Livro Reportagem - Fios que regem a luta

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Os caminhos que não foram contados Alexandra dos Santos Barbosa já trabalhou como babá, doméstica e manicure. Hoje, tem 36 anos e é dona de casa em sua cidade natal, Estreito do Maranhão. E como a maioria das mulheres, Alexandra também sofreu com os opressivos padrões de beleza femininos e a ditadura do cabelo liso. Ela é um dos exemplos que mostram que nunca é tarde para encontrar sua identidade nos fios naturais.

Em uma conversa, nos contou um pouco sobre o processo:

Você já alisou o cabelo, certo? Por que fez isso? Sim, por questão de autoestima.

Quanto tempo permaneceu com ele alisado? Foram 8 anos.

A questão da "autoestima", pressão externa ou crise de identidade, foram fatores que influenciaram na sua decisão de alisar? Sim, principalmente em relação à autoestima.

Na época em que alisou o cabelo, o tempo era diferente do que vivemos hoje? Quer dizer, era muito mais difícil ter cabelo cacheado antigamente? Sim, o tempo era diferente. Sobre ter cabelo cacheado naquela época, se tornava mais difícil por conta de apelidos como "cabelo de bucha de bombril", "cabelo duro", e hoje em dia não se ouve mais isso, agora é ao contrário, "em terra chapinha, quem tem cachos é rainha!"

Quando você decidiu que seria a hora de dar uma chance ao seu cabelo natural? Quando ele começou a ficar destruído, um dos exemplos é que ele caia bastante, quebrava com facilidade, estava muito frágil.

Sobre o cenário pandêmico atual em que vivemos, na sua opinião, ele contribuiu para que mais pessoas passassem pela transição capilar, por quê? Sim, porque muitos queriam um visual novo, outros por falta de dinheiro... dentre vários motivos.

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