Adventist World Portuguese - August 2019

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PERSPECTIVA

SEM CONTRAINDICAÇÃO

O RISO É UMA PRESCRIÇÃO INFALÍVEL. CONHEÇA SEUS INÚMEROS BENEFÍCIOS LEE S. BERK

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A DURAÇÃO DA RISADA NÃO É TÃO IMPORTANTE QUANTO O MOTIVO POR TRÁS DELA perguntar se havia algum benefício psicológico conhecido no riso. Respondi que sim, pois descobrimos que, quando a pessoa ri, o sistema hormonal dela produz o bom estresse (eustresse) e d ­ iminui o mau estresse (distresse). De fato, cada processo emocional tem uma consequência biológica, seja ela positiva ou negativa. Apesar de os profissionais de saúde estarem divididos em suas áreas de especialização, o ponto é que o ser humano precisa ser olhado como um todo. Por exemplo, o riso causa a liberação de endorfinas (analgésico natural), serotonina (antidepressivo natural) e dos bons neuropeptídios (comunicadores químicos). Ele também reduz o cortisol, que, por sua vez, diminui o estresse, abaixa a pressão arterial, aumenta a ingestão de oxigênio, melhora o

sistema imunológico e minimiza o risco de doenças cardíacas e derrame cerebral. O riso também ativa a produção de neuroquímicos importantes, como a dopamina, que produz benefícios calmantes e diminui a ansiedade, porque produz o prazer da recompensa. Ele aumenta a frequência da onda gama no cérebro, sincronizando os neurônios e ajudando a melhorar nossa memória e o processamento de informações. Nesse sentido, o riso tem efeitos similares aos ­exercícios moderados. A duração da risada não é tão importante quanto o motivo por trás dela. O riso divertido, ao contrário do sorriso nervoso ou constrangido, gera o bom colesterol (HDL) e uma cascata de alterações fisiológicas benéficas que promovem a felicidade. Aliás, a felicidade é a melhor resposta do sistema imunológico. Ria quantas vezes e quanto for necessário, até sentir-se bem. Deus deseja que experimentemos o dom da alegria que cura. ] LEE S. BERK é diretor associado para pesquisas da Escola de Profissões Relacionadas à Saúde da Universidade de Loma Linda (EUA)

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Agosto 2019

Foto: Ben White

Q

uando comecei minha carreira profissional, costumava enfatizar a importância dos fatores físicos da saúde. Porém, à medida que amadureci na profissão percebi que as questões ligadas ao estilo de vida é que pesavam mais para nosso bem-estar, como dieta equilibrada, inteligência emocional e desenvolvimento da espiritualidade. Minha ideia de estudar o riso também foi inspirada na Bíblia. Provérbios 17:22 nos diz que “o coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos”. Isso se aplica perfeitamente à ciência médica integrativa da psiconeuroimunologia. Assim como as pessoas com depressão têm maior propensão a fragilizar seu sistema imunológico, minha pesquisa mostrou que as pessoas que praticam o riso divertido e espontâneo podem gerar um efeito biológico positivo em seu organismo. Os efeitos do riso começaram a ser estudados na década de 1960, quando Norman Cousins foi diagnosticado com uma doença autoimune. Ele era editor da Review Saturday e vivia com níveis enormes de estresse e angústia. Ele mesmo levantou a hipótese de que precisaria produzir o bom estresse para tentar reverter seu prognóstico. E ele estava certo. Encontrei Cousins pela primeira vez em 1989, quando foi à Universidade Loma Linda (EUA) para me


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