Grandes amores da mitologia grega

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Namoravam, casavam e também tinham filhos, que se tornavam outros deuses. Mulheres e homens recorriam aos seus deuses para pedir proteção ou alguma graça especial. Acreditavam

Dad Squarisi — Linda Goulart

Deusas e deuses da Grécia amavam muito.

Dad Squarisi Linda Goulart

GRANDES AMORES DA MITOLOGIA GREGA

que as divindades regiam o universo e tinham muito poder e responsabilidades. Havia o deus da guerra, o deus dos mares, o deus do sol, a deusa da caça, a deusa das plantações e das colheitas, o deus da poesia e das artes, a deusa do amor. Essa capacidade de amar dos deuses movia o mundo e contagiava os seres humanos. São incontáveis as histórias de heróis com suas proezas e magias. Sonhos e ambições impulsionando a vida de pessoas comuns, de reis e rainhas. Em Neste livro você vai encontrar a história de amor e aventura de alguns desses grandes personagens da mitologia grega.

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GRANDES AMORES DA MITOLOGIA GREGA

todas elas, fala-se de muitas paixões.

Mateus Rios ilustrações

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Dad Squarisi Linda Goulart

GRANDES AMORES DA MITOLOGIA GREGA Manual do Professor

Mateus Rios ilustrações 1a edição 2018

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Obra em conformidade com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

© 2018 Texto – Dad Squarisi Linda Goulart Ilustrações – Mateus Rios Direitos de Publicação © Elementar Publicações e Editora Ltda. Telefones: (11) 3857-0740 – (11) 3951-9302 Rua Horácio Vergueiro Rudge, 445 – Conj. 3 Casa Verde – 02512-060 – São Paulo – SP, Brasil e-mail: editorial@editoraelementar.com.br www.editoraelementar.com.br 1a edição: 2018 Preparação Isabel Ferrazoli Revisão Alessandra Biral Marcia Alves Rodrigo da Silva Lima Editor de Arte Mauricio Rindeika Seolin Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Andreia de Almeida CRB-8/7889 S761g Squarisi, Dad, 1946 Grandes amores da mitologia grega manual do professor / Dad Squarisi e Linda Goulart ; ilustrações de Mateus Rios. 1. ed. – São Paulo: Elementar, 2018. 68 p.: il., color. ISBN: 978-85-8415-092-2 1. Literatura infantojuvenil brasileira – Estudo e ensino 2. Mitologia grega – Literatura infantojuvenil – Estudo e ensino 3. Contos infantojuvenis brasileiros – Estudo e ensino I. Título II. Goulart, Linda III. Rios, Mateus

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Para Luiz, Beatriz, Marina e Bernardo, meus amores. (Linda)

Para Nariman, a caรงulinha lรก de casa. (Dad)

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Sumário Apresentação, 6 Apolo e Cassandra, 10 Apolo e Dafne, 14 Eros e Psique, 18 Hades e Perséfone, 22 Hipomenes e Atalanta, 26 Narciso e Eco, 30 Odisseu e Circe, 34 Odisseu e Penélope, 38 Orfeu e Eurídice, 42 Pigmalião e Galateia, 46 Teseu e Ariadne, 50 Árvore genealógica, 56 Nomes gregos e romanos, 58 Glossário, 60 Referências, 62 As autoras, Dad Squarisi e Linda Goulart, e a obra, 64 Motivação para a leitura, 66 Justificativa da pertença da obra aos seus respectivos tema(s), categoria e gênero literário, 67 O ilustrador, Mateus Rios, e a obra, 68

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Apresentação

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á muitos e muitos séculos, gregos e

romanos eram os povos mais importantes de seu tempo. Fizeram história, influenciaram outros povos. Até hoje percebemos a importância da Grécia e da Roma antigas nas artes, na literatura, na arquitetura e na filosofia.

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O mundo aprendeu muito com eles. E continua aprendendo. Os princípios da filosofia tiveram sua origem na Grécia. As Olimpíadas nasceram na Grécia. As palavras da Língua Portuguesa são formadas, na grande maioria, pelo latim, língua dos romanos, e também pelo grego. A mitologia grega é recheada de narrativas que explicam como o mundo e as pessoas se tornaram o que são hoje. São histórias que podem ser verdadeiras ou criadas pela imaginação. Com elas vivemos muitas vidas, aprendemos sobre nós mesmos e conseguimos respostas para questões que a razão nem sempre alcança. Essas histórias fascinam adultos e crianças, ensinam e nos fazem refletir e amadurecer. Divindades e seres com forças sobrenaturais explicam a criação do universo, os fenômenos da natureza e as características de cada um de nós. Gregos e romanos adoravam muitos deuses. Cada um era responsável por algo importante: os mares, o céu e o inferno. Cuidavam das plantações, das florestas, dos animais. Faziam a vida acontecer. Protegiam e ajudavam quem vivia na Terra. Os mortais amavam, temiam e respeitavam seus deuses. Na Grécia eles tinham um nome e em Roma, 8

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outro. Mas seus poderes e influência eram os mesmos. O deus do amor, para os gregos, era Eros; para os romanos, Cupido. Os romanos chamavam a deusa da beleza de Vênus. Os gregos, de Afrodite. Neste livro utilizamos os nomes gregos para os deuses, e no final há um quadro mostrando a correspondência entre nomes gregos e romanos, e também um glossário. Deusas e deuses amavam muito. Casavam, descasavam e geravam outros deuses e deusas. Gostavam de proteger os amores dos casais aqui da Terra, ajudando-os a realizar seus sonhos. Você vai conhecer amores entre deuses e mortais daqueles tempos. Eles são referência e inspiração até hoje para a composição de músicas, livros e personagens de teatro, TV e cinema.

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Apolo e Cassandra

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uando alguém quer elogiar a beleza de

um homem compara-o a Apolo. Sabe por quê? Ele até hoje é famoso por ser o mais belo deus do Olimpo. Com cabelos, olhos, nariz, dentes, boca e corpo perfeitos, tornou-se o deus da beleza masculina. Apolo é também o deus da música, da poesia, da perfeição, da harmonia, do equilíbrio e da razão; protetor da natureza, dos rebanhos, dos pastores, dos marinheiros e dos arqueiros. Quando precisavam, os humanos lhe pediam ajuda. Depois de Zeus, ele era a divindade mais influente e venerada do Olimpo. Mas não tinha sorte no amor. Fez várias tentativas. Ele se apaixonava. Mas as moças não correspondiam. Um amor de verdade ele não conhecia. 10

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O belo, porém, não desistia. Estava sempre em busca de um grande amor. Um dia conheceu Cassandra, princesa linda e ambiciosa. Foi fisgado logo que a viu. Para conquistar a jovem, fez esta promessa: – Se você se casar comigo, eu lhe dou o dom de prever o futuro. Você saberá, antes de todo mundo, quem vai ganhar um jogo ou uma guerra. Saberá quem vai ter sorte ou azar na vida, quem vai ter fama, riqueza e poder. Isso lhe trará, Cassandra, muita fama e reconhecimento. Ela logo vislumbrou uma grande oportunidade. Mais do que um interesse verdadeiro pelo deus, imaginou a fortuna e a glória que teria com as previsões. Todos a consultariam para saber o futuro. Ficaria famosa. Aceitou a proposta e eles se casaram. Apolo cumpriu o trato, mas ela não quis ficar com ele. O deus se vingou. Manteve o poder da princesa, porém, tirou-lhe a credibilidade. Cassandra nem ligou para as ameaças de Apolo porque continuava acertando as previsões. Logo, logo, porém, ela iria perceber o tamanho do castigo. Com o poder dos deuses, não se brinca. Ela avisava as pessoas sobre perigos e azares que poderiam sofrer, só que não tinha sucesso. Pensavam 11

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que fosse louca e mentirosa. O que dizia que ia acontecer realmente acontecia, mas ninguém lhe dava crédito. Quando falava, todos riam. Ela chorava, ficava com raiva. Não conseguia conquistar a confiança das pessoas. “São previsões de Cassandra”, caçoavam rindo.

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Apolo e Dafne

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izem que o maior amor de Apolo foi

Dafne. A ninfa era encantadora. Ele a viu quando passeava em um bosque. A bela tinha acabado de tomar banho e secava os cabelos, torcendo-os delicadamente com as mãos. Diante da surpreendente imagem, ele exclamou: – Que maravilhosa ninfa! Dafne se virou e viu o deus, que a observava atentamente. Assustada, saiu correndo pela mata adentro. Apolo correu atrás dela. Mas ela não queria saber dele. Correu mais rápido e sumiu. Ele olhou para todos os lados. Não viu nem sombra da jovem. Inconformado, jurou que a encontraria. Mal sabia que o desencontro tinha sido obra de Eros, que nunca se esqueceu de uma humilhação 14

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sofrida quando criança. Certa vez, quando se divertia com seu arco e setas, foi zombado por Apolo, que morreu de rir daquela cena. Pior: caçoou do instrumento que Eros mais adorava. Ele se ofendeu e prometeu vingança. Dito e feito. Ele preparou duas setas. Uma, com ponta de ouro para atrair o amor. A outra, com ponta de chumbo para rejeitar o sentimento. Com a seta de ouro feriu Apolo, fazendo-o cair de amores por Dafne. Com a de chumbo feriu Dafne para que sentisse horror a Apolo. Estava feito o estrago. Perdidamente apaixonado, Apolo perseguia Dafne dia e noite. Ela fugia desesperada. Nunca tinha sentido tamanha repulsa por alguém. O mais feio dos faunos não lhe parecia mais odioso do que aquele deus que não a deixava em paz. Numa das perseguições, com Apolo cada vez mais próximo, Dafne percebeu que não conseguiria escapar. Nesse instante, viu o pai, o deus-rio Peneu, entre as árvores. Pediu-lhe que a salvasse, transformando-a em outra criatura. Peneu atendeu ao seu pedido. Quando Apolo estava quase lhe tocando os cabelos, ela sentiu um torpor estranho nas pernas, nos braços, no corpo. Não podia mais se mover. O corpo se revestiu de casca. Os cabelos viraram folhas. Os braços, ramos e galhos. Os pés se fincaram na terra. 15

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Apolo parou espantado sem entender o que acontecia. E, impotente, viu surgir diante dele, no lugar de Dafne, um belo loureiro. O deus abraçou-se aos ramos e beijou a casca. Desde então, o loureiro se tornou a árvore sagrada do luminoso deus, símbolo do amor pela ninfa. Em homenagem a Dafne, Apolo tomou uma decisão. Passou a usar as folhas de louro como coroa e, com elas, enfeitou a lira que carregava sempre consigo. Os heróis ganhavam dele coroas de louro como prêmio pelas conquistas. São os louros da vitória e do amor.

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Eros e Psique

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ros nasceu lindo, gordinho e bochechudo.

Com duas asas de anjo, carregava um arco cheio de flechas. Divertia-se atirando a torto e a direito. Sem mirar o alvo, o resultado era um só. Os atingidos se apaixonavam. O garoto cresceu e virou um belo rapaz. No reino de Eros vivia Psique. A jovem era tão bonita que os homens caíam de amor por ela. As mulheres morriam de inveja. Todos a comparavam com a deusa Afrodite, considerada a mais perfeita das criaturas. Afrodite, que era a mãe de Eros, não gostou da comparação. Queria continuar única, sem concorrente. Mandou o filho acertar uma flecha em Psique para ela se apaixonar pelo primeiro homem que encontrasse. Mas a trama fracassou. 18

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O deus se encantou pela princesa e não deixou ninguém se casar com ela. Resultado: apesar de bela e cheia de qualidades, Psique não arrumava pretendente. O tempo foi passando, as irmãs se casaram, e ela continuava solteira. Os pais, preocupados, consultaram o oráculo, que tudo sabia. Receberam a ordem para abandonar a moça numa montanha. Lá, ela encontraria o marido, um monstro terrível. Eles choraram a sorte da filha, mas obedeceram. Sozinha no lugar desconhecido e assustador, ela tremia de medo. Esperava o momento em que o tal monstro fosse buscá-la. De repente, sentiu um vento suave e gostoso, que a carregou para o jardim de um palácio, onde encontraria o marido. Psique ficou à espera da criatura medonha. Estava em pânico. Ele chegou, mas não se deixou ver. Será que era tão feio assim? Mas, ao contrário do que ela imaginava, o ser foi muito gentil e carinhoso. Psique se apaixonou. Só que teve de aceitar uma condição. Nunca poderia vê-lo. Todas as noites, o marido vinha encontrá-la, porém, no dia seguinte, quando ela acordava, ele já havia saído. A princesa estava cada vez mais apaixonada, mas se sentia só. Então disse ao marido que queria 19

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visitar a família. Ele falou que isso não seria bom. Porém, depois de ela insistir muito, mandou o vento levá-la até os pais. Foi uma festa só. Psique entregou ricos presentes para todos e não escondia a felicidade. Mas a moça tinha um grande defeito. Não sabia guardar segredo. Contou para as irmãs o mistério sobre o marido que não se deixava ver. Elas, invejosas e curiosas para conhecer a verdade, convenceram-na a descumprir o trato. De volta ao palácio, quando o marido dormia, Psique acendeu uma lamparina de óleo e, ao vislumbrá-lo, teve uma surpresa! Seu amado era Eros. Contemplando tanta beleza, ela se distraiu. Uma gota de óleo quente caiu no corpo do deus, e ele acordou. Ficou muito bravo. Garantiu que ia embora para sempre. E foi. Bateu asas e nunca mais voltou. Psique se arrependeu por não ter respeitado o combinado. Perdeu o amor de Eros. Dizem que ela chora até hoje.

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Hades e Perséfone

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ue medo! Hades vem aí. Deus do Inferno, ele

manda e desmanda no mundo subterrâneo. Anda com a cara sempre amarrada. Veste túnica e manto vermelhos. Em um passeio na Terra, viu Perséfone. A jovem de beleza estonteante parecia uma flor. Tinha o corpo flexível, pele suave como pétalas e olhos cor de violeta. Ele se apaixonou loucamente. Perséfone, a filha de Deméter, vivia com a mãe no Olimpo. Poderosa, Deméter era a deusa da agricultura, senhora da terra cultivada, das plantações e das colheitas. Fazia brotar do chão as plantas que viravam alimentos. Foi ela quem ensinou os homens a cultivar o trigo e a fazer o pão. Hades pediu Perséfone em casamento. Deméter recusou. Não suportava separar-se da filha, que 22

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a ajudava e lhe fazia companhia. Além do mais, não queria que a filha ficasse com o rei dos mortos. Ela merecia luz, não penumbra ou escuridão. Hades não desanimou nem desistiu. Jurou que Perséfone seria sua mulher por bem ou por mal. E assim aconteceu. Numa tarde, quando a jovem foi ao parque colher flores com as amigas, um belo narciso a atraiu. Ela correu para perto dele e... Com estrondo ensurdecedor, o chão se abriu e formou um buraco enorme. De dentro surgiu um carro dourado puxado por seis cavalos. Quem o dirigia? Ele mesmo, Hades. O deus puxou a jovem e a levou para o mundo subterrâneo. Tudo aconteceu em menos de um minuto. Deméter ouviu o barulho, mas nada viu. Procurou a filha durante oito dias e oito noites. Nada. Hélio, o deus Sol, que tudo vê, sentiu muita pena da mãe desesperada. Contou-lhe tudo. Furiosa, Deméter exigiu que Zeus, o deus dos deuses, lhe devolvesse a filha. Como ele não queria contrariar Hades, pediu tempo pra resolver o assunto. Ela não se conformou. Deixou o Olimpo e vagou pelo mundo dias e noites. Não comeu, não bebeu. Descuidou-se de tudo. Resultado: as plantações secaram e não deram mais alimentos. A fome tomou conta da Terra. Pessoas e animais morriam de inanição. Preocupado, Zeus mandou Hermes, o mensageiro do Olimpo, buscar Perséfone. Hades entregou a amada. 23

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Porém, antes da partida, Hades ofereceu à jovem sementes de romã. Ela comeu três. Despediu-se e voltou para o Olimpo. A mãe a recebeu com alegria e

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disse a Zeus que não se separaria da filha nunca mais. Ele concordou. Mas impôs uma condição: que Perséfone não tivesse provado a comida do mundo inferior. Como ela havia comido as sementes de romã, teria de voltar. Deméter não aceitou a realidade e ameaçou fazer greve de novo. Então os deuses chegaram a um acordo: Perséfone passaria três meses com o marido e nove com a mãe. Nos tempos em que ficava com Hades, o vento soprava gelado, o Sol não brilhava, a Terra se cobria de neve. Nos dias em que passava com Deméter, a natureza fazia a festa. O frio ia embora e os campos ficavam verdes. Foi assim que nasceram o inverno e o verão.

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Hipomenes e Atalanta

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ue história incrível a de Atalanta! As-

sim que nasceu, por ser mulher, foi rejeitada pelo pai, o rei Esqueneu, que a abandonou na floresta. Sobreviveu amamentada por uma loba e criada por caçadores. Cresceu livre, correndo pelas matas e montanhas. Aprendeu a caçar, tornando-se exímia com a lança. Na corrida ninguém a vencia. Dizem que nem Hermes, o mais veloz dos deuses, seria capaz de competir com ela. Já moça, a deusa Ártemis, a quem era muito dedicada, aconselhou-a a não se casar, pois estava escrito que o casamento seria sua ruína. Passou a evitar os candidatos que a procuravam, atraídos por sua beleza enigmática. Tinha um rosto marcante, muito forte para uma mulher. E vivia sozinha, ajudando Ártemis na caça. 26

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Ganhou fama quando salvou o reino da fome, matando com sua lança e pontaria perfeita um enorme javali selvagem enviado pelos deuses para destruir as plantações. Vingavam-se do rei, que tinha se esquecido de cumprir o dever de oferecer a primeira colheita do ano a eles. Foi uma proeza que os mais valentes nobres, convocados pelo rei para abater o animal, não haviam conseguido. Logo ela que, por ser mulher, havia sido motivo de piada quando disse que venceria. O pai, orgulhoso da coragem da filha, reconheceu-a e a levou para o palácio. Logo quis casá-la para lhe dar herdeiros. Os pretendentes apareciam, e ela recusava todos eles. Até que, pressionada pelo rei, Atalanta lhe revelou a profecia da deusa. Pai e filha fizeram um acordo. Ela se casaria com quem a vencesse na corrida. Se o pretendente perdesse, seria morto. Era uma forma de desanimar os rapazes. Só que não adiantou, e os melhores do reino foram morrendo, um após o outro. O jovem Hipomenes tinha sido o juiz de todas as disputas. Achava aquilo insensato e julgava Atalanta uma tola pretensiosa. Até que um dia ele a viu se preparar para mais uma prova. Maravilhou-se com o corpo perfeito, exuberante e cheio de graça. Seu amor crescia a cada prova, vendo a moça correr, os cabelos soltos e os pés descalços que pareciam ter asas. Um dia, num impulso, se apresentou à princesa e disse que seria seu adversário. Na véspera da prova, 27

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percebeu que faria uma loucura, porém não tinha mais jeito: se voltasse atrás, ficaria desonrado. Então pediu a Afrodite, deusa do amor: “Eu lhe imploro, me ajude, em nome do amor de Atalanta que me inspirou”. Afrodite se compadeceu e lhe deu três maçãs de ouro, orientando-o como usá-las. Ainda no início da corrida, com Atalanta na dianteira, Hipomenes começou a perder terreno, com dificuldade até para respirar. Seguindo as instruções de Afrodite, jogou uma maçã de ouro perto de Atalanta, que, admirada, parou para pegá-la. Foi a deixa para Hipomenes passar à frente. A jovem se recuperou e o deixou para trás de novo. Hipomenes jogou a segunda fruta. Nossa heroína caiu mais uma vez na armadilha. Voltou logo à disputa e já ia ultrapassar o rival quando ele jogou a última maçã de ouro. Pronto, a distração levou-a a perder a corrida.

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Ela não ficou triste, porque também se apaixonara. Ele era um belo rapaz, ousado e corajoso que a impressionou. Casaram-se e, felizes demais, esqueceram-se de agradecer a Afrodite. Ela ficou ofendida e pediu a Cibele, deusa que punia a ingratidão, que os castigasse. Atalanta foi transformada em leoa e Hipomenes, em um leão. Atrelados ao carro da deusa, podem ser vistos em várias representações, de esculturas a pinturas. Os dois continuaram juntos, mas a profecia se cumpriu: o casamento foi a ruína de Atalanta.

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Narciso e Eco

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ocê já ouviu falar em Narciso?

Para uns, é uma bela flor azul. Diz a mitologia que a flor é uma homenagem a um pastor de ovelhas chamado Narciso. Ele era belo. Mais do que belo, deslumbrante. Por onde andava deixava as pessoas e animais boquiabertos diante de sua figura. Desde criança provocava tanta admiração que a mãe nunca o deixava se olhar no espelho. Não queria que crescesse vaidoso. E Narciso cresceu sem entender por que provocava tanta admiração. Não conhecia o próprio rosto. E no dia em que se viu, ficou encantado. Por isso dizem que Narciso é sinônimo de homem vaidoso. 30

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Eco era uma bela ninfa que cuidava, com muitas outras, dos bosques e das águas nas proximidades de onde Narciso vivia. Muito tagarela, falava com graça e entretinha os outros com seu jeito. Sempre ajudava a deusa Ártemis nas caçadas: distraía os animais com sua voz encantadora para então Ártemis surpreender as caças. Um dia Zeus foi se divertir com as outras ninfas. Ciumenta, Hera correu atrás do marido. Encontrou Eco e lhe fez perguntas, tentando descobrir onde ele estava. Tentando distrair a deusa, Eco ficou conversando, contando-lhe histórias. Hera, que além de ciumenta era muito esperta, percebeu o jogo da ninfa e decidiu puni-la. Ela nunca mais iniciaria uma conversa e só repetiria a última palavra que a pessoa lhe dissesse. Pobre Eco. Perdeu sua maior alegria e passou a vagar triste e solitária, até que um dia viu Narciso. O pastor tinha acabado de caçar e entrou no bosque para se refrescar. A ninfa ficou embevecida com tanta beleza. Daí em diante, silenciosamente, passou a seguir o rapaz sempre que ele entrava em suas matas. Um dia, Narciso percebeu e perguntou: – Há alguém aqui? – Aqui – respondeu Eco. Narciso olhou em torno e, não vendo ninguém, gritou: 31

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– Apareça! – Apareça! – respondeu Eco. – Venha até aqui – disse o jovem. A ninfa não se fez de rogada. Muito afoita, correu na direção de Narciso para atirar-se em seus braços. Ele levou um susto, pensando estar diante de uma maluca, e gritou: – Afaste-se! E fugiu correndo. Ofegante, deitou-se à beira do lago. Quando se virou para beber água, viu sua imagem refletida. Era a primeira vez que via seu rosto.

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Admirado com tanta beleza, atirou-se na água para abraçar a criatura. A figura desapareceu, e ele, procurando-a desesperadamente, se afogou. Eco viu toda a cena e, sentindo-se culpada, quis morrer junto com o amado. Passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. Não comia, não bebia. Seu corpo foi definhando até sobrarem apenas ossos, que se transformaram em rochedos. Nada mais restou dela, a não ser a bela voz, que repete sempre a última palavra de quem fala entre rochedos e em cavernas. O fenômeno é chamado de eco em homenagem ao mito da ninfa.

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Odisseu e Circe

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ilha de Hélio, o Sol, Circe era a rainha das feiticeiras. Conhecia tudo sobre ervas. Pegava umas folhas daqui, juntava com outras dali e fervia em um caldeirão com água. Estava pronta mais uma poção mágica. Em suas mãos, as ervas se transformavam em arma mortal. A bruxa vivia na ilha de Eana, na costa da Itália, cercada por falcões e feras amansados com suas misturas. Morava em um castelo, de onde saía uma luz que atraía os navegantes. De lá também vinha uma bela canção que ela interpretava. Ninguém resistia ao encanto. Os marinheiros chegavam curiosos para conhecer a dona de voz tão afinada. Ela os recebia com agrados: banquetes com comida farta, vinhos de primeira qualidade e licores que misturava com as poções mágicas. Resistir como? Só que, ao final, Circe 34

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os tocava com uma varinha de condão. Sabe o que acontecia? Os homens viravam porcos. A história se repetiu com a tripulação de Odisseu. O herói voltava da Guerra de Troia. Estava louco para reencontrar a mulher, Penélope, e o filho, Telêmaco. Fazia quase vinte anos que estava longe. Quando avistaram a Ilha de Eana, os marinheiros decidiram parar para recuperar as forças. E então Odisseu enviou alguns homens para lá a fim de buscar ajuda. Perto do castelo, os marujos ouviram a música. E a bela voz. A feiticeira convidou-os a entrar. Todos aceitaram, menos um deles, que, desconfiado, voltou ao navio para avisar o comandante. Os que entraram comeram e beberam à vontade. Depois, a feiticeira os tocou com a varinha e eles viraram porcos. Como os homens não retornaram, nosso herói pensou: “Eles caíram em uma armadilha”. Decidiu, então, libertar os tripulantes. Juntou um grupo e recomendou muito cuidado. Pressentia perigo. No caminho, encontrou-se com o deus Hermes, que lhe falou sobre os riscos que correria ao se aproximar de Circe e lhe deu uma planta com poderes para resistir às bruxarias. Odisseu foi muito bem recebido. Depois de comer e beber chegou a hora da magia. Circe tocou-o com a varinha mágica e disse, gargalhando: “Vá se juntar aos porcos”. Mas a erva de Hermes cortou 35

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a magia. Tomando a espada, Odisseu imobilizou a bruxa. Ela caiu no chão, sem poder reagir. Por essa a feiticeira não esperava. Ajoelhou-se ante Odisseu e implorou piedade. Ele era muito astuto e não se deixou levar pela bruxa. Mandou-a libertar os companheiros e deixar que partissem sãos e salvos. Tudo resolvido, descansaram, recuperaram as forças e se aprontaram para partir. Só que a história não terminou aí. Circe se apaixonou por Odisseu. Ele se encantou por ela. Viveram um ano juntos. Mas a saudade de casa voltou a tomar conta do coração do herói. Ele fez as malas e partiu. Ela continuou no castelo, enfeitiçando os homens que caíam no seu encanto.

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Odisseu e Penélope

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ocê já deve ter ouvido a expressão “parece que está tecendo a colcha de Penélope”. Quando alguém diz isso, fala de uma tarefa que nunca termina. Ou de um trabalho que demora para ser feito. A expressão vem de um caso muito, muito, muito antigo. E se baseou no exemplo dado pela rainha Penélope, que era casada com o rei Odisseu. Os dois viviam felizes e apaixonados junto com o filho Telêmaco. Eram amados pelos súditos, que se orgulhavam de soberanos tão justos e bons. Mas, um dia, Odisseu foi convocado para a Guerra de Troia. Fez de tudo para não abandonar a família. Até se fez de louco. Mas não adiantou. Partiu e ficou muito tempo fora, sem dar notícias. 38

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Penélope esperava o marido. Seu pai lhe dizia que Odisseu deveria ser dado como morto. Afinal, ninguém sabia dele. E ela tinha a obrigação de se casar novamente porque o reino precisava de um rei. Havia muitos pretendentes e era preciso escolher um deles. Para ganhar tempo, ela respondeu que, quando o filho crescesse, pensaria no assunto. Telêmaco tornou-se adulto. O número de pretendentes aumentava todos os dias. Impacientes, eles cobravam uma decisão. Como escapar? Ela teve uma ideia: tecer uma mortalha. Quando os moços a pediam em casamento, ela prometia: – Eu me caso quando acabar a mortalha. Tecia de dia e, à noite, desfazia o trabalho. A obra nunca ficava pronta. Muito tempo depois, a manobra foi descoberta. A rainha ficou sem saída. Aí tentou um último recurso. Escolheria o pretendente que vencesse um torneio. Elaborou uma tarefa bem difícil. Eles deveriam acertar uma única flecha em 12 argolas enfileiradas. Sabe de quem era o arco? De Odisseu. A esperta mulher sabia que só ele poderia vergar o arco para disparar a flecha. Odisseu, finalmente, conseguiu voltar ao reino. Ele chegou no dia do torneio. Vinha sozinho, vinte anos depois da partida. Havia enfrentado muitos problemas na viagem e perdido navios e marinheiros em naufrágios. Irreconhecível, usava roupas de 39

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mendigo. E nas ruas não se falava de outra coisa que não fosse o torneio. Comovido com a demonstração de amor da rainha, que o esperou tantos anos, decidiu entrar na disputa. Os pretendentes reclamaram. Consideravam ousadia um mendigo querer se tornar rei. Ali só havia lugar para nobres como eles. Mas tiveram de ceder: as regras não impediam qualquer candidato de participar. Nenhum concorrete conseguiu vergar o arco e atirar as flechas. Foram eliminados um a um. Quando chegou a vez de Odisseu, ele pegou o arco, vergou-o e atirou a flecha, que atingiu o alvo. Vencedor, revelou que era o rei guerreiro que voltava para casa. O reino se alegrou. Odisseu e Penélope continuavam apaixonados.

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Orfeu e Eurídice

–Q

ue deus é este que nos traz esta música maravilhosa? Que voz é esta, que parece de anjos? Nunca ouvi nada assim – comentou a ninfa Eurídice com as amigas. A jovem pensou que estivesse sonhando. Espantadas, as companheiras exclamaram: – Como? Você não conhece Orfeu? Nunca ouviu sua música e sua voz? Então lhe contaram que ele era filho do deus Apolo, de quem ganhara de presente uma lira. Aprendeu a tocar tão bem que nada resistia ao encanto de sua música. Os pássaros paravam para escutar, os animais selvagens ficavam mansos. Deuses se emocionavam. Homens, mulheres e crianças se maravilhavam. Todos diziam nunca ter existido um músico como ele. 42

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Orfeu era um dos argonautas que tinham ido com Jasão conquistar o Velocino de Ouro. Durante a viagem, tocava e cantava para dar ritmo aos remadores e acalmar as brigas dentro do navio. A música livrou os argonautas do canto das sereias. Até aquele dia, tripulações inteiras de outros navios eram atraídas pelo canto e mortas sem compaixão. Com essas proezas, ficou famoso. As amigas ninfas armaram o encontro. Orfeu conheceu Eurídice. Ela se apaixonou por ele. Ele caiu de paixão por ela. Os dois se casaram e viviam tão felizes que encantavam as pessoas ao redor. Mas, um dia, pouco depois do casamento, Eurídice foi passear com as amigas no campo e, sem querer, pisou em uma cobra. Foi picada e morreu. Com a morte da amada, Orfeu foi tomado por uma tristeza sem-fim. Continuava cantando e tocando como ninguém. Mas as músicas eram tão tristes que as pessoas choravam ao ouvi-las. O reino estava ficando infeliz. Com pena de tanto sofrimento, os deuses disseram a ele para procurar Hades, o rei do mundo inferior, e pedir que devolvesse a vida a Eurídice. Cheio de esperança, o apaixonado procurou Hades. Tocava a lira para amansar os monstros que tentavam impedir a caminhada. Chegando à sala do trono, Orfeu tocou e cantou para o deus, arrancando lágrimas de ferro do senhor dos mortos, que disse: 43

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– Pode levar sua amada, mas com uma condição: ande na frente da sua mulher. Não olhe pra trás. Só se volte quando chegar à Terra. Assim fizeram. Os dois caminharam. Andaram muito. Ele, na frente; ela, atrás. Durante o percurso,

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tonto de felicidade, Orfeu tocou a lira e cantou melodias maravilhosas. Quando estavam quase chegando,

bateu a dúvida. Eurídice o estaria seguindo? Olhou pra trás. Teve tempo de ver a amada desaparecer. Ela morreu de novo. Desta vez, para sempre. Orfeu nunca mais amou outra mulher. Quando morreu, as musas o enterraram num túmulo onde o rouxinol canta mais suavemente do que em qualquer outra parte da Grécia. Sua lira foi colocada por Zeus entre as estrelas. Orfeu, enfim, reencontrou Eurídice. Nunca mais a deixou. 45

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Pigmalião e Galateia

P

igmalião era um grande escultor que vivia

em Chipre. Muito talentoso, transformava tudo em arte. Nas mãos dele, pedra virava gente. Arame se transformava em leões, elefantes, peixes. Barro se tornava casa, morro, árvores. Uma festa! O homem fazia mágicas. Recebia encomendas até de lugares distantes, porque era muito admirado. Mas ele tinha um grande problema. Detestava mulheres. Achava o corpo delas feio. O andar, deselegante. O espirro, sem educação. O falar, insuportável. Dizia que não reconhecia sua inteligência. Jurou que nunca se casaria. Com tanta intolerância, ele não era feliz. Sentia-se só, muito só. Resolveu, então, criar a mulher 46

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perfeita. Trabalhou dias e noites sem-fim. Mas valeu a pena. Depois de muitos retoques, esculpiu em marfim a mulher ideal. Era tão bela que nenhuma criatura real poderia se comparar a ela. O modelo em que se inspirou era nada menos do que Afrodite, a deusa da beleza e do amor. Pigmalião passava horas admirando a estátua. E não podia acreditar que não fosse de carne e osso. Apaixonou-se perdidamente por ela. Comprou-lhe presentes pensando que, assim, a tornaria mais humana. Colocou anéis nos dedos, brincos nas orelhas, colar de pérolas no pescoço. Vestiu-a com os mais belos vestidos. Deu-lhe flores e pássaros. Chamava-a “minha esposa”. O tempo foi passando, e a paixão crescia cada vez mais. O pobre escultor já não comia, não bebia, não trabalhava direito. As encomendas deixaram de ser atendidas. Os clientes ficavam indignados e o chamavam de irresponsável. O povo da cidade dizia que estava louco. Onde já se viu cair de amores por uma estátua e tratá-la como se fosse gente? Chegou o dia do festival em homenagem a Afrodite, celebrado todos os anos em Chipre. Vinha gente de toda parte para render homenagens à deusa. 47

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Pigmalião saiu de casa para as celebrações. Estava magro, pálido e com olheiras. Pudera! Desde que se apaixonou pela estátua, não comia nem dormia direito. Diante do altar de Afrodite, ele hesitou, mas encheu-se de coragem e rogou: – Minha deusa, você tem o poder de me fazer o mais feliz dos mortais. Tinha muito mais para falar, sobre a solidão ou a paixão que o enlouquecia, mas não se atreveu. Saiu em disparada, sem acreditar em tamanha ousadia, e voltou para casa. Afrodite, que adivinhava os pensamentos e desejos dos apaixonados, compadeceu-se de Pigmalião. Decidiu dar vida à estátua. E a chamou de Galateia. Quando chegou em casa, o escultor mal pôde acreditar. Uma mulher de carne e osso veio toda sorridente ao seu encontro. Desde esse dia, ele e Galateia ficaram juntos e felizes.

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Teseu e Ariadne

A

bela Ariadne, filha do rei Minos, de Creta, e da rainha Pasífae, amou apaixonadamente um homem, Teseu. Filho do rei Egeu, de Atenas, ele ia todos os anos a Creta para pagar um tributo de guerra devido por Atenas: devia entregar sete rapazes e sete moças para serem devorados por um insaciável minotauro. Os jovens serviriam de comida para um feroz ser com cabeça de touro e corpo de homem, filho do rei Minos. Ele se alimentava de carne humana e vivia preso em um labirinto, que o pai mandara construir para que não atacasse a população. O labirinto era cheio de corredores, curvas e encruzilhadas. As pessoas que entravam se perdiam e jamais conseguiam encontrar a saída. Algumas versões dizem que até Dédalo, o arquiteto que o projetou, teria morrido preso lá dentro. 50

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Teseu era valente e convenceu o pai a deixá-lo ir entre os rapazes que seriam sacrificados. Estava certo de que mataria o Minotauro e acabaria com aquela pena macabra. Em Creta conheceu Ariadne. E foi amor à primeira vista, pelo menos por parte da jovem. Apaixonada, ela lhe fez uma proposta: daria uma espada para que pudesse matar o monstro e, em troca, ele a levaria para Atenas, onde os dois se casariam. Teseu aceitou. Mas como encontraria a saída depois de matar o Minotauro? Ariadne tinha pensado nisso também. Deu-lhe um fio de lã para ele ir desenrolando conforme andasse pelo labirinto. Ela ficaria do lado de fora, segurando uma das pontas, e o traria de volta. O plano deu certo. O Minotauro foi morto, e Teseu saiu do labirinto junto com o grupo, seguindo o fio de Ariadne. E teve que cumprir a promessa. Embarcou de volta para seu reino levando a bela princesa. Durante a viagem pararam para dormir na Ilha de Naxos, um dos lugares favoritos do deus do vinho, Dionísio. Adormeceram. De madrugada, Teseu embarcou novamente, só que não acordou Ariadne e deixou-a para trás. Ele não a amava com a mesma 51

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intensidade. Ariadne desesperou-se ao acordar sozinha. Sentiu-se perdida, traída em um lugar estranho. O que faria? A resposta veio com Dionísio, que chegava a Naxos para descansar. Triste, ela lhe contou sua desventura. O deus a consolou e acabou se apaixonando. Levou-a para passear e conhecer belos recantos da ilha, e assim a conquistou, ajudando a amada a esquecer Teseu. Os dois se casaram e ele lhe deu como presente de núpcias uma coroa de ouro e pedras preciosas. Diz a lenda que tiveram filhos e viveram felizes. Segundo os gregos, a constelação Coroa Boreal – com seus 4 planetas e 42 estrelas, entre elas a magnífica Alphecca – foi criada quando Dionísio atirou para o céu a coroa que dera a Ariadne como presente de casamento. Foi a maneira que ele encontrou para imortalizar seu grande amor, que acabara de morrer. E Teseu? Com a morte do pai, tornou-se rei de Atenas. Reuniu os habitantes da Ática e fez leis sábias e úteis para o povo, num governo democrático. Como várias lendas gregas foram passadas pela tradição oral, existem outras versões sobre o final da história de Ariadne, Teseu e Dionísio. 54

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Umas mais tristes; outras, mais felizes. Se você procurar, vai encontrar algumas delas. E verá que todas tratam de amor, ingratidão e renascimento da esperança.

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Árvore genealógica

Ares

Hebe

Hefesto

Atena

Héstia

Hades

Poseidon

Ciclopes

Perséfone

Zeus + Hera

Hecatônquiros

Urano + Gaia

Deméter + Zeus

Cronos +Reia

Óreas

Po

Tá Gaia

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s

Hermes

Afrodite

Maia + Zeus

Dione + Zeus

Prometeu Apolo

Ártemis

Leto + Zeus

Atlas

Epimeteu

JÁpeto + Clímene

Oceano + Tétis

Céos + Febe

Ponto Érebo Eros Tártaro

Caos

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Nomes gregos e romanos Como vimos no início do livro, gregos e romanos tinham muitos deuses. Acreditavam realmente em seus poderes e pensavam que cada um era responsável por algo no mundo para garantir a vida dos povos. Os mais poderosos mandavam na terra; nos oceanos; nos céus; no inferno. Os demais cuidavam do campo e das florestas; dos animais; da música; da poesia; do amor. Apesar de na Grécia terem um nome e em Roma, outro, seus poderes e influência eram os mesmos. Para compreender quem é quem na Grécia e em Roma, veja o quadro de alguns deuses a seguir. A maioria deles apareceu nas histórias. 58

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Os deuses para os gregos Os deuses para os romanos Afrodite

Vênus

Apolo

Febo

Ares

Marte

Ártemis

Diana

Atena

Minerva

Deméter

Ceres

Eros

Cupido

Hades

Plutão

Hefesto

Vulcano

Hera

Juno

Hermes

Mercúrio

Perséfone

Prosérpina

Zeus

Júpiter

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Glossário Afoita — Pessoa ousada, apressada. Às vezes, imprudente. Argonautas – Marinheiros do navio Argos, daí o nome argonautas. Enfrentaram vários perigos para conquistar o velocino de ouro. Deusas – Com poderes divinos, eram imortais e adoradas, temidas e respeitadas pelos humanos. Viviam no Olimpo, protegiam e ajudavam quem vivia na Terra. Mas tinham, também, o poder de castigar se fossem desagradadas. Faziam a vida acontecer. Deuses – Tinham todos os poderes atribuídos às deusas e, como elas, imortais habitantes do Olimpo. O mais importante era Zeus, que governava a Terra, os deuses e deusas. Divindade – Pessoa ou objeto com poderes especiais. Considerados sagrados, adorados e respeitados pelos seres humanos. Embevecida – Pessoa que fica encantada com alguém ou alguma coisa. Fauno – Criatura metade homem e metade bode. Considerado semideus, protegia o rebanho e as plantações de trigo. Filosofia — Palavra de origem grega que significa amor à sabedoria. Análise racional do significado da natureza da existência humana, do conhecimento, da verdade, dos valores morais e estéticos. Grécia – País do sul da Europa, sua capital é Atenas. É considerada o berço da civilização, e sua cultura e filosofia influenciaram a cultura ocidental moderna (Europa e regiões que ela colonizou). Inanição – Estado de fraqueza em que fica uma pessoa por falta de alimentação. Lira – Instrumento musical de corda, muito usado na Antiguidade. 60

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Minotauro – Ser que tinha a cabeça e cauda de touro e corpo de homem. Morava no centro do labirinto, construção cheia de ruelas que se cruzavam e de onde ninguém saía. Mitologia grega – Conjunto de mitos (histórias e lendas) sobre deuses, heróis e outros seres que compunham o universo daquela civilização. Por meio dela se compreende a sociedade grega antiga, sua cultura e comportamento. Narciso – Personagem que se encantou com a imagem de seu rosto refletida na fonte. As pessoas vaidosas, encantadas com a própria beleza, são chamadas de narcisistas. Ninfa – Divindades mortais, jovens lindas, consideradas as guardiãs da natureza. Habitavam lagos, rios, florestas e montanhas. São fadas sem asas, delicadas, cheias de graça criativa. Olimpíadas – Disputa de vários jogos. Começaram na cidade de Olímpia, na Grécia antiga. Os homens participavam em honra a Zeus, e as mulheres em honra a Hera. O vencedor recebia uma coroa de louros e era considerado herói. Olimpo – A mais alta montanha da Grécia. Na mitologia grega, o Monte Olimpo era a morada dos deuses. No Olimpo, eles tratavam dos assuntos relativos à Terra e ao céu. Rogada – Pessoa que se faz de desentendida, de difícil diante de uma situação. Roma – Capital da Itália. A Roma antiga foi uma civilização muito importante, que dominou vários povos, tornando-se um dos maiores impérios do mundo antigo. O Império Romano influenciou as artes, o direito, a política, a literatura, a tecnologia e a guerra das regiões conquistadas. Vergar – Dobrar em arco, curvar-se. Pode significar também submeter, abater.

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Referências BRANDÃO, Junito. Dicionário mítico-etimológico da mitologia grega. Petrópolis: Vozes, 2000. ______. Mitologia grega. Petrópolis: Vozes, 2000. BRUNEL. Dicionário de mitos literários. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957. BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia: história de deuses e heróis. Tradução de David Jardim. 34. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. COMMELIN, P. Mitologia grega e romana. Tradução de E. Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1993. DICIONÁRIO DE MITOLOGIA GRECO-ROMANA. São Paulo: Abril Cultural, 1971. DOWDEN, K. Os usos da mitologia grega. Tradução de C.K. Moreira. Campinas: Papirus, 1994. GRAVES, Robert. O grande livro dos mitos gregos. Rio de Janeiro: Ediouro, 2008. GRIMAL, P. Dicionário da mitologia grega e romana. Tradução de V. Jabouille. 2. ed. Lisboa: Difel, 1993. HACQUARD, Georges. Dicionário de mitologia grega e romana. Porto: Edições ASA, 1990. JAGUARIBE, H. Um estudo crítico da História. Tradução de S. Bath. São Paulo: Paz e Terra, 2001. KERÉNYI, C. Os heróis gregos. Tradução de O. M. Cajado. São Paulo: Cultrix, 1993. 62

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LAWRENCE, A. W. Arquitetura grega. Tradução de M. L. Moreira de Alba. São Paulo: Cosac & Naify, 1998. SISSA, G.; DETIENNE, M. Os deuses gregos. Tradução de R. M. Boaventura. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. VERNANT, J. P. O universo, os deuses, os homens. Tradução de R. F. d’ Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Internet ARIADNE.

Disponível

em:

<https://en.wikipedia.org/wiki/

Ariadne>. Acesso em: 25 set. 2016. LIST OF GREEK MYTHOLOGICAL FIGURES. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Greek_mythological_ figures>. Acesso em: 29 set. 2016. MORI, Kentaro. Teseu e o fio de Ariadne. 110nexos. Disponível em: < http://scienceblogs.com.br/100nexos/2010/06/teseu_e_o_ fio_de_ariadne/>. Acesso em: 25 set. 2016.

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Foto: arquivo pessoal

Foto: arquivo pessoal

As autoras, Dad Squarisi e Linda Goulart, e a obra

Dad Squarisi

Linda Goulart

Prezado professor, prezada professora: A autora, Dad Squarisi, nasceu em Beirute, capital do Líbano. Lá ouviu muitas histórias dos avós, dos pais, dos tios. Depois viajou muito e conheceu lendas e mitos da Europa, da Ásia, da África, das Américas. Como resultado, aprendeu a gostar de histórias. Contou todas para o filho, Marcelo. Algumas estão no livro Grandes amores da mitologia grega. Essas histórias foram escritas para o público jovem, portanto, bastante adequadas aos seus alunos. Dad foi professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira em todos os níveis de ensino, lecionando as mesmas disciplinas em centros de estudos brasileiros no exterior. Atualmente, é 64

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editora de opinião de um jornal de grande circulação no mercado e comentarista de TV. Também assina uma coluna chamada Dicas de Português, publicada em jornais, sites e blogues de norte a sul do Brasil. Possui dezoito livros publicados entre literatura infantojuvenil, língua portuguesa e redação. Linda Goulart, coautora, nasceu em Belo Horizonte (MG). Desde menina, aprendeu a gostar de livros. Lia muito e passou a admirar culturas antigas, como a egípcia, a árabe, a grega e a romana. Por isso, ficou entusiasmada com o convite de Dad Squarisi para participar deste livro. Além de escritora, atua como jornalista e editora de revistas. Esta obra trata sobre deusas e deuses da Grécia que amavam muito. Havia o deus da guerra, o deus dos mares, o deus do sol, a deusa da caça, a deusa das plantações e das colheitas, o deus da poesia e das artes, a deusa do amor. Neste livro, seu aluno vai encontrar narrativas de amor e de aventura de alguns desses grandes personagens da mitologia grega. Após essa extraordinária experiência literária, os estudantes serão culturalmente enriquecidos pelas histórias e seus critérios de escolhas e preferências por autores e gêneros se tornarão mais exigentes. 65

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Motivação para a leitura Sabemos que seus alunos já se interessaram pelo assunto e aderiram à ideia de devorar de uma vez só este livro. Agora, vamos destacar outros tantos motivos para que eles não percam essa leitura por nada. Grandes amores da mitologia grega é uma obra extraordinária, que reúne toda a magia dos mitos para prender o interesse de seus alunos logo no primeiro contato com o livro, fascinando-os até a última página. As narrativas são envolventes, os textos, de fácil compreensão, e as ilustrações, belíssimas, fatores essenciais para fazer que se encantem com esta obra. Prepare-os para apreciar histórias de amor surpreendentes na pele do belo deus Apolo ou da linda ninfa Dafne; acompanhar de perto o romance entre um deus, Eros, e uma mortal, Psique; emocionar-se com o sentimento de Orfeu por Eurídice; e desfrutar tantas outras arrebatadoras histórias de amor que marcaram eternamente a mitologia grega. Uma obra rica em recursos linguísticos e semióticos (estes verbais e muitas vezes não verbais) que atribuem personalidade, densidade e emotividade ao discurso usado pelas autoras com impressionante habilidade na forma de múltiplas figuras de linguagem para alcançar essa finalidade. Em suma, seus estudantes estão diante de uma obra apaixonante. Depois de lê-la, eles nunca mais serão os mesmos, e seus horizontes se ampliarão! Essa experiência de leitura vai desafiá-los a ir além da compreensão dos sentidos do texto, possibilitando-lhes tomar posse dele, usufruindo-o de forma tal que trará benefícios para sua vida pessoal e social. 66

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Justificativa da pertença da obra aos seus respectivos tema(s), categoria e gênero literário O mito é uma narrativa de caráter simbólico, relacionado a uma cultura, que procura explicar e demonstrar, por meio da ação e do modo de ser dos personagens, a origem de tudo (do mundo; dos seres humanos; dos animais; das doenças; dos objetos; das práticas de caça e pesca; da medicina; do amor; do ódio; da mentira; e das relações interpessoais). Grandes amores da mitologia grega, livro extremamente rico, emocionante e divertido que apresenta um conjunto de mitos gregos, está interligado aos temas de autoconhecimento, ao contato com sentimentos e emoções e ao diálogo com a história e a filosofia. O conteúdo foi elaborado para que seus alunos, da categoria 1, estudantes do 6o ou do 7o ano do Ensino Fundamental, consumam-no com apetite e curiosidade; por isso, traz uma linguagem acessível, mas que, ao mesmo tempo, desafia o vocabulário deles. Ao final da obra, há um glossário para tirar quaisquer dúvidas. Além disso, as encantadoras ilustrações de Mateus Rios conferem à obra um toque de Midas, o rei da mitologia grega que transformava em ouro tudo o que tocava. Este livro é dividido em onze contos, que são narrativas que tratam de fantasia e de acontecimentos deslumbrantes. Seguindo as características do gênero literário conto, cada história traz narrador, personagens, pontos de vista e enredo, que entendemos ser bem adequado ao perfil dos seus estudantes! 67

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O ilustrador, Mateus Rios, e a obra

Foto: arquivo pessoal

Mateus Rios é carioca, mas morou em várias cidades do Brasil. Atualmente, vive em São Paulo, onde trabalha ilustrando livros e ministrando oficinas de ilustração. Também produz artes para o cinema de animação e para projetos inovadores que envolvem histórias e imagens. É ilustrador desde 2006. Já ganhou prêmios e menções e participou de catálogos e exposições. Sentiu-se muito honrado ao ser convidado para ilustrar Grandes amores da mitologia grega. Com belas ilustrações, ele dá vida a alguns mitos gregos que tanto ama. Espera que sua modesta contribuição ajude a despertar ainda mais o interesse dos jovens leitores pelo simbolismo e pela riqueza dessas maravilhosas histórias que, em muitos aspectos, moldaram o imaginário da civilização ocidental.

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Namoravam, casavam e também tinham filhos, que se tornavam outros deuses. Mulheres e homens recorriam aos seus deuses para pedir proteção ou alguma graça especial. Acreditavam

Dad Squarisi — Linda Goulart

Deusas e deuses da Grécia amavam muito.

Dad Squarisi Linda Goulart

GRANDES AMORES DA MITOLOGIA GREGA

que as divindades regiam o universo e tinham muito poder e responsabilidades. Havia o deus da guerra, o deus dos mares, o deus do sol, a deusa da caça, a deusa das plantações e das colheitas, o deus da poesia e das artes, a deusa do amor. Essa capacidade de amar dos deuses movia o mundo e contagiava os seres humanos. São incontáveis as histórias de heróis com suas proezas e magias. Sonhos e ambições impulsionando a vida de pessoas comuns, de reis e rainhas. Em Neste livro você vai encontrar a história de amor e aventura de alguns desses grandes personagens da mitologia grega.

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GRANDES AMORES DA MITOLOGIA GREGA

todas elas, fala-se de muitas paixões.

Mateus Rios ilustrações

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