NOVA GERAÇÃO
ÀS VEZES, DEUS TEM QUE ME TIRAR DA MINHA ZONA DE CONFORTO E ME FAZER ENFRENTAR MEU MEDO, PARA REALIZAR ALGO VALIOSO
ATITUDE DE APRENDIZ PRECISAMOS ESTAR DISPOSTOS A APRENDER COM O SUPREMO E PACIENTE PROFESSOR LYNETTE ALLCOCK
Alguns desses motoristas experientes pareciam se esquecer de que também já haviam sido alunos. Eles me olhavam como irresponsável, buzinavam, ou me seguiam, impacientemente. “Estas são todas as coisas que você não deve fazer”, comentou ironicamente o meu professor. Por mais desconfortável que eu tenha me sentido, ter sido uma aprendiz foi bom para mim. Não estou apenas aprendendo a dirigir, mas a ser mais gentil comigo mesma e com os outros. Minhas aulas de autoescola também estão repercutindo em outras aplicações espirituais quando penso no meu relacionamento com Deus. Deus é descrito como um professor, e o Espírito Santo nos conduz a toda verdade (cf. Sl 71:17; Jo 16:13-15). Às vezes, Deus tem que me tirar da minha zona de conforto e me fazer enfrentar meu medo, para realizar algo valioso. Além disso, há momentos em que sou tentada a pensar que, por ter crescido na Igreja Adventista, eu já sei tudo isso. Então, Deus tem que me lembrar que há sempre mais para aprender. Como Ellen White escreveu: “Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para com Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhança com Deus é o alvo a ser atingido. À frente do estudante existe aberta a senda de um contínuo progresso. Ele tem um objetivo a realizar, uma norma a alcançar, os quais incluem tudo que é bom, puro e nobre” (Educação, p. 18). O processo de aprendizagem para o qual Deus me convida pode ser constrangedor e humilhante. No entanto, mesmo quando sou lenta para entender algo, Ele é o Professor perfeito e paciente. Ele sabe que o que tem para me ensinar me levará a uma liberdade maior. O que você está aprendendo ultimamente? Como você trata os aprendizes em sua vida? ] LYNETTE ALLCOK, graduada pela Southern Adventist University, mora em Watford, Reino Unido, onde produz e apresenta programas na Rádio Adventista de Londres
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R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Março 2020
Foto: arquivo pessoal
O
grande dia havia chegado. Ia ter minha primeira aula de direção, com a idade madura de 29 anos. Depois de adiar as aulas por muitos anos, finalmente senti que era o momento certo para aprender. Eu queria sentir a liberdade de dirigir, mas estava muito ansiosa. Quando apertei a mão do meu professor e o cupei o lugar do motorista, fiquei completamente calma por fora. Mas por dentro eu estava gritando silenciosamente. Respirei fundo e virei a chave na ignição. Felizmente, nada de terrível aconteceu, e nas semanas seguintes comecei a ficar um pouco mais confortável ao volante. Porém, eu não estava contente com meu progresso. Achava que deveria aprender mais rapidamente; muitas vezes me senti tola e lenta. Sempre que aprendia uma nova habilidade, parecia que me esquecia imediatamente da anterior. Ser aprendiz era difícil, especialmente como “perfeccionista em recuperação”. Eu estava habituada a ser competente e a controlar meu ambiente – ser a professora, não o aluno. Mas, de repente, eu estava cometendo muitos erros. A embreagem era minha inimiga. Parece que nunca conseguiria parar o carro sem deixá-lo morrer. Sempre que via um farol vermelho ou um sinal de parar, uma sensação de pavor subia lentamente dentro de mim, pois sabia que provavelmente iria deixar o carro morrer e irritar os outros motoristas.