Ciências Humanas e Sociais Aplicadas - PNLD 2021 – Objeto 2

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Per-Anders Pettersson/Getty Images

EU NASCI ASSIM? Por que repetimos hábitos ou códigos compartilhados com outros membros da sociedade? Como sabemos o que devemos fazer, como viver ou nos comportar? Sabemos viver em sociedade e interagir com outros indivíduos porque, desde que nascemos, somos “socializados”. APU GOMES/AFP Socialização é o termo utilizado para nos referirmos ao processo no qual um indivíduo é continuamente incorporado em uma sociedade: o processo pelo qual todos passamos desde que nascemos e que nos faz aprender sobre as leis escritas e não escritas da sociedade, os hábitos esperados de nós, os códigos de comunicação e até mesmo a forma como vivemos o dia a dia. Por meio da socialização, um indivíduo internaliza o senso de coletividade e se adapta para fazer parte de um grupo específico: a sociedade à qual pertence. Nem toda sociedade tem as mesmas regras, hábitos e comportamentos. Por isso, cada uma cria um processo diferente de socialização, no qual o que uma pessoa aprende não é, necessariamente, o mesmo que aprenderia se tivesse nascido em outra. E é exatamente a combinação O jogo de futebol é uma forma de socialização muito presente na sociedade singular dessas regras, hábitos e comporbrasileira. Rio de Janeiro, foto de 2017. tamentos criados por uma sociedade e compartilhados com seus membros que faz todos eles se reconhecerem e perceberem que têm algo em comum. De modo geral, não podemos dizer que um indivíduo passa apenas uma vez pelo processo de socialização, pois, como cada sociedade está em constante mudança e transformação histórica, os indivíduos precisam, também, estar constantemente aprendendo e readequando sua postura como membros desse meio social. Na sociedade à qual pertencemos, tudo aquilo que aprendemos com a família, a escola ou a TV quando ainda éramos crianças fez parte de nossa socialização primária – os aprendizados iniciais que permeiam a infância de qualquer indivíduo. Na socialização primária, aprendemos uma língua, a reconhecer quem são nossos parentes e as regras mais básicas para viver em conjunto. Já mais crescidos, iniciamos a socialização secundária, quando desenvolvemos e atualizamos até o final da vida os parâmetros culturais que permitem nossa convivência em grupo. Não há humanidade sem relação social. Somos seres coletivos, vivemos em grupo. Por meio da socialização, muitos de nossos comportamentos e valores que aparentam ser reflexo de nossa individualidade na verdade são traços comuns e pré-moldados na sociedade em que estamos inseridos. Não há trajetória individual que não seja transpassada por experiências sociais e traços culturais que delimitam a formação do nosso “eu”. Por gerações, herdamos padrões de comportamento, replicamos hábitos e repetimos códigos de conduta que formam a tradição do grupo coletivo do qual fazemos parte. É por meio disso tudo que cada um de nós se constitui como sujeito. Quem será que ensina, e como, os indivíduos a se adaptarem ao meio social? Para responder a essa pergunta, vamos nos aprofundar a seguir no trabalho de uma reconhecida antropóloga, Margaret Mead, que se especializou na análise dos processos de socialização nas diferentes sociedades.

PARE e PENSE 1. Como podemos reconhecer nossa individualidade?

A escola é um espaço privilegiado de socialização das crianças. Feijão (AC), 2011.

2. Qual é a importância da socialização para a vida humana? INDIVÍDUOS, SOCIEDADE

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