INSTITUCIONAL
Não está à venda
DEVEMOS SER MOVIDOS POR MOTIVOS PUROS NÃO POR ALIANÇAS POLÍTICAS G. T. NG
D
entro de alguns meses estaremos em Indianápolis, na assembleia da Associação Geral. Ouço uma variedade de perguntas sobre o propósito de uma reunião como essa. É verdade que Deus aponta, mas a Comissão de Nomeações desaponta? Será que realmente existe a ambição honesta ou cobiça santa? Quando será a minha vez de servir a Deus em um cargo importante? O que é necessário para que eu seja eleito?
Foto: Brent Hardinge/GC Communication
DEFINIÇÃO DE ELEIÇÃO Eu não consegui encontrar no dicionário uma definição mais apropriada para “eleição na igreja”, então criei uma. “A eleição na Igreja Adventista do Sétimo Dia é o processo corporativo em que as comissões devidamente constituídas pelo corpo de Cristo escolhem, em oração, os líderes para servir em cargos de confiança como mordomos para um período específico de serviço. Ao final desse período, os líderes eleitos renunciam aos seus cargos de mordomos e colocam-se à disposição para serem remanejados para outras opções de serviço que cumpram a missão da igreja e façam avançar o reino de Deus”. COMPREENSÃO DO CARGO O cargo é o serviço em ação. No momento em que me assento nessa cadeira, sou servo dessa cadeira, desse cargo, por um período determinado. Mas, se eu achar que sou dono do cargo, meu comportamento certamente será outro. Com essa mentalidade, nós possuímos o cargo, e o cargo nos possui. Somos definidos pela nossa função, e nossa autovalorização é embasada nela. As pessoas tendem a nos respeitar pelo nosso cargo, e não necessariamente por quem somos. E pior, quanto mais tempo ocupamos a mesma posição, mais nos encantamos com ela. R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Março 2020
Se mudarmos nosso modo de pensar, as nossas funções ganharão uma nova luz. Nós somos servidores. Não somos definidos pelos nossos cargos, e aceitamos que nosso mandato seja limitado. Estamos prontos para ser transferidos, se essa for a vontade de Deus. E assim temos paz de espírito. Charles Bradford, expresidente da Divisão Norte-Americana, costumava dizer: “Se você não pode aceitar ser eleito para sair, não deve aceitar ser eleito para entrar.” A Igreja Adventista do Sétimo Dia hoje precisa de líderes com “norte verdadeiro”, porque Jesus é o “Norte Verdadeiro”. Os líderes com “norte verdadeiro” se recusam a ser comprados ou vendidos. Sua integridade e seus princípios não estão à venda. Sua liderança e lealdade a Deus também não estão à venda. Como devemos votar numa eleição da igreja? De acordo com a consciência, não por alguma conveniência política. O trabalho deve ser feito de forma transparente e sem conspiração. Devemos ser movidos por motivos puros como indivíduos, não como parte de alianças políticas. Devemos ser servos fiéis e não eleitores para receber favores em outro mandato. E, quando votamos, devemos ter o cuidado de avaliar as competências. Precisamos estar satisfeitos e recusar a cobiça, olhando para o Norte Verdadeiro, Jesus Cristo, que nos capacita a resistir à tentação de ser comprados ou vendidos. E, quando nosso período terminar, deixemos nosso cargo com gratidão, mantendo as palavras “Sou feliz com Jesus” na primeira linha de nossa mente. Esse deve ser o nosso compromisso como líderes desta igreja. ] G.T. NG é secretário executivo da sede mundial da Igreja Adventista, em Silver Spring, Estados Unidos (adaptação do sermão proferido no Concílio Anual de 2019)
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