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RIO DE JANEIRO/INTERIOR: SUL DE MINAS E SÃO PAULO: COM LUIZ OTÁVIO
"A felicidade é uma forma de viajar, não um destino".
Roy M. Goodman
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No namoro com Luiz Otávio já encontramos o que mais tínhamos em comum: gosto de viajar. E o fazíamos amiúde. Finais de semana, feriados e férias estávamos com os roteiros definidos. Viajamos no seu FIAT 147 beje, a Rebeca, por todo o interior do Rio de Janeiro: Cabo Frio, Araruama, S. Pedro d’Aldeia, Saquarema, Maricá, Búzios, Rio das Ostras, Macaé, Friburgo, Cachoeira de Macacu, Lumiá, Vassouras, Miguel Pereira,Petrópolis, Teresópolis, Mangaratiba, Angra dos Reis , Itacuruçá – onde andamos de saveiro uma manhã inteira e tomamos a sopa de tartaruga mais cara que já tomei, no famoso Bar do Genoval -, Ibicuí, Praia Grande. Enquanto ficamos no Rio, tínhamos também “programa de barão sem gastar um tostão” com o pai dele, o amado sogro Luiz Carlos Coutinho, que nos levava a restaurantes maravilhosos, e com nosso chefe Aristides Boyd, que trabalhava também na TV Globo, e nos levava para shows, restaurantes e bares famosos. E fomos ao “Sal e Pimenta”, ao “Alvaros”, ao “Cattleman”, ao “El Cordobes”, ao “Bel Bife”, e shows do Roberto Carlos, do Agildo Ribeiro, do Cauby Peixoto, Rita Lee, Ney Matogrosso.
A nossa lua-de-mel foi em Guarapari-ES, lugar que ambos queríamos conhecer – presente do sogro. Hotel Porto do Sol, um paraíso sobre uma rocha, dentro de uma pequena enseada. Passeamos por Vitória, Vila Velha e pela serra de Domingos Martins. Alugamos um barco em conjunto com um casal também em lua-de-mel, Norma e Paulo,e visitamos várias praias do litoral capixaba – Praia dos Namorados, da Areia Preta, Cerca e Meiaípe.
Casados, morando em Copacabana, vendemos a minha coleção da revista Seleções e algumas jóias para fazer uma viagem ao Nordeste, de ônibus, nas férias, parando em todos os estados da BR-101. Foi muito bacana conhecer as cidades do Sul da Bahia, como Troncoso e suas belas praias; Cabrália – que disputa com Porto Seguro a chegada dos descobridores! -e tem o cruzeiro da primeira missa no país; Porto Seguro –, com a Igreja Nossa Senhora da Misericórdia, que é a primeira igreja do Brasil (1526); Arraial d’Ajuda; Olivença; e Ilhéus –onde almoçamos no “Vesúvio”, o bar da icônica personagem “Gabriela”, de Jorge Amado-; visitar Aracaju, berço da família do meu avô Olympio de Souza Campos, cujo tio e padrinho foi governador do Estado e dá nome ao palácio do Governo, Olympio Campos; ali também jantamos no “Cacique Chá”, tradicional reduto político local, e terra do escritor Tobias Barreto: “com as pedras que me atiram, construirei um altar”. Ainda não havia aprendido a viajar com pouca bagagem e Luiz Otávio reclamou muito de ter que carregar as malas. Nos estados de AL, PE, PB e RN, só fiz reconhecer algumas cidades que já conhecia anos atrás e ver suas metamorfoses, como o asfaltamento de bairros como Tambaú e Manaíra, em João Pessoa. Minha perspectiva mudou inteiramente e passei a gostar demais de João Pessoa, onde a família estava morando em definitivo e já havia alguns sobrinhos nascidos. Para o NE, ainda fizemos uma viagem a São Luis, de ônibus, saindo de João Pessoa, com minha mãe, Wilma, Eduardo e Marcelo. Foi ótima! Nos divertimos bastante com um transporte que, no meio do caminho, dava carona aos camponeses que trabalhavam nos campos locais do CE, do PI ou do MA. Em um deles, um rapaz subiu com uma foice enorme e aí me deu bastante medo!
Quando houve a mudança para Itajubá – onde vivi os doze melhores anos da minha vida-, compramos um Voyage vermelho e percorremos todo o Sul de Minas e o Norte de São Paulo.
Todas aquelas encantadoras cidades do circuito das águas de Minas e de São Paulo, como S. Lourenço, Caxambu, Lambari, Cambuquira,Três Corações, Águas da Prata, Águas de Lindóia, Serra Negra, Monte Alegre do Sul, Holambra, nós visitamos. E ainda as cidades vizinhas de bons restaurantes para fins de semana, como São José dos Campos, Campos do Jordão, Aparecida, Guaratinguetá, Pouso Alegre, Santa Rita, Lorena, Brasópolis, Maria da Fé, Delfim Moreira, Paraisópolis, Monte Sião, São Francisco dos Campos de Jordão – com Gustavo, meu irmão, e a família Leal-, Monte Verde - também com a família Leal, em passeios maravilhosos, apesar das horríveis estradas!-, Varginha, Poços de Caldas. E quando recebemos a visita dos amigos Beth e Baffa, fomos comer os famosos pés-de-moleque de Piranguinho.
Também viajamos com o casal amigo Denise e Sérgio Braga para o Natal e Reveillon de 1996, no Hotel-Fazenda Sete Lagos, em Guaratinguetá/SP, e para seu apartamento em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, algumas vezes. Voltamos à região para visitar Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Santos, partindo de Itajubá pela bela estrada Real-Cunha. As estradas sempre me seduziram bastante. Subir a Serra da Mantiqueira para Itajubá durante doze anos nunca me cansou. Conhecia cada curva e acidente geográfico daquela estrada (MG-459), e era sempre um prazer passar por ali.