Caderno SESUNILA n.01 - junho/2019

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dossier universidade, carreira docente e racismo

A cor/raça do homo academicus no Brasil Marcos de Jesus Oliveira - UNILA

Doutor em sociologia. Docente do ILAESP. Ex-secretário da SESUNILA na gestão 2016-18. Participou da mesa-redonda “Universidade, Carreira Docente e Racismo”, organizada pela SESUNILA em novembro de 2018.

Embora

tenha havido, nos últimos anos, um ligeiro crescimento de pesquisas sobre a raça/cor dos/as docentes universitários no Brasil, ainda faltam investigações que discutam o papel da universidade na (re)produção das desigualdades étnico-raciais no país de forma mais ampla. Tal debate é essencial, pois as universidades públicas são uma das principais instituições de formação da chamada “nobreza de Estado”, desempenhando um papel bastante significativo na reprodução e/ou na transformação de desigualdades de várias ordens. Por muito tempo, tratou-se a questão racial como “o problema do negro no Brasil”; no entanto, algumas importantes contribuições advindas, sobretudo, das ciências sociais, romperam com tal concepção e passaram a abordar o efeito do racismo não apenas nos negros, mas também nos brancos. Indagar-se sobre o efeito do racismo sobre os brancos é indagar-se sobre como estes se beneficiam das desigualdades 22


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