Izabela Borges Corrêa - DE ALUNA A PROFESSORA DE TEATRO: influências e reflexões sobre a prática...

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não diria que se eu pudesse voltar atrás eu jamais entraria na EI. Querendo ou não, foi uma experiência enriquecedora na minha vida. Serviu para não desistir da profissão (porque eu realmente vi que eu queria ser professora) e ao mesmo tempo serviu para que eu prometesse a mim mesma que eu nunca mais trabalharia outra vez no projeto EI – ao menos naquelas condições. Serviu para que eu não tivesse medo de encarar os estágios obrigatórios, medo que é muito comum aos alunos da licenciatura. Principalmente pelo fato de ser necessária a realização de uma prática docente nesse período. Após o período na Escola Integrada, fiz o meu primeiro estágio – que era o de observação. Ali eu vi um tipo de docência que eu não gostaria de seguir. Continuei com a necessidade de ver “outros exemplos” que agregassem bons exemplos e experiências significativas em teatro. Depois de algum tempo longe da prática docente, em 2017 eu realizei, no segundo semestre, a disciplina de prática de estágio III e IV, concomitantemente. Eu observava em dias diferentes um professor de escola pública que dava aulas no ensino médio e um professor de escola particular que dava aulas no ensino fundamental. Tampouco vi claramente um perfil completo de um professor que eu diria “assim quero ser”, um pensamento comum para mim durante a graduação enquanto aluna. Naquele momento eu não tinha tanto medo, mas também não tinha muita noção do que queria ou poderia propor nas aulas práticas. Conheci a partir daí Ana Mae Barbosa e a abordagem triangular sistematizada por ela:

Um currículo que interligasse o fazer artístico, a história da arte e a análise da obra de arte estaria se organizando de maneira que a criança, suas necessidades, seus interesses e seu desenvolvimento estariam sendo respeitados e, ao mesmo tempo, estaria sendo respeitada a matéria a ser aprendida, seus valores, sua estrutura e sua contribuição especifica para a cultura. Teremos assim equilíbrio entre as duas teorias curriculares dominantes: a que centra na criança os conteúdos e a que considera as disciplinas autônomas com uma integridade intelectual a ser preservada. (BARBOSA, 2002, p. 350)

A princípio, a partir de uma única leitura o entendimento sobre essa abordagem era ainda superficial. Porém, ao chegarmos durante as disciplinas de estágio, no ponto que deveríamos fazer os nossos planejamentos de curso e de aula para o período da prática do estágio fui percebendo que ali eu precisava pensar no meu conteúdo utilizando das instâncias da abordagem triangular (contextualizar, fazer-exprimir-conhecer, ler-apreciar.).


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