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Conheça a estrutura da coleção

Esta coleção é composta de quatro volumes destinados aos estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental – do 6º ao 9º anos – e quatro volumes destinados a você, professor. Para o ensino de língua inglesa, este material conta também com áudios específicos devidamente indicados no Livro do Estudante. Além disso, a coleção contempla a versão digital-interativa dos quatro volumes, os quais incluem alguns objetos de enriquecimento que complementam o material impresso.

Livro do Estudante

Cada volume do Livro do Estudante é organizado em oito unidades temáticas estruturadas em seções e subseções, as quais desenvolvem os eixos leitura, conhecimentos linguísticos, oralidade e escrita. Antes de iniciarmos a primeira unidade, temos uma seção que aborda o uso da língua inglesa no cotidiano. Permeando as unidades, podemos encontrar seções voltadas à avaliação diagnóstica, formativa e somativa. Também ao final do volume, temos uma seção que desenvolve algumas habilidades do eixo intercultural da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), além de indicações de filmes, livros, sites, músicas, entre outras sugestões que enriquecem o repertório dos estudantes, como uma lista de verbos e as referências bibliográficas comentadas. A seguir, apresentamos mais informações sobre a organização desta coleção.

Get on board

Essa seção, apresentada no início do volume, propõe aplicar a língua inglesa no cotidiano com o objetivo de levar os estudantes a desenvolver uma comunicação mais eficaz e autônoma. Portanto, aborda-se a língua inglesa de diferentes formas ao longo dos quatro volumes que compõem a coleção, sendo desenvolvida em língua portuguesa nos volumes de 6º e 7º anos e em língua inglesa nos volumes de 8º e 9º anos.

No 6º ano, essa seção explora a língua inglesa em sala de aula, além de consultar o dicionário. No 7º ano, a seção apresenta a língua inglesa por meio de músicas e situações comunicativas mais informais. No 8º ano, ela aborda a língua inglesa em filmes e explora aspectos culturais, como gestos e comportamentos, que podem interferir na eficácia da comunicação. Por fim, no 9º ano, a seção apresenta a língua inglesa em exames de larga escala, como os vestibulares e o Enem, além de apresentar o uso da língua para divulgação de conhecimentos.

What I know

Essa seção está presente em dois momentos em cada volume com o objetivo de promover avaliação. No início do volume, ela é proposta como instrumento de avaliação dos conhecimentos prévios dos estudantes, explorando o que eles já sabem sobre os principais conteúdos abordados no volume. Ao final do volume, a seção serve para avaliar o conhecimento deles com base no que foi estudado até então.

Unidades

As unidades temáticas são organizadas em seções que desenvolvem objetivos de aprendizagem em torno dos eixos leitura, conhecimentos linguísticos, oralidade e escrita: Abertura, Time to read, Time to learn words, Time to study the language, Time to listen, Time to speak, Time to write e Time to check. A seguir, apresentamos uma descrição de cada seção.

Abertura

A abertura apresenta para os estudantes os objetivos de aprendizagem da unidade, uma imagem relacionada ao tema e alguns questionamentos cujas respostas devem ser orais. A análise da imagem e a conversa proposta por meio das questões possibilitam aos estudantes envolver-se com o tema da unidade de maneira leve e gradativa, além de permitir que expressem o

Time to read

O intuito dessa seção é desenvolver habilidades de leitura e compreensão textual com base em uma perspectiva processual. Para isso, ela apresenta textos de diversos gêneros e é organizada em etapas de: Pre-reading, com atividades que visam motivar e criar expectativas sobre a leitura; While reading, cujas atividades levam os estudantes a conhecer, compreender e confirmar expectativas; e Post-reading, que promove a reflexão sobre o que leram e sobre o processo de leitura em si.

Time to learn words

Nessa seção, os estudantes são incentivados a desenvolver seu vocabulário por meio de palavras e expressões conhecidas e/ou novas por meio de atividades contextualizadas com o tema da unidade.

Time to study the language

Essa seção propõe o estudo das estruturas gramaticais da língua inglesa de forma contextualizada com o tema da unidade.

Time to listen

Essa seção apresenta as etapas Pre-listening, com atividades que visam motivar e criar expectativas sobre a compreensão oral; While listening, cujas atividades possibilitam conhecer, compreender e confirmar expectativas; e Post-listening, com atividades que promovem a reflexão sobre o que ouviram. Nela, os estudantes podem desenvolver a compreensão oral com base em uma perspectiva processual por meio de atividades inspiradas nos diversos textos orais.

Time to speak

Nessa seção, os estudantes têm a oportunidade de desenvolver e praticar a produção oral em inglês, por meio de atividades variadas, contextualizadas e relacionadas ao tema da unidade.

Time to write que já sabem e o que pensam a respeito do tema estudado, valorizando, assim, seu conhecimento prévio e as opiniões formadas sobre os temas. Nessa seção, os estudantes podem desenvolver e ampliar sua produção escrita, elaborando textos de diversos gêneros baseados em uma perspectiva processual. A seção é organizada em Pre-writing, com orientações para o planejamento do texto; While writing, com orientações para a produção do texto, a revisão e a escrita da versão final; e Post-writing, com orientações de como divulgar o texto.

Time to check

O objetivo dessa seção é proporcionar a avaliação formativa dos estudantes. Assim, ao retomar os principais conceitos estudados na unidade, os estudantes têm a oportunidade de avaliar seu desempenho. Essa seção é apresentada em língua portuguesa nos quatro volumes da coleção a fim de que todos tirem suas dúvidas em língua materna, com o intuito de levá-los a se apropriarem melhor das situações comunicativas em língua inglesa.

Keep learning

Apresentada a cada duas unidades, essa seção propõe atividades que abordam os conteúdos das unidades anteriores com o objetivo de complementar o aprendizado e reforçar os conteúdos estudados.

English in the world

Essa seção aborda o uso da língua inglesa ao redor do mundo, ampliando os conhecimentos interculturais dos estudantes.

Keep an eye on…

Essa seção traz indicações de filmes, livros, músicas e outros recursos interessantes relacionados aos temas abordados ao longo do volume para incentivar os estudantes a ampliar seus conhecimentos, além de levá-los a perceber que o estudo da língua inglesa também pode acontecer fora do material didático.

List of verbs

Nessa seção, apresentamos uma lista de verbos comuns em língua inglesa para os estudantes consultarem quando estiverem estudando os tempos verbais e para sanar dúvidas sobre a escrita desses verbos ou revisá-los sempre que necessário.

No 6 º e 8 º anos, a lista apresenta verbos exemplificados em frases. No 7º e 9º anos, a lista contempla os verbos no infinitivo, a respectiva tradução e suas formas no passado e no particípio passado.

Transcript

Ao final de cada volume, apresentamos a transcrição dos áudios que não estão reproduzidos em texto nas atividades. Com ela, é possível tirar dúvidas sobre o áudio, servindo de apoio para treinar a habilidade de escuta e compreensão textual.

Boxes

Os boxes são recursos que favorecem a organização das informações. Com objetivos variados, eles aparecem em momentos diversos ao longo do volume. A seguir, apresentamos uma descrição dos boxes contemplados na coleção.

Time to reflect

O objetivo desse boxe é proporcionar a reflexão de temas importantes da atualidade, principalmente por meio de textos sobre esses assuntos, os quais podem ser usados para promover conversas tanto entre os estudantes quanto entre eles e o professor.

Time to pronounce

Esse boxe trabalha aspectos sonoros da língua inglesa com o objetivo de proporcionar momentos de prática reflexiva de pronúncia de palavras e frases.

Keep in mind

Esse boxe tem por objetivo relembrar conteúdos que os estudantes possam ter aprendido em outros momentos.

Tip

Esse boxe traz dicas que podem auxiliar os estudantes na leitura de textos e na resolução de atividades.

Ao longo dos conteúdos é possível encontrar boxes com definições de palavras, informações adicionais e explicações sobre conteúdos gramaticais.

Para indicar a habilidade específica (Speaking ou Listening) que a atividade desenvolve ou enfatiza, auxiliando na organização das aulas, os ícones aparecem constantemente ao longo do volume.

Speaking

Esse ícone indica que se deve responder à atividade oralmente, fortalecendo o eixo da oralidade.

Listening track 00

Esse ícone indica que será necessário escutar uma das faixas do áudio da coletânea para realizar a atividade.

Manual do Professor

O Manual do Professor desta coleção é organizado em duas partes. A primeira, localizada no início de cada volume, apresenta informações gerais sobre a coleção, incluindo a estrutura do Livro do Estudante e a do Manual do Professor; as competências gerais e específicas desenvolvidas; a proposta teórico-metodológica; e os conteúdos e as habilidades a serem desenvolvidos pelos estudantes em cada volume. A segunda parte apresenta a reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Nas laterais e no rodapé das páginas é possível encontrar orientações que auxiliam o trabalho em sala de aula, trazendo eventualmente algumas estratégias. Em algumas páginas ímpares, para destacar o sentido da leitura, encontra-se o seguinte recurso visual na lateral e no rodapé:

A seguir, confira as características das divisões nas orientações do Manual do Professor página a página.

Com o objetivo de orientar o trabalho com a BNCC e com o Quadro Europeu Comum de Referências para Línguas (CEFR, na sigla em inglês), inserimos, no início do Manual do Professor página a página, uma explicação sobre os códigos encontrados ao longo das orientações.

Objetivo

No início das seções Get on board, What I know, Keep learning e English in the world são apresentados os objetivos a serem desenvolvidos pelos estudantes. Você pode aproveitar os itens listados nesse boxe para orientar suas aulas durante o desenvolvimento dessas seções e também para acompanhar o aprendizado deles.

Orientações

A fim de orientar o trabalho com o conteúdo das seções em sala de aula, são apresentadas, por tópicos, instruções, informações, sugestões e outras orientações conforme a necessidade.

Atividade

Conhecimento

Conforme o conteúdo, são indicadas sugestões para que você aprofunde seu conhecimento sobre determinado tópico.

Conforme a abordagem, são sugeridas algumas atividades para serem desenvolvidas com a turma a fim de aprofundar o conhecimento dos estudantes ou praticar um conteúdo específico.

Proposta teórico-metodológica da coleção

Houve, por muito tempo, a ideia de que o ensino da língua estrangeira se baseava na apresentação de um conjunto de formas e estruturas gramaticais, desconsiderando seu papel comunicativo e contexto social. A aprendizagem era compreendida como um processo no qual os estudantes adquiririam novos hábitos linguísticos, e os métodos eram considerados modelos a serem seguidos como uma receita pronta.

No final da década de 1980, no entanto, esse modelo passou a ser questionado, pois se reconhece que as condições de aprendizagem de todos os estudantes eram iguais, desconsiderando a importância de incluir uma contextualização autêntica ao falar a língua. Inicia-se, então, uma mudança de pensamento que passa a compreender a função da linguagem no contexto histórico, cultural e social no qual as interações acontecem. Dessa maneira, para construir um conhecimento mais significativo, é importante levar em conta a quem o indivíduo se dirige em seus discursos, quem se dirigiu a ele, bem como o papel social desse indivíduo.

Planejada e produzida nesse contexto, esta coleção baseia-se na perspectiva enunciativo-discursiva da linguagem ao compreendê-la como prática social situada em um contexto sócio-histórico. Portanto, na concepção desta obra, o ensino de língua inglesa tem um valor educacional que considera as situações reais de comunicação e cria oportunidades para que os estudantes participem de situações autênticas do uso da língua, sentindo-se incluídos no processo de ensino e aprendizagem.

Dessa forma, para que os estudantes sejam participantes ativos de seu processo de construção de conhecimento na aprendizagem da língua inglesa, consideramos o sociointeracionismo, desenvolvido por Lev Vygotsky (1896-1934), como teoria metodológica norteadora deste trabalho.

Vale destacar que, de acordo com essa teoria de aprendizagem, somos seres moldados pelo contexto histórico, social e cultural em que vivemos, e a língua que falamos é um produto da participação social, que resulta de um processo de construção de significados por meio de práticas contextualizadas, considerando a finalidade da interação e o meio social e histórico em que ela ocorre. Por esse motivo, ao longo dos quatro volumes da coleção, procuramos contemplar o contexto social, a interação e o papel mediador da língua. Nas unidades, os estudantes são constantemente incentivados a trocar ideias, emitir opiniões e compartilhar experiências e conhecimentos, de modo a desenvolver, ampliar e consolidar conceitos com base na interação que estabelecem com o professor e com os colegas.

Além disso, a coleção está pautada nas habilidades de Língua Inglesa, nas competências gerais, nas competências específicas de Linguagens, nas competências específicas de Língua Inglesa e nos temas contemporâneos transversais, apresentados na BNCC. Além disso, considera os níveis A1 e A2 do CEFR.

A fim de promover um processo de ensino e aprendizagem em que os estudantes continuamente exercitem, de forma individual ou coletiva, a curiosidade, a criticidade e a autonomia e aprofundem seus conhecimentos, a coleção apresenta temas relevantes para a faixa etária (família, alimentação, esportes, saúde, arte, tecnologia, comunicação, sentimentos, entre outros) e conteúdos organizados de forma gradativa a serem praticados por meio dos eixos de aprendizagem: leitura, escrita, oralidade, conhecimentos linguísticos e dimensão intercultural.

[...]

É imprescindível dizer que esses eixos, embora tratados de forma separada na explicitação da BNCC, estão intrinsecamente ligados nas práticas sociais de usos da língua inglesa e devem ser assim trabalhados nas situações de aprendizagem propostas no contexto escolar. Em outras palavras, é a língua em uso, sempre híbrida, polifônica e multimodal [...].

Conhecer a língua inglesa e saber utilizá-la é uma forma de garantir aos estudantes o acesso também a bens culturais de outras nações e levá-los a desmitificar ideias preconcebidas, contrastando-as com a cultura do próprio país a fim de valorizá-la. Além disso, promover a língua inglesa como um elemento fundamental na formação torna-se cada vez mais necessário no mundo e no momento em que vivemos, cada vez mais desafiador, complexo, dinâmico e fluido. Assim, ao se apropriar da língua inglesa, os estudantes se apropriam da língua de comunicação mundial no meio cultural, no meio científico, no comércio, nas interações via internet, tornando-se, portanto, cidadãos do mundo.

A língua inglesa no mundo

Falada por milhões de pessoas como primeira ou segunda língua, a língua inglesa é oficial ou semioficial em mais de setenta países. O inglês é a primeira língua de falantes oriundos de algumas das maiores potências mundiais, como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Canadá. E é a segunda língua em nações como África do Sul, Malta e Filipinas, além de ser falada como língua estrangeira em diversos lugares do mundo.

Essa situação é verídica não só para países como a Índia — ex-colônia inglesa que, pela diversidade das línguas faladas no país, adota o inglês como língua oficial associada —, mas também para países que passaram a adotar o inglês como segunda língua para a comunicação internacional.

Assim, o inglês passou a ser utilizado como língua para a comunicação internacional em países ao sul da Ásia, como Índia, Paquistão, Myanmar, Bangladesh. As ex-colônias africanas também desenvolveram variedades do inglês nas quais foi dado status oficial ao idioma, como é o caso de Serra Leoa, Gana, Gâmbia, Nigéria, Camarões e Libéria, no oeste africano. Outros países, no leste africano, também deram ao inglês status oficial, incluindo: Quênia, Tanzânia, Uganda, Malavi, Zâmbia e Zimbábue.

No sudoeste asiático e no Pacífico Sul, também devido à influência britânica, o inglês adquiriu status em Cingapura, Malásia, Hong Kong e Papua-Nova Guiné.

Como se vê, a expansão do inglês apresenta um crescimento marcante a partir do século XIX, passando a ser uma língua de caráter internacional pelo modo como a sociedade moderna passou a usá-la e, de certa forma, dela passou a depender.

Sendo assim, qual variedade de inglês devemos, afinal, ensinar aos estudantes: americana, britânica, australiana, neozelandesa ou outra? Além de decidir priorizar uma dessas variedades, é importante considerar que, atualmente, o número de falantes nativos do inglês já é inferior ao número de falantes não nativos ao redor do mundo. Ou seja, a interação e a troca de informações entre falantes nativos das mais diversas línguas ocorrem por meio de uma língua em comum, o inglês. Com o conhecimento e a proficiência da língua inglesa, em diferentes níveis e habilidades, o falante não nativo é capaz de acessar informações produzidas em inglês em qualquer lugar do mundo, relacionadas a diversas áreas do conhecimento, como pesquisas científicas, inovações tecnológicas e avanços empresariais. Também permite que esse falante se comunique, seja ouvido ou lido por estrangeiros em situações de interação, seja presencial, seja on-line

Dessa maneira, é especialmente relevante que os estudantes aprendam o inglês como língua internacional para serem capazes de compreender informações divulgadas em diferentes fontes de comunicação. Em consonância, é fundamental explicar que o objetivo do estudo de uma língua estrangeira não é pronunciá-la exatamente como um falante nativo. O essencial é saber empregá-la para, assim, interagir no mundo. Segundo a BNCC,

[...] Este é o cenário do inglês como língua franca, e, nele, aprender inglês implica problematizar os diferentes papéis da própria língua inglesa no mundo, seus valores, seu alcance e seus efeitos nas relações entre diferentes pessoas e povos, tanto na sociedade contemporânea quanto em uma perspectiva histórica. [...]

245. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 19 jun. 2022.

Ao considerar a língua inglesa como língua franca, percebe-se que existem variedades além das faladas nos países imperialistas e que ela é usada em diferentes contextos: comunicação em eventos oficiais; comunicação entre pessoas de diferentes lugares; idioma da maioria das publicações acadêmicas e científicas; transações comerciais internacionais; idioma de documentos internacionais. Por fim, valorizar tanto a produção do aprendiz quanto a do professor, ambos não nativos, é reconhecer que língua e cultura são indissociáveis.

[...] enquanto a perspectiva do inglês como língua estrangeira procura situar o aprendiz como um “nativo imperfeito” (embora este fato não seja consenso na Linguística Aplicada), situá-lo como língua franca requer a transcendência de uma identificação marcada pelo território geográfico ou linguístico. [...]

Assim, o principal objetivo desta coleção é promover situações de ensino e aprendizagem em que os estudantes possam desenvolver competências comunicativas que não se pautem em um modelo ideal de uso da língua, levando-os a considerar as diferentes formas de expressão que promovem interações inteligíveis dentro de seus contextos.

Além disso, a coleção foi concebida em consonância com os princípios éticos e de construção da cidadania, propiciando a formação de indivíduos críticos e aptos a conviver socialmente. Dessa forma, essa abordagem condiz com a competência geral 4, as competências específicas de Linguagens 1, 2 e 3, as competências específicas de Língua Inglesa 1, 2 e 6 e as habilidades do eixo Dimensão Intercultural, presentes na BNCC.

Os eixos norteadores

O ensino de língua inglesa para este nível de ensino, de acordo com a BNCC, está organizado pelos seguintes eixos: leitura, oralidade, escrita, conhecimentos linguísticos e dimensão intercul- tural. Desenvolver todos eles é fundamental para que os estudantes compreendam e utilizem a língua como um instrumento de interação social e para adquirir informação. Considerando que eles mantêm contato com a língua inglesa em diversos meios de comunicação, aprender as habilidades que compõem esses eixos é indispensável para a sua formação e para o seu desenvolvimento como cidadãos críticos, capazes de não somente compreender a língua em situações reais de uso como também de se expressarem e agirem no mundo por meio dela. Com essa finalidade, esta coleção propõe atividades que desenvolvem as competências e habilidades da BNCC, assim como os níveis A1 e A2 do CEFR.

Leitura

O trabalho com a leitura em língua inglesa é de extrema importância, especialmente se considerarmos, por exemplo, o acesso aos textos escritos nesse idioma, cada vez mais facilitado por meio da internet; a relevância da leitura na ampliação de vocabulário e no desenvolvimento da imaginação e criatividade; e a exigência da habilidade leitora e interpretativa em exames de larga escala. O trabalho de leitura pode, ainda, ser uma estratégia para desenvolver atividades com turmas grandes, com estudantes com diferentes tipos de conhecimento e habilidade, para dinamizar o trabalho em sala de aula, já que a leitura acontece dentro e fora dela, podendo ocorrer de maneira autônoma, além de desenvolver a pronúncia em atividades de leitura em voz alta, como leitura de poema ou de música.

Na seção Time to read, que apresenta diversos gêneros textuais para desenvolver a leitura e a compreensão textual em língua inglesa, consideramos o trabalho efetivo de leitura, incluindo os diversos gêneros, o que ocorre em todo o material. Trazer o trabalho com gêneros para o livro é uma forma de lidar com a realidade, pois, se toda manifestação humana tem seu sentido materializado em textos, é natural que o ensino dos eixos da leitura, da escrita e da oralidade se desenvolva com base nos gêneros; infinitos e em constante evolução. Uma abordagem em que os gêneros são representativos do discurso social e das formas de interação verbal.

[...] A constituição dos gêneros encontra-se vinculada à atividade humana, ao surgimento e (relativa) estabilização de novas situações sociais de interação verbal. [...] cada gênero está vinculado a uma situação social de interação, dentro de uma esfera social; tem sua finalidade discursiva, sua própria concepção de autor e destinatário.

O texto escrito é uma ferramenta de comunicação e interação na nossa sociedade, por isso é fundamental proporcionar aos estudantes tal acesso, levando-os a conhecer suas características e estruturas, para que aprendam a ler não apenas os textos apresentados nas unidades da coleção, mas também outros dos mesmos gêneros textuais com os quais possam se deparar ao longo da vida. A leitura deve ser, ainda, compreendida como um processo do qual fazem parte três etapas, que em nosso material estão organizadas em Pre-reading, While reading e Post-reading. Assim, antes de iniciar a leitura do texto e a interpretação textual, é importante dedicar alguns minutos às atividades de pré-leitura. Da mesma maneira, algumas estratégias podem auxiliar o trabalho dos estudantes durante e após a leitura. Confira a seguir algumas sugestões de como desenvolvê-las.

Antes da leitura

Pergunte aos estudantes o que já conhecem sobre o tema do texto a ser lido. Juntos, conversem um pouco de modo a levantar os conhecimentos prévios

Oriente os estudantes a ler o título, observar a formatação do texto, a autoria e as eventuais imagens e fazer previsões sobre o conteúdo tratado nele, levantando hipóteses.

Explique aos estudantes que a leitura sempre pressupõe um objetivo: ler para se informar, para compreender mais sobre um assunto, para realizar uma tarefa escolar, para se distrair. Por fim, auxilie-os a perceber o objetivo da leitura que estão prestes a iniciar.

Estratégia Questões

Ativação de conhecimento prévio

Análise da estrutura textual

Levantamento de hipóteses

O que você já leu ou sabe sobre o assunto do texto?

Qual é o gênero textual? Como os textos desse mesmo gênero costumam ser organizados?

Sobre o que tratará o texto?

Que palavras você acha que aparecerão no texto?

Durante a leitura

Considerar o emprego de estratégias de leitura rápida, seja para compreender a ideia geral do texto (skimming), seja para compreender informações específicas (scanning), é uma forma de iniciar a leitura de um texto. Explique aos estudantes que a escolha da estratégia deve estar relacionada também ao objetivo da leitura.

Oriente os estudantes a ler e analisar também as informações não verbais que acompanham o texto (fotografias, ilustrações, símbolos), buscando relacioná-las ao conteúdo verbal.

Explique que, em alguns casos, o uso do dicionário certamente vai auxiliá-los durante a leitura, mas geralmente a análise do contexto pode ser suficiente para compreender o significado de palavras novas, cognatas ou falsas cognatas.

Oriente-os a conferir se as previsões e hipóteses levantadas na etapa da pré-leitura se confirmaram ou não.

Estratégia Questões

Skimming Scanning

Qual é o assunto geral do texto?

Que informações específicas o texto apresenta?

Existem imagens acompanhando o texto?

As imagens complementam o texto verbal de alguma maneira?

Palavras desconhecidas

Análise do contexto

Após a leitura

Quais palavras você desconhece? Elas se parecem com palavras em português?

Pelo contexto, você é capaz de identificar os significados dessas palavras? Se sim, quais seriam, em sua opinião?

Peça aos estudantes que façam um resumo do texto, oral ou escrito. Explique que recontar o texto lido auxilia na organização e fixação das informações.

Outra maneira de organizar as informações é por meio da produção de um mapa mental ou diagrama.

Faça perguntas que ajudem os estudantes a refletir sobre o texto e estabelecer conexões entre ele e outras fontes de informação, com o objetivo de levá-los a chegar às próprias conclusões. Verifique se as hipóteses levantadas antes da leitura se confirmaram ou não.

Permita aos estudantes que expressem suas opiniões sobre o texto, incentivando-os a, de forma respeitosa, avaliar se gostaram ou não do texto.

Estratégia Questões

Resumo

Qual é o assunto tratado no texto? Quais pontos principais foram discutidos nele?

Reflexão crítica

As informações apresentadas nesse texto são similares ou contraditórias ao que você já sabia sobre esse tema?

As hipóteses levantadas antes da leitura se confirmaram ou não?

Verificação de hipóteses

O que o texto apresentou de forma diferente do que esperávamos?

Informações não verbais

Ou elas são o elemento principal do texto? O que é possível ver na imagem que não está descrito no texto?

Quais informações são veiculadas nas imagens ou por elas?

Expressar opiniões

Qual é a sua opinião sobre o texto lido? Por quê?

Como o texto se relaciona à sua realidade?

Nesse trabalho sistematizado, explique aos estudantes que as estratégias de leitura se tornam cada vez mais naturais e, conforme o hábito de leitura, passamos a organizar de maneira ágil e quase imperceptível as etapas correspondentes a antes, durante e depois de ler. Sobre as estratégias de skimming e scanning, sugeridas anteriormente, explique que a primeira consiste em correr os olhos sobre o texto para compreender seu assunto principal, conferindo ao leitor a vantagem de estar apto a predizer os objetivos de partes do texto ou a mensagem principal contida nele. Já a segunda refere-se a uma leitura rápida que possibilite a compreensão e identificação de detalhes, como nomes, datas e conceitos-chave. O objetivo dessa habilidade é extrair informações específicas do texto sem lê-lo integralmente. Segundo Douglas Brown:

[…] Skimming consists of quickly running one’s eyes across a whole text (an essay, article, or chapter, for example) to get the gist. Skimming gives readers the advantage of being able to predict the purpose of the passage, the main topic or message, and possibly some of the developing or supporting ideas. This gives them a “head start” as they embark on more focused reading. You can train students to skim passages by giving them, say, 30 seconds to look through a few pages of material, have them close their books, and tell you what they learned.

Scanning exercises may ask students to look for names or dates, to find a definition of a key concept, or to list a certain number of supporting details. The purpose of scanning is to extract certain specific information without reading through the whole text. For academic English, scanning is absolutely essential. In vocational or general English, scanning is important in dealing with genres like schedules, manuals, forms, etc.

Escrita

O eixo da escrita também desempenha papel fundamental na aprendizagem dos estudantes. Por meio de produções escritas eles têm a oportunidade de registrar informações, organizar ideias e colocar em prática seus conhecimentos linguísticos e de gênero, compreendendo-se como sujeitos engajados no discurso.

Reforçamos que na produção escrita os estudantes compreendem a materialidade dos gêneros, identificando como é possível encontrá-los nas mais diversas situações cotidianas, desde a produção de um bilhete, a escrita de uma notícia, os registros de uma aula até as anotações para uma apresentação de trabalho.

[...] Os gêneros textuais são textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. [...]

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. p. 155.

Por isso, assim como nas atividades de leitura, as atividades de produção escrita também devem ser entendidas como um processo realizado em diferentes etapas, que em nossa coleção estão organizados em Pre-writing, While writing e Post-writing. Confira a seguir algumas sugestões de como desenvolver estratégias nessas etapas.

Antes da escrita

Refere-se a um momento de reflexão, fundamental para situar os estudantes em seu contexto de produção. Assim, eles devem pensar: Para quem escrever?; Por que escrever?; Como apresentar as informações?; Onde o texto será veiculado?; Qual é o objetivo comunicativo desse texto?

Dependendo do gênero textual, pode ser necessário pesquisar em fontes de informação antes de iniciar o texto. Para isso, oriente os estudantes a organizar as principais informações, mas lembre-os de que talvez seja necessário fazer outras pesquisas durante a produção.

Durante a escrita

Oriente os estudantes a produzir uma versão inicial do texto, considerando o planejamento feito na etapa anterior.

A consulta ao dicionário pode ser importante ao escrever o texto, assim como pesquisar mais informações em outras fontes de conhecimento. A leitura e revisão da versão inicial do texto é uma etapa de extrema importância, mesmo em situações cotidianas de escrita, como em um bilhete ou uma mensagem de celular.

Oriente os estudantes a reler o texto em busca de eventuais erros de ortografia, falhas de digitação, incoerências, entre outros aspectos. Reforce que o texto final deve responder às questões da etapa que antecede a escrita: para quem escrever, por que escrever, como apresentar as informações, onde o texto será veiculado e qual é o objetivo comunicativo desse texto. Explique a necessidade da reescrita, considerando a correção das falhas identificadas nessa análise final. Diga também que, em alguns casos, uma nova leitura pode ser importante para garantir a qualidade do produto final.

Após a escrita

Divulgar o texto escrito é também uma parte importante da produção.

A produção escrita é desenvolvida especialmente na seção Time to write, embora em outros momentos da coleção os estudantes também sejam incentivados a registrar informações em língua inglesa ou em língua materna, considerando o objetivo da atividade. As produções textuais apresentam orientações considerando o gênero proposto e o objetivo comunicativo. Reforçamos, no entanto, que a atividade de produção escrita deve, assim como qualquer outra, ser guiada pelo professor de maneira que os estudantes conheçam o objetivo e o sentido desse trabalho. Dependendo da complexidade das atividades, o professor deverá, no momento da produção textual, orientar a turma em todas as fases necessárias à escrita, verificando as possíveis dúvidas e auxiliando os estudantes nessas tarefas. Além disso, a escrita em duplas ou trios pode facilitar o processo de pesquisa, planejamento, construção e revisão textual, especialmente em turmas maiores ou quando se objetiva unir estudantes com diferentes tipos de conhecimentos e habilidades.

Oralidade

O eixo oralidade pode ser extremamente importante e instigante para os estudantes, justamente por proporcionar um contato maior com conteúdos em língua inglesa, como músicas, vídeos da internet, jogos, filmes, séries e podcasts, além de prepará-los para a comunicação com pessoas de outros países.

Por meio das atividades de compreensão oral, produção oral e pronúncia, os estudantes desenvolverão estratégias de recepção oral, como a compreensão oral intensiva (identificar sons, palavras, frases), extensiva (compreender o áudio de maneira geral) e seletiva (compreender detalhes específicos da mensagem), e de produção oral, como o planejamento (refletir conscientemente sobre o que dizer), a compensação (usar gestos paralinguísticos e paráfrases) e o monitoramento e reparo (reformular frases, substituir palavras e adequar a pronúncia ao veicular a mensagem). As seções especialmente destinadas a este eixo são Time to listen e Time to speak, além do boxe Time to pronounce. Assim como os demais eixos, este geralmente extrapola as fronteiras dessas seções, convidando os estudantes a praticar a escuta e a fala em outras atividades ao longo do livro. As atividades de listening e speaking são indicadas por ícones.

As respostas a perguntas orais podem ser intermediadas pelo professor, desenvolvidas em duplas ou em pequenos grupos, proporcionando momentos colaborativos entre os estudantes, que podem compartilhar seus conhecimentos com os colegas, além de ser uma oportunidade para expressarem suas opiniões sobre assuntos autênticos. Uma sugestão para ampliar essas atividades é aproveitá-las para ensinar expressões de concordância e discordância: I agree (with)..., I disagree (with)..., I totally agree, I totally disagree, I don’t think so, You’re absolutely right, In my opinion,..., e assim por diante.

Quando houver necessidade, o recurso role play pode ser explorado em sala de aula; uma estratégia associada às metodologias ativas que pode ser importante para ampliar o trabalho com a oralidade. Nesse caso, os estudantes poderão encenar situações simples do cotidiano, como se apresentar a um desconhecido ou fazer um pedido em um restaurante. Antes de iniciar a atividade, converse com a turma sobre as expressões comuns em situações que eles vão encenar e liste-as na lousa. Se julgar necessário, oriente-os a criar, inicialmente, um diálogo básico por escrito e depois encená-lo, alterando pequenos trechos e improvisando, sempre que possível.

Indicadas por um ícone, as atividades de compreensão oral reforçam diferentes gêneros au- tênticos, tais como trechos de filmes, podcasts, trechos de audiolivros e programas de rádio.

Ao iniciar essas atividades, explore com os estudantes o gênero a ser trabalhado e suas principais características, leiam o enunciado da atividade, analisem a imagem, se houver, e verifiquem os demais elementos que a acompanham. Antes da atividade, incentive a turma a prever o conteúdo a ser ouvido, pensando em possíveis palavras e frases da gravação. Se o áudio apresentar certa complexidade ou for mais extenso, faça pausas em intervalos curtos para assimilarem o que ouviram. Se preferir, utilize a transcrição dos áudios ao final do livro para facilitar a escuta inicial, reproduzindo em seguida o áudio novamente para que a turma também o ouça sem o apoio do texto. Além disso, durante a execução do áudio é possível propor aos estudantes que anotem as palavras e frases que conseguirem identificar, a fim de compartilharem, depois, o que compreenderam, de modo que um ajude o outro.

Vale ressaltar que em consonância com a proposta desta coleção, de se trabalhar o inglês como língua internacional, os áudios apresentados no decorrer da coleção trazem diferentes falantes de língua inglesa vindos de diversos países, com sotaques e pronúncias variadas. Sempre que possível, explore esse ponto com os estudantes, mostrando a eles como uma mesma palavra pode ser falada de maneiras diferentes e ainda assim ser compreendida por falantes nativos ou não.

Para trabalhar a compreensão oral, além das atividades propostas na coleção, leve para a sala de aula vídeos jornalísticos, propagandas ou músicas de artistas que os estudantes apreciam, com os quais se identificam e que sejam adequados à faixa etária. Seguem algumas sugestões para ampliar o trabalho com essa habilidade.

[...]

Stories. Tell a joke or real-life anecdote, retell a well-known story, read a story from a book; or play a recording of a story. If the story is well-chosen, learners are likely to be motivated to attend and understand in order to enjoy it.

Songs. Sing a song yourself, or play a recording of one. Note, however, that if no response is required learners may simply enjoy the music without understanding the words.

Entertainment: films, theatre, video. As with stories, if the content is really entertaining (interesting, stimulating, humorous, dramatic) learners will be motivated to make the effort to understand without the need for any further task.

UR, Penny. A course in language teaching: practice and theory. New York: Cambridge University Press, 1996. p. 113.

Atualmente, é possível encontrar na internet diversos recursos disponíveis para preparar atividades interessantes e significativas. Além disso, a versão digital-interativa desta coleção também apresenta alguns objetos de enriquecimento que podem ser importantes para esse trabalho de compreensão oral.

A prática da pronúncia em língua inglesa, que acontece especialmente no boxe Time to pronounce, pode ser reforçada ou ampliada por meio dos sites e livros sugeridos a seguir.

Site

• O site American English Pronunciation traz dicas e exercícios sobre a pronúncia do inglês americano. Disponível em: https:// pronuncian.com/. Acesso em: 20 jun. 2022.

Livros

• CUNNINGHAM, Sarah; MOOR, Peter. New headway pronunciation: elementary. [S.l.]: Oxford University Press, 2006.

• BAKER, Ann. Tree or three: an elementary pronunciation course. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.

• GODOY, Sônia M. Baccari; GONTOW, Cris; MARCELINO, Marcello. English pronunciation for Brazilians: the sounds of American English. São Paulo: Disal, 2006.

Conhecimentos linguísticos

O eixo de conhecimentos linguísticos deve ser estudado de forma contextualizada, buscando sempre situações reais em que se fala o idioma. Dessa maneira, os estudantes são incentivados a analisar a língua em uso e refletir sobre ela em diversas esferas sociais, desenvolvendo as respectivas habilidades em atividades de oralidade, de leitura e de escrita.

Nesta coleção, o trabalho com os conhecimentos linguísticos é desenvolvido especialmente nas seções Time to learn words e Time to study the language, cujo objetivo é capacitar os estudantes a falar em língua inglesa com autonomia, dentro e fora da escola, proporcionando o contato real com o idioma e propiciando uma aprendizagem efetiva e enriquecedora.

Por meio da aquisição desses conhecimentos linguísticos, os estudantes, ao aprender a ler e interpretar textos – como tirinha, infográfico, gráfico, regras de jogo, verbete de enciclopédia, anúncio, notícia, mensagem instantânea, entre outros gêneros –, terão, entre outras capacidades, a oportunidade de contrastar, comparar e também compreender os textos de circulação social em língua materna, tornando a aprendizagem mais significativa.

Além disso, algumas das atividades de produção oral e escrita propostas visam levar os estudantes a explorar a língua inglesa em situações simples do dia a dia, como se apresentar, expressar seus sentimentos e preferências, descrever sua família e apresentar seus planos para o futuro. Também é possível incentivá-los a usar o idioma em momentos de interação mais complexa, como descrever características, emitir opiniões e apresentar diferentes tópicos de maneira objetiva, estando, dessa forma, em concordância com os níveis A1 e A2 do CEFR.

Para isso ocorrer, os vocabulários e a gramática (desenvolvida por meio de atividades e consolidada após essa construção inicial) são apresentados de acordo com os diferentes temas propostos a fim de complementar e serem utilizados nesses momentos de interação.

Dimensão intercultural

Desenvolvido ao longo da coleção por meio, por exemplo, de textos sobre personalidades de diferentes origens – incluindo o reconhecimento e a expressão em inglês de povos africanos e indígenas –, o eixo de dimensão intercultural ganha destaque na seção English in the world. Considerando os fatos de que língua e cultura são indissociáveis e de que as culturas, sobretudo nas sociedades contemporâneas, interagem entre si e por meio disso se reconstroem, buscamos maneiras de capacitar os estudantes a compreender que seu comportamento deve se basear no respeito, sobretudo, a regras da língua relacionadas ao contexto histórico e cultural do local onde se desenvolve a comunicação, não apenas em aspectos gramaticais, lexicais, fonéticos e semânticos.

Neste eixo, defende-se que a constituição de identidades abertas e plurais deve ser assunto estudado diariamente e em diversos contextos, com o intuito de motivar e despertar o interesse dos estudantes pelo tema. O ensino da língua inglesa consiste, então, em um processo educacional mais amplo, que deve possibilitar a expansão do conhecimento de mundo e lhes proporcionar condições de compreender melhor a sociedade em que vivem, além do importante papel dos aspectos culturais que a compõem.

Alguns pesquisadores defendem que “[...] first language use may help students who are challenged in some way to learn a language.” (TURNBULL; DAILEY-O’CAIN, 2009, p. 6). Assim sendo, acreditamos que excluir a língua materna do material didático das aulas de língua inglesa, especialmente das escolas com turmas grandes, cujos estudantes apresentam diferentes tipos de conhecimentos e habilidades, é ignorar um importante instrumento de comparação e de aprendizado.

Compreendemos que a língua materna deva ser usada de modo consciente, limitando-a a algumas atividades e gradualmente reduzida para que os estudantes da língua estrangeira se tornem menos dependentes desse apoio. Sobre isso, a professora e pesquisadora Flávia Herker Lopes Bernabé (2008) explica que

O uso de L1 (Primeira Língua/Língua Materna) pelo aluno durante o processo ensino-aprendizagem é quase inevitável já que o aluno faz uso de sua língua materna para a aprendizagem da LE (Língua Estrangeira). A estratégia de transferência linguística usada pelo aluno, ao aprender a LE, é baseada no conhecimento que ele tem de sua língua materna, ou seja, o aluno já sabe a L1 e sabe como usá-la, e isso lhe permite formular hipóteses, fazer inferências, deduções e comparações com a LE. [...]

BERNABÉ, Flávia Herker Lopes. O uso da língua materna no ensino de língua estrangeira. Diálogos pertinentes: revista científica de Letras, v. 4, n. 4, jan./dez. 2008. p. 245. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/setembro2012/ lem_artigos/bernabe.pdf. Acesso em: 5 jun. 2022.

Em seu estudo, a autora complementa ao dizer que “o uso da língua materna pode ajudar o aluno a se tornar consciente da força comunicativa que tem a LE aproveitando-se do exemplo de funcionamento da sua própria língua” (BERNABÉ, 2008, p. 251) e reforça a importância de possibilitarmos cada vez mais a exposição dos estudantes à língua estrangeira.

Considerando, então, que a língua materna pode ser um importante apoio para construir o conhecimento em língua estrangeira e levando em conta que nos anos finais do Ensino Fundamental se dá, para a maioria dos estudantes, o primeiro contato formal com a língua inglesa, esta coleção requisita a língua materna em situações específicas (especialmente para conferir seus conhecimentos prévios, a sistematização do seu conhecimento gramatical e as discussões relacionadas ao eixo de dimensão intercultural), com o objetivo de ativar a zona de conforto dos estudantes ao introduzir o tema da unidade ou o gênero a ser estudado. No decorrer das unidades e dos volumes, em um viés de construção do conhecimento e considerando que os estudantes estão gradativamente ampliando sua compreensão da língua estrangeira, o uso da língua materna é diminuído.

É importante ressaltar que, desde o início do 6º ano, todas as oportunidades de explorar a língua inglesa devem ser aproveitadas, mesmo que os estudantes falem em português. Nesse sentido, a seção Get on board, que inicia cada volume, pode ser muito relevante e constantemente retomada. Além disso, ainda que os estudantes se expressem em língua materna, escreva em inglês na lousa tanto as palavras e expressões quanto as frases que mencionarem, a fim de incentivá-los a falar cada vez mais a língua estrangeira.

As atividades lúdicas

As práticas lúdicas desempenham papel fundamental na aprendizagem, principalmente no que diz respeito à língua estrangeira, visto que a ludicidade corresponde a um impulso inerente ao jovem aprendiz, que, como todo ser humano, deseja sentir prazer em suas atividades. Sendo assim, a ludicidade satisfaz uma necessidade natural ao mesmo tempo que favorece o aprendizado. Uma abordagem lúdica pode, portanto, ser um fator de motivação em sala de aula ao instigar os estudantes a se envolverem com o estudo da língua inglesa para aprender mais.

[...]

Nesse contexto o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem de LI, na medida em que propõe o estímulo ao interesse do aluno, que tem no jogo um fator de desenvolvimento dos diferentes níveis de sua experiência pessoal e social. O jogo ajuda-o a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.

Se o aluno tem dificuldade para o entendimento por ocorrência da falta de vocabulário, um jogo com vocabulário poderia mostrar que a nova língua aprendida não é tão difícil. [...] extras, especialmente em turmas com estudantes mais novos.

MARTINS, Viviane Lima. O lúdico no processo ensino-aprendizagem de língua inglesa. Revista Científica Intraciência, ed. 10, dez. 2015. p. 11. Disponível em: http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/ revistas/20170531134517.pdf. Acesso em: 5 jun. 2022.

Em seu artigo sobre a importância da ludicidade no ensino de língua estrangeira, Martins (2015) reforça a importância do jogo e da brincadeira na construção do conhecimento, especialmente por promover um espaço seguro para o erro, tornando esses momentos “uma espécie de janela que nos mostra o que está acontecendo ‘dentro da mente do aluno’ e podem ajudar os professores de diversas formas” (MARTINS, 2015, p. 19). Afinal, os erros nos fornecem informações importantes sobre o progresso dos estudantes, e uma avaliação contínua é uma forma segura de rever estratégias e garantir um processo de aprendizagem mais efetivo.

Além disso, o trabalho por meio de jogos, brincadeiras e outros tipos de atividade cria um ambiente estimulante e envolvente, propício à aprendizagem.

Vale lembrar que, ao desenvolver atividades em sala de aula com aspecto lúdico, elas devem ser aplicadas de forma organizada e comprometida, a fim de que os objetivos sejam alcançados de maneira prazerosa e envolvente, como promover a motivação e o aprendizado efetivo dos conteúdos.

Portanto, as atividades lúdicas podem ser aproveitadas como recurso pedagógico sempre que forem pertinentes para alcançar determinada finalidade dentro do processo de ensino e aprendizagem. Para tal, é importante considerar os seguintes pontos.

O tempo

Ao planejar uma atividade lúdica, considere o tempo necessário para aplicá-la, sempre supondo que possivelmente levará mais tempo do que o previsto, principalmente se a turma gostar da proposta e se envolver com ela.

A avaliação da proposta

O objetivo da atividade

Ao planejar uma atividade lúdica, pergunte a si mesmo:

1. O que pretendo desenvolver no decorrer da atividade?

Qual resultado espero alcançar?

Quais conteúdos espero que os estudantes pratiquem?

Quais conteúdos espero que os estudantes aprendam?

O público-alvo

É indispensável que a preparação da atividade leve em conta a faixa etária e o número de participantes. Para turmas grandes, o trabalho em pequenos grupos pode ser uma solução.

Os materiais

Organize os materiais com antecedência, considerando as especificidades de cada turma. Em uma atividade prática, sempre tenha materiais

Ao aplicar uma atividade lúdica, faça anotações durante ou após a prática com o objetivo de analisar futuramente os resultados obtidos. Avalie os pontos positivos que resultaram no sucesso da atividade e os pontos negativos por não funcionarem como planejado. Observe quais estudantes tiveram mais desenvoltura, quais erros foram cometidos (analisando eventuais correções de rota), se a organização das equipes teve bom êxito ou se em outra atividade é importante rever essa estratégia, entre outras observações. Sugerimos a seguir alguns livros que propõem atividades lúdicas e dinâmicas que podem ser desenvolvidas na sala de aula.

• DIGIACOMO, Michael. ESL games for the classroom: 101 interactive activities to engage your students with minimal prep. California: Rockridge Press, 2018.

• LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch. Inglês é teen!: para professores de Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Barueri: Disal, 2009.

• MATOS, Francisco Gomes de. Criatividade no ensino de inglês: a resourcebook. São Paulo: Disal, 2004.

• SILVA, Solimar. Dinâmicas e jogos para aulas de idiomas. 2. ed. São Paulo: Vozes, 2012.

• UR, Penny; WRIGHT, Andrew. Five-minute activities: a resource book of short activities. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

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