26 ORDEM
DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL
Articular público, privado e social
Há vida para além do PRR. Este foi ponto de concórdia entre os intervenientes. A chamada bazuca europeia “é uma oportunidade”, mas, conforme salientou Óscar Gaspar, esta verba corresponde a investimento. A despesa corrente tem que ser garantida por verbas do Orçamento de Estado. Também Manuel Pizarro esclareceu que “nem a bazuca oferecerá o milagre” de se passar de ponto de grande carência para a resolução de todos os problemas de saúde oral. Ana Paula Martins acrescentou ainda que “há a convicção profunda de que este PRR não pode e não deve ser encarado como o único instrumento da mudança do sistema de saúde em Portugal”.
dos portugueses e sem contribuir para uma destruição de toda uma classe”, concluiu. Manuel Pizarro contrapôs que “a difusão de cuidados de saúde oral nos cuidados de saúde primários não é seguramente a única resposta, mas é uma resposta muito útil e necessária”. Mas, concordou que é importante “criar um modelo de articulação adequado com a rede de consultórios privados” e que é necessário um consenso para a saúde oral.
Alberto Machado alertou que “vai haver uma duplicação do investimento”, já que o PRR não considera “o pilar da medicina dentária que é o cheque-dentista”. E propôs que o Estado contratualizasse com as clínicas já existentes e alargasse o “cheque-dentista a todas as pessoas do 1º,2º e 3º escalão do IRS”. “Seria uma solução imediata para os problemas de saúde oral
Ana Paula Martins, defendeu ainda que se deve questionar se o PRR é “um investimento que é sustentável no tempo” ou “que transforma”. “Temos que ter uma política para as profissões muito clara”, concluiu, lembrando que a “resiliência vem das equipas de saúde” e que estas precisam de carreiras adequadas e de se sentirem incentivadas.
omd
Nº47
Para Óscar Gaspar, é positivo ter “uma oferta mista” de cuidados de saúde, até porque há mais de quatro milhões de portugueses que acedem aos cuidados de saúde privados ou da área social.