INFLUENZA
AVIÁRIA
Mário Sérgio Assayag p. 20
INFLUENZA
AVIÁRIA
Mário Sérgio Assayag p. 20
A expectativa para o início do ano de 2023 era grande para a avicultura de uma ótica diferente da que possuímos neste momento. Se do meio para o final do ano de 2022 o que se esperava para o ano de 2023 era: crescimento, abertura de mercados e desenvolvimento, logo que o ano inicia nos deparamos com a incerteza de um cenário que não podemos controlar.
Há alguns meses o pensamento também era, com a chegada à América do Norte podemos ter muitas oportunidades. Mas logo a chegada rápida da influenza aviária aos nossos vizinhos coloca todo o País em alerta e a expectativa começa a rondar a produção, sobre o que faremos? Como procederemos? Qual será o impacto?
Dentre todas essas questões que precisam sim, estar sendo levantadas e habitando nossas cabeças devido às proporções de eventual dano, devemos nos manter confiantes e pensar em frente nas oportunidades que tão logo eram nossas certezas para o ano de 2023.
Tenhamos em mente que as autoridades municipais, estaduais e federais estão em alerta máximo para o que possa nos atingir, e que o respaldo será efetivo para proteger nossos plantéis, façamos nossa parte no que diz respeito e não deixemos a expectativa de outrora se esvair.
Não esqueçamos do nosso lugar mundial na produção avícola e continuemos fazendo o melhor trabalho possível. Esse é um grande momento para que se leve informação assertiva e de qualidade para a população em geral.
Como sendo produtores, tomadores de decisão, indústria e autoridades, já sabemos “de cor e salteado” a importância da avicultura para o Brasil, o status que a produção brasileira atinge porteira afora.
É esse o momento de aumentarmos a fronteira da comunicação e atingirmos a sociedade que ainda não entende esse mundo da avicultura. Mostrar a todos como a avicultura é realizada e como ela pode ainda mais ser motivo de orgulho para o brasileiro.
Na última edição nosso diretor técnico José Antonio Ribas Jr pontuou: “Podemos ficar lamentando as crises ou fazer destas grandes oportunidades”. É importante que vejamos o “copo meio cheio”, que seja usada a oportunidade para crescermos, então. Que sejam ainda mais assertivos os protocolos de biossegurança, que tenha ainda mais força de vontade para fazer o correto, que a ciência e a busca por respostas estejam ainda mais alinhadas. E isso não vale apenas para um cenário de influenza aviária. Vale para todo cenário da produção avícola.
Voltando a 2022: a expectativa era de que os embarques da carne continuassem elevados, a produção de ovos continuasse relevante e aquecida, a demanda interna continuasse em alta. A avicultura entrou em 2022 perseverante em uma retomada após algum tempo de incertezas. E fechou o ano (mesmo em meio a outras dificuldades que apareceram) com suas expectativas atendidas.
A avicultura brasileira, do meu ponto de vista, e penso que você concorda comigo, é número 1 no quesito contornar desafios. O ano mal começou, o desafio ainda não está aqui mas já tem uma linha de frente montada para caso chegue. Quando o futuro preocupa demais há quem se esqueça do presente, e não há como deixar de lado o legado que foi construído neste País, dentro dessa atividade.
Que continuemos atentos e vigilantes com o que pode vir, mas com os pés no dia que vivemos hoje, fazendo o que a avicultura brasileira faz de melhor. Levar proteína de qualidade em todos os aspectos para a mesa de mais de 150 países.
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Fatores e estratégias que auxiliam no conforto térmico das aves 04
Humberto Marques Lipori
MSc. Zootecnia
Biochem traz solução para ovos com mais qualidade, sem trincas e sujeiras
Equipe técnica BIOCHEM Latam
Cálcio e fósforo: um equilíbrio necessário em dietas de frangos de corte
Vitor Hugo Brandalize Especialista Mundial em Nutrição e Serviços Técnicos da Cobb-Vantress
Produtividade e Segurança na granja
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Clostridiose em frangos de corte
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A metionina na prevenção antioxidante do organismo 42
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Influenza Aviária –Um risco que deve ser gerenciado
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A avicultura de postura na visão do Pequeno Produtor 49
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Equipe técnica DSM
Manejo de frangos de corte em clima quente - Parte II
Xavier Asensio
Aviagen SAU
Avicultura de precisão: o impacto das decisões guiada por dados
Natanael Leitão
Biólogo, com mestrado e doutorado em microbiologia e imunologia pela Universidade Federal de São Paulo. Diretor científico
Evonik reforça otimismo para a Avicultura em 2023
Paulo Teixeira
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Letícia Aline Lima da Silva1 e Tatiana Carlesso dos Santos 2
1Doutoranda em Zootecnia, Área Avicultura, Universidade Estadual de Maringá - UEM
2Docente do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá - UEM
A eficiência do uso de FORTEGRA® no controle
Equipe técnica MSD
Ômega 3 na dieta de matrizes e reprodutores melhora eclosão, fertilidade e qualidade de pintinhos Uso de
FLORAMAX-B11: alternativa probiótica frente ao desafio de Escherichia coli patogênica aviária (APEC) em frangos de corte
Patrick Iury Roiesky1 , Fabrizio Matté1 e Marcel Manente Boiago2
1Equipe técnica Vetanco
2Professor UDESC
Gravidade específica dos ovos: fundamentos, técnicas e aplicações
Thomas Calil
Global Technical Service Incubation da LOHMANN Breeders
Biosseguridade na indústria avícola: uma exigência para garantir a produtividade e rentabilidade… Seguro efetivo do
M.V. MSc. PhD.
Jorge Chacón
Gerente de Serviços Veterinários
– Ceva Saúde Animal – Brasil
Isabelle Naemi Kaneko1 , Eduarda Pomaroli Goulart 2 , Gilma Natalia Alcântara Valério2 e Wellington
Figueiredo Cardoso2
1Docente do Departamento de Zootecnia na Universidade Federal de Rondônia-UNIR
2Discente na Universidade Federal de Rondônia- UNIR
Direção Técnica aviNews Brasil
José Antonio Ribas Junior Engenheiro Agrônomo e Diretor Corporativo de Agropecuária na Seara Alimentos
OBrasil, tem um grande potencial para produção de frangos de corte, pelos benefícios climáticos, disponibilidade de matéria prima, área geográfica disponível, e um bom status sanitário reconhecido.
Dentre os pilares da cadeia produtiva, a ambiência é um grande fator que tem avançado, devido as melhores instalações, equipamentos mais eficientes, tecnologias que nos fornecem dados rápidos, e como conduzir os diferentes modais e assim favorecer um conforto térmico para as aves.
Humberto Marques Lipori MSc. ZootecniaAs aves são animais homeotérmicos e, portanto, dependem da temperatura do ambiente para manter sua temperatura corporal em média de 40,6oC.
Nos primeiros dias de vida, a maior troca de calor das aves é através da condução, que é a troca de calor da ave com a cama. Para que essa troca de calor seja nula, a cama precisa estar em média de 30-32°C. Por isso a importância de pré aquecer o aviário. Considerando também que na fase inicial das aves o sistema termorregulador ainda não esta formado por completo.
Caso estas aves passem por desafios de temperatura, há uma queda de desempenho em que seu metabolismo é alterado.
Levando em conta os principais tipos de aquecedores (fornalha e campânula a gás), antes de adquirir um sistema de aquecimento, é preciso analisar todas a variáveis e avaliar item por item, dentre elas as principais são:
Eficiência do aquecedor;
Vida útil do equipamento; Depreciação;
Manutenção;
Horas de trabalho para operar;
Custo da mão de obra perante o tipo de aquecedor;
Custo de energia;
Segurança do trabalhador;
Assistência técnica do equipamento;
Quando a temperatura do aviário está mais baixa do que o ideal para as aves, grande parte dos nutrientes da ração que seriam voltados para o crescimento, serão desviados para manter sua regulação térmica.
Temos que levar em conta que em média 80% dos nutrientes que os pintinhos comem são voltados para o crescimento e os outros 20% são para o metabolismo basal.
Os pintinhos têm um potencial muito grande de ganho de peso nos primeiros dias de vida, chegando com 7 dias até 4,6 vezes mais que o peso inicial.
Dessa forma, todo e qualquer desafio que as aves enfrentem irá prejudicar essa relação de ganho de peso.
Disponibilidade da matéria prima na região;
Custo médio/lote da matéria prima.
Por outro lado, caso estas aves passem por um estresse térmico por calor, elas irão consumir mais água e menos ração devido ao aumento da temperatura corporal, e por consequência um aumento da taxa de passagem de ração, diminuindo a absorção dos nutrientes.
Além disso, aves em condições de temperaturas elevadas trocam calor através da evaporação, uma troca latente que consome muita energia corporal.
É de extrema importância controlarmos o ambiente em que as aves estão, já que os mecanismos biológicos de troca de calor das aves são pouco eficientes.
Diante disso, quanto mais controlamos a temperatura e todos os fatores que envolvam o ambiente dentro do aviário, melhor será o desempenho, pois a ave em zona de conforto térmico consegue expressar de forma eficiente o seu potencial genético, atingindo bons resultados zootécnicos e consequentemente financeiros para o produtor e para a agroindústria.
De forma geral, os aviários tiveram um avanço muito grande em termos de:
Ventilação, eficiência dos aquecedores, vedação, dimensionamento
Matéria prima Ambiência
Por outro lado, são poucos aviários que tem investido em isolamento térmico. Quando se trata de isolamento térmico, o aviário terá menor interferência da temperatura externa para a parte interna, desta forma o aviário se torna uma “garrafa térmica”, se colocar algo gelado ou quente dentro deste, irá manter por mais tempo a temperatura no qual foi colocada inicialmente.
Com isso, o aviário irá manter uma relação melhor de temperatura ideal para as aves, claro que sempre observando o comportamento delas, pois este é o melhor “termômetro” para avaliar se as aves estão em conforto térmico.
Se tratando de vedação e isolamento térmico, além de poder beneficiar em um ambiente melhor para as aves, irá ajudar a diminuir os custos com aquecimento ou resfriamento e aumentar a vida útil dos equipamentos, ou seja, toda entrada falsa de ar e menor isolamento térmico é custo a mais na produção.
Aliás, quando tratamos de ambiência, precisamos analisar o todo, parte estrutural, eficiência dos equipamentos, manutenções, matéria prima utilizada como aquecimento, e o mais importante, o como colocar para rodar todos esses equipamentos e programações para que atenda o conforto térmico das aves.
É importante reforçar este último item, ter um bom aviário não garante resultados zootécnicos bons, mas sim trará menos desafios de ambiência, uma vez que bem conduzido, o aviário permite extrair o melhor que ele proporciona.
Os painéis isotérmicos, disponíveis no mercado, são muito eficientes, além de contribuir com uma ótima vedação e uma maior vida útil do aviário se comparado aos de cortina nas laterais.
Outro material disponível é lã de vidro ou lã de rocha, que são colocadas sobre o forro do aviário, onde ela tem um grande potencial para ajudar a manter a temperatura interna, seja para quando estiver aquecendo ou quando estiver resfriando.
Quando está em período de aquecimento, parte deste aquecimento sobe e se dissipa entre o forro e o teto (ático), perdendo esse aquecimento.
Além disso, nas épocas quentes do ano, se forma um colchão de ar no ático, em que este material de isolamento também diminui essa interferência de temperatura para o interior do aviário, considerando também que o ático é a parte mais quente do aviário.
Ainda levando em consideração sobre o aquecimento, aviários que possuem inlets são muito eficientes, desde que utilizados quando necessário e de forma correta, o que não é uma tarefa fácil.
É preciso manter uma boa dinâmica do ar e distribuição correta da ventilação, assim também irá auxiliar na qualidade da cama
Para isso, é indispensável uma boa relação entre o número de inlets com número de exaustores, pressão estática coerente com a largura do aviário, e a abertura correta dos inlets, caso contrário, poderá trazer grandes efeitos negativos para o desempenho do lote.
Considerando todos esses pontos citados anteriormente, e tão importante quanto, é a qualidade da cama, que está diretamente ligada à sanidade, mas também é um dos pontos chaves para se manter uma boa temperatura dentro do aviário.
O porquê da qualidade da cama, é que ela é um dos fatores que interferem diretamente na ventilação mínima.
Quanto maior a umidade da cama, maior a produção de amônia, que é um gás altamente prejudicial as aves, e para retirarmos essa amônia do aviário é preciso ventilar mais, consequentemente dificultará ainda mais aquecer o aviário.
Por isso a importância de se tratar bem a cama no intervalo, uma cama seca e de qualidade não só diminui o número de patógenos, como também diminui a formação de amônia.
Isso também dependerá dos dias de intervalo que são essenciais para um bom manejo da cama.
Diante do exposto, sabemos que casos de inverno rigoroso e cama úmida trazem grandes desafios para manter a temperatura e qualidade do ar.
Pintinhos não toleram amplitudes térmicas elevadas, por exemplo, durante a tarde conseguir em média 33oC e durante a noite cair para 28oC, ou dependendo da situação, chegar a 24oC ou menos, o que irá acarretar em grandes prejuízos no desempenho e até alta mortalidade.
De toda forma, em casos extremos de temperatura externa muito baixa e amônia elevada dentro do aviário, entre escolher em aquecer e atender qualidade de ar, priorize uma boa qualidade de ar.
É menos grave ter uma boa qualidade do ar com a temperatura um pouco abaixo do ideal, do que abafar e ter grande produção de amônia dentro do aviário para tentar chegar em uma melhor temperatura.
A amônia traz muitos prejuízos ao desempenho e a sanidade.
Dependendo da quantidade e tempo que essa ave for exposta a amônia pode levar a cegueira, mas antes disso a amônia causa maiores problemas como:
Imunossupressão;
Diminui o consumo de água e ração;
Traz problemas respiratórios;
Sobrecarrega a energia corporal;
Diminui o ganho de peso e,
Piora a conversão alimentar.
Outro ponto de atenção são os crescentes desafios com a aerossaculite, quanto maior a exposição dessas aves a más condições, mais irá se agravar esse desafio.
A cada dia surgem novas tecnologias e estruturas que permitem o maior controle da ambiência na produção de frangos de corte.
No entanto, as melhores estruturas e tecnologias não garantem resultados zootécnicos bons, é necessária:
uma boa gestão, interpretação de dados e fatos, comprometimento e conhecimento da condução desses novos modais e tecnologias
Fatores e estratégias que auxiliam no conforto térmico das aves
para extrair o melhor que estes proporcionam, maximizando assim a produção de uma forma sustentável e diminuindo os custos de produção.
ABiochem, empresa alemã de aditivos para nutrição e saúde animal apresenta um plano de soluções para os produtores de aves de postura, com foco na diminuição da sujidade de ovos, além dos minerais orgânicos, de modo a proporcionar melhor nutrição e consequentemente melhor saúde.
Para que isso aconteça, sabe-se que alguns macros e microminerais são essenciais para mantença das funções vitais da galinha, bem como para produção dos ovos.
A ave sempre destinará os nutrientes consumidos nas dietas para atender primeiro as funções básicas e vitais do organismo e depois destinará os demais nutrientes para produção.
Uma vez deficientes em determinados nutrientes, as aves podem deixar de produzir ou produzirem ovos de menor qualidade, como por exemplo ovos com cascas mais finas, propensos a sofrerem trincas, um problema para o produtor, que pode perder rentabilidade com a obrigatoriedade de dispensa desses ovos.
Nesse sentido, a Biochem possui um blend de minerais orgânicos em seu portfólio, o BCH 400, que se encontram na forma de glicinatos, que são essenciais para formação da casca dos ovos.
Os microminerais presentes no blend na forma de glicinatos possuem maior capacidade absortiva frente a outras fontes microminerais, o que viabiliza a manutenção da saúde e das funções para mantença da ave, bem como para produção de ovos com maior qualidade.
início da vida produtiva e posteriormente quando os animais estão mais velhos, quando a capacidade de absorção dos microminerais pela ave é reduzida devido a idade.
O uso de probióticos também é defendida pela empresa. B.I.O.Sol é a primeira alternativa, sendo solúvel para aplicação via água de bebida e TechnoSpore® para ser adicionado na ração. Os dois probióticos se complementam tendo em vista os modos de ação de ambas as cepas probióticas.
B.I.O.Sol é uma bactéria especialista produtora de ácido lático (Enterococcus faecium), associada a betaína anidra, que além de proporcionar rápida colonização do trato gastrintestinal por uma bactéria benéfica, hidrata e mantém as células intestinais mais saudáveis e com maior capacidade regenerativa frente a desafios.
Já TechnoSpore® é composto por uma cepa exclusiva da Biochem, o Bacillus coagulans DSM 32016, que reúne as características das bactérias ácido láticas com as características das cepas formadoras de esporos, que geralmente são mais resistentes.
Com melhor estado de saúde, a ave tem maior capacidade para contornar desafios do dia a dia, sejam eles de ordem ambiental ou sanitária.
Os próprios minerais orgânicos, citados anteriormente, são essenciais para as aves garantirem que o sistema imunológico enfrente com sucesso os problemas causados por agentes patogênicos ou agentes estressores. Existem também os probióticos como alternativa para proporcionar melhor saúde intestinal, e consequentemente geral das aves, de modo a diminuir a sujidade dos ovos.
A Biochem acredita que a nutrição e a sanidade caminham atreladas em todos os momentos da vida da ave, e que o cuidado desde o nascimento é essencial.
Através do melhoramento genético, a taxa de crescimento de um frango de corte e o peso corporal ideal aceleraram ao longo dos anos, o que requer uma revisão regular das formulações nutricionais.
informações sobre as interações complexas dos componentes da alimentação nos níveis macro e molecular no trato gastrointestinal.
Na formulação de rações, considerando as interações sinérgicas e antagônicas dos ingredientes, pode otimizar as formulações para promover o desempenho e apoiar a saúde e o bem-estar animal.
Cinco dos minerais (Cálcio, Fósforo, Sódio, Cloro e Potássio) que são suplementados nas dietas de frangos de corte são importantes reguladores da homeostase e envolvidos na sinalização celular. O cálcio e o fósforo também são importantes no desenvolvimento, força e manutenção do esqueleto.
Ca e P estão amplamente localizados nos ossos e são dois dos minerais mais abundantes no corpo. As consequências de proporções desequilibradas ou deficiências de Ca ou P em dietas de frangos de corte incluem:
Desempenho de crescimento
reduzido;
Eficiência alimentar aumentada;
Mineralização óssea deficiente;
E em casos graves, morte.
A digestibilidade de aminoácidos e a disponibilidade de P também podem diminuir quando o excesso de Ca está presente na dieta.
Estudos indicam que o excesso de Ca pode ter um impacto negativo na digestão porque se complexa com ácidos graxos para formar sabões, reduzindo a disponibilidade dessas fontes de energia.
O Ca também pode ser perdido porque se complexa com o Fitato (fonte orgânica de P) e, sem enzimas exógenas para liberar os minerais, o Ca e o P serão excretados.
O calcário, uma fonte comumente usada de Ca, pode tamponar os ácidos aumentando o pH na moela, o que afeta a disponibilidade potencial de P e nitrogênio.
Uma razão pela qual os níveis de inclusão de Ca não foram enfatizados é porque o Ca é barato, em relação ao P. No entanto, os impactos negativos do desequilíbrio desses minerais estão sendo compreendidos e a necessidade de otimizar os níveis está sendo priorizada.
Durante o desenvolvimento embrionário, o P é armazenado principalmente na gema, enquanto o Ca é armazenado na gema e na casca do ovo. Foi relatado que as concentrações de P na gema no dia 0 são reduzidas pela metade no dia 17. Por outro lado, as concentrações de Ca na gema quase dobram no mesmo tempo.
O embrião usa as reservas de Ca e P para a construção óssea durante a incubação. Na eclosão, apenas os depósitos vitelinos desses minerais estão disponíveis.
O aumento do Ca ocorre porque ele é absorvido da casca do ovo para o sistema circulatório embrionário e então depositado na gema (Figura 1). No entanto, P está limitado à quantidade que foi depositada na gema.
Vale ressaltar que outros minerais, além do P, são limitados em oferta, o que torna a nutrição das galinhas um fator importante para o bom desenvolvimento do pintinho.
Além da mineralização óssea, Ca e P também são necessários para outros processos celulares e metabólicos.
Se os estoques de gema forem insuficientes ou os pintinhos forem privados de ração por muito tempo, os ossos podem ser enfraquecidos, pois esses minerais são preferencialmente alocados para a homeostase, enquanto a formação óssea é secundária.
As formulações para dietas préinicial e inicial devem considerar a disponibilidade de Ca e P no nascimento, pois agravar o desequilíbrio desses dois minerais pode causar mau desenvolvimento, baixo desempenho e problemas metabólicos (ou seja, hipercalcemia e hipofosfatemia).
Durante a incubação, os ossos esqueléticos longos crescem rapidamente em largura e comprimento.
A tíbia mais que dobra de comprimento do dia 15 ao 20!
Como a taxa de crescimento embrionário excede o processo de mineralização, os ossos são amplamente esponjosos na eclosão.
Após a eclosão, os ossos da perna se alongam e se expandem radialmente muito rapidamente. O córtex (osso externo compacto) torna-se poroso porque a deposição de colágeno supera a taxa de mineralização. No entanto, a espessura do córtex e a mineralização atingem o máximo por volta de 4 a 5 semanas de idade .
Os ossos continuam a crescer ao longo da vida do frango e requerem um fornecimento constante de Ca e P na dieta. No entanto, a taxa de crescimento e a necessidade de Ca e P em diferentes fases devem ser consideradas.
Para uma boa base e desenvolvimento esquelético, os nutricionistas concordam que Ca e P devem ser os mais altos nos alimentos pré-iniciais e iniciais.
Tanto a modelagem quanto a remodelação requerem Ca e P para mineralizar e endurecer os ossos. Sem níveis suficientes de Ca e P, os ossos não irão endurecer! A deficiência crônica de P e/ou Ca causa mineralização esquelética prejudicada, uma característica comum do Raquitismo.
A modelagem óssea é o processo fisiológico de crescimento ósseo em forma e tamanho. A modelagem óssea é predominante em aves jovens e em desenvolvimento.
Os ossos crescem longitudinalmente e radialmente. A modelagem óssea ocorre em resposta a impactos mecânicos ou fisiológicos, como ganho de peso.
A remodelação óssea ocorre ao longo da vida e é a substituição ou renovação do osso antigo.
O processo é necessário para que os ossos possam manter a força e reparar as microfraturas.
Além disso, a remodelação é necessária para liberar os estoques de Ca e P quando os níveis sanguíneos estão baixos e esses minerais são necessários para outras funções celulares.
Cálcio e Fósforo: Um equilíbrio necessário em dietas de frangos de corte
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Aprodução de carne de frango está em um grande momento no mundo, com crescimento consistente nos últimos anos, atendendo à um aumento de demanda de proteína de alta qualidade, com segurança alimentar, com grande flexibilidade e agilidade para atender as exigências de todos clientes e mercados no mundo.
É a consolidação global de uma cadeia altamente sustentável, consequência da evolução genética dos últimos anos associada à eficiência produtiva das empresas processadoras e dos produtores no campo. O baixo consumo de água na cadeia, a alta eficiência na conversão alimentar das aves com a produção do frango e ovos em pequenas áreas, com baixo custo de produção, ótimo rendimento no abatedouro, transformando os insumos vegetais em proteína animal no prato da população, garantindo saúde e segurança alimentar aos consumidores.
No mercado brasileiro, a carne de frango e a produção de ovos foram as proteínas que melhor se saíram durante o período de pandemia. Naquele momento também houve elevação dos custos e preço de venda da carne bovina, levando à um consumo positivo da carne de frango, chegando a valores próximos a 50kg por habitante.
países tem se tornado mais conscientes quanto ao baixo risco associado a casos de influenza em aves silvestres e de fundo de quintal, com um menor impacto no comércio global. Essa percepção de menor risco é ainda mais associada aos casos de Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (IABP) em aves silvestres.
O risco de atendimento aos mercados no caso de um surto em um país, em região distante de áreas produtoras, também deverá seguir se consolidando para que seja aceito o conceito de regionalização, zoneamento e, principalmente, compartimentalização. Isso permite a exportação a partir de áreas livres da doença, mesmo com casos em região geográfica distante da zona de produção.
O risco real atual, que o governo e as empresas devem gerenciar e se proteger, está relacionado à chegada da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade na América do Sul. Esse grande desafio deve seguir como o maior problema para a indústria em 2023.
Nos últimos anos, mais precisamente desde 2005, um vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) do tipo H5Nx, começou a circular a partir do centro da Ásia. Esse vírus tem se apresentado variações moleculares que o tornam mais ou menos patogênicos.
Esse desafio que podemos dizer que é maior que o ocorrido no passado tem levado a uma discussão acadêmica, governamental e entre todos os entes do agronegócio, que está mais difícil de controlar a doença, que tem levado a situações comuns a todos os países como:
Di culdade de controle desse vírus em aves silvestres;
Alto impacto na saúde e bem estar das aves;
o inverno de 2020 (2022 H5N1 –vírus 2.3.4.4b), que a partir da Ásia central, esse vírus se espalhou para o leste asiático, Oriente Médio, África e América do Norte, com uma evidência bi-direcional relacionada as aves migratórias da primavera.
Podemos considerar que essa é uma variante viral mais patogênica, que inicialmente causou mortalidade em aves silvestres e migratórias.
Assim, esse evento de disseminação do vírus de 2020 pode ser considerado o maior e mais longo evento sanitário desde o século passado, atingindo oficialmente mais de 90 países, da Ásia, Europa, África e toda América.
Em algumas regiões esse vírus passou a infectar aves de fundo de quintal e aves criadas soltas em condições comerciais e semi-comerciais, causando perdas importantes naquelas regiões geográficas.
Di culdade de depopulação dos plantéis atingidos e nas aves não doentes no perifoco;
Impacto social e emocional com a eliminação de aves não comerciais, não doentes, principalmente, mas em área perifocais de aves não doentes e de aves de companhia;
Perda nanceiras signi cativas para as famílias no campo, produtores, indústrias e países atingidos;
Nos casos de confirmação de mortalidade causada por vírus altamente patogênico, existe a necessidade de eliminação dos lotes infectados e da realização de um controle perifocal, com aplicação dos conceitos estabelecidos de depopulação próxima ao surto.
A partir dos primeiros casos confirmados na América do Norte, houve a disseminação em todas direções e que pode ser observada na figura abaixo, que apresenta e evolução dos casos de IA no ano de 2022 nas Américas. Podemos observar que no período de inverno do hemisfério norte, entre Janeiro e Março, houveram muitos casos nos EUA e no Canadá, evoluindo para casos em Mexico entre Abril e Junho e nos últimos meses, entre outubro de dezembro, com casos na América Central e América do Sul.
Com o passar do tempo, esse vírus H5N1 passou a contaminar plantéis em todo mundo, em diversos países e regiões, chegando na América do Norte.
Mais precisamente, no início de novembro de 2022 houve o primeiro caso da América do Sul, no noroeste da Colômbia, na divisa com o Panamá. Esse cenário evoluiu até o momento, no final de janeiro, em casos de IAAP na Colômbia, Equador, Venezuela, Peru, Chile, Bolívia, Argentina e Uruguai:
Alerta epidemiológico. Surtos de influenza aviária e infecção humana causada por influenza A (H5) implicações para a saúde pública na Região das Américas. Extraído e traduzido de ,pg 5: Epidemiological Update Outbreaks of avian influenza and public health implications in the Region of the Americas - 11 January 2023 - PAHO/WHO | Pan American Health Organization
podemos de IAAP, do tipo em quase todos exceção da Oceania.
Até o momento, o Brasil segue sem casos clínicos de mortalidade de aves silvestres e/ou migratórias que possam levar a qualquer suspeita dentro do Brasil. Isso não impediu que o governo federal brasileiro, os governos estaduais, ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), associações de produtores estaduais, empresas produtoras de carne de frangos e ovos, assim como os produtores acionassem todas as ações de contingência para evitar a entrada do vírus via aves silvestres e/ou migratórias nos plantéis comerciais.
Boletins de colheita Testes rápidos Avaliação de riscos
Testes (laboratório) Aplicativo para celular
Identifique os seus pontos críticos e adote as estratégias mais efi cientes para controle de micotoxinas com o portfólio Adisseo.
2005 - Vírus IAAP H5Nx começa a circular na Ásia
Nesse intervalo ocorrem diversas variações genéticas
Inverno de 2020 – Novamente começa a se espalhar a partir da Ásia Central
A prevenção da IA está estabelecida e seguem os conceitos básicos de biossegurança para evitar que o vírus entre no país, que entre nas operações comerciais e, no caso de entrada, que não se dissemine horizontalmente, com rápida eliminação.
Atinge mais de 90 países
2022 – Entre janeiro e março ocorrem casos no hemisfério norte, EUA e Canadá
Podemos considerar que o primeiro passo está em monitorar as aves silvestres que migram e entram no Brasil. Esse é um controle ativo e também passivo realizado pelo Governo Federal.
Novembro de 2022 – primeiro caso na América do Sul
2023 – o ano inicia com o vírus presente em todos os continentes EXCETO na Oceania
Fevereiro de 2023, o Brasil segue sem focos
Todos envolvidos nas cadeias produtivas estão em alerta máximo, implementando as ações de proteção aos processos produtivos.
Depois, também sobre o controle federal, está o controle de fronteiras, não permitindo a entrada de fontes de risco nos portos e aeroportos.
Nas empresas, nos processos produtivos, procedimentos para evitar que os plantéis comerciais ou semi-comerciais se infectem.
o controle de fluxo de pessoas, insumos, equipamentos e qualquer tipo de animais em contato do as aves.
Evitar o contato com os plantéis comerciais é o grande desafio e que precisa de muito trabalho em cada um dos produtores e podemos considerar como exemplo alguns pontos importantes:
Restrição à entrada de pessoas terceiras, não comuns aos processos produtivos;
Bloqueio da entrada de aves silvestres/ migratórias, animais e/ou fezes aos processos produtivos:
Manutenção dos aviários totalmente fechados, sem possibilidade de entrada de aves;
Uso de telas anti-pássaros;
Controle efetivo de roedores e insetos;
Uso de água para bebida de fontes fechadas e com tratamento com cloro por períodos superior a 30 minutos;
Controle do pH da água para garantir a ação do cloro na água com o pH alcalino;
Uso de estações de tratamento de água em água de cisternas e/ou açudes (fontes abertas);
Tratamento constante da água utilizada em pad-cooling ou na nebulização das aves;
Troca de calçado da área externa dos aviários e uso de compostos bactericidas nos pedilúvios;
Uso de fontes de cama e ou forro de ninhos tratadas termicamente e/ ou quimicamente, evitando fontes expostas a aves silvestres;
Lavagem e desinfecção de todo e qualquer equipamento que entre em contato com as aves:
Equipamentos de manutenção; Roupas, sapatos e equipamentos para o carregamento das aves; etc.
As ações de biossegurança, para a proteção na entrada de qualquer desafio nos processos, também devem levar em consideração pontos chave para evitar a disseminação no caso de positividade em uma região e/ou empresa, impedindo ou dificultando a disseminação horizontal entre granjas e entre empresas.
Esse trabalho de controle regional deve ser realizado em conjunto com todas empresas que estão em uma mesmo estado e/ou zona, possibilitando um controle e análise de risco em conjunto.
A regionalização e compartimentação também é considerada uma alternativa para a redução de risco aos processos
O desafio do de Alta Patogenicidade, do tipo H5N1, está disseminado em praticamente todo mundo e é um risco iminente para todas operações avícolas.
O governo, associações de empresas, empresas e produtores estão trabalhando muito para evitar a entrada no Brasil e, no caso de um desafio ambiental, que não contaminem os planteis comerciais.
As empresas devem seguir reavaliando os seus programas de biossegurança, trabalhando de forma incansável, treinando e auditando constantemente os processos para minimizar o risco sanitário.
Até o momento, o Brasil segue livre de qualquer caso de IAAP.
Os governos e organismos internacionais devem seguir discutindo novas ações para um menor impacto da Influenza Aviária no mundo.
Newxxitek HVT+ND
Primeira vacina de complexo imune da história, com toda a tradição e confiança da Boehringer Ingelheim1
Primeira vacina vetorizada com inserção de proteína F de vírus velogênico de Newcastle: proteção precoce e de amplo espectro
Newxxitek HVT+ND e BDA Blen
Vaxxitek HVT+IBD+ND
Combinação Perfeita: unindo a precocidade e potência da proteção a Newcastle com a tradição e confiança da segunda geração de vacinas para Gumboro
Precocidade e uniformidade na proteção: única vacina vetorizada de duplo inserto Newcastle velogênico e Gumboro com apenas um promotor
Proteção precoce contra Marek aos 4 dias pós-vacinação.
Rápida proteção contra Gumboro entre 12 a 14 dias pós-vacinação.
VAXXITEK® HVT+IBD possui o vetor HVT de Marek, que apresenta uma replicação mais rápida que o vírus HVT convencional ou HVT utilizado em outras vacinas vetorizadas.
Além de proporcionar uma rápida imunidade contra Marek, VAXXITEK® HVT+IBD gera proteção contra Gumboro em apenas duas semanas no frango de corte, independentemente do nível de imunidade passiva.
Proteção precoce contra Marek.
Rápida proteção contra Gumboro a partir dos 14 dias pós-vacinação.
Resposta rápida e eficiente contra Newcastle e contra as cepas mais virulentas, a partir de 3 semanas de idade pós-vacinação.
VAXXITEK® HVT+IBD+ND possui o mesmo vetor da VAXXITEK® HVT+IBD , mantendo a rápida replicação, com extrema velocidade de proteção, para as três doenças: Marek, Gumboro e Newcastle.
Imunossupressão por destruição de linfócitos B
Ativação de macrófagos e linfócitos T
Negativo Infecção por IBD
Infecção por Gumboro7, 8, 9
Período de convalescência Recuperada
Imunossupressão por Células T
Redução de macrófagos no baço
A VAXXITEK® possui um vetor que faz com que as proteínas de Gumboro ou Gumboro e Newcastle esteja presente também em outros órgãos, como baço, fígado, pulmões, rins e timo, estabelecendo uma sólida proteção celular e humoral contras estas três importantes doenças.
A Newxxitek® HVT+ ND é uma vacina vetorizada contra as doenças de Marek e Newcastle que expressa a proteína F de um vírus velogênico de Newcastle, sendo tão segura quanto as vacinas de HVT.
A melhor combinação com BDA Blen em frangos de corte.
Pode fazer parte de um programa de vacinação personalizado.
Administração conveniente do incubatório in ovo ou subcutânea.
A Combinação perfeita entre NEWXXITEK® HVT+ND e BDA BLEN
Disseminação do vírus vacinal no ambiente.
Reduz o ciclo de outros vírus de campo.
Menor carga do vírus selvagem na cama.
Combinação perfeita com a Newxxitek® HVT+ND.
Baixa sensibilidade aos anticorpos maternos.
A única vacina que utiliza o gene F do vírus velogênico de Newcastle do genótipo IV.
Sem transmissão de ave para ave.
Diferenciação usando uma técnica específica de PCR.
A BDA Blen é capaz de disseminar a cepa Winterfield 2512 do vírus do Gumboro no ambiente através da transmissão lateral, colonizando a Bursa das aves e a cama.
Essas características permitem que o uso da BDA Blen dissemine o vírus vacinal na granja, promovendo a subtituição gradativa dos outros vírus existentes no campo.
Ao monitorar os diferentes parâmetros e obter os resultados, percebemos que continuamente o campo passa por mudanças e, junto com ele, a dinâmica dos vírus de campo de Gumboro.
O programa vacinal ideal deve promover o equilíbrio entre a Imunidade, o Ambiente e os Resultados. Para isso, as monitorias sanitárias constituem uma ferramenta tanto para dar visibilidade da situação atual, como também deve subsidiar elementos para a tomada de decisão.
Indicador Desenvolvido a Campo
DIAGNÓSTICO ANTES DA CORREÇÃO DO PROGRAMA
APÓS CORREÇÃO DO PROGRAMA
O indicador do PIU aplicado em diferentes épocas do ano demonstram a necessidade ou não de adequar o programa vacinal de acordo com as realidades de cada cliente.
CLIENTE 1
40 60
CLIENTE 2
48 78
A Boehringer Ingelheim conta com um time técnico de especialistas pronto a orientar a melhor forma de aplicar o PIU à realidade de cada integração, buscando as oportunidades de melhoria e performance.
Produtividade e segurança na granja
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Solução completa para Marek, Gumboro e Newcastle
A Combinação Perfeita entre vacinas para uma proteção precoce e segura
As clostridioses estão entre as principais enfermidades que acometem os frangos de corte no país, acarretando grandes prejuízos econômicos ao setor produtivo. Estão amplamente distribuídas no solo, águas residuais, poeira, cama, fezes e no trato intestinal dos animais (QUINN et al., 2019).
As bactérias do gênero Clostridium são microrganismos em forma de bastonetes, gram-positivas, anaeróbicas, se disseminam através da produção de esporos e são caracterizadas de acordo com as toxinas que produzem (McVEY et al., 2017).
Dentre elas, destaca-se a Clostridium perfringens, que é considerada uma das bactérias potencialmente patogênicas mais difundidas no mundo e, sem dúvida, a mais importante causadora de enterites por Clostridium (SCHOCKENITURRINO et al., 2009).
A enterite necrótica se caracteriza por uma enterotoxemia aguda, não contagiosa, causada pela produção de toxinas liberadas pela C. perfringens, sendo que as aves são acometidas, principalmente, pelos tipos A (α-toxina) e C (α e β-toxina).
A enfermidade apresenta maior prevalência na criação intensiva de frangos de corte devido à alta densidade populacional, e tem maior incidência em animais jovens, entre duas a cinco semanas de idade (BACK, 2006). Os sinais clínicos observados nestas aves são:
Os mecanismos de virulência da C. perfringens estão relacionados principalmente à produção de toxinas, sendo capazes de produzir mais de 15 tipos diferentes de toxinas, que podem causar lesões necróticas na parede intestinal, destruição do tecido muscular e danificar células nervosas que podem levar o animal à morte. E as suas cepas podem ser classificadas em cinco sorotipos (A, B, C, D e E), baseados na produção de quatro toxinas principais (α, β, ε e ι) (ALBORNOZ et al., 2014).
Depressão;
Diminuição no consumo de ração;
Penas eriçadas; Relutância para movimentar-se;
Podendo apresentar também sonolência, diarreia e desidratação (COOPER & SONGER, 2009).
Por ser parte da microbiota intestinal, necessita que fatores predisponentes alterem as condições do ambiente intestinal, propiciando sua multiplicação e o desencadeamento da enterite necrótica (YEGANI & KORVER, 2008; MOORE, 2016).
A infecção pode estar presente tanto na forma clínica, como também na fase aguda ou em condição subclínica.
A doença, na forma clínica, progride por cerca de 7 dias, com a mortalidade diária não excedendo 1%, podendo ultrapassar os 50% em casos hiperagudos, em que ocorre morte súbita nas aves em poucas horas (TIMBERMONT et al., 2011). A forma subclínica não apresenta sinais evidentes, nem picos de mortalidade, porém são observadas graves lesões hemorrágicas intestinais e aparecimento de necrose coagulativa na mucosa intestinal (ALBORNOZ et al., 2014).
O exame necroscópico de aves com enterite necrótica mostrou distensão das alças intestinais por gás, com aparecimento de lesões características e mais restritas ao intestino delgado.
Durante a necrópsia as lesões podem ser semelhantes às da coccidiose, porém, os intestinos se apresentam cheios de gás, friáveis e contém um líquido marrom de odor desagradável.
Na fase inicial da doença, pode haver úlceras e manchas amarelo claro na superfície intestinal. Posteriormente, com a friabilidade do tecido intestinal e o dano causado às vilosidades, promove-se a formação de uma pseudomembrana de coloração verde amarelada, denominada de “toalha turca” (LONG et al., 1974; GOLDER et al., 2011).
O diagnóstico da enterite necrótica inicia-se com a busca de fatores predisponentes existentes na granja. O principal ponto é que o seu desenvolvimento está relacionado a algum tipo de desequilíbrio da homeostase intestinal, ou seja, por alterações fisiológicas na microbiota intestinal (GRENHAM et al., 2011).
Dentre os principais fatores documentados na literatura estão:
Submissão, ainda que involuntária, dos animais a condições estressantes;
Condições climáticas aliadas à alta densidade;
Mudanças súbitas e presença de alguns ingredientes na composição da ração (normalmente em dietas com alta presença de polissacarídeos não amiláceos e com baixa digestibilidade), também podem alterar o trânsito intestinal e modular a microbiota, predispondo ao desenvolvimento da enterite necrótica (BJERRUM et al., 2005; DAHIYA et al., 2006; GOMES et al., 2008; PRESCOTT et al., 2016).
Presença de co-infecções por outros patógenos (coccidiose);
Retirada dos aditivos antimicrobianos, ou dos coccidiostáticos;
Ração contaminada com micotoxinas;
Atualmente, a técnica de PCR múltipla é o método mais utilizado na identificação das toxinas principais do Clostridium perfringens, através da análise das amostras intestinais do jejuno e íleo, e determinando a presença deste patógeno e de sua toxemia na microbiota intestinal destas aves (GOMES et al., 2008).
O controle da enterite necrótica é considerado um dos maiores desafios dentro da avicultura, uma vez que a infecção por C. perfringens é praticamente onipresente e, portanto, não é possível controlá-la usando apenas procedimentos padrão de biossegurança. Por muitos anos, a única medida adotada para o seu tratamento era a administração de antimicrobianos de amplo espectro via água, ou ração (tais como: lincomicina, bacitracina de zinco, oxitetraciclinas, tartarato de tilosina, ionóforos e bacitracina metileno disalicilato).
Devido a essa exigência, medidas rigorosas em relação às práticas de manejo, sanidade e nutrição, passaram a ser adotadas de forma associada a métodos alternativos de suplementação das dietas, visando melhorar a integridade intestinal e modulação de respostas no sistema imunológico.
Entre os meios de auxiliar no controle desta doença, temos o uso de:
No entanto, a interdição do uso de antimicrobianos para a promoção do desempenho animal, decretada pela União Europeia, vem reduzindo, gradualmente, a presença dos mesmos nas dietas oferecidas às aves, em decorrência de resistência bacteriana documentada (GOMES et al., 2008; IMMERSEEL et al., 2009).
Prebióticos e probióticos, Óleos essenciais, Extratos vegetais e
Enzimas, ou alimentos funcionais (LLAMAS-MOYA et al., 2020; ALAGAWANY et al., 2021b; EL-TARABILY et al. , 2021; YAQOOB et al., 2021).
Todas essas alternativas têm como objetivo principal promover a saúde intestinal das aves e, consequentemente, melhores resultados zootécnicos e econômicos.
Clostridiose em frangos de corte BAIXAR EM PDF
Oinvestimento desprendido em pesquisas envolvendo a avicultura em conjunto com a organização produtiva do setor, vem concedendo ao Brasil posição de destaque no cenário mundial de produção de aves e na mesa dos consumidores.
No ano de 2022 o país exportou 4,822 milhões de toneladas de carne de frango tendo chegado ao segundo lugar como maior produtor de carne de frango do mundo, atrás agora apenas dos EUA, sendo os estados da região Sul do País responsáveis por mais de 70% da produção de frangos (ABPA, 2022).
Todo esse sucesso não seria possível sem pesquisas envolvendo a nutrição e a genética das aves, somente assim conquistou-se animais com melhor relação ingestão de nutrientes/conversão em tecido muscular, com melhor acabamento em cortes nobres, como coxa e peito, mas com necessidades fisiológicas e nutricionais mais apuradas, demandando assim pesquisas para o conhecimento desses fenômenos.
Os nutrientes não são necessários apenas para funções metabólicas, mas também desempenham um papel nos sistemas de informação ou sinalização nas células.
Quando um sistema transmite informações, o sinal deve ter um sensor ou receptor para decodificar e transmitir as informações.
Uma forma de conhecimento da maneira integrada de como os nutrientes atuam no organismo animal é molecularmente, assim a nutrigenômica se encarrega da explicação sobre a interação dos genes, da dieta, de fatores ambientais e dos microrganismos intestinais, e como essa associação pode atuar sobre a digestão, absorção e excreção de nutrientes, deposição de tecido e metabolismo animal, sendo esta apenas mais uma das áreas das genômicas, envolvendo ainda metabolômica, proteômica e transcriptômica.
Desde o término do sequenciamento do genoma das aves, diversos estudos envolvendo a nutrição e seus efeitos na expressão gênica desses animais vem sendo conduzidos. Além disso, os receptores, que são proteínas celulares que recebem e transmitem informações, transmitem essas informações ao núcleo celular por meio de mecanismos de transdução capazes de reprogramar a célula para se adaptar às mudanças nas condições ambientais. Isso pode incluir alterações na expressão gênica (transcrição, tradução), estabilidade do RNA e da proteína mensageira e atividade da proteína.
A proteína dietética é necessária para fornecer os aminoácidos essenciais, que o organismo não é capaz de sintetizar, assim após a ingestão e degradação, o transporte desses nutrientes para fora das células epiteliais é mediado por transportadores localizados na membrana basolateral.
Os aminoácidos são absorvidos como aminoácidos ou peptídeos livres por uma variedade de transportadores com especificidade para aminoácidos ácidos, básicos e neutros e pequenos peptídeos.
A composição da dieta pode auxiliar os animais a superar os desafios ambientais impostos diariamente, e por serem constituídas em maior proporção de milho e farelo de soja faz-se necessária a suplementação dos aminoácidos na ração. Dessa forma, ao entendermos que os aminoácidos são constituintes das proteínas, entendemos sua importância para o desenvolvimento das aves, pois são eles os responsáveis pela modulação de diferentes vias responsáveis pela manutenção do estado fisiológico da ave
Dentro da nutrição avícola não há como pensar em aminoácidos e o primeiro citado não ser a metionina, e muito mais que formadora de tecidos ela também é uma grande aliada contra os danos ocasionados pelo estresse térmico.
A metionina é um aminoácido sulfurado, que foi isolado em 1922 pelo patologista John Howard Mueller a partir dos produtos hidrolíticos da caseína, uma fração de um novo aminoácido contendo enxofre que era requerido pelas bactérias Streptococcus hemolítico para seu crescimento.
Em 1928 o novo aminoácido teve sua fórmula química identificada como ácido metil-tiol α-aminobutírico por George Barger, Frederick Philip Coyne que sugeriram a John Howard Mueller o nome mais curto de metionina em alusão ao agrupamento característico.
As formas de metionina disponíveis como fontes comerciais sintéticas mais usadas na alimentação animal são a
DL-metionina (DL-Met) em pó;
DL-metionina líquida como sal de sódio (DLmetionina-Na);
Metionina hidroxi-análoga (MHA) em pó;
Como sal de cálcio (MHA-Ca);
Líquida como ácido livre (MHA-FA).
A metionina possui diversas funções no organismo animal, a principal é participar da síntese proteica. Também é precursora da cistina, então, desde que a suplementação de metionina esteja adequada a sua suplementação se faz desnecessária.
A metionina pode ser uma fonte alternativa de cistina num processo não-reversível, com função importante nas estruturas de várias proteínas (imunoglobulinas, insulina), com o papel de ligar várias cadeias polipeptídicas via pontes dissulfeto. Também é utilizada na formação da pele e penas, o que explica a alta exigência desses aminoácidos pelas aves.
A metionina é um importante aminoácido limitante e um nutriente essencial em aves. Ela pode promover a mobilização de lipídios para fornecer energia para o crescimento e deposição de proteínas, regulando o metabolismo de nutriente. Além disso, a metionina aumenta a capacidade antioxidante e a imunidade.
Na parte II na próxima edição, será abordada a ação da metionina sobre o status antioxidante.
A metionina na dieta das aves e seu papel na prevenção antioxidante do organismo
Mídias
Organizadoras:
Omercado de ovos no Brasil e no mundo está em constante mudança. A cada ano uma nova tecnologia, demanda de mercado (como exemplo ovos de galinhas livres de gaiola) ou crise (econômica ou sanitária) se faz presente e muda a dinâmica da atividade.
Saindo da crise gerada pela pandemia da COVID-19, nesse momento o mundo atravessa um de seus piores desafios quanto a sanidade avícola que é a Influenza aviária, com focos até o momento em todos os continentes, com exceção da Oceania.
Sua chegada por aves migratórias, a rapidez com que se espalha e o impacto nos planteis comerciais trazem diversas perdas para a produção afetando a cadeia avícola e também os consumidores. Países como os EUA por exemplo já enfrentam o desabastecimento de ovos em suas prateleiras.
Ainda na parte econômica a guerra da Ucrânia e Rússia impactou o preço dos grãos no ano de 2022 e pode seguir por mais um tempo influenciando.
No ano de 2022 as exportações brasileiras de ovos (considerando produtos in natura e processados) totalizaram 9,474 mil toneladas, volume 16,5% menor que o realizado no mesmo período do ano anterior, com 11,346 mil toneladas.
2022
52,070 bilhões de unidades produzidas em 2022
Brasil 6º maior produtor de ovos no mundo
Volume exportado 16,5% menor que 2021
Expectativa de 0,1% de crescimento em 2023
Independente do cenário o avicultor segue em busca do equilíbrio entre um bom preço para o seu trabalho e também para o consumidor.
A produção de ovos no País mesmo com essas dificuldades busca se manter equilibrada. No 3º trimestre de 2022 a produção de ovos de galinha atingiu um novo recorde chegando a 1,02 bilhão de dúzias, como sempre grande parte desse montante fica dentro do País para consumo interno.
Principais compradores: Emirados Arabes Unidos, Catar e Japão
Total exportado 9,474 mil toneladas
Se adequando a crises sanitárias e econômicas
Com o poder de compra da maior parte da população brasileira ainda bastante fragilizado, a demanda por ovos tende a seguir aquecida em 2023. Do lado da oferta, estimativas realizadas pelo Cepea indicam que, em 2023, a produção brasileira de ovos para consumo pode registrar um aumento tímido de 0,1% em relação ao esperado para 2022, podendo chegar a 3,2 bilhões de dúzias.
Quanto aos preços, a expectativa é de alta. Além da oferta justa, os elevados custos de produção também podem sustentar – e/ou aumentar – os valores de negociação da proteína.
A avicultura de postura é realizada em grande parte por pequenos e médios produtores, de forma independente, e dessa vez a AviNews Brasil foi até a cidade de Mandaguaçu, interior do Paraná conhecer a granja que leva o nome da cidade. A cidade tem na produção avícola o principal produto agropecuário dividido entre frangos, ovos para consumo e ovos férteis.
A granja Mandaguaçu teve início com o senhor José Geraldo que comprava e revendia ovos, mas logo ele percebeu a oportunidade de ser proprietário da granja e hoje tem seu produto distribuído para outras regiões do Estado. A granja possui inscrição no SIF e aposta na qualidade de seus produtos para se diferenciar no mercado, trabalhando com ovos da categoria A.
Conversamos com o Felipe Pastoreli Vieira, responsável pela parte administrativa da granja. Ele nos contou como é a atividade de um médio produtor, suas expectativas para o futuro e outras curiosidades sobre a produção que você confere nessa entrevista!
Avinews: Existe hoje no Brasil vários sistemas de produção. Vocês vieram de um sistema pouco tecnificado? Qual a sua visão sobre esses avanços? A granja possui todas as etapas de produção, beneficiamento até entrega ao consumidor final?
FV: No começo o trabalho era com pouca tecnologia, mas atualmente a granja possui aviários verticais automatizados e os californianos manuais, temos na propriedade 50% de ambos.
Trabalhamos com todas as etapas, beneficiamento até a comercialização dos produtos que hoje é feita para empresas como mercados, distribuidoras, restaurantes, hotéis, padarias, e indústria alimentícia.
Avinews: Sobre nutrição. Qual o principal ponto na nutrição das aves? Fale um pouco sobre.
FV: As aves evoluíram muito na genética para produzir e ter um período maior de vida, no qual a nutrição se tornou de grande importância para atingir esses níveis adequados, por sermos uma granja de pequeno porte, fazemos as análises de suprimentos e rações mensalmente.
E assim vamos adequando aos níveis exigidos pela genética das aves. Utilizamos as exigências indicadas pela empresa de genética.
Avinews: Qual o principal ponto de dificuldade nesse momento para a produção?
FV: Com certeza nos últimos anos e ainda com reflexo na granja, foi a pandemia. Como tivemos um período de pandemia, os aumentos nos custos produtivos foram altos, e para mantermos a atividade tivemos que deixar por um período de investir em maquinários e algumas melhorias.
O bem-estar e a sustentabilidade na produção são pontos de destaque na atividade. Mesmo sendo um conceito em alta nesse momento a sustentabilidade na produção de ovos é presente a muito tempo.
A granja pratica da melhor forma o bem-estar respeitando a área que cada ave precisa dentro da gaiola, e atentos aos parâmetros de qualidade de água, ração e ambiente que também interferem no bem-estar.
Em relação a sustentabilidade a principal dificuldade é em relação a política de reciclagem. “Nós reciclamos todo o material em desuso na granja, o que nos atrapalha um pouco é a legislação para logística inversa de materiais, essa a qual se utiliza muito como caixas e bandejas. ”
Sobre a gripe aviária Felipe conta que a granja já está com as medidas preventivas reforçadas.
Estamos atentos também a presença de aves externas. ”
No ano passado o Brasil conquistou muitos mercados mesmo tendo tido uma diminuição no volume exportado. Perguntado sobre as oportunidades que a influenza pode trazer para o mercado de ovos Felipe é otimista: “Assim como toda crise, temos oportunidades e essa pode consolidar o mercado exportador de ovos”, pontua ele.
O principal destino do ovo brasileiro são os Emirados Árabes, que importaram 48% da produção nacional, seguido pelo Catar e pelo Japão.
Felipe nos aponta que a granja tem grandes projetos e expectativas para o futuro e seu principal ponto é com a demanda que está sendo observada e pode mudar a produção de ovos como conhecemos hoje, para os próximos anos: “Nós produtores ouvimos muito sobre o bem-estar, e aves criadas soltas. Esse é o nosso futuro! ”.
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“Tomamos algumas medidas como aumentar a desinfecção das instalações, estar atentos ainda mais ao manejo sanitário das aves, também não estamos autorizando visitas e restringindo o acesso.
Os avicultores frequentemente questionam o verdadeiro impacto das micotoxinas na produtividade dos frangos de corte. O que parece ser um assunto simples, no caso das micotoxinas, infelizmente, não é fácil de responder.
Os impactos negativos das micotoxinas em aves podem ser muito abrangentes devido à redução da integridade gastrointestinal, da imunidade e do desempenho dos frangos de corte, resultando em perdas econômicas.
Dados os altos níveis de micotoxinas nas rações para aves, é necessária uma estratégia de gerenciamento do risco de micotoxinas para proteger os frangos de corte em todas as fases e reduzir seus desafios, além de garantir a rentabilidade da produção.
Os seguintes três pontos podem ser chave para avaliar o impacto das micotoxinas na produtividade de frangos de corte:
1. Níveis de contaminação em ração e ingrediente;
2. Efeitos diretos e indiretos das micotoxinas sobre as aves;
3. Parâmetros de desempenho.
As micotoxinas estão frequentemente presentes em rações.
De acordo com a Pesquisa Mundial de Micotoxinas de DSM (DSM World Mycotoxin Survey), nos últimos cinco anos (2016-2020), mais de 8 mil amostras de rações acabadas para aves testaram positivo para micotoxinas.
Análises mais detalhadas desses dados indicam que 92% das amostras estavam contaminadas com mais de uma micotoxina e 40 a 50 micotoxinas podiam ser encontradas em uma única amostra.
Portanto, é de suma importância considerar a situação como um todo e não olhar apenas para os efeitos de uma única micotoxina, quando se pretende avaliar o risco na produção de frangos de corte (Figura 1)
A análise da ração e/ou dos ingredientes da ração permite avaliar o risco para a saúde animal. A presença frequente de micotoxinas ativa o sistema imunológico dos animais, resultando em uma redução do desempenho que pode levar à perda de rentabilidade para os avicultores.
Figura 1. Ocorrência de micotoxinas em rações para aves (20162020). A) Ocorrência de micotoxinas. B) Ocorrência de micotoxinas e risco para frangos de corte: A porcentagem de amostras positivas para a respectiva micotoxina é indicada pelas barras, e a contaminação máxima encontrada é mostrada dentro da imagem da ave (ppb). As cores indicam o nível de risco para as aves, sendo o vermelho o de maior risco e o laranja o de risco moderado (Fonte: DSM World Mycotoxin Survey).
Os seguintes pontos merecem especial atenção:
O impacto das micotoxinas na saúde intestinal. Ficou amplamente demonstrado que as micotoxinas, especialmente o deoxinivalenol (DON) e as fumonisinas (FUM), afetam vários aspectos da integridade intestinal. Um meta-análise (Grenier e Applegate, 2013) demonstrou um efeito claro de DON e FUM:
Sobre a estrutura morfológica do epitélio intestinal, devido à destruição das vilosidades;
Os sinais clínicos visíveis em aves, tais como fígado gorduroso, lesões de bico e oviduto cístico, nem sempre são claramente identificados em frangos de corte sob condições de campo, por dois principais motivos.
1.
Primeiramente, o curto ciclo de vida desses animais faz com que os problemas que podem estar presentes no animal não fiquem evidentes.
2.
Em segundo lugar, os efeitos combinados de várias micotoxinas tornam o diagnóstico de micotoxicose muito difícil. Entretanto, os principais efeitos das micotoxinas sobre a imunidade, a inflamação, a oxidação e a saúde intestinal na avicultura têm sido claramente demonstrados em ensaios científicos.
Reduzindo as junções estreitas entre as células intestinais, aumentando a permeabilidade intestinal;
Modulando a resposta imunológica local e o perfil da microbiota.
Em conjunto, esses efeitos podem comprometer diversas funções intestinais, principalmente pela redução da superfície de absorção dos nutrientes, prejudicando, consequentemente, a digestão.
Adicionalmente, o aumento da permeabilidade da barreira intestinal também facilita a entrada de patógenos, fatores antinutricionais e outras toxinas na circulação sanguínea (Figura 2)
Permeabilidade intestinal por DON, FB1
Produção alterada de citocinas por DON, T-2, nivalenol, FB1, ZEN
As micotoxinas como fatores predisponentes/desencadeadores de problemas de saúde.
Antonissen et al. (2014) indicaram que níveis baixos a moderados de diferentes micotoxinas de Fusarium (DON, nivalenol, fumonisinas, toxina T-2 e zearalenona) são fatores predisponentes de várias doenças importantes na avicultura, tais como coccidiose, salmonelose, enterite necrótica e colibacilose.
Produção de IgA por DON i nevalenol por T-2
Observou-se que combinações de DON, fumonisinas e zearalenona reduzem a resposta imunológica induzida por Eimeria e a eficácia do tratamento com fármacos anticoccidianos.
O desafio apresentado pela enterite necrótica também é maior na presença de fumonisinas e DON (Antonissen et al., 2012 y Antonissen et al., 2015).
O aumento da suscetibilidade à Salmonella typhimurium também foi reportado na presença de DON e T-2, sugerindo que esses compostos podem modular o metabolismo bacteriano. A patogênese do E. coli também é influenciada pelas fumonisinas, estimulando a colonização intestinal e a translocação de E. coli.
Micotoxinas
1. Figura 2. Efeitos de DON (deoxinivalenol), fumonisina B1 (FB1), toxina T-2 e zearalenona (ZEN) sobre o epitélio intestinal. As micotoxinas alteram os diferentes mecanismos de defesa intestinal, incluindo: a integridade epitelial, a proliferação celular, a camada de muco, as imunoglobulinas (Ig) e a produção de citocinas. (Fonte: Antonissen et al., 2014)crescimento
Sabe-se que o fígado é diretamente afetado pela maioria das micotoxinas, causando a perda da função dos hepatócitos
Em frangos de corte, foram reportados uma degeneração gordurosa visível e um aumento de aproximadamente 15% no peso do fígado. Esta alteração implica um maior custo de nutrientes e aminoácidos, especialmente a metionina, que é o primeiro aminoácido limitante para frangos de corte.
Para superar esse desafio, uma possível ação seria ajustar os níveis nutricionais da dieta de acordo com a presença de micotoxinas. O simples ajuste da formulação não resolve o problema. Pode ocorrer um alívio a curto prazo, mas essa estratégia aumenta os custos de alimentação.
Além disso, o perfil dinâmico da contaminação por micotoxinas torna a estratégia inviável a longo prazo. A abordagem correta inclui o uso de um desativador de micotoxinas para evitar perdas nutricionais, sem tentar adivinhar como organizar as mudanças nutricionais na dieta.
As micotoxinas induzem falhas da vacinação devido à interferência
A modulação da resposta imune é um dos principais modos de ação das micotoxinas, que interferem silenciosamente com outros aspectos de saúde, tais como a eficácia da vacinação. As micotoxinas contribuem para reduzir a imunidade a doenças virais em frangos de corte (Kamalavenkatesh et al., 2005; Hanif e Muhammad, 2015 e Yunus et al., 2012).
A presença de ocratoxina, DON, T-2 e ácido ciclopiazônico reduziu significativamente o título de anticorpos para o vírus da doença de Newcastle (VDN); o vírus da bronquite infecciosa (VBI); o vírus da bronquite infecciosa (VBI); e a síndrome do hidropericárdio (SHP).
Essas falhas na vacinação aumentam a suscetibilidade das aves às doenças infecciosas que poderiam ser evitadas em condições normais.
O desempenho das aves continua sendo um dos parâmetros mais importantes para avaliar o sucesso na produção avícola.
As micotoxinas podem facilitar a contaminação bacteriana das carcaças.
Como descrito acima, as micotoxinas têm a capacidade de reduzir a espessura do epitélio intestinal, resultando em um ‘intestino permeável’.
Uma vez que as junções entre as células intestinais são afetadas, ocorre uma troca de moléculas entre o intestino e a corrente sanguínea, que pode influenciar na contaminação da carcaça no abatedouro por:
Excesso de proteínas no lúmen intestinal, favorecendo a proliferação de bactérias patogênicas como E.coli, C. perfringens y Salmonella sp;
Maior quantidade de água no lúmen intestinal, com excretas mais líquidas e aumento da contaminação nas plantas de abate;
As junções estreitas intestinais afetadas permitem a entrada de bactérias patogênicas na corrente sanguínea.
Portanto, a prevenção do ‘intestino permeável’ nas aves pode ser correlacionada com a redução das perdas económicas e o aumento da segurança alimentar na indústria avícola.
Nesse sentido, foi demonstrado que as micotoxinas podem exercer um impacto negativo nos parâmetros zootécnicos de uma granja de frangos de corte.
Uma compilação de dados de ensaios científicos mostrou que a presença de micotoxinas em dietas de aves reduz de forma significativa (p<0.05) o consumo de ração (12%) e o ganho de peso (14%).
Isso resulta em uma alteração da conversão alimentar (CA) de 7% em comparação com grupos não contaminados (Andretta et al, 2011), atribuída principalmente à redução de consumo de ração, com a correspondente menor eficiência na deposição proteica.
Adicionalmente, os resultados preliminares de um projeto em cooperação com a Universidade de Ghent (Antonissen et al., 2018) indicam um efeito negativo sinérgico de uma dieta desafiada com disbiose e a presença adicional de DON (5 mg/kg) e FUM (20 mg/kg), sobre o desempenho dos frangos de corte.
Curiosamente, esses dados também indicam que a redução no desempenho fica ainda mais evidente na fase final, o que reforça o impacto das micotoxinas nos parâmetros de crescimento durante o último período do ciclo de vida das aves (Figura 3).
Dados recentes de Kolawole et al. (2020) também oferecem outro exemplo de resultados práticos. Em uma avaliação a longo prazo (18 ensaios sucessivos) de uma granja comercial, foi demonstrado que a contaminação natural em níveis abaixo das recomendações da UE para micotoxinas tem um impacto significativo de 2,5 pontos na CA (Figura 4), confirmando assim os efeitos sinérgicos das micotoxinas (FUM, ZEN, DON e DAS) e o pior desempenho dos frangos de corte em condições comerciais.
Os impactos negativos das micotoxinas podem ser muito abrangentes, reduzindo a integridade gastrointestinal, a imunidade e o desempenho de frangos de corte e resultando em perdas económicas.
Devido à ocorrência frequente de micotoxinas em rações para aves, se faz necessária uma estratégia de gerenciamento de risco de micotoxinas para proteger as aves de corte em todas as fases de produção, com o objetivo de reduzir os desafios para o animal e garantir a rentabilidade da produção.
Figura 3. Parâmetros de desempenho no dia 39 de frangos de corte alimentados com: dieta controle negativo; controle com disbiose; dieta com disbiose, contaminada com DON; dieta com disbiose, contaminada com FUM. As barras indicam as médias das 7 repetições (currais) por tratamento ± SD. Dentro do mesmo período, aas barras com letras diferentes (a-b) diferem significativamente (p ≤ 0.05). (Fonte: Antonissen et al., 2018)
Relevância das micotoxinas na produção de frangos de corte BAIXA EM PDFPara uma produção bem sucedida, é essencial proteger as suas aves contra desafios sanitários e nutricionais em todos os estágios da vida. Nossa ampla gama de soluções está no coração do desenvolvimento saudável e do bem-estar. Na DSM, abordamos com confiança os desafios que você enfrenta para ajudar a proteger seus lotes c com confiança.
Se não formos nós, quem será? Se não for agora, quando?
Na edição anterior trouxemos algumas sugestões sobre como manejar melhor os lotes durante os períodos com temperaturas ambientais elevadas.
Confira mais algumas sugestões!
A ventilação com um ambiente confortável e adequado para as aves são fundamentais para minimizar o impacto da alta temperatura no desempenho dos frangos. Os principais tipos de aviários são:
Aviário climatizado, com laterais fechadas e com ambiente controlado, que garantem melhores condições ambientais para as aves.
Aviários convencionais, abertos e com ventilação natural, com ou sem ventiladores e/ou nebulizadores para uma ambiência mínima, mas muito menos eficientes para o controle ambiental para as aves.
Xavier Asensio, Aviagen SAUOs aviários com ambiente controlado ou fechado têm ventilação mecânica e fornecem um bom controle do ambiente interno, pois possuem paredes sólidas ou cortinas que permanecem fechadas, ventiladores e inlets são usados para ventilar o aviário. As principais funcionalidades dessas granjas incluem:
Isolamento adequado, principalmente no telhado.
Capacidade de atender três estágios de ventilação:
Ventilação mínima.
Ventilação de transição.
Ventilação do tipo túnel. Vedada adequadamente para controlar a pressão negativa e o fluxo de ar para o interior do aviário.
Sistema de resfriamento evaporativo
Para controlar a ventilação corretamente é essencial observar o comportamento das aves em todo aviário. As aves devem ser distribuídas uniformemente e não devem ficar amontoadas ou estar ofegantes.
O isolamento adequado é fundamental para garantir a eficiência do sistema. Se o isolamento for inadequado, a temperatura interna aumentará mais que o esperado à medida que a temperatura externa subir.
É importante observar que se a temperatura interna do aviário exceder a temperatura programada, os ventiladores começarão a funcionar e o fluxo de ar no aviário aumentará, causando assim o efeito na sensação térmica. Em aves jovens, mesmo em clima quente, o efeito do resfriamento (sobre ventilação) pode causar baixa sensação térmica e frio nas aves, devendo ser evitado.
Para evitar o efeito de vento excessivo nas aves jovens, as seguintes sugestões de manejo devem ser seguidas:
A ventilação de transição para a ventilação túnel deve ser evitada até os 10 dias de idade, a menos que o comportamento indique que as aves estão com muito calor e a ventilação realmente precise ser aumentada.
A ventilação mínima só deve começar a funcionar continuamente se a temperatura subir 2°C (3,6°F) acima da temperatura programada.
Deve-se verificar se os aviários estão vedados corretamente e se a pressão negativa está correta, através de testes de estanqueidade e/ou de fumaça. Se a pressão negativa não estiver correta e a circulação do ar for inadequada, o ar que entrar no aviário, mesmo que esteja quente, poderá cair diretamente sobre as aves causando efeito de vento frio ou correntes de ar.
A ventilação de transição remove o excesso de calor do aviário quando a temperatura ambiente aumentar acima da temperatura programada. Embora haja movimento do ar sobre as aves, a ventilação de transição não sopra o ar diretamente para as aves.
Deve-se usar a ventilação de transição por mais tempo antes de mudar para ventilação do tipo "túnel", onde todo o ar é puxado através do túnel e não através dos inlets das paredes laterais.
Observe o comportamento das aves para saber se é necessário mudar para ventilação do tipo túnel.
Use apenas a ventilação tipo "túnel" se o comportamento indicar que a ventilação de transição não está mais mantendo as aves confortáveis.
Durante a ventilação do tipo "túnel", grandes volumes de ar geram o fluxo de ar de alta velocidade sobre as aves, criando o efeito de resfriamento, ajudando a manter as aves confortáveis.
Para variar a velocidade do ar e o efeito de vento frio, altere o número de ventiladores em funcionamento. A decisão sobre quantos ventiladores devem estar funcionando deve, por sua vez, levar em conta o comportamento das aves.
Em clima quente, a ventilação do tipo túnel pode ser reforçada pelo resfriamento evaporativo. O resfriamento evaporativo deve sempre funcionar com base em uma combinação de temperatura e umidade e nunca apenas em temperatura ou hora do dia.
O resfriamento evaporativo não deve ser usado se a UR for superior a 75%, pois aumenta a UR do ambiente e, se os níveis de UR já estiverem altos, a capacidade das aves de perder calor será limitada.
No entanto, nos horários apropriados do dia (Figura 5) ou em áreas onde a UR é naturalmente baixa, o resfriamento evaporativo é um passo essencial para manter as aves resfriadas quando a ventilação do tipo túnel não for mais suficiente. Mais uma vez, observações sobre o comportamento das aves devem determinar as alterações/modificações na ventilação.
Alcançar o controle adequado do ambiente em galpões abertos é particularmente difícil em áreas com temperaturas e umidade elevadas. Os galpões abertos devem pelo menos ter um bom isolamento e ventiladores de circulação e nebulizadores instalados.
Durante as fases iniciais de criação (primeiras semanas), mesmo que as temperaturas estejam acima de 32°C (89,6°F), as quedas inesperadas de temperatura e a entrada de ar com alta velocidade no aviário ao nível das aves devem ser evitadas.
Figura 5. Exemplo de aumento de temperatura e umidade caindo durante o dia.As cortinas automáticas podem ajudar a evitar as quedas inesperadas na temperatura e ajudar com o controle da quantidade, velocidade e direção do ar que entra no aviário. Os sensores de temperatura devem ser colocados no aviário, posicionados em ambos os lados dele e perto das suas paredes.
Uma estação meteorológica no telhado para o monitoramento da velocidade e a direção do vento pode ser ligada ao regulador de controle de cortinas para que as cortinas possam ser abertas e fechadas de acordo com o ambiente externo, permitindo o melhor controle do ambiente no aviário.
Após 10 dias de idade, e assim que as aves adquirem a cobertura de penas no dorso, passam a correr mais risco de ter estresse térmico: portanto, o comportamento das aves deve ser monitorado mais de perto a fim de determinar se as condições ambientais estão corretas.
Os ventiladores com circulação de ar podem ser usados em galpões abertos para aumentar o movimento do ar e melhorar o seu fluxo sobre as aves. Em dias quentes ou muito quentes, onde há pouco ou nenhum movimento do ar, os ventiladores também ajudarão a fornecer o efeito de resfriamento.
Os ventiladores com circulação de ar devem produzir uma velocidade de ar média de 3 m/s (591 pés/min) ao nível das aves, mas a velocidade do ar varia dependendo da distância do ventilador. De preferência, os ventiladores devem ser instalados em duas fileiras, para que possam atrair o ar mais frio e menos úmido disponível fora do aviário.
Os ventiladores devem ser ajustados para soprar o ar diagonalmente em todo o aviário e não devem ser colocados perto de nenhuma superfície sólida que possa impedir o fluxo de ar. Durante as altas temperaturas, se a UR for inferior a 75%, bicos de pulverização ou nebulizadores podem ser usados juntamente com os ventiladores com circulação de ar para proporcionar o aumento do efeito de resfriamento.
Os bicos de pulverização só devem ser usados quando os ventiladores com circulação de ar estiverem funcionando para evitar problemas com camas úmidas e reduzir os impactos do aumento da UR sem circulação de ar, o que resultará em diminuição do desempenho das aves e possivelmente na sua mortalidade.
Os alimentos e a nutrição podem ter um impacto significativo na forma como os frangos de corte respondem às temperaturas ambientais quentes.
Forma física do alimento
Fornecer alimentação de boa qualidade física (Tabela 6) minimizará a energia gasta e o calor gerado durante a alimentação.
que devem ser evitados durante o clima quente:
É importante usar fontes proteicas de alta qualidade. A digestibilidade do aminoácido (AA) e não a sua densidade deve ser aumentada. Os aminoácidos devem ser ajustados para minimizar o excesso de proteínas. Para recomendações de proteínas equilibradas, consulte as atuais especificações nutricionais para frangos de corte.
Será útil fornecer energia na dieta através de gorduras em vez de carboidratos. As gorduras contêm mais energia e são mais digestíveis, e, por esse motivo, produzem menos calor residual e uma menor produção de calor durante a alimentação.
Nas rações iniciais e de crescimento, é recomendável o uso de gorduras contendo níveis mais elevados de gorduras insaturadas. Nas rações de engorda e final, as gorduras insaturadas devem ser limitadas (no máximo 1% de ácido linoleico) para evitar a oleosidade da carcaça.
Alto nível de nos na ração (partículas abaixo de 1 mm de tamanho)
A adição de bicarbonato de sódio (fornecimento de aproximadamente 50% de sódio dietético) tem se mostrado eficaz para reduzir o impacto do estresse térmico em frangos de corte.
Ambos os problemas relacionados à qualidade da ração resultam no aumento do desperdício, na redução da eficiência de conversão alimentar e no aumento do gasto energético. O objetivo é reduzir a quantidade de partículas finas (< 1 mm) na ração para menos de 10%.
Além disso, as dietas com alimentação contendo um Equilíbrio Eletrolítico na Dieta (EED; como definido pelo nível de sódio + nível de potássio – nível de cloro) de 220–240 mEq/kg podem ajudar a reduzir a mortalidade relacionada ao estresse térmico e também podem ajudar a reduzir os efeitos negativos que o clima quente pode ter na taxa de crescimento. O carbonato de potássio também pode ajudar a melhorar o equilíbrio eletrolítico da dieta e reduzir o impacto do estresse térmico.
Durante o período inicial em clima quente, os pintinhos podem experimentar altas temperaturas e alta umidade, reduzindo a ingestão de ração. Pode ser útil aumentar o nível de sódio (até no máximo 0,23%) da dieta neste momento.
As vitaminas E, D, A, C e niacina são conhecidas por ter um efeito positivo na resposta das aves às condições quentes. Como regra geral, essas vitaminas podem ser aumentadas em 1,25% por 1°C (1,8°F) quando a temperatura estiver entre 21 a 28°C (70 a 82°F). Quando a temperatura subir acima de 28°C (82°F), as vitaminas deverão ser aumentadas em 2,5% por 1°C (1,8°F).
Em clima quente, a escolha do anticoccidiano deve ser cuidadosamente considerada: deve-se evitar os que podem gerar o aumento na produção de calor corporal.
Em períodos de clima quente, a apanha de aves deve ser feita à noite para evitar altas temperaturas. No entanto, em algumas áreas as temperaturas noturnas ainda podem ser altas e a UR aumentará após o pôr do sol. Em galpões fechados, a ventilação nunca deve ser desligada durante o carregamento, mesmo que a porta principal do aviário esteja aberta. Isso ajudará a manter um determinado fluxo de ar ao redor das aves.
A porta de carregamento deve ser preferencialmente na extremidade oposta do aviário em direção aos ventiladores do tipo túnel.
O acesso ilimitado à água deve ser fornecido até o momento do carregamento. O acesso à água será facilitado:
Pelo uso de várias linhas de bebedouros.
Alimentar as aves durante o período mais frio do dia é uma estratégia útil a se empregar em clima quente. No entanto, se houver restrição da alimentação à parte mais fria do dia, deve-se tomar cuidado para garantir que a ingestão de ração não seja reduzida. As aves não devem ficar sem ração por muito tempo, pois isso terá um impacto no seu crescimento e também pode aumentar os arranhões na pele durante a alimentação. Em galpões fechados onde o controle de luz seja de fácil acesso, períodos de escuridão podem ser oferecidos durante o calor do dia.
Pela separação das aves em boxes. Remoção progressiva dos bebedouros individuais durante a captura onde os bebedouros pendulares são usados.
Instalar ventiladores próximos ao veículo de transporte enquanto as aves forem carregadas é benéfico e garante que haja circulação de ar entre as caixas.
O número de aves por caixa de transporte deve seguir a legislação local e também dependerá do peso corporal do frango de corte, da distância da granja até o abatedouro, do estado de saúde das aves, das condições da granja e da previsão de temperatura e umidade.
Em altas temperaturas, o número de aves por caixa deve ser reduzido.
Depois que o carregamento for concluído, o veículo deverá sair da granja o mais rápido possível, e durante o trajeto até o abatedouro os intervalos do motorista deverão ser minimizados de acordo com as exigências da legislação local.
No abatedouro, os caminhões/carretas devem ser mantidos na área de espera cobertos e protegidos do sol.
Os ventiladores devem ser bem distribuídos em quantidade suficiente para ventilar toda a carga. Se as temperaturas ambientes forem quentes e a UR for inferior a 75%, os nebulizadores deverão ser usados em combinação com os ventiladores. O descarregamento deve ser feito o mais rápido possível.
Ao criar frangos de corte em clima quente, é fundamental observar o comportamento das aves para garantir que elas estejam confortáveis, que o seu bem-estar seja mantido e que o potencial genético possa ser expressado.
Os principais fatores para manejar frangos de corte em clima quente são:
Observar o comportamento das aves e garantir um ambiente adequado.
Evitar a desidratação no incubatório.
Garantir o manejo adequado dos pintinhos na sala de pintos, durante o transporte e no alojamento, evitando qualquer período de alta temperatura.
Definir a densidade dos lotes de acordo com o tipo de aviário e das condições ambientais.
Ter condições adequadas de alojamento que estimulem o comportamento de consumo da ração e água.
Manejar o ambiente da granja levando em conta a sensação térmica.
Fornecer ração peletizada de alta qualidade e ajustar a densidade da ração e a alimentação durante os períodos mais frios do dia.
Carregamento completo do lote durante a parte mais fria do dia.
A MELHOR PERFORMANCE DO MERCADO
O MENOR CUSTO EM TODA A CADEIA PRODUTIVA
MAIOR RENDIMENTO
Letícia Aline Lima da Silva1 e Tatiana Carlesso dos Santos2
1Doutoranda em Zootecnia, Área Avicultura, Universidade
Estadual de Maringá - UEM
2Docente do Departamento de Zootecnia da Universidade
Estadual de Maringá - UEM
Osucesso da reprodução em aves está inteiramente ligado a uma boa fertilidade. Para que ocorra uma boa taxa de fertilidade é essencial uma dieta balanceada de forma a abranger todos os nutrientes que terão funções específicas no organismo dos animais. Entre os principais nutrientes estão os lipídios, que são provenientes principalmente dos óleos.
Na indústria avícola, uma prática bastante comum é o uso de óleos na dieta das aves como fonte de energia.
O óleo mais utilizado como fonte energética é o óleo de soja. Em sua composição, na fração de ácidos graxos 50% são ômega 6, enquanto 3-3,5 % é de ômega 3. Esse perfil lipídico do óleo de soja, o que produz uma relação de ômega 6: ômega 3 em torno de 14,28:1.
Esta relação é considerada elevada e desta forma podemos considerar que o óleo de soja apresenta um desbalanço entre os ácidos graxos.
Outro fator a ser considerado é que normalmente as dietas de aves possuem uma quantidade de ômega 3 baixa e desta forma a ingestão é insuficiente e pode desencadear o processo de substituição pelos ácidos palmitoleico e oleico, que são dessaturados e alongados, formando ácidos eicosatrienoicos.
As aves, assim como os demais animais, possuem em seu metabolismo necessidade de ômega 6 e 3 na dieta, pois estes são considerados essenciais, uma vez que não são sintetizados no organismo.
Esses ácidos graxos são classificados como poliinsaturados, por apresentarem em sua composição mais de duas duplas ligações. Os principais ácidos graxos no grupo do n-3 é o ácido α-linolênico ou ALA (18:3n-3) e na família do n-6 o principal é o ácido linoleico ou LA (18:2n-6).
Com relação aos óleos como fonte de ácido α-linolênico podem ser obtidas de:
Origem vegetal: óleos de canola, de linhaça e de girassol, farinhas de linhaças e algas marinhas;
Origem animal: óleo de peixe.
A inclusão de óleos como fonte de ácidos graxos essenciais é uma das formas mais utilizadas na nutrição animal. Esses óleos também contribuem para:
Incremento na densidade energética; Redução de pó das rações;
Auxiliam na palatabilidade, além de melhorar os dados de desempenho dos animais.
Ácido α-linolênico
Ácido graxo poliinsaturados
Ácido linolenico
Ácido eicosapentaenoico (EPA)
Ácido docosaexaenoico (DHA )
Ácido araquidônico (AA)
Nas matrizes e reprodutores o fornecimento adequado dos ácidos graxos essenciais é um ponto crítico para melhorar:
Fertilidade; Eclosão;
Qualidade do pintinho.
As principais fontes de ômega 3 são as sementes de plantas oleaginosas como a soja, o milho, o girassol e as castanhas, oleaginosas essas que são utilizadas na produção de óleos e que possuem além de ômega-3, altas concentrações de ácido linoleico.
Outras fontes são os peixes de águas frias e profundas e algumas algas marinhas que produzem o EPA e o DHA e também são utilizados na nutrição animal.
O óleo de peixe é uma fonte bastante estudada na avicultura. A inclusão deste óleo na ração de poedeiras eleva os níveis dos ácidos graxos poliinsaturados da série ômega-3: EPA e DHA, na gema do ovo, no vitelo e no pintinho de 01 dia.
Porém, o fornecimento do óleo de peixe apresenta alto custo, podendo aumentar em duas vezes o custo de produção. Dessa forma os avicultores utilizam como alternativa a mistura de diferentes óleos para balancear o custo de produção e manter os ovos enriquecidos, além de manter uma boa relação de ômegas (6 e 3), ou através da mistura do óleo de peixes com algas marinhas.
Outra fonte de ômega-3 é o óleo de linhaça que promove o aumento do ácido alfa-linolênico no ovo das aves, porém possui pequenas quantidades de EPA e DHA, já que eles não estão disponíveis, tendo que ser sintetizado no organismo através do alfalinolênico. Este óleo possui em torno de 54% do ácido alfa-linolênico na sua composição.
Nos últimos anos a utilização de algas marinhas na dieta de aves têm sido também estudada como uma alternativa de suplemento alimentar rico em ômega-3 para a produção de ovos enriquecidos e para matrizes para melhorar a reprodução.
Essas fontes possuem maiores concentrações dos ácido alfa-linolênico, EPA e DHA quando comparados aos óleos, uma vez que as algas são os produtores primários de ômega 3, sendo os únicos seres vivos capazes de sintetizar EPA e DHA. Os peixes, por exemplo, alimentam-se das algas e depositam esses ácidos graxos, sendo, portanto, fontes secundárias.
Para as matrizes a importância do uso dessas fontes de ácidos graxos essenciais é ainda maior, pois parte do que é adquirido na ração é transferido e depositado na gema dos ovos (Figura 2). Os efeitos da modificação do perfil lipídico da gema se refletem na qualidade do ovo em geral, nos indicadores de incubação e qualidade da progênie.
Desenvolvimento do tecido embrionário;
Formação do cérebro;
Formação da retina;
Biossíntese de eicosanoides na diferenciação de mioblastos e condrócitos.
Sendo assim, níveis adequados de ácidos graxos essenciais na gema dos ovos incubados afetam o desenvolvimento embrionário e a qualidade do pintinho, o peso inicial, o comprimento e o crescimento ósseo da progênie.
Ao serem incorporados na gema através da dieta materna, ocorre uma intensa conversão metabólica para que seja fornecido o substrato (EPA, DHA e ácidos graxos) às diversas atividades biológicas ao longo da incubação que afetam diretamente o peso ao primeiro dia e comprimento dos animais, são eles:
Uma baixa eclosão pode ser influenciada pela redução da transferência dos lipídios presentes na gema para o embrião, afetando o acesso aos nutrientes, atrasando o desenvolvimento embrionário e, como consequência, resultando em redução da eclosão.
Em estudos foram observados que a deficiência dos ácidos graxos essenciais (ômega 3 e 6) na dieta das matrizes resultou em eclosão tardia e crescimento lento, quando comparado a matrizes que receberam os ácidos graxos essenciais. Isso ocorre, pois, esses ácidos modulam a formação de todos os tecidos corporais.
Para os reprodutores a suplementação de ácidos graxos é importante pois ajuda na qualidade dos espermatozoides, devido a modificação na estrutura da membrana celular e na redução da peroxidação.
O ômega 3 influencia ainda nas vias biossintéticas de prostaglandinas e na estereidogênese, melhorando assim a motilidade, a vitalidade e a fluidez dos espermatozoides. Todas essas funções do ômega-3 e seus metabólitos resultam em aumento na fertilidade dos machos e consequente aumento na produção de pintinhos nos sistemas de produção de aves comerciais.
Os ácidos graxos poliinsaturados possuem em sua composição muitas duplas ligações com um alto potencial oxidativo. Para minimizar esses efeitos oxidativos vem sendo utilizado na ração antioxidantes, principalmente os naturais como o caso da vitamina E, selênio e a vitamina C, que além de proteger a oxidação da gordura, também enriquecem o ovo.
Essa suplementação é importante, pois durante a incubação principalmente no período próximo a eclosão ocorre um aumento no metabolismo do pintinho, gerando uma alta produção de radicais livres.
Em estudo analisando diferentes níveis de inclusão de óleo de linhaça como fonte de ômega -3 em matrizes e reprodutores de codornas japonesas, conclui-se que uma relação de 9,29, melhora a eclodibilidade, qualidade e composição corporal do pintinho de um dia.
O tecido embrionário possui uma alta concentração de ácidos graxos poliinsaturados que é a principal fonte de energia dos embriões, com isso a exigência por antioxidantes aumenta por serem mais sensíveis a rupturas provocadas pelos radicas livres, além dos processos respiratórios do pintinho que elevam os teores de oxigênio no ambiente, acelerando o processo de oxidação.
Os principais antioxidantes utilizados na ração animal são as vitaminas E e C, os carotenoides, e os minerais como o selênio, o zinco e o cobre.
Os minerais, os carotenoides e a vitamina E são transferidos para a gema com a suplementação nas matrizes, pois com a transferência para a gema serão depositados nos tecidos embrionários, os outros antioxidantes são sintetizados no organismo do animal.
Para vitamina E, o principal isômero utilizado na indústria é o α-tocoferol que atua na neutralização de radicais peroxilas de ácidos graxos, protegendo membranas e lipoproteínas, por isso essa vitamina vem sendo utilizada em dietas suplementadas com ácidos graxos poliinsaturados, níveis acima de 100mg/kg na dieta.
No entanto, essa suplementação de antioxidantes para matrizes não está bem definida, onde com o aumento da utilização dos óleos ricos em ômega-3 é necessária uma maior suplementação, por esses óleos possuírem menores teores de vitamina E na sua composição, enquanto que as algas possuem maiores teores de vitamina E na sua composição.
Diante disso, têm sido realizadas pesquisas na Universidade Estadual de Maringá- UEM com o objetivo de avaliar a suplementação de matrizes de codornas japonesas com adição de ômega 3 e utilização de antioxidante.
Alguns resultados parciais e preliminares já foram divulgados e serão apresentados a seguir, onde avaliou-se duas relações de ômega 6 e ômega 3 e três níveis de vitamina E (vitE).
Não foram observadas diferenças no desempenho produtivo e qualidade do ovo nem com a modificação da relação e a inclusão dos níveis de vitamina E, entretanto, no desempenho de incubação, foi observado que a eclodibilidade dos ovos férteis foi maior com a relação 9,29:1 (97,17%), enquanto que a relação 13,75:1 foi de 93,99%.
A relação e os níveis vitE influenciaram a mortalidade total dos pintinhos. Quando a relação reduziu e os níveis de vitE aumentaram a mortalidade reduziu.
Foi realizado um experimento com seis dietas experimentais sendo: duas relações de ômega 6: ômega 3 a 13,75:1 e 9,29:1 e suplementadas com três níveis de vitE (25, 200 e 250 mg/kg). Para a obtenção da relação 9,29 foi utilizado óleo de linhaça como fonte de ômega 3, onde foi adicionado junto com o óleo de soja, a relação 13,75 é a relação da dieta basal contendo apenas óleo de soja.
A partir desses resultados conclui-se que para o desempenho reprodutivo e qualidade de pintinho a melhor relação seria a 9,29, suplementada com 250 mg de vitamina E por apresentar melhores taxas de eclosão, fertilidade e maior peso e comprimento do pintinho de um dia. Essa relação é obtida com o uso de óleo decanola na ração, demonstrando a indicação de uso do óleo como fonte de ômega-3 para matrizes de aves comerciais.
A redução na fertilidade das matrizes e reprodutores de frango pesado é uma realidade na indústria, e uma das alternativas para melhorar esses índices produtivos são a utilização de alimentos que ajudem aumentar esses índices.
Os estudos em matrizes de codornas demonstram que o uso de fontes de óleos ricas em omega-3 melhora a fertilidade, a taxa de eclosão e a qualidade de pintinho, sendo esses resultados promissores para todas as espécies de aves comerciais.
www.hendrix-genetics.com/layinghens
EGG CLUB EGG CLUB EGG CLUB EGG CLUBMSD Saúde Animal foi aos EUA para trocar experiências com grandes produtores norte-americanos e aproveitou para marcar presença no IPPE, apresentando novas tecnologias para o setor
Aavicultura mundial se mantém alerta com o alto impacto de parasitas intestinais do gênero Eimeria, protozoários que causam a coccidiose, no sistema produtivo e na sanidade dos animais.
Bastante comum na cadeia avícola, a doença é responsável por grandes prejuízos, no entanto, muitas vezes são evitáveis.
O uso de anticoccidianos é estratégia frequente, mas há uma tendência global por alimentos livres desse tipo de medicamento, o que é possível por meio do uso da vacinação para esse fim.
Os EUA já são grandes adeptos a esse controle e, em janeiro, a MSD Saúde Animal visitou grandes produtores do estado da Georgia, ao lado de importantes clientes brasileiros, para a troca de experiências sobre o uso da vacina.
Rafael Sonada, médico-veterinário e gerente de produtos e marketing da linha incubatório da unidade de negócios de Avicultura da MSD Saúde Animal, pontua que é crescente a tendência pelo uso da vacina pelo valor que ela agrega ao produto final ao não deixar resíduos, sem impactos no consumo humano, e ao exercer um controle efetivo contra a coccidiose, uma vez que esse agente pode gerar resistência aos anticoccidianos.
uma experiência
poder compartilhar conhecimento com duas grandes empresas avícolas dos EUA, entender os resultados positivos em termos de parâmetros zootécnicos, os desafios enfrentados e quais são as perspectivas com a vacinação. Foram interações importantes para conhecermos na prática os benefícios do uso da vacina, trazendo um novo olhar para a produção brasileira”, diz.
Entre as soluções já disponíveis no mercado para o controle de coccidiose está a FORTEGRA®, indicada para a vacinação de frangos de corte de um dia de idade, por administração via spray, para auxiliar na prevenção da doença causada pela E. mivati e E. tenella, além de agir na redução de lesões relacionadas a E. acervulina e E. maxima. Produzida pela MSD Saúde Animal, a vacina está disponível no Brasil desde 2018.
“Foi
rica
No país, estima-se que as perdas pela coccidiose subclínica podem chegar a US$ 19,1 milhões anuais, sendo 11,85 milhões com perdas na produção de carne (CASTRO, 1994), por isso, a prevenção e o controle são fundamentais.
“É uma demanda que vem se fortalecendo e que os produtores brasileiros precisam estar atentos, para que possam adequar seus programas com calma e dentro de um protocolo estratégico, visando os melhores resultados produtivos e rentáveis”, pontua o gestor da unidade de negócios de Avicultura da MSD Saúde Animal.
Totais de perdas anuais
US$ 19,1 milhões
Perdas na produção de carne 11,85 milhões
Totais de perdas anuais
US$ 19,1 milhões
Perdas na produção de carne 11,85 milhões
E com a tendência mundial de produtos livres de antibióticos, com um olhar atento para as questões regulatórias, além das exigências dos consumidores e do próprio mercado, a adesão da vacinação é um caminho sem volta.
Entre os pontos de atenção dessa enfermidade é que muitas aves não apresentam os sinais clínicos evidentes de coccidiose depois da infecção. Além disso, essa coccidiose subclínica tem impacto direto nas taxas de ganho de peso diário das aves, resultando em um lote desuniforme.
Nesse cenário, a vacinação com FORTEGRA® oferece uma estratégia promissora, que envolve a introdução de cepas sensíveis de Eimeria, bem como imunidade controlada e precoce. Assim, o crescimento do lote torna-se mais homogêneo.
“A fórmula única e avançada da vacina viva FORTEGRA® permite uma gestão otimizada da coccidiose. É uma solução consistente de oocistos de cinco cepas sensíveis de eimerias diferentes”, explica Sonada.
A equipe de avicultura da companhia aproveitou a ida aos Estados Unidos para participar de um dos principais congressos do setor, o Internationl Production & Processing Expo (IPPE) 2023.
Segundo Sonada, o objetivo da empresa é sempre fomentar discussões relevantes para a cadeia avícola, a fim de incentivar o desenvolvimento contínuo e a construção de um novo horizonte para o segmento, envolvendo segurança alimentar e Saúde Única, que contempla a vivência harmônica e saudável entre animais, pessoas e meio ambiente.
Durante o congresso, a MSD Saúde Animal apresentou novas tecnologias que buscam promover mais praticidade na produção, fomentar o bem-estar animal e ampliar a sanidade das aves. Entre as soluções destacadas estão Innoject Pro, máquina de vacinação simultânea para via subcutânea e spray, e MIDHAS, máquina de vacinação spray constante e vacinação spray ou gel para coccidiose.
A precisão e a praticidade da Innoject Pro permitem uma vacinação assertiva, com baixa porcentagem de falhas, alta produção por hora e máxima segurança do operador, além de favorecer o bem-estar animal. Isso porque as aves são colocadas em posição relaxada, o processo é menos estressante e as lesões são reduzidas.
Por hora, são vacinados até 4 mil pintinhos e a máquina faz a vacinação simultânea de duas aves. O equipamento também permite fazer a gestão de dados, com recursos compatíveis com iOS e Android.
Já a MIDHAS é uma tecnologia de pressão constante com aplicação simultânea de vacinas por bicos de spray e/ou gel, com dosagem ajustável. É simples de instalar, operar, limpar e desinfetar.
“São equipamentos de tecnologia avançada e que otimizam o processo de vacinação. Inclusive, essas máquinas podem promover a aplicação da vacina de coccidiose, contribuindo para o avanço do controle da enfermidade”, afirma o gestor da unidade de negócios de Avicultura da MSD Saúde Animal.
Com o emprego de tecnologia e ciência, associadas a pesquisas, a MSD Saúde Animal atua para trazer inovação por meio de suas soluções, contribuindo para o bem-estar dos animais de produção e impactando a segurança e qualidade das proteínas, sempre atento ao controle da sanidade nas granjas.
Há muitos trabalhos acerca da influência da qualidade de casca sobre a eclosão, embora os métodos para determinar sua qualidade variem entre autores. Uma das formas de avaliar a qualidade dos ovos é pela conhecida análise da gravidade específica. Muitos estudos mostram que uma menor gravidade específica resulta em menor eclosão com mortalidade embrionária mais frequente em fases iniciais de desenvolvimento.
Sabemos que a gravidade específica dos ovos nos dá uma indicação da espessura da casca, que por sua vez, guarda relação com a condutância, embora análises de campo em grande escala revelem correlação moderada.
A condutância da casca, é o parâmetro que mostra quanto a casca permite que gases fluam para fora (basicamente CO2 + H2O) e para dentro do ovo (O2).
Quanto maior a condutância então, maior será o fluxo de gases através da casca e é importante relembrar que outros fatores alheios à espessura da casca também contribuem com uma maior ou menor condutância, como é o caso da quantidade, diâmetro médio e disposição de poros, por exemplo.
Existem alguns métodos de mensuração da espessura da casca. O mais comum, adotado universalmente pelos incubatórios, é a prova de gravidade específica (Gráfico 1). Entretanto, outras metodologias, como medição direta da espessura de casca e a prova pelo Princípio de Arquimedes também podem ser utilizadas, além de alguns métodos invasivos.
A seguir descrevemos algumas metodologias e na sequência, focaremos na gravidade específica e o correto entendimento de seus fundamentos, visto que essa é a prática comum na maioria dos incubatórios.
Medição direta da espessura da casca:
Essa é a maneira invasiva (é necessário quebrar o ovo para medir) mais eficiente de se medir a espessura da casca dos ovos, pois é uma medição direta. A medição pode ser feita cuidadosamente com paquímetro digital ou com determinados micrômetros/ espessômetros, como podemos ver na Figura 1. Devemos sempre dar preferência aos equipamentos digitais e, entre eles, aos que se conectam diretamente ao computador. Com isso, não apenas ganharemos tempo ao dispensar a tarefa de digitação, como também reduziremos o fator erro humano.
Métodos para mensuração da qualidade de casca em incubatórios comerciais:
Princípio de Arquimedes:
Essa é a maneira não invasiva mais eficiente de se medir a gravidade especifica dos ovos pois nos fornece resultados de forma contínua e, por isso, resulta em uma inferência da espessura da casca mais segura do que demais metodologias não invasivas utilizadas. Basicamente, consiste em pesar ovos individualmente de duas maneiras. Primeiramente, pesa-se o ovo seco em balança digital, em seguida pesa-se o ovo submerso em água.
A água exerce uma influência sobre a gravidade específica, pois sua densidade varia conforme a temperatura. Mais adiante trataremos desse assunto com mais detalhes. O resultado da gravidade específica obtém-se através da divisão entre o peso seco e o peso mergulhado na água, multiplicado pelo fator de correção da densidade da água.
A utilização desse princípio não é difundida pelo fato de as análises serem individuais, ao passo que na metodologia utilizada pelos incubatórios comerciais faz-se a análise de vários ovos simultaneamente. Entretanto, o emprego da análise pelo Princípio de Arquimedes pode ser tão ou mais viável e rápido quanto o tradicional banho em solução salina que veremos adiante, ainda que analisando-se ovos um a um.
Medição indireta da espessura da casca:
Nessa metodologia, utilizamos um equipamento através de ultrassom. É um método simples e que exige medições individuais, além de ser necessária a utilização de gel para perfeita conexão entre a unidade de leitura e a casca do ovo. A precisão da leitura pode variar significativamente em função da incorreta utilização do gel. Essa também é uma medição não invasiva e inferitiva.
Outras metodologias não invasivas de medição indireta estão em desenvolvimento, como por exemplo o método de espectrometria de reflectância em terahertz (ou simplesmente raios T), mas ainda estão indisponíveis comercialmente.
Método de imersão em solução salina: Essa é a forma mais comum utilizada por incubatórios ao redor do mundo e é bastante imprecisa, mas traz consigo a vantagem de não ser invasiva e de ser aplicada à inúmeros ovos simultaneamente. Sobre ela discorreremos de maneira mais aprofundada.
Essa metodologia consiste em preparar soluções salinas de diferentes concentrações, normalmente variando de 1.060 até 1.090 a intervalos de 5 em 5 ou 10 em 10 (nunca utilize distintos intervalos na mesma medição). Usualmente recomendamos o uso de 3 ou 4 soluções distintas, mas frequentemente vemos plantas que trabalham com apenas 2 ou até 1 solução.
No caso de utilizar duas soluções, a recomendação é utilizar duas soluções extremas, por exemplo 1.070 ou 1.075 e 1.085. Não recomendamos utilizar apenas uma solução rotineiramente.
Os ovos são imersos na solução de menor densidade. Se boiarem, devem ser retirados e, se afundarem, devem ser transferidos para a imediata maior solução e, assim, sucessivamente. Quando retiramos os ovos, apontamos a quantidade na categoria em que boiaram (Figura 2).
Um primeiro esclarecimento que se faz necessário é sobre a unidade em que a gravidade específica é medida, pois apenas uma pequena parcela dos técnicos, gerentes e diretores envolvidos no processo de incubação sabe do que se trata. Esse valor de 1.060, por exemplo, quer dizer 1.060 o que?
Quando falamos de gravidade especifica, usamos também o termo densidade, que é correto (por isso usamos um densímetro e a melhor escala deve ser de 1.050 a 1.100).
Pensando em densidade devemos nos lembrar do conceito, que é a relação entre duas grandezas diferentes, a massa e o volume. Assim, uma solução de 1.060 de densidade quer dizer que para 1.060 unidades de massa utilizadas, temos 1 unidade de volume utilizada.
Normalmente as unidades são gramas para massa e litros para volume. Dessa forma teremos 1.060g/l. Em outras palavras, isso quer dizer que um litro dessa solução deve pesar 1.060 gramas.
Mas porque isso é importante? Porque se mergulhamos um ovo nessa solução e ele afunda, entendemos que o volume representado por esse ovo pesa mais do que o mesmo volume representado pela solução. Se ele boia, seu peso é menor que o da solução, considerando o mesmo volume. Se ele não afunda e nem boia, seu peso é equivalente ao da solução.
Como são feitas diferentes soluções salinas e normalmente intercaladas em 5g/l, os resultados não formam uma leitura continua e sim escalonada. Isso quer dizer que alguns ovos podem ter sua leitura interpretada com uma variação de ±5g/l o que é muito em se tratando de qualidade de casca, perda de umidade e eclosão.
E se o ovo não afunda e nem boia? Algumas vezes nos deparamos com ovos que ficam em posição intermediária do balde. Isso quer dizer que esses ovos têm praticamente a mesma densidade da solução. Ovos que afundam são mais densos, ovos que bóiam são menos densos que a solução. Em termos práticos, consideramos que se a maior parte do ovo afunda até o terço final do balde ele é mais denso que a solução, caso contrário, se ele bóia, ele é menos denso.
Alguns incubatórios consideram que os ovos intermediários seguem à seguinte solução. Isso não é um problema desde que esse procedimento seja padronizado e feito sempre da mesma forma pois geralmente, poucos são os ovos que ficam na posição intermediária. Para esse caso, a constância na aplicação do critério é mais importante do que o critério em si.
técnicas
A rotina de um incubatório muitas vezes é desgastante e extensa, por isso temos recomendado a substituição dos baldes nos casos em que os ovos são recebidos em cartelas plásticas ou bandejas de incubação de pequena capacidade (Figura 4)
Para ganhar tempo no processo, recomendamos recipientes horizontais de forma que a bandeja/cartela seja imersa totalmente juntamente com os ovos, funcionando assim também como dispositivo coletor para a seguinte solução, conforme a ilustração abaixo. Caso use balde, recomendamos peneiras de fritura com suficiente profundidade.
Baseado na figura acima, ovos da superfície são retirados manualmente, enquanto os demais são transferidos diretamente na bandeja à solução seguinte. No final, recomendamos o enxague dos ovos, seguido de desinfeção com meia dose do agente atualmente em uso.
Essa é a fonte de variação que buscamos analisar. Se fosse a única, teríamos na gravidade específica uma metodologia 100% confiável e precisa. Como a casca representa a fração mineral do ovo (embora traços de minerais estejam presentes na gema também assim como alguma proteína na casca), a sua variação terá influência direta na medição, pois não precisamos de muita reflexão para saber que minerais são mais pesados que água (albúmen) e gordura (gema).
Nesses casos, se faz muito importante calibrar a solução com o densímetro a cada lote analisado, assegurando assim, maior confiabilidade nos resultados, pois ao passar a bandeja para solução seguinte, podemos dilui-la. O tempo de execução da tarefa poderá cair pela metade usando essa técnica, ao invés do balde convencional.
No início desse item, comentamos que a medição pela gravidade específica é bastante imprecisa. Vale elencar as fontes de variação da utilização dessa metodologia que conferem dita imprecisão aos resultados. Ao lado uma listagem por ordem de importância:
Assim, uma maior presença de cálcio na casca trará como resultado ovos que se enquadram nas categorias mais altas de gravidade específica. Preferencialmente, devemos padronizar a utilização de ovos da mesma coleta em todas as análises.
Da mesma forma, ovos com casca fina, tendem a trincar, por isso devem ser inspecionados antes do início da atividade, pois são mais prováveis de se enquadrarem nas categorias mais baixas. Normalmente, esses ovos não alteram a média, mas sim a distribuição que deve ser um certo % de ovos iguais ou acima de uma determinada gravidade específica (normalmente 60% dos ovos acima de 1080 ou 1085g/l).
A água é o maior componente da solução salina em todas as concentrações que preparamos, por isso sua densidade exerce uma influência significativa na densidade da solução. Sem as variações da densidade da água e da densidade do sal, não precisaríamos de um densímetro para preparar as soluções.
Caso seja utilizado um densímetro calibrado a uma temperatura diferente, a solução deve ser preparada nessa temperatura indicada pelo densímetro.
Já a densidade do sal é muito variável. Os sais que utilizamos tem densidades muito menores que o NaCl puro, pois há maior presença de ar entre as partículas, mesmo considerando-se sal refinado de cozinha. Dessa forma, reiteramos que não devemos utilizar valores fixos de água e sal para o preparo da solução de forma definitiva (desconfie de tabelas prontas para esse propósito).
Como vimos, a densidade da solução é a representada pela sua massa dividida pelo seu volume. Assim, conhecendo a densidade da água e do sal, bastariam pequenos cálculos e teríamos quantidades fixas de água de sal, necessitando apenas uma balança.
Eles podem ser utilizados apenas como balizamento inicial do preparo, para então, com o uso do densímetro, chegar a concentração correta de cada solução.
Por exemplo, a água pura tem sua maior densidade na temperatura de 4oC, que podemos considerar 1.000g/l. Diferentemente de outros materiais, ao esfriar, sua densidade baixa (por isso o gelo em um copo d´água boia).
Curiosamente, acima dos 4oC a densidade da água também baixa. Por essa razão, sempre se recomenda realizar a atividade com a temperatura da água na casa dos 20oC pois os densímetros são na verdade denominados termo-densimetros e em geral estão calibrados para 20oC (e devem mostrar uma escala de temperatura também).
Novamente, em termos práticos, podemos considerar que a densidade da solução varia 1g/l a cada 2oC acima ou abaixo de 20oC (caso tenha sido preparada com termo-densímetro calibrado a 20oC). Isso quer dizer que devemos trabalhar com a temperatura da solução entre 18 e 22oC para que não haja erros de interpretação.
Na Figura 5, podemor ver 8 ovos com densidade menor do que a solução a 21,6oC. Utilizando-se exatamente a mesma solução e mesmos ovos, mas aquecendo-a até 27,9oC fará com que 7 deles afundem. Esse efeito é unicamente pela temperatura da solução que reduz a densidade da água, fazendo com que os ovos afundem.
Conforme estocamos ovos por mais de um dia, a liberação de vapor de água de seu interior levará a uma diminuição de seu peso, fazendo baixar as leituras de perda de umidade. Dessa forma, não recomendamos fazer leitura de perda de umidade em ovos com mais de 2 dias de postura (o ideal é utilizar ovos do dia, mas para efeitos práticos “toleramos” até 2 dias como máximo).
A perda de peso provoca aumento da câmara de ar, entretanto, vemos que mesmo no dia da postura, pode haver variações no tamanho da câmara de ar entre diferentes ovos e, consequentemente, variações na leitura da gravidade específica.
Em termos práticos, a cada um ou dois dias de estoque, os ovos perderão 1g/l de gravidade específica. Em outras palavras, um ovo que inicialmente apresenta 1.080g/l no dia 1 pós postura, apresentará aproximadamente 1.079 um ou dois dias depois, logo 1.078 e assim sucessivamente, a depender da espessura da casca e das condições de umidade relativa do armazenamento.
Na imagem abaixo, ovos com diferentes tamanhos de câmara de ar. Quanto maior a câmara de ar, menor a gravidade específica em ovos do mesmo tamanho.
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DO OVO (PESO, ALTURA, LARGURA):
Como a densidade é a divisão da massa pelo volume, é natural imaginarmos que ovos de mesma massa, mas de volume diferente, terão diferentes densidades. Da mesma forma, sabendo que a largura do ovo influencia em seu volume mais do que a altura, ovos mais largos tendem a ter menor gravidade específica do que ovos mais compridos de mesma massa.
De forma geral, ovos com maior gravidade específica, são em média, mais leves, embora a dispersão seja grande.
TAMANHO DA GEMA:
A gema dos ovos apresenta tamanho variável em função da idade da galinha, geralmente partindo de aproximadamente 25% do peso do ovo em lotes jovens, chegando a mais de 30% em lotes no final do ciclo produtivo.
Esse fator por si só, já exerce influência negativa sobre a densidade, o que muitas vezes é negligenciado, atribuindo-se unicamente à qualidade da casca as razões para uma pior gravidade específica do fim de ciclo. Essa influência ocorre também em um grupo de ovos de mesma idade e mesmo lote, pois o peso da gema varia de ovo a ovo.
TENSÃO SUPERFICIAL DA SOLUÇÃO SALINA:
Esse fator induz a pequenos erros de leitura pois a tensão superficial da água nos faz identificar dois possíveis pontos no termo-densímetro, conforme a imagem abaixo (Figura 6) É importante salientar que a leitura deve ser feita pelo ponto mais baixo indicado na escala (o ponto do nível normal da água), conforme a imagem abaixo. Na figura da direita a densidade da solução é menor que 1.090g/l.
No início desse artigo comentamos que a gravidade específica e a espessura da casca influenciam as taxas de eclosão. A literatura está repleta de análises de gravidade específica e resultados de eclosão. O artigo foi feito para elucidar técnicos de incubação de todo o mundo sobre essa importante ferramenta de gestão de qualidade de casca e resultados, seja para plantas de todas as gerações de aves de genética para postura ou para corte.
Gravidade específica dos ovos: Fundamentos, técnicas e aplicações
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Em caso de dúvidas ou necessidade de referências bibliográficas, favor consultar diretamente o autor (Thomas Calil - calilt@hotmail.com).
Civilizações antigas já praticavam medidas de biosseguridade para evitar a transmissão de agentes infecciosos dentro de uma família, vilarejos e cidades. Por exemplo, na época medieval pacientes afetados pela Lepra eram separados do resto da população para evitar contágios. As pessoas afetadas seguiam regras para evitar novos casos (cuidados nas fontes de água para consumo; orientações para evitar a transmissão pelas correntes de ar...).
Na área veterinária, a biosseguridade inclui medidas para salvaguardar a vida e saúde dos animais, é um seguro para reduzir a possibilidade de introdução de um patógeno. Caso ele já esteja circulando na granja, o objetivo da biosseguridade é limitar a sua propagação dentro da granja ou área geográfica.
O plano de biosseguridade deve garantir que todas as operações e processos relacionados à avicultura sejam realizados com segurança, prevenindo o risco de adquirir e transmitir doenças infecciosas.
É importante estabelecer uma sólida rotina de biosseguridade na avicultura para evitar o surgimento e a propagação de agentes infecciosos que podem ter sérias consequências para a saúde e o bem-estar dos animais e das pessoas envolvidas no trabalho.
Infelizmente, os investimentos em biosseguridade são percebidos como despesas e não como recursos necessários para garantir a produtividade e rentabilidade das criações avícolas, as quais fornecem alimentos seguros e saudáveis. Além disso, experiências passadas e recentes demostraram como o ingresso de agentes infecciosos com consequências devastadoras em morbidade e mortalidade levam à falência de empresas avícolas.
A biosseguridade requer planificação (Concepção), investimentos (Estrutura) e compromisso (Operacional).
1. Concepção: a biosseguridade se inicia definindo a localização das instalações e os níveis de risco para a propriedade. Se faz necessário identificar e caracterizar as doenças endêmicas e exóticas na região:
Avaliar risco de introdução de infecções, Quantificar o impacto de doenças endêmicas e exóticas, Projetar as consequências financeiras da infecção, Identificar e priorizar as possíveis rotas de introdução de patógenos.
2. Estrutural: refere-se à construção física, desenho da granja, e manutenção das instalações para evitar o ingresso de agentes/vetores de doenças, facilitando o cumprimento das práticas operacionais de biosseguridade.
3. Operacional: os procedimentos operacionais incluem as práticas de manejo e medidas de rotina que se realizam para prevenir as doenças, incluindo avaliações de risco e o cumprimento de procedimentos operacionais estândares (POP) – check-list. As práticas têm que estar focadas nas fontes de ingresso de patógenos (Gráfico 1).
veículos Aves de substituição Aves silvestres e não comerciais Funcionários permanentes Funcionários temporáriosO plano de biosseguridade requer um correto entendimento para uma correta implementação e execução das medidas de biosseguridade.
Responsabilidades: toda granja ou unidade epidemiológica deve ter um responsável por definir, implementar, avaliar e corrigir os procedimentos de biosseguridade. Ele deve estar familiarizado com a biosseguridade estrutural e operacional, e o estado de saúde do plantel.
Treinamentos: o plano de biosseguridade somente será efetivo quando TODOS na granja o cumpram de forma contínua; sendo o treinamento a principal forma de fomentar o cumprimento. O plano de biosseguridade deve conter materiais de treinamento aplicáveis à realidade da propriedade. Os treinamentos devem realizar-se pelo menos uma vez por ano e novos funcionários devem ser treinados quando selecionados.
Limpeza e desinfecção: os procedimentos devem estar bem descritos no plano, sendo eles 90% físicos e 10% químicos. O plano deve incluir a inspeção contínua da execução, documentando os produtos usados e verificando sua eficácia. Os produtos selecionados devem atender critérios de eficácia, efeito residual, praticidade, compatibilidade, riscos à saúde animal e humana, e não apenas o custo.
2 3 4 5 Biosseguridade aviNews Brasil 1T Março 2023 | Biosseguridade na indústria
Configuração da propriedade: o plano de biosseguridade deve conter um mapa detalhado e atualizado do local indicando a entrada à granja, estacionamento, áreas perimetrais de proteção, linhas de separação, áreas de limpeza e desinfecção, vias de circulação de veículos, local para descarte de aves mortas... A localização destes locais deve obedecer o fluxo e critérios que evitem o ingresso de patógenos.
Controle de trânsito: deve existir um controle rigoroso de movimento de pessoas, veículos e equipamentos. Há necessidade de cartazes indicando a restrição de acesso, registro de visitas e estruturas que limitem o acesso de pessoas e animais à propriedade.
Equipamentos e veículos: deve ser permitido apenas o ingresso de equipamentos e veículos estritamente necessários. Estes devem ser descontaminados, e os veículos externos e internos devem seguir fluxo e direção de áreas limpas para áreas sujas.
Aves silvestres, roedores e insetos: a eficácia das medidas de controle de acesso de aves externas e pragas deve ser continuamente avaliada mediante a visualização destes animais, suas fezes ou penas, principalmente durante os períodos de maior risco. As medidas devem evitar a atração destes animais (limpeza), seu ingresso (barreiras físicas) e controle (químico).
Funcionários: devem ter bom entendimento da importância das medidas de prevenção para garantir a saúde do plantel e a segurança laboral. Eles devem conhecer os riscos e fontes de contaminação fora da granja e seguir corretamente todos os procedimentos.
Água, alimento e cama nova: se expostos a aves silvestres ou domésticas, insetos ou roedores podem introduzir patógenos à granja.
Manejo de esterco e cama contaminados: devem ser removidos, tratados e eliminados para evitar a exposição com aves susceptíveis. Os veículos que retiram estes materiais devem seguir fluxo correto evitando contaminar outras áreas da propriedade e granja.
avícola: uma exigência para garantir
6 a produtividade e rentabilidade... seguro efetivo do patrimônio
Eliminação de mortalidade: o plano deve descrever a metodologia e frequência de identificação das aves mortas, disposição, eliminação de cadáveres, e o controle de pragas que circundam as carcaças.
eliminação de lotes (Stuart D. 2019)
Procedimento Custo (Libra esterlina)
Acompanhamento de morbidade e mortalidade: aumento acima do padrão, súbito ou agudo da morbidade e/ou mortalidade deve notificar-se imediatamente ao responsável pela sanidade da empresa, implementando-se medidas que evitem a disseminação de patógenos. O acompanhamento clínico e o diagnóstico devem ser conduzidos por profissional qualificado de forma imediata.
Auditoria: pode ser interna ou externa, e deve ser realizada pelo menos anualmente, verificando documentação, planos, e execução dos procedimentos.
O plano de biosseguridade deve ser desenhado de acordo com os riscos e consequências econômicas dos surtos.
Exigências de acordo com o tipo de criação avícola e nível de risco: granjas que alojam
aves de maior valor (avôs e matrizes), e 01 02
Expostas a doenças devastadoras, devem ter maiores investimentos nas medidas de biosseguridade, Tabela 1.
(*) somente valor do lote; não inclui perda de vendas
(**) lote pequeno, porém não inclui progresso genético
Custo relativo da sanidade: os custos de produção vêm aumentando no decorrer dos anos, principalmente os relacionados à alimentação. Os gráficos 1 e 2 mostram o menor “custo relativo” dos programas vacinais e desinfetantes na produção de frangos de corte nos últimos anos. Para a análise se usaram custos e preços de uma empresa do Paraná.
Gráfico 2. Participação do programa vacinal (%) no custo de produção do frango
Tabela 1. Custo da biosseguridade versus perdas decorrentes de surtos comParticipação desinfetantes (%) Custo Frango Vivo - Unidade
Gráfico 3. Participação dos desinfetantes (%) no custo de produção do frango
Prevenção profilática e payback: a vacinação é parte importante do programa de biosseguridade, pois, aumenta a resistência das aves à infecção e limita a circulação de patógenos, principalmente daqueles que criam aves portadoras assintomáticas.
A Tabela 2 mostra as perdas após desafio com o vírus da Laringotraqueíte infecciosa das aves (LTI) em uma granja de poedeiras.
O gráfico apresenta também o custo do programa vacinal preventivo (na ausência do patógeno), e o custo do programa vacinal de controle quando o agente já ingressou na propriedade. A análise mostra que as perdas ocasionadas por um surto de LTI em um lote equivale ao investimento em vacinar de forma preventiva 111 a 159 lotes de aves.
Biosseguridade na indústria avícola: uma exigência para garantir a produtividade e rentabilidade...
Perda de produção de ovo (Lote 100.000 Galinhas)
CUSTO DO PROGRAMA VACINAL PÓS DESAFIO (DE CONTROLE) (LOTE 100.000 Galinhas)
Investimento adicional em prevenção pós desafio (3 vacinas vetorizadas)
Aumento de manejos e despesas por vacinações adicionais
5.192,3
Dificuldade para retirar aves e esterco Sim
CUSTO DA PREVENÇÃO (LOTE 100.000 Galinhas)
Investimento adicional com vacinação preventiva (sem modificar manejo)
1.634,6 - 2.019,2
Tabela 2. Custo de um desafio de Laringotraqueíte infecciosa em granja de poedeiras versus custo do programa vacinal antes (preventivo) e depois do ingresso de agente infeccioso (de controle).Na avicultura tradicional a tomada de decisões é um processo empírico e observacional. Baseado na experiência do técnico de campo, dietas e planos de manejo são elaborados considerando-se a disponibilidade componentes.
Na avicultura moderna as decisões são baseadas em dados. Sensores instalados no galpão e análises de amostras biológicas fornecem informações que irão amparar a equipe técnica em ações práticas propositivas, baseadas nas necessidades dos animais. Essa abordagem é chamada de “Pecuária de Precisão”.
O termo Pecuária de Precisão foi empregado pela primeira vez 2003 por Werner e colaboradores, anunciando o papel decisivo das tecnologias nos cuidados animal. Hoje essa expressão é melhor definida como:
“o uso de tecnologia para monitorar a produção animal, seus produtos e o ambiente de criação com o objetivo de cuidar da gestão da fazenda, fornecer informações para o produtor tomar decisões ou ativar sistemas automatizados de controle”
(Rowe et al., 2019).
Natanael Leitão Biólogo, com mestrado e doutorado em microbiologia e imunologia pela Universidade Federal de São Paulo. Diretor científico.Na avicultura, a penetração da tecnologia nas granjas encontra desafios técnicos e operacionais, além de uma resistência cultural das equipes de campo. Essa combinação deixa espaço para as práticas tradicionais sejam o padrão de manejo dos aviários no Brasil.
Permanecer na avicultura empírica é garantia de cometer erros na criação dos animais, cujas consequências podem comprometer o resultado anual da operação, com implicações profundas na sustentabilidade do negócio.
Com margens cada vez mais estreitas para operar, não resta ao produtor outra opção a não ser amparar-se na tecnologia para a tomada de decisão. Aos técnicos de campo, o domínio de múltiplas variáveis e novas ferramentas se torna inerente ao sucesso na profissão.
Na Tabela 1 (página seguinte) elencamos cinco diretrizes para guiar sua entrada na avicultura de precisão.
A tomada de dados do sistema de produção tem a função não apenas de monitorar os resultados do ciclo, mas antecipar cenários de perda.
Através da capacidade preditiva de algoritmos computacionais, análises históricas associadas com as dieta e manejo praticados, podem gerar alertas e calcular a probabilidade de incidência de disbioses ou queda da eficiência alimentar das granjas.
Em estudo realizado pela Embrapa mostra que a integração de tecnologias na criação de aves pode aumentar até 40% do desempenho animal e reduzir o uso de medicamentos (Vasconcelos et al., 2016).
Quando avaliadas as principais doenças de impacto econômico na avicultura, Jones e colaboradores (2018) apontam que 7 de 9 doenças tem a prevenção como intervenção mais efetiva (Tabela 1). Essa prevenção pode ser focada na manipulação da dieta e uso de aditivos.
Medidas preventivas só podem ser adotadas precisamente com suporte de dados e ferramentas preditivas. Do contrário, correm o risco de acarretar em aumento de custos.
Doença Classe da medida Tipo de intervenção e fonte dos dados
Discondroplasia tibial Prevenção
Ascite Prevenção
Clostridiose Tratamento
Coccidiose Prevenção
Manipulação de Nutrientes (Edwards 1990). Manipulação do consumo da dieta (Edwards and Sorensen 1987; Onbasilar et al.). Manipulação da temperatura de incubação dos ovos (Yalcin et al. 2007)
Restrição alimentar - ciclo completo (Arce et al. 1992; Rincon 2000; Camacho-Fernandez et al. 2002). Restrição alimentar – primeiras semanas (Arce et al. 1992; Acar et al. 1995; Khajali et al. 2007).
Antibióticos (Zhang et al. 2010; Tactacan et al. 2013). Bacteriofago terapia (Miller et al. 2010). Outros antimicrobianos (Tactacan et al. 2013).
Vacinas (Shirley et al. 1995; Williams et al. 1999; Vermeulen et al. 2001; Williams and Gobbi 2002; Li et al. 2005; Suo et al. 2006; Miguel et al. 2008; Lee et al. 2009)
Probióticos (Abdelrahman et al. 2014). Tratamentos herbais (Miguel et al. 2008).
Anticoccidianos (Williams et al. 1999; Williams and Gobbi 2002; Li et al. 2005; Suo et al. 2006; Miguel et al. 2008; Lee et al. 2009; Abdelrahman et al. 2014).
Pododermatite Prevenção
Manipulação da umidade da cama (Martland 1985; Ekstrand et al. 1997; Mayne et al. 2007; Wang et al. 1998; Cengiz et al. 2011; de Jong et al. 2014; Taira et al. 2014). Variação da composição da cama (Bilgili et al. 2009).
Dano de carcaça Prevenção Mudança de gaiolas (Sherwin et al. 2010; Wilkins et al. 2011; Petrik et al. 2015)
Bronquite infecciosa Prevenção
Salpingite/Peritonite Prevenção
Bicagem/Canibalismo Tratamento / Prevenção
Vacinas (Cook et al. 1999; Jones et al. 2005; Tarpey et al. 2006; Tawfik et al. 2013; Faramarzi et al. 2014)
Probióticos (Shini et al. 2013). Inoculação (Reid and Bocking 2003). Vacinação (Gregersen et al. 2010)
Alojamento (Fossum et al. 2009). Debicagem (Craig and Lee 1990). Melhoria de ambiente (El-Lethey et al. 2000; Lambton et al. 2013). Redução de aves por m2 (Nicol et al. 1999). Mudanças de dieta (Ambrosen and Petersen1997).
*Livremente traduzido de Jones et al., 2018
Existem diferentes ferramentas para fazer o monitoramento da produção. Câmeras, microfones e sensores de campo conseguem captar um conjunto de informações imperceptíveis ao mais
atento dos produtores e respondem por 86% das publicações científicas relacionadas (Rowe et al., 2019).
O avanço da biotecnologia também impacta a produção, fornecendo informações fisiológicas dos animais. Esse tipo de abordagem permite qualificar o sistema produtivo e identificar o impacto de vacinas, mudanças de dieta ou aditivos no desempenho e saúde animal.
Um estudo com sensores acústicos monitorou estresse físico, térmico e mental em galinhas poedeiras. O tratamento dos sinais sonoros com ferramentas de aprendizagem de máquina foi capaz de detectar episódios de estresse com 96,2% de precisão (Lee et al., 2015).
Uma das ferramentas biotecnológicas mais promissoras para lidar com as complexidades das unidades de produção é a análise de microbiota. Esta técnica utiliza o sequenciamento genético de bactérias intestinais para monitorar parâmetros de desempenho zootécnico. Pelo conjunto de informações biológicas tomadas em uma única análise, a ferramenta se torna bastante poderosa para a prática da Avicultura de Precisão.
Já a utilização de câmeras fornece um acompanhamento visual do lote, com rastreamento de marcha, comportamento e estado de saúde dos animais. Um trabalho com sensores de temperatura corporal e acelerômetro foi capaz de detectar sinais de gripe aviária duas vezes mais cedo que profissionais de campo, com uma taxa de detecção relatada de 100% (Okada et al., 2014).
Em análises de microbiotas conduzidas nos Estados do Paraná e Santa Catarina, foi possível classificar o risco de Salmonelose e Coccidiose em frangos de corte com 86% de precisão. Biomarcadores para classificação de desempenho animal podem atingir até 93% de eficiência quando analisados por ferramentas de aprendizagem de máquina (Leitão Jr et al., 2023. Dados não publicados).
Um produtor com recorrência de disbioses ou baixo desempenho no sistema de produção não pode se dar ao luxo de adotar medidas indicada por colegas ou fornecedores de matéria prima. Precisa adotar rapidamente métricas objetivas para avaliar o desempenho zootécnico e acompanhar de perto o sistema.
Se durante 5 ciclos de criação em uma granja de corte o produtor gastar com antibióticos e aditivos à revelia sem resolver o problema, esse produtor aumentou os custos de criação, continuou com perdas de desempenho e protelou o problema para o ano seguinte, quando já poderia estar reavendo os prejuízos de ciclos anteriores.
A transformação da avicultura já aconteceu. Não pela adoção das tecnologias nas granjas, mas pelo contexto econômico e social que estamos inseridos. Ser resistente a essa mudança só tardará um processo que obrigatoriamente irá correr. É como tentar parar um trem com as mãos.
A avicultura do futuro é robotizada e automatizada. Vai muito além de utilizar dados para guiar as decisões. Mas a tomada de dados pode ser a ponte para esse futuro.
Avicultura de precisão é presente. Quanto mais cedo os produtores entrarem nesse ciclo, mais cedo estarão prontos para o futuro.
Antes de sair contratando empresas ou tecnologias, primeiro é preciso mapear quais os gargalos do sistema de produção. Se a unidade enfrenta desafios associados ao desempenho, biosseguridade, saúde ou ambientais. É muito importante ter clareza sobre o alvo que quer atacar.
Sensibilização da equipe técnica com tecnologias disponíveis
Não adianta impor a equipe de campo a mais moderna ferramenta se eles não estão dispostos a utilizá-la. A equipe precisa ter contato com diferentes soluções para eleger qual delas atende melhor as necessidades no dia a dia da criação. Promover reuniões técnicas entre a equipe de campo e provedores de tecnologia é um caminho. Garantir a participação das lideranças é fundamental.
Após mapeamento do problema e escolha da tecnologia de abordagem, é hora de sistematizar a tomada de dados. Um dos maiores problemas na Avicultura de Precisão é a inconsistência ou irregularidade das informações. É preciso ter padrão na coleta de dados. Se a tomada de dados deve ser realizada às 10h, fazer a anotação às 15h pode ter implicações profundas na qualidade da resposta.
Por fim é fazer o dever de casa. A fábrica de ração precisão ser ágil para mudar a formulação da dieta. Os fornecedores precisam prover aditivos específicos para cada estação. A infraestrutura das salas ou galpões precisa ser adaptada. Relatório na gaveta não dá resultado.
dos dados em ações concretas
A partir de uma base de dados organizada podem ser realizadas diversas análises com capacidade de antever problemas e recomendar medidas específicas para resolver os gargalos de desempenho zootécnico. Nessa fase é preciso sentar os responsáveis pela tecnologia com a equipe técnica para elaboração do plano de ações.
Com uma cadeia produtiva resiliente, avicultura brasileira deve enfrentar neste ano desafios de custos, de acesso a aditivos importados e de manutenção do status sanitário privilegiado e oportunidades de aumento da eficiência produtiva e sustentabilidade na produção.
Apesar do cenário de incertezas com relação ao desempenho da economia mundial e seus impactos na produção animal, as perspectivas para este ano ainda são otimistas, defende o Vicepresidente da Linha de Negócios de Saúde e Nutrição Animal da Evonik para a Região Américas, Paulo Teixeira.
“A diversidade de países atendidos com produtos brasileiros é algo único mundialmente. Portanto, temos alternativas para escoamento de nossas proteínas se enfrentarmos um mercado local desaquecido e uma China menos atuante como importadora.
Passamos por várias crises ao longo das últimas décadas e sempre encontramos alternativas de crescimento, o que tornaram o segmento mais forte e mais eficiente”, pontua.
“Não acreditamos em crescimento agressivo, pois o mercado aponta ainda para um ano difícil em muitas regiões, mas esperamos volume de produção acima de 2022, pois a recessão global que muitos aguardavam, ao que tudo indica, não será tão grave assim”, complementa.
Do lado dos desafios para 2023, o executivo destaca os custos de produção em patamares elevados, a instabilidade no acesso aos aditivos importados, essenciais para o bom desempenho da produção, a manutenção do status sanitário privilegiado da avicultura brasileira, livre das principais enfermidades, especialmente falando dos casos de influenza aviária que surgem cada vez mais próximos do Brasil, e, finalmente, a sustentabilidade de toda a cadeia de produção.
“Temos de estar preparados e trabalhar na busca da neutralidade das emissões de carbono, pois, se isso não acontecer, a tendência é de termos acesso cada vez mais restrito a mercados e todo o setor pode sofrer com isso”, afirma Teixeira.
De acordo com ele, este quadro exige eficiência cada vez maior do avicultor e ainda traz ao segmento a oportunidade de alcançar novos recordes de produtividade.
“Se de um lado temos o desafio de reduzir custos, aumentar a eficiência produtiva e buscar uma produção sustentável, de outro lado temos uma vasta gama de soluções para contribuir nestas questões. Acreditamos que podemos colaborar com o setor no enfrentamento dos desafios mais importantes deste ano não apenas com nossos produtos, mas também com serviços e conhecimentos de nossos especialistas.
Temos uma equipe altamente qualificada para auxiliar no ganho de eficiência, seja através da melhoria da qualidade de matérias-primas, seja na redução dos custos da ração ou mesmo no aumento da eficiência operacional dos sistemas produtivos. Além disso, temos um compromisso com a produção de proteína animal sustentável e por isso nos empenhamos em oferecer ao mercado produtos e soluções capazes de reduzir o impacto ambiental da produção animal”, disse.
Para o head de Sustentabilidade da Evonik na América Latina, Nei Arruda, a produção de proteína animal sustentável é o maior desafio global que enfrentamos.
“Uma população mundial em crescimento significa uma crescente demanda por alimentos, especialmente proteínas. Alimentar tantas pessoas com alimentos de qualidade requer uma produção alimentar eficiente e responsável”, disse o especialista apontando um levantamento das Nações Unidas que projeta uma população mundial de 9,7 bilhões de pessoas até 2050, o que representa um aumento de 25% em relação a 2020.
Diante deste quadro, ele destaca o protagonismo do país. “O Brasil desempenha um papel muito importante no compromisso de alimentar a população global em ascensão.
No entanto, ameaças globais, como as mudanças climáticas, a escassez de água e a perda de biodiversidade têm sido considerados como pontos críticos e vêm sendo amplamente discutidos. Como produzir alimentos de forma eficiente e ao mesmo tempo reduzir a pegada ambiental? Este desafio alimentar global só tem uma resposta possível: a produção alimentar sustentável”, salientou Arruda.
De acordo com “Our World in Data”, a produção de alimentos representa 26% de todas as emissões de gases de efeito estuda (GEE). Deste total, 31% vêm da pecuária.
Neste cenário, Arruda defende que, para limitar o aquecimento global a 1,5 graus, é necessário tornar a agricultura mais eficiente e conseguir uma produção alimentar mais sustentável. “Em última análise, devemos produzir mais com menos. E a nutrição tem um impacto significativo na produção animal”.
Uma análise de ciclo de vida (ACV) realizada na produção avícola americana menciona que 60% das emissões são ocasionadas pela alimentação das aves. Dessa maneira, a nutrição desempenha um papel fundamental para uma produção eficiente e sustentável através da otimização de custos de formulação, do atendimento aos requerimentos nutricionais dos animais e da redução da pegada ambiental da produção, ressaltou.
“Uma redução proteica da dieta das aves com uso de aminoácidos cristalinos reduz a excreção de nutrientes, como o nitrogênio, além da redução de emissão de GEE. O mesmo vale com outros aditivos inovadores, como as enzimas, que proporcionam melhor aproveitamento dos nutrientes, reduzindo sua excreção no meio ambiente”.
Para Arruda, a rápida tomada de decisão com controle de qualidade, com uso de tecnologias como NIRs, levam a uma importante economia nas formulações, além de um melhor aproveitamento das matériasprimas, que também tem sido uma prática muito bem trabalhada pelos nutricionistas e alinhada com uma produção sustentável.
“O uso de alternativos aos promotores de crescimento, como probióticos, atende a essa necessidade do mercado e é condizente com uma das ODS, saúde e bem-estar”.
Ele salienta que a mensuração de pegada ecológica é uma das tendências mais importantes da produção avícola e uma necessidade do momento com o propósito de tornar a sustentabilidade mais tangível.
“Ferramentas de cálculo da pegada estão sendo trabalhadas. Elas utilizam ACV das matérias-primas das dietas, a origem, os dados de desempenho, além de outras informações, como o processo fabril das dietas. Essa transparência de medida e comunicação faz parte da marca inoSUST® da Evonik Nutrição Animal, que combina soluções e expertise dos profissionais da área de negócios para uma produção animal eficiente e sustentável”.
Com o objetivo de contribuir com a cadeia como um todo, a companhia anunciou investimentos em uma nova unidade de produção de metilmercaptano em Mobile, Alabama, nos Estados Unidos, com inauguração prevista para 2024.
“Este investimento reforça a expansão do mercado global da DL-metionina e enfatiza o claro compromisso da Evonik com a indústria. É uma medida que nos torna menos dependentes das variações do mercado, garantindo a importante segurança de fornecimento de DL-Metionina aos nossos clientes nas Américas e no restante do mundo”, reforçou.
Segundo Teixeira, outro benefício desta expansão é que “ela reforça a posição de liderança em custos, o que viabiliza aumentos de capacidade de produção da metionina para apoiar o crescimento dos nossos clientes”, salientou o executivo lembrando a importância cada vez maior de se adotar estratégias nutricionais capazes de melhorar a eficiência produtiva do plantel animal, ou reduzir o custo da ração, que ainda despontam entre as preocupações de empresas e produtores.
Teixeira explica que, com a integração reversa do metilmercaptano, a Evonik vai produzir todos os intermediários necessários para a produção de DL-Metionina em Mobile - como já é o caso nas demais plantas de produção de metionina da empresa na Antuérpia e Singapura.
Para a avicultura, setor onde a nutrição representa até 80% dos custos de produção, é estratégico lançar mão de uma dieta equilibrada, com o menor custo, produzindo ovos e carne que atendam aos requerimentos do consumidor moderno, maximizando o lucro e atendendo às exigências ambientais e de bem-estar animal, pontua o executivo.
Ele destaca que a energia é responsável por aproximadamente 50% do custo da ração, o que significa um terço de todo o custo da produção de aves. “A energia já é o nutriente mais caro na formulação de dietas de aves e isso é improvável de mudar dada a forte concorrência por fontes de energia disponíveis para alimentação humana”, afirmou.
Assim, Teixeira salienta que especialistas da companhia defendem uma estratégia nutricional com uso de ácido guanidinoacético (GAA), precursor da creatina.
“Estudos conduzidos em diversos países mostraram benefícios não apenas no campo, como também no abatedouro. O GuanAMINO® contribuiu com uma importante redução dos custos da ração, manteve o desempenho das aves no campo, melhorou o rendimento de peito e reduziu a incidência de miopatias no frigorífico”, anunciou.
Neste cenário, ele reforça que os clientes da Evonik conhecem bem a empresa e a veem como um parceiro confiável e com o qual podem contar nesses momentos desafiadores.
“A Evonik é mundialmente conhecida por sua confiabilidade e excelência no atendimento aos clientes e assim continuaremos em 2023, sempre buscando oferecer as melhores soluções e uma parceria de longo prazo que seja benéfica para todos”.
Evonik reforça otimismo para a avicultura em 2023
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Patrick Iury Roieski¹, Fabrizio Matté¹ e Marcel Manente Boiago² ¹ 1Equipe técnica Vetanco 2Docente UDESC
Diversos são os fatores que fazem com que a avicultura brasileira seja destacada mundialmente. Sem dúvidas, a adequação de fatores relacionados à nutrição, sanidade e bemestar dos animais colaboraram para o aumento do potencial produtivo e expansão de novos mercados no exterior (OLADOKUN; ADEWOLE, 2020).
Embora a implementação dessas práticas apresente uma adequada relação de custobenefício, o uso de substâncias à base de antimicrobianos ainda é considerado ferramenta-chave para o controle de patógenos nos plantéis avícolas (ROBERTSON, 2020). Além da finalidade terapêutica, o emprego desses agentes apresenta relação com medidas profiláticas do lote, cujo propósito é atenuar o desenvolvimento de enfermidades bacterianas (FASINA et al., 2016).
Dentre os diversos patógenos que comprometem a sanidade e ocasionam quedas produtivas na avicultura, a Escherichia coli patogênica para aves (APEC) têm apresentado alta prevalência nos últimos anos, pois, além do dano causado aos plantéis, existem preocupações inerentes à medicina humana, uma vez que cepas de APEC carreiam genes de resistência aos antimicrobianos (THOMRONGSUWANNAKIJ et al., 2022).
Um caminho promissor para o aprimoramento do crescimento e da saúde das aves são os aditivos alimentares probióticos. Os probióticos comumente são requeridos na produção animal como microbianos de alimentação direta e caracterizam-se como culturas bacterianas vivas que se instalam no trato gastrintestinal do animal e, idealmente, promovem benefícios ao hospedeiro (SUMMERS; TURNER; TILLMAN, 2022)
Previamente à execução do projeto foi realizado um estudo piloto, com objetivo de encontrar uma cepa de APEC que causasse relativa depleção no desempenho produtivo dos animais com baixo índice de mortalidade.
O teste foi elaborado no aviário experimental para frangos de corte da Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), localizada no município de Guatambu, Santa Catarina, Brasil (Figura 1)
Foram utilizadas 45 aves machos de uma linhagem comercial, que foram distribuídas em três grupos (boxes de 2 m² com maravalha nova, bebedouros tipo nipple e comedouros tubulares com fornecimento de ração e água ad libitum). Aos 21 dias de idade, os animais foram desafiados com 1 mL de uma APEC conhecida via gavagem, da seguinte forma:
Baseado nisso e diante de um cenário onde a produção animal apresenta alto crescimento seguido do constante desenvolvimento, o estudo teve como objetivo avaliar o uso do FloraMax-B11 como aditivo alimentar e seu efeito sobre as variáveis de desempenho de frangos de corte desafiados por APEC.
tratamentos foram:
Grupo 1 - controle negativo (animais sem desafio);
Grupo 2 (desafiado com 1,24 x 10⁷ UFC/mL);
Grupo 3 (aves desafiadas com 1,19 x 10⁹ UFC/mL).
A cepa foi obtida a partir do isolamento de campo, provenientes do Laboratório de Medicina Aviária da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Foram avaliadas as variáveis de ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), consumo de ração (CR) e viabilidade (%) aos 35 e 42 dias.
Com base nos resultados encontrados, definiu-se como cepa de maior impacto para as variáveis definidas a UFC de substituir essa parte por: 1,24 x 107 (1 mL), sendo essa a concentração escolhida para uso no experimento.
O experimento foi realizado no aviário experimental para frangos de corte da Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Santa Catarina.
Na oportunidade, 240 pintainhos machos de um dia de vida foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado (DIC) com 3 tratamentos e 5 repetições, contendo 16 aves cada.
O alojamento ocorreu em galpão de pressão negativa, em boxes de 2,0 m², com ração e água fornecidas ad libitum via comedouros tubulares e bebedouros do tipo nipple.
O programa de luz utilizado foi baseado nas orientações do manual da linhagem.
Os tratamentos foram divididos da seguinte forma:
Controle positivo (CP): ração basal + desa o aos 14 dias;
Tratamento com melhorador de desempenho (ATB – Enramicina 10 ppm): aves desa adas aos 14 dias + ração basal com melhorador de desempenho fornecido durante todo período avaliado;
Tratamento com probiótico (PRO): aves desa adas aos 14 dias + ração basal + FloraMax-B11 (60 g/10.000 aves) fornecido no dia 1, 10 e 28, respectivamente.
Nos três tratamentos, as aves foram desafiadas aos 14 dias de idade, conforme Figura 2.
Os animais e as sobras de ração foram pesados no alojamento e aos 35 dias, para posteriores cálculos do consumo de ração (CR, kg), ganho de peso (GP, kg) e conversão alimentar (CA). A viabilidade (VIAB, %) foi determinada através da proporção do número final e inicial de aves no período.
Constatou-se que houve efeito (P<0,05) dos tratamentos sobre as variáveis de CR e GP. Aves do grupo CP consumiram menos ração (P<0,001) quando comparadas com os tratamentos ATB e PRO (Gráfico 1).
Os dados foram submetidos à análise de normalidade de distribuição dos resíduos e, em seguida, pela Análise de Variância (ANOVA). Em casos de diferenças significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (5%).
Gráfico 1. Consumo de ração entre 01-35 dias. CR = consumo de ração.
Essa redução de consumo pode estar associada com o impacto gerado após o estabelecimento da APEC no TGI. De acordo com Mellata (2013), após a colonização da bactéria no organismo do hospedeiro, disfunções metabólicas são geradas, implicando na redução do CR e consequente queda no desempenho dos animais.
Outro fator que explica o resultado encontrado se origina a partir do fornecimento de probióticos. O uso desses agentes promove o equilíbrio da microbiota do TGI em situações desfavoráveis, favorecendo o consumo de alimento, especialmente nas fases iniciais (HAMASALIM, 2016)
Na avaliação de GP, os tratamentos ATB e PRO proporcionaram ganhos superiores (P<0,001), diferindo-se estatisticamente das aves do grupo CP (Gráfico 2).
Ao considerar a variável CA, percebe-se que as aves do grupo CP apresentaram resultados numericamente maiores em relação às aves que receberam a suplementação de PRO e ATB (Gráfico 3). A viabilidade das aves não foi afetada significativamente pelos tratamentos (Gráfico 3)
Essa sobreposição no ganho de peso pode estar associada à capacidade que os probióticos apresentam em controlar o crescimento e desenvolvimento de patógenos entéricos (ABD EL-GHANY et al., 2022).
Resultados que fortalecem essa afirmação acerca do controle desses agentes foram encontrados em estudo elaborado pela equipe técnica da Vetanco Brasil em parceria com a Universidade Estadual de Londrina.
O uso de três doses do probiótico FloraMax-B11 evitou as perdas produtivas induzidas pela inoculação da APEC nos frangos de corte.
Na oportunidade, realizou-se um teste de antagonismo (in vitro) com 35 cepas de APEC’s multirresistentes isoladas de campo, onde se verificou que os Lactobacillus componentes do FloraMax-B11 foram capazes de formar halos de inibição em 100% das amostras testadas conforme apresentado na Figura 3 (VETANCO BRASIL, 2022).
O probiótico FloraMax-B11 e o melhorador de desempenho proporcionaram os melhores resultados para as variáveis consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar quando comparados ao grupo controle.
O probiótico FloraMax-B11 se mostrou uma alternativa eficaz para substituir o antibiótico melhorador de desempenho na produção de frangos de corte desafiados com APEC
Gráfico 2. Ganho de peso entre 01-35 dias. GP = ganho de peso.A microbiota respiratória das aves saudáveis pode atuar como reservatório de Escherichia
As aves abrigam E. coli multirresistentes nas vias aéreas e podem atuar como reservatórios desses microrganismos
Com isso, é muito importante cuidar da integridade do sistema respiratório!
Os ovos são considerados importante fonte de nutrientes na dieta humana. Compostos por proteína de alta qualidade, antioxidantes, carotenoides, vitaminas e fosfolipídeos, destacam-se como o alimento mais completo após o leite materno (Lesnierowski e Stangierski, 2018).
Segundo o relatório Anual da Associação Brasileira de Proteína Animal, o Brasil produziu em 2021 um total de 11.346 toneladas de ovos, um quantitativo que o classifica como o maior produtor de ovos da América Latina, após o México. Apesar dos grandes números, o potencial de crescimento desse setor é significativo.
Algumas regiões do Brasil, como a região Norte produzem um baixo número de ovos, não sendo capazes de atender a demanda regional, sendo necessária a aquisição desse produto de outros estados. Um dos motivos da baixa produção está associado às altas temperaturas regionais, que dificultam a criação de galinhas poedeiras, e principalmente a conservação dos ovos produzidos.
As altas temperaturas ocasionam um ambiente de estresse para as aves, levando-as a produzirem ovos com cascas menos resistentes.
A casca dos ovos é repleta de poros que possibilitam as trocas de gases com o meio, essa porosidade faz com que os ovos, após a postura, sofram modificações de acordo com a temperatura e as condições de armazenamento, resultando na degradação de compostos e alterações nas propriedades funcionais, comprometendo as características químicas (Liu et al., 2016).
PARÂMETROS CAUSAS
Perda de peso dos ovos
Diminuição da Unidade Haugh
A redução na qualidade interna dos ovos é devido à perda de água e dióxido de carbono durante o armazenamento, e é proporcional ao aumento na temperatura do ambiente (Samli et al., 2005). Na Tabela 1, destacam -se os principais parâmetros modificados no armazenamento dos ovos.
Aumento do pH do albúmen e gema
Redução do índice de gema
S-Ovoalbumina
Perda de amônia, nitrogênio e sulfeto de hidrogênio, produtos da degradação química de seus constituintes orgânicos.
A fluidificação e a perda de viscosidade do albúmen denso ocorrem como resultado da hidrólise das cadeias de aminoácidos, que, quando degradadas, liberam água ligada a grandes moléculas de proteína.
Mudanças bioquímicas na gema e transferência de água do albúmen para a gema.
A água liberada durante a reação de hidrólise dos aminoácidos da albumina é transferida para a gema, que consequentemente aumento de peso tornando-se descentralizada e menos densa
Transformação da albumina em S-ovoalbumina e dissociação do complexo ovo- mucina-lisozima, com destruição do gel de ovomucina.
No Brasil, a grande maioria dos ovos comercializados são armazenados sob temperatura ambiente, sendo comum a venda de ovos com qualidade reduzida (Oliveira e Oliveira, 2013). Essa condição não é vista em outros países, que transportam e armazenam os ovos sob condições de refrigeração (Jones, 2019)
As normativas que regem a comercialização de ovos recomendam que eles sejam lavados previamente, mas a prática de higienização da casca é questionada por especialistas, pois pode ocasionar a retirada da cutícula naturalmente depositada na casca e possibilitar também microfissuras, facilitando a entrada de microrganismos e consequentemente, a contaminação e deterioração do produto.
A implantação de sistemas de refrigeração em países como o Brasil representaria um custo oneroso, sendo inviável para a comercialização de ovos a preços acessíveis.
Além disso, o transporte de ovos por longas distâncias e sob temperaturas inadequadas, faz com que os mesmos já cheguem aos estabelecimentos comerciais com a qualidade prejudicada, sendo assim, já não poderiam ser comercializados considerando-se as datas de validades encontradas no produto.
Dessa forma, a busca por alternativas para a conservação vem sendo intensificada. Dentre essas alternativas está a utilização de revestimentos de casca de ovo, com o objetivo de formação de um filme fino bloqueando os poros e reduzindo a difusão dos gases para o ambiente (Soares et al., 2021)
Embora a utilização de revestimentos não seja um conceito inovador, diante do atual cenário do mercado consumidor em que se prioriza o consumo de produtos sustentáveis, livres de resíduos com foco na segurança alimentar, a busca por produtos naturais, com baixo custo e de fácil aplicação, torna-se assídua.
Diversas substâncias comestíveis podem ser utilizadas para o revestimento:
Proteínas (por exemplo: soro de leite, milho e soja);
Polissacarídeos (por exemplo: derivados de celulose ou amidos);
Lipídios (por exemplo: ceras, goma-laca);
E até mesmo alguns polímeros sintéticos (Attila & Orts, 2009)
Uma alternativa mais interessante é encontrada nos óleos e extratos de diversas plantas que são largamente utilizados devido aos seus diversos princípios ativos. No Brasil, há uma gama de substâncias extraídas de plantas já utilizadas para diversas finalidades, com princípios ativos já conhecidos e que poderiam ser englobadas também para o revestimento de ovos.
Uma das plantas mais utilizadas para diversos fins é a copaíba, caracterizada por árvores nativas da região tropical da América Latina e África Ocidental, conhecida como copaibeira ou pau d’óleo resina (Veiga Júnior & Pinto, 2002). Do seu tronco pode ser extraído o óleo resina de copaíba, constituído de sesquiterpenos (óleo essencial) e diterpenos (resina) podendo variar quanto ao teor dos componentes mesmo pertecendo à plantas de mesma espécie. Essas substâncias conferem ao óleo propriedades antinflamatórias e antifúngicas (Veiga Júnior & Pinto, 2002).
Os pesquisadores observaram que o óleo apresenta características físicas que proporcionam aderência a casca dos ovos, como também, propriedades químicas vantajosas quando se compara o óleo à outros polímeros naturais como a quitosana, quitina, alginatos e pectinas, também usados como revestimento. Essas características químicas poderiam reduzir a contaminação bacteriana e a consequente entrada de patógenos através dos poros das cascas dos ovos, apresentando resultados satisfatórios na preservação da qualidade interna dos ovos.
Ovos revestidos com o óleo, após 25 dias de armazenamento em temperatura ambiente, apresentaram gema e albúmen fisicamente semelhantes aos de ovos do mesmo dia de postura (Figura 1)
Em meio a essas características do óleo de copaíba, Kaneko e colaboradores (2022) desenvolvem trabalhos na Universidade Federal de Rondônia, avaliando o uso do óleo resina de copaíba como revestimento para casca de ovos.
Outras pesquisas relatam ainda que além da qualidade interna dos ovos, o uso de revestimentos pode melhorar a resistência das cascas dos ovos (Xie, 2002; Caner, 2005; Câncer & Cansiz, 2008).
Muitas são as possibilidades de substâncias que podem ser utilizadas como revestimento, contudo a utilização de ingredientes naturais para essa finalidade, pode ser uma excelente alternativa, por minimizar as possibilidades de toxicidade.
Em síntese, os ovos são produtos que perdem a qualidade logo após a postura e mesmo em condições ideais de armazenamento, apresentam prazo de validade limitado. Dessa forma, a utilização de ferramentas que possam preservar a qualidade dos ovos, principalmente em países em que a refrigeração dos mesmos não é obrigatória, é uma prática necessária na busca de segurança alimentar.
A utilização efetiva de revestimentos pode beneficiar os produtores, a indústria e os consumidores. Podendo ser considerada não só como uma maneira de manter a qualidade física dos ovos, como também a qualidade desse alimento quanto a sua composição química e até mesmo enriquecimento.
Uso de polímeros naturais na preservação da qualidade de ovos
O microbioma intestinal é um componente essencial da saúde animal. Ela precisa crescer e amadurecer bem para garantir a resiliência do rebanho. Signis - o primeiro de uma nova classe de aditivos, os estimbióticos, influenciam o desenvolvimento do microbioma ao fornecer uma população microbiana benéfica. Quanto mais saudável for o microbioma, mais saudáveis serão os benefícios. Descubra por que Signis está recebendo tanta atenção em www.abvista.com