (em 2019) participaram
no Portugal Real Estate Summit representantes de investidores de cerca de 20 países, incluindo as regiões da Europa, América do Norte, África, Ásia-Pacífico e Médio-Oriente. Vocacionado para uma forte vertente de networking, o Portugal Real Estate Summit marca o regresso dos eventos presenciais de encontro dos investidores, propondo estabelecer um mapa para a recuperação económica da Ibéria. O evento será também emitido online através da plataforma multimedia, permitindo alargar mais a audiência. Na edição de 2021, estão já confirmados os apoios da Abreu Advogados, CBRE, Cushman & Wakefield,
Explorer Investments, Morais Leitão, Savills e da Square Asset Management. O Portugal Real Estate Summit é, segundo a organização, “o mais importante fórum ibérico de debate sobre investimento imobiliário e ponto de encontro dos principais investidores nacionais e internacionais ativos em Portugal e Espanha. Pretende ser um mapa para identificar as melhores oportunidades de investimento no mercado português”. É organizado pela Iberian Property, plataforma de dinamização do mercado de investimento imobiliário ibérico, para o qual produz conteúdos informativos e analíticos. AGOSTO DE 2021
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setor imobiliário
sector inmobiliario
Comercialização do edifício Lumnia no Parque das Nações vai arrancar
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Cushman & Wakefield foi a consultora imobiliária escolhida pela Avenue para se juntar à CBRE na comercialização, em regime de arrendamento, do edifício Lumnia (na imagem), parte integrante do projeto EXEO Office Campus, no Parque das Nações. Promovido pela Avenue, o projeto EXEO Office Campus inclui três edifícios de escritórios, totalizando uma área de 70 mil metros quadrados, e
inclui além de jardins com esplanadas, vários espaços comerciais. Os três edifícios – Aura, Lumnia e Echo – “aliam modernidade, eficiência, tecnologia e sustentabilidade, introduzindo um novo conceito de trabalho e bem-estar na cidade”, referem as consultoras responsáveis pela comercialização. O edifício Lumnia conta com cerca de 30 mil metros quadrados, dos quais 830 metros quadrados dedicados a comércio. A área de escritórios está dividida por oito pisos, incluindo sete terraços e 300 lugares de estacionamento privativo em cave. As consultoras Cushman & Wakefield e CBRE são as responsáveis pela comercialização de toda a área de escritórios e também das lojas do edifício Lumnia. Segundo Carlos Oliveira, partner e di-
retor de Office Agency da Cushman & Wakefield, “o edifício Lumnia, que se encontra numa fase muito adiantada da construção, será seguramente um excelente representante de uma nova geração de edifícios de escritórios, e que neste caso junta tecnologia e sustentabilidade a pisos de grande dimensão e elevada eficiência a uma localização fantástica no coração do Parque das Nações”. Por seu lado, André Almada, A&T Offices director da CBRE Portugal, refere: “a nossa equipa de escritórios foi responsável pela colocação da área do edifício que já não se encontra disponível, nomeadamente os primeiros sete mil metros quadrados, distribuídos por dois ocupantes distintos. É para a CBRE um privilégio continuar a estar associada ao maior projeto de escritórios atualmente em construção na cidade de Lisboa”, conclui.
Belas Clube de Campo lança serviços integrados destinados a seniores A
medida que a esperança média de vida aumenta e as pessoas vivem saudáveis mais tempo, cresce o conceito de “envelhecimento ativo”, e com ele a necessidade de uma melhor qualidade de vida, com novos modelos residenciais que proporcionem uma diversidade de serviços, um estilo de vida ativo em contacto com a natureza e com o mundo exterior. Para dar resposta a esta tendência, e por se caracterizar como um country club residencial para toda a família, o Belas Clube de Campo acaba de lançar um conjunto de soluções residenciais – designado por “Silver Age Ready”–, com serviços integrados, destinados a seniores ativos, que procuram qualidade de vida, tranquilidade e segurança, ao mesmo tempo que estão
próximo da família, como refere Gilberto Jordan, presidente da administração da Planbelas. Os apartamentos do Lisbon Green Valley caracterizam-se por uma arquitetura moderna e sofisticada, com áreas e acabamentos elevados. Foram pensados para permitir uma boa circulação em todo o espaço, sem barreiras arquitetónicas. São apartamentos de tipologia T1, de piso térreo, com jardim e piscina privativa, que dispõem ainda de suite, sala de estar com zona de refeições, cozinha totalmente equipada, garagem e arrecadação. O Belas Clube de Campo garante que “integra ainda um conjunto de serviços e comodidades diferenciadoras, que permitem assegurar a qualidade
de vida das famílias em todas as gerações”, como sejam um sistema de vigilância de 24 horas por dia, parafarmácia, analises clínicas ao domicílio, minimercado, posto CTT, healthclub, restaurantes, lavandaria, golfe, ténis ou serviço de shuttle. Na área dos cuidados de saúde, foi estabelecido um protocolo com a Ibersaúde, de forma a assegurar uma vasta oferta de cuidados ao domicílio, com acompanhamento 24 horas por dia, cuidados de enfermagem, acompanhamento médico de diferentes especialistas, fisioterapia, entre outros cuidados, que “visam promover o envelhecimento ativo e saudável, nos vários ciclos de vida, maximizando o nível de independência no conforto do lar”.
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ciência e tecnologia
Ciencia y tecnología
Minsait reduz em 60% o tempo de implementação de serviços de workplace em bancos e seguradoras O atual ambiente de crise provou ser um catalisador de flexibilidade do local de trabalho para se adaptar às novas exigências dos negócios e das pessoas. Ter as capacidades digitais certas, assegurar a adoção ótima de novas formas mais eficientes de trabalhar e monitorizar a informação que anteriormente não estava disponível são as chaves para o digital workplace, a nova geração de locais de trabalho. Para enfrentar este novo cenário, a Minsait, uma empresa da Indra, desenvolveu uma proposta de serviço E2E (end-to-end) dinâmica e global que reduz o tempo de implementação dos serviços de gestão dos espaços de trabalho em bancos e companhias de seguros em 60%, em comparação com os modelos tradicionais e que acelera significativamente a sua exportação para outras geografias de clientes. É um modelo user centric, que permite o alinhamento ágil das neces-
sidades estratégicas do negócio com uma visão centrada no funcionário, o que se traduz em aumentos de produtividade e reduções entre 10% e 30% nos custos diretamente relacionados com o funcionamento e exploração do posto de trabalho do utilizador, dependendo do nível de maturidade do cliente e das alavancas de melhoria aplicadas, tais como o right shoring (alocação eficiente de recursos), digitalização e automatização, ou flexibilização do modelo. Entre as suas principais vantagens, encontra-se a faturação flexível, que facilita a adaptação dinâmica dos recursos de serviço e o seu custo às necessidades específicas do cliente (número de utilizadores, recicladores de dinheiro, ATM ou incidentes geridos, entre outros). É particularmente interessante o serviço de segmentação em função do papel do utilizador na organização, a fim de prestar atenção especializada e personalizar os acordos de nível de serviço (SLAs).
Outro contributo importante do modelo da Minsait é a definição de indicadores de utilização para medir, através de análises avançadas, a eficácia das ações e o progresso da adoção de mudanças na organização e para identificar as melhores práticas. Por exemplo, a percentagem de empregados que utilizam ferramentas de ambiente colaborativo, a redundância de participantes em reuniões ou a análise do número de interações entre equipas, entre outros. A Minsait garante a gestão empresarial através de processos colaborativos 100% digitais centrados na liderança, independentemente de o funcionário estar a realizar uma hipoteca ou a participar um sinistro ao balcão, a visitar um cliente ou em teletrabalho a partir de casa, ou seja, facilita uma abordagem “multisserviço, multi-dispositivo e multi-ambiente”. Inclui também serviços para impulsionar a transformação cultural e a adoção de mudanças.
App para o Cartão de Crédito El Corte Inglés permite pagar as compras só com o telemóvel A nova aplicação do cartão de crédito El Corte Inglés, recentemente lançada, dá uma nova vida ao cartão utilizado para compras no universo El Corte Inglés. Esta aplicação foi desenvolvida ao longo dos últimos seis meses para ser utilizada em Portugal. A empresa quer estar cada vez mais perto dos seus clientes, com processos simples, seguros e intuitivos que facilitem o dia a dia e por isso prossegue a caminhada da transformação digital com a disponibilização aos clientes de ferramentas de digitalização que
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são consideradas essenciais num mundo onde se usam cada vez menos recursos naturais. A partir de agora, quem tiver no seu telemóvel a nova aplicação
pode fazer as suas compras habituais nas lojas físicas, consultar os últimos talões de compra, consultar os cupões de desconto e utilizá-los em futuras compras (não aplicável aos cupões de desconto da loja online), sem necessitar de estar na posse do cartão físico, dos recibos ou dos talões em papel. O objetivo é que, pelo menos, 10% dos clientes com Cartão El Corte Inglés utilizem a aplicação até ao final do ano. Todas estas comodidades estão disponíveis para utilizadores do cartão.
Ciencia y tecnología
ciência e tecnologia
BPI eleito o melhor private banking da Europa no uso da digitalização dos serviços prestados O BPI foi distinguido como o melhor private banking da Europa no uso da digitalização dos serviços prestados pelos seus Assessores Financeiros (Best Private Bank for digitally empowering relationship managers - Europe), num prémio atribuído pela “Professional Wealth Management”, uma publicação especializada em wealth management e gestão de patrimónios do grupo “Financial Times”. Os “Wealth Tech Awards” (“WTA”), que celebram este ano a sua quarta edição, premeiam as entidades de private banking que se destacam pela excelência na sua estratégia de transformação digital e pela sua contínua inovação. Um painel formado por profissionais especializados nesta indústria analisou entidades de toda a Europa, para destacar as inovações que mais estão a contribuir para impulsionar a transformação digital no segmento de wealth management.
Nesta edição, o BPI destacou-se pela liderança no desenvolvimento de ferramentas tecnológicas e de mobilidade que facilitam a relação com o cliente e a gestão da sua carteira. Entre os desenvolvimentos mais valorizados está a evolução da ferramenta tecnológica “BPI GoBanking”, que assegura a disponibilidade e mobilidade dos assessores financeiros em qualquer altura e em qualquer lugar, em particular a funcionalidade “Contacto com o Gestor”, um canal remoto que permite a autorização de ordens à distância. António Luna Vaz, diretor central do Private Banking do BPI, salientou o investimento feito pelo banco em tecnologia, “numa perspetiva de inovação contínua da oferta de produtos e serviços, com o compromisso de melhorar a experiência do utilizador. Neste momento, o cliente private do BPI pode aceder a todo o tipo de soluções financeiras – personalizadas e com flexibilidade na cons-
trução – através de plataformas digitais, contando ao mesmo tempo com o apoio do assessor financeiro, em qualquer momento e em qualquer lugar”. A revista “PWM” distinguiu também o negócio de banca privada do CaixaBank, como “Melhor entidade de Private Banking da Europa na análise de Big Data e Inteligência Artificial 2021” (Best Private Bank for Big data Analytics and AI in Europe 2021). O Private Banking do BPI registava no final de 2020 um total de volume de negócios de 7.900 milhões de euros, sendo o maior em Portugal, por ativos. A estratégia de crescimento e o investimento na transformação digital valeram em 2020 ao BPI Private o prémio de “Best Private Banking” a operar em Portugal e de “Best Private Bank for Portefólio Management Technology na Europa”, no âmbito dos prémios “Global Private Banking Awards” e “WTA”, respetivamente.
Primavera atribui 100 mil euros para a conversão digital do setor da contabilidade N o âmbito do lançamento da sua recente oferta cloud para o setor da contabilidade, que preconiza um novo modelo de trabalho colaborativo entre contabilistas e empresários, a Primavera BSS vai lançar um programa de apoio à digitalização do setor, destinado a empresas e profissionais prestadores de serviços de contabilidade e gestão que pretendam digitalizar o seu negócio, aderindo à era da contabilidade colaborativa. O programa Accounting Innovators já está disponível e contempla uma verba de cem mil euros, que serão distribuídos por uma centena de empresas, no total de mil euros por empresa que pretenda aderir ao novo modelo de contabilidade colaborativa, possibilitando às empresas clientes e seus
contabilistas partilharem o mesmo sistema de gestão na cloud. O programa Accounting Innovators inclui a oferta do software, formação sobre novos serviços de contabilidade de valor acrescentado que passarão a ser possíveis graças a este novo modelo de trabalho colaborativo, e ainda apoio na divulgação desses novos serviços junto do tecido empresarial. “Com este programa inovador estamos a alavancar um movimento de transformação digital num setor que precisa urgentemente de se digitalizar para ganhar competitividade e assim desempenhar um papel muito necessário na gestão das empresas clientes, que é o papel de consultoria financeira e de negócio. Os escritórios de contabilidade colaborativa serão os primei-
ros a usufruir da transformação que queremos impulsionar para ajudar o setor a entrar mais rapidamente na era digital”, explica Idalina Sousa, Marketing & Communication Head Manager da Primavera. Numa primeira fase, o programa Accounting Innovators vai estar disponível até setembro de 2021 ou até serem atingidas as 100 candidaturas aprovadas.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR AGOSTO DE 2021
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ciência e tecnologia
Ciencia y tecnología
Prosegur alia-se à Microsoft para inovar proteção dos clientes A
Prosegur e a Microsoft formaram uma aliança de longo prazo com o objetivo de transformar as atividades de segurança e cibersegurança através da incorporação de tecnologia e do desenvolvimento conjunto de novas soluções. O acordo permitirá à Prosegur colocar o seu portefólio de produtos e serviços na vanguarda tecnológica do setor de segurança, graças ao trabalho que ambas as organizações vão realizar nas áreas de transformação digital e co-inovação. Inicialmente, a aliança entre as duas entidades terá como foco a aceleração dos programas de transformação digital nos quais a Prosegur está presente. A Empresa já utiliza aplicações de colaboração e segurança cibernética da Microsoft para os seus milhares de colaboradores, trabalhando intensamente no seu programa de transformação desde 2018. Nesta nova fase,
a Prosegur adicionará a plataforma Microsoft Azure e respetivos recursos de inteligência artificial. A Prosegur quer acelerar a automatização de processos, aumentar a sua conetividade, ganhar flexibilidade, otimizar operações e, por fim, alcançar uma estrutura mais produtiva. Sempre com as garantias máximas em termos de segurança, privacidade da informação e cumprimento regulamentar, assegura a empresa. Paralelamente à aceleração dos programas de transformação digital, a aliança irá estabelecer grupos de trabalho com o objetivo de divulgar os produtos atuais da Prosegur e desenvolver novos serviços. Neste sentido, a automatização e análise inteligente na cloud ou nos diferentes serviços cognitivos baseados em inteligência artificial representam uma oportunidade única para o lançamento de
sistemas inovadores de segurança e cibersegurança. Estas novas propostas, que serão combinadas com as capacidades de vigilância física da Prosegur, representam um eixo estratégico de transformação na prestação de serviços aos clientes, tanto empresariais como residenciais. Além disso, como resultado destas iniciativas de inovação, será criada uma nova propriedade intelectual tendo por base uma proposta de valor totalmente diferenciada. A Cipher, unidade de cibersegurança da Prosegur, vai tornar-se uma instituição de referência em questões de governance corporativa, riscos e cumprimento regulatório, num momento em que a proteção dos dados do utilizador e os aspetos normativos de compliance adquiriram grande relevância, adianta inda a companhia de segurança e vigilância.
Meta4 e Cegid Company querem liderar nas soluções de salários e gestão de RH na cloud A
Cegid, empresa líder especialista em soluções de gestão que, em 2019 adquiriu a Meta4, fornecedora líder de soluções tecnológicas para processamentos salariais e gestão de RH, consolidará a sua presença no mercado europeu das soluções de processamentos salariais e de gestão de RH, com a potencial aquisição da Talentsoft, um dos líderes franceses em soluções Cloud de Gestão de Talento. Graças à excelência da sua solução de software de Gestão do Capital Humano, que rapidamente se tornou um dos líderes europeus, a sua abordagem centrada no utilizador e o know-how único das suas equipas, a Talentsoft apresenta 14 anos de experiência de
sucesso ao serviço de 2.200 clientes em França e em 130 países. A aquisição da Talentsoft permitirá à Cegid expandir a sua oferta existente com soluções de Talento que se adequam perfeitamente às necessidades das PME e empresas de média dimensão. Com presença na Península Ibérica, América do Norte, Centro e Sul, esta é também uma oportunidade para reforçar o seu desenvolvimento internacional, nomeadamente através da sólida posição da Talentsoft no norte da Europa. “A aquisição da Talentsoft permitir-nos-á acelerar a nossa estratégia de servir os clientes de Recursos Humanos, que formam um dos cinco mercados prioritários da Cegid. Ao
combinar as nossas duas empresas, a Talentsoft e a Cegid tornar-se-ão um grupo líder com receitas superiores a 600 milhões de euros. A nossa visão, a força das nossas duas marcas, o desempenho do portfólio de produtos combinados, o talento das nossas respetivas equipas e a nossa cultura de cocriação e empreendedorismo, bem como a nossa experiência comum com mais de 80% do nosso volume de negócios combinado na Cloud, constituem uma tremenda oportunidade. Graças a esta combinação, vamos dar aos nossos clientes acesso a uma ampla variedade de soluções úteis e inovadoras em França e no estrangeiro”, explicou o CEO da Cegid, Pascal Houillon.
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Ciencia y tecnología
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Vinhos & Gourmet
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Vinhos do Tejo com bons indicadores de vendas e de certificação até junho
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e acordo com a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), a certificação dos vinhos do Tejo “tem superado todas as expectativas de crescimento, mesmo em ano de pandemia – aumento de 28% no total do ano–”, e de 11% no primeiro quadrimestre de 2021 face a 2020. Dados que “revelam que os produtores estão unidos na promoção conjunta do que melhor se faz no Tejo: a aposta na certificação tem impacto na qualidade dos vinhos, mas também na divulgação dos mesmos, na medida em que a venda
dos selos que a CVR Tejo atribui aos vinhos reverte para a promoção”, afiança a mesma entidade. Já no que respeita a volume de negócios, aquela entidade cita dados da Nielsen relativos ao mercado nacional e ao primeiro trimestre de 2021. Analisados os números e, segundo Luís de Castro, presidente da CVR Tejo, “conclui-se que a região dos Vinhos do Tejo foi das que teve uma melhor performance, tendo vindo a ganhar quota de mercado nos vários canais, tanto em volume como em valor. De salientar que a Nielsen só considera para esta análise os vinhos tranquilos e, tendo a região marcas de vinho frisante com produções bastante significativas, o real peso dos Vinhos do Tejo – sempre tendo em conta o universo dos vinhos certificados, como DOC doTejo ou IGP Tejo – é muito superior aos
números apresentados”, adianta. Assim, de janeiro a março de 2021 e face a 2020 (pré-pandemia), as vendas de vinho certificado em Portugal caíram 2,4%, em volume. A região dos Vinhos do Tejo contrariou essa evolução, ao aumentar em 39,1% a vendas de litros vendidos e em 2,3 pontos percentuais a quota de mercado. Atinge, assim, uma quota de mercado de 7,6%, subindo da 6.ª para a 5.ª posição no ranking, atrás do Alentejo, da Península de Setúbal, do Minho e do Douro. Das treze, apenas quatro regiões apresentaram crescimento: Tejo, Península de Setúbal, Lisboa e Beiras. Esta análise é baseada na soma dos canais distribuição (supermercados e hipermercados) e restauração, sendo que os aumentos advêm do primeiro – com um crescimento global na ordem dos 23,7% –, devido ao fecho dos restaurantes no confinamento. Na distribuição, o Tejo é a segunda região que mais cresce, com mais 80,8% face ao período homólogo. Atinge assim uma quota de mercado de 7,6%.
“Prémios VinDuero-VinDouro 2021” arranca para 17ª edição O concurso de “Vinhos de Portugal e Espanha, Prémios VinDueroVinDouro 2021” (PVV 2021), realiza-se esta semana, entre os dia 3 e 6, em Trabanca (Salamanca). Os “Prémios VinDuero VinDouro” tornaram-se já um concurso de referência, dirigido a todos os produtores de vinho das diferentes regiões vitivinícolas de Portugal e de Espanha. Os vinhos inscritos para a 17ª edição dos PVV 2021, que inclui a “5ª Edição dos PVV em Feminino 2021”, serão provados e avaliados por “um Comité de Provadores de grande prestígio profissional, nacional e internacional”, realçam as entidades organizadoras, a Associação Vindouro, do lado portu-
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guês, e o Restaurante La Retoñera de Arribes, da localidade de Trabanca, na província de Salamanca, do lado espanhol. Quanto aos “Prémios VindueroVindouro em Feminino”, têm em conta unicamente a votação das mulheres participantes no júri, em igual número. Todos os vinhos participantes poderão obter prémios entre os seis galardões diferentes disponíveis: os “Arribes de Ouro” e de “Prata”, o “Grande Arribe de Ouro”, “Arribes de Ouro em Feminino” e “Grande Arribe de Ouro em Feminino”, e o “Prémio Especial para Melhor Design e Imagem Corporativa”. Em 2021, os participantes terão ainda a oportunidade de arrecadar o “Prémio
Pascual Herrera”, destinado ao melhor vinho novo que se apresenta no concurso, ou seja, o vinho cuja primeira colheita ou referência é apresentada pela primeira vez no mercado, e é o melhor pontuado pelo júri. Por outro lado, também os Conselhos Reguladores das Denominações de Origem têm o seu trabalho em destaque, concorrendo aos “Arribe de Platina” como melhor DO em cada uma das 10 categorias de vinho presentes a concurso. Estão representados na prova centenas de produtores e adegas oriundas de 80 Menções Geográficas ou Denominações de Origem diferentes de Espanha e Portugal.
vinos & Gourmet
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Lavradores de Feitoria homenageia Bernardo Sassetti com edição especial
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ernardo Sassetti, músico, compositor, fotógrafo, pintor, realizador, foi um criador prolífero que estendeu a sua atividade a uma grande quantidade de suportes e expressões artísticas. Também apreciador da arte vitivinícola, foi neste ponto que se “encontrou” com o produtor de vinhos Lavradores de Feitoria, tendo-se apaixonado pelo Meruge, um vinho à margem dos cânones dos tintos do Douro, pela sua elegância e frescura. Para recordar a vida artística do músico e os 50
anos que teria celebrado a 24 de junho de 2020 (nasceu em 1970 e morreu em 2012), a Casa Bernardo Sassetti uniu-se à Lavradores de Feitoria para, em conjunto, darem vida a uma edição comemorativa deste que era o seu vinho de eleição. No rótulo, o Meruge Edição Comemorativa Bernardo Sassetti tinto 2018 apresenta um dos desenhos de Bernardo Sassetti, feito a tinta da China nas suas primeiras incursões na pintura – esta era uma das suas artes, desconhecida por muitos. Esta edição é limitada e foi colocada à venda no dia em que o pianista e compositor faria 51 anos. As encomendas devem ser feitas através de telefone ou das redes sociais da Lavradores de Feitoria, estando disponível também em algumas garrafeiras.
O Meruge Edição Comemorativa Bernardo Sassetti tinto 2018 apresenta-se em caixas de uma, duas ou seis garrafas, por 25, 45 ou 130 euros, respetivamente e já com portes incluídos. Um vinho distinto, carregado de emoção e carisma, cujo lançamento foi acompanhado por dois eventos musicais, de homenagem também a Bernardo Sassetti, um em Lisboa e outro em Castelo Branco. Em 2003, a Lavradores de Feitoria ousou criar um tinto que marcou (e marca) pela diferença: com uma finesse e elegância bastante singulares, aliadas a uma enorme complexidade e potencial de envelhecimento. O Meruge tinto nasce de uma vinha virada a norte, numa zona mais alta, privilegiando a acidez. Com uma curta maceração em lagar, fermentação e estágio em barricas de carvalho francês. É um tinto de cor vermelho vivo, pouco profunda. Revela-se fresco e elegante, com um final saboroso, longo e persistente.
Enoturismo da Sogrape reabre portas A
s Caves Sandeman e as Caves Ferreira, em Vila Nova de Gaia, tal como a Quinta do Seixo, no Douro, já reabriram as suas portas, há alguns meses, e aguardam os visitantes nestes quentes dias de verão. Respeitando, com todo o rigor, as medidas recomendadas pela DGS e pelo “Protocolo Interno” para segurança de visitantes e colaboradores, os espaços de enoturismo da Sogrape voltaram já a receber marcações para visitas, que podem ser feitas através do site Winetourism.sogrape.com. Tanto as Caves Sandeman como as Caves Ferreira, que reabriram os seus espaços de enoturismo com o selo “Estabelecimento Clean & Safe”, deram privilégio à segurança e saúde de todos os intervenientes. A entrada
nos dois espaços está limitada a 10 visitantes por grupo/ visita, de modo a garantir, durante todo o circuito, o distanciamento social necessário e que ambos os espaços permitem cumprir devido à sua grande dimensão. E são muitos os motivos para visitar ou revisitar as Caves, em Vila Nova de Gaia. As Caves Ferreira, que foram alvo de uma recente remodelação, têm agora novos espaços e novidades, como a Casa Dona Antónia Adelaide Ferreira e o Museu Vintage, dedicado à mais icónica categoria de Vinho do Porto.
Nas Caves Sandeman (na foto), volta a ser possível fazer uma das muitas visitas programadas, seja em torno da longa tradição da marca na produção de Tawnies Velhos, ou entrar numa viagem pela mão do famoso “The Don”, pela história da marca fundada em 1790, por exemplo.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
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opinión
Por Florbela Barão da Silva*
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opinião
Eventos em tempos de pandemia:
“The show must go on”
a comunicação corporativa, a planificação e organização dos eventos foram retomadas embora em moldes ajustados à atual realidade. Não de forma alargada pois uma parte ainda está hesitante e a aguardar para ver o evoluir da situação. Mas não podemos estar parados e é possível trabalhar pois as regras impostas permitem a realização de alguns eventos, mesmo com dificuldades e limitações. Pode ser opcional realizar um teste à covid-19 para entrar ou obedecer ao limite de lotação imposto para os eventos com lugares sentados alternados e sempre a utilização de máscaras. E mesmo entre os oradores de um debate presencial poderão estar separadores acrílicos entre as cadeiras tal como numa mesa. A estratégia deve ser bem definida para o pretendido, os oradores presentes e assistência só com oradores e organização ou alguma assistência. Alguns oradores por videoconferência e um apresentador ou moderador presencial? São múltiplas as opções à disposição. Queremos ter um fundo croma que pode ter edição vídeo com o cenário e o fundo adaptado à marca ou instituição. Existem públicos diferenciados a considerar na estratégia de comunicação de um evento– entre os participantes, oradores, moderadores, apresentadores ou host do encontro– e até atividades, como um quizz. O digital intensificou-se e apurou-se. Hoje em dia, as empresas têm ao seu dispor para organizar eventos digitais o suporte de empresas de AV especializadas em streaming e profissionais de produção de conteúdos para alimentar as redes sociais. É importante trabalhar o programa ou alinhamento do evento com o parceiro de produção AV para saber quando são necessários separadores, por
exemplo, os destaques com frases chave dos oradores, ou os oráculos com nomes dos oradores e funções, entre outros aspetos técnicos. Sugiro sempre uma reunião de planeamento prévia com os vários parceiros para se alinharem. Os eventos corporativos internos e externos podem e devem ser realizados de forma híbrida. Exige uma equipa alocada em tempo real remotamente e/ ou presencialmente durante o evento e elaborar a comunicação final para os canais próprios e para os media. A única constante da vida é a mudança Nesta nova realidade (não direi normal), a forma como se comunica intensificou a utilização do digital. Mas o presencial é fundamental com os elementos chave de um evento para dar o caráter de humanidade necessário e não estarmos todos atrás ou à frente de um ecrã. É importante planear eventos que integrem formas inovadoras que misturam componentes ao vivo e digitais para não perder o relacionamento tridimensional com participantes. Ao nível humano, o valor da ligação ao vivo e o frente a frente continuam a existir. Empresas municipais de âmbito local, regional ou do poder central organizam eventos, empresas e instituições privadas também. Uma estratégia para o digital tem sido alargar os eventos a dois ou três dias para não ser tão intenso e poderem-se distribuir temas e painéis temáticos para diferentes tipos de públicos. Pode um dos dias ser presencial e os restantes apenas online, ou ter abertura e encerramento presencial para poderem ser feitas fotos e vídeo do evento e o segundo dia online. O vídeo e imagem são uma componente muito importante nos eventos, sendo importante um resumo de dois a a três minutos no máximo do vídeo em versão rápida, com os momentos mais importantes.
Na sala, podem estar elementos das equipas organizadoras e fornecedores como tradutores intérpretes, apoio técnico e audiovisual e operadores de câmara. Algumas pessoas podem não ter conhecimento é se os eventos podem ser abertos à presença dos jornalistas. De facto, estes funcionam atualmente em pool e apenas um dos meios de comunicação social– jornalista e repórter de imagem–, são o host do evento, partilhando posteriormente o sinal com os restantes media ou, neste caso as TV. É, portanto, essencial para as empresas continuarem o seu percurso e redescobrirem a audiência e ajustar as estratégias de comunicação. As empresas e organizações devem repensar e testar o seu posicionamento. E depois estruturar o caminho a seguir. A realidade atual é uma oportunidade para redefinir como e porque se deve interagir. E é necessário no envolvimento e interação entre pessoas, equipas, instituições, pares, colegas de trabalho ou de estudo, profissionais do mesmo setor, etc. Algumas dicas nos eventos corporativos, em tempos de pandemia: • Ter uma conversa interessante diretamente com o público, através da câmara e não através do ecrã; • Permitir que os participantes façam perguntas antes do evento, o que pode ajudar os apresentadores a prepararem-se para abordar os pontos de vista do seu público; • Recorrer a moderadores para ajudar a apoiar a conversa e criar dinâmica. Uma opção são jornalistas, profissionais muito treinados nesta área; • O press kit pode ser fornecido por QR Code ou enviado por Wetransfer. *Diretora-geral da ViewPoint PR E-mail: florbela.silva@viewpointpr.pt
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Setor automóvel sector automóvil
Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
Novo Opel Astra Agora também com versão PHEV
A Opel acaba de divulgar as primeiras imagens do próximo Astra. Existem grandes alterações estéticas e no equipamento, mas, principalmente, agora já híbrido plug-in (PHEV) e com dois níveis de performance. A comercialização em Portugal deverá iniciar-se já no próximo outono.
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ustentado num percurso seja, mais 50 litros que o modelo da já com 30 anos, iniciado geração anterior. A todas estas novidades, junta-se como sucessor do não menos emblemático Ka- ainda a revolução estética. Nada, à dett, o Opel Astra pre- exceção da filosofia, une este Astra para, agora, o lançamento da sua ao anterior, em termos de imagem. sexta geração. Naturalmente, a secção dianteira é Embora assente numa nova arqui- onde mais salta à vista a evolução tetura, as alterações a nível de medidas são mínimas, mas é evidente que a altura baixa, para 1,47 metros. O comprimento permanece quase inalterado, nos 4,374 metros, só mais quatro milímetros e a largura fixa-se nos 1,860 metros, mais 5,1 centímetros do que o modelo anterior, o que deixa o Astra em pé de igualdade com o Insignia. A distância entre eixos é ampliada para 2,675 metros, mas se este incremento é ligeiro, o mesmo não acontece com a capacidade da bagageira, que passa a oferecer 422 litros de capacidade, ou 56 ACT UALIDAD€
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estilística, com o compacto a incorporar a frente Vizor da marca e a disponibilizar, opcionalmente, a pintura da carroçaria em dois tons. Visto de perfil, é notória a inclinação para a frente do pilar C, para lhe conferir um apelo mais dinâmico, enquanto a traseira também muda
sector automóvil Setor automóvel
por completo, dos grupos óticos em LED muito mais finos. No interior, as mudanças são igualmente significativas, pois o Astra passa a integrar o conceito que a marca designa de Pure Panel. Na prática, tal consiste em dois displays de 10 polegadas, que reduzem ao máximo o número de comandos físicos, estando um deles dedicado à instrumentação e o outro, mais ao centro, ao sistema multimedia. Nota ainda para a conectividade sem fios com Apple CarPlay e Android Auto, que passa a ser disponibilizada de série, e para os bancos que, à frente, passam a estar posicionados 1,2 cm mais baixo. Entre estas novidades, existe também a presença de uma câmara multifunções colocada no
para-brisas, assim como de quatro câmaras na carroçaria, uma à frente, uma atrás e uma de cada lado, cinco sensores de radar, um à frente e um em cada canto e sensores ultrassónicos dianteiros e traseiros. Tudo isto, integrado com conectividade e-horizon no Intelli-Drive 2.0, permitindo ao sistema adaptar a velocidade em curvas, fazer recomendações de velocidade e efetuar mudanças semiautomáticas de faixa. Em relação às motorizações, segundo a marca, o PHEV é a versão mais potente e debitará 225 cavalos, o que significa que estamos perante um bloco a gasolina sobrealimentado de 180 cavalos, associado a um motor elétrico de 110 cavalos, acoplado à caixa e-EAT8. A versão menos poten-
te, deverá recorrer ao mesmo bloco de 1.6 litros e quatro cilindros, mas a debitar apenas 150 cavalos, o que se saldará numa potência combinada de 180 cavalos. Em qualquer dos casos, é expectável que a autonomia em modo EV ronde os 60 quilómetros e a alimentação das unidades elétricas se faça com recurso à mesma bateria, um acumulador de iões de lítio com 12,4 kWh de capacidade bruta. A par destas soluções mais amigas do ambiente, se a bateria for recarregada, a gama contará ainda com motores exclusivamente a gasolina ou a gasóleo, com potências entre os 110 e os 130 cavalos, associados a uma caixa manual de seis relações ou, opcionalmente, acoplados a uma transmissão automática de oito velocidades. PUB
Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola
AGOSTO DE 2021
AC T UA L I DA D € 57
intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial hispano portugués en enero-mayo 2021
I
mportante crecimiento del comercio bilateral hispano portugués en los cinco primeros meses del año respecto a igual periodo del año pasado, según se desprende de las últimas estadísticas del comercio exterior español. Las ventas españolas arrojaron una cifra superior a los 9.259,9 millones de euros, lo cual significa un aumento del 23,8% respecto al mismo periodo de 2020, en el que se alcanzaron los 7.477 millones. Las compras españolas tuvieron un crecimiento también importante del orden del 25,8%, pasando de los 4.046,5 millones de euros en 2020 a los actuales 5.138,8 millones. En dicho periodo, la tasa de cobertura se situó en los 180% y un superávit favorable a España de 4.121,1 millones de euros. El mercado portugués mantiene
un importante peso relativo en el productos y servicios comprados comercio exterior español. En los por España, la partida 87-vehículos principales clientes de España, Por- automóviles, tractor (663,3 millones tugal ocupa la cuarta posición y re- de euros). Lo mismo se verifica en el presenta el 7,4% del total de la ofer- ranking de la oferta española en la que ta exportadora española. En el ran- esta partida logra alcanzar los 761,5 king de las importaciones españo- millones. En la demanda española y las, el mercado portugués ocupa la en la segunda posición surgen las parséptima posición, con un peso rela- tidas 27-combustibles, aceites minerativo del 4% sobre el total de las im- les (490,6 millones de euros), 39-mat. portaciones españolas. plásticas; sus manufacturas (384,1 miPor lo que a la distribución geo- llones), 84-máquinas y aparatos mecágráfica por CC.AA. se refiere, Ca- nicos (356,5 millones) y en la quinta taluña, Madrid y Galicia encabezan posición la partida 72-fundicion, hiela lista tanto de las ventas como de rro y acero (311,9 millones). Este conlas compras españolas a su vecino junto de cinco partidas representa un Portugal. Se habrá de destacar que acumulado de 2.206,4 millones de estas tres CC.AA. representan el euros, es decir el 43% del total de la demanda española a Portugal. Por lo 50% del comercio bilateral. En los cuadros 4 y 5 se recogen las que a las ventas españolas se refiere se cifras de la distribución sectorial habrá de destacar la partida 84-mádel comercio hispano portugués, quinas y aparatos mecánicos (727,8 encabezando la lista de principales millones de euros), seguida por la par-
Balanza
1. Balanza comercial España - Portugal en enero-mayo 2021 VENTAS ESPAÑOLAS 21
COMPRAS ESPAÑOLAS 21
VENTAS COMPRAS Cober 21 % ESPAÑOLAS 20 ESPAÑOLAS 20
Saldo 20
Cober 20 %
ene
1 581 387,44
897 431,77
683 955,67
176,21
1 778 762,75
1 003 845,34
774 917,41
177,19
feb
1 571 724,32
1 009 320,52
562 403,80
155,72
1 724 629,55
1 005 714,30
718 915,25
171,48
mar
2 008 010,68
1 095 762,87
912 247,81
183,25
1 581 766,04
906 741,35
675 024,69
174,45
abr
1 980 168,47
1 071 108,28
909 060,19
184,87
1 055 661,19
571 257,22
484 403,97
184,80
may
2 118 632,54
1 065 230,82
1 053 401,72
198,89
1 336 168,90
598 908,11
737 260,79
223,10
jun
1 718 689,32
852 608,01
866 081,31
201,58
jul
1 814 995,51
994 977,75
820 017,76
182,42
ago
1 489 093,95
758 815,50
730 278,45
196,24
sep
1 825 809,88
1 005 194,80
820 615,08
181,64
oct
1 906 349,26
1 017 340,08
889 009,18
187,39
nov
1 870 842,64
1 049 345,10
821 497,54
178,29
dic
1 688 171,73
981 264,79
706 906,94
172,04
19 790 940,72
10 746 012,35
9 044 928,37
184,17
Total
9 259 923,45
5 138 854,26
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
58 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2021
Saldo 21
4 121 069,19
180,19
Rankings 2.Ranking principales países clientes de España enero-mayo 2021
tida 85-aparatos y material eléctricos (595,6 millones), la 39-mat. plásticas; sus manufacturas (581,6 millones) y la 27-combustibles, aceites minerales (380,3 millones), también en la oferta española se verifica una importante concentración en las cinco principales partidas que en conjunto totalizan 3.208,9 millones y representan el 35% del total de las ventas españolas a Portugal. A la hora de elaborar este texto, el Servicio de Estudios de la Cámara de Comercio de España hace publica una nota en la que revisa al alza el crecimiento de la economía española para 2022, situando este crecimiento en el 6,2%, ocho décimas más de lo estimado en el mes de mayo. Esta revisión al alza obedece tanto al efecto esperado de los fondos europeos Next Generation como de la recuperación de niveles normales de actividad en sectores como el turismo, la hostelería y el comercio una vez que se haya generalizado la vacunación y la pandemia se haya contenido. El sector exterior español continuará mostrando un elevado dinamismo, con un incremento de las exportaciones del 13,7% y de las importaciones, el 12,8%.
Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-mayo 2021 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
20 010 971,33
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
663 276,04
2
004 Alemania
13 805 309,36
2
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
490 600,99
3
005 Italia
10 579 784,34
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
384 142,35
4
010 Portugal
9 259 923,43
4
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
356 475,05
5
006 Reino Unido
7 769 159,35
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
311 891,14
6
400 Estados Unidos
5 693 568,31
6
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
178 786,93
7
017 Bélgica
4 721 934,35
7
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
176 505,41
4 412 420,38
8
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
167 361,21
9
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
8
003 Países Bajos
9
720 China
3 904 734,97
10
204 Marruecos
3 681 993,40
11
060 Polonia
3 014 792,32
12
039 Suiza
2 423 567,36
13
052 Turquía
2 120 928,03
14
412 México
1 515 560,02
15
030 Suecia
1 260 916,85
16
061 República Checa
1 243 745,16
17
732 Japón
1 134 819,75
18
038 Austria
19
009 Grecia
20
008 Dinamarca
1 069 952,33
166 762,81
TOTAL
5 138 854,26
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-mayo 2021 Orden Sector
Importe
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
761 511,03
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
727 820,43
3
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
595 644,79
1 014 421,37
4
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
581 558,65
966 416,81
5
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
542 398,03
99 604 919,25
6
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
449 260,32
125 351 354,49
7
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
264 048,06
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
8
15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA
258 263,86
9
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
245 809,56
SUBTOTAL TOTAL
3.Ranking principales países proveedores de España enero-mayo 2021 Orden País 004 Alemania
2
001 Francia
13 464 118,97
3
720 China
12 617 271,42
4
005 Italia
8 857 802,42
5
003 Países Bajos
6 117 941,99
6
400 Estados Unidos
5 995 180,78
7
010 Portugal
5 138 854,26
017 Bélgica
3 399 935,51
9
052 Turquía
3 213 052,29
10
204 Marruecos
3 189 693,13
11
006 Reino Unido
3 010 010,17
12
039 Suiza
2 953 557,99
13
060 Polonia
2 609 497,55
14
075 Rusia
1 943 990,36
15
061 República Checa
1 918 396,62
16
288 Nigeria
1 806 949,50
17
412 México
1 737 259,25
18
664 India
1 629 868,01
19
959 Países y territorios no determinados.Intraco. 508 Brasil
1 619 709,63
TOTAL
6.Evolución del intercambio comercial enero-mayo 2021
15 871 717,93
8
SUBTOTAL
9 259 923,45
Importe
1
20
TOTAL Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
1 511 297,28 98 606 105,06 129 770 943,95
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal enero-mayo 2021 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 21
COMPRAS ESPAÑOLAS 21
Cataluña
1 986 753,31
Madrid, Comunidad de
876 156,48
Madrid, Comunidad de
1 578 199,15
Cataluña
853 936,35
Galicia
1 140 868,69
Galicia
770 554,11
Andalucía
927 342,31
Andalucía
571 866,88
Comunitat Valenciana
670 081,80
Comunitat Valenciana
395 223,73
Castilla-La Mancha
648 193,51
Castilla y León
335 060,95
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
AGOSTO DE 2021
AC T UA L I DA D € 59
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio à sua espera
BUSCAN
REFERENCIA
Empresas españolas ropa formal para hombres
DP210501
Locais de 300 a 450 m2 idealmente com esplanada com prioridade em Lisboa nas zonas de Avenidas Novas, Parque das Naçoes e Chiado
OP210401
Licenciado/a em contabilidade, economia ou finanças, com 5 anos de experiência e fluente em espanhol e inglês
OP210101
Distribuidores de equipos de estética
DP201102
Fabricantes de máquinas zanjadoras
DP201101
Empresas españolas de ferreterías
DP201001
Empresas portuguesas para a venda dos seus serviços/produtos relacionados com a Gestão Documental de fornecedores, empresas contratadas e prestadores de serviços
DP200902
Empresas españolas fabricantes de productos sin gluten (galletas y tortas)
DP200901
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas fabricantes de roupa Empresas portuguesas produtoras de kiwis Empresas portuguesas de escorredores de louça e tábuas de madeira para cozinha Hotéis em Lisboa para comprar Motoristas perto da fornteira Salamanca-Portugal Empresas portuguesas de Automação, Robótica , Montagem Mecânica e Montagem Elétrica Fabricantes portugueses de equipamentos de proteção individual Empresas portuguesas distribuidoras de frutas
DE210603 DE210602 DE210601 OE210501 DE210501 DE210401 DE201102 DE201101
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
60 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2021
oportunidades de negocio
oportunidades de negócio
AGOSTO DE 2021
AC T UA L I DA D € 61
calendário fiscal calendario fiscal >
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Agosto Declaração a enviar/Obrigação
Prazo Imposto Até
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
10
IVA
Envio da declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em junho/2021
Contribuintes do regime normal mensal
10
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de julho/2021
Entidades empregadoras
10
IRS
Envio da declaração mensal de remunerações, relativas a julho/2021
Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)
Nos termos do art.º 57.º - A da LGT, o envio pode ser feito até ao dia 31
12
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em julho/2021
Sujeitos passivos do IVA
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do Webservice da AT;
16
IVA
Declaração periódica trimestral e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas no 2º Trimestre de 2021
Contribuintes do regime normal trimestral
No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, a declaração pode ser enviada até ao dia 31, bem como o pagamento do IVA
20
IRS/IRC/ SELO
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em julho/2021
Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo
Nos termos do art.º 57.º - A da LGT, o pagamento pode ser feito até ao dia 31
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a julho/2021
Entidades empregadoras
20
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em julho/2021
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
20
SELO
Envio da Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS), referente a julho/2021
Sujeitos passivos que titulem atos, contratos, documento, títulos ou outros factos sujeitos a imposto do selo, ainda que dele isento
Nos termos do art.º 57.º - A da LGT, o envio pode ser feito até ao dia 31
31
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em junho/2021
Entidades devedoras dos rendimentos
Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente
31
IVA
Pedido de restituição do IVA suportado em 2020 noutro Estado membro da EU
Sujeitos passivos do IVA
Pode ainda ser enviada até 30 de setembro
31
IMI
Pagamento da 2.ª prestação do IMI, referente a 2020, quando o seu montante seja superior a €500.
Sujeitos passivos de IMI
62 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2021
No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, a declaração pode ser enviada até ao dia 31, bem como o pagamento do IVA
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
Data de Nascimento Línguas
BE200147
M
BE200148
F
17/03/1992
BE200149
F
12/04/1995
BE200150
F
BE200151
F
BE200152
F
19/01/1992
BE200153
F
BE200154
Área de Atividade
ESPANHOL/ INGLÊS
ARTE / GRAFISMO E COMUNICAÇÃO
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS
ADVOCACIA
INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADVOCACIA
01/12/1975
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL
M
18/02/1993
ESPANHOL
ADVOCACIA
BE200155
F
23/10/1980
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA
BE200156
M
ESPANHOL/ALEMÃO/INGLÊS/PORTUGUÊS/ITALIANO
COMERCIAL DE MÁQUINAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL
BE200157
F
BE200158
F
06/03/1979
INGLÊS
ADVOCACIA
INGLÊS/ ESPANHOL/PORTUGUÊS
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS / COMÉRCIO EXTERNO MARKETING
BE200159
F
ESPANHOL/INGLÊS/PORTUGUÊS
BE200160
F
ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS
DESIGNER DIGITAL
BE200161
F
ESPANHOL/PORTUGUÊS/INGLÊS
Gestão de StockS / Logística / Transporte
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
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novembro de 2014
ac t ua l i da d € 63
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Livro
“Vera Lagoa, Um Diabo de Saias”
Maria Armanda Pires Falcão ficou conhecida como Vera Lagoa, pseudónimo que criou “por desespero”, terá confessado. A historiadora Maria João da Câmara dedica-lhe o livro “Vera Lagoa, Um Diabo de Saias”, uma biografia de uma das personalidades mais marcantes do jornalismo português: “Na coluna «Bisbilhotices», no Diário Popular de Pinto Balsemão, comentou a sociedade do final do Estado Novo de forma atrevida, mordaz, indiscreta ao ponto de provocar escândalo. No pós-25 de Abril, foi das raras figuras independentes, sem compromisso nem cálculo, que ousou criticar os novos poderes instituídos, não se deixando intimidar perante atentados à bomba e processos em tribunal.” A historiadora recorreu “a variadas fontes históricas – entre as quais o arquivo pessoal e testemunhos de familiares, amigos e colaboradores que a conheceram de perto –, para escrever a biografia da menina marcada pela figura trágica do pai à jovem que cedo começa a trabalhar, casa e é mãe; da frequentadora dos ambientes mundanos e artísticos sofisticados da Lisboa do pós guerra; da apoiante da candidatura do General Humberto Delgado e dos meios oposicionistas à contestatária contundente do jovem regime democrático no jornal O Diabo”. Maria João Câmara comenta que com esta biografia de Vera Lagoa quis “fazer soar novamente a sua voz, para que não seja esquecida uma das mulheres marcantes da segunda metade do século xx português”. O objetivo da autora “é que o leitor, através do retrato de uma mulher, em todas as suas dimensões – incluindo ambiguidades e incoerências, ou polémicas –, possa julgar por si mesmo quem foi Vera Lagoa.” A obra percorre a vida desta “mulher indomável e à frente do seu tempo”, que proferiu a frase: “Já tenho dito que só morta ficarei calada. Mas também já tenho insistido em que a voz dos mortos às vezes se ouve com demasiada força”
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Exposições
16.º World Press Cartoon nas Caldas da Rainha Chama-se “A pegada cultural” e mostra um conjunto de livros que formam uma impressão digital. Este desenho da autoria da cartoonista italiana Mariagrazia Quaranta (n. 1963) venceu o grande prémio da 16.ª edição do World Press Cartoon, que decorre nas Caldas da Rainha, até outubro. Este evento anual, que premeia o desenho de humor, atribuiu o segundo lugar na categoria de caricatura ao português André Carrilho por um retrato de Juan Carlos II, publicado no Diário de Notícias. Nesta categoria, o primeiro prémio foi para o mexicano Dario Castillejos, com uma caricatura de Greta Thunberg, publicada pelo El Imparcial. O terceiro lugar foi para a obra Rainha Sofia de Espanha, do espanhol Ivan Mata Tamayo, publicada no El Diario Vasco. O júri internacional, composto pelo diretor do salão, o cartoonista português António Antunes, pela francesa Christine Traxeler, o sérvio Jugoslav Vlahovic, o venezuelano Leonardo Gutierrez e o português João Alpuim Botelho, atribuiu ainda, na categoria principal, o segundo prémio à obra 2020 Ano da Pandemia, do albanês Agim Sulaj publicada pelo jornal Corriere Romagna, e o terceiro prémio a O pequeno-almoço, do sérvio Goran Divac, publicado no jornal Vecernje Novosti. O ucraniano Konstantin Kazanchev venceu o primeiro prémio, na categoria de cartoon editorial, por um desenho sem título publicado na plataforma holandesa de cartoons Cartoon Movement. Nesta categoria, o segundo lugar foi para o australiano David Rowe, pelo desenho Trump Riot, publicado no Australian Financial Review, e o terceiro prémio foi para o argentino Alejandro Becares, por David e Golias, publicado também na plataforma Cartoon Movement. Estes desenhos vencedores, bem como todos os selecionados, entre quase um milhar de trabalhos, de 64 países, que concorreram a esta edição, ficarão em exposição até 17 de outubro no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, que acolhe o certame desde 2017. O diretor do festival, em declarações à agência Lusa, sublinha que o salão procura “dar algum alento aos autores no duro contexto da grave crise que a imprensa internacional atravessa”, funcionando como “um lugar de encontro de talentos e um incentivo à criação de qualidade neste domínio”. O evento visa “distinguir, expor, divulgar e premiar os melhores desenhos”, entre “caricaturas, cartoons editoriais e desenhos de humor que fazem a história de todo um ano, obras que nascem em diferentes culturas onde os cartoonistas retratam o andar do Mundo com as suas armas de eleição: a ironia e um olhar crítico”. Até 17 de outubro no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha
Museu Bienal de Cerveira expõe doações A mostra coletiva que marca o regresso da atividade expositiva da Fundação Bienal de Arte de Cerveira é composta pelas mais recentes doações feitas ao Museu Bienal de Cerveira: 43 obras, de 36 artistas, de oito nacionalidades, que poderão ser apreciadas até 28 de agosto. A exposição “Doações ao Museu Bienal de Cerveira” prima pela diversidade, de temáticas e contextos, estando representados artistas oriundos do Brasil, Espanha, Guatemala, Itália, Líbano, Portugal, República Checa e Turquia. O diretor artístico, Cabral Pinto, sublinha a representação de “artistas consagrados, como Graça Martins e Isabel de Sá, Jaime Silva, Choichi Nishikawa e
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António Barros que representam uma mais-valia para o acervo, mas também artistas emergentes”. A mostra, patente no Palco das Artes, “é também um agradecimento público aos doadores e constitui uma amostra da diversidade do património à guarda do Museu”, acrescenta Cabral Pinto. Até 28 de agosto, no Palco das Artes, em Vila Nova de Cerveira
MNAA mostra a arte no tempo de D. Manuel I Este ano assinalam-se os 500 anos da morte de D. Manuel I, pretexto para o Museu Nacional de Arte Antiga nos propor a exposição temporária “Vi o Reino Renovar. Arte no Tempo de D. Manuel I”, resultante da colaboração que estabeleceu com a Biblioteca Nacional de Portugal e os Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. “Não ambicionando ser um balanço das práticas artísticas no tempo de D. Manuel e, muito menos, uma abordagem biográfica ou política sobre o rei, esta exposição pretende analisar a relação do monarca com a prática artística, uma das mais importantes de toda a história portuguesa, não apenas na intensidade com que promoveu, patrocinou e encomendou obras de arquitetura, iluminura, pintura, escultura ou artes decorativas, mas também pela forma como utilizou a produção artística na sua estratégia de representação e afirmação real”, lê-se na sinopse da mostra. O texto explica que foi a D. Manuel I, que “se ficou a
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dever a introdução, na administração régia, de estruturas vocacionadas para a gestão dos seus projetos artísticos e arquitetónicos, criando vedorias e incorporando artistas nesse sistema, com cargos próprios que incluíam funções de administração, gestão e de diplomacia”. O MNAA acrescenta ainda que “as medidas de reorganização administrativa que o rei empreendeu, quer a crescente importância do Império e do peso político nacional decorrente da Expansão, que por sua vez motivaram a necessidade de práticas simbólicas e imagéticas que consolidassem a imagem régia, tanto internamente como num espaço cada vez mais amplo de domínio, estiveram na base desta exposição que se
desenvolve ao longo de três núcleos temáticos relativamente autónomos comissariados respetivamente por Joaquim Oliveira Caetano, Rosa Bela Azevedo e Rui Loureiro” Até 26 de setembro de 2021, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
Retrospetiva de Georgia O’Keefe em Madrid Flores, arranha-céus e as paisagens do Novo México. Tudo isto é possível encontrar nas pinceladas da norte-americana Georgia O’keeffe. Pioneira do modernismo americano, a pintora viveu entre 1887 e 1986, sendo uma das mais reconhecidas pintoras da sua geração. O Museo Thyssen-Bornemisza exibe a retrospetiva da obra de O’Keeffe, a primeira em Espanha. A mostra é composta por “uma seleção de aproximadamente 90 obras, que permitem ao visitante mergulhar no universo pictórico desta artista”. Organizada pelo Museo Nacional Thyssen-Bornemisza, pelo Centro Pompidou e pela Fundação Beyeler com a colaboração do Georgia O’Keeffe Mu-
seum de Santa Fé, Novo México, a exposição passa em revista toda a trajetória artística de O’Keeffe: “desde as obras da década de 1910, com as quais se converteu numa pioneira da abstração, passando pelas suas famosas flores (com detalhes em larga escala, muitas vezes relacionados com a representação da genitália feminina) ou pelas suas vistas de Nova Iorque - graças às quais foi considerada como uma das principais figuras da modernidade do seu país -, até às pinturas de Novo México fruto do seu fascínio pela paisagem e pela mistura de culturas deste remoto território”, onde residiu, uma boa parte da sua vida. Até 8 de agosto no Museu Naciona Thyssen-Bornemisza, em Madrid agosto
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Statements Para pensar
“O PRR vai ser um dos grandes impulsionadores da recuperação da economia europeia [e Portugal, Espanha e Itália serão dos maiores beneficiários] E isto vai ser muito favorável para as nossas economias (...) Mesmo comparando o fundo de recuperação europeu com o plano Biden, podemos ter muito orgulho do nosso plano de recuperação na Europa” Elena Domecq, responsável pelo negócio em Portugal e Espanha do JPMorgan Asset Management, o qual estima um forte impulso para a Europa com o PRR, apontando para um crescimento, em média, de 2% para o PIB europeu, em 2021 e 2022, sendo que Portugal surge com uma das percentagens mais elevadas– 8%, “Negocios.pt”, 19/7/21
“Em termos de investimento direto estrangeiro, os contratos já apoiados pela Aicep já são 92% do valor do melhor ano de sempre, que foi 2019. Estamos ainda em julho, há ainda muito trabalho para fazer, há ainda a oportunidade de em 2021 batermos o recorde de 2019” António Costa, primeiro-ministro português, “TSF”, 20/7/21
”Todas as previsões dizem que a nossa economia vai crescer 9%. Significa que, neste momento–, em que com a aceleração do processo de vacinação podemos olhar para o final deste verão como podendo atingir esse momento importantíssimo para a confiança e libertação total da sociedade que é a imunidade de grupo–, nós temos já em execução um conjunto de investimentos que assegurarão o crescimento sustentado da economia portuguesa” Idem, ibidem
“Uma recuperação económica que assente de novo no imobiliário e no turismo não é resiliência, é antes a manutenção e consolidação de debilidades que se tornaram estruturais” Ana Drago, investigadora do Observatório sobre Crises e Alternativas – do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, “Visão”, 16/7/21
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