Ú LT I M A PÁ G I N A
por fernanda grilo
“Chico, tem como eu ficar com o corpo da fulana ou do sicrano?” Não, infelizmente não tem. Se olhe no espelho, se ame do jeito que você é, se aceite. Aí, sim, poderei buscar sua melhor versão. Treinar jiu-jítsu com a academia lotada até não aguentar mais, com 30 pessoas no mínimo (risos). Sempre fui atleta de jiu-jítsu e meu professor de luta me inspirou a cursar educação física. Meu primeiro aluno foi o Bruno Gagliasso, nos conhecemos há uns 13, 14 anos. Ele precisava perder peso e o auxiliei nessa missão. Me apaixonei por dar aulas e não parei mais. Sim. A única coisa que rola é que uma aula de uma hora acaba virando três por conta dos bate- papos, brincadeiras com a minha afilhada Titi (filha de Gagliasso).
Aí você quer me quebrar. Sem nomes, por favor (risos). Sim. O comprometimento, a entrega e a vontade de mudar foram fundamentais. Tê-lo ajudado a virar essa chave interna para a atividade física é um orgulho muito grande. A maioria é imediatista. Acha que vai treinar um ou dois meses e conseguir o tão sonhado físico definido. Essa mudança não é da noite para o dia. Atividade física. Não só pela saúde e estética, mas pela questão fisiológica. A endorfina é o hormônio responsável por promover a sensação de recompensa e bem-estar depois dos exercícios. É um vício bom, mas preciso me policiar para não passar dos limites. Meu ponto fraco é comida japonesa. A persistência. Quando quero uma coisa, vou até o fim.
Sim, me arriscaria de
novo. Já atuei nos filmes Tropa de Elite 1 e 2, na novela Fina Estampa com o Dudu Azevedo, era sparring nas cenas de luta, e fiz um lutador americano em Malhação. O que me tira do sério é não conseguir fazer meu treino. Chego em casa e minha esposa já sabe: “Está com essa cara porque não treinou”. Sou preguiçoso para aprender coisas novas, ainda mais na parte tecnológica. Às vezes, sinto que meu filho de 7 anos já mexe melhor no celular do que eu, e olha que trabalho com isso. Tenho a referência de tantas mulheres fortes e incríveis. Minha esposa, Cíntia Rosa, que cresceu na comunidade do Vidigal (no Rio) e, graças à educação e apoio que recebeu, foi à luta e desenhou a história dela. Angélica é uma mulher incrível, supermãe e superprofissional. Grazi veio de Jacarezinho (PR) atrás do seu sonho, agarrou as oportunidades... Da minha profissão, transformar a vida das pessoas por meio da atividade física é minha missão. Pegar meu filho e dar um mergulho no mar à tarde, quando algum aluno meu me dá “bolo”.