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EUROPA: 1ª VEZ COM CARLOS ALBERTO (LUA DE MEL
EUROPA: 1ª VEZ COM CARLOS ALBERTO (LUA DE MEL) "Viajar é trocar a roupa da alma"
Mario Quintana
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Casei-me pela 1ª vez, em 1983, e fomos passar a lua-de-mel na Europa, nove meses depois, por conta da agenda de Carlos Alberto. Foi um sonho realizado e planejado. Eu fiz o roteiro, compramos os Eurailpass de trem e seguimos no voo da TAP. Foram nove países em 30 dias! Partindo de Portugal pelo litoral norte para a Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Áustria, Grécia e Itália, voltando a Portugal pelo litoral mediterrâneo. A França que eu endeusava não surtiu tanto efeito como a Grécia dos mitos e da filosofia que eu tanto cultivava provocou em mim. Naquela época, não havia reserva de nada. Chegávamos nas estações e embarcávamos nos trens, que ainda trafegavam com cabines vazias. Muitas vezes, dormimos nos vagões em cabines exclusivas para nós dois. Os hotéis eram escolhidos também nas estações, de acordo com o valor que queríamos pagar. Havia um balcão com uma lista deles, fazia-se a escolha e a recepcionista também nos indicava o transporte a pegar. Conforto que hoje já não existe mais e que nos deixava seguros da tranqüila mobilidade. O único inconveniente desse trânsito pelos países era que tínhamos que trocar dinheiro pelas moedas locais em todos os desembarques. Naquela primeira ida à Europa, fizemos os roteiros comuns aos turistas: visitar os museus mais famosos, como ver Goya e Velazquez, e a grande emoção de ver a Guernica, de Picasso, em sala única, na qual nos sentamos por quase duas horas para refletir sobre as maldades do século 20, no Museu do Prado, em Madri-Espanha; o Louvre, em Paris-França – cuja famosa Monalisa do darling Da Vinci foi visão
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bem decepcionante, mas ainda não havia um enxame de gente a sua frente como hoje -; a Capela Sistina, no Museu do Vaticano – onde chorei bastante pela católica praticante que eu era à época e da admiração por Michelangelo-; e a Galeria degli Uffizi, em Florença-Itália – para ver o estupendo Davi também de Michelangelo. E ainda conhecer os pontos históricos mais importantes, como o bairro de Belém e da Alfama, em Lisboa; os mercados de Madri; os bairros de Marrais e da Bastilha, em Paris; o manequinho mijão em Bruxelas; os templos gregos em Atenas – onde vivi as maiores emoções desta viagem, apesar de o rolo de fotos ter sido esquecido lá...-; as charmosas ruas barrocas e as casinhas coloridas à beira-rio, em Innsbruck, capital do Tirol, e as montanhas imponentes que circundam Salzburg, terra de Mozart, na
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Áustria; a capital da Bavária, Munique – terra do meu rei preferido, o amante das artes e da música, Ludwig II-, e a famosa catedral gótica de Colônia, na Alemanha; o indescritível Moises, na Igreja de San Pietro in Vincoli, em Roma – lugar que não lhe está à altura...
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Mas já naquela época, o que eu mais gostava era andar pelas ruas das cidades, procurar seus recantos mais pitorescos ou ainda mais soturnos, como em Veneza – de canais sujos e roupas estendidas com pombas sobre elas -, e em Amsterdã – onde vi a liberdade de existir sem preconceitos e clichês sociais, como as vitrines com as prostitutas à escolha, a praça das drogas opcionais e o primeiro casal gay que vi se beijando numa esquina. E, principalmente, Roma, que é uma cidade-monumento, onde esbarramos com obras-primas ao longo dos passeios, como o Coliseu, a Fontana de Trevi, o monumento a Vittorio Emanuele II, apelidado “Bolo de Noiva”, a Praça de Espanha,com suas escadarias cheias de gente, onde passei pelo local da residência dos poetas ingleses Keats e Shelley. Da mesma forma, Paris se mostrava nas pontas da sua estrela
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com monumentos clássicos do turismo mundial: Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Moulin Rouge, Madeleine, Montmartre, Pigalle, Ópera Nacional de Paris e ir ao túmulo de Alan Kardek, no cemitério Père Lachaise, pois Carlos Alberto era espírita. Aproveitei para ver os meus darlings literários, como Balzac, Oscar Wilde, Collete, Proust, Moliére, La Fontaine e Eluard. Comprei o mapa e passamos um dia andando pelas aléias daquele belo cemitério. Subimos na Torre Eiffel e nunca mais repeti a façanha nas vezes em que retornei a Paris, pois passou a ter filas intermináveis.
Na volta pelas estradas e ferrovias que circundavam o Mar Mediterrâneo, passamos por Nápoles e Gênova, na Itália; Mônaco, Nice – onde tomamos banho no Mar Mediterrâneo, cheio de pedrinhas, e eu de sandália Melissa dentro d’água! -, Cannes e Marselha, na França; e Barcelona, na Espanha – à época, uma cidade portuária feia e perigosa, com ameaças terroristas do movimento separatista catalão, bem diferente da Barcelona atual, elegante e cheia de atrativos, que destacam seus marcos turísticos, como as obras de Gaudi, Picasso e Miró, outrora obliterados pelo medo social. Na ida pelo litoral norte da Espanha, passamos por San Sebastian e Bilbao, com forte atuação do grupo separatista terrorista mais temido do país, o basco ETA. Essas duas cidades eram bem feinhas, praticamente de fábricas e de pesca. Hoje, são centros turísticos sofisticados e vibrantes, depois da construção do Museu Guggenheim Bilbao.
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Em todas as praias do mar Mediterrâneo as mulheres faziam topless e não havia olhares luxuriosos. Eu não fiz porque não tinha essa prática aqui; contudo, chamei atenção quando saí da praia de biquíni, em Nice, com a canga somente amarrada na cintura. Até chegar à casa-pousada charmosa com jardim e piscina, onde ficamos hóspedes, de um casal francês que nos convidou na ferroviária para ficarmos com eles a preço menor que nos hotéis que costumávamos ficar, as pessoas se viravam nas ruas para me ver “passar”. O trem passou a ser, juntamente com o carro, o transporte favorito para viajar. Também tive a primeira viagem de navio, quando atravessamos de Brindisi, depois de passar pela sonolenta e simpática Bari, na Itália, para Patras, na Grécia. Apesar de termos comprado uma cabine, eu não consegui ficar naquele espaço confinado e abaixo da água. O mar Egeu era uma lagoa linda, mas noite sem lua deixava tudo bem assustador e com a sensação de vazio absoluto. Avião e navio são os meios de transporte que uso por necessidade de continuar viajando...
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Capítulo 03
Boas viagens, muitas bagagens de histórias.
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