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DIGITALIZAÇÃO

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PAGAMENTOS

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E-COMMERCE COMO ATIVO DIGITAL: ESTRATÉGIA PARA ALÉM DA VENDA ONLINE

No último ano, nos deparamos com diversos dados referentes ao crescimento do e-commerce no Brasil e fora dele, bem como um “boom” de iniciativas de transformação digital. As medidas de isolamento social decorrentes da pandemia de Covid-19 impulsionaram as vendas online e também as mudanças de comportamento dos consumidores do varejo e da indústria nacional e internacional. Alguns podem se perguntar se ou quando os índices de crescimento vão estagnar ou até cair e quais serão os impactos para as operações de e-commerce que estão online. De fato, é impossível cravar números de crescimento para o segmento, não só pela aceleração das campanhas de vacinação e afrouxamento das medidas de isolamento social, mas também por todos os demais fatores que influenciam a economia brasileira. No entanto, podemos observar e aprender com experiências como a da China, que mantém a pandemia sob controle desde meados de abril de 2020 e está para se tornar o primeiro país no mundo em que o comércio eletrônico irá superar o varejo físico, de acordo com pesquisa da eMarketer. Isso nos indica que a digitalização do mercado é irreversível e, mesmo que sejam necessárias adaptações e investimentos, o Brasil irá acompanhar esse movimento. Logo, é importante reavaliar os investimentos feitos antes e durante o momento de pandemia para projetar como sobreviver e prosperar nesse espaço cada vez mais competitivo, inovador e veloz.

Ainda na linha de observar movimentos que têm obtido bons resultados, destacam-se no e-commerce brasileiro empresas que

STALLIN SILVA

CEO & Co-Founder da Stoom

apostaram e estão investindo em soluções proprietárias, algumas com times internos de tecnologia, logística, pagamentos etc., e outras se servindo de aceleradores que permitem flexibilidade para inovação e internalização de projetos.

Nos debruçando principalmente sobre as plataformas de e-commerce, o core da operação online, é bastante nítido que os ganhos em ser proprietário da tecnologia são muitos, principalmente no que se refere à maleabilidade para implementação de novas funcionalidades e a estabilidade de não efetuar custosas migrações de plataforma. Destacam-se, ainda, resultados relevantes em relação à consolidação da marca, diferenciação estratégica do mercado (com customizações, novas funcionalidades etc.), constância e controle sobre a inovação e evolução na jornada de compra e alta escalabilidade da operação de e-commerce.

Em contrapartida, o investimento inicial é alto e o tempo para montar e preparar uma equipe influi diretamente quando pensamos na necessidade do mercado de respostas rápidas e frequentes. É justamente nesse cenário de inovação constante que o tempo é muito valioso, e o que pode fazer a diferença na estratégia de e-commerce da empresa é escolher bem um parceiro que possa acelerar a proficiência em tecnologia sem abrir mão da maleabilidade e da cocriação na plataforma, um parceiro que atue como um “labs”. Isto é, a estratégia se alimenta do know-how da empresa implementadora da tecnologia e da agilidade que ela pode oferecer enquanto treina e prepara os processos e as pessoas internamente para gerenciar, sustentar e evoluir o site. Outras vantagens de utilizar uma plataforma proprietária que possibilite a compra do código-fonte e, com isso, a internalização da tecnologia, envolvem o aproveitamento de toda a estrutura já integrada à plataforma (como gateways, antifraudes, marketplaces terceiros etc.), valorização de IPO na bolsa de valores, já que o mercado entende que uma operação proprietária prevê estabilidade e total controle da operação, acesso a times especialistas em desenvolvimento e sustentação, com squads formados por profissionais capacitados de backend, UX & UI etc., acelerando a implementação e reduzindo custos com eventuais bugs e correções, podendo, inclusive, usufruir de times in-house para suporte contínuo.

Consideremos que a resolução preventiva de problemas é sempre menos custosa e mais estável do que a reativa, e isso não é diferente no e-commerce. O momento de investir em soluções emergenciais ou que têm data de validade para deixarem de ser eficientes, que se apresentou no começo da pandemia, passou. Agora, mais do que nunca, é momento de estreitar o relacionamento com o seu cliente final, abusar da omnicanalidade promovendo uma experiência única e completa. Para isso, é preciso apostar na flexibilidade, testar, repensar, explorar novas possibilidades e, o mais importante, estar no controle do roadmap de inovação do e-commerce.

Stallin Silva é mestre e cientista da computação pela Unicamp. Apaixonado por tecnologia desde seu primeiro site em 2005, sócio e co-founder da Stoom há seis anos, Stallin é um eterno aprendiz em gestão e liderança, trabalhando incansavelmente para transformar o dia a dia de clientes e colegas de trabalho melhor.

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