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Os rastreios oncológicos: e depois do COVID? AS DOENÇAS ONCOLÓGICAS CONSTITUEM A SEGUNDA CAUSA DE MORTE EM PORTUGAL E NA UNIÃO EUROPEIA, DEPOIS DAS DOENÇAS DO APARELHO CARDIOVASCULAR. PARA ALÉM DISSO, SÃO CAUSA DE MORBILIDADE E TÊM UM PESO SIGNIFICATIVO NA NOSSA SOCIEDADE, REPRESENTANDO UM DESAFIO DIÁRIO PARA OS SISTEMAS DE SAÚDE. Autor: Camila Mota Neves, Medicina Geral e Familiar
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rastreio é um processo de diagnóstico, em pessoas assintomáticas, e aparentemente saudáveis, ou seja, a generalidade da população. Os programas de rastreio de doenças oncológicas de base populacional, para além de promoverem a saúde através da literacia e controlo de fatores de risco, permitem a identificação de lesões precursoras de situações malignas ou estádios iniciais da doença, através do diagnóstico precoce. Os rastreios oncológicos têm assim como objetivo aumentar o sucesso da abordagem da doença oncológica, diminuindo a sua morbilidade e mortalidade. Em Portugal, existe um programa consensual de rastreio oncológico para o cancro de mama, do colo do útero e do cólon e reto, em concordância com o recomendado pelo Plano Europeu da Luta Contra o Cancro. Estes rastreios têm demonstrado a redução de mortalidade aproximadamente nos 30 % no cancro da mama, 20 % no canco do cólon e reto e 80 % no colo do útero (de acordo com o relatório de 2014 do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas).
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Rastreios têm demonstrado a redução de mortalidade aproximadamente nos 30 % no cancro da mama, 20 % no canco do cólon e reto e 80 % no colo do útero O programa de rastreio do cancro da mama destina-se à população do sexo feminino, com idade igual ou superior a 50 anos e igual ou inferior a 69 anos. O teste primário é a mamografia com dupla leitura, a realizar de dois em dois anos, se resultado prévio negativo. O programa de rastreio do cancro do colo do útero destina-se à população do sexo feminino com idade igual ou superior a 25 anos e igual ou inferior a 60 anos. O teste primário é a pesquisa de ácidos nucleicos, dos serotipos oncogénicos, do vírus do papiloma humano (HPV), em citologia vaginal, a realizar de 5 em 5 anos, se resultado prévio negativo. O programa de rastreio do cancro do cólon e reto destina-se à população de ambos os sexos com idade igual ou superior a 50 anos e igual ou inferior a 74 anos. O teste primá-
rio é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, pelo método imunoquímico, a realizar de 2 em 2 anos. Aos casos positivos deve ser proposta a realização de colonoscopia total. Outros países como o Canadá e os Estados Unidos apresentam recomendações semelhantes ao nosso país para os rastreios acima referidos, à exceção dos Estados Unidos que recomenda início de rastreio do cólon e reto aos 45 anos. Estes países recomendam ainda o rastreio do cancro do pulmão com tomografia de baixa dose anual, em fumadores ou ex-fumadores (Canadá: entre os 55 e os 74 anos, com pelo menos o equivalente a 30 unidades maço/ano, fumadores ou ex-fumadores que tenham parado de fumar nos últimos 15 anos; Estados Unidos (US Preventive Task Force): entre os 50 e os 80 anos, com pelo menos o equivalente a 20 unidades maço/ano fumadores ou ex-fumadores que tenham parado de fumar nos últimos 15 anos).
AFP-ASSOCIAÇÃO DE FARMÁCIAS DE PORTUGAL