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Gerhard K. Seeberger
“Os profissionais do futuro não podem perder a posição pioneira na prevenção de doenças”
É
uma das certezas do presidente da Federação Dentária Internacional (FDI), que considera que os médicos dentistas podem desempenhar na comunidade o papel de sistema de alerta precoce para surtos de doenças. Em entrevista à Revista da OMD, Gerhard Seeberger reconhece que, embora ainda seja precoce analisar os danos da pandemia na medicina dentaria, o seu impacto trará custos económicos e biológicos.
Numa conversa alargada, o responsável fala do recente relatório da FDI, “Visão 2030”, de políticas de saúde e desvenda os “segredos” para que os líderes e populações entendam o devido valor dos cuidados de saúde oral. ROMD – Há cerca de um ano, a OMS declarou a pandemia de COVID-19. É possível tirar conclusões sobre como a medicina dentária foi afetada por este vírus? GS - Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a oportunidade desta entrevista. De facto, é muito precoce tirar conclusões. É difícil aferir de que modo e até que ponto a medicina dentária foi afetada pelo SARS-COV-2, pois existem diferentes realidades a
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nível mundial. E estou a dizer isto numa fase de incerteza perante o registo da segunda, terceira e até de uma quarta vaga de infeção no mundo inteiro. Mais uma vez, os pacientes alteraram os seus hábitos e adiaram as consultas de rotina com o médico dentista. A dor e a função perdida são os principais motivos para a procura de cuidados de saúde oral, enquanto que a prevenção cai uma vez mais para o fundo das prioridades. Este é igualmente o caso de outras doenças não transmissíveis.