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AMÉRICA DO SUL COM LUIZ OTÁVIO (ARGENTINA E CHILE
AMÉRICA DO SUL COM LUIZ OTÁVIO (ARGENTINA E CHILE) "Viajei tantos espaços/Pra você caber assim no meu abraço".
Roupa Nova
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Em 1991, eu e Luiz Otávio passamos 15 dias das férias de janeiro na excursão da Soletur pela Argentina e Chile, com nove pessoas. Fomos pela aviação Ladeco São Paulo-Santiago, com um estupendo serviço de bordo, sobrevoando as Cordilheiras dos Andes, com pouca neve no topo. Andamos por toda a capital chilena de influência inglesa, mas de povo feio e arisco, trânsito tumultuado e transportes muito velhos. Conhecemos a linda Biblioteca Nacional, Palácio de la Moneda, Jockey Club, parque O’Higgins, Morro San Cristoban – onde se avista a cidade toda -, igreja de San Francisco, Universidade do Chile (onde não havia cursos de Educação), bairro Providence – o mais elegante da cidade. Cidade muito militarizada ainda. Os capacetes dos guardas eram semelhantes aos usados pelos nazistas, confirmando a formação militar prussiana que os militares chilenos tiveram. Luiz Otávio se arriscou na culinária local, mas não teve sorte com pratos cujas combinações passavam pelo milho. Não gostei da cidade. Fomos, então, de ônibus, para Valparaíso, uma interessante cidade portuária, no gelado Oceano Pacífico, onde viveu o poeta Pablo Neruda, na casa La Sebastiana. Viña Del Mar é um balneário bem charmoso que tem de melhor suas belas e urbanas praias, o relógio de flores, o cassino e a Vila Vergara –construção em estilo mourisco, feita pelo fundador da cidade , onde também é realizado o Festival de Música de Viña del Mar. Interessantes são suas casas construídas em elevações como se fossem uma escada gigante para todas aproveitarem a vista do mar. No show
típico à noite, Luiz Otávio foi escolhido pelos dançarinos a participar. Colocarem-lhe uma coroa de flores na cabeça e ele se saiu muito bem. No caminho para essas duas cidades, paramos no Vale do Curacavi, região vinícola. O grupo que viajou conosco era de gente bacana e inteligente, todos/as de São Paulo. Havia uma moça solteira que “adotamos” como amiga, pois sentia-se isolada nos passeios. Suely acabou virando uma doce amiga de fato. Também de ônibus-leito bastante confortável (Marcopolo, made in Brazil!), seguimos para o Sul do Chile, para conhecer os lagos e vulcões da área. Em Puerto Montt, capital da região dos lagos, vimos o portentoso vulcão Osorno, cuja última erupção foi em 1961. As águas das suas lagoas são verde-esmeraldas transparentes. Um espetáculo! Adorei tomar uma sopa no restaurante “Lili Marlene”. Essa ótima viagem foi um pouco tolhida pela saúde da minha mãe, que estava operando das carótidas no Hospital Einstein, em São Paulo, e eu fiquei aflita pelas noticias que não eram fáceis à época...Porém, a travessia dos lagos andinos foi uma das coisas mais belas que já vi. Chegamos em Petrohué e pegamos um barco para atravessar o Lago de Todos os Santos. Em Peulla, almoçamos um salmão da região. Fomos de ônibus para o Lago Frias de visual magnífico, dentro do Parque Nacional Gonzáles. Atravessamos ali para a Argentina, de aduana burocrática e agentes arrogantes e autoritários, ao contrário dos cordiais colegas chilenos. Pegamos outro barco para atravessar o Lago Nahuel Huapi, que fica no parque do mesmo nome. O barco “Catedral Turismo” era enorme, muito bonito, elegante e confortável. No trajeto, as gaivotas vinham abocanhar biscoitos ou pães nas mãos dos/as passageiros/as. Atracamos em Porto de São Carlos de Bariloche, onde está a famosa estação de inverno do país portenho, margeada pelo Lago Nahuel Huapi. Luiz Otávio subiu no teleférico a 2300m de altura. À noite, fomos ao show no “El Quincho”, em frente ao nosso hotel, o “Bela Vista”. De lá fomos para Buenos Aires, onde já costumávamos passar nossos feriados de Semana Santa, e onde fomos aos mesmos shows de tango no Tango Mio, em Barracas; ver a arte popular na rua-museu Caminito com Suely, em La Boca; flanar pela Florida, a rua mais famosa do país; e lanchar empanadas e almoçar bife
de chorizo com papas fritas nos restaurantes em San Telmo, Recoleta ou Palermo. É uma das cidades mais bonitas que conheço: sofisticada, majestosa e solar. Retornamos a São Paulo pelas Aerolíneas Argentinas, em um apertado 727.
OBS.: não ficaram fotos comigo dessa viagem, somente o Diário...
BUENOS AIRES COM LUIZ OTÁVIO (5 ANOS, SEMANA SANTA)/SOLETUR/ BUENOS AIRES E MONTEVIDEO COM L.O. E TATIANA E O MARIDO "Como se escreve felicidade? V-I-A-G-E-M".
Anônimo
Durante cinco anos, eu e Luiz Otávio fomos passar a Semana Santa em Buenos Aires, pela Soletur. Para mim, foi uma surpresa conhecer uma cidade tão imperial, elegante e europeizada. Já a conhecíamos da excursão que fizemos pela Soletur ao Chile, mas aqueles anos em que voltamos, eu realmente me encantei pela cidade portenha. Amei a cidade e tudo que ela oferecia era de extrema qualidade e prazer.
A gente teve momentos inesquecíveis, desfrutando de todos os famosos roteiros turísticos – Casa Rosada; Plaza de Mayo; La Bombonera; Teatro Colón; Cemitério da Recoleta, onde está enterrada Evita; Bosque de Palermo; Feira de San Telmo; Galerias Pacífico; Catedral Metropolitana; o Obelisco, no cruzamento da principal avenida da cidade e uma das mais largas do mundo, a 9 de julho, com a Avenida Corrientes; andar no metrô (“ El subte”) mais antigo da América do Sul, com a estação Colon ainda com escadas rolantes de madeira;e andar pela cultural Rua Caminito, em La Boca, e tirar foto com a histórica escultura “Esperando La Barca”, de Roberto Juan Capurro. Às noites, íamos a shows de tango ou a restaurantes, onde Luiz Otávio provava novos pratos e eu continuava no bife de chorizo com papas fritas!
Em 1996, Tatiana G. e o namorado nos acompanharam e foi ótima a estada com a amiga da PUC-SP tão querida. Neste ano, andamos no trem de La Costa, que saia de Buenos Aires até o Rio Tigre, parando em agradáveis estações com bons restaurantes. Também viajamos com o casal até Montevideo, no Uruguai, atravessando o rio da Prata de ferry boat. Contratamos um taxista que nos mostrou os principais pontos turísticos da cidade, onde ficamos apenas um dia bem proveitoso. Visitamos o centro da cidade, onde está a Plaza da Independência e o Palácio Salvo. Conhecemos a Cidade Velha, com a Porta da Cidadela, o Teatro Solis e o Mercado do Porto, onde almoçamos. Caminhamos na orla da cidade e retornamos para o embarque de volta. Em todo lugar que vou, sempre tiro fotos diante das universidades, não foi diferente em Buenos Aires e Montevidéu.
CIDADES HISTÓRICAS DE MINAS GERAIS: MARIANA, SABARÁ, GRUTAS DE MAQUINÉ & OURO PRETO
"Onde quer que você vá, torna-se parte de você de alguma forma".
Anita Desai
Eu tinha duas férias ao ano: em janeiro com Luiz Otávio e fevereiro com amigos/as, e julho, a escolher, quando, na maioria das vezes, ia para João Pessoa ou para o Rio. Em 1994, resolvi fazer uma excursão semanal pelas cidades históricas de Minas Gerais, que eu não conhecia, pela ótima agência Soletur. Sai de ônibus do Rio para Ouro Preto, Sabará, Mariana e Grutas de Maquiné. A maioria dos/as turistas era de professoras cariocas, bem-humoradas e falantes. Havia dois casais apenas. Eu reservei um quarto só para mim (como faço em todas as excursões, exceto quando viajo com amigos/as), mas havia uma moça que insistia em querer dividi-lo porque teve que ficar só por conta de eu ter pedido quarto único. E eu tendo que explicar-lhe que gostava de ficar só e ela tentando me convencer que isso era muito ruim! Foi o único inconveniente do alegre e animado tour. Finalmente eu conhecia as cidades históricas mais famosas do país e tive emoções enormes em todas elas, tão lindas, tão graciosas, tão imponentes. Em todas, fizemos os usuais passeios turísticos nos monumentos, igrejas, museus e restaurantes mais conhecidos dos lugares, e ainda apreciar as obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde, em Ouro Preto,por exemplo. Nas Grutas de Maquiné, em Cordisburgo, é que não teve quem me fizesse fazer o percurso completo, somente fui ao salão inicial e retornei, esperando o grupo do lado de fora. Não gosto de lugares fechados, cavernas, túneis etc.. Sou claustrofóbica...
OBS.: Nesta viagem não levei máquina. Até hoje não sei por quê...
EUROPA COM LUIZ OTÁVIO: PORTUGAL, ESPANHA COM PALMA DE MAIORCA, E FRANÇA "Nossas malas estão empilhadas na calçada de novo; nós temos lugares mais distantes para ir. Mas não importa, a estrada é a vida".
Jack Kerouac
Em 1997, eu e Luiz Otávio fomos passar nossas férias de janeiro na Europa, em Portugal, Espanha e França. Compramos o Eurailpass. O MD 11 da Vasp saiu de São Paulo para Barcelona, realizando o sonho de viajar com meu elegante marido pela Europa. Ficamos no Hotel Transit, perto da Saint Estacion, metrô linha azul. Barcelona estava totalmente diferente daquela de anos atrás; agora, moderna, sofisticada, segura. Os jogos Olímpicos de 1992 promoveram toda aquela mudança, mantida pelo grande fluxo turístico. Desta vez, pudemos conhecer melhor a catedral inacabada de Gaudi (desde 1882), o Templo Expiatório da Sagrada Família – ícone da arquitetura modernista catalã, ela é Patrimônio Mundial pela UNESCO, desde 2005 -; os museus dos darlings Picasso (com a ‘coleção azul’, minha preferida) e Miró, que nasceu ali – e está dentro de um parque maravilhoso, o Parc Montjuïc-; o Museu Nacional d’Art de Catalunya (MNAC, 1990) –situado no Palácio Nacional, na colina de Montjuïc: onde está uma das mais importantes coleções de arte catalã -; andar pelas ruas para ver as obras de Gaudi nas praças, nos prédios, nos monumentos, como na Via Paseo de La Gracia e ainda pela variada Las Ramblas – principal artéria de 1,3km que passa por muitos lugares importantes da cidade, como Praça de Catalunha, Mercado de La Boqueria,Mirante de Colombo -; visitar o belíssimo Palácio Episcopal; ver a Vila Olímpica; o monumento a Colombo; o Estádio de futebol do Barcelona, o Camp Nu – o terceiro maior estádio de clubes do mundo; e o Arco do Triunfo. Ir ao El Corte Inglez comprar as gravatas que Luiz Otávio adorava.
De lá, seguimos para Paris, que ainda era a cidade dos meus sonhos e visitá-la com Luiz Otávio foi um deles. Eu estava bem resfriada e um senhor que Luiz Otávio conheceu no vagão-restaurante me deu um remédio, Nurofren 400, que me fez melhorar já na chegada! Retornei aos lugares famosos já conhecidos – Hotel de Ville, Beaubourg, Notre-Dame, Quartier Latin, Champs Elysees, Montmartre e Montparnasse, Marrais, Les Invalides, Tour Eiffel, as Galerias Lafayette e Printemps, La Defense. Luiz Otávio bateu algumas fotos com a aba da máquina sobre a lente (em Paris e Madri!)...Quel dommage! Experimentamos um bife de cavalo com fritas que me fez perder uma noite de sono. Passei muito mal, mas Luiz Otávio não teve nada. Desta vez, a maioria dos museus, galerias etc. já mostrava filas imensas que tivemos que seguir para poder cumprir os roteiros. No Louvre, tentar ver a Monalisa era tarefa hercúlea! Mas consegui tirar foto da Coroação de Napoleão, de David, e da Marianne, a liberdade,
guiando a Revolução Francesa, de Delacroix, meus quadros preferidos ali. Eu, finalmente, conheci o Museu d’Orsay, antiga gare cujos trens iam para Orleans, que abriga a pintura impressionista, minha favorita, sendo Cèzanne meu pintor preferido. Foi emocionante ver a Olympia do Manet; o auto-retrato do atormentado Van Gogh; a Estação Saint Lazare, de Monet; os Jogadores de Cartas, de Cèzanne; entre muitos. Ali voltei muitas vezes, principalmente quando morei em Paris, no segundo semestre de 1997. Passamos uma tarde inteira no Museu de Rodin e nos seus maravilhosos jardins. Foi um momento mágico também! Conheci o histórico Théâtre de l’Atelier (1822) – ‘nascido’ Théâtre Montmartre, no qual o pintor Alexandre Fragonard (fiilho do pintor Jean-Honoré Fragonard) foi um dos seus decoradores. No famoso bairro boemio dos artistas, Montmartre, ainda fomos no Le Consulat (século XIX) – um charmoso café, cujos freqüentadores incluem os pintores Picasso, Toulouse-Latrec, Van Gogh e Monet, ele está bem perto da Place du Tertre, onde ficam os artistas e suas telas e tintas, além de músicos e artesãos/ãs, e da Basílica de Sacre Coeur. E haja subir escadas! Posar diante do prédio da Sorbonne, no Boulevard Saint Michel, no Quartier Latin – diz-se que se chama assim porque, na Idade Média, as universidades davam aula em latim e ali há uma grande concentração delas. Voltei mais uma vez no Marrais, na Rue de Rosiers, para procurar uma perfumaria maravilhosa que conheci na primeira vez que fui a Paris, que não encontrei, mas havia outras... Comprei minha caneta tinteiro Waterman – um sonho de consumo antigo. Fomos ao cemitério Père Lachaise para trocar amor eterno no túmulo de Abelardo e Heloísa (sic: o casamento acabou 5 meses depois!).
A gare de Montparnasse, onde pegamos o trem para Madri, estava cheia de guardas, pois havia ameaças de terrorismo. Saímos no TGV para Irun, numa viagem muito chique, passando por Poitiers, Biarritz e Hundaye –cidades que havia passado em outras viagens. De Irun para Madri não foi nada agradável a viagem. Passamos por Tolosa, Miranda e Burgos, todas já na Espanha. Na capital espanhola, ficamos no Hostal Maria Luiza - C. de Hortaleza, 19, 2º. andar-, que Andréa e Renato nos indicaram. Ótimo! Pela quarta vez em Madri, revi os mesmos lugares turísticos e fui, finalmente, ao túmulo do pintor da corte de Carlos III, Goya, no Paseo de La Florida; e às estátuas do escritor Quevedo – que morreu no dia do meu aniversário, em 1645! -, e do dramaturgo e poeta Lope de Veja – fundador da comédia espanhola que infelizmente, tem na sua biografia ser oficial da Inquisição. Ainda voltei à Praça de Espanha para rever os personagens do meu darling Cervantes. Luiz Otávio continuou experimentando a culinária local e se deliciou com as paellas mais diversificadas possíveis, que eu não gostei! Eu só comia as tortillas
de ovo e batata. Quando gosto de algo, não me arrisco com mais nada! Assistimos à estreia do filme Evita, com Madonna e Antonio Banderas. Os lugares eram marcados e havia uma moça-bomboniére transitando pelas fileiras como nos cinemas de Hollywood. O filme foi belíssimo! Compramos a trilha sonora. Ainda vimos, outro dia, um filme com Michele Pfeiffer e George Clooney, “Un dia inovidable”: muito chato e dublado! Ainda fomos, em uma noite, a um show flamenco, Tablao Flamenco, indicado pelo Senhor Pepe, gerente do hostal. O trem noturno para o Porto foi ótimo. Visitamos os tradicionais pontos turísticos: Livraria Lello; Universidade do Porto; Torre dos Clérigos – onde subimos os 225 degraus para ver a cidade toda lá de cima-; Majestic Café– freqüentado por Eça de Queiroz-; mercado do Bolhão -onde comemos os famosos “moletes” de Valongo-; passar pela Associação dos Jornalistas Homens de Letras, em um prédio decadente na rua Rodrigues Sampaio, ainda na aprazível rua do Bonjardim – da casa das bifanas, a Conga-; ver a Estátua do escritor romântico Almeida Garret, autor do delicioso “Viagens na minha Terra”; o monumento aos mortos da 1ª. Guerra Mundial; e atravessar a ponte Luiz I para conhecer as caves do vinho do Porto, em Gaia. Jantamos no restaurante Don Vitorino caldo verde, tripas e vinho. E subimos e descemos ladeiras, olhando arquitetura e azulejos parecidos com os de São Luís ou de Olinda.
Em Lisboa, ficamos no hotel Residência Dublin, quarto 108, perto da praça Marquês de Pombal, onde me hospedo até hoje. Dali a gente saia a pé para transitar pela cidade. No almoço do primeiro dia, Luiz Otávio comeu 24 ostras sozinho! Voltei aos bairros famosos, aos museus e igrejas históricas. Desta vez, havia obras do metrô em frente ao restaurante A Brasileira e a estátua de Fernando Pessoa havia sido retirada até o término das obras. Passamos na enorme Livraria Bertrand (1732), ali no Chiado também, Rua Garret – é a mais antiga livraria do mundo em funcionamento, segundo o Guiness World Records de 2011. A Torre de Belém também estava em obras. A cidade estava em obras para a EXPO 98. Diferente das outras vezes, também saíamos às noites para shows de fado, ou para jantares e bares – a Lisboa by night que eu não conhecia. A Travessa das Queimadas tem variadas casas de fados. Gostamos mais da “Lisboa à noite”, com jantar e show, e as casas de fado vadio. No Cais do Sodré, pegamos o trem para Estoril e Cascais – duas aprazíveis e encantadoras cidades da riviera portuguesa. A viagem é de meia hora e vai toda à beira-mar. O Casino em Estoril também estava em obras. Em Cascais, tirei foto com a estátua (1980) do meu darling Camões, que fica no Largo Camões. Na estação do Rossio, pegamos o trem para Sintra, cujo Centro Histórico estava todo em obras. Andamos tudo a pé. No bar da Estação, comemos os famosos pasteís de chamuça, que eu adorei. Luiz Otávio ainda comeu bifanas – um prato típico de carne suave do porco, com alho e vinho, dentro de um pão (resumo: sanduíche de carne de porco!) -, e bebeu um imperial (um chope). Dia seguinte, tomamos a barca, na Praça do Comércio, para a Almada – na área metropolitana de Lisboa, e onde fica Costa da Caparica, nomeada cidade em 2004, e que tem muitas praias. Voltamos de ônibus, para atravessar a altíssima e bela ponte 25 de abril. Paramos na Praça de Espanha, onde pegamos o metrô rumo Liberdade para voltar ao hotel. Ainda visitamos o Estádio da Luz, do Benfica, o shopping Amoreiras e a Assembléia da República. Àquela época, ainda usávamos máquinas com filmes e tínhamos que parar em lojinhas no caminho para abastecer a máquina! Obviamente, o número de fotografias era bem menor, pois tínhamos que revelá-las e não era nada barato!
Retornamos a Madri para pegar outro trem para Valência. Neste dia, 17/2/1997, morreu meu darling Darcy Ribeiro...Fiquei desolada. No vagão-restaurante, encontramos pessoas de várias nacionalidades – Brasil, EUA, Austrália, Guiné Bissau, Portugal e Espanha. Foi uma conversa animada, atravessada por vários idiomas. Em Valência, fiquei impressionada com a cor ocre das construções medievais, barrocas e góticas, mais lindas que já havia visto, como o palácio da Generalitat, a Catedral com seu Cálice Sagrado, a majestosa Lonja de La Seda e a Plaza de Toros. Pegamos o ônibus nº. 60 para conhecer as praias. Dali, pegamos um ferry boat vazio, o “Transmediterraneo”, para conhecer a ilha de Palma de Maiorca, onde Chopin viveu com George Sand. Eduardo, primo e compadre de Luiz Otávio, estava fazendo um curso ali com a namorada Carolina, e Mônica, mãe do sobrinho Thiago, também estava ali para o mesmo curso. Alugamos um carro Marbella, ficamos no mesmo hotel 4 estrelas que o casal estava, o Antilhas (hoje, Sol Barbados),quarto 319, com vista para o mar, e aproveitamos um fim de semana maravilhoso naquela ilha solar, elegante e tranqüila. Passeamos pela ilha toda de carro, visitamos os lugares turísticos: a Catedral gótica de 44m de altura; o Casino; o farol de Formentor – com um visual maravilhoso-; Port d’Andratx – de mar transparente e calmo; Felanitx – com seu monastério medieval, o San Salvador; Antar – uma praia acolhedora, reduto de alemães, até o restaurante que fomos, o Salinas, só tinha cardápio em alemão!; na fábrica de pérolas, Orquídea. Em Valdemosa – uma espécie de mosteiro-, vimos os lugares onde Chopin viveu um ano com George Sand, e senti grandes emoções nessas visitas. Eles ocupavam alguns quartos do mosteiro; o piano está no quarto 4. Chopin é um dos meus clássicos favoritos; ali, ele escreveu suas mais lindas composições, os Prelúdios. Às noites, íamos tomar drinks no Cabana Pub, em frente ao hotel. Também fomos a uma peça no Teatro Principal – de linda arquitetura -, que era toda em catalão e nos divertimos muito em não entender nada do que falavam! Mas ficamos
até o final! Luiz Otávio continuou experimentando os pratos típicos locais e comemos um frito mallorquín muito bom, pois gosto muito de miúdos, e este é bem temperado e cheio de batatas – legume mais comum na comida européia, e também um “menu combinado” – prato duplo muito comum em toda a Espanha. Ele apreciava muito a culinária dos lugares pelos quais passávamos e não media gastos para termos uma refeição original e bem-feita. Ganhei de presente um colar de pérolas de Mallorca e uma boneca de Lladró – simples sonhos de consumo realizados.