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COLÉGIOS DE ESPECIALIDADE
Eleições abrem novo capítulo nas especialidades de medicina dentária Na última semana de abril, os especialistas de odontopediatria, periodontologia e cirurgia oral elegeram pela primeira vez as respetivas direções dos colégios. Ortodontia também foi a sufrágio para um novo mandato. O ato eleitoral, que este ano contou com a possibilidade de voto eletrónico - além do presencial e por correspondência -, registou uma grande participação dos especialistas dos quatro colégios, tendo-se verificado um incremento de 30% na percentagem de
votantes, em comparação com as últimas eleições (Colégio de Especialidade de Ortodontia). Já a implementação da votação eletrónica obteve uma elevada adesão dos especialistas. Os resultados destes atos foram conhecidos a 30 de abril (podem ser consultados na página eletrónica da OMD, em www.omd.pt/2021/04/resultados-eleicoes-colegios/) e a 7 de maio, as direções dos quatro organismos tomaram posse, numa cerimónia que foi transmitida virtualmente.
A Revista da OMD conversou com os presidentes dos colégios de especialidade, que iniciam agora uma importante etapa da sua vida coletiva
COLÉGIO DE ESPECIALIDADE DE ORTODONTIA
Luís Jardim
Presidente do Colégio de Ortodontia O presidente do Colégio de Especialidade de Ortodontia, Luís Jardim, foi reconduzido no cargo. Apresentou-se com a lista A, única, que obteve 63 dos 68 votos. Integram a direção os médicos dentistas Francisco Fernandes do Vale, Jorge Dias Lopes, Maria Manuel Brito e Susana Machado Silva. ROMD - A existência da especialidade de ortodontia é um fator de valorização da profissão, em geral, e dos especialistas, em particular? LJ - A criação da especialidade de ortodontia e, mais recentemente, de três novas especialidades constitui um marco histórico, que testemunha o elevado nível de desenvolvimento científico, tecnológico e institucional que a nossa profissão atingiu. O acesso à especialidade é obrigatoriamente precedido de curso de pós-graduação universitário, com três anos de duração a tempo inteiro, e reconhecimento prévio de idoneidade pela OMD.
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Nº47
Para os membros do Colégio, a titulação traduz o reconhecimento público de um trajeto académico e profissional que atesta uma especial competência para o exercício clínico da ortodontia e o direito de usar o título de especialista em ortodontia em Portugal e em mais de 20 países da União Europeia. ROMD - Quais os desafios que se colocam ao Colégio de Ortodontia a curto e médio prazo? LJ - No curto prazo, o retorno à normalidade pós-pandemia COVID-19 e o desafio de consolidar um enquadramento institucional comum a todas as especialidades, que continue a promover um ensino pós-graduado de qualidade e o direito ao reconhecimento dos títulos de especialista da OMD nos países da União Europeia. A médio prazo, a ortodontia será uma das áreas da medicina dentária em que a influência das novas tecnolo-
gias mais se fará sentir. A tríade inteligência artificial /robótica /megadados chegou finalmente à ortodontia, com a promessa de otimizar rotinas, podendo no limite eliminar a intervenção do ortodontista, caso a profissão ceda à tentação de converter fases importantes do tratamento (como o alinhamento) em meros algoritmos automáticos. O futuro da ortodontia, como sempre, será determinado pela atuação dos ortodontistas. O desafio será global, o de pensar e promover um modelo para a profissão que dignifique esta especialidade, valorize estes especialistas e em que as novas tecnologias estejam ao serviço da ortodontia, não o oposto.