UM MUNDO LIGADO PELAS MERCADORIAS
Ricardo Funari/Brazil Photos/LightRocket via Getty Images
Historicamente, as grandes navegações e a conquista da América possibilitaram às nações europeias a exploração de recursos naturais em proporções nunca vistas. Foi a partir da espoliação de minério pelo extrativismo e da produção agrícola baseada no trabalho escravo em larga escala no Novo Mundo que os principais países colonizadores acumularam as riquezas necessárias para fazer, no solo do velho continente, uma transformação profunda em seus meios de produção de mercadorias. Se até o século XVIII predominaram os métodos mais artesanais e de baixa escala na produção de bens manufaturados, no século seguinte, a Revolução Industrial transformou radicalmente a forma ocidental de produzir. A transição de um modo de produção para outro foi destacadamente marcada pelo desenvolvimento técnico no manejo do ferro, pela composição de grandes maquinários e pelo domínio da energia à base do vapor, gerada como resultado da combustão de carvão ou de outros combustíveis naturais. A Inglaterra foi o epicentro dessa transformação, mas em poucas décadas a produção industrial se estendeu para outros países, proporcionando expansão econômica nos moldes capitalistas àqueles que são até hoje considerados os mais ricos e desenvolvidos.
Em 2015, em Vitória (ES), vagões
Douglas Magno/AFP
vindos de Minas Gerais carregam minério de ferro até o porto de Tubarão, também no Espírito Santo, de onde será exportado.
Área de mineração em
Mariana (MG) em 2017, dois anos após o rompimento da Barragem do Fundão, um dos maiores desastres ambientais do mundo ocorrido em 2015. Na época, a lama de rejeitos deixou vítimas e alterou o ecossistema ao longo do rio Doce.
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CAPÍTULO 5