ENTREVISTAS
KLAUS KALDEMORGEN, DWS MARTIN SKANBERG, SCHRODERS LEGISLAÇÃO
PONTO DE ENCONTRO ENTRE SFDR E A DIRETIVA MIFID II FUNDS SERVICES
AUDITORIA DA GESTÃO DE ATIVOS EM PORTUGAL COM ESTILO
GOLFE: TESOURO GUARDADO GASTRONOMIA PORTUGUESA
NÚMERO 42 JANEIRO E FEVEREIRO 2022
.
OS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE
2022
A LISTA DE FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE 2022 É COMPOSTA POR 687 PRODUTOS. ANALISAMOS OS CRITÉRIOS POR DETRÁS DO RATING.
DWS Invest ESG Climate Tech Existem muitas empresas com modelos de negócio que mitigam ou se adaptam aos efeitos das alterações climáticas que podem oferecer oportunidades interessantes para os investidores. Descubra os principais fatores e setores que fazem da proteção climática uma tendência a longo prazo. O seu investimento merece um clima melhor. Investimentos estão sujeitos a riscos.
Apenas para investidores profissionais (Directiva MiFID 2014/65/UE Anexo II). DWS é a marca sob a qual DWS Group GmbH & Co. KGaA e as suas filiais desenvolvem a sua actividade. Os clientes serão fornecidos aos produtos ou serviços DWS por uma ou mais entidades legais que lhes serão identificadas na documentação relevante. Este documento não constitui um conselho de investimento. CRC 087692
EDI FELIZ 2022! TO RIAL N
42 I JANEIRO E FEVEREIRO 2022
FALAR DO SUCESSO QUE 2021 FOI PARA A INDÚSTRIA NACIONAL É A MELHOR MANEIRA DE CELEBRAR O PASSADO COM OS OLHOS NO FUTURO.
ão faz sentido fugir ao óbvio. Qual seria o sentido de entrarmos num novo ano sem novidades? Sem balanços do ano que passou? Já não vamos a tempo de vocalizar o feliz ano, bem sabemos. Ao que parece há um contrato invisível que dita que a frase deixa de fazer sentido lá para 15 de janeiro... mas o que seria do mundo sem um pouco de rebeldia? Feliz ano a todos os que nos leem neste momento! Na altura em que folheia estas páginas já temos um novo primeiro-ministro (ou o mesmo, quiçá). Talvez os mercados já tenham estabilizado das quedas de janeiro e, quem sabe, já seja sensato chamar endemia à insuportável pandemia de COVID-19. A verdade é que a indústria de fundos de investimento nacional não se pode queixar de 2021. Os números que a APFIPP apresenta mais à frente no seu fórum demonstram-no bem: os OIC nacionais cresceram 35% num ano, com um surpreendente saldo de subscrições líquidas de 4,26 mil milhões de euros. Do nosso lado, quisemos fazer jus ao repto ano novo, vida nova, mas não perdendo as tradições. Como sempre, queremos continuar a destacar o que de melhor se faz na indústria de fundos. Assim, pelo sétimo ano consecutivo - e este ano com uma nova cara e designação - mostramos-lhe o conjunto de produtos com Rating FundsPeople, nome que substitui o antigo Selo. Um conjunto de fundos que se destacam por vários critérios de excelência e um rating que está ao dispor dos investidores como base de suporte às decisões de investimento. Do lado das entidades, por sua vez, as novidades sucedem-se. Trata-se de um acompanhamento que fazemos diariamente na nossa newsletter, e que na revista aprofundamos. Mostramos-lhe, por exemplo, a gama Smart Invest da Invest Gestão de Activos ou o fundo sustentável da J.P. Morgan AM que complementa o conhecido conjunto de fundos de rendimentos da casa internacional. A fechar, dar-lhe nota de que ainda tivemos tempo de fazer outra típica retrospetiva de início de ano. Aterrámos nos três últimos anos do mercado nacional e podemos assegurar-lhe que a viagem é longa. Mais fundos mobiliários, mais entidades… uma verdadeira explosão de atividade, que atesta o dinamismo que se vive no nosso país. A verdade é que falar da evolução da indústria nacional é como desejar um feliz ano novo. Está sempre a tempo de acontecer, desde que venha por bem. Por isso, aqui estamos mais um ano, em que queremos testemunhar o que de melhor se faz na indústria de fundos. Feliz 2022 a todos! JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 3
IN DI CE 42 I JANEIRO E FEVEREIRO
68
PANORAMA
10 Objetivo: comprar 12 ...Chi, Psi, Omega 15 Barómetro do Rating FundsPeople 18 Fórum APFIPP: Tempo de balanço 22 Ranking do Rating FundsPeople 28 Back on track
TENDÊNCIAS
32 Os fundos com Rating FundsPeople 2022 38 Explosão na atividade nacional 42 Portefólios MRP: nova maneira de medir o risco do portefólio 46 Fundos de ações globais artigo 8 e artigo 6: o que os une e os separa? 50 A grande anomalia na correlação entre ações e obrigações 54 O ponto de encontro entre o Regulamento SFDR e a Diretiva MiFID II 56 Incorporar fatores ESG nos mandatos para melhorar os resultados de sustentabilidade 60 Impacto dos sistemas financeiros nas comissões e fluxos 64 Auditoria da gestão de ativos em Portugal
68 Klaus Kaldemorgen 72 Fátima Só 74 Martin Skanberg 78 Paulo Monteiro 80 Michael Schoenhaut
84 Gestão alternativa 90 Ações norte-americanas large cap 94 Índia: brilhando à sombra de dois gigantes 97 A atratividade de um Search Fund 100 A economia circular está na moda 104 O avanço dos ETF de gestão ativa 108 A chamada dos mercados de carbono
ESTILO DE VIDA 112 Golfe: um tesouro guardado 114 Gastronomia portuguesa: um mundo por descobrir 4 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
78
ENTREVISTAS
PRODUTOS
72
74
80
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CO LABO RA DO RES
94
18
42
54
CONTRIBUTOS DO MÊS
60
SÉRGIO BRITO Analista, APFIPP Mercado de Organismos de Investimento Coletivo: 2021
ROBERTO CARCACHE E ABRAHAM HERNANDEZ
DIANA RIBEIRO DUARTE E SOFIA ARAÚJO MATIAS
Private equity senior analyst, Beka Finance A atratividade de um Search Fund
100
Sócia e advogada estagiária, Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e Associados O ponto de encontro entre o Regulamento SFDR e a Diretiva MiFID II
MARIANA TEIXEIRA CUNHA
RINA GUERRA, CFA Gestora, Banco Carregosa A economia circular está na moda
112 ARMANDO NUNES CEO, BIZ Group Golfe: um tesouro guardado numa pequena caixa de joias
114 ANAÏS GFELLER Senior analyst, Allfunds Ações norte americanas large cap
6 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
EDUARDO LÓPEZDÓRIGA
Researcher e presidente e co-fundador, VITALIS Portefólios MRP: uma nova maneira de medir o risco do portfólio
90
A Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades
97
Estudante de mestrado em finanças, ISCTE-IUL e Covencedora do prémio APFIPP para Melhor Dissertação Académica em 2021 O impacto dos sistemas financeiros nas comissões e fluxos dos fundos de investimento afiliados com bancos
42 I JANEIRO E FEVEREIRO 2022
Nota de redação
ALFONSO GARCÍA YUBERO Diretor de Análise e Estratégia, Santander Private Banking Gestión India: a brilhar à sombra de dois gigantes
de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com A FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a
CRISTINA CARVALHO Diretora de vendas, Amundi Gastronomia portuguesa: um mundo por descobrir
entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profissionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos financeiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fins informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos financeiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.
APENAS PARA CLIENTES PROFISSIONAIS E INVESTIDORES QUALIFICADOS.
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Invista em algo maior. Capital em risco. Este material destina-se apenas a ser distribuído a Clientes Profissionais (conforme definido pela Autoridade de Conduta Financeira ou pelas regras da DMIF) pelo que não deverá ser partilhado com outras pessoas. Este conteúdo é emitido pela BlackRock (Netherlands) B.V. é autorizado e regulamentado por a Autoridade dos Países Baixos para os Mercados Financeiros. Escritório registado Amstelplein 1, 1096 HA, Amsterdão, Tel: 020 - 549 5200, Tel: 31-20-549-5200. Registo Comercial n.º 17068311. Para sua protecção, as chamadas telefónicas são geralmente gravadas. © 2022 BlackRock, Inc. Todos os direitos reservados. 2000736
DI RE TÓ RIO ÍNDICE DE EMPRESAS 42 I JANEIRO E FEVEREIRO 2022
ABC
ABRDN 15, 22, 28, 32 ACATIS 12, 15 ADEPA 64 AEGON ASSET MANAGEMENT 15 AGEAS PENSÕES 18, 38 ALCENTRA 22 ALGER 15, 22 ALLIANCEBERNSTEIN 15, 22, 32 ALLIANZ GLOBAL INVESTORS 15, 22, 28 AMUNDI 10, 15, 22, 28, 32, 50, 90 ANDBANK AM 64 ARCANO 15, 22 ATLANTIC 18 ATRIUM 64 AVIVA INVESTORS 28 AXA IM 12, 15, 22, 28, 32, 90 BAKER TILLY 64 BANCA SYZ 10 BANKINTER GA- SUC. PORTUGAL 18, 22, 38, 64 BANQUE DE LUXEMBOURG 22 BARCLAYS 22 BBVA FUNDOS 18 BDO & ASSOCIADOS 64 BHA PARTNERS AG 10 BIZ CAPITAL 18, 38, 64 BLACKROCK 15, 22, 28, 32, 84 BLUEBAY AM 15, 22, 32 BMO GAM 15, 22 BMO PORTUGAL 18, 38 BNP PARIBAS AM 15, 22, 28, 32 BNY MELLON IM 15, 90 BPI GESTÃO DE ATIVOS 18, 22, 46, 56, 64, 90 BPI VIDA E PENSÕES 18 BROWN ADVISORY 15, 22 CAIXA GESTÃO DE ATIVOS 18, 22, 46, 64 CAIXABANK AM 64 CANDRIAM 15, 22, 32 CAPITAL GROUP 15, 22, 28 CARMIGNAC 15, 22
CEO GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com CARREGOSA CASA DE INVESTIMENTOS CGD PENSÕES CITI PRIVATE BANK COLUMBIA THREADNEEDLE INVESTMENTS CPR AM CREDIT SUISSE CRÉDITO AGRÍCOLA GEST CRÉDITO AGRÍCOLA VIDA
18, 38 38, 64 18 10 15, 22 15, 22 15, 22 18 18
DEF DDJ CAPITAL MANAGEMENT 10 DNCA INVESTMENTS 15 DPAM 15, 22 DWS 15, 22, 28, 32, 69 ECS 18 EDMOND DE ROTHSCHILD AM 15, 22 EFGAM 15, 22 ELEVA 15, 32, 84 EPSILON CAPITAL 12, 15, 22 EURIZON 15, 22, 32, 50 EUROBIC 64 EVLI 15, 22 FIDELIDADE 18 FIDELITY INTERNATIONAL 15, 22, 28, 32, 104 FIRST EAGLE INVESTMENT MANAGEMENT 15 FIRST FUND BOX 18 FISHER INVESTMENTS 22, 28 FLORESTA ATLÂNTICA 18 FLOSSBACH VON STORCH 12, 15, 22, 28, 32 FRANKLIN TEMPLETON INVESTMENTS 15, 22, 32, 104 FUNDIESTAMO 18 FUNDPARTNER SOLUTIONS 64 FUNDSMITH 15 FUTURO 18
GHI GAM 15, 22 GEF 18 GESFIMO 18 GFM GESTÃO DE ATIVOS 18, 38 GNB - SGFP 18 GNB - SGP 18 GNB FUNDOS MOBILIÁRIOS 18 GNB GESTÃO DE ATIVOS 22, 38, 46, 64, 72 GNB REAL ESTATE 18 GOLDEN WEALTH MANAGEMENT 38 GOLDMAN SACHS AM 15, 22, 28, 32, 90 GQG PARTNERS 15 HAITONG ASSET MANAGEMENT 38 HAITONG BANK 38 HEED CAPITAL 18, 64 HSBC 10, 22, 104 IAM 28 IM GESTÃO DE ATIVOS 18, 22, 38, 46, 64, 90 IMOFUNDOS 18 IMOPOLIS 18 IMORENDIMENTO 18 INSIGNEO 10 INSTITUTIONAL INVESTMENT 18 INSULA CAPITAL 18 INTERFUNDOS 18 INVESCO 15, 22, 28, 32, 104 INVEST GESTÃO DE ACTIVOS 18, 22, 64, 78 ISHARES 28
JKL J.P. MORGAN AM
12, 15, 22, 28, 32, 50, 80, 84, 104 JANUS HENDERSON 12, 15, 22, 28, 32 JULIUS BAER GROUP 10 JUPITER AM 15, 22, 32 L&T INVESTMENT MANAGEMENT 10 LA FINANCIERE DE L’ECHIQUIER 15, 22 LAZARD AM 15, 22 LEGAL & GENERAL IM 28 LGT CAPITAL PARTNERS 28 LIBERTAS 18 LIFENTO 18 LIONTRUST AM 22 LISBON FAMILY OFFICE 38 LM CAPITAL WEALTH MANAGEMENT 15
8 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
LONVIA CAPITAL LUMYNA INVESTMENTS LYNX ASSET MANAGERS LYXOR
15, 22 15, 22 18, 64 10, 22, 104
MN M&G INVESTMENTS 15, 22, 32 MAIN FIRST AM 15 MAN GROUP 12, 15, 22, 32 MAZARS & ASSOCIADOS 64 MCKINSEY 108 MERCER 15, 22, 28 MFS IM 15, 22, 32, 50 MIRAE ASSET 15, 22 MONTEPIO GESTÃO DE ACTIVOS 18, 22, 64 MONTEPIO VALOR 18 MORGAN STANLEY IM 15, 22, 32 MUZINICH 15, 22, 84 NATIXIS 15, 104 NEUBERGER BERMAN 15, 22 NEVASTAR FINANCE 64 NINETY ONE FUND MANAGERS 15, 22 NN IP 15, 22, 28, 90 NOMURA AM 15, 22 NORDEA AM 15, 22, 32, 84 NORFIN 18
OPQ OCEAN ARETE LIMITED 28 ODDO BHF ASSET MANAGEMENT 15, 22 OFI AM 15, 22 OPTIMIZE INVESTMENT PARTNERS 18, 38, 64 PICTET AM 15, 22, 28, 32, 84 PIMCO 12, 15, 22, 28, 32, 104 POLAR CAPITAL 15, 22 POLEN CAPITAL 10 PREVISÃO 18 PROFILE - SGFIM 18
RST REAL VIDA SEGUROS 18 RECORD 28 REFUNDOS 18 ROBECO 15, 22, 28, 32 RUFFER 12, 15, 22, 28 S.G.F.P. BANCO DE PORTUGAL 18 SANTANDER AM 18, 38, 64, 90 SANTANDER PENSÕES 18 SCHRODERS 15, 22, 28, 32, 74, 90 SEILERN 22 SFS - GESTÃO DE FUNDOS 18 SGF 18, 38 SHELTON CAPITAL MANAGEMENT 10 SILAR - SICAFI, SA 18 SILVIP 18 SIXTY DEGREES 18, 38, 64 SQUARE ASSET MANAGEMENT 18 STATE STREET 28 SWISS FINANCIAL ADVISERS 10 SWISS RE 28 T. ROWE PRICE 12, 15, 22, 32, 90 TF TURISMO FUNDOS 18 THOMASLLOYD GROUP 22 TRACKINSIGHT 104
UWXYZ UB ASSET MANAGEMENT 15, 22 UBS AM 10, 15, 22, 28 VANGUARD 15, 22, 28, 32, 104 VICTORIA - SEGUROS DE VIDA, SA 18 VILA GALE GEST 18 VIOLAS FERREIRA - SICAFI, SA 18 VIRTUS INVESTMENT PARTNERS 10 VITRUVIAN CAPITAL MANAGEMENT 10 VONTOBEL AM 10, 15, 22 WELLINGTON MANAGEMENT 15, 22 WERGEN & PARTNER WEALTH MANAGEMENT 10 WHITE OAK CAPITAL MANAGEMENT 22 WILSHIRE ASSOCIATE 56 WISDOMTREE 104 XTRACKERS 104
REDAÇÃO NACIONAL MARGARIDA PINTO, Editor - Portugal margarida.pinto@fundspeople.com CATARINA VINAGRE, Reporter catarina.vinagre@fundspeople.com INTERNACIONAL ÓSCAR RODRÍGUEZ, Reporter orodriguez@fundspeople.com ANA PALOMARES, Reporter ana.palomares@fundspeople.com REGINA RIVERA, Reporter regina.webb@fundspeople.com DAVIDE MOSCA, Reporter davide.mosca@fundspeople.com FILIPPO LUINI, Reporter filippo.luini@fundspeople.com ANÁLISE Diretora MARÍA FOLQUÉ, Global Head of Analysis mfolque@fundspeople.com MIGUEL RÊGO, CFA, Head of Analysis - Portugal miguel.rego@fundspeople.com SAMUEL CAPUCHO, Fund Analysis Intern samuel.capucho@fundspeople.com MONTSERRAT FORMOSO, Senior Fund Analyst mformoso@fundspeople.com SIMONE VIDOTTO, Senior Fund Analyst simone.vidotto@fundspeople.com MARKETING RAQUEL ALONSO, Marketing Manager raquel.alonso@fundspeople.com IÑIGO IMBERT, Business Development Manager iimbert@fundspeople.com AIDA CISNEROS, Events Manager - Iberia aida.cisneros@fundspeople.com GEMA VELASCO, Branded Content Manager - Iberia gema.velasco@fundspeople.com DAVIDE PASIMENI, Head of Italy davide.pasimeni@fundspeople.com GIOVANNA VAGALI, Events & Branded Content Manager - Italy giovanna.vagali@fundspeople.com CONSULTORIA: ANTONIO SALIDO, CEO, NUVIX CONSULTING SL. PAGINAÇÃO: ANTONIO CAPA E RODRIGO PÉREZ, KEMBEKE ESTUDIO. FOTOGRAFIA E VÍDEO: VITOR DUARTE E MÁXIMO GARCÍA, OJIPLÁTICO TRADUÇÕES: CRISTINA JAOUEN, FULLY INVESTED TRANSLATION. IMPRESSÃO: RIVADENEYRA EDITADO por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos os direitos reservados. SUBSCRIÇÕES: pt.fundspeople.com DEPÓSITO LEGAL M-48220-2008 REDAÇÃO MADRID Paseo de la Castellana, 91, planta 2 (Madrid, 28046) Tel. (+34) 917 014 040 redaccion@fundspeople.com es.fundspeople.com REDAÇÃO LISBOA Espaço Amoreiras . Rua D. João V, nº 24, 1.03, E.26 - 1250-091 Lisboa Tel. (+351) 210 415 957 portugal@fundspeople.com PUBLICIDADE publicidad@fundspeople.com
42 I JANEIRO E FEVEREIRO
NOTÍCIAS
O MAIS
1. Optimize IP lança fundo elegível para vistos gold e focado em Portugal 2. Os 20 fundos nacionais mais rentáveis de 2021
VISTO EM
3. Eduardo Monteiro (BPI GA): “2022 será mais desafiante do que 2021 porque será mais volátil” 4. Esta semana vou estar de olho... Nos resultados
/
das empresas relativos ao 4º trimestre 5. Os fundos multiativos agressivos mais rentáveis em 2021 6. As rentabilidades dos seguros PPR em 2020 7. Paula Geada (Caixa Gestão de Ativos): “O nosso grande desafio é aumentar a quota dos fundos nos recursos da CGD” 8. O futuro será todo ESG?
Período de recolha de dados: 26/12/2021 - 24/01/2022 em fundspeople.com/pt/
PERFIS
Paulo Freire de Oliveira
Pedro Coutinho BiG - Banco de Investimento Global
João Paulo Caldeira da Silva novobanco
Emanuel Silva IM Gestão de Ativos
José António De Mello Multi Family Wealth
João Silva Marques Caixa Gestão de Ativos
José Maria Cazal Ribeiro Julius Baer
Pedro Carvalho ABANCA
GNB Gestão de Ativos
BiG - Banco de Investimento Global
Nordea Asset Management
BMO Global Asset Management
APFIPP
Interfundos
BPI Ações Mundiais Fundo de Investimento Aberto de Ações
BPI GIF Opportunities Class R
Caixa Ações EUA Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de Ações
Santander Rendimento Fundo de Investimento Mobiliário Aberto
IMGA Ações América A Fundo de Investimento Aberto de Acções
Fundo de Inv. Alt. Aberto de Poupança R. Santander Poupança Prudente FPR
EMPRESAS
Lisbon Family Office
Banco BEST
PRODUTOS
Caixa Ações Líderes Globais Fundo de Inv. Mobiliário Aberto de Ações
NB PPR/OICVM Fundo de Inv. Mob. Aberto de PoupançaReforma
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 9
PANORAMA RADAR INTERNACIONAL
SUÍÇA
Vontobel potencia-se
A Vontobel adquiriu a gestora de patrimónios offshore da UBS, a Swiss Financial Advisers (7.800 milhões de dólares em ativos), com sede em Zurique e que trabalhou historicamente com grandes patrimónios dos EUA e Canadá. A sociedade integrar-se-á na divisão Swiss Wealth Advisors da Vontobel que, em junho de 2021, geria ativos no valor aproximado de 3.200 milhões de dólares.
EUA
Polen Capital aposta no high yield
A Polen Capital adquiriu a DDJ Capital Management, boutique centrada em estratégias high yield com 8.200 milhões de dólares em ativos geridos. Com esta operação, a Polen (80.000 milhões de património) acrescenta uma nova competência à sua oferta, enquanto que a DDJ converter-se-á na quarta equipa de investimento autónoma da plataforma Polen.
EUA
Shelton cresce nas ações
A Shelton Capital Management comprou a Vitruvian Capital Management, sociedade de investimento fundada em 2018 e com sede em São Francisco, que concentra a sua atividade em clientes de elevado património, consultores financeiros, investidores institucionais e family offices. Desta forma, a Shelton amplia a sua gama com os produtos de ações norte-americanos e globais da Vitruvian.
EUA
Virtus expande-se em obrigações
A Virtus Investment Partners completou a aquisição da gestora de obrigações Stone Harbor. Fundada em 2006, a boutique nova-iorquina especializa-se em dívida de mercados emergentes, crédito multiativos e obrigações corporativas globais. A operação amplia a base de clientes institucionais não norte-americanos da Virtus, assim como as suas capacidades de distribuição mundiais.
URUGUAI
Acordo entre o Citi e Insigneo
A Insigneo ficou com o negócio de gestão patrimonial offshore do Citi no Uruguai. A Citi International Financial Services (CIFS) e a Citi Asesores de Inversión Uruguay (Citi Asesores) passam assim para as mãos da sociedade independente de serviços financeiros radicada em Miami. O Citi manterá todas as relações de depósitos bancários existentes com os clientes de elevado património que passam para a Insigneo.
OBJETIVO:
FRANÇA
Amundi completa a compra da Lyxor A Amundi completou a compra da Lyxor por 825 milhões de euros. A operação converte a gestora francesa no segundo grande ator europeu de mercado de ETF, com 170.000 milhões de euros em ativos geridos combinados a 30 de setembro de 2021. Para além disso, a Amundi reforça-se na gestão ativa com a incorporação de uma nova competência em alternativos líquidos.
COMPR
10 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
SUÍÇA
Julius Baer vende uma das suas boutiques
A Julius Baer vendeu a Wergen & Partner Wealth Management à equipa gestora da sociedade. A banca privada suíça assinou um acordo para vender a sua participação no contexto de uma transação que está prevista que se complete durante o primeiro trimestre do ano. A Julius Baer comprou a Wergen & Partner em fevereiro de 2017 e agora a propriedade voltará às mãos dos gestores do grupo.
SUÍÇA
Banca Syz reforça-se
A Banca Syz anunciou a compra da gestora independente BHA Partners AG. A operação, que representa cerca de 1.000 milhões de euros em ativos, reforçará significativamente a presença da banca suíça tanto em Zurich como no resto do mercado interno suíço.
ÍNDIA
HSBC expande-se para a Ásia
A HSBC Asset Management tem previsto ficar com a gestora indiana L&T Investment Management (LTIM) por 425 milhões de dólares. O acordo de compra da LTIM, que gere 10.800 milhões de dólares em ativos, faz parte da estratégia da HSBC para converter-se numa gestora de patrimónios líder na Ásia.
AUSTRÁLIA
LGT compra um wealth manager
Nova compra por parte do LGT Group. O banco pertencente à casa real do Liechtenstein pagará 338 milhões de dólares pela gestora de patrimónios australiana Crestone Wealth Management. A entidade, que anteriormente pertenceu à UBS, gere ativos no valor de 17.800 milhões.
RAR
As gestoras mundiais puxam do livro de cheques para reforçar as suas competências.
A OPINIÃO DE JIM CIELINSKI Responsável global de Obrigações, Janus Henderson Investors
INFLAÇÃO VS OBRIGAÇÕES Discordar da visão relativamente otimista da Fed e do BCE sobre a inflação seria acreditar que estamos num caminho diferente daquele que precedeu a pandemia. Acreditamos que as tendências em tecnologia e digitalização permanecem intactas, enquanto a reparação das ligações comerciais irá reavivar a eficiência e a concorrência a nível mundial. A interrupção da COVID-19 pode ter ajudado a prolongar a fase intermédia dos ciclos económicos e de crédito. Para os investidores em dívida corporativa, é provável que este ambiente de ciclo intermédio prolongue algumas das características de 2021 para 2022. A nossa expetativa é que as empresas continuem a reforçar os seus balanços e que a taxa de incumprimento permaneça baixa no segmento de high yield. Veremos uma maior dispersão de rendimentos este ano, à medida que a inflexão política levar os investidores a prestarem mais atenção aos níveis de endividamento. Os spreads relativamente ajustados sugerem que a evolução das obrigações investment grade será provavelmente ditada em maior medida pelos movimentos nos mercados de obrigações soberanas.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 11
PANORAMA SMART CONSENSUS por Miguel Rêgo, CFA
…CHI, PSI,
OMEGA Algumas pessoas, poucas, diria, saberão que estas são as três últimas letras do alfabeto grego. O desejo de qualquer gestor aparenta ser que se continue sem saber. FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO DA FUNDSPEOPLE EM 2021 (*) FUNDO
Acatis Gané Value Event Fonds
CATEGORIA MORNINGSTAR
Mistos Moderados
AXA WF Optimal Income
Mistos Flexíveis
Epsilon Fund Enhanced Constant Risk Contribution
Mistos Flexíveis
FvS Multiple Opportunities II
Mistos Flexíveis
Janus Henderson Balanced
Mistos Moderados
JPM Global Balanced
Mistos Moderados
Man AHL TargetRisk
Mistos Moderados
PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset
Mistos Flexíveis
Ruffer Total Return Intl
Mistos Moderados
T. Rowe Price Global Allocation
Mistos Moderados
12 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Capitalizando no trabalho que envolve o Rating FundsPeople, a nossa equipa de Análise construiu uma carteira de consenso Smart Consensus, que será a mesma para Espanha, Portugal e Itália. A carteira Smart Consensus é composta pelos fundos das categorias mistos moderados e mistos flexíveis que tiveram rating nos três países. O resultado é uma carteira formada por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis moderados e quatro flexíveis. Fonte: elaboração própria com dados da Morningstar. Dados de 29 de fevereiro de 2021. (*) Carteira Smart Consensus FundsPeople 2020, com Rating FundsPeople 2021.
DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS OBRIGAÇÕES AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS)
70% 60% 50%
Q
uase tudo na pandemia tem sido uma surpresa. Pelo menos para muitas pessoas. Um mês antes de a epidemia de Covid-19 ter sido elevada a pandemia, perguntava-se ao público de um evento de uma gestora de ativos qual era o maior risco que pairava sob os ativos e mercados financeiros. A Covid-19 foi um dos riscos menos selecionados. Poucas semanas depois, a primeira surpresa. A epidemia transformou-se numa pandemia e eclodiu uma das correções mais rápidas dos mercados financeiros. Afetou quase todas as carteiras, desde as ações às obrigações. Um mês depois, a segunda surpresa. Iniciou-se uma das recuperações mais rápidas da história dos mercados. Desde então, temos vindo a navegar num mar de incerteza e as surpresas começaram a ficar associadas ao alfabeto grego, o código de classificação das variantes de Covid-19. De Alfa a Ómicron vão 15 letras, mas foi primeiro a Delta, na primavera do ano passado, e agora a Ómicron, que mais ocuparam a mente de quem gere carteiras de investimento. “O nervoso mercado de ações, desde que a variante Omicron se tornou conhecida, mostra que oscilações erráticas na volatilidade podem ocorrer a qualquer momento”, dizem J. Henrik Muhle e Dr. Uwe Rathausky, co-gestores do Acatis Gané Value Event Fonds. E também Serge Pizem, gestor do Optimal Income da AXA IM, alerta para números pouco encorajadores a curto prazo, muito embora considere que “dado o nível relativamente elevado de taxas de vacinação, é provável que a maioria dos países desenvolvidos possa lidar com a necessidade de confinamentos”.
APARENTE CONTRASSENSO
Diante de um provável futuro carregado de incertezas, seria expectável que o posicionamento fosse mais
40% 30% 20% 10% 0%
N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N 2019
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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES EUROPA (INCLUI REINO UNIDO)
AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ)
EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS)
JAPÃO E AUSTRÁLIA
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N 2019
2020
2021
ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS
SOBERANAS
CASH
OUTRAS
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
N N D D JJ F F M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N D D JJ FF M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N 2019 2019
2020 2020
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JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 13
P
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PANORAMA SMART CONSENSUS
AR
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A OPINIÃO DE WILLIAM DAVIES CIO e responsável global de ações, Columbia Threadneedle Investments
O AMBIENTE MONETÁRIO EM MUDANÇA ESTABELECE O PANORAMA PARA UM 2022 DESAFIANTE A CARTEIRA DE SERGE PIZEM
Gestor do AXA WF Optimal Income
“Os retornos das ações devem normalizar-se nos próximos 12 meses, à medida que o crescimento desacelera e a política monetária começa a apertar.”
J. HENRIK MUHLE E DR. UWE RATHAUSKY
Gestores do ACATIS GANÉ Value Event Fonds
“As ações em geral terão muito maior dificuldade em atingir novos máximos, mas ainda é a nossa classe de ativos preferida.”
conservador, mas não. Pelo menos não pelo caminho de uma alocação mais robusta a instrumentos de rendimento fixo. Para o gestor da AXA IM, aos níveis atuais, a dívida pública apresenta-se como “desinteressante” e continua a subponderá-la nas carteiras. “Continuamos a priorizar as ações, que continuam sustentadas pelos resultados e pelo ambiente macroeconómico”, diz, sobreponderando o setor financeiro da zona euro, “o 14 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
principal beneficiário de yields mais elevadas”. Para o gestor, no entanto, “após um ano excecional”, os retornos das ações devem normalizar-se nos próximos 12 meses, “à medida que o crescimento desacelera e a política monetária começa a apertar”. Realça, também, que as revisões de lucros permanecem positivas, embora tenham diminuído ligeiramente. O aparente contrassenso que, aliás, também tem marcado a evolução da alocação da carteira de Smart Consensus ao longo do último ano, é ainda mais marcado nas afirmações dos gestores da Acatis e Gané. “As ações, em geral, terão muito maior dificuldade em atingir novos máximos, mas ainda é a nossa classe de ativos preferida”, indicam. “A nossa resposta a um ambiente de alta inflação e riscos crescentes no mercado de capitais é a seleção ativa de empresas com perfil de crescimento atrativo, elevadas margens de lucro bruto e bons fluxos de caixa. Estas empresas devem continuar a pagar fortes dividendos no futuro e a ser capazes de repassar os preços mais altos aos consumidores”, explicam. É um contrassenso que não é nada mais que aparente, quando a missão destes gestores é proporcionar retornos que não se encontram numa classe de ativos espremida de valor pelos bancos centrais. Já no que se refere a variantes, se o passado for referência para o futuro, quando este artigo for publicado a letra π será, para muita gente, muito mais do que a Constante de Arquimedes. Esperemos, no entanto, que à medida que avançamos no alfabeto grego, a pandemia impacte cada vez menos as nossas vidas e os nossos portefólios.
2022 ficará marcado por uma troca de papéis na política monetária: apoio à crise, estímulos e gastos substituídos por recuperação, reparação, redução de estímulos fiscais e um regresso ao normal. Do nosso ponto de vista, a inflação vai continuar moderada à medida que 2022 se adentra. Acreditamos que os ventos contrários nas cadeias de abastecimento vão continuar a tornar-se menos dominantes em 2022, mas provavelmente será na segunda metade do ano antes dos efeitos positivos serem sentidos. A contínua reabertura do comércio (e o ambiente de crescimento do PIB acima da média) apresenta oportunidades para uma sobreperformance cíclica, particularmente na primeira metade do ano, mas isto irá desequilibrar os vencedores e vencidos - este ambiente vai apresentar oportunidades para investidores ativos. A mudança por mais indesejável que possa ser, está para vir e enfrentamos um mundo de recuperação económica em que os mercados e investidores devem considerar o impacto da redução dos estímulos fiscais. Como gestores ativos estamos bem posicionados para navegar neste mundo em constante mudança. A nossa experiência é diversa, com mais de 450 profissionais de investimentos que partilham perspetivas globais por todas as principais classes de ativos e mercados. É essa expertise, a nossa cultura de colaboração, bem como o foco na intensidade do research, que nos permitem manter um forte desempenho a longo prazo. Isto continuará em 2022.
PANORAMA BARÓMETRO
DESCUBRA OS FUNDOS COM RATING 20 22
São produtos que contam com o destaque dos analistas, sobressaem pela sua consistência ou se distinguem por serem blockbuster.
N
um mercado como o português, que conta com mais de 3.000 fundos registados para venda, a FundsPeople divulga os fundos com Rating FundsPeople 2022. São 687 produtos com o rating, que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios: Favoritos dos Analistas. Fundos que acumulam um mínimo de cinco votos dos selecionadores dentro de cada questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas de fundos, sobre os seus produtos favoritos. Existem 34 fundos que conseguem este selo.
São analisados os fundos registados para venda em Portugal, com uma antiguidade mínima de três anos à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais dos últimos cinco
anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que se situam no primeiro quintil em ambos os scorecards. Há 274 fundos que cumprem os critérios. Nos três casos são excluídas da análise as categorias de fundos com garantia de capital, target date, do mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade ou maturidade objetivo. 20 22
APENAS 15 FUNDOS OBTÊM A MÁXIMA DISTINÇÃO DO RATING FUNDSPEOPLE+ FUNDO
Blockbuster. São os super-vendas do mercado. Incluem-se os produtos com mais de 100 milhões de euros distribuídos no mercado ibérico ou 50 milhões de euros no caso dos produtos nacionais. Adicionalmente, a estes últimos exigem-se captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AUM no fecho do ano: 493 fundos alcançam esta classificação.
BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund
Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, dirigida por Maria Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base da Morningstar Direct, com referência ao final do último ano.
MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund
CATEGORIA
Moderate Allocation
Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe
Long/Short Equity
Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection
Europe Equity Large Cap
Eurizon Fund - Bond Aggregate RMB
Asia Fixed Income
Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II
Flexible Allocation
JPMorgan Investment Funds - Global Macro Opportunities Fund Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond
Global Macro Global Fixed Income
Man AHL TargetRisk Fund
Moderate Allocation
MFS Meridian Funds - European Value Fund
Europe Equity Large Cap Moderate Allocation
Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund
Global Equity Large Cap
PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund
Flexible Allocation
PIMCO GIS Income Fund
Global Fixed Income
Robeco Global Consumer Trends
Global Equity Large Cap
Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond
Europe Fixed Income
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 15
PANORAMA BARÓMETRO 20 22
OS FUNDOS INTERNACIONAIS SUPER-VENDAS NA PENÍNSULA IBÉRICA
ara ter o Selo de Blockbuster (B), os produtos internacionais devem alcançar os 100 milhões de euros de património distribuído no mercado P ibérico. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.
01 AÇÕES
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16 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
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20 22
02 FIXED INCOME
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03 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS
500 1.000
500 1.000 INVESCO GLOBAL INV GRD CORPBD C USD AD ROBECOSAM SDG CREDIT INCOME I USD AB AMERICAN INCOME C INC LAZARD CONVERTIBLE GLOBAL PC EUR ABRDN EURO CORPORATE BD D ACC EUR BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BD PRIVL C BLUEBAY INV GRD EURO GOVT BD I EUR ACC AB SHORT DUR HI YLD S1 USD ACC GS GLBL HI YLD BASE INC USD NN (L) EURO FIXED INCOME P CAP EUR M&G (LUX) EM MKTS BD C USD ACC PIMCO GIS GLINGD CRDT INSTL USD INC LEGG MASON WA MCR OPPBD S USD ACC AXAWF GLOBAL INFL BDS I CAP EUR DWS INVEST EURO HIGH YIELD CORP LD NN (L) GREEN BOND I CAP EUR AMUNDI FDS PIO STRAT INC A USD C NEUBERGER BERMAN EM DBTHRDCCY USD I C VONTOBEL TWENTYFOUR ABS RETCRDT G GBP AXAWF GLOBAL INFL BDS REDEX I ACC EUR PIMCO GIS EM MKTS BD ESG INS USD ACC MUZINICH LONGSHORTCREDITYLD HEUR ACC E BLUEBAY FINANCIAL CPTL BD I USD MERCER SHORT DUR GLBL BD 1 M-1 NOK HDG SCHRODER ISF EURO BOND C DIS AV JPM EMERG MKTS LCL CCY DBT A (ACC) USD MUZINICH GLOBAL TACT CRDT HUSD INC FNDR PIMCO GIS LOW AVRG DUR INSTL USD ACC FRANKLIN US GOVERNMENT A(MDIS)USD SCHRODER ISF EURO CRDT CONVCT C ACC EUR NEUBERGER BERMAN CORP HYB BD EUR I5 ACC VONTOBEL EMERGING MKTS DBT I USD EDR SICAV FINANCIAL BONDS I EUR JANUS HENDERSON HRZN EURO HY BD I2 EUR FRANKLIN EURO SHORT DUR BD I(ACC)EUR TEMPLETON GLOBAL BOND A(MDIS)USD JANUS HENDERSON HRZN GLB HY BD I2 USD ROBECOSAM GLOBAL SDG CREDITS IH $ BGF EURO BOND A2 NEW CAPITAL WLTHY NTN BD USD INST INC NEUBERGER BERMAN ULTR S/T ER BD I EURINC MS INVF GLOBAL ASSET BACKED SECS Z USD PICTET-EMERGING LOCAL CCY DBT I USD TEMPLETON GLOBAL TTL RET A(ACC)USD MS INVF EMERGING MKTS CORP DEBT Z PICTET-EUR SHORT TERM HIGH YIELD I EUR NORDEA 1 - EUROPEAN FINCL DBT BI EUR ABRDN EUCPBDS&RINV D ACC EUR MFS MERIDIAN GLOBAL OPPC BD I1 USD ROBECO ALL STRATEGY EURO BONDS D € FRANKLIN EUROPEAN TTL RET A(ACC)EUR EPSILON FUND EMERG BD TTL RET I EUR ACC
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BGF ESG MULTI-ASSET E2 EUR LUMYNA-MW TOPS (MN) UCITS USD B (ACC) MAN AHL TARGETRISK D H EUR LUMYNA PSAM GLOBAL EVENT EUR A ACC JPM GLOBAL MACRO A (ACC) USD MW SYSTEMATIC ALPHA UCITS A EUR JPM GLOBAL BALANCED A (ACC) EUR BGF GLOBAL MULTI-ASSET INC A2 ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI15 AT EUR GS ABSOLUTE RET TRKR I ACC EUR HDG M&G (LUX) INCOME ALLOCATION C EUR ACC ALLIANZ STRATEGY 15 CT EUR ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI50 W EUR AMUNDI FDS MLT ASST SUST FUT I EUR C CAPITAL GROUP GLOB ALLOC (LUX) Z EURIZON ABSOLUTE PRUDENT R ACC NINETY ONE GSF GLB MAC ALLC IX ACC USD FVS MULTI ASSET - BALANCED I NORDEA 1 - ALPHA 10 MA FD BP EUR
■■ ■■ ■■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
500 1.000
500 1.000
Fundos com mais de 1.000 milhões de euros nas mãos de clientes ibéricos.
OS FAVORITOS DOS ANALISTAS EUROPEUS EM 2022
Entre parêntesis o número total de votos. FUNDO Jupiter Dynamic Bond (26) Nordea Global Climate and Environment (19) Seilern World Growth (13) Morgan Stanley Global Brands (11) Eleva European Selection (10) PIMCO GIS Income (10) Capital Group New Prespective (9) MFS Meridian Prudent Wealth (9) Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund (9) Ruffer Total Return International (9) Allianz Europe Equity Growth (8) Fundsmith Equity Fund (8)
CATEGORIA Obrigações Ações Ações Ações Ações Obrigações Ações Multiativos Obrigações Multiativos Ações Ações
FUNDO Pictet TR - Atlas (8) DPAM Equities New Gems Sustainable (7) Eleva Absolute Return Europe (7) Lonvia Avenir Mid Cap Europe (7) MFS European Value (7) Robeco Global Consumer Trends (7) BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund (6) BMO Real Estate Equity Market Neutral (6) Eurizon Bond Aggregate RMB (6) Flossbach von Storch - Bond Opportunities (6) Man AHL Target Risk (6) PIMCO Dynamic Multi Asset (6)
CATEGORIA Alternativos Ações Alternativo Ações Ações Ações Multiativos Alternativos Obrigações Obrigações Multiativos Multiativos
FUNDO CATEGORIA Robeco Global Premium (6) Ações Wellington Enduring Assets (6) Ações BGF Continental European Flexible Fund (5) Ações Brown Advisory US Equity Growth (5) Ações Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II (5) Multiativos GQG Partners Emerging Markets Equity (GEM) (5) Ações Janus Henderson Horizon Pan European Absolute Return Fund (5) Alternativos JPM Global Macro Opportunities Fund (5) Alternativos Morgan Stanley Asia Opportunity (5) Ações Schroder ISF EURO Corporate Bond (5) Obrigações
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 17
PANORAMA FÓRUM APFIPP
por Sérgio Brito
TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PATRIMÓNIO
FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
20000
600
PATRIMÓNIO
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
2200
150 120
500 400 15000
300
1925
90 60
1650
30
200 100 10000
0
DEZEMBRO 2020
DEZEMBRO 2021
0
1375
-30 1100
-60
DEZEMBRO 2020
DEZEMBRO 2021
MERCADO DE ORGANISMOS DE INVESTIMENTO COLETIVO
ANO DE 2021 EM REVISTA
São boas notícias: parte da poupança em Portugal está a ser canalizada para OIC mobiliários nacionais, principalmente os que têm caráter de maior longo prazo.
C
omo habitualmente, o início de cada ano é altura de olhar para o ano que terminou e fazer um balanço do que se passou. Tal como em 2020, o ano passado viveu-se novamente num contexto de pandemia. Se bem que o desenvolvimento de vacinas e os programas de vacinação em massa, vieram mitigar os efeitos da doença e permitir o retorno a alguma normalidade; o aparecimento de novas variantes veio adicionar mais incerteza e novas restrições à atividade económica, sobretudo com a variante Omicron, já próximo do final do ano. Do ponto de vista económico, as tendências inflacionistas ressurgiram 18 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
em força, com especial incidência nos Estados Unidos da América (7,0%), mas também na Zona Euro (5,0%), com Portugal a registar 2,8%, de acordo com o Eurostat. Apesar dessa tendência inflacionista, as taxas de juro de referência permaneceram próximas de zero, permitindo mais um ano com desempenho positivo dos principais mercados financeiros. Em Portugal, há que registar o comportamento da taxa de poupança das famílias. Apesar de uma ligeira diminuição relativamente ao final de 2020, a taxa de poupança tem-se mantido bem acima dos 10%, atingindo 11,3% no final do 3º trimestre de 2021. Uma parte dessa poupança tem vindo a ser canalizada para Organis-
mos de Investimento Coletivo (OIC) portugueses. O principal destaque vai para os OIC mobiliários, que registaram um crescimento anual superior a 35%, atingindo, no final do ano, um volume de ativos sob gestão de 19,86 mil milhões de euros. Este crescimento foi impulsionado por um forte investimento observado ao longo do ano que se traduziu num saldo anual de subscrições líquidas superior a 4,26 mil milhões de euros. Este valor equivale a 82,1% do aumento dos montantes geridos. É de notar, igualmente, que a quase totalidade do investimento captado foi direcionado para OIC mobiliários com um horizonte de investimento mais longo, em particular para os PPR que registaram subscrições líquidas de 1.138 milhões de euros. Foi, assim, a segunda categoria mais subscrita, logo a seguir aos fundos multi-ativos, com 2.064 milhões de
FUNDOS DE OBRIGAÇÕES PATRIMÓNIO
FUNDOS MISTOS
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
3000
2000
DEZEMBRO 2020
DEZEMBRO 2021
euros, e à frente dos fundos de ações, com 853 milhões de euros. Em matéria de performance, o seu efeito, apesar de positivo para o conjunto OIC mobiliários, não foi transversal a todas as categorias de fundos.
PERFIL AGRESSIVO
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
PATRIMÓNIO 60 50 40 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 -50
2500
FUNDOS DE AÇÕES
Se os fundos com um perfil de risco mais conservador, como fundos do mercado monetário, fundos de curto prazo e fundos de obrigações foram prejudicados pela continuidade da conjuntura de taxas de juro próximas de zero, apresentando assim rendibilidades negativas, verificamos, nos fundos com um perfil de risco mais agressivo, designadamente nos fundos de ações, níveis de performance anual muito positivos, frequentemente acima de 20%. O segmento dos OIC imobiliário (OII) tem vindo a evidenciar diferentes tendências, de acordo com a sua tipologia. Nos OII abertos, nota-se um aumento crescente do interesse, traduzido num volume de subscrições líquidas estimado de cerca de 290 milhões de euros, o que permitiu um aumento de 10,3% nos montantes sob gestão, para 4,13 mil milhões de euros. No segmento dos fundos fechados, são vários os fundos que, no ano
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
PATRIMÓNIO 3500
7000
250
150 120
3000
90
200
2500
6000
60
150 100
5000
50
DEZEMBRO 4000 2020
DEZEMBRO 2021
30
2000
0
1500
-30
DEZEMBRO 2020
0
DEZEMBRO 2021
MONTANTE DOS OIC MOBILIÁRIOS
Milhões de euros
19.859,3
25.000 35,4%
20.000 15.000 10.000 5.000 0 DEZEMBRO 2020
JUNHO 2021
DEZEMBRO 2021
Fonte: APFIPP e CMVM
QUADRO-RESUMO DA RENTABILIDADE ANUAL DOS F.I.M. EM 31/12/2021 CATEGORIA APFIPP
F. Mercado Monetário Euro F. Curto Prazo Euro F. Obrig. Tx Indexada Euro F. Obrigações Euro F. Obrigações Internacionais F. Ações Nacionais F. Ações Ibéricas F. Ações U.E., Suíça e Noruega F. Ações América do Norte F. Ações Sectoriais F. Ações Globais Outros F. Ações Internacionais F. Multi-Ativos Defensivos F. Multi-Ativos Moderados F. Multi-Ativos Equilibrados F. Multi-Ativos Agressivos Fundos Flexíveis F.I.A. de Obrigações F.I.A. de Retorno Absoluto Outros F.I.A. Fundos PPA Fundos PPR *
REND. MÁXIMA
-0,09 -0,19 -0,18 1,66 0,74 24,54 21,42 26,27 36,12 23,63 33,95 21,00 1,81 6,57 14,30 20,13 11,36 -0,70 -2,67 12,77 20,60 28,86
REND. MÉDIA
-0,09 -0,43 -0,49 -1,23 0,02 23,00 14,99 23,53 22,30 16,48 30,50 6,03 1,07 3,78 8,08 13,57 3,28 -0,70 -2,67 3,84 20,60 4,86
REND. MÍNIMA
-0,09 -0,66 -0,90 -4,42 -0,54 21,62 9,65 20,30 4,18 13,65 23,91 -4,21 0,33 1,46 0,00 2,43 -6,72 -0,70 -2,67 -5,89 20,60 -3,94
Fonte: APFIPP. * - Inclui PPR sob a forma de Fundo de Pensões Aberto
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 19
PANORAMA FÓRUM APFIPP
EVOLUÇÃO DOS O.I.I. EM 2021
Milhões de euros
DEZEMBRO 2020
DEZEMBRO 2021
6.000 4.000 2.000
F. FECHADO
F. FLORESTAIS
F. REABILITAÇÃO
F.I.I.A.H.’S
FUNGEPI
F. ABERTO RENDIMENTO
F. ABERTO ACUMULAÇÃO
0
Fonte: APFIPP e CMVM
AS GESTORAS EM DEZEMBRO DE 2021
ORGANISMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO
(Dados em milhões de euros)
FUNDOS DE PENSÕES Ageas - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões CGD Pensões BPI Vida e Pensões GNB - SGFP S.G.F.P. Banco de Portugal Futuro Santander Pensões BBVA Fundos Crédito Agrícola Vida Real Vida Seguros, S.A. SGF Previsão Victoria - Seguros de Vida Total
DEZEMBRO 2021
QUOTA (%)
DEZEMBRO 2020
QUOTA (%)
VAR. (%) 2019
6.657,80
27,93
6.427,66
28,21
3,58
4.526,64 3.389,69 2.633,65 2.231,57 1.943,15 1.165,07 597,25 248,83 237,46 110,06 79,03 16,78 23.836,97
18,99 14,22 11,05 9,36 8,15 4,89 2,51 1,04 1,00 0,46 0,33 0,07
4.434,82 3.160,17 2.463,10 2.108,48 1.829,83 1.143,83 569,96 220,81 240,24 87,76 79,86 16,30 22.782,83
19,47 13,87 10,81 9,25 8,03 5,02 2,50 0,97 1,05 0,39 0,35 0,07
2,07 7,26 6,92 5,84 6,19 1,86 4,79 12,69 -1,16 25,40 -1,04 2,91 4,63
Nota: Dados Provisórios (Fonte: ASF); Amostra = 98,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em dezembro 2021)
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO Caixa Gestão de Ativos IM Gestão de Ativos BPI Gestão de Activos Santander Asset Management GNB Fundos Mobiliários Bankinter Gestion de Activos Invest Gestão de Activos Montepio Gestão de Activos Optimize Investment Partners Heed Capital SGOIC Casa de Investimentos Crédito Agrícola Gest LYNX Asset Managers GFM Gestão de Ativos BIZ Capital Sixty Degrees Total
DEZEMBRO 2021 6.951,63 4.306,14 3.404,78 3.287,60 896,84 358,35 184,06 175,80 142,88 33,37 29,20 19,87 19,65 19,55 19,25 10,29 19.859,25
QUOTA (%) 35,00 21,68 17,14 16,55 4,52 1,80 0,93 0,89 0,72 0,17 0,15 0,10 0,10 0,10 0,10 0,05
DEZEMBRO 2020 4.798,01 3.200,07 2.741,19 2.558,42 664,71 191,60 115,02 158,66 144,66 37,84 5,70 20,03 16,75 5,20 3,92 7,04 14.668,82
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
32,71 21,82 18,69 17,44 4,53 1,31 0,78 1,08 0,99 0,26 0,04 0,14 0,11 0,04 0,03 0,05
44,89 34,56 24,21 28,50 34,92 87,03 60,02 10,80 -1,23 -11,81 412,12 -0,83 17,30 275,97 391,24 46,28 35,38
* - A GFM Gestão de Ativos assumiu a gestão da SICAF GFM Capital, anteriormente auto-gerida
20 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Square Asset Management Interfundos GNB Real Estate Caixa Gestão de Ativos BPI Gestão de Activos Silvip GEF Montepio Valor LYNX Asset Managers Imofundos Norfin Santander Asset Management Libertas SFS Fidelidade Insula Capital Fundiestamo Institutional Investment First Fund Box Violas Ferreira TF Turismo Fundos Profile ECS Imopolis Refundos Imorendimento Carregosa Vila Gale Gest Gesfimo Atlantic GFM Gestão de Ativos Lifento Crédito Agrícola Gest Floresta Atlântica Invest Gestão de Activos Silar Total
GESTÃO DE PATRIMÓNIOS Caixa Gestão de Ativos Santander Asset Management GNB - Sociedade Gestora de Patrimónios BPI Gestão de Activos
passado, liquidaram ou entraram em liquidação, sendo de destacar, igualmente, o final do regime aplicável aos FIIAH que levou à liquidação ou à transformação dos FIIAH anteriormente existentes. No entanto, este tipo de OII beneficiou da manutenção da tendência de conversão de várias sociedades comerciais em SICAFI, tendo sido constituídas 10 SICAFI, com um volume
DEZEMBRO 2021 1.224,14 1.180,52 1.082,85 891,75 631,60 510,34 400,29 400,18 379,46 367,39 365,78 344,56 334,56 331,66 286,08 280,16 275,17 248,13 220,48 178,21 161,19 115,13 102,37 100,49 84,47 74,80 63,24 62,45 58,72 50,49 38,50 30,71 24,60 23,80 22,20 15,05 10.961,51 DEZEMBRO 2021
QUOTA (%) 11,17 10,77 9,88 8,14 5,76 4,66 3,65 3,65 3,46 3,35 3,34 3,14 3,05 3,03 2,61 2,56 2,51 2,26 2,01 1,63 1,47 1,05 0,93 0,92 0,77 0,68 0,58 0,57 0,54 0,46 0,35 0,28 0,22 0,22 0,20 0,14
QUOTA (%)
DEZEMBRO 2020
QUOTA (%)
VAR. (%) 2020
10,60 11,72 9,84 8,60 4,91 3,75 3,47 3,91 3,25 2,74 5,09 3,86 2,63 3,64 2,24 2,54 2,53 2,36 1,74 1,62 1,49 1,83 0,95 0,95 0,39 0,29 0,00 0,57 0,53 1,18 0,00 0,00 0,29 0,22 0,16 0,11
6,63 -7,03 1,54 -4,24 18,79 25,72 6,35 -5,62 7,72 23,88 -33,70 -17,60 17,27 -15,86 17,91 1,98 0,31 -2,81 16,92 1,46 -0,17 -41,95 -0,56 -2,59 100,96 140,82 0,84 2,25 -60,67 -22,04 -2,20 28,92 24,82 1,17
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
9.791,52 5.795,08
22,99 13,60
-3,22 1,81
1.148,07 1.269,80 1.066,43 931,28 531,68 405,94 376,37 424,03 352,27 296,58 551,74 418,17 285,30 394,20 242,64 274,71 274,32 255,31 188,57 175,64 161,46 198,33 102,95 103,17 42,03 31,06 0,00 61,93 57,43 128,35 0,00 0,00 31,55 24,33 17,22 12,06 10.834,93 DEZEMBRO 2020
9.476,19 5.900,22
33,40 20,80
4.696,84
16,55
5.136,82
12,06
-8,57
4.315,52
15,21
3.453,23
8,11
24,97
Montepio Gestão de Activos
1.640,21
5,78
1.607,07
3,77
2,06
Crédito Agrícola Gest Bankinter Gestion de Activos Optimize Investment Partners Heed Capital LYNX Asset Managers BMO GAM Total
1.381,89 769,73 148,71 25,26 18,67 0,00 28.373,24
4,87 2,71 0,52 0,09 0,07 0,00
1.367,44 564,55 90,16 23,18 7,02 14.762,92 42.598,98
3,21 1,33 0,21 0,05 0,02 34,66
1,06 36,35 64,93 8,95 165,95 -100,00 -33,39
Nota: Amostra = 75,5% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em dezembro de 2021)
P
AR
P
R
TNE R
AR
TNE
A OPINIÃO DE BEGOÑA GOMEZ Sales, Invesco
global superior a 200 milhões de euros, ao longo de 2021, o que permitiu que os montantes geridos por fundos fechados crescessem 4,7%, para 6,3 mil milhões de euros. Assim, no cômputo geral dos OII, os ativos sob gestão aumentaram 1,2%, para 11,0 mil milhões de euros. Este aumento dos OII e, em particular o dos OII Abertos, não pode ser dissociado da boa performance que
ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS Dados em milhões de euros 1500
1.500 1.250 1000
1.000 750 500 500
250 00
têm vindo a apresentar, mesmo no atual contexto de pandemia. Apesar de vivermos uma conjuntura muito desafiante, que resulta, nomeadamente, do contexto de pandemia em que ainda nos encontramos, os indicadores recentes dão-nos confiança de que no ano que agora começa os OIC portugueses continuarão a merecer a confiança e a preferência dos aforradores nacionais.
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO
-500 -500
-750 -1000 -1000
-1.250
NOVEMBRO -DEZEMBRO 2021
ÚLTIMOS 12 MESES 1.587,638
383,325
1.587,638
IM Gestão de Ativos
196,223
992,493
992,493
BPI Gestão de Activos
137,746
580,234
580,234
Santander Asset Management
91,271
636,817
636,817
GNB Fundos Mobiliários
52,422
203,995
203,995
Bankinter Gestión de Activos
27,143
156,884
156,884
Invest Gestão de Activos
15,944
59,993
59,993
Montepio Gestão de Activos
6,485
6,707
6,707
Optimize Investment Partners
5,930
-13,117
-13,117
Casa de Investimentos
5,087
21,996
21,996
LYNX Asset Managers
1,176
2,073
2,073
Heed Capital SGOIC
0,415
-4,878
-4,878
GFM Gestão de Ativos
0,000
13,156
13,156
Crédito Agrícola Gest
0,000
0,000
0,000
BIZ Capital
-0,491
16,300
16,300
Sixty Degrees Total
n.a. 922,676
n.a.
n.a.
4.260,291
4.260,291
* - A GFM Gestão de Ativos assumiu a gestão da SICAF GFM Capital, anteriormente auto-gerida FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO *
NOVEMBRO-DEZEMBRO 2021
DESDE INÍCIO DO ANO
ÚLTIMOS 12 MESES
Fundos PPR
272,437
1.138,156
F. Multi-Ativos Moderados
188,356
877,545
877,545
Fundos de Ações Globais
182,712
588,477
588,477
Fundos Flexíveis
94,099
379,578
379,578
Outros Fundos
1.138,156
75,471
-25,192
-25,192
64,739
291,901
291,901
Fundos de Ações Nacionais
61,977
30,112
30,112
F. Multi-Ativos Defensivos
21,820
452,695
452,695
F. Multi-Ativos Agressivos
10,261
44,435
44,435
F. Ações da América do Norte
9,949
31,229
31,229
Fundos de Obrigações Internacional
3,236
48,122
48,122
Fundos de Acões Sectoriais
2,923
5,947
FIA Flexíveis
1,186
15,313
15,313
Outros F. Ações Internacionais
0,899
154,021
154,021
F. Mercado Monetário Internacional
0,350
4,364
4,364
FIA Multi-Ativos
0,061
2,973
2,973
0,000
0,000
0,000
Fundos PPA
0,000
-0,665
-0,665
Fundos de Ações Ibéricas
-0,280
-4,910
-4,910
FIA de Obrigações
-0,794
-2,586
-2,586
Outros FIA
-2,156
-6,159
-6,159
Fundos de Ações Europeias
-2,874
48,574
48,574
FIA de Retorno Absoluto
-1.500 -1500
DESDE INÍCIO DO ANO
Caixa Gestão de Ativos
F. Multi-Ativos Equilibrados
-250
NOVEMBRO-DEZEMBRO 2021
F. Obrigações Taxa Indexada Euro F. Mercado Monetário Euro
5,947
-8,704
7,218
7,218
-10,668
-87,846
-87,846
Fundos de Obrigações Euro
-19,324
-52,213
-52,213
Fundos de Curto Prazo Euro
-23,001
319,201
319,201
Total
922,676
4.260,291
4.260,291
* - Não inclui os fundos geridos por 1 entidade (amostra = 99,95%)
UM NOVO PANORAMA Enfrentamos um novo paradigma na Europa face a este 2022. Há importantes novidades face aos últimos anos. 1) Além do aumento da inflação, quer seja estrutural ou temporária, o que parece claro é que nos afastámos do mundo sem a inflação da última década. 2) O crescimento económico vai ser bastante sólido; falamos de previsões de 4,3% para 2022 (Comissão Europeia). Neste cenário, com o apoio mais decidido dos planos de investimento europeus, é complicado pensar que os lucros na Europa não crescem acima da sua média histórica. 3) As três grandes tendências que marcam o futuro do investidor no velho continente serão as alterações climáticas, a digitalização e a redução das desigualdades. Tudo isto faz-nos pensar, por um lado, que as ações na Europa podem recuperar parte do brilho perdido nos últimos anos, após a dececionante saída da crise financeira. E, em segundo lugar, que os grandes beneficiados sejam, por um lado, os setores value, que historicamente se comportaram consideravelmente melhor neste cenário de crescimento e inflação e que, de facto, começaram o ano muito melhor do que o resto. Por outro lado, as empresas que saibam aproveitar os esforços de investimento nas temáticas como a digitalização e luta contra as alterações climáticas. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 21
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
Asia Fixed Income
DADOS A 26/01/2022 FUNDO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
2,75
3,79
-0,16
6,64
6,01
8,19
8,18
6,03
USD
LSF-Arcano Lw Vol Eurp Inc-ESG Sel CE-A
3,70
3,42
7,61
EUR
Eurizon Bond Aggregate RMB Z EUR Acc
7,27
17,43
6,17
EUR
Invesco Euro Bond Z EUR Acc
3,68
-2,34
5,15
EUR
Schroder ISF Asian LclCcy Bd C Acc USD
5,21
3,34
6,41
USD
Eurizon Bond Aggregate EUR Z EUR Acc
3,66
-2,36
4,59
EUR
T. Rowe Price Rspnb Euro Corp Bd Z EUR
3,60
-0,74
5,58
EUR
BGF China Bond D3 USD
NB Rendimento Plus FIMAO
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
3,71
Emerging Markets Fixed Income
2,39 2,66
EUR
Aberdeen S Frntr Mkts Bd X Acc USD
5,02
8,25
10,04
11,99
USD
Schroder ISF EURO Crdt Abs Rt C Acc EUR
2,27
3,54
-0,04
5,55
EUR
Nordea 1 - Emerging Mkt Corp Bd BP EUR
4,19
8,10
8,80
12,37
EUR
BNY Mellon Rspnb Hrzn Euro Corp Bd X€Acc
2,60
3,50
-0,61
5,42
EUR CHF
Jupiter Glbl Em Mkt Crp Bd I USD Acc
7,51
7,88
9,82
USD
Pictet-CHF Bonds P
0,81
3,46
3,92
6,42
New Capital Wlthy Ntn Bd USD Inst Inc
3,64
7,27
5,48
8,13
USD
MS INVF Euro Corporate Bd - Dur Hgd Z
3,46
0,38
6,19
EUR
PIMCO GIS Em Mkts Bd ESG Ins USD Acc
3,36
6,40
4,50
9,79
USD
Franklin European Ttl Ret A(acc)EUR
1,73
3,40
-3,10
4,76
EUR
M&G (Lux) Em Mkts Bd C USD Acc
3,40
6,28
4,81
10,47
USD
Vontobel EURO Corporate Bond A EUR
2,02
3,40
-1,15
6,96
EUR
MS INVF Emerging Mkts Corp Debt Z
3,10
6,11
7,57
11,31
USD
DWS Invest Euro Corporate Bds FC
2,28
3,35
-1,08
6,12
EUR
Neuberger Berman EM DbtHrdCcy USD I C
3,21
5,78
4,02
10,89
USD
MS INVF Euro Corporate Bond A
2,03
3,33
-0,80
6,04
EUR
MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD
2,27
5,76
4,38
9,61
USD
BlueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc
2,72
3,31
-3,91
4,40
EUR
Vontobel Emerging Mkts Dbt I USD
3,58
5,71
8,63
13,97
USD
Schroder ISF EURO Bond C Dis AV
1,87
2,93
-2,92
4,55
EUR
Aberdeen S EM Corp Bd A Acc USD
2,80
5,56
5,97
11,57
USD
Robeco All Strategy Euro Bonds D €
1,44
2,88
-3,34
3,69
EUR
GS Em Mkts Dbt Base Inc USD
1,81
5,49
4,08
11,81
USD
Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd A2 EUR
1,97
2,87
-1,46
5,33
EUR
Capital Group EM Debt (LUX) Z
2,90
5,43
2,97
9,72
USD
NN (L) Green Bond I Cap EUR
2,14
2,78
-3,31
5,63
EUR
Amundi Fds Em Mkts Bd E2 EUR C
2,40
5,25
4,30
13,78
EUR
EdRF Bond Allocation B EUR Inc
1,79
2,74
-0,08
5,16
EUR
GS EM Corp Bd I Acc EUR Hdg
3,27
5,10
-0,93
10,17
EUR
Franklin European Corp Bd I(acc)EUR
1,82
2,69
-1,14
5,02
EUR
JPM Emerg Mkts Inv Grd Bd A (acc) EURH
2,54
4,90
-2,63
6,86
EUR
ASSII-Euro Cp Bd D Acc EUR
1,68
2,65
-1,44
5,80
EUR
Muzinich EmergingMktsShrtDur HUSD Acc S
2,22
4,84
8,41
8,32
USD
AXAIMFIIS Europe Short Dur HY A Cap EUR
1,32
2,63
2,37
7,47
EUR
BlueBay Emerging Market Aggt Bd M EUR
4,64
-3,58
11,01
EUR
NB Corporate Euro A
1,58
2,63
0,12
5,93
EUR
BlueBay EMkt Inv Grd Corp Bd I EUR (AID)
2,40
4,55
-1,39
7,43
EUR
RobecoSAM Euro SDG Credits I EUR
1,80
2,63
-1,38
5,40
EUR
Capital Group EM Local Debt (LUX) Z
2,15
4,04
1,37
10,29
USD
Robeco Euro Credit Bonds D €
1,66
2,62
-1,39
5,45
EUR
Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc
1,75
3,94
7,59
7,92
USD
ASSII-EuCpBdS&RInv D Acc EUR
1,67
2,53
-1,60
6,13
EUR
Ninety One GSF EM LclCcyTlRtDt I Acc$
2,20
3,84
-1,48
7,81
USD
BGF Euro Corporate Bond A1 EUR
1,62
2,41
-1,84
5,28
EUR
Pictet-Short Term Em Corp Bds I dy USD
1,42
3,59
7,54
7,62
USD
Vanguard € Govt Bd Idx € Acc
1,56
2,37
-3,49
4,24
EUR
1,19
2,85
-1,65
6,15
EUR
Carmignac Pf Sécurité FW EUR Acc
0,89
2,30
0,44
2,89
EUR
0,79
2,83
-1,19
9,85
USD
B NP Paribas Euro Government Bd Privl C
1,43
2,28
-3,81
4,32
EUR
Allianz Em Mkts Shrt Dur Bd AM H2 EUR Pictet-Emerging Local Ccy Dbt I USD T. Rowe Price Em Lcl Mkts Bd I USD
1,40
2,77
-2,29
10,18
USD
MS INVF Euro Bond I
1,46
2,26
-3,27
3,71
EUR
Nomura Fds Emerging Market LC Debt I USD
1,08
2,52
1,10
9,54
USD
BGF Euro Bond A2
1,25
1,97
-3,88
4,49
EUR
1,01
2,43
-0,97
10,08
USD
Pictet-EUR Short Term High Yield I EUR
1,17
1,87
2,80
8,07
EUR
JPM Emerg Mkts Lcl Ccy Dbt A (acc) USD
0,80
2,39
-0,81
9,89
USD
Nordea 1 - European Covered Bond BP EUR
1,55
1,86
-2,41
2,40
EUR
BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2
ASSII-SLIEmMkLclC D D Acc USD
-0,58
1,74
-1,27
10,83
USD
Neuberger Berman Ultr S/T Er Bd I EURInc
1,74
1,03
2,85
EUR
Epsilon Fund Emerg Bd Ttl Ret I EUR Acc
0,43
1,13
-0,71
3,42
EUR
NN (L) Euro Fixed Income P Cap EUR
0,75
1,72
-3,46
4,58
EUR
GAM Multibond Local Emerging Bond USD C
0,42
1,02
-4,16
10,23
USD
Caixa Obrigações LP FIMAO
0,99
1,61
-3,47
3,78
EUR
GlobalAccess EM Lcl Ccy Dbt A Dis EUR H
-4,98
6,67
13,04
EUR
Evli Short Corporate Bond A
1,02
1,60
0,88
4,96
EUR
Fidelity Euro Short Term Bond Y-Acc-EUR
0,56
1,30
-0,77
1,72
EUR
8,98
13,09
13,72
12,94
USD
Nordea 1 - Low Dur Eurp Cov Bd BC-EUR
1,05
-0,74
1,13
EUR
Carmignac Pf Credit FW EUR Acc
12,47
3,53
10,86
EUR
NB Obrigações Europa FIMAO
6,98
-2,24
8,90
EUR
Europe Fixed Income BlueBay Financial Cptl Bd I USD
6,82
Amundi Fds Glb Subrdntd Bd I2 EUR C
5,34
6,87
3,40
10,50
EUR
Lazard Credit Fi SRI PVC EUR
4,63
6,83
3,34
9,14
EUR
NB Euro Bond
6,56
6,79
-3,14
8,73
EUR
BNP Paribas Euro High Yld Bd I C
4,36
6,65
4,62
8,80
EUR
BGF European High Yield Bond A2 EUR
4,31
6,43
3,97
9,00
EUR
Nordea 1 - European Fincl Dbt BI EUR
5,32
6,23
3,38
10,71
EUR
Fidelity European Hi Yld A-Dis-EUR
3,50
5,87
3,70
10,22
EUR
Scor Sustainable Euro High Yield C EUR
3,78
5,74
3,60
8,74
EUR
Janus Henderson Hrzn Euro HY Bd I2 EUR
4,11
5,72
2,49
9,80
EUR
Candriam Bds Euro High Yld R EUR Cap
4,01
5,70
2,13
6,35
EUR
Vanguard €z Infl-Lnkd Bd Idx € Acc
3,31
5,69
6,45
5,88
EUR
BlueBay High Yield ESG Bond R EUR
3,89
5,68
2,89
8,53
EUR
Neuberger Berman Corp Hyb Bd EUR I5 Acc
3,83
5,67
0,85
7,54
EUR
IMGA Rendimento Mais FIMA
0,47
1,03
-0,32
4,21
EUR
IMGA Rendimento Semestral A FIMA
0,37
0,99
-0,28
3,45
EUR
BNP Paribas Enhanced Bond 6M I C
EUR
0,29
0,91
-0,08
2,53
Bankinter Rendimento PPR/OICVM A FIMA
0,86
-0,29
3,99
EUR
Invesco Euro Short Term Bond Z EUR Acc
0,40
0,85
-0,48
2,05
EUR
Allianz Credit Opportunities IT13 EUR
0,89
0,84
-0,04
1,84
EUR
F ranklin Euro Short Dur Bd I(acc)EUR
0,29
0,74
0,00
1,91
EUR
IMGA Euro Taxa Variável A FIMA
0,07
0,72
-0,21
2,52
EUR
Pictet-EUR Short Term Corp Bds I
0,33
0,58
-0,27
2,68
EUR
AXAWF Euro Credit Short Dur I Cap EUR
0,26
0,57
-0,05
2,36
EUR
DWS Invest ESG Euro Bonds (Short) FC
0,14
0,45
-0,65
1,52
EUR
Allianz Advcd Fxd Inc S/D W EUR
0,25
0,43
-0,28
1,74
EUR
MS INVF Short Maturity Euro Bond I
0,04
0,35
0,32
1,29
EUR
Candriam Bds Euro Short Term C EUR Cap
-0,25
-0,18
-0,73
1,43
EUR
BGF Euro Short Duration Bond A2 EUR
-0,38
-0,21
-1,45
1,94
EUR
JPM Euro Govt Short Dur Bd A (acc) EUR
-0,34
-0,27
-0,72
0,66
EUR
0,49
EUR
EdR SICAV Financial Bonds I EUR
4,15
5,54
2,37
8,92
EUR
Allianz Euro Credit SRI W EUR
3,16
5,05
-0,43
7,36
EUR
NB Subordinated Debt I EUR Inc
Schroder ISF EURO Crdt Convct C Acc EUR
3,74
5,05
-0,46
7,03
EUR
Fixed Income Miscellaneous
Robeco Financial Institutions Bds I €
3,95
5,03
0,88
7,61
EUR
Franklin Gulf Wealth Bond I(acc) USD
6,67
11,62
Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR
3,70
4,98
2,63
9,48
EUR
BlueBay Divers Alt Crdt I Pf USD Acc
10,50
14,66
9,91
USD
15,01
USD USD
DWS Invest Euro High Yield Corp LD
3,16
4,71
2,83
9,87
EUR
MS INVF Global Asset Backed Secs Z USD
2,61
3,97
9,65
7,66
ODDO BHF Euro High Yield Bond CI-EUR
3,23
4,71
2,86
8,00
EUR
Arcano European Income ESG Sel BD
2,43
3,68
3,71
7,21
EUR
Carmignac Pf Flexible Bond A EUR Acc
2,41
4,68
0,01
5,16
EUR
Alcentra European Loan II-A EUR Acc
3,01
3,24
5,43
9,81
EUR USD
Schroder ISF EURO Corp Bd C Acc EUR
3,12
4,41
-0,77
6,26
EUR
GAM Star MBS Total Return Instl USD Acc
1,67
2,99
11,87
12,14
BlueBay Inv Grd Euro Aggt Bd I EUR
3,22
4,21
-2,79
4,62
EUR
Arcano Eurp Sr Secu Ln ESG Sel B1 - Acc
2,39
2,42
3,60
7,99
EUR
Invesco Euro Corporate Bond Z EUR Acc
2,60
4,00
-0,15
5,58
EUR
Aegon European ABS B EUR Acc
1,34
0,95
1,14
2,91
EUR
BlueBay Investment Grade Bd R EUR
2,59
3,80
-0,77
5,98
EUR
Millesima 2026 CR
4,41
EUR
22 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
20 22
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
Global Fixed Income Nomura Fds Global Dynamic Bond I USD
5,99
T. Rowe Price Glb HY Bd Z USD Vontobel TwentyFour StratInc G GBP
DADOS A 26/01/2022 RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
FUNDO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
NN (L) US Credit P Cap USD
4,07
8,76
6,44
8,33
USD
8,16
USD
Allspring (Lux) WW $ IG Crdt I USD Acc
4,09
8,30
6,02
7,85
USD
13,79
9,76
USD
AXAWF US High Yield Bonds I Cap USD
4,19
8,09
12,20
7,87
USD
9,06
10,06
GBP
Fidelity US High Yield A-Dis-USD
3,80
8,01
13,81
9,51
USD
Neuberger Berman Strat Inc I JPY Acc
3,33
7,08
10,47
7,78
JPY
Nomura Fds Select US High Yield Bd IEURH
6,16
3,68
9,07
EUR
10,41
9,48
4,66
9,19
5,49
8,88
Janus Henderson Hrzn Glb HY Bd I2 USD
4,76
8,59
8,51
10,13
USD
Legg Mason BW Glb Inc Opt A USD Acc
3,69
8,46
7,85
7,00
USD
Aegon Strategic Global Bd B Inc EUR Hdg
4,60
8,38
0,71
7,49
EUR
Legg Mason WA Mcr OppBd S USD Acc
5,10
8,31
7,56
9,36
USD
MFS Meridian Global Credit I1 USD
4,24
8,27
5,66
7,36
USD
BNY Mellon Global Credit USD W Acc
4,00
8,22
7,11
8,01
USD
BlueBay Global Hi Yld ESG Bd I USD
8,05
10,80
8,45
USD
PIMCO GIS Glb Hi Yld Bd Instl USD Acc
3,94
7,89
11,41
8,36
USD
Candriam Bds Global Hi Yld R EUR Cap
4,92
7,82
3,85
5,53
EUR
GS Glbl Hi Yld Base Inc USD
3,18
7,73
11,15
10,75
USD
AB Short Dur Hi Yld S1 USD Acc
3,41
7,40
11,91
8,31
USD
PIMCO GIS Divers Inc Instl USD Acc
Amundi Fds Pio US Corp Bond G EUR H C
2,93
6,02
-1,85
8,44
EUR
MFS Meridian US Corporate Bond IH1 EUR
6,29
5,89
-2,24
7,04
EUR
AXAIMFIIS US Corp Itmt Bds A USD Dis
2,49
5,78
6,55
7,17
USD
Amundi Fds Pio Strat Inc A USD C
2,03
5,71
8,25
8,74
USD
JPM Income A (acc) USD
2,98
5,63
9,95
8,17
USD
Legg Mason WA US Core+ Bd A USD Acc
2,26
5,58
4,84
6,76
USD
JPM Global High Yield Bond A (acc) EURH
3,09
5,44
4,45
8,24
EUR
2,14
5,33
5,91
6,55
USD
PIMCO GIS Ttl Ret Bd Inv USD Acc
4,11
7,39
7,48
7,79
USD
Amundi Fds Pio US Bond A2 EUR C
1,95
5,18
6,93
7,47
EUR
RobecoSAM SDG Credit Income I USD
7,30
8,31
7,95
USD
Vanguard USTrs InfProtSecsIdxSel EURHAcc
2,39
5,13
4,62
3,04
EUR
Invesco Global Inv Grd CorpBd C USD AD
3,24
7,29
6,96
8,45
USD
AXAIMFIIS US Short Dur HY A Cap USD
2,29
5,10
11,04
6,76
USD
RobecoSAM Global SDG Credits IH $
7,23
5,97
7,93
USD
AB American Income C Inc
1,89
5,09
6,78
8,54
USD
New Capital Glbl Val Crdt GBP Acc
3,29
6,69
6,21
8,46
GBP
UBAM Medium Term US Corporate Bd AC USD
1,48
4,53
5,53
6,89
USD
JPM Global Corp Bd A (acc) USD
2,86
6,64
6,28
7,89
USD
JPM US Aggregate Bond A (dist) USD
1,61
4,51
5,47
6,94
USD
BlueBay Glbl Inv Grd Corp Bd I EUR
4,09
6,62
-0,53
7,56
EUR
Vanguard U.S. Govt Bd Idx $ Acc
1,34
4,01
4,97
7,68
USD
BGF Global High Yield Bond C1 USD
2,48
6,52
8,61
8,82
USD
GS US Mortgg Bckd Secs I Acc USD
1,13
3,71
6,03
6,41
USD
FvS Bond Opportunities EUR I
4,26
6,44
-1,93
6,43
EUR
3,11
6,44
5,94
6,90
GBP
CS (Lux) Corporate Short Dur USD Bd A
0,70
3,02
7,12
6,44
USD
Vanguard Global Credit Bond Ins EURH Acc
6,42
-1,30
5,84
EUR
J PM US Short Duration Bond A (acc) USD
0,27
2,70
7,00
6,27
USD
Muzinich Global Tact Crdt HUSD Inc Fndr
3,03
6,30
8,67
7,15
USD
U BS (Lux) BS Sht TermUSDCorpSst$P-acc
0,36
2,69
6,97
6,42
USD
Candriam Sst Bd Glbl Hi Yld R € Acc
6,11
2,20
5,02
EUR
Muzinich ShortDurationHY HEUR Acc A
1,23
2,58
2,28
5,56
EUR
PIMCO GIS Low Avrg Dur Instl USD Acc
0,15
2,43
6,68
6,12
USD
0,17
2,34
6,83
6,54
USD
-0,56
1,79
4,67
6,57
USD
AXAWF Global Strategic Bds F Cap GBP H
M&G (Lux) Glb Corp Bd CI H EUR Acc
3,38
5,90
-1,72
5,66
EUR
UBAM Global High Yield Solution AC USD
3,13
5,76
11,75
8,30
USD
PIMCO GIS GlInGd Crdt Instl USD Inc
2,84
5,74
6,14
8,36
USD
BGF US Dollar Short Duration Bd A1 USD Franklin US Government A(Mdis)USD UBAM Dynamic US Dollar Bond AC USD
AXAWF Global Infl Bds I Cap EUR
2,97
5,71
4,02
5,72
EUR
MFS Meridian Global Oppc Bd I1 USD
2,62
5,59
5,72
7,09
USD
JPM Income Opp A perf (acc) EURH
M&G (Lux) Glb Fl Rt HY CI USD Acc
2,62
5,43
14,12
11,77
USD
Asia Equity
-0,17
1,41
7,66
6,60
USD
-0,48
0,00
-0,65
2,82
EUR
Robeco High Yield Bonds DH €
3,18
5,30
2,38
8,56
EUR
Allianz Oriental Income P USD
18,60
32,33
18,49
17,59
USD
Muzinich LongShortCreditYld HEUR Acc E
2,52
5,07
2,26
2,85
EUR
JPM Pacific Equity A (dist) USD
13,49
18,73
6,46
13,11
USD
Fidelity Global Infl-Link Bd A-Acc-USD
2,00
5,06
10,46
4,47
USD
MS INVF Global Fixed Income Opps Z
2,90
5,02
7,70
7,80
USD
BNY Mellon Glb ShrtDtd HY Bd USD W Acc
2,61
5,00
13,00
8,58
USD USD
PIMCO GIS Glb Bd Instl USD Acc
2,42
4,97
6,05
6,54
Jupiter Dynamic Bond I EUR Q Inc
2,77
4,89
0,86
4,72
EUR
AXAWF Global Infl Sh Dur Bds I Cap USD
1,52
4,77
12,93
6,00
USD
Asia ex-Japan Equity New Capital Asia Future Ldrs USD Sdr Acc
27,02
5,73
14,67
USD
Polar Capital Asian Stars S Acc
24,05
12,02
15,99
USD
Fidelity Asia Pacific Opps A-Acc-EUR
16,05
22,68
19,56
16,90
EUR
UBS (Lux) ES As Smlr Coms (USD) P-acc
12,43
20,42
10,31
13,38
USD USD
MS INVF Global Bond I
2,51
4,77
2,64
EUR
MS INVF Asia Opportunity Z
18,85
19,86
-14,30
17,89
Fidelity Global Bond A-Dis-USD
2,47
4,75
2,55
5,26
USD
Schroder ISF Emerging Asia C Acc EUR
14,36
17,96
6,34
16,12
EUR
Amundi Fds Glbl Aggt Bd I USD C
1,99
4,58
5,80
7,66
USD
Schroder ISF Asian Ttl Ret C Acc USD
12,52
17,75
12,60
14,82
USD
Muzinich Enhancedyield S-T HUSD Acc A
2,11
4,57
9,73
7,66
USD
Mirae Asset Asia Sect Ldr Eq K USD Cap
Invesco Global Ttl Ret EUR Bd Z EUR Acc
2,62
4,19
-0,54
4,03
EUR
T. Rowe Price Rspnd Asn ex-Jpn Eq I $
PIMCO GIS Income Instl EURH Acc
2,92
4,05
1,69
6,32
EUR
Schroder ISF Sust Asn Eq C Acc USD
Capital Group Glob Bond (LUX) Z
1,78
4,03
1,61
4,70
EUR
Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD
12,14
JPM Global Strat Bd A perf (acc) USD
11,17
17,16
8,01
16,19
USD
11,94
16,52
3,44
14,77
USD
16,27
11,14
14,82
USD
14,78
-10,94
15,99
USD
0,96
3,92
7,52
5,78
USD
Fidelity Sustainable Asia Eq A-Dis-USD
11,63
14,58
3,73
15,35
USD
Jupiter Strategic AbsRt Bd I € H Acc
3,83
-0,45
2,80
EUR
JPM Asia Pacific Equity A (acc) USD
11,13
14,23
2,05
15,69
USD
JPM Aggregate Bond C (dist) EURH
1,80
3,66
-0,89
3,16
EUR
S chroder ISF Asian Opports A Dis USD AV
11,82
14,21
2,86
16,59
USD
Amundi Rspnb Invest Imp Green Bds I C
1,73
3,15
-2,62
4,63
EUR
-0,03
2,96
7,87
6,11
USD
Aberdeen S Asn Smllr Coms A Acc USD
8,09
13,77
20,28
16,23
USD
AXAWF Global Infl Bds Redex I Acc EUR
2,41
8,58
3,71
EUR NOK
T. Rowe Price Dyn Glb Bd I USD
-0,10
2,20
4,52
13,04
Nordea 1 - Flexible Fixed Income BI EUR
Mercer Short Dur Glbl Bd 1 M-1 NOK Hdg
1,38
2,06
0,13
2,31
EUR
Candriam Bds Crdt Opps I EUR Cap
1,25
1,94
0,87
2,54
EUR
JPM Global Short Duration Bd A(acc)USD Candriam Long Short Credit Classique
9,81
13,73
3,16
14,84
USD
CS (Lux) Asia Pacific Income Eq A USD
Aberdeen S Asia Pac Eq A Acc USD
10,40
13,54
9,00
12,76
USD
Vanguard Pac ex-Japan Stk Idx USD Acc
6,56
9,78
12,56
18,54
USD
Consumer Goods & Services Sector Equity
-0,08
1,90
7,41
6,24
USD
Pictet-Premium Brands I EUR
18,76
28,39
34,52
18,09
EUR
0,32
0,80
-0,18
1,60
EUR
GAM Multistock Luxury Brands Eq USD C
17,54
23,76
28,51
16,49
USD
15,50
23,12
-1,04
22,84
USD
8,35
16,53
20,21
15,49
EUR
BSF Global Absolute Return Bond A2 EUR
-0,21
0,58
-2,15
3,86
EUR
Invesco Glbl Consmr Trnds A USD Acc
Templeton Global Bond A(Mdis)USD
-2,36
-2,39
2,35
6,88
USD
BNP Paribas Smart Food I Cap
Templeton Global Ttl Ret A(acc)USD
-3,33
-3,86
2,04
7,58
USD
Energy Sector Equity 22,28
38,20
26,92
20,56
EUR
2,80
4,96
7,17
6,65
GBP
B NP Paribas Energy Transition C D
11,41
35,22
-10,53
40,38
EUR
Pictet-Clean Energy I USD
17,46
33,18
21,31
19,42
USD
4,66
9,34
16,21
10,40
USD
BGF Sustainable Energy A2
17,61
31,59
24,52
16,64
USD
Sterling Fixed Income Vontobel TwentyFour Abs RetCrdt G GBP
R obecoSAM Smart Energy Eqs D EUR
US Fixed Income Nomura Fds US High Yield Bond I USD
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 23
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
16,29
EUR
Equity Miscellaneous RobecoSAM Sustainable Water Eqs F EUR
16,78
27,82
39,51
DADOS A 26/01/2022 FUNDO
3,45
8,13
27,62
24,84
EUR
4,06
5,78
5,84
18,68
EUR
4,30
5,40
16,62
15,81
EUR
15,26
25,91
40,84
15,32
EUR
UBS (Lux) ES Euro Countrs Inc€ P-acc
15,04
25,89
36,99
16,87
EUR
Europe Equity Mid/Small Cap
Pictet-Nutrition I USD
10,54
16,69
16,45
12,61
USD
ASSII-Eu SmlComp D Acc EUR
Amundi Fds Russian Equity A EUR C
8,67
17,50
24,71
23,32
EUR
MS INVF Europe Opportunity Z
18,04
31,62
24,21
14,25
EUR
BGF Continental Eurp Flex E2 EUR
16,42
28,25
25,20
16,58
EUR
BSF European Opps Extension A2 EUR
17,34
28,21
44,23
17,54
EUR
Allianz Europe Equity Growth W EUR
15,71
27,67
32,69
16,48
EUR
BSF European Unconstrained Eq A2 EUR
26,86
32,42
13,61
EUR
UBAM Swiss Equity UC CHF
15,10
25,65
32,59
12,17
CHF
Candriam Eqs L Eurp Innovt R EUR Cap
16,16
25,04
28,17
13,90
EUR
GAM Star Continental Eurp Eq Instl £ Acc
11,49
24,32
27,45
16,23
GBP
DIVISA BASE
JPM Europe Strategic Value A (dist) EUR
Pictet-Water I EUR
Europe Equity Large Cap
VOLAT. 3 ANOS
Fidelity Iberia A-Dis-EUR
BNP Paribas Aqua C C Europe Emerging Markets Equity
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
17,67
28,80
33,65
20,37
EUR
Eleva UCITS Eleva Ldrs SMCap Eurp I€ acc
26,75
27,61
15,37
EUR
Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmCpOpps ZE
16,09
24,76
23,50
18,26
EUR
CM-AM Small & Midcap Euro RC
14,82
23,21
21,08
15,89
EUR
Threadneedle (Lux) Eur Smlr Com 9E EUR
15,25
22,91
22,95
17,40
EUR
Janus Henderson Hrzn PanEurpSmrComs A2€
12,32
22,85
21,17
26,53
EUR
Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmlrComs 3E
14,74
22,25
20,88
18,31
EUR
UBAM Swiss Small And Mid Cap Eq AHC EUR
13,73
21,88
26,56
15,67
EUR
Echiquier Agenor SRI Mid Cap Europe A
14,32
20,61
15,33
14,11
EUR
8,76
17,33
15,49
15,72
EUR
Sycomore Fund Happy @ Work I MFS Meridian European Smlr Coms A1 EUR
10,06
16,72
20,73
17,06
EUR
Oddo BHF Avenir Europe CR-EUR
10,27
15,99
12,62
16,62
EUR
BNP Paribas Europe Small Cap I C
10,17
14,70
16,68
19,47
EUR
IMGA Ações Portugal A FIAA
5,31
6,35
21,62
21,53
EUR
38,06
EUR
BGF European Special Situations A2
13,94
24,00
25,68
14,99
EUR
AXAWF Fram Switzerland F Cap CHF
15,38
23,75
26,92
12,38
CHF
Carmignac Pf Grande Europe A EUR Acc
13,39
23,38
21,73
14,09
EUR
Threadneedle (Lux) European Select IE
13,53
22,70
26,23
13,87
EUR
Allianz Euroland Equity Growth W EUR
13,15
22,49
21,70
17,57
EUR
R obeco New World Financials D €
12,05
19,02
24,06
23,13
EUR
CM-AM Convictions Euro S
13,58
21,95
27,91
15,66
EUR
Fidelity Global Financial Svcs A-Dis-EUR
9,05
16,94
31,59
20,08
EUR
Global Emerging Markets Equity
Lonvia Avenir Mid-Cap Euro Clean Financials Sector Equity
Fidelity FAST Europe A-ACC-EUR
13,01
21,85
18,05
14,50
EUR
JPM Europe Strategic Growth A (dist) EUR
13,54
21,81
33,88
15,13
EUR
MS INVF Emerging Leaders Equity A
14,72
25,94
9,36
18,57
USD
Echiquier Positive Impact Europe A
12,78
21,56
16,38
13,44
EUR
Polar Capital Em Mkts Stars S USD Acc
21,77
7,59
17,45
USD
ASSI– Eu ex UK Sus n Re Inv Eq A Acc EUR
13,43
20,88
22,69
14,06
EUR
Candriam Sst Eq Em Mkts R € Acc
12,68
18,60
6,00
16,15
EUR
BGF Euro-Markets A2
10,22
20,60
27,23
18,22
EUR
Capital Group New World (LUX) Z
12,02
18,58
12,44
15,20
USD
Aberdeen S Eu Sus n Res Inv Eq A Acc EUR
12,07
20,04
17,21
13,58
EUR
GS Emerging Markets Eq ESG I Acc USD
Jupiter European Growth D EUR Acc
14,92
19,99
26,42
13,23
EUR
Fidelity Em Mkts A-DIST-USD
18,53
4,87
16,53
USD
11,23
17,71
7,70
16,51
USD
MGI Eurozone Equity M1 EUR
13,42
19,93
28,09
16,31
EUR
Nordea 1 - Emerging Stars Equity BI EUR
11,63
17,63
-3,53
17,06
EUR
JPM Europe Sustainable Equity I (acc)EUR
10,77
19,85
25,96
17,69
EUR
GS Emerging Markets Eq R Inc GBP
11,96
17,42
5,21
16,81
GBP USD
DWS Aktien Strategie Deutschland LC
10,10
19,63
23,29
23,99
EUR
Wellington Emerg Mkt Devpmt USD D Ac
12,77
17,36
4,73
16,53
Candriam Sst Eq Euro R Acc €
11,43
19,46
25,32
16,15
EUR
GQG Partners Emerging Mkts Eq I EUR Acc
17,01
5,78
13,97
EUR
Candriam Sst Eq EMU R € Acc
10,79
19,32
25,05
18,18
EUR
JPM Emerging Markets Equity A (dist) USD
16,07
-3,06
17,09
USD
11,35
Fidelity European Dynamic Gr A-Dis-EUR
13,06
19,09
17,02
14,82
EUR
Capital Group EM Growth (LUX) Z
11,28
15,71
6,20
15,75
USD
Janus HndrsnContinen Eurp I2 EUR
10,18
18,87
24,62
15,59
EUR
UBS (Lux) Eq Fd EM Sst Ldrs (USD) P
12,03
14,98
-0,18
14,09
USD
Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc
11,50
18,85
28,33
17,53
EUR
JPM Emerging Markets Div A (acc) EUR
9,47
14,53
15,64
16,64
EUR
AXA IM Euro Sélection A
12,18
18,53
19,35
14,73
EUR
BGF Emerging Markets A2
11,83
14,36
4,30
17,19
USD
Schroder ISF European Sus Eq C Acc EUR
18,41
22,71
16,33
EUR
J PM Em Mkts Small Cap A (acc) perf EUR
10,13
14,24
15,92
17,74
EUR
MainFirst Top European Ideas C
11,59
18,23
23,11
23,99
EUR
American Century Em Mkts Eq I USD
9,79
13,38
1,18
15,91
USD
T. Rowe Price Eurp Eq I EUR
10,78
18,01
23,58
15,02
EUR
GS EM CORE Eq I Acc USD Close
8,84
12,31
8,34
16,12
USD
MFS Meridian European Value A1 EUR
12,04
17,65
22,79
14,40
EUR
Schroder ISF Em Mkts A Dis USD AV
8,74
12,17
1,62
16,81
USD
Amundi Fds Euroland Equity E2 EUR C
7,74
15,89
24,94
20,35
EUR
Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs I USD
10,24
11,81
0,77
14,72
USD
Amundi MSCI EMU ESG Ldrs Sel IE-C
8,40
15,56
21,43
19,08
EUR
Templeton BRIC I(acc)USD
10,31
11,62
3,20
18,38
USD
Threadneedle (Lux) Pan Eur Eq Dv 9G GBP
8,15
15,52
21,35
18,14
GBP
Robeco Emerging Stars Equities D €
6,86
11,55
7,74
18,26
EUR
Vanguard European Stock Idx USD Acc
8,71
15,42
25,49
16,55
USD
GAM Multistock EM Equity USD C
8,05
11,42
2,07
18,01
USD
Janus Henderson Hrzn Euroland A2 EUR
6,82
15,15
27,99
20,79
EUR
Vanguard Emerg Mkts Stk Idx Inv EUR Acc
7,89
10,79
4,52
15,88
EUR
JPM Europe Equity Plus A perf (acc) EUR
7,74
15,02
33,35
19,00
EUR
Robeco QI Emerging Cnsrv Eqs I €
5,90
7,53
19,92
14,21
EUR
5,77
7,11
1,73
15,20
EUR
Pictet-Europe Index P EUR BGF European Equity Income A2
8,39
15,02
24,91
16,61
EUR
NB Mercados Emergentes FIMAA
7,91
15,00
20,05
16,22
EUR
Global Equity Large Cap
MFS Meridian European Research A1 EUR
8,94
14,84
17,59
14,49
EUR
MS INVF Global Quality Z
96,74
77,18
28,68
13,62
EUR
Schroder ISF EURO Equity C Dis EUR
7,87
14,82
22,31
19,57
EUR
MS INVF Global Brands A USD
97,49
75,87
31,36
13,22
EUR
JPM Euroland Equity A (dist) EUR
8,23
14,52
25,44
20,49
EUR
Schroder ISF Glb Disruption C Acc USD
33,02
21,61
15,85
USD
DWS Deutschland LC
6,12
14,32
15,07
24,13
EUR
GS Global Millennials Eq I Acc USD
32,29
16,49
15,74
USD
GS Europe CORE Equity Base Inc EUR
7,94
14,28
26,91
18,05
EUR
AMP Capital Global Companies I USD Acc
31,67
29,26
13,37
USD
Fidelity Germany A-Dis-EUR
7,73
13,23
12,03
19,44
EUR
Seilern World Growth CHF H R
20,69
30,69
34,03
16,48
CHF
Robeco QI European Cnsrv Eqs I €
7,75
12,91
23,88
13,47
EUR
Vontobel Clean Technology I EUR
16,30
30,53
27,05
16,14
EUR
M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc
6,22
12,00
26,41
21,13
EUR
Pictet - Global Envir Opps I EUR
17,86
30,52
27,11
14,68
EUR
20,69
Robeco Sustainable Eurp Stars Eqs D EUR
7,39
11,85
22,26
15,33
EUR
DPAM INVEST B Eqs NewGems Sust A Dis
20,05
29,77
21,77
15,40
EUR
Amundi Fds European Eq Val M2 EUR C
6,26
11,84
25,29
24,58
EUR
T. Rowe Price Glb Foc Gr Eq A USD
19,95
29,62
16,92
16,62
USD
Santander Acções Europa CA FIMAA
5,36
11,83
22,75
19,43
EUR
New Capital Glbl Eq Convict USD Inst Acc
19,09
29,52
25,60
12,84
USD
AB Eurozone Eq Ptf IX Acc
7,68
11,60
17,77
21,32
EUR
AB SICAV I Stbl Glb Tmtc Ptf A
19,17
29,22
30,60
14,82
USD
Montepio Acções Europa A FIMAA
5,62
11,53
23,17
17,19
EUR
MS INVF Global Opportunity Z
22,64
28,98
8,55
16,19
USD
Invesco Sus Pan Eurp Stu Eq C € Acc
6,39
11,29
22,84
15,56
EUR
Threadneedle (Lux) Global Focus ZU
20,68
28,82
32,77
13,46
USD USD
Fidelity European Growth A-Dis-EUR
5,58
10,73
20,30
18,05
EUR
Schroder ISF Glb Clmt Chg Eq C Acc USD
17,96
28,63
19,65
16,34
Fidelity European Lgr Coms A-Dis-EUR
5,45
10,57
19,76
18,14
EUR
CPR Invest Glbl Dsrpt Opp R EUR Acc
17,55
28,60
7,86
18,21
EUR
Invesco Pan European Equity A EUR Acc
4,09
9,72
24,84
22,24
EUR
American Century Concntr Glb Gr Eq I USD
19,37
27,84
22,20
14,95
USD
24 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
20 22
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
DADOS A 26/01/2022 RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
FUNDO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
BPI GIF Opportunities I
16,20
27,14
35,72
14,53
EUR
BGF World Healthscience A2
13,93
17,62
22,86
12,23
USD
Capital Group New Pers (LUX) ZL
17,87
27,04
26,70
15,61
USD
Candriam Eqs L Biotech C USD Cap
10,32
16,34
4,73
18,47
USD
-5,71
USD
Schroder ISF Glbl Sust Gr C Acc USD
19,02
27,03
29,37
12,79
USD
JPM Thematics Genetic Thrps C2 Acc USD
Robeco Global Consumer Trends D €
19,84
26,57
8,89
14,75
EUR
India Equity
Pictet-Security I EUR
16,80
26,20
32,11
15,55
EUR
Ashoka India Opps A USD Acc
30,35
51,45
21,65
USD
Allianz Thematica P EUR
18,54
25,69
20,55
13,53
EUR
GS India Equity I Inc USD
15,72
20,95
45,74
23,67
USD
BMO Responsible Global Equity I Inc EUR
16,48
25,47
27,32
15,13
EUR
Nomura Fds India Equity Z USD
18,14
20,30
56,41
23,19
USD
CS (Lux) Security Equity BH CHF
17,09
25,44
22,31
19,11
CHF
Schroder ISF Indian Opports C Acc USD
15,01
16,44
30,61
21,01
USD
Franklin India I(acc)USD
11,47
16,25
36,23
23,05
USD
13,39
21,23
25,43
19,61
EUR
UBAM 30 Global Leaders Equity AHC EUR
16,85
24,89
31,73
15,52
EUR
Allianz Global Sustainability P EUR
15,20
24,49
34,88
15,02
EUR
Schroder ISF Global Eq C Acc USD
15,58
24,48
30,81
13,89
USD
Wellington Glbl Quality Gr USD S Ac
17,76
24,03
26,71
14,11
USD
Fundsmith Equity I EUR Acc
17,74
23,85
29,10
12,44
EUR
M&G (Lux) Positive Impact LI EUR Acc
23,63
21,99
14,77
EUR
Schroder ISF Global Eq Alp C Acc EUR
14,59
23,60
32,01
14,43
EUR
JPM Global Focus A (dist) EUR
12,33
23,17
31,39
16,78
EUR
Fidelity Glb Dmgrphcs Y-Acc-GBP
16,33
23,14
24,77
12,90
GBP
Candriam Sst Eq World R € Acc
12,52
23,09
34,08
15,95
EUR
AB Global Equity Blend S1 Acc
13,98
23,01
29,80
15,34
USD
JPM Global Select Equity A (acc) USD
13,73
22,89
31,83
16,40
USD
Candriam Eqs L Glbl Demography C EUR Cap
13,81
22,69
29,52
14,76
EUR
Nordea 1 - Global Portfolio BP EUR
15,14
22,38
27,78
15,67
EUR
Pictet-Global Megatrend Sel I USD
14,16
22,06
19,65
15,00
USD
Caixa Ações Líderes Globais FIMAA
14,16
21,84
30,69
13,94
EUR
Vanguard Glb Stk Idx $ Acc
13,19
21,82
30,98
15,57
USD
Nordea 1 - Global Stars Equity BP EUR
15,27
21,81
22,96
15,06
EUR
NSF SICAV Wealth Defender Glbl Eq I USD
15,80
21,69
26,96
14,44
USD
MS INVF Global Sustain Z USD Acc
21,68
28,38
13,47
USD
BNY Mellon Long-Term Glbl Eq USD C Acc
14,85
21,39
26,97
13,94
USD
Fidelity World A-Dis-EUR
12,23
20,70
23,06
15,89
EUR
GS Global CORE Eq I Inc USD Snap
Industrials Sector Equity R obecoSAM Smart Materials Eqs I EUR Infrastructure Sector Equity M&G (Lux) Global Listed Infras L USD Acc
17,34
22,84
17,99
USD
LM ClearBridge Infras ValPRGBPHDisAPH+e
8,65
15,28
21,79
17,99
GBP
DWS Invest Global Infras FC
7,94
15,14
29,80
14,59
EUR
Wellington Enduring Assets GBP G A1 Di
9,08
13,00
22,81
12,00
GBP
Lazard Global Lstd Infras Eq A Dist GBP
9,27
12,96
28,16
17,66
GBP
GS Japan Equity Ptnrs I Acc EUR Hdg
16,25
22,53
15,52
14,74
EUR
JPM Japan Equity A (dist) USD
13,57
20,74
3,77
14,54
USD
GS Japan Equity R Inc GBP Snap
10,48
16,85
12,09
13,21
GBP
Jupiter Japan Select D USD Acc
10,26
16,48
13,56
14,28
USD
Japan Equity
Pictet-Japanese Equity Opps PJPY
7,61
13,57
12,58
14,43
JPY
Aberdeen S Japanese Eq A Acc JPY
5,51
13,45
2,27
13,76
JPY EUR
Amundi IS MSCI Japan IE-C EUR
6,82
12,12
9,70
13,33
Invesco Japanese Eq Adv C JPY Acc
8,54
10,94
3,72
15,40
JPY
S chroder ISF Japanese Eq A Dis AV
5,82
9,08
6,64
13,16
JPY
Man GLG Jpn CoreAlpha Eq I JPY
1,41
4,09
23,67
19,98
JPY
BNP Paribas Japan Sm Cp Cl C
EUR
Latin America Equity
12,26
20,06
32,50
16,48
USD
Ninety One GSF Glb Qual Eq Inc IX Inc $
11,71
19,77
28,20
13,09
USD
DWS Invest Latin American Eqs LC
7,41
6,88
0,33
30,05
EUR
Mercer Passive Global Equity M2 EUR H
12,26
19,31
22,94
16,38
EUR
Schroder ISF Latin American C Acc EUR
2,74
1,22
-3,84
29,91
EUR
Long/Short Equity USD
MFS Meridian Global Equity A1 USD
11,30
19,14
24,70
15,78
USD
A XA Rosenberg Glb Eq Alpha A USD Acc
11,25
19,11
31,87
16,54
USD
Alger Dynamic Opportunities A US
11,66
18,45
10,32
12,39
NB Momentum Sustentável FIMAA
11,42
19,09
23,91
13,76
EUR
GAM Star Alpha Technology EUR Inc
12,78
17,09
9,25
10,86
EUR
Pictet SmartCity I dm GBP
9,77
18,55
16,63
15,17
GBP
AB Select Abs Alpha S1 USD Acc
8,70
14,81
25,32
8,83
USD
Mirabaud Sust Glbl Hi Div A USD Acc
10,56
18,21
32,42
14,02
USD
Schroder GAIA Egerton Equity C Acc EUR
8,49
11,60
8,40
11,77
EUR
M&G (Lux) Glb Dividend CI USD Acc
10,02
16,83
21,23
19,57
USD
BSF Emerging Coms Abs Ret A2 EUR H
10,33
8,68
8,21
EUR USD
DWS Invest ESG Equity Income LC
15,65
25,86
12,38
EUR
Pictet TR - Mandarin I USD
9,41
8,77
1,59
7,53
Fidelity Global Dividend I-Acc-EUR
9,76
15,33
20,56
12,41
EUR
Janus Henderson Hrzn PanEurpAbsRetI2 EUR
4,62
8,36
8,38
5,78
EUR
Robeco BP Global Premium Eqs B EUR
7,24
14,52
29,61
18,88
EUR
Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp S EUR acc
7,84
8,13
6,69
3,63
EUR
DWS Invest Top Dividend FC
5,87
10,47
22,89
12,40
EUR
Pictet TR - Atlas I EUR
4,48
7,03
6,60
2,61
EUR
Templeton Growth (Euro) I(acc)EUR
3,15
8,35
12,57
15,41
EUR
Janus HndrsnAbsolute Return A2 GBP
2,08
5,42
10,37
7,06
GBP
20,04
EUR
2,61
4,03
5,82
3,32
EUR
15,40
EUR
Ninety One GSF Global Envir I Acc EUR Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR
Pictet TR - Corto Europe I EUR
Pictet TR Atlas Titan E EUR
Global Equity Mid/Small Cap
Natural Resources Sector Equity
18,13
31,34
34,70
16,49
EUR
CPR Invest Education E EUR Acc
9,46
5,70
18,85
EUR
Pictet-Timber I USD
11,92
23,05
30,34
22,28
USD
Fisher Invts Instl Glbl Small Cp Eq $
USD
BGF World Mining A2
13,25
23,01
24,95
25,06
USD
Allianz Global Metals and Mining I EUR
8,76
15,44
21,47
27,39
EUR
JPM Global Natural Resources A (acc) EUR
5,93
12,58
30,78
24,70
EUR
Greater China Equity Allianz China A Shares AT USD
22,17
Schroder ISF Taiwanese Equity C Acc USD
39,79
6,81
18,62
USD
Precious Metals Sector Equity
18,39
30,52
40,40
16,90
USD
Schroder ISF All China Equity C Acc USD
25,60
2,07
17,43
USD
DWS Invest Gold and Prec Mtl Eqs FC
8,95
19,02
-1,86
34,31
EUR
JPM China A (dist) USD
16,72
24,28
-14,17
20,03
USD
BGF World Gold A2
3,92
15,79
-3,80
34,15
USD
Real Estate Sector Equity
BNP Paribas China Eq Cl C
13,66
18,48
-12,70
17,80
USD
Ninety One GSF All China Eq IX Acc$
12,66
14,45
-5,25
15,69
USD
Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs A2EUR
13,41
18,39
27,38
19,69
EUR
Schroder ISF China Opps C Acc USD
11,24
14,19
-7,68
18,00
USD
Nordea 1 - Global Real Estate BP EUR
9,90
17,31
41,52
18,68
EUR
3,97
8,34
31,88
UBS (Lux) EF China Oppo(USD) P USD acc
11,16
10,59
-20,27
16,66
USD
MS INVF Global Property I
21,17
USD
Fidelity China Consumer Y-Acc-USD
7,90
8,81
-18,66
18,43
USD
Janus Henderson Hrzn GlblPtyEqsA2USD
EUR
Schroder ISF Hong Kong Eq A Acc HKD
8,27
7,74
-4,84
16,35
HKD
Technology Sector Equity
CS (Lux) Digital Health Equity SB USD
27,59
-12,65
22,94
USD
Threadneedle (Lux) Global Tech DU
27,08
Candriam Eqs L Onclgy Impct I USD Cap
24,90
11,29
14,63
USD
JPM US Technology A (dist) USD
33,10
AB International HC A Acc
16,32
20,79
32,63
12,69
USD
Allianz Global Artfcl Intlgc W EUR
JPM Global Healthcare C (acc) USD
14,53
19,59
20,38
13,33
USD
BGF World Technology A2
32,20
Fidelity Global Health Care A-Dis-EUR
14,15
19,28
31,66
12,59
EUR
Franklin Technology A Acc USD
Janus Henderson Glb Life Scn I2 USD
14,25
19,12
13,61
15,04
USD
Healthcare Sector Equity
BGF Next Generation Technology Z2 USD
49,83
10,47
23,25
USD
44,12
47,40
21,27
USD
44,11
21,31
22,53
USD
42,99
18,79
23,51
EUR
42,43
16,21
20,10
USD
29,27
40,20
32,53
19,39
USD
Echiquier Artificial Intelligence K EUR
39,76
7,34
27,98
EUR
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 25
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
DADOS A 26/01/2022 FUNDO
27,88
37,11
26,31
16,91
USD
25,05
36,59
31,52
17,68
EUR
BL-American Small & Mid Caps B EUR Hdg
Wellington Asia Technology USD D Ac
36,42
23,71
16,38
USD
US Equity Small Cap
BNP Paribas Disrpt Tech Cl D
26,51
36,18
33,64
16,95
EUR
27,77
34,62
18,45
16,27
USD
Pictet - Robotics I dy EUR
23,24
34,49
28,48
19,76
EUR
AXAWF Fram Robotech G Cap USD
21,88
33,77
26,55
18,25
USD
BNY Mellon Mobility Innovation USD E Acc
33,12
28,94
21,53
USD
JPM Europe Dynamic Techs Fd A (dist) EUR
22,02
32,97
32,69
19,04
EUR
Janus Henderson Hrzn GlbTechLdrs A2USD
USD
23,53
32,56
26,79
16,62
UBAM Tech Global Leaders Equity IHC EUR
32,23
25,05
18,63
EUR
AXAWF Framlington Dgtl Ecoy I Cap USD
32,22
21,62
17,58
USD USD
BGF Future of Transport Z2 USD
31,15
31,15
22,63
16,41
25,32
31,13
18,85
EUR
Robeco FinTech I USD
22,01
12,41
19,90
USD
Pictet-Digital PUSD
17,56
4,19
EdRF Big Data N EUR
13,71
BPI GIF Technology Revolution M EUR
15,62
USD
5,95
EUR
22,79
21,10
16,96
Threadneedle (Lux) Amer Smlr Com 9U USD
15,00
29,48
34,20
20,99
USD
T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD
16,37
27,57
25,53
17,64
USD
Fisher Invst Instl US SmCp Cr Eq ESG USD
17,10
27,22
23,37
21,04
USD
Legg Mason RY US SmCp Opp A USD Dis(A)
12,43
27,02
38,30
28,63
USD
JPM US Smaller Companies A (dist) USD
9,80
19,62
23,03
20,01
USD
Alger Small Cap Focus I US
17,59
18,61
-6,90
21,71
USD
Franklin Glbl Convert Secs I(acc)EUR
13,68
20,44
10,60
12,88
EUR
Lazard Convertible Global PC EUR
10,68
14,87
3,83
10,39
EUR
Convertibles
JPM Global Convert (EUR) A (dist) EUR
7,31
13,23
0,85
12,60
EUR
OFI Fund RS Glbl Convert Bond I C EUR
5,87
10,40
2,19
9,63
EUR
BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C
4,18
6,78
6,14
7,44
EUR
Allianz Convertible Bond AT EUR
2,33
5,49
3,57
6,42
EUR
PIMCO GIS Cmdty Real Ret Instl USD Acc
4,19
14,32
41,78
15,01
USD
StructGSQrtxMdfdStgyBlmbrgCmdIdxTR I$
4,18
12,32
39,70
11,41
USD
7,76
10,71
-12,03
17,40
EUR
15,62
21,21
16,75
GBP
10,40
15,24
27,17
17,01
GBP
3,89
9,24
17,78
21,54
GBP
Commodities Specified
20,47
30,21
25,38
18,17
USD
Alternative Miscellaneous
BNY Mellon Dynamic U.S. Equity USD W Acc
Threadneedle (Lux) UK Eqs IG GBP Acc
Ofi Fincl Inv Precious Metals I
US Equity Large Cap Blend Franklin US Opportunities A(acc)USD JPM US Select Equity A (acc) USD
EUR
16,40
8,41
Liontrust GF Spec Sits C3 Instl Acc £
DIVISA BASE
Commodities Broad Basket
UK Equity Large Cap BGF United Kingdom E2
VOLAT. 3 ANOS
US Equity Mid Cap
Janus Henderson Glb Tech&Inno H2 USD Fidelity Global Technology A-Dis-EUR
Polar Capital Global Tech I Inc
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
28,33
39,88
16,16
USD
Schroder GAIA BlueTrend C Acc EUR Hedged
1,88
7,38
2,54
14,09
EUR
16,20
27,51
37,21
16,29
USD
BSF Global Event Driven Z2 USD
4,39
6,38
10,37
7,19
USD
Amundi IS S&P 500 ESG IE-C
16,34
26,62
42,69
16,41
EUR
Lumyna PSAM Global Event EUR A Acc
5,56
6,23
7,51
8,69
EUR
Amundi IS MSCI North America IE-C
15,86
26,12
35,94
16,54
EUR
ThomasLloyd Sust Infras Inc R USD Acc
5,51
7,99
12,54
USD
BPI América D FIAA
15,98
25,77
36,12
15,76
EUR
Man AHL Trend Alternative DNY H EUR Acc
3,17
3,83
-4,39
13,78
EUR
Vanguard U.S. 500 Stk Idx $ Acc
15,96
25,54
37,81
16,07
USD
Candriam Risk Arbitrage C
0,11
0,33
0,77
2,01
EUR
AXA Rosenberg US Enh Idx Eq Alp A $ Acc
15,58
25,14
37,89
15,91
USD
Global Macro
Pictet-USA Index P USD
15,61
25,12
37,24
16,07
USD
Polar Capital Global Abs Rt S EUR H Acc
7,73
4,11
7,74
EUR
JPM America Equity A (dist) USD
15,94
25,11
35,32
17,29
USD
GS Global Absolute Ret IO Acc USD
1,86
5,88
14,51
6,35
USD
JPM US Select Equity Plus A (acc) EURH
15,44
24,98
27,53
17,53
EUR
JPM Global Macro Opps A (acc) EUR
5,05
4,96
3,87
4,48
EUR
Amundi Fds US Pioneer Fund C EUR C
15,54
24,96
35,24
14,85
EUR
J PM Global Macro A (acc) USD
2,94
4,17
10,09
6,41
USD
Schroder ISF US Large Cap A Dis
14,77
24,61
38,64
15,59
USD
Schroder GAIA WellingtonPagosa C AccEURH
4,01
5,12
4,08
EUR
GS US CORE Equity Base Inc USD Snap
14,73
23,57
39,01
16,01
USD
Eurizon Absolute Prudent R Acc
0,14
-1,72
1,53
EUR
IMGA Ações América A FIAA
14,16
23,56
34,72
14,11
EUR
A XA Rosenberg US Equity Alpha A USD Acc
13,87
23,40
38,79
17,29
USD
T. Rowe Price US Eq I USD
14,85
23,36
35,85
15,24
USD
Neuberger Berman US MltCp Opps USD1 IAcc
14,47
22,08
34,70
18,27
USD
NN (L) US Enh Cr Concntr Eq P Dis USD
13,89
21,95
34,20
16,99
USD
AB Select US Equity A EUR H Acc
13,72
20,86
27,58
16,86
EUR
Allianz Best Styles US Equity AT H2 EUR
13,76
20,67
28,68
16,67
EUR
7,19
12,16
4,18
17,86
EUR
15,35
GBP
Santander Acções América CA FIMAA
Thematics Safety H-R/A GBP US Equity Large Cap Growth MS INVF US Growth I
30,74
39,59
9,62
25,92
USD
New Capital US Growth GBP Acc
21,52
34,62
32,75
21,52
GBP
AB Sustainable US Tmtc A USD
21,14
31,59
33,36
15,56
USD
Janus Henderson US Forty A2 USD
21,51
31,03
30,47
15,65
USD
Allspring (Lux) WW USLrgCpGr IEUR Acc
23,41
31,01
27,78
16,67
EUR
AB American Gr Ptf C Acc
21,71
30,59
35,96
14,88
USD
Brown Advisory US Equity Growth $ B
22,71
30,28
27,76
16,34
USD
MS INVF US Advantage I
21,98
29,63
4,18
21,26
USD
T. Rowe Price US Lg Cap Gr Eq I USD
22,57
28,67
27,69
17,20
USD
Amundi Fds Pio US EqFundmGr M2 EUR C
18,60
27,93
32,67
15,78
EUR
Legg Mason CB US Eq Sust Ldrs A EURH Acc
17,68
27,16
21,47
15,60
EUR
Legg Mason CB US Lg Cp Gr B USD Dis(A)
17,85
26,83
29,30
16,51
USD
T. Rowe Price US Blue Chip Eq A USD
20,32
26,41
26,44
17,19
USD
Vontobel US Equity A USD
14,79
20,82
26,60
15,49
USD
JPM US Value C (dist) USD
9,87
19,51
37,52
18,22
USD
US Equity Large Cap Value
0,15
Market Neutral BSF European Absolute Return A2 EUR
4,78
5,79
8,31
5,14
EUR
Man GLG Alpha Select Alt DLH EUR
6,68
5,48
7,63
3,61
EUR
BMO Real Estate Eq Mkt Netrl B Acc EUR
3,57
4,77
5,50
2,34
EUR
MW Systematic Alpha UCITS A EUR
3,62
4,51
5,97
4,74
EUR
BPI GIF Alt Fund Iberian Eq L&S I
2,24
2,97
5,88
2,95
EUR
L umyna-MW TOPS (MN) UCITS USD B (acc)
USD
Multialternative N N (L) Alternative Beta I Cap USD
4,97
10,13
16,62
6,09
N ordea 1 - Alpha 10 MA Fd BP EUR
5,00
7,81
9,88
6,60
EUR
Franklin K2 Alt Strats I(acc)USD
2,64
5,80
10,60
6,73
USD
Nordea 1 - Alpha 7 MA Fd BC EUR
5,28
6,70
4,50
EUR
GS Absolute Ret Trkr I Acc EUR Hdg
2,67
4,71
4,84
7,04
EUR
Neuberger Bm Uncrltd Strats USD I5 Acc
2,77
7,21
9,07
USD
Pictet TR - Div Alpha J EUR
2,61
-2,31
3,17
EUR
1,58
USD
Aggressive Allocation Allianz Dyn MltAst Stgy SRI75 I EUR
11,14
19,10
31,88
12,08
EUR
BSF Managed Index Port Growth A2 EUR
9,35
15,65
18,28
12,81
EUR USD
GS Global MA Gr I Acc USD
8,45
15,46
24,99
12,20
Barclays GlobalBeta Port 4 A Acc GBP
8,50
14,64
18,90
12,98
GBP
7,14
13,99
17,63
10,40
CHF
IMGA Alocação Dinâmica A FIMA
5,66
11,85
15,90
13,31
EUR
First Eagle Amundi International AU-C
4,90
11,15
17,95
12,76
USD
Santander Select Dinâmico A FIMA
9,73
11,88
9,18
EUR
14,32
26,20
12,35
USD USD
CS (Lux) Portfolio Growth CHF B
Allocation Miscellaneous
DWS Invest CROCI US Dividends USD LC
11,65
17,87
31,73
18,75
USD
GS US RlEstt Bal R USD (MDist Cap (MBS))
Robeco BP US Large Cap Equities I $
9,68
17,41
38,39
19,48
USD
Cautious Allocation
MFS Meridian US Value A1 USD
8,62
17,15
32,57
16,66
USD
GS Global MA Cnsv I Acc USD
4,60
9,64
12,22
7,67
Robeco BP US Premium Equities IH €
9,16
16,96
23,34
21,00
EUR
Schroder ISF Glbl MA Bal C Acc EUR
4,45
8,80
8,48
8,57
EUR
Fidelity America A-Dis-USD
6,24
12,90
33,65
16,66
USD
CS (Lux) Portfolio Yield CHF B
3,27
7,98
9,58
6,43
CHF
26 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
20 22
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
DADOS A 26/01/2022 RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
FUNDO
VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
USD
Moderate Allocation
U Asset Allocation Enhancement USD Acc
3,55
7,73
11,04
5,50
USD
Bankinter 50 PPR/OICVM A FIMA
2,90
7,32
6,17
9,28
EUR
Janus Henderson Balanced A2 USD
10,80
16,20
24,22
10,28
Invest Alves Ribeiro PPR FIMA
5,49
7,16
6,25
8,73
EUR
Allianz Income and Growth I H2 EUR
10,14
16,19
11,38
13,10
EUR
Invesco Pan European Hi Inc A EUR QD
3,58
6,38
5,02
9,15
EUR
Capital Group American Bal (LUX) Z
9,52
15,17
24,33
9,63
USD
ODDO BHF Polaris Moderate Cl EUR
3,78
6,37
6,55
5,01
EUR
BGF Global Allocation A2
7,22
14,31
14,34
9,62
USD
NB PPR/OICVM FIMA
5,52
6,37
2,54
9,54
EUR
Carmignac Pf Patrimoine Europe A EUR Acc
13,94
9,47
6,27
EUR
Caixa Seleção Global Moderado FIMA
3,39
6,35
4,01
6,60
EUR
Capital Group Glob Alloc (LUX) Z
8,34
13,74
18,77
8,07
EUR
Caixa Inv Socialmente Resp FIMA
6,12
6,40
7,66
EUR
T. Rowe Price Glb Alloc I USD
8,54
13,55
15,56
9,94
USD
Amundi Fds Global MA Cnsrv C EUR C
2,64
5,87
2,82
4,85
EUR
Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 W EUR
7,81
13,27
21,43
8,44
EUR
FvS - Multi Asset - Defensive I
3,09
5,74
4,98
6,58
EUR
Acatis Gané Value Event Fonds A
9,35
12,98
13,83
12,70
EUR GBP
Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR
3,19
5,70
4,42
4,12
EUR
Ruffer Total Return Intl I GBP Cap
5,37
12,91
16,96
9,37
Amundi Fds Mlt Asst Sust Fut I EUR C
3,64
5,70
4,76
5,17
EUR
Man AHL TargetRisk D H EUR
9,45
12,91
12,45
8,16
EUR
JPM Global Income Cnsrv C (acc) EUR
3,47
5,39
3,26
5,41
EUR
BGF ESG Multi-Asset E2 EUR
7,46
12,59
14,37
7,81
EUR
Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 AT EUR
2,82
5,30
5,11
4,68
EUR
Barclays GlobalBeta Port 3 A Acc GBP
6,86
12,10
14,86
11,25
GBP
IMGA Alocação Conservadora A FIMA
2,35
5,04
5,73
6,68
EUR
MFS Meridian Prudent Wealth I1 USD
8,90
11,75
11,93
5,36
USD
Bankinter 25 PPR/OICVM A FIMA
1,55
4,27
2,30
7,08
EUR
Santander Poupança Valorização FPR FIAA
1,84
4,13
4,26
4,54
EUR
BPI Moderado FIAF
1,98
4,08
2,92
4,11
EUR
Ninety One GSF Glb MA Inc A Acc USD
USD
2,06
4,05
8,16
6,26
Caixa Wealth Defensivo D FIMA
3,97
3,25
4,65
EUR
M&G (Lux) Optimal Income CI EUR Acc
2,41
3,67
1,72
7,16
EUR
BPI Reforma Investimento PPR/OICVM FIAPR
1,36
3,53
3,13
6,96
EUR
Allianz Strategy 15 CT EUR
2,04
3,21
1,04
4,59
EUR
Santander Sustentável FIMA
2,39
1,46
4,58
EUR
Caixa Seleção Global Defensivo FIMA
0,93
2,13
0,33
3,33
EUR
Santander Poupança Prudente FPR FIAA
0,56
1,03
-2,05
4,88
EUR
0,46
EUR
Caixa Defensivo PPR/OICVM FIA Flexible Allocation
Jupiter Merlin Intl Bal D EUR Acc
7,62
11,75
14,55
8,15
EUR
MFS Meridian Global Total Ret A2 USD
5,66
10,99
15,55
9,43
USD
Bankinter 75 PPR - OICVM A FIMA
4,81
10,70
9,72
11,31
EUR
Caixa Seleção Global Arrojado FIMA
5,71
10,53
7,87
10,02
EUR
JPM Global Balanced A (acc) EUR
6,60
10,42
7,86
8,63
EUR
MFS Meridian Prudent Capital I1 USD
6,65
9,30
9,83
5,21
USD
M&G (Lux) Income Allocation C EUR Acc
5,24
8,88
11,81
10,80
EUR
BGF Global Multi-Asset Inc A2
3,95
8,38
13,85
8,25
USD
FvS Multi Asset - Balanced I
4,99
8,33
8,90
8,45
EUR
BMO Sustainable Mul Ast Inc I Inc EUR
4,67
8,07
7,36
6,57
EUR
Caixa Wealth Moderado D FIMA
8,03
6,87
7,90
EUR
Carmignac Pf Patrimoine F EUR Acc
2,45
7,94
-0,27
6,65
EUR
IMGA Alocação Moderada A FIMA
3,67
7,90
10,83
9,11
EUR
BPI Dinâmico FIAF
3,73
7,27
5,98
6,57
EUR
BL-Global Flexible USD B
9,01
13,60
16,11
7,89
USD
JPM Global Income A (div) EUR
3,89
6,94
8,70
9,56
EUR
Ninety One GSF Glb Mac Allc IX Acc USD
8,04
11,87
14,32
9,55
USD
Fidelity Glb Mlt Ast Inc A-Acc-USD
3,32
6,10
9,75
8,48
USD
BL-Global Flexible EUR B
7,35
11,51
11,02
8,80
EUR
Nordea 1 - Stable Return BP EUR
2,89
6,04
10,88
5,77
EUR
FvS Multiple Opportunities II RT
6,82
11,47
11,22
8,45
EUR
Santander Select Moderado A FIMA
5,18
5,08
5,38
EUR
3,77
4,50
8,14
EUR
4,04
EUR
PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc
5,31
8,78
0,43
4,91
EUR
Santander Rendimento FIMA
BNY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc
5,23
8,69
7,49
7,63
EUR
Caixa Moderado PPR/OICVM FIA
4,01
7,02
9,85
6,83
EUR
Caixa Arrojado PPR/OICVM FIA
7,59
EUR
3,38
6,20
4,99
12,24
EUR
PIMCO Sel Multi-Ast Stgy Ret I EUR Acc
-0,34
EUR
P
R
TNE
AR
AR
R
P
DWS Concept Kaldemorgen EUR FC M&G (Lux) Dynamic Allocation CI EUR Acc
TNE
A OPINIÃO DE MARK DENHAM E OBE EJIKEME Gestores de fundos, Carmignac
A CHAVE PARA NAVEGAR NAS AÇÕES INTERNACIONAIS EM 2022 Embora esperemos que a reabertura mundial continue em 2022, o crescimento global voltará ao seu potencial durante o próximo ano. Para além do ciclo de maturação, a
economia global enfrenta uma série de ventos contrários (preços mais elevados das matérias-primas, menos liquidez global, aperto fiscal passivo à medida que o estímulo fiscal se torna menos generoso). Este ambiente caracterizado por uma maior incerteza pode levar os investidores a concentrarem-se mais nos fundamentais, enquanto procuram abrigo em ações mais defensivas. Apesar de a nossa estratégia dar prioridade aos investimentos em empresas que pensamos que oferecem perspetivas mais atrativas a longo prazo, acreditamos que, neste contexto, um estilo de investimento centrado na qualidade poderia revelar-se particularmente útil em 2022. Neste sentido, o setor tecnológico
parece claramente atrativo e algumas das suas empresas líderes estão a demonstrar como conseguem proporcionar retornos sustentáveis numa base consistente. O setor da saúde também é interessante e tem mostrado resiliência. O contínuo reinvestimento da indústria em investigação e desenvolvimento, que se traduz numa dinâmica carteira de projetos, é atrativo para os investidores. Também podem procurar empresas de alta qualidade na temática da reabertura ou empresas que tenham sido negativamente afetadas pela pandemia, mas com potencial para dar uma volta e proporcionar um retorno brilhante à medida que o impacto da COVID-19 se desvanece. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 27
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS
na Europa
Barómetro
OUTUBRO E NOVEMBRO
por Catarina Vinagre
BACK ON O
mês de outubro foi rico em acontecimentos que apimentaram o panorama macroeconómico internacional: a subida dos preços do gás e da eletricidade; a crise da Evergrande; as eleições no Japão… Mas nada se revelou forte o suficiente para fazer os mercados vacilarem. Do lado dos bancos centrais, o BCE mantinha-se como um dos bancos centrais mais acomodatícios, o que chocava com as expetativas dos mercados, que continuavam a apostar que o tapering chegaria em breve à Europa e até previam uma subida de taxas em 2022. Christine Lagarde, porém, foi peren-
TRACK
A indústria europeia de fundos não demorou muito a convalescer da queda vista em setembro e voltou aos recordes. Em novembro já valia 13,50 biliões de euros.
FUNDOS INTERNACIONAIS QUE MAIS CAPTAM
(PRODUTOS EUROPEUS DISTRIBUÍDOS EM VÁRIOS PAÍSES) EM AÇÕES
EM NOVEMBRO 2021
EM OUTUBRO 2021
FUNDO
EM OBRIGAÇÕES VOL.
FUNDO
EM MULTIATIVOS E OUTROS VOL.
FUNDO
VOL.
iShares Core S&P 500 UCITS ETF (USD)
1.466
BlackRock BGF Asian High Yield Bond
797
Allianz Income and Growth
949
iShares Edge MSCI USA Quality Fact UCITS ETF
1.188
JPMorgan Income Fund
516
Amundi Ultra Short Term Bond SRI
426
iShares Core MSCI World UCITS ETF
866
Vanguard Global Bond Index Fund
500
Mercer Investment Fund 20
317
L&G ACWI Equity Index Fund
705
HSBC Global Aggregate Bond Index Fund
477
BlackRock GF - ESG Multi-Asset rating FP+
297
Fisher Global Low Volatility Equity
652
Nordea 1 - Low Duration Eur. Cov. Bond
458
LGT Premium Strategy GIM
261
RobecoSAM Global SDG Engagement Equities
608
AXA Global Inflation Short Duration Bonds
424
Swiss RE Long Term Asset Allocation Euro
250
Aberdeen Standard China A Share Equity
366
PIMCO GIS Income Fund
400
Aviva Inv. Multi-Strategy Target Return
222
iShares MSCI World SRI UCITS ETF
320
Aviva Investors - Global Sovereign Bond
352
Ruffer Sicav Ruffer Total Return International
204
Fidelity Funds - Emerging Markets Focus
267
iShares $ Treasury Bond 7-10yr UCITS ETF
350
KLS Arete Macro
200
iShares MSCI ACWI UCITS ETF
263
NN (L) Global High Yield
350
IAM Investments ICAV - OConnor Event Driven
189
FUNDO
VOL.
FUNDO
VOL.
UBS (Lux) Equity Sicav - Global Impact (USD)
914
Aviva Investors - Global Sovereign Bond Fund
iShares Core MSCI World UCITS ETF
701
UBS (Lux) Bond SICAV - Green Social S. B. (EUR)
UBS (Lux) Eq. Fund - G. Sust. Improvers (USD)
554
Invesco S&P 500 UCITS ETF
FUNDO
VOL.
Allianz GIF - Allianz Income and Growth
843
709
BlackRock GF - ESG Multi-Asset Fund
333
iShares China CNY Govt Bond UCITS ETF
629
Pictet - Multi Asset Global Opp.
281
517
PIMCO GIS Asia High Yield Bond Fund
594
Record - Emerging Market Sustainable Finance
281
Amundi Index MSCI Europe SRI (ETF)
428
Vontobel Fund II - Fixed M. Em. Mkts Bond 2026
584
Amundi FG Multi-Asset Conservative
202
Capital Group New Perspective (LUX)
419
Focused Sicav - World Bank Long Term Bond USD
524
Invesco Physical Gold ETC
173
Amundi S&P 500
416
BlackRock FIS - iShares China CNY BI Fund
516
Janus Henderson CF - Balanced Fund
171
iShares S&P 500 Swap UCITS ETF
378
BlackRock GF - Asian High Yield Bond Fund
441
JPMorgan IF - Global Macro Opp. Fund
156
M. UL - Lyxor NZ 2050 S&P EC PAB (DR) UCITS ETF
365
BNP Paribas Funds Enh. Bond 6M
424
DWS Concept Kaldemorgen
149
UBS (Irl) ETF plc - MSCI ACWI ESG Universal Low Carbon Select UCITS ETF
358
State Street Global Advisors Lux SICAV - Global Aggregate Bond Index Fund
392
Flossbach von Storch SICAV - M. Opportunities
147
Fonte: Broadridge FundFile e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros.
28 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Rating FP
Rating FP+
1.080
tória a afastar a ideia de subida de taxas nos próximos três anos. Muito pelo contrário, a Reserva Federal dos Estados Unidos revelou uma postura muito mais hawkish. Tal como Jerome Powell prometeu em agosto no simpósio de Jackson Hole, o tapering começou ainda em 2021. Novembro foi o mês escolhido pela Fed para anunciar o início da redução da compra de ativos a um ritmo de 15 mil milhões de dólares a menos por mês, e para março está já prometida uma subida de taxas. Como reagiu o negócio de fundos a esta polarização de postura dos bancos centrais? Os dados da Broadridge FundFile e da J.P. Morgan AM, recolhidos em exclusivo para a FundsPeople são reveladores. A indústria europeia de fundos voltou à sua senda de recorde atrás de recorde. Depois de em setembro se ter registado primeira queda desde março de 2020, em outubro o mercado conseguiu deixar para trás essa nuvem negra e cresceu 404.008 milhões de euros. Em novembro, embora de forma tímida, o mercado voltou a crescer, desta feita 64.495 milhões de euros, valor que conduziu a um novo recorde desde que esta análise é elaborada: 13,50 biliões de euros. Veremos o impacto que a volatilidade do princípio de 2022 terá nos números da indústria.
ETF NO AUGE
2021 foi-se revelando um ano muito positivo não só para a indústria europeia de ETF, que tem conseguido elevadas captações líquidas mês após mês, como para a indústria americana, em particular, no que concerne ao segmento das ações. Outubro e novembro não foram exceção. A larga maioria dos lugares do
ranking por captações na Europa, no âmbito das ações, é ocupado por ETF ou fundos indexados. Em outubro, o Top 3 foi composto por produtos da iShares, o braço de gestão passiva da BlackRock, que no seu conjunto atingiram entradas líquidas na ordem dos 3.519 milhões de euros. Em novembro, o pódio foi preenchido também por três
ETF e, neste caso, todos investem em ações globais. Na esfera das obrigações, embora também estejam presentes, a expressão de fundos de gestão passiva é mais reduzida. Em outubro, os campeões de captações foram dois fundos tradicionais bem conhecidos dos investidores portugueses, o BGF Asian
DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM NOVEMBRO MERCADO Internacional (*)
OBRIGAÇÕES
AÇÕES
OUTROS
MISTOS
MONETÁRIOS
TOTAL
2.108.986
3.182.630
125.465
676.968
1.032.110
7.126.159
Reino Unido
310.990
1.041.243
41.501
216.584
141.327
1.751.645
Alemanha
133.456
277.659
166.143
209.985
16.951
804.194
França
123.731
240.349
45.551
71.989
281.854
763.475
Suíça
222.257
326.503
56.758
79.952
25.503
710.973
Itália
208.010
114.279
9.623
234.488
26.113
592.513
Suécia
71.663
414.684
1.464
67.342
19.073
574.225
Espanha
93.703
53.498
14.353
69.949
6.586
238.088
3.561.157
6.050.148
505.704
1.790.847
1.597.113
13.504.968
TOTAL
DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LIQUÍDAS NA EUROPA EM OUTUBRO E NOVEMBRO MERCADO Internacional (*)
OBRIGAÇÕES
AÇÕES
OUTROS
MISTOS
MONETÁRIOS
TOTAL
5.393
29.919
544
7.397
79.838
889
1.329
-667
-218
3.226
4.559
21
3.568
1.003
5.220
190
10.002
França
1.041
-729
657
-676
19.258
19.552
Suíça
1.414
148
232
877
-573
2.098
Itália
-518
2.066
-169
2.893
-2.030
2.242
Suécia
954
1.111
105
1
-148
2.023
Reino Unido Alemanha
Espanha TOTAL
123.090
532
406
-310
1.535
-91
2.072
9.727
37.817
1.395
17.028
99.670
165.638
*Os dados do Luxemburgo incluem os fundos domiciliados em Dublin. Os monetários dinâmicos incluem-se em outros.
EM NOVEMBRO, O MERCADO VOLTOU A CRESCER, ATINGINDO O RECORDE DE 13,50 BILIÕES DE EUROS JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 29
P
AR
P
R
TNE R
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS
AR
TNE
A OPINIÃO DE LUCÍA GUTIERREZ-MELLADO Diretora de Estratégia, J.P. Morgan AM
High Yield Bond, da BlackRock, e o JPMorgan Income Fund, da J.P. Morgan AM. Já em novembro, foi a vez do Aviva Investors - Global Sovereign Bond Fund, gerido por Kurt Knowlson e Steve Ryder, brilhar. Este fundo da Aviva Investors conseguiu captar 1.080 milhões de euros. No segmento dos multiativos e outros, o lugar de destaque é arrebatado pelo Allianz Income and Growth nos meses em análise. O fundo da Allianz Global Investors, que em 2021 tem
A BLACKROCK DESTACOU-SE DAS RESTANTES ENTIDADES EM TERMOS DE CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
sido um habituée neste ranking, conseguiu no cumulativo de outubro e novembro atingir subscrições líquidas de 1.792 milhões de euros.
BLACKROCK DOMINA
Em outubro e novembro, a BlackRock conseguiu superar os seus pares e destacar-se em termos de captações líquidas obtidas quer no segmento que inclui os monetários, quer no que não os inclui. Nos números é evidente que a média de captações em outubro foi bastante superior a novembro, especialmente, no âmbito da parcela que inclui os monetários. Em outubro, a média fixou-se nos 10.129 milhões de euros. Em novembro baixou para 7.367 milhões de euros. Em suma, os dois últimos meses foram bastante positivos para a indústria europeia. Fica por ver de que forma as turbulências que afetaram os mercados no início do ano impactarão os números da indústria.
GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM OUTUBRO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS
SEM MONETÁRIOS
BlackRock
16.994
BlackRock
6.723
Amundi
12.368
Amundi
2.401
JP Morgan AM
10.377
Allianz GI
1.747
Goldman Sachs
5.645
Vanguard
1.661
Legal & General
5.259
Schroders
1.329
GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM NOVEMBRO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS BlackRock
13.623
SEM MONETÁRIOS BlackRock
4.264
Legal & General
6.161
Amundi
2.182
JP Morgan AM
5.778
DWS
1.594
Amundi
5.719
Invesco
1.525
HSBC
5.555
JP Morgan AM
1.369
30 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
HÁ OPORTUNIDADES NA CHINA? 2021 foi um ano desafiante para as ações chinesas que registaram fortes declínios que, a nosso ver, apresentam uma oportunidade de investimento atrativa para investidores de longo prazo. Este recente declínio deveuse principalmente a novas medidas regulamentares em setores como a tecnologia, o imobiliário ou a educação. Todas estas intervenções convergem para o objetivo de prosperidade comum estabelecido por Pequim. Acreditamos que o objetivo é assegurar que o crescimento do país nos próximos anos seja mais inclusivo e sustentável, o que não deve ser prejudicial para a economia, os lucros das empresas ou os mercados bolsistas a longo prazo. Por conseguinte, consideramos que a recente queda das ações chinesas constitui, na verdade, uma oportunidade para os investidores a médio prazo. Hoje, o MSCI China negoceia a um rácio PER futuro de aproximadamente 13x, o que contrasta com 20x para as ações dos EUA. Por conseguinte, as ações chinesas têm avaliações acessíveis. A expansão esperada da economia deverá melhorar significativamente os lucros das empresas nos próximos anos, o que ajudará a impulsionar a subida das ações chinesas.
Market Insights
Developed
UK
6
2.0
2.7
Nov
1.4
May
1.3
Oct
Apr
1.0
Sep
0.9
Aug
1.1
Jul
1.4
Jan
1.5
Feb
1.6
Jun
1.4
Dec
1.1
Mar
Jul
1.4
Aug
Jun
2.2
Nov
May
2.8
Oct
Apr
3.0
Sep
Mar
2021
Jan
2020 Feb
2.7
3.3
3.3
3.4
3.5
3.7
4.3
4.5
1.7
1.9
1.7
1.1
0.3
0.1
0.5
0.7
0.6
0.6
0.5
0.4
0.5
1.0
1.1
1.7
2.5
3.1
3.3
3.4
3.7
3.9
4.6
4.8
Emerging
4.2
4.7
4.4
3.8
3.2
2.6
2.8
2.9
2.8
2.6
2.1
1.7
1.9
1.7
1.9
2.5
2.9
3.5
3.3
3.3
3.3
3.3
3.9
4.1
1.3
1.4
Eurozone France Germany
1.6
1.7
1.5
1.7
Italy Spain Greece Ireland Sweden Switzerland
-0.1
0.5
UK US Japan China Indonesia Korea Taiwan India Brazil Mexico Russia
0.4
0.8
1.1
1.1
1.1
1.2
0.7
1.6
0.8
1.7
1.4
0.2
0.1
0.9 0.4
0.3
0.1
0.4
0.3
0.4
0.9
0.4
0.2
0.6
0.1
0.9
-0.3
-0.2
0.9
-0.3
0.2
-0.1
-0.4
0.0
0.0
0.8
-0.2
-0.5
-1.0
-0.3
0.1
-0.3
0.2
-0.2
0.0
-0.3
-0.3
-0.3
-0.3
0.9 0.8 1.0 0.7
0.9
1.3
0.8
1.6
1.4
1.3
2.0
1.6
1.7
1.0
-0.6
-0.6
-0.9
-0.8
-0.6
0.4
-0.1
1.2
2.0
2.4
-2.3
-2.3
-2.0
-2.1
-2.4
-2.4
-1.9
-2.0
-1.1
-1.2
-0.6
-1.1
-1.2
-1.5
-1.0
-1.0
-0.1
-0.4
0.9
0.7
1.0
0.6
-1.0
-1.3
-1.2
-1.4
-1.1
0.8
0.5
0.6
1.0
0.2
0.5
0.4
0.2
-0.9
0.6
-0.8
0.7
-1.0
0.3
0.6
1.9 -0.6 0.7
0.1
1.8
1.1
2.1
-0.4
1.3 2.5 1.6
2.4
-0.1
0.7
0.6
1.9
2.8
-0.2
0.4
2.3
1.2
-0.7 -2.1
-0.6
0.1
-1.0
1.5
1.9
2.5
1.0
-0.3 -1.9
-0.8
-0.2
-0.4
1.9
1.8
2.0
0.6
-0.9 -0.7
-0.3
0.8
-0.2 1.7
-0.3
-0.7 -0.9
0.5
1.3
0.2 1.8
-0.6
0.1
1.1 1.5
1.3
0.9
0.2
1.1 1.7
1.8
0.3
1.5
0.5
2.1
2.5
2.2
3.0
1.5
3.4
2.4
3.8
1.8
4.9 3.4
4.5
2.9
5.2
3.2
3.9
3.3
4.0
5.4
5.5
1.2
1.9
2.8
4.0
3.0
3.8
5.1
5.4
2.5
0.5
3.0
0.8
2.0
3.2
4.1
2.5
2.2
4.1
2.7
3.9
1.0 2.9 0.7
3.3
0.8
3.2
3.9
1.3
3.1
1.5
4.2
5.1
2.3
2.5
2.3
1.5
0.3
0.1
0.6
1.0
1.3
1.4
1.2
1.2
1.4
1.4
1.7
2.6
4.2
5.0
5.4
5.4
5.3
5.4
6.2
6.8
0.8
0.7
0.4
0.4
0.1
0.1
0.1
0.3
0.2
0.0
-0.4
-0.9
-1.2
-0.7
-0.5
-0.4
-1.1
-0.8
-0.5
-0.3
-0.4
0.2
0.1
0.6
0.5
-0.5
0.2
-0.3
-0.2
0.7
1.5
2.3
4.5
5.4
2.6
2.7
5.2
4.3
3.3
2.4
2.5
2.7
2.0
2.4
1.5
1.7
1.3
1.4
0.4
0.9
1.3
1.1
1.0
0.8
3.0
3.0
2.7
2.2
1.4
1.6
1.7
1.6
1.4
1.4
1.4
1.7
1.3
1.5
1.6
0.7
1.5
1.1
1.0
0.1
-0.3
0.0
0.3
0.7
1.0
0.1
0.6
0.5
0.6
1.1
1.5
2.3
2.6
2.4
2.6
2.6
1.1
1.9
-0.2
0.0
-1.0
-1.2
-0.7
-0.5
-0.3
-0.6
-0.3
0.0
-0.2
0.1
1.4
1.2
2.1
2.4
1.8
1.9
2.3
7.4
7.6
6.6
5.8
7.2
6.3
6.2
6.7
6.7
7.3
7.6
6.9
4.6
4.1
5.0
5.5
4.2
6.3
6.3
5.6
5.3
4.3
4.2
4.0
3.3
2.4
1.9
2.1
2.3
2.4
3.1
3.9
4.3
4.5
4.6
5.2
6.1
6.8
8.1
8.3
9.0
9.7
1.6
1.7
1.7
2.5
3.2
3.7
2.6
2.5
2.8
4.3
4.5
4.9
10.2 10.7 10.7
2.8
3.2
3.7
3.3
2.2
2.8
3.3
3.6
4.1
4.0
4.1
3.3
3.2
3.5
3.8
4.7
6.1
5.9
5.9
5.8
5.6
6.0
6.2
7.4
3.0
2.4
2.3
2.5
3.1
3.0
3.2
3.4
3.6
3.7
4.0
4.4
4.9
5.2
5.7
5.8
5.5
6.0
6.5
6.5
6.7
7.4
8.1
8.4
Source: Bank of Mexico, DGBAS, ECB, Goskomstat of Russia, IBGE, India Ministry of Statistics & Programme Implementation, Japan Ministry of Internal Affairs & Communication, Korean National Statistical Office, National Bureau of Statistics China, ONS, Refinitiv Datastream, Riksbank, Statistics Indonesia, Swiss National Bank, US Federal Reserve, J.P. Morgan Asset Management. Heatmap colours are based on the respective central bank target inflation rates. Blue is below target, white is at target and red is above target. Past performance is not a reliable indicator of current and future results. Guide to the Markets - UK. Data as of 31 December 2021.
G l o b a l i n f l a t i o n ex p e c t a t i o n s Global economy
Simplify the complex with Market Insights
Dec Global Developed
Emerging
6
GTM
Headline inflation
% change year on year 2019
Eurozone
Global economy
Global inflation
GTM
UK
'20
'21
GTM
UK
7
Market-based inflation expectations
Headline inflation
% change year on year
%, 5y5y inflation swap
8
5
Forecast
7
4
6 3
5 4
2
Headline inflation target
3
1
2 1
0
0 -1 -1 -2
'15
'16 US
7
'17 Eurozone
'18
'19
'20
UK
Japan
'21
'22
-2
'23
'15
'16 US
'17
'18
Eurozone
'19
UK
G l o b a l e a r n i n g s ex p e c t a t i o n s a n d e q u i t y v a l u a t i o n s
47
Global forward price-to-earnings ratios
Consensus estimates for global earnings per share growth
Equities
'22
Japan
Source: (Left) Bank of Japan, Bloomberg, BLS, Eurostat, ONS, Refinitiv Datastream, J.P. Morgan Asset Management. Headline inflation is measured using Consumer Price Index (CPI). Japan CPI has been adjusted down by two percentage points from April 2014 to March 2015 to remove the estimated impact of the consumption tax hike over this period. Forecasts are from Bloomberg contributor composite. (Right) Bloomberg, J.P. Morgan Asset Management. 5y5y inflation swap represents the market’s expectation of five-year average inflation, starting in five years’ time. UK 5y5y inflation uses RPI rather than CPI as the reference point, which partly explains why the UK line is significantly above other regions. Strong demand for index-linked Gilts from defined benefit UK pension funds is another factor driving UK inflation expectations higher. Past performance is not a reliable indicator of current and future results. Guide to the Markets - UK. Data as of 31 December 2021.
% change year on year
x, multiple
18
40 80
16
35
14
77
30
12 25 10 20 8 15
6
10
4
5
2 0
47
US Europe UK Japan ex-UK Avg. 2011-2019 2022 2023
EM
0
China
US Europe ex-UK Range since 1990
UK
Japan
EM
Average since 1990
China
Current
Source: (Left) FTSE, IBES, MSCI, Refinitiv Datastream, Standard & Poor’s, TOPIX, J.P. Morgan Asset Management. MSCI indices are used for Europe ex-UK, EM and China. UK is FTSE All-Share, US is S&P 500 and Japan is TOPIX. (Right) IBES, MSCI, Refinitiv Datastream, Standard & Poor’s, J.P. Morgan Asset Management. MSCI indices are used for all regions/countries (due to data availability), except for the US, which is represented by the S&P 500. Range and average for China is since 1996, due to data availability. Past performance is not a reliable indicator of current and future results. Guide to the Markets - UK. Data as of 31 December 2021.
Global e gq ovueitrynsmeecntot rbw on ed igyhiteslds
GTM
UK
69 49
US 10-year Treasury yield breakdown
Nominal Global equity 10-year sector government weights bond yields % of yield total market cap
%
6 30
6
Fixed income Equities
25 20 5 15
5
10
4
45 0
IT
3
US
Health Care Europe ex-UK
Cons. Discr. UK
Financials
Comm. Serv.
Cons. Staples
Energy
Materials
Utilities
2
1
40 35 1 30 25 20 15 0 10 5 -10
3 Industrials
EM
MSCI World Growth and Value sector weights %2of total market cap
0
-1
Health Cons. Serv. '07 '08 IT'09 '10 '11 '12Care '13 '14 '15Discr. '16 '17 Financials '18 '19 '20 Comm. '21 '22 MSCI World MSCI World Value US UK Growth Germany
-2
Industrials Staples Utilities '07 '08 '09 Cons. '10 '11 '12 '13 Energy '14 '15 '16 Materials '17 '18 '19 '20 '21 '22 US 10-year Treasury yield
US 10-year breakeven
US 10-year real yield
69 49
Source: (Top) (All charts) MSCI,Bloomberg, Refinitiv Datastream, J.P. Morgan Standard Asset Management. & Poor’s, J.P.10-year Morganbreakeven Asset Management. represents Indices the difference are all MSCI, in yieldexcept between for nominal US, which andisinflation-protected S&P 500. (Bottom)government MSCI, bonds, Refinitivand Datastream, is a market-based J.P. Morgan measure AssetofManagement. average inflation Realexpectations estate is not over included the next in these 10 years. sectorPast breakdowns performance due to is not the a small reliable sizeindicator of the weight of current in each andindex. futurePast results. Guide performance to the is Markets not a reliable - UK. Data indicator as of of 31 current December and future 2021. results. Guide to the Markets - UK. Data as of 31 December 2021.
F i xe d i n c o m e y i e l d s
GTM
UK
68
Fixed income yields %
Developed market government bonds
8
Convertible bonds
Investment-grade bonds
Emerging market bonds
High yield bonds
6
Fixed income
4
2
0 Return correlation to MSCI ACWI -0.3 -0.1 -0.3 0.1 -0.3
-2
68
0.5
0.6
0.7
0.4
0.5
0.5
0.5
5.2
5.1
7.4
8.6
7.5
8.7
8.6
0.7 0.7 Duration (years) 3.7
4.2
0.7
0.7
0.8
0.8
-0.2 0.5
0.7
0.7
0.4
0.7
4.2
5.7
5.3
4.9
5.4
4.9
8.0
5.2
6.5
G l o b a l go v e r n m e n t b o n d y i e l d s
GTM
UK
69
US 10-year Treasury yield breakdown
Nominal 10-year government bond yields % yield
%
6
6
5
5
Fixed income
9.5
Source: Bloomberg, Bloomberg Barclays, ICE BofA, J.P. Morgan Economic Research, Refinitiv Datastream, J.P. Morgan Asset Management. Return correlation to MSCI AllCountry World Index is calculated using monthly total returns since 2008. Indices used are as follows: Euro IG: Bloomberg Barclays Euro-Aggregate – Corporate; Global IG: Bloomberg Barclays Global Aggregate – Corporate; UK IG: Bloomberg Barclays Sterling Aggregate – Corporate; US IG: Bloomberg Barclays US Aggregate – Corporate; Convertible bonds: Bloomberg Barclays Global Convertible Rate Sensitive hedged to USD; Euro HY: ICE BofA Euro Developed Markets Non-Financial High Yield Constrained Index; Global HY: ICE BofA Global High Yield Index; US HY: ICE BofA US High Yield Constrained Index; EMD corporate: CEMBI Broad Diversified; EMD local: GBI-EM Global Diversified; EMD local – China: JP Morgan GBI-EM Broad Diversified China; EMD sovereign: EMBI Global Diversified; EMD sov. IG: EMBI Global Diversified IG; EMD sov. HY: EMBI Global Diversified HY. Past performance is not a reliable indicator of current and future results. Guide to the Markets - UK. Data as of 31 December 2021.
4
4
3 3 2 2 1 1
0
0
-1
-1
'07 '08 '09 '10 '11 '12 '13 '14 '15 '16 '17 '18 '19 '20 '21 '22 US
UK
-2
'07 '08 '09 '10 '11 '12 '13 '14 '15 '16 '17 '18 '19 '20 '21 '22 US 10-year Treasury yield
Germany
US 10-year breakeven
US 10-year real yield
69
Source: (All charts) Bloomberg, J.P. Morgan Asset Management. 10-year breakeven represents the difference in yield between nominal and inflation-protected government bonds, and is a market-based measure of average inflation expectations over the next 10 years. Past performance is not a reliable indicator of current and future results. Guide to the Markets - UK. Data as of 31 December 2021.
Oil
GTM
UK
76
Crude oil production by country
WTI crude oil price and US rig count USD/barrel (LHS); number of rigs (RHS)
Million barrels per day
160
2,400
140
2,100
120
1,800
100
1,500
80
1,200
60
900
40
600
25
Other assets
20
15
10
5 300
20
0
'07
'09
'11
'13
'15
'17
'19
Oil price
0
'21
0
'07
Oil rigs
'09 US
'11
Russia
'13
'15
Saudi Arabia
'17
'19
'21
Iraq
OPEC (ex-Saudi Arabia & Iraq)
76
Source: (Left) Baker Hughes, Bloomberg, J.P. Morgan Asset Management. (Right) EIA, Refinitiv Datastream, J.P. Morgan Asset Management. Past performance is not a reliable indicator of current and future results. Guide to the Markets - UK. Data as of 31 December 2021.
Commodities
GTM
UK
77
Commodity prices
Real US 10-year Treasury yield vs. gold %, inverted (LHS); $ per Troy ounce (RHS)
Index level, rebased to 100 in Jan 2007
-1.5
2,100
-1.0
1,900
-0.5
1,700
0.0
1,500
0.5
1,300
1.0
1,100
275 250 225 200 175
Other assets
150 125 100 75 50 25 1.5
'12
'13
'14
'15
'16
'17
Real 10-year Treasury yield
77
Visit www.jpmorganassetmanagement.pt
'18
'19
'20
'21 Gold
'22
900
0
'07
'09 Crude oil
'11
'13
Agriculture
'15
'17
Industrial metals
Source: (Left) Refinitiv Datastream, J.P. Morgan Asset Management. Real yield is the US 10-year Treasury inflation-protected security yield. (Right) Bloomberg, J.P. Morgan Asset Management. Industrial metals include aluminium, copper, nickel and zinc. Agriculture includes coffee, corn, soybeans, soybean oil, sugar and wheat. Past performance is not a reliable indicator of current and future results. Guide to the Markets - UK. Data as of 31 December 2021.
'19
'21
Natural gas
TENDÊNCIAS CAPA
por Montserrat Formoso, María Folqué e Miguel Rêgo, CFA
OS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE 2022 A lista de fundos com Rating FundsPeople 2022 é composta por 687 produtos. Analisamos os critérios por detrás do rating.
S
ete anos passaram desde que começámos a calcular o Rating FundsPeople, atribuído àqueles produtos de investimento que atendem a um ou mais destes requisitos: serem eleitos como destacados pelos selecionadores (fundos destacados pelos analistas), contarem com um volume distribuído superior a 100 milhões de euros no mercado (blockbuster ou best-sellers) ou sobressaírem pelo seu desempenho em termos de rentabilidade e risco em relação aos produtos da sua categoria (consistentes). Com dados de final de dezembro de 2021, existem 687 fundos que atendem a pelo menos um dos três critérios, razão pela qual obtêm o Rating FundsPeople. Este ano, este reconhecimento vem com novidades. A primeira já demos a entender nestas primeiras frases: mudámos o nome de Selo para Rating, um termo mais universal. A segunda novidade, e mais relevante, é que adicionamos um nível
32 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
adicional de reconhecimento com a criação do Rating FundsPeople+, que diferencia, da amostra anterior, apenas os fundos que atendem simultaneamente aos três critérios do nosso rating: favoritos, mais vendidos e consistentes. A motivação por detrás da atribuição deste rating plus é ir à essência do nosso rating, ou seja, identificar os produtos que se destacam pelos seus resultados, despertando assim o interesse dos selecionadores de fundos de inves-
INTRODUZIMOS DUAS NOVIDADES SOBRE OS FUNDOS DESTACADOS PELA FUNDSPEOPLE
timento e dos clientes que acabam por investir no veículo. Existem 15 fundos em Portugal que têm a classificação FundsPeople+. Abaixo detalhamos o processo por detrás de cada critério pelo qual o reconhecimento do Rating FundsPeople é alcançado.
METODOLOGIA
Comecemos pelos consistentes. Desde 2015, a equipa de Análise da FundsPeople elabora a lista de fundos que se destacam pelo seu desempenho. O processo de seleção é baseado no nosso próprio modelo quantitativo no qual identificamos os fundos mais consistentes dentro de cada categoria, entendida como a categoria definida pela Morningstar (Morningstar Category). O procedimento é simples. Partimos de todo o universo de fundos registados para comercialização em Portugal com um histórico de retorno de mais de três anos no final de 2021. Eliminamos as categorias de garantidos, mercado
ATÉ 2021
2022 20 22
20 21
20 21
20 21
20 21
20 21
20 21
20 21
20 22
monetário, obrigações de muito curto prazo e retorno objetivo. De cada um dos fundos selecionamos apenas uma classe: a mais antiga de todas as disponíveis. Há um universo próximo de 3.200 produtos dos quais cerca de 2.550 cumprem os critérios para serem incluidos na análise. O que nos interessa é saber como estes fundos se comportaram nos últimos cinco anos com base em duas variáveis: retorno e volatilidade. Então comparamos cada um deles com todos os fundos da categoria a que pertencem e fazêmo-lo através de dois scorecards. No primeiro, usamos dados de rentabilidade e volatilidade em períodos acumulados de três e cinco anos; enquanto, no segundo, os dados referem-se a períodos fechados dos últimos cinco anos civis (2017, 2018, 2019, 2020 e 2021). Em ambos os casos, rentabilidade e volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Cada um dos scorecards dá-nos uma posição dos fundos dentro da sua categoria. O que fazemos é selecionar os fundos que estão posicionados no primeiro quintil em ambos os scorecards. Com base nesta lista, eliminamos os fundos com ativos inferiores a 50 milhões de euros sob gestão (10 milhões de euros nos produtos domésticos) em 31 de dezembro de 2021. O modelo não tem uma intenção preditiva e resulta da experiência acumulada na prática profissional na seleção de fundos da equipa, que se reflete em dois princípios: simplicidade e transparência. Embora existam outras variáveis representativas no comportamento dos fundos, estamos comprometidos com um modelo simples que responde ao que na FundsPeople entendemos por consistência: oferecer um retorno atrativo com volatilidade limitada num período razoável.
AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES SOBRE O RATING FUNDSPEOPLE 1. O QUE É O RATING FUNDSPEOPLE? Uma classificação atribuída a um fundo se ele atender a pelo menos um dos três critérios: ser eleito como destacado pelos analistas, ser blockbuster ou consistente.
é alcançado com base no volume (e entradas líquidas para o fundo em produtos locais); e para ser consistente, um fundo deve destacar-se numa determinada relação riscoretorno de acordo com a nossa metodologia.
2. O QUE É A CLASSIFICAÇÃO FUNDSPEOPLE+? Uma classificação atribuída a um fundo quando atende a todos os três critérios: ser eleito como destacado pelos analistas, ser blockbuster ou consistente.
9. QUAL A CLASSE QUE É UTILIZADA PARA A ANÁLISE DOS CONSISTENTES? O critério de partida utilizado é selecionar a classe de fundo mais antiga registada em cada mercado. É assim que o definimos no Morningstar Direct (Set User Preferences/ User Defined Primary Criteria), que estabelece uma ordem de prioridade de nove critérios, sendo o primeiro a Performance Start Date: Oldest. Esta classe pode não corresponder à Oldest Class na Morningstar, se a mesma não estiver registada no país. Os seguintes critérios de escolha são a classe em euros, de acumulação, investimento institucional e menor custo de comissões de gestão. A análise de risco-retorno é feita ao nível da classe do fundo, mas é o fundo que obtém o Rating FundsPeople.
3. COMO POSSO CONSULTAR A METODOLOGIA UTILIZADA? Pode consultar no nosso website ou em todas as revistas. 4. QUAL A FONTE DOS DADOS? Os dados que suportam a seleção dos fundos destacados e blockbuster internacionais são recolhidos pela FundsPeople; para blockbusters nacionais e fundos consistentes a fonte é a Morningstar. 5. PORQUE É QUE O MEU FUNDO PODE TER UM RATING NUM PAÍS, MAS NÃO NOUTROS? Consideramos o universo de fundos registados para venda em cada país em cada caso, mas usamos de forma diferente: • O critério de favoritos dos analistas é único para todos os países, é mostrado se o fundo estiver registado num mercado. • O critério blockbuster para fundos internacionais é resultado da consulta direta aos responsáveis pelas gestoras internacionais. • O critério de consistência é uma análise puramente quantitativa dos dados de desempenho e risco fornecidos pela Morningstar. Os fundos são comparados com os seus pares registrados em cada país, portanto, as bases de comparação dependem da oferta em cada mercado. 6. QUANDO SÃO REVISTOS OS CRITÉRIOS QUE CONFEREM O RATING? A revisão é realizada anualmente em janeiro com dados de 31 de dezembro. 7. O RATING PODE SER ATUALIZADO CASO O FUNDO TENHA SIDO FUNDIDO OU INCORPORADO NOUTRO? Não, não é possível. 8. COMO POSSO ATINGIR UM DOS TRÊS CRITÉRIOS QUE CONCEDEM O RATING FUNDSPEOPLE? Para ser um favorito, precisa de pelo menos cinco votos de analistas de fundos; o critério de blockbuster
10. É POSSÍVEL ALTERAR A CLASSE DO FUNDO? Em princípio não é possível. Se solicitado pela gestora, teria que ser analisado caso a caso. 11. PORQUE É QUE O MEU FUNDO NÃO ESTÁ LISTADO COMO CONSISTENTE MESMO ESTANDO NO PRIMEIRO QUARTIL DE RETORNO DE ACORDO COM DIFERENTES PROVEDORES? Na nossa metodologia não utilizamos apenas dados de rentabilidade. A volatilidade tem um peso significativo (35%), portanto, se o fundo for mais volátil que a média da sua categoria, pode não ser selecionado de acordo com o nosso sistema. Além disso, escolhemos os fundos do primeiro quintil e utilizamos um scorecard para períodos acumulados e outro para anos individuais. Cada sistema de classificação tem uma metodologia diferente e não tem os mesmos resultados que outros provedores. 13. PORQUE É QUE O MEU FUNDO, EMBORA TENHA ATIVOS DE MAIS DE 100 MILHÕES DE EUROS, NÃO ESTÁ NA LISTA DE BLOCKBUSTERS? Consideramos o universo de fundos registados para venda em cada país. No caso dos fundos internacionais, o reconhecimento de blockbusters é resultado da consulta direta aos responsáveis pelas gestoras internacionais sobre os fundos cujo volume ultrapassa determinado volume. Se não obtivermos uma resposta, não poderemos incluí-los. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 33
TENDÊNCIAS CAPA
APENAS 15 FUNDOS OBTÊM A MÁXIMA DISTINÇÃO DO RATING FUNDSPEOPLE+ FUNDO
CATEGORIA
ENTIDADE GESTORA
BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund
Moderate Allocation
BlackRock
Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe
Long/Short Equity
Eleva Capital
Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection
Europe Equity Large Cap
Eleva Capital
Eurizon Fund - Bond Aggregate RMB
Asia Fixed Income
Eurizon
Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II
Flexible Allocation
Flossbach von Storch
JPMorgan Investment Funds - Global Macro Opportunities Fund
Global Macro
J.P.Morgan AM
Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond
Global Fixed Income
Jupiter AM
Man AHL TargetRisk Fund
Moderate Allocation
Man Group
MFS Meridian Funds - European Value Fund
Europe Equity Large Cap
MFS IM
MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund
Moderate Allocation
MFS IM
Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund
Global Equity Large Cap
Morgan Stanley IM
PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund
Flexible Allocation
PIMCO
PIMCO GIS Income Fund
Global Fixed Income
PIMCO
Robeco Global Consumer Trends
Global Equity Large Cap
Robeco
Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond
Europe Fixed Income
Schroders
Fonte: elaboração própria. Categoria Global, Morningstar Direct.
ESTE ANO, UM TOTAL DE 687 PRODUTOS CONTAM COM O RATING FUNDSPEOPLE 2022. DESTES, HÁ 15 FUNDOS QUE SÃO DISTINGUIDOS COM O RATING FUNDSPEOPLE+ Na análise realizada com os resultados em 31 de dezembro de 2021, foram identificados 274 produtos registados no mercado português que atendem ao requisito de consistência, o que equivale a 10,7% da oferta sobre a qual aplicamos o filtro. Se compararmos os dados com o ano anterior, em que tivemos 214 fundos consistentes, 131 conseguem novamente destacar-se pelos resultados, ou seja, 61% da lista mantém a sua condição de consistente.
DESTAQUE DOS ANALISTAS
O critério dos destacados pelos analistas é resultado da eleição de analistas de fundos de Portugal, Espanha e 34 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Itália. Há sete anos que perguntamos aos selecionadores de fundos nestes três países quais são seus produtos destacados. A cada analista é solicitado uma lista de, no máximo, 10 fundos, sendo que o número de produtos selecionados varia. Em 2022, mais de 100 selecionadores de 89 entidades votaram em 554 fundos diferentes, dos quais 34 obtiveram os cinco votos necessários para serem favoritos. Destes 34 fundos, 16 foram votados nos três países, 14 em dois países e quatro em um. Por categoria geral, as ações têm o maior número de favoritos, com 17 fundos e 51% dos votos dos favoritos, seguidas pelas
obrigações, com seis fundos e 23% dos votos. As categorias de multiativos e alternativos têm seis e cinco fundos e 15% e 11% dos votos, respetivamente. 18 dos fundos destacados em 2021 repetem-se em 2022.
O CLIENTE DECIDE
Definimos como fundos blockbuster aqueles produtos que em 31 de dezembro de 2021 tinham um volume significativo de ativos na Península Ibérica. Para esta classificação, um fundo deve ter um volume mínimo de ativos no mercado ibérico de 100 milhões de euros. Por outro lado, para os fundos de gestão portuguesa consideramos um volume mínimo de ativos sob gestão de 50 milhões de euros e exigimos que tenham acumulado fluxos líquidos positivos ao longo de três anos representativos de mais de 25% da sua carteira no final de 2021. Há 493 fundos que cumprem estes critérios e destes, 45 são de gestão nacional. Como no cálculo dos fundos consistentes, deixamos de fora da análise as categorias garantidos, mercado
20 22
QUATRO PASSOS PARA CALCULAR OS CONSISTENTES FUNDSPEOPLE Eliminamos os fundos sem dados de rentabilidade a três anos (a dezembro de 2021)
Eliminamos os fundos garantidos, de mercado monetário, ultra short-term bond e rentabilidade objetivo
+3.000
Limpamos o universo total de fundos registados em Portugal
1
Universo de fundos registados no mercado português
2.550
Universo de fundos sobre o qual é realizada a análise
Comparamos cada um dos 2.550 fundos com todos os da sua categoria Morningstar por rentabilidade e risco em dois períodos distintos
2
Prioridade ao selecionar a classe do fundo: classe mais antiga disponível para comercialização em Portugal
65%
Rentabilidade
3
35%
O resultado é um ranking de cada um dos dois períodos
Volatilidade
Ranking com dados em períodos acumulados a três anos e cinco anos
4
Fundos no primeiro quintil
C
Fundos no primeiro quintil
Ranking com dados de anos individuais 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021
Os fundos consistentes são os que coincidem no primeiro quintil dos dois rankings
274
10,7% do nosso universo de 2.550 fundos é consistente
CONSISTENTES JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 35
P
AR
P
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TNE R
TENDÊNCIAS CAPA
AR
TNE
A OPINIÃO DE
RANKING POR GESTORAS
MÁRIO PIRES Diretor de clientes institucionais e do mercado português, Schroders
Classificação por número de fundos que têm o Rating FundsPeople 2022 JPMORGAN AM
44
BLACKROCK
31
SCHRODERS
29
PICTET AM
26
FIDELITY
23
FRANKLIN TEMPLETON
21
AMUNDI
20
ROBECO
20
ALLIANZ GLOBAL INVESTORS
19
GOLDMAN SACHS AM
19
MORGAN STANLEY IM
18
AXA IM
16
CANDRIAM
15
JANUS HENDERSON
15
NORDEA AM
14
BNP PARIBAS AM
12
DWS
12
MFS IM
12
T. ROWE PRICE
12
ABRDN
11
PIMCO
11
ALLIANCEBERNSTEIN
10
BLUEBAY
10
INVESCO
10
M&G
10
VANGUARD
10
OBRIGAÇÕES GLOBAIS: TRÊS IMPLICAÇÕES PARA O INVESTIMENTO
Fonte: Elaboração própria. Entidades gestoras com 10 ou mais fundos classificados com o Rating FundsPeople 2022
monetário, obrigações de muito curto prazo e retorno objetivo. Por entidades, aquelas que têm o maior número de produtos destacados pelo Rating FundsPeople 2022 em Portugal são as listadas no gráfico acima.
FUNDSPEOPLE+
A principal novidade do nosso rating é a criação do Rating FundsPeople+. Como antecipamos no início do texto, este ano há 15 fundos que atendem, em 36 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
simultâneo, aos três critérios estabelecidos para serem reconhecidos pela FundsPeople. Estes produtos equivalem aos fundos ABC pela classificação anterior; uma amostra reduzida que destaca os fundos com comportamento consistente em termos de rentabilidade e risco que, por isso, conquistaram o apoio do investidor final e os votos dos analistas como fundos destacados do ano. Passado, presente e futuro. Um futuro que será revisto no próximo ano.
O aumento da inflação, para níveis que não eram registados há vários anos, foi um dos desafios de 2021 e os bancos centrais têm mostrado empenho em atuar para que o desafio não se converta em ameaça. Na Schroders, identificamos, para já, três implicações claras para o investimento: 1. A conjugação entre um menor crescimento global (ainda assim, robusto em termos absolutos) e uma política mais agressiva pela Fed americana deve achatar mais as curvas e apoiar a força do dólar face a outras moedas; 2. Em alguns mercados emergentes, nos quais a normalização da política monetária está perto do fim, as obrigações em moeda local podem ser uma oportunidade, em particular neste trimestre inicial de 2022; 3. As perspetivas relativas a ativos de risco mais elevado, como é o crédito, tornam-se menos atrativas do que em 2021, na medida em que os bancos centrais estão mais atentos aos riscos da inflação e o pico de crescimento deste ciclo já terá sido atingido. Sem uma desaceleração mais acentuada no crescimento é, no entanto, precoce assumir uma postura negativa face a estes ativos. De qualquer modo, o contexto macroeconómico, que se move para uma dinâmica típica de meio de ciclo, é menos favorável ao beta global e, na nossa visão, o aumento da volatilidade causado pela ação dos bancos centrais e mercados de títulos deverá ter impacto nas classes de ativos com maior risco, o que pode significar novas oportunidades, mas exigirá muita paciência.
TENDÊNCIAS NEGÓCIO por Margarida Pinto
EXPLO NA ATIVIDADE NACIONAL Mais fundos, mais entidades, mais ativos sob gestão. Os últimos três anos foram de um intenso dinamismo para a gestão de ativos nacional, em particular para os fundos mobiliários. Mas foi 2021 que marcou verdadeiramente um ritmo sem igual de novidades.
38 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
SÓ EM 2021, FORAM LANÇADOS 12 NOVOS FUNDOS MOBILIÁRIOS
OSÃO U
m ou dois meses depois de a pandemia ter eclodido, parecia óbvio que o crescimento das economias iria abrandar. Ficava claro que muitos negócios estariam condenados a desaparecer, enquanto outros tantos teriam de se reinventar. Na gestão de ativos nacional, março de 2020 marcou um revés no bom ritmo de crescimento dos ativos sob gestão dos vários segmentos. No entanto, foi um percalço breve. Aliás, foi mesmo um impulso gigante para o que estaria para vir. 2019 já tinha marcado uma tónica extremamente positiva para o mercado de gestão de ativos. Surgia uma nova gestora de ativos (a Sixty Degrees), uma sociedade de consultoria para investimento (a Lisbon Family Office)
e a Golden concretizava a compra da gestora de fundos de pensões SGF. De Braga, chegava a boa nova de que a Casa de Investimentos tinha agora a licença para gerir fundos mobiliários. Novidades salpicadas aqui e ali por alguns fundos mobiliários novos no mercado, durante esse ano. A pandemia trouxe, de facto, uma travagem brusca no crescimento dos ativos. Nos fundos mobiliários, por exemplo, março de 2020 representou uma queda superior a 11% do património. Mas a indústria recompôs-se pouco a pouco – ou talvez a palavra mais indicada seja rapidamente. A rápida retoma dos mercados acionistas contribuiu certamente para essa recuperação, e porventura a poupança acumulada foi outro dos fatores de crescimento de pro-
dutos fora de balanço nas instituições bancárias, desde o início da pandemia. Ainda nesse ano, a GFM transformava-se na GFM Gestão de Ativos e nascia a Carregosa SGOIC e a BIZ Capital. Finalmente, em 2021, é dada a autorização de arranque da entidade gestora do Haitong Bank, a Haitong Asset Management.
ADVENTO DOS PPR/OICVM
Capitalizando neste balanço dado pela conjuntura, em Portugal os players foram ambiciosos de 2020 em diante, e assistimos ao nascimento de novos produtos, mas também de novas entidades. Como referido, em 2020 a BIZ Capital aparecia no mercado, transferindo algumas das suas valências já execuJANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 39
TENDÊNCIAS NEGÓCIO
EVOLUÇÃO DO MERCADO NACIONAL NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS NEGÓCIO
NASCIMENTO DA LISBON FAMILY OFFICE
GOLDEN COMPRA SGF
NASCE A SIXTY DEGREES
JANEIRO DE 2019
CASA DE INVESTIMENTOS COM LICENÇA DE FUNDOS MOBILIÁRIOS
NASCE A BIZ CAPITAL
NASCE A CARREGOSA SGOIC NASCE A GFM GESTÃO DE ATIVOS
JANEIRO DE 2020
SAM CARTEIRAS CONSERVADOR
• NB CONSERVADOR • NB EQUILIBRADO • NB DINÂMICO
SIXTY DEGREES PPR/OICVM FLEXÍVEL
JANEIRO DE 2021 IMGA MONEY MARKET USD
BIZ EUROPA BULL
• BIZ EUROPA BEAR • SMART INVEST PPR/OICVM
CASA GLOBAL VALUE PPR/ OICVM
NOVOS FUNDOS MOBILIÁRIOS Fonte: elaboração própria
+ EM FUNDSPEOPLE.COM/PT
Conheça as entidades gestoras nacionais que mais dinheiro captaram em 2021 https://bit.ly/3KEtyPn
40 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
tadas na gestão de patrimónios - como a inteligência artificial - para os fundos mobiliários que foram nascendo. Trouxe para o mercado três produtos, um deles PPR/OICVM. Mas não foram os únicos... de longe. Desde 2019 que o mercado assistiu ao nascimento de, pelo menos, mais seis fundos que pertencem a esta tipologia, como visível na figura acima. A Bankinter Gestión de Activos - sucursal em Portugal, a Sixty Degrees, a Casa de Investimentos e a Optimize Investment Partners protagonizaram a criação destes produtos. Precisamente a Optimize Invesment Partners foi uma das entidades mais ativas nos últimos tempos. Reformulou a sua gama de fundos transferindo três produtos para o Luxem-
P
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A OPINIÃO DE JUÁN CARLOS DOMÍNGUEZ Managing director, AXA IM
INVESTIR EM SOCIMI A NÍVEL GLOBAL NASCE A GESTORA DO HAITONG BANK
BMO DEIXA DE GERIR AS CARTEIRAS DA AGEAS
DEZEMBRO DE 2021
• BIZ EUROPA PPR • BISON CHINA FLEXIBLE BOND FUND SANTANDER MULTIESTRATÉGIA
• OPTIMIZE LFO PPR/OICVM • OPTIMIZE LFO RISE US EQUITIES • OPTIMIZE DISRUPTION FUND
• BANKINTER TT PPR/OICVM • SIXTY DEGREES PPR/OICVM FLEXÍBEL SIXTY DEGREES AÇÕES PORTUGAL
burgo, mas no final de 2021 deu ainda mais que falar. Lançou três fundos de investimento, dois deles com o advisory da sociedade de consultoria para investimento Lisbon Family Office. Mesmo a fechar 2021, esta mesma sociedade gestora protagonizou outro movimento, ao lançar um fundo que se dedica ao investimento em ações de bolsa portuguesa, e capitalizando assim no regime de vistos Gold disponível atualmente. Mas não foi a única. A Sixty Degrees também em outubro lançava um produto gerido com foco nas ações nacionais, complementando a sua oferta. De facto, 2021 foi o ano de verdadeira explosão de atividade. Pelo menos mais 12 fundos mobiliários chegaram ao mercado, e entraram em atividade as gestoras que tinham nascido no tér-
OPTIMIZE PORTUGAL GLOBAL OPPORTUNITIES
mino de 2020. O ano terminou muito próximo dos 20 mil milhões de euros de ativos geridos em fundos mobiliários portugueses, longe dos cerca de 10 mil milhões que o mercado apresentava no fecho de 2018. Embora as valorizações de mercado tenham ajudado, o dinheiro novo que entrou nos produtos tem sido um grande motor da indústria. Só no último ano, os fundos mobiliários nacionais captaram quase 5 mil milhões de euros. Posto isto, o futuro parece brilhante para a indústria de gestão de ativos nacional, pelo menos no que aos fundos mobiliários respeita. Não sabemos que rumo trará 2022, mas a marca de dinamismo imprimida nos últimos tempos deixa-nos ansiosos por mais e melhor.
Em Espanha a regulação das SOCIMI funciona há 11 anos, enquanto em Portugal as SIGI entraram no mercado em 2019. Em Espanha, neste tempo o mercado desenvolveu-se com dinamismo. Existem cerca de 80 SOCIMI cotadas, das quais duas estão no IBEX 35. A situação é promissora e confirma a necessidade que exista um veículo eficiente para canalizar investimentos para o mercado imobiliário. Com este artigo queremos sublinhar que nos parece mais interessante investir a nível global em SOCIMI ou REIT. Razões há muitas, para começar, ampliamos o universo de investimento – há 38 países com este tipo de veículo –, e é um setor que representa 3% da capitalização bolsista mundial. Há por onde escolher. Outra razão é que os ativos das SOCIMI em Espanha que mais pesam são escritórios e centros comerciais. Se compararmos com outros mercados mais desenvolvidos, como os EUA, aí os ativos chamados alternativos - torres de telecomunicações, centros de processo de dados, logística etc. - pesam mais de 60% do total dos ativos subjacentes. Em resumo, alcance global e gestão ativa, é o que propomos com o nosso fundo AXA Global Flexible Property, como forma de apostar num mercado que nos parece muito interessante no momento atual. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 41
TENDÊNCIAS GESTÃO
por Roberto Carcache e Abraham Hernandez
PORTEFÓLIOS
MRP Incorporar elementos relacionados com a ruína na Teoria Moderna do Portefólio pode ser uma nova forma de abordar os portefólios, mas acima de tudo de medir o risco de incorrer em perdas significativas para os investidores.
A
hipótese fundamental da Teoria Moderna do Portefólio (MPT) é que os investidores consideram os retornos esperados uma coisa desejável, enquanto que a variação dos retornos se trata de algo indesejável (Markowitz (1952). Essa teoria leva ao conceito de portefólios eficientes, que oferecem mais retornos com menos variância do que
42 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
outros portefólios disponíveis. A escolha ideal desses portfólios eficientes depende da vontade ou capacidade de um investidor de assumir riscos. Esta preferência de risco é tradicionalmente quantificada por meio de curvas de utilidade, que nem sempre são fiáveis quando utilizadas na prática. Assim, propomos uma nova abordagem que incorpora elementos relacionados com a ruína no MPT. Definimos o
UMA NOVA MANEIRA DE MEDIR O RISCO DO PORTEFÓLIO portfólio de probabilidade mínima de ruína (MRP) como aquele que é eficiente na média-variância, minimizando ao mesmo tempo uma nova medida de risco para os investidores que não requer pressupostos relacionados com a utilidade. O nosso modelo inspira-se no modelo clássico de Crámer-Lundberg, e aplicações recentes da teoria da ruína para a gestão de ativos, como Sherris (1993) e Devolder & Tassa (2016).
PROPÕEM-SE UMA NOVA ABORDAGEM QUE INCORPORA ELEMENTOS RELACIONADOS COM A RUÍNA NA TEORIA MODERNA DO PORTEFÓLIO
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 43
TENDÊNCIAS GESTÃO
RESULTADOS PARA CABAZ DE ATIVOS OBTIDOS A PARTIR DO MODELO
FRONTEIRA EFICIENTE MRP 0,30
MIN VAR HRP INGÉNUO
RENTABILIDADE ANUAL ESPERADA
MAX SHARPE
0,25
0,20
0,15
0,10 0,200
0,225
0,25
0,275
0,300
0,325
0,350
0,375
0,400
VOLATILIDADE ANUAL ESPERADA
Fonte: Elaboração própria
OS PORTEFÓLIOS MRP NÃO APRESENTARAM A MENOR VARIÂNCIA, PELO MENOS PARA OS DIFERENTES ATIVOS MODELADOS 44 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
O que diferencia o nosso modelo dessas aplicações é que usamos simulações com cópula que consideram dependências não lineares entre ativos, e incluem distribuições com fat tails para modelar os retornos de um ativo individual. O modelo começa por estimar os pesos para um número pré-determinado de portefólios ao longo da f ronteira ficiente. Adicionalmente, os pesos dos portefólios são obtidos com um otimizador alternativo, o método Hierarchical Risk Parity desenvolvido por López de Prado (2016). Isto foi feito para verificar se o MRP poderia ser obtido com métodos de otimização alternativos ao MPT. Um portefólio ingénuo com pesos iguais também é incluído na análise como uma forma adicional de medir o desempenho do nosso modelo. Uma vez que os portfólios são estimados, o nosso modelo simula as trajetórias diárias de retorno dos ativos
usando cópulas e distribuições marginais paramétricas. A simulação acumula o valor de um fundo ao longo do tempo (Ft) composto pelos pesos dos ativos de um determinado portefólio. Cada interação é programada para quebrar se Ft desce de um limiar acumulado, que chamamos o nível de ruína (b). Formalmente, definimos este resultado de ruína para um portfólio (pi) como a variável aleatória Tpi que assume o valor de 1 para o (t ≥1∶ Ft < Ft × b) . Na simulação de base, βb=0.70, o que significa que Tpi =1 para o primeiro dia em que o fundo perde 30% do seu valor durante um ano. Se isso não acontece na iteração, Tpi=0. É importante notar que a variável Tpi representa apenas uma iteração do desenvolvimento simulado de um portefólio. Definimos a probabilidade estimada de ruína (ψpi) como a média de
P
AR
P
R
TNE R
AR
TNE
A OPINIÃO DE DIOGO GOMES Senior CRM, UBS AM Iberia
ÁSIA EM 60 SEGUNDOS
0,20
PROBABILIDADE DE RUÍNA (BETA= 70)
0,18 0,16 014 0,12 0,10 0,08 0,06 0,04 0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
RENTABILIDADE ANUAL ESPERADA
Tpi para todas as iterações. O portefólio MRP é aquele com a menor probabilidade estimada de ruína. Ist o será ilustrado com o seguinte exemplo. Suponha que temos um fundo que inclui cinco ações dos EUA: AAPL, BA, IBM, MU e WMT. Queremos encontrar uma combinação de pesos de ativos que sejam eficientes na média-variância e minimizem a probabilidade de perder 30% do nosso investimento durante um ano. O primeiro gráfico mostra os resultados para este cabaz de ativos obtidos com o nosso modelo, destacando a localização do MRP e outros portefólio importantes no espaço de média-variância: O gráfico mostra que o MRP está localizado ao longo da Fronteira Eficiente e está localizado entre os portefólios Max-Sharpe e variância mínima (Min Var). Isto demonstra a relação complexa entre a volatilidade
e os retornos que minimizam a probabilidade de ruína. Outra maneira interessante de visualizar os resultados para este exemplo é traçar a curva de probabilidade de ruína por rendimentos anuais esperados: O segundo gráfico ilustra como os rendimentos esperados mais altos não significam necessariamente maiores probabilidades de ruína. Parece haver um intervalo de baixas probabilidades de ruína para rendimentos esperados de 10%-17%. Em conclusão, constatamos que os portefólios MRP não apresentaram a menor variância, pelo menos para os diferentes ativos modelados. Pelo contrário, a probabilidade de ruína é baixa de forma consistente para um determinado intervalo de retornos esperados. Portanto, os portfólios MRP são uma nova forma de medir o risco de incorrer em perdas significativas para os investidores.
Embora grande parte da Ásia se classifique como em desenvolvimento, a verdade é que a região tem recuperado muito rapidamente face aos mercados ocidentais e nos últimos 20 anos assumiu a liderança em setores fundamentais da economia global. Esta tendência deverá perdurar, o crescimento do PIB na Ásia é muito maior face aos EUA e à Europa, e dado que o crescimento populacional também o é, esta diferença deverá alargar-se ainda mais no futuro. Mas também é relevante a qualidade do crescimento. Enquanto as classes médias se encontram estagnadas nos EUA e na Europa, a Ásia tem uma classe média em ascensão que sustenta o aumento de uma procura cada vez mais sofisticada. O investimento em research e desenvolvimento e o registo de novas patentes na Ásia ultrapassou os EUA e a Europa. Estas tendências constroem as bases do crescimento económico futuro, dos avanços tecnológicos e das novas oportunidades de investimento. Atualmente, as valorizações das ações asiáticas estão abaixo da sua média histórica, e em termos relativos, muito mais atrativas de que no resto dos mercados. Recentemente houve uma grande divergência no comportamento entre os diferentes mercados asiáticos, enquanto a China teve um mau desempenho em 2021, essencialmente relacionado com temas regulatórios, outros países asiáticos destacaram-se positivamente. Atualmente preferimos ações asiáticas, particularmente Índia, Indonésia e Taiwan, e no segmento obrigacionista, consideramos que o High Yield asiático oferece umas valorizações muito interessantes. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 45
TENDÊNCIAS GESTÃO por Samuel Capucho
FUNDOS DE AÇÕES GLOBAIS ARTIGO 8 E ARTIGO 6
O QUE OS UNE E OS SEPARA?
H
Está prestes a completar um ano desde que foi lançado na Europa um dos regulamentos que mais transformou e continuará a transformar a indústria de gestão de ativos: o SFDR. Mas que semelhanças e diferenças haverá entre as carteiras dos fundos de ações globais do artigo 8 e artigo 6?
DIAGEO
CARREFOUR
MONDELEZ INTERNATIONAL
TARGET CORP
COSTCO WHOLESALE
UNILEVER
PHILIP MORRIS INTERNATIONAL
COLGATE-PALMOLIVE
BROWN–FORMAN
PEPSICO
NESTLE
PROCTER & GAMBLE
L'OREAL
THE ESTEE LAUDER COMPANIES
SEDA DE BARCELONA
BMW
MOHAWK INDUSTRIES
PULTEGROUP
PORSCHE SE
VOLKSWAGEN
GENERAL MOTORS
DAIMLER
ADVANCE AUTO PARTS
D.R. HORTON
WHIRLPOOL
TESLA
LENNAR
LOWE'S COMPANIES
CROWN HOLDINGS
MARRIOTT INTERNATIONAL
KERING
DARDEN RESTAURANTS
TAPESTRY
CONSUMO DEFENSIVO
STELLANTIS
TECHNOGYM
SMURFIT KAPPA
BOOKING HOLDINGS
INDUSTRIA DE DISENO TEXTIL
AMAZON
THE HOME DEPOT
NIKE
EMPRESA Artigo 6
BPI Ações Mundiais Caixa Ações Líderes Globais NB Momentum Sustentável IMGA Global Equities Selection BPI GIF Opportunities
LVMH
CONSUMO CÍCLICO
TÍTULOS INDIVIDUAIS, POR SETORES, NAS CARTEIRAS DOS FUNDOS
Artigo 8
á apenas dez meses foi aprovado na Europa um dos regulamentos que mais transformou e continuará a transformar a indústria de gestão de ativos em geral. Desde março de 2021, com a introdução da EU Sustainable Finance Disclosures Regulation (SFDR), que os gestores têm vindo a adaptar a sua gama de fundos à nomenclatura contida no Regulamento (artigos 6, 8 e 9), depen-
P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P
46 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
FREQUÊNCIA MÉDIA DE TÍTULOS DE CADA SETOR CONSOANTE ARTIGO 8 OU 6 DA SFDR ARTIGO 8
dendo se o produto de investimento é mais ou menos sustentável. Consequentemente, a distinção entre fundos incluídos (ou não) nestes artigos está na ordem do dia. No que toca aos fundos classificados com artigo 6, estes são caraterizados como produtos que não adotam qualquer integração de sustentabilidade. Já os fundos artigo 8, onde se insere grande parte do mercado, devem cumprir certos requisitos, tais como: deter proporção mínima de investimento em empresas que tenham objetivos sustentáveis; uma proporção mínima da carteira em investimentos alinhados com a taxonomia; e integrar os principais indicadores de impacto adverso (PIIA). A análise que fazemos agora passa por identificar as diferenças (e as semelhanças) nas carteiras de cinco fundos de ações de gestão nacional, que se focam num universo de investimento global, classificados como pertencentes ao artigo 8 ou artigo 6, de acordo com os dados da Morningstar e das próprias entidades gestoras. São considerados os dados das carteiras à data mais recente dos fundos BPI Ações Mundiais, Caixa Ações Líderes Globais e NB Momentum Susten-
ARTIGO 6
P P
P P P P P P P P P P P
P P P P P P P P P P P
Consumo defensivo
10 Tecnologia
Energia
5 0
Serviços financeiros
Indústria
Serviços de comunicação
Materiais básicos Saúde
Fonte: Morningstar Direct. 20 de janeiro de 2022
tável – classificados com artigo 8 – e do IMGA Global Equities Selection e BPI GIF Opportunities – que estão classificados com artigo 6. Foram considerados apenas os fundos que investem diretamente em ações, excluindo os fundos de fundos.
TIRAR AS MEDIDAS
Ao observarmos a composição setorial destes fundos, uma das ideias a destacar é o peso do setor tecnológico em praticamente todas as carteiras. Um
setor privilegiado hoje em dia mesmo em fundos com um enfoque geográfico global. É mesmo o setor preferido dos gestores que gerem os três fundos artigo 8, pelo número de vezes que aparece. Entre as empresas tecnológicas mais eleitas pelos responsáveis destas estratégias estão a Microsoft e a Apple, com presença nas carteiras dos cinco fundos. Mas para além do setor tecnológico, a saúde e os serviços financeiros acabam por ter uma presença significativa, em termos do número de vezes
P P P P P
P P P P P P P P P P
CVS HEALTH
DIASORIN
PFIZER
SANOFI
JOHNSON & JOHNSON
COLOPLAST
CSL
ROCHE HOLDING
INTUITIVE SURGICAL
ELI LILLY AND CO
EDWARDS LIFESCIENCES
METTLER-TOLEDO
IDEXX LABORATORIES
NOVO NORDISK
HOYA CORP
ZOETIS
RIO TINTO
COVESTRO
SAÚDE
UPM
NORSK HYDRO
CELANESE CORP
AIR LIQUIDE
ALBEMARLE
CRH
LYONDELLBASELL INDUSTRIES
BHP
BASF
SKANSKA
BOUYGUES
GENERAL ELECTRIC
JACOBS ENGINEERING GROUP
LOCKHEED MARTIN
OLD DOMINION FREIGHT LINE
ROBERT HALF INTERNATIONAL
CUMMINS
SIEMENS
VINCI
COMPAGNIE DE SAINT-GOBAIN
MATERIAIS BÁSICOS
EATON CORP
UNITED PARCEL SERVICE
3M
AUTOMATIC DATA PROCESSING
COPART
FASTENAL
EOG RESOURCES
EXXON MOBIL
CHEVRON
TOTALENERGIES
KONINKLIJKE AHOLD DELHAIZE
BUNZL
TYSON FOODS
ORKLA ASA
ARCHER-DANIELS MIDLAND
WALMART
DOLLAR GENERAL
COCA-COLA
COCA-COLA EUROPACIFIC PARTNERS
P
20 15
ENERGIA INDÚSTRIA
P
Consumo cíclico
25 Utilities
P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 47
TENDÊNCIAS GESTÃO
THE HARTFORD
UBS
BNP PARIBAS
UNICREDIT
PNC FINANCIAL SERVICES
BANCA MEDIOLANUM
NN GROUP
BANK OF AMERICA
JPMORGAN
BANCO BILBAO VIZCAYA ARGENTARIA
METLIFE
PAYPAL
VISA
MASTERCARD
MSCI
S&P GLOBAL
MOODY'S CORPORATION
TELEFONICA
COMCAST CORP
UNIVERSAL MUSIC GROUP
OMNICOM GROUP
DISCOVERY
FOX CORP
VIVENDI
VERIZON COMMUNICATIONS
THE WALT DISNEY
NETFLIX
META PLATFORMS
UNIVERSAL HEALTH SERVICES
BIOGEN
ALIGN TECHNOLOGY
WEST PHARMACEUTICAL SERVICES
REGENERON PHARMACEUTICALS
STERIS
CIGNA
QUEST DIAGNOSTICS
UNITEDHEALTH GROUP
ANTHEM
MERCK & CO
AGILENT TECHNOLOGIES
ENDESA
VISTRA
CORP. ACCIONA ENERGIAS RENOVABLES
IBERDROLA
ENEL
HEWLETT PACKARD ENTERPRISE
CAPGEMINI
NXP SEMICONDUCTORS
SEAGATE TECHNOLOGY
UTILITIES
APPLIED MATERIALS
QUALCOMM
HP
NVIDIA
PALO ALTO NETWORKS
MICRON TECHNOLOGY
EMPRESA Artigo 6
INFINEON TECHNOLOGIES
TECNOLOGIA
Artigo 8
SERVIÇOS FINANCEIROS
P P P P P P P P BPI Ações Mundiais P P Caixa Ações Líderes Globais P P P P P P P P P P P P P P P P P NB Momentum Sustentável P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P IMGA Global Equities Selection P P P P P P P BPI GIF Opportunities
GREENVOLT
Artigo 6
THERMO FISHER SCIENTIFIC
EMPRESA Artigo 8
ALPHABET
SERVIÇOS COMUNICAÇÃO
SAÚDE
BPI Ações Mundiais Caixa Ações Líderes Globais P P P P P P P NB Momentum Sustentável P P P P P P P P P P P IMGA Global Equities Selection BPI GIF Opportunities
APRESENTAMOS QUE TIPO DE EMPRESAS SE ENCAIXAM NOS PORTEFÓLIOS DOS DIFERENTES FUNDOS, NESTA FASE DE IMPLEMENTAÇÃO DA REGULAMENTAÇÃO
Fonte: Morningstar Direct. Dados de carteiras mais recentes disponíveis em 20 de janeiro de 2022.
que se repetem, nas carteiras. Contudo, no caso destes dois setores, há uma maior preponderância nos portefólios dos fundos que não estão classificados com artigo 8. No setor da saúde, por exemplo, a Novo Nordisk A/S e a Roche Holding foram escolhidas para integrar a carteira de quatro dos cinco fundos em análise. O IMGA Global Equities Selection é o que acaba por ter uma presença significativa do setor dos serviços finan48 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
ceiros, em termos do número de empresas que constam no seu portefólio. São 21 empresas no total, sendo que 17 destas não fazem parte das carteiras dos fundos classificados com artigo 8. Relativamente a este setor, a escolha mais consensual entre os gestores é a empresa Visa, que consta nas cinco carteiras dos fundos em análise. Adicionalmente, setores que habitualmente são mais excluídos pelos gestores de fundos sustentáveis, como
o da energia, materiais básicos ou utilities, não têm uma presença significativa nas carteiras destes fundos. Aliás, o BPI GIF Opportunities e o BPI Ações Mundiais não detêm efetivamente nenhuma exposição a estes setores. De facto, no setor energético, fazem apenas parte das escolhas dos gestores quatro empresas, o que faz deste o setor com menor preponderância em fundos classificados com artigo 8. A TotalEnergies, a Chevron Corp e a Exxon
P
AR
P
R
TNE R
AR
TNE
A OPINIÃO DE ANA CARRISSO Senior Sales Manager, Fidelity International TECNOLOGIA
DASSAULT SYSTEMES
FIRST SOLAR
SAMSUNG ELECTRONICS
CISCO SYSTEMS
LAM RESEARCH
KEYENCE CORP
TEXAS INSTRUMENTS
CADENCE DESIGN SYSTEMS
ACCENTURE
CAMINHOS DIFERENTES
Não é por constar um determinado título em carteira em detrimento de outro que um fundo pode ou não ser classificado com artigo 6, 8 ou 9. Neste campo, as diferenças de classificação das duas mais respeitadas
FORTIVE
ADYEN
CORNING
NEXI
INTEL
LOGITECH
AMPHENOL
ADOBE
ASML
Mobil Corp são exemplos de empresas do setor energético que fazem parte das carteiras dos fundos que estão incluídos no artigo 8. Já no setor dos materiais básicos, não há nenhuma empresa que conste tanto nas carteiras dos fundos artigo 8 como artigo 6. Além disso, mesmo nos fundos classificados como mais sustentáveis, não há sobreposição da mesma empresa nas diferentes carteiras. O setor das utilities, por sua vez, também tem uma pequena preponderância nos portefólios destes cinco produtos e, à semelhança do que ocorria com o setor dos materiais básicos, não há nenhuma sobreposição de empresas selecionadas pelos gestores entre fundos classificados no artigo 8 e artigo 6. De facto, os únicos fundos com exposição a este setor são o NB Momentum Sustentável e o IMGA Global Equities Selection.
KLA
APPLE
INTUIT
ALLIANZ
MUNICH RE
AXA
P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P
CINCINNATI
P P P P P
EQUITABLE
P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P
ALLY
MICROSOFT
GROUPE BRUXELLES LAMBERT SA
ASSICURAZIONI GENERALI
SEI INVESTMENTS
BANCO SANTANDER
CAPITAL ONE
FIDELITY NATIONAL FINANCIAL
PRINCIPAL FINANCIAL
BERKSHIRE HATHAWAY
HUNTINGTON BANCSHARES
AMERICAN FINANCIAL GROUP
CUIDADOS DE SAÚDE NUMA ERA PÓS-COVID
empresas que fornecem scores ESG é relevante, como se pode ver no caso de grandes empresas que têm bons scores atribuídos pela MSCI e maus scores dados pela Sustainalytics, ou vice-versa. É um problema ilustrativo da incerteza e indefinição do mercado e que em nada ajuda a tarefa de um gestor de ativos. Assim, nesta fase de desenvolvimento do investimento sustentável, muitas entidades tomam a decisão consciente de esperar por uma maior definição do que representa ser ou não ser um fundo classificado com artigo 6, 8 ou 9. Isto faz com que carteiras que não sejam materialmente diferentes entre si estejam classificadas numa ótica mais ou menos sustentável face a outras. Isto porque algumas entidades já encontraram o caminho para obter tal classificação, enquanto outras ainda têm dúvidas perante as incertezas e encontram-se em processo de implementação. Desta forma, esta é apenas uma fotografia dos fundos de ações globais em que mostramos que tipo de empresas se podem inserir nos portefólios dos diferentes fundos nesta fase de implementação da regulamentação.
A COVID-19 destacou a importância dos cuidados baseados no valor para ajudar a reduzir os custos, proporcionando um panorama favorável aos diagnósticos, que representam uma forma mais rentável de identificar a doença numa fase precoce e, idealmente, previne custos adicionais para o sistema. A este respeito, esperamos também uma mudança contínua para a telesaúde, que oferece aos pacientes uma forma mais conveniente de aceder aos serviços de saúde. A inflação continuará provavelmente a ser uma característica este ano. As empresas de cuidados de saúde estão bem posicionadas para tal devido aos mecanismos anuais de repricing. As ferramentas e serviços das ciências da vida podem transmitir os custos acrescidos de realização de ensaios clínicos e desenvolvimento de fármacos. No entanto, isto terá um efeito knock-on para as empresas biofarmacêuticas, que terão de absorver os preços elevados destes serviços. Além disso, os produtos farmacêuticos não podem passar os custos devido à regulamentação relativa aos preços dos medicamentos. O potencial aparecimento de variantes adicionais de COVID-19 poderá alargar os tailwinds para determinadas empresas. Preferimos nomes indiretamente ligados à COVID-19, como os fabricantes de vacinas ou equipamentos de teste, que são empresas diversificadas com vantagens competitivas sustentáveis. E, finalmente, estamos a evitar as grandes empresas farmacêuticas, como a Pfizer e a Moderna, uma vez que estas têm um preço adequado. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 49
TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO por Óscar R. Graña
CORRELAÇÕES ANÓMALAS DURANTE DUAS DÉCADAS Correlação entre as ações e a dívida pública a 10 anos. ESTADOS UNIDOS
REINO UNIDO
1,00 0,80
CORRELAÇÃO
0,60 0,40 0,20 0,00 -0,20 -0,40
2020
2000
1980
1960
1940
1920
1900
1880
1860
1840
1820
1800
1780
1760
1740
1720
1700
-0,60
Fonte: Goldman Sachs Global Investment Research, Datastream. Dados mensais de 31 de julho de 1711 al 31 de agosto de 2021. Dados norte-americanos disponíveis a partir de 31 de janeiro de 1811.
A GRANDE ANOMALIA
NA CORRELAÇÃO ENTRE AÇÕES E OBRIGAÇÕES
Dada a experiência dos últimos 30 anos, a maioria dos investidores não espera que as ações e as obrigações voltem a movimentar-se de forma rítmica. No entanto, a correlação negativa entre ambas as classes de ativos é, historicamente, uma raridade. 50 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
A QUEDA DAS YIELDS REAIS COINCIDIU COM AS CORRELAÇÕES NEGATIVAS Correlação entre as ações e as obrigações norte-americanas e as yields reais das obrigações a 10 anos. CORRELAÇÃO A 10 ANOS ENTRE AS AÇÕES E AS OBRIGAÇÕES NORTE-AMERICANAS YIELD REAL OBRIGAÇÃO NORTE-AMERICANA A 10 ANOS 6
0,60
5
CORRELAÇÃO A 10 ANOS
0,40
4 3
0,20
2 1
0,00
%
0 -0,20
-1 -2
-0,40
-3
2020
2017
2014
2011
2008
2005
2002
1999
1996
1993
-4 1990
-0,60
Fonte: Bloomberg, FactSet. Dados mensais de 28 de fevereiro de 1990 a 30 de setembro de 2021.
D
istintos estudos científicos têm vindo a demonstrar que, em geral, as pessoas só recordam entre 10% e 20% do que leem e escutam. “Façam a prova. Quando virem o noticiário juntamente com alguém, perguntem a essa pessoa quantas notícias recorda quando este acabe. Responderá que uma ou, no máximo, duas”, avisa Manuel Roglán, aquele que foi um dos académicos do mundo das ciências da informação. Curiosamente, esta falta de capacidade de retenção de informação contrasta com o facto de que as pessoas se recordam entre 80% e 90% do que experimentam. No mundo dos investimentos, isto tem um problema: frequentemente provoca extrapolações erróneas. Conhece-se como o bias da experiência recente: o cérebro usa
automaticamente as recordações e as experiências vividas como base para a tomada de decisões futuras. “Muitos traders centram os seus estudos sobre o mercado no passado recente. Ou seja, acreditam que a história dos mercados financeiros se reduz ao que aconteceu nos últimos 15 anos nos quais investiram, quando na realidade esta remonta ao século XIX”, avisam da ING. “Esta limitação na amostra pode levar a interpretações erróneas ou a subvalorizar os riscos. Para além disso, como existe uma certa análise (com viés, mas uma análise ao fim e ao cabo), pode dar-se um excesso de confiança”, acrescentam. Podem encontrar-se exemplos de anomalias no mercado que duraram toda uma vida profissional. Por exemplo, dada a experiência recente, a maioria dos investidores não espera
que as ações e as obrigações voltem a mover-se na mesma direção. No entanto, a correlação negativa entre as ações e as obrigações é, historicamente, uma anomalia. Um estudo realizado por Robert Almeida, estratega global de Investimentos na MFS IM, tomando como base a relação que tem existido ao longo dos séculos entre as ações e obrigações nos Estados Unidos e Reino Unido, afirma-o.
ANÁLISE HISTÓRICA
“Até às últimas décadas, a correlação tem sido constantemente positiva. No entanto, a experiência dos investidores tem sido diferente nos últimos 30 anos. Estas duas classes de ativos não só proporcionaram rentabilidades desmesuradas, como o fizeram para além disso de uma forma negativamente correlacionada que trouxe JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 51
TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO
YIELD DAS OBRIGAÇÕES E CORRELAÇÃO COM O MSCI ACWI Yields das obrigações, % 8
6
OBRIGAÇÕES GOVERNAMENTAIS DE MERCADOS DESENVOLVIDOS
OBRIGAÇÕES INVESTMENT GRADE
OBRIGAÇÕES HIGH YIELD
OBRIGAÇÕES CONVERTÍVEIS
OBRIGAÇÕES DE MERCADOS EMERGENTES
4
2
0
0,5
0,8
5,3
5,2
7,4
8,5
8,7
7,6
8,5
3,6
4,3
4,3
IG EUA. - BBB
CONVERTÍVEIS
HY EUROPA - BB
HY EUROPA
0,7
0,7
0,7
0,8
0,8
-0,2
5,8
5,4
4,9
5,4
0,5
0,7
0,7
0,4
0,7
4,9
8,0
5,2
6,5 DÍVIDA PÚBLICA ME HY
0,5
DÍVIDA ME LOCAL
0,5
DÍVIDA PÚBLICA ME
0,4
HY GLOBAL
0,7
HY EUA
0,6
HY EUA - BB
0,5
IG REINO UNIDO - BBB
-0,3
IG EUA
-0,2
IG RU
0,2
IG GLOBAL
-0,1
IG EUROPA - BBB
-0,3
IG EUROPA
CORRELAÇÃO DE RENTABILIDADE RELATIVAMENTE AO MSCI ACWI -2
DÍVIDA CORPORATIVA ME
9,5 DÍVIDA PÚBLICA ME IG
EUA 10 ANOS
REINO UNIDO 10 ANOS
ITÁLIA 10 ANOS
JAPÃO 10 ANOS
ALEMANHA 10 ANOS
DÍVIDA ME LOCAL - CHINA
DURAÇÃO (ANOS) -4
Fonte: Guia de Mercados da J.P.Morgan AM correspondente ao quarto trimestre de 2021.
extraordinárias rentabilidades ajustadas ao risco para as carteiras multiativos”, explica Almeida. O gráfica da página 51 reflete a relação entre taxas reais e a correlação entre as ações e obrigações durante o mesmo período. À medida que se intensificava a intervenção dos bancos centrais e desciam as yields reais, as ações e as obrigações mostravam uma correlação cada vez mais negativa. “Talvez possa estar a inferir uma relação causal de uma coincidência. No entanto, sabemos que o capitalismo requer uma taxa mínima de rentabilidade. Os investidores baseiam-se 52 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
em sinais ininterrompidos do mercado para avaliar o risco. Sem eles, os mercados não podem cumprir a sua função social, ou seja, alocar os recursos de capital de forma eficiente. O resultado são anomalias nos mercados financeiros, como as que temos experimentado nos últimos anos”, assinala Almeida. Mas todo este longo período anómalo de correlação negativa entre ações e obrigações poderá estar próximo do seu fim. Tal como indica Sean Markowicz, estratega de investimento e análise na Schroders, recentemente a correlação a seis meses entre a bolsa
norte-americana e as obrigações do Tesouro dos Estados Unidos passou a ser positiva. “Isto está a fazer com que diversificar as carteiras seja mais difícil de conseguir do que antes”, reconhece. Na maioria dos subsegmentos do mercado de obrigações, o grau de correlação entre as ações - medida pelo MSCI World ACWI Index - e as obrigações move-se entre os 0,7 e os 0,8, de acordo com os dados publicados pela J.P. Morgan AM no seu Guia de Mercados correspondente ao quarto trimestre de 2021. Analisando os distintos subsegmentos do mercado de obrigações, ob-
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+ EM FUNDSPEOPLE.COM/PT
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A OPINIÃO DE ANA CLAVER GAVIÑA Diretora-geral da Robeco Iberia, Latam & US Offshore
PROBLEMAS DE ABASTECIMENTO, ESCASSEZ… ASSEGUREMOS O LONGO PRAZO
https://bit.ly/3rHqJnK
Três profissionais falaram recentemente sobre o o papel que as obrigações ainda desempenham numa carteira
servam-se níveis de correlação com as ações elevados. O high yield é o ativo onde essa correlação é maior. Está em 0,8. Também se situa em quotas elevadas (0,7) a correlação das ações com a dívida europeia high yield, o crédito emergente (tanto com grau de investimento como high yield) ou as obrigações corporativas globais. Dentro dos mercados desenvolvidos, para encontrar correlações mais baixas, teria que se olhar para o investment grade europeu (0,6), norte-americano (0,5) ou britânico (0,4). No mundo emergente a maior descorrelação seria aportada pela dívida pública com investment grade (0,5) e as obrigações emitidas em moeda local (0,4).
DESCORRELAÇÃO
À margem das obrigações a 10 anos de países como os EUA, Alemanha ou Japão, onde a correlação com as ações é negativa mas as yields não cobrem a inflação, os investidores que procurem ativos de rendimento fixo com correlação inferior a zero mas que paguem cupões atrativos, terão que indagar em nichos distintos, como a dívida chinesa em moeda local. Desde 2004, em cada um dos bear markets, as obrigações chinesas emitidas em renminbis protegeram, tal como o ouro, o bund ou as treasuries. “A sua correlação apenas é elevada com as obrigações do Tesouro dos EUA, embora esta tenda a reduzir-se cada
vez mais”, destaca Stephen Li Jen, CEO da Eurizon SLJ Capital. Outra das suas caraterísticas é que a dívida chinesa em moeda local tem sido muito menos volátil do que a de mercados mundiais. “Isto deve-se, principalmente, ao facto de a maior parte estar em mãos domésticas. Na China, cerca de 80% dos ativos da indústria correspondem a investidores de retalho”, explica o especialista. Mas procurar descorrelação não será a única coisa complicada em obrigações. 2022 também se postula como um ano difícil para gerar rendimentos via cupão que superem uma inflação que nos Estados Unidos já está no nível mais elevado nos últimos 40 anos. “Aos que procuram rendimento não restará mais alternativa do que explorar áreas mais além dos segmentos tradicionais, e considerar os dividendos das ações, ativos reais, obrigações de mercados emergentes com um enfoque em duração curta e, em geral, categorias que ofereçam yields mais elevadas com um risco de duração relativamente baixo, como o crédito subordinado ou os empréstimos”, explica Pascal Blaqué, diretor de Investimentos da Amundi. Gerar rendimentos com ativos distintos dos tradicionais, algo que também custará a compreender a todos os investidores que continuem a tomar decisões em função da sua experiência recente... Importa planificar com a mente aberta.
O atual aumento dos preços das matérias-primas, o preço do carbono ou os bottlenecks na cadeia de abastecimento fazem com que, a curto prazo, certos substitutos que noutro momento não foram viáveis, se tornem mais atrativos e competitivos. Este é o caso do veículo elétrico e das suas infraestruturas, os biomateriais, mas também de elementos para uma melhor eficiência nos edifícios, ou as soluções de automatização para facilitar o retorno da produção local desde países terceiros. Quando pensamos na escassez de recursos, a Robeco oferece uma estratégia que apresenta soluções para estes problemas, o RobecoSAM Smart Materials, já que investe em materiais inovadores e tecnologias mais eficientes. Face à situação atual nos mercados de matérias-primas, e de problemas na cadeia de abastecimento, a estratégia RobecoSAM Smart Materials vê-se reforçada. Os resultados da recente COP26 e o aumento dos preços do carbono e das energias, impulsionam as soluções no caminho para a transição energética. Os desafios na cadeia de abastecimento são temporários, as alterações climáticas e as suas consequências não, enquanto as tendências que estão por detrás das empresas identificadas pelas nossas estratégias de Smart Materials e Smart Energy, são resistentes e de longo prazo. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 53
TENDÊNCIAS LEGAL por Diana Ribeiro Duarte e Sofia Araújo Matias
O PONTO DE ENCONTRO ENTRE O REGULAMENTO SFDR E A DIRETIVA MIFID II Quem faz consultoria para investimento e gestão de carteiras tem de questionar os seus clientes sobre as preferências de sustentabilidade. Contudo, MiFID II e SFDR parecem desalinhados num dos critérios.
54 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
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assados sete anos desde a entrada em vigor da Diretiva (UE) 2014/65 (MiFID II), o Regulamento Delegado (UE) 2021/1253 de 21 de abril de 2021 (Regulamento Delegado), veio introduzir-lhe alterações, no que se refere à consideração e integração dos fatores, dos riscos e das preferências de sustentabilidade em determinados requisitos em matéria de idoneidade, procedimentos e organização interna e nas condições de exercício da atividade das empresas de investimento. Ao abrigo da MiFID II, as empresas de investimento são obrigadas a realizar avaliações de adequação tendo em conta determinados fatores, permitindo a recomendação de produtos e instrumentos financeiros adequados ao cliente. Com a entrada em vigor do Regulamento Delegado, as empresas de investimento que oferecem serviços de consultoria para investimento e de gestão de carteiras devem passar a recomendar instrumentos financeiros adequados aos seus clientes e potenciais clientes, pelo que devem questioná-los na avaliação da adequação para identificar as suas
preferências individuais em matéria de sustentabilidade. O Regulamento Delegado veio integrar as preferências de sustentabilidade dos clientes na respetiva avaliação da adequação e no processo de seleção dos instrumentos financeiros a recomendar. Para que um instrumento financeiro possa ser oferecido como investimento sustentável e o cliente ou potencial cliente possa escolher integrá-lo na sua estratégia de investimento, terá de reunir pelo menos uma das caraterísticas seguintes: a) O cliente ou potencial cliente determina que uma proporção mínima será aplicada em investimentos sustentáveis em consonância com o regime da taxonomia aplicável ao fator ambiental (na aceção do artigo 2.º, ponto 1, do Regulamento (UE) 2020/852 - Regulamento da Taxonomia); b) O cliente ou potencial cliente determina que uma proporção mínima será aplicada em investimentos sustentáveis em consonância com o Regulamento (UE) 2019/2088 (SFDR); c) Considera os principais impactos negativos sobre os fatores de sustentabilidade, sendo os elementos qualitativos
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A OPINIÃO DE MIGUEL LUZARRAGA Responsável para a Península Ibérica, AllianceBernstein
O REGULAMENTO DELEGADO VEIO INTEGRAR AS PREFERÊNCIAS DE SUSTENTABILIDADE DOS CLIENTES NA AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E NO PROCESSO DE SELEÇÃO DOS PRODUTOS ou quantitativos que demonstram essa consideração determinados pelo cliente ou potencial cliente.
DÚVIDAS
Além da criação destas três categorias de instrumentos financeiros, são ainda aditadas regras que definem os conceitos de Fatores de sustentabilidade e de Riscos de sustentabilidade com a definição prevista no SFDR, regulamento relativo à divulgação de informações relacionadas com a sustentabilidade no setor dos serviços financeiros, aplicável às referidas empresas de investimento que oferecem serviços de consultoria para investimento e de gestão de carteiras. Porém, a categorização quanto às preferências de sustentabilidade da MiFID II não está totalmente alinhada com a categorização de produtos financeiros tal como identificada no SFDR nos artigos 6.º (outros produtos financeiros que não se incluam nos artigos 8.º e 9.º), 8.º (produtos que promovam características ambientais e/ou sociais, mas que não tenham como objetivo principal o investimento sustentável) e 9.º (produtos que tenham como objetivo principal o investimento sustentável), pelo que se levantam dúvidas quanto à relação e compatibilização entre os dois instrumentos legislativos. Quanto à compatibilização da MiFID II com o art.º 6.º e 9.º do SFDR, não antecipamos obstáculos: 1) se o produto financeiro não promover características ambientais e/ou sociais (art.º 6.º), não poderá ser vendido
a clientes ou potenciais clientes com preferências de sustentabilidade; 2) se o produto financeiro tiver como objetivo o investimento sustentável (art.º 9.º), poderá ser vendido a clientes ou potenciais clientes com preferências de sustentabilidade. Mais difícil será conciliar a classificação da MiFID II com os produtos financeiros previstos no art.º 8.º do SFDR, pois nem todos os produtos abrangidos por este artigo preenchem uma das caraterísticas definidas acima. Quererá isto significar que os produtos financeiros do art.º 8.º do SFDR não poderão ser recomendados aos clientes que têm preferências de sustentabilidade? Não necessariamente, uma tal conclusão dependerá da análise das caraterísticas concretas do produto financeiro. Se o produto financeiro reunir pelo menos uma das caraterísticas descritas no momento do teste de adequação, a resposta passará a ser afirmativa e poderá ser vendido a clientes ou potenciais clientes com preferências de sustentabilidade. Na prática, um produto financeiro pode não ser vendido a clientes ou potenciais clientes com preferências de sustentabilidade, mas pode ser comercializado como promovendo características ambientais e/ou sociais segundo o art.º 8.º do SFDR. A restrição do financiamento sustentável a apenas alguns produtos financeiros pode significar um passo atrás na promoção da sustentabilidade corporativa e na salvaguarda e promoção dos direitos humanos.
INFLAÇÃO VAI MODERAR AO LONGO DO ANO Já estamos em 2022 e a sombra eterna da COVID-19 continua a afetar as cadeias de fornecimento globais que se mostraram mais frágeis do que o esperado. Da mesma forma, os trabalhadores, especialmente nos Estados Unidos, continuam seletivos quando se trata de reentrar no mercado de trabalho. Enquanto isso, a inflação continua alta, mas na AllianceBernstein vemos duas tendências claras para este ano. A primeira é que com o forte ritmo de crescimento económico no ano passado, a curva de crescimento ascendente diminuirá com o passar dos meses, mas também, de forma positiva, a queda no crescimento será acompanhada por uma redução nas pressões sobre os preços. A inflação permanecerá elevada no início de 2022. No entanto, à medida que o ano avança e a procura se modera, espera-se que as cadeias de fornecimentos globais melhorem, permitindo que as pressões sobre os preços diminuam. O declínio gradual da procura deve permitir um retorno ao equilíbrio em algum momento. Na nossa opinião, nesta situação equilibrada, a inflação continuará a ser superior aos níveis a que estamos acostumados antes da pandemia, mas não tão alta a ponto de disparar um alarme indevido ou exigir uma resposta agressiva via política monetária nos países desenvolvidos.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 55
TENDÊNCIAS ADVISORY
por Miguel Rêgo , CFA
INCORPORAR FATORES ESG NOS MANDATOS PARA MELHORAR OS RESULTADOS DE
SUSTENTABILIDADE
São cada vez mais os asset owners que exigem algo mais do que apenas critérios financeiros na seleção dos gestores. Como abordar o tema nos mandatos de investimento?
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s asset owners têm em mãos uma ferramenta muito poderosa para impulsionar o investimento responsável e sustentável: os mandatos de investimento. Nestes conjuntos de orientações que estabelecem os parâmetros através dos quais os gestores devem executar o investimento, os valores e princípios que caraterizam o asset owner - seja ele uma fundação, fundo de pensões, família ou outro - podem ter e têm, na prática, o seu lugar. E são cada vez mais os asset owners que exigem algo mais do que apenas
56 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
critérios financeiros na seleção dos gestores. Uma estimativa da Deloitte relativa ao mercado norte-americano aponta para que, em 2025, metade dos ativos geridos no país integrem critérios ESG nos seus mandatos. Isto compara com os 26% em 2018 e os 11% de 2012. É apenas um exemplo - e uma estimativa -, mas é uma evidência de um potencial ritmo de crescimento difícil de ignorar. Outro exemplo ilustrativo foi partilhado recentemente por Jorge Sousa Teixeira, CFA, administrador da BPI Gestão de Ativos: “Na BPI GA, já não nos é atribuído nenhum mandato institucional que não tenha
considerações ESG há pe lo menos dois anos, ou mesmo alguns objetivos mais ambiciosos”. Consciente desta relevância, a iniciativa dos Princípios para o Investimento Responsável das Nações Unidas, PRI, a Wilshire Associates e a Research Network for Sustainable Finance (Sustfin) compilaram um relatório com o nome Investment mandates: Embedding ESG factors, improving sustainability outcomes. Neste relatório, apresentam as conclusões retiradas de entrevistas - realizadas na primeira metade de 2021 - a 15 asset owners e consultores da América do Norte, Europa e Australásia, nas quais se procurou aferir a respetiva abordagem à integração ESG nos mandatos de investimento. O trabalho desenvolvido no contexto deste relatório aponta para quatro motivações para a integração de critérios ESG nos mandatos, nomeadamente: -C rescimento rápido da legislação;
ABORDAGENS COMUNS
MANDATOS EXISTENTES
NOVOS MANDATOS
ATUALIZAÇÃO DE EXPETATIVAS
ESBOÇO DAS EXPETATIVAS
MONITORIZAÇÃO A DECORRER
RECOLHA DE DADOS E REPORTING
ANÁLISE DE GESTÃO
REVISÃO E AVALIAÇÃO Fonte: Relatório Investment mandates: mbedding ESG factors, improving sustainability outcomes
- O crescente interesse dos beneficiários (de fundos de pensões, por exemplo); - A procura por melhores retornos ajustados ao risco; - Resultados de sustentabilidade ou não financeiros.
MANDATOS EXISTENTES
O research desenvolvido pela PRI sobre práticas de signatários mostra que há abordagens comuns no desenvolvimento de novos mandatos ou na revisão dos mandatos existentes. Com base nas entrevistas desenvolvidas percebeu-se que os mandatos têm, tipicamente, uma duração superior a cinco anos. Durante este período, a política de investimento responsável do asset owner poderá evoluir e novas prioridades podem emergir, o que requer revisões e atualizações. A PRI indica dois passos para a implementação deste processo: atualização das expectativas e monitorização.
Os entrevistados relatam que, uma vez acordados os mandatos, raramente são atualizados. De forma consensual, foi apontado que revisões mais frequentes seriam uma etapa saudável e de valor, mas acompanhado de um reconhecimento de que a atualização das expectativas pode ter implicações ao nível de custos adicionais. Segundo o relatório, em vez de se reescrever um mandato, vários inquiridos referiram que consideram mais eficiente sinalizar uma mudança de direção, emitindo diretrizes ESG formais ou relatando as expectativas ao gestor de investimentos. No que diz respeito à monitorização e reporte, a PRI aponta dois exemplos práticos. Primeiro, o caso do Bayerische Versorgungskammer (BVK), o maior fundo de pensões da Alemanha. Para o BVK, os requisitos de reporte do gestor (especialmente relatórios TCFD, Task Force on Climate-Related Financial Disclosures) são projetados para que
AS FERRAMENTAS UTILIZADAS COMPLEMENTAM AS AVALIAÇÕES DAS EQUIPAS INTERNAS DE ANÁLISE DE CADA ENTIDADE os gestores externos contribuam para a própria análise climática do fundo. O BVK realiza um processo de classificação para cada classe de ativos com indicadores-chave de desempenho específicos, incluindo, por exemplo, dados GRESB (Global ESG Benchmark for Real Assets) para investimentos imobiliários diretos. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 57
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TENDÊNCIAS ADVISORY
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A OPINIÃO DE LAURA DONZELLA Responsável de Distribuição Institucional e de Retalho para a Península Ibérica, América Latina e Ásia, Nordea AM
PARA OS INQUIRIDOS, A REDUZIDA FREQUÊNCIA DE ATRIBUIÇÃO DE NOVOS MANDATOS RESULTA EM MENOS OPORTUNIDADES PARA INCORPORAR CRITÉRIOS ESG Em segundo lugar, destaca-se o exemplo do escritório do Illinois State Treasurer nos Estados Unidos. Este exige quatro documentos aos gestores de investimentos: questionário de due diligence de sustentabilidade, incluindo políticas ESG aplicáveis; política de proxy voting; relatório de diversidade, equidade e inclusão; e um relatório estatístico de proxy voting.
NOVOS MANDATOS
Segundo indicam da PRI, para a maioria dos inquiridos a reduzida frequência de atribuição de novos mandatos resulta em menos oportunidades para incorporação de critérios ESG. As entrevistas mostraram que alguns asset owner incluem expectativas formais em requests for proposals (RfPs), bem como recursos ou metas opcio-
nais. Estes recursos devem refletir os objetivos de uma política de investimento responsável, responsabilidades fiduciárias e objetivos de investimento. Foram identificadas três etapas distintas para a integração ESG em novos mandatos de investimento: delinear expectativas, recolher dados e analisar a gestão. Evidências empíricas das entrevistas indicam que os asset owners empregam os standards mínimos introduzidos pela PRI para exigir que os gestores de ativos demonstrem intenção e impacto positivo. Por exemplo, o New Zealand Super (fundo soberano) declarou que estão a procurar “exigir que todos os gestores de investimento relevantes demonstrem esforço consciente e mensurável para um benefício social e ambiental como requisito mínimo.”
“NA BPI GA, JÁ NÃO NOS É ATRIBUÍDO NENHUM MANDATO INSTITUCIONAL QUE NÃO TENHA CONSIDERAÇÕES ESG HÁ PELO MENOS DOIS ANOS, OU MESMO ALGUNS OBJETIVOS MAIS AMBICIOSOS”
JORGE SOUSA TEIXEIRA, CFA, ADMINISTRADOR, BPI GESTÃO DE ATIVOS 58 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
MENOS DE 200 DIAS PARA CRIAR UM PORTEFÓLIO ESG QUALIFICADO PARA A MIFID. ESTÁ PRONTO? Está ciente de que a partir de 2 de agosto de 2022 a maneira como vai falar com o seu cliente vai mudar drasticamente? A partir desta data, os consultores financeiros na Europa estarão obrigados a perguntar aos seus clientes se estes têm uma preferência em matéria de sustentabilidade. Se a resposta for sim, será preciso apresentar uma solução ESG compatível com a MiFID. Tem o parceiro e os elementos adequados para enfrentar este desafio? Quando se trata de encontrar os elementos adequados para construir os portfolios ESG, a nossa gama ESG STARS possui todos os critérios essenciais que procura: portfolios globais e regionais em todas as classes de ativos relevantes, juntamente com o histórico, a escala e a experiência de que os seus clientes necessitam. Todas as estratégias ESG STARS da Nordea cumprem com os requisitos de sustentabilidade para a distribuição da MiFID. Baseiam-se na propriedade e no envolvimento ativo, realizam um rastreio baseado em normas, aderem a uma lista de exclusão, tanto a nível setorial como de lista de exclusão de empresas, integram o Principal Adverse Impact (PAI) a nível da entidade, incluem uma percentagem de investimentos sustentáveis e com uma política alinhada com o acordo de Paris - Paris Aligned Fossil Fuel Policy (PAFF). Deixe-nos ser seu partner ESG de escolha.
Olhar para o future investindo em saúde AB International Health Care Portfolio
Robôs realizando cirurgia. Medicamentos sob medida para cada paciente. Médicos que visitam remotamente. A transformação do setor de saúde está criando excelentes oportunidades de investimento Mas como você pode investir com sucesso em ações de saúde? Você não precisa ser um luminar da ciência ou ter a capacidade de prever quais novos medicamentos terão sucesso. Por outro lado, é essencial identificar empresas de alta qualidade com soluções comprovadas para mercados em expansão. AB International Health Care Portfolio fa exatamente isso. Aprofundamos o cenário global para identificar empresas de sistemas de saúde e pacientes em constante mudança no século XXI. Investir em empresas que estão transformando o mundo da medicina pode permitir que você aproveite o grande potencial de retorno de longo prazo do futuro da saúde.
www.alliancebernstein.com/go/healthcareportfolio-pt Exclusivamente para profissionais de investimento. Não se destina a distribuição ou consulta pelo público em geral. O valor de um investimento pode diminuir ou aumentar e os investidores podem não recuperar o valor total investido. O capital está em risco.
Esta informação é publicada pela AllianceBernstein (Luxembourg) S.à r.l. Société à responsabilité limitée, R.C.S. Luxembourg B 34 305, 2-4, rue Eugène Ruppert, L-2453 Luxemburgo. Autorizada en Luxemburgo y regulada por la Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). IC20220034
TENDÊNCIAS I+D
por Mariana Teixeira Cunha
O IMPACTO DOS SISTEMAS FINANCEIROS NAS COMISSÕES E FLUXOS DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO AFILIADOS COM BANCOS A análise da relação entre as comissões e cariz de produção e distribuição de fundos de cada país revela conclusões interessantes, tanto para reguladores como para investidores.
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âmbito da minha dissertação de mestrado foi estudar um dos mais importantes veículos de investimento dos mercados financeiros, os fundos de investimento. Em particular, estudar o comportamento e impacto dos sistemas financeiros dos países nas comissões e fluxos dos fundos de investimento afiliados com bancos. A dissertação de mestrado é intitulada de The Impact of Financial Systems on Bank-Affiliated Mutual Fund Fees and Flows e contribui para o enriquecimento da literatura no que diz respeito à relação fluxo-comissão dos fundos de investimento afiliados com bancos, nomeadamente distinguindo entre os tipos de sistemas financeiros.
Inicialmente, para efetuar esta análise, é feita a distinção entre fundos afiliados com bancos, que, como o nome sugere, são fundos afiliados a bancos comerciais. E fundos não afiliados, sendo estes afiliados a bancos de investimento, empresas de seguros ou nenhum. Adicionalmente, definimos os países entre países com sistemas financeiros com base nos bancos e nos mercados. Importante referir que nos países com sistemas financeiros com base nos bancos, os bancos têm o papel principal no que diz respeito às decisões de investimento dos investidores, servindo de intermediadores financeiros e diminuindo o risco. Portanto, seria de esperar que os investidores fossem menos sensíveis ao nível de comissões cobradas pelos fundos de investimento afiliados com bancos.
NÚMERO DE FUNDOS E ATIVOS LÍQUIDOS TOTAIS POR PAÍS TODOS NÚMERO DE FUNDOS
PAÍS
França Itália Japão Portugal Espanha
FUNDOS AFILIADOS A BANCOS
ATIVOS LÍQUIDOS TOTAIS ($ MILHÕES)
NÚMERO DE FUNDOS
ATIVOS LÍQUIDOS TOTAIS ($ MILHÕES)
FUNDOS NÃO AFILIADOS A BANCOS NÚMERO DE FUNDOS
ATIVOS LÍQUIDOS TOTAIS ($ MILHÕES)
% FUNDOS AFILIADOS A BANCOS NÚMERO DE FUNDOS
ATIVOS LÍQUIDOS TOTAIS ($ MILHÕES)
2.637
351,2
1.560
190,1
1.077
161,1
59,16%
54,12%
417
413,3
289
241,6
128
171,7
69,30%
58,46%
2.646
377,6
1.218
190,0
1.428
187,6
46,03%
50,32%
84
41,5
82
35,0
2
6,5
97,62%
84,32%
593
207,6
426
123,0
167
84,6
71,84%
59,23%
Reino Unido
1.802
1.269,7
505
646,4
1.297
623,3
28,02%
50,91%
EUA
7.024
3.512,3
1.661
1.200,1
5.363
2.312,1
23,65%
34,17%
14.835
8.343
7.021
4.537
7.814
3.806
47,33%
54,38%
30.038
14.516,1
12.762
7.163,4
17.276
7.352,7
42,49%
49,35%
Outros Todos os países
PAÍSES COM E SEM SISTEMAS FINANCEIROS COM BASE EM BANCOS PAÍS
CUSTO TOTAL E FRONT-END LOAD PAÍS
BASE EM BANCOS
TOTAL SHAREHOLDER COST (%)
FRONT-END LOAD (%)
França
Sim
França
2,20
2,89
Itália
Sim
Itália
2,55
2,26
Japão
Sim
Japão
1,79
2,16
Portugal
Sim
Portugal
1,85
2,40
Espanha
Sim
Espanha
1,98
1,40
Reino Unido
Não
Reino Unido
2,09
2,34
EUA
Não
EUA
1,44
1,10
Contrariamente, nos países com sistemas financeiros com base nos mercados, tendencialmente os investidores optam pelos mercados financeiros por forma a investir em fundos de investimento e, por isso, é esperado que reajam mais ao nível de comissões cobradas pelos fundos de investimento afiliados com bancos. De notar que ao realizar esta análise usamos dois tipos de comissões: front-end loads e Total Shareholder Costs (TSC). Sendo as front-end loads referentes a comissões cobradas uma única vez, neste caso no momento de compra ao intermediário, já os Total Shareholder Costs referem-se aos custos mais relevantes incorridos na aquisição de um fundo de investimento, nomeadamente as TER que correspondem às despesas
anuais incluindo despesas de gestão e custos operacionais. Neste estudo utilizamos uma amostra de fundos de investimento de 33 países, durante o período de 1999 a 2015, de modo a estudar as diferenças na relação fluxo-comissão e ao nível das comissões cobradas por fundos afiliados com bancos em países com sistemas financeiros bases nos mercados e nos bancos.
EM PORTUGAL
Nesta amostra, Portugal representa um dos países com menor número de fundos, no entanto, é um dos países com maior número de fundos afiliados a bancos face ao número total de fundos afiliados e não afiliados. Espanha e Itália apesar de não representarem os
Fonte: The Impact of Financial Systems on Bank-Affiliated Mutual Fund Fees andFlows. Países selecionados do conjunto de 33 do universo analisado.
AUMENTOS (DIMINUIÇÕES) CONSISTENTES DAS TAXAS DE POLÍTICA MONETÁRIA RESULTAM EM SAÍDAS (ENTRADAS) DE FUNDOS DE INVESTIMENTO EM AÇÕES
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TENDÊNCIAS I+D
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A OPINIÃO DE JEFFREY BURGER Gestor do BNY Mellon US Municipal Infrastucture Debt Fund
O MOTIVO PARA O AUMENTO DO INTERESSE NAS OBRIGAÇÕES MUNICIPAIS DOS EUA
NA AMOSTRA, PORTUGAL REPRESENTA UM DOS PAÍSES COM MENOR NÚMERO DE FUNDOS. NO ENTANTO, É UM DOS PAÍSES COM MAIOR NÚMERO DE FUNDOS AFILIADOS A BANCOS países com menor número de fundos, no que diz respeito à percentagem de fundos afiliados a bancos, são também dos países com mais representatividade. Relativamente aos Total Net Assets (TNA), Portugal apresenta o menor número de TNA, mas percentualmente representa um dos países com mais TNA nos fundos afiliados com bancos, cerca de 84%. Os fundos afiliados a bancos representam cerca de 60% dos TNA tanto de Itália como de Espanha. Sendo o nosso objetivo principal testar a forma como os investidores reagem às comissões cobradas por fundos afiliados com bancos e fundos não afiliados nos dois diferentes tipos de sistemas financeiros, verificámos então que existem diferenças acentuadas na relação fluxo-comissão entre países com sistemas financeiros assentes nos mercados e sistemas financeiros assentes nos bancos. Nos países com sistemas financeiros baseados nos mercados, os investidores são mais sensíveis às comissões cobradas por fundos afiliados com bancos e, portanto, estes fundos cobram menos comissões. É importante referir que uma vez que nos países com sistemas com base em mercados os investidores são mais sensíveis. Na 62 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
nossa análise verificamos que a relação fluxo-comissão de fundos afiliados excede a de fundos não afiliados em 30%, tornando os nossos resultados economicamente relevantes. Contrariamente, nos países com sistemas financeiros assentes nos bancos, os investidores reagem menos às comissões cobradas por fundos afiliados com bancos e, consequentemente, os fundos afiliados com bancos cobram mais comissões do que fundos que não são afiliados com bancos nestes países. Sendo que nos países baseados em bancos apenas 60% da relação fluxo-comissão dos fundos afiliados é representada pelos fundos não afiliados. Nos países baseados em mercados os fundos afiliados a bancos cobram menos 0,12% de comissões face aos fundos não afiliados, no entanto em países assentes nos bancos os fundos afiliados nos bancos cobram mais 0,3% comissões do que os fundos não afiliados. Uma conclusão importante tanto para reguladores como para investidores, pois indica que a afiliação dos fundos tem impacto direto no nível de comissões que os investidores pagam e, portanto, no retorno dos mesmos.
As emissões de obrigações municipais dos estados e governos locais dos EUA são preocupações permanentes e monopólios naturais que poderão proporcionar tanto rentabilidade como um perfil de baixo risco. Os mercados já estão a ver como a preocupação com a inflação e com a subida das taxas de juro agitam os investidores, já que podem dirigir-se para classes de ativos que historicamente não tiveram correlação com as obrigações municipais, como as ações. Acreditamos que a classe de ativos de obrigações municipais está bem posicionada para ajudar a reduzir os riscos num futuro incerto. Ocupam um grande mercado com um tamanho de quase quatro biliões de dólares, com mais de 55.000 emissões. Com tantos emitentes, pode haver ineficiências. As ineficiências, do ponto de vista dos investidores, significam oportunidades. Há também vantagens para a rentabilidade ao possuir uma obrigação municipal, em comparação com as empresas, as obrigações do Tesouro dos EUA e a dívida soberana em todo o mundo. De certo modo, nem sequer é uma comparação justa porque o mercado corporativo americano com classificação AA é extremamente pequeno e, atualmente, a maioria das empresas americanas têm classificação BBB. Portanto, para obter uma rentabilidade semelhante no mundo corporativo em relação aos municípios, é preciso baixar a curva de crédito.
CRESCIMENTO. O CAMINHO DA CHINA. A China está a seguir o seu próprio caminho de crescimento transformador, o que está a criar oportunidades para os investidores. A China está a evoluir. Uma estratégia de crescimento ambiciosa, através de inovações em tecnologia e ciência, está a consolidar o país como um importante motor económico. É o momento adequado para investir e fazer parte do crescimento da China. Saiba mais sobre as oportunidades de investimento na China: lu.allianzgi.com
O investimento no Fundo envolve riscos. Os investimentos no Fundo e o rendimento obtido poderão oscilar para cima e para baixo, dependendo dos valores ou previsões existentes no momento do investimento e, portanto, poderá não recuperar o seu investimento na íntegra. Este material promocional foi elaborado pela Allianz Global Investors GmbH, www.allianzgi.com, uma sociedade de investimento de responsabilidade limitada, constituída na Alemanha, com sede em Bockenheimer Landstrasse 42-44, 60323 Frankfurt/M, com número de registo no tribunal local de Frankfurt/M, HRB 9340, autorizada pelo Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (www.bafin.de). Para informações sobre o Resumo dos Direitos dos Investidores em inglês ver (www.regulatory. allianzgi.com). Fonte: Allianz Global Investors. Julho 2021. #1724270
TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES
por Samuel Capucho
AUDITORIA DA GESTÃO DE ATIVOS EM PORTUGAL ELEMENTO CHAVE PARA A CONFIANÇA DOS INVESTIDORES
Num mercado cada vez mais dinâmico, marcado pela inovação e regulação, a proteção do investidor é fundamental. Perante esta importância, as auditoras desempenham um papel crucial na cadeia de vida dos fundos mobiliários e, consequentemente, na confiança do investidor.
A
complexidade e exigência na área de gestão de fundos mobiliários não diz apenas respeito às casas gestoras. São vários os participantes de mercado que têm importância no ciclo de vida destes produtos, como acontece com as auditoras. São entidades que têm em si uma tarefa exigente e fundamental no mundo dos fundos mobiliários em Portugal: a certificação de idoneidade que estes produtos apresentam ao mercado. A este nível, é importante realçar a rotatividade na auditoria de organismos de investimento coletivo - um fator de caráter obrigatório. Esta rotatividade tem de ser assegurada, sendo que o “auditor do organismo de investimento coletivo não pode ser auditor, 64 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
nem pertencer à rede do auditor, da empresa-mãe em que a entidade responsável pela gestão consolida as suas contas”, pode ler-se no Artigo 132.º do Regime Geral dos Organismos de Investimento Coletivo. Contudo, de notar que algumas gestoras mais pequenas e independentes, que não estão inseridas em grupos, podem ter a mesma auditora a auditar os fundos e a própria sociedade, não sendo por isso uma situação considerada irregular. Efetivamente, a importância do trabalho do auditor nesta área não pode ser ignorada, principalmente na ótica da proteção do próprio investidor. Foi exatamente esta questão que procurámos desenvolver junto de três sócios responsáveis pela auditoria de fundos mobiliários em Portugal. Todos parecem estar de acordo em
relação a esta importância, sendo que a palavra confiança é fundamental na ótica de cada um.
O PANORAMA NACIONAL
No final de 2021, o mercado português de fundos mobiliários restringia-se a cerca de 183 produtos, totalizando mais de 20 mil milhões de euros em património. Destes 183 produtos, 155 estavam domiciliados em território nacional. Assim, como se posicionarão as auditoras neste mercado e quais delas têm maior relevância? De facto, os dados compilados a partir das informações disponíveis na Morningstar Direct e no website das próprias entidades gestoras, mostram que atualmente a Mazars & Associados é a auditora que maior número de fundos audita em Portugal, com 69 pro-
AUDITORAS QUE AUDITAM FUNDOS MOBILIÁRIOS EM PORTUGAL AUDITOR
Baker Tilly, PG & Associados BDO & Associados KPMG & Associados Kreston & Associados Mazars & Associados Salgueiro, Castanheira & Associado Total Auditado
ATIVOS SOB GESTÃO AUDITADOS (EM EUROS)
NÚMERO DE FUNDOS AUDITADOS
ENTIDADE GESTORA
859.776.723
12
GNB Gestão de Ativos
9.958.390.378
64
BIZ Capital; Caixa Gestão de Ativos; Casa de Investimentos; Montepio Gestão de Activos; Santander Asset Management
339.330.281
6
Bankinter Gestión de Ativos Sucursal em Portugal
10.127.778
3
Sixty Degrees
7.789.278.822
69
12.588.417
1
18.969.492.399
155
BPI Gestão de Ativos; Heed Capital; IMGA; Invest Gestão de Activos; Optimize Investment Partners Lynx Asset Managers
Fonte: Morningstar Direct e Relatório & Contas dos fundos . AuM a 30 de novembro de 2021.
AUDITORAS QUE AUDITAM FUNDOS MOBILIÁRIOS DE ADN NACIONAL, DOMICILIADOS NO LUXEMBURGO AUDITOR
Deloitte Audit Limited
ATIVOS SOB GESTÃO AUDITADOS (EM EUROS)
NÚMERO DE FUNDOS AUDITADOS
ENTIDADE GESTORA (ADVISOR)
16.754.785
1
Nevastar Finance (EuroBic)
Deloitte Audit S.a r.l.
469.133.011
9
GNB Gestão de Ativos (GNB International Management); Optimize Investment Partners (Andbank AM)
Deloitte SA
600.471.124
8
BPI Gestão de Ativos (CaixaBank AM)
13.771.646
1
Heed Capital (Adepa)
25.004.021
2
Haitong Bank
223.399.494
7
Atrium Investimentos (FundPartner Solutions)
1.348.534.080
28
KPMG (Luxembourg) PricewaterhouseCoopers (Lux) PricewaterhouseCoopers Société coopérative Total Auditado
Fonte: Morningstar Direct. AuM a 30 de novembro de 2021.
dutos. Estes pertencem à IM Gestão de Ativos, BPI Gestão de Ativos, Optimize Investment Partners, Heed Capital, e Invest Gestão de Activos. Em termos de ativos sob gestão, a auditora tem a seu cargo a auditoria de um volume muito próximo de 8 mil milhões de euros. Pedro Jesus, sócio e responsável pela área de fundos de investimento da Mazars & Associados, começou por explicar à FundsPeople que o seu trabalho é fundamental para garantir confiança ao mercado no sentido de que “as demonstrações financeiras apresentadas dos fundos mobiliários não apresentem distorções materiais”. Segundo o profissional, este é um trabalho que possibilita que “os investidores possam tomar as suas ações e decisões de investimento com conforto”. No seguimento da sua resposta, destaca mais algumas pa-
AUDITORAS QUE AUDITAM AS GESTORAS DE FUNDOS MOBILIÁRIOS EM PORTUGAL AUDITORA
ENTIDADE GESTORA
PwC
BPI Gestão de Ativos
Lampreia, Viçoso & Associado
BIZ Group
PwC
Bankinter Gestión de Ativos Sucursal em Portugal
Ernst & Young Audit & Associados
Caixa Gestão de Ativos
Veloso & Associados
Casa de Investimentos
Ernst & Young Audit & Associados
GNB Gestão de Ativos
Ernst & Young Audit & Associados
Heed Capital
Pontes Baptista & Associados
IM Gestão de Ativos
Martins Pereira, João Careca & Associados
Invest Gestão de Ativos
Caiano Pereira, Ana Santos, Sousa Gois & Associados
Lynx Asset Managers
PwC
Montepio Gestão de Activos
Mazars & Associados
Optimize Investment Partners
PwC
Santander Asset Management
Kreston & Associados
Sixty Degrees
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 65
TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES
PEDRO JESUS,
MAZARS & ASSOCIADOS “A CREDIBILIDADE DO AUDITOR É FUNDAMENTAL, DADA A NATUREZA DE INTERESSE PÚBLICO DA SUA FUNÇÃO E É GARANTIDA PELOS REQUISITOS ÉTICOS QUE ESTE SE ENCONTRA OBRIGADO A CUMPRIR. A INDEPENDÊNCIA, INTEGRIDADE E OBJETIVIDADE SÃO DEVERES QUE A FUNÇÃO EXIGE”.
lavras-chave relativamente à função do auditor, tais como a credibilidade, os deveres de independência, a integridade e a objetividade que são, na sua ótica, “deveres que a função exige e dos quais nenhum auditor poderá abdicar em qualquer circunstância”. Esta é uma resposta que é complementada pela intervenção de Gonçalo Cruz, sócio e responsável pela área dos fundos de investimento da BDO & Associados - a entidade que audita mais ativos em Portugal. O profissional começou por indicar que a confiança nos mercados passa muito pelo trabalho dos auditores e especificou três pilares fundamentais para essa confiança: “A atuação das entidades gestoras; o acompanhamento dos reguladores e supervisores; e o trabalho independente e profissional dos auditores”. Afirma ainda que os auditores têm “um papel fundamental na melhoria da qualidade e transparência da informação financeira, no cumprimento das regras de valorização de ativos e na identificação 66 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
GONÇALO CRUZ,
BDO & ASSOCIADOS “AS DECISÕES DOS INVESTIDORES EM FUNDOS MOBILIÁRIOS, PARTICULARES OU INSTITUCIONAIS, DEPENDEM CADA VEZ MAIS DE UM FATOR DECISIVO: A CONFIANÇA NOS MERCADOS”.
de situações que possam envolver conflitos de interesse”. E é também a BDO & Associados que tem a seu cargo a auditoria de fundos de mais casas gestoras (a par da Mazars) nomeadamente da BIZ Capital, Caixa Gestão de Ativos, Casa de Investimentos, Montepio Gestão de Ativos e Santander Asset Management, totalizando – ainda assim – 64 fundos sob a sua auditoria. Os ativos sob gestão auditados por parte da BDO & Associados ficaram muito próximos de 10 mil milhões de euros no final de 2021. Em terceiro lugar, a entidade que faz vistoria a um maior volume de ativos sob gestão de fundos mobiliários domiciliados em Portugal é a Baker Tilly. A auditora passa a pente fino um montante sob gestão que ultrapassa os 859 milhões de euros, valor que incorpora o montante gerido pelos fundos da GNB Gestão de Ativos. Em linha com o referido pelos colegas de profissão, Paulo André, sócio
e responsável de auditoria nesta entidade, entende que a importância do seu trabalho passa pela proteção do investidor, sendo este um elemento crucial. Nesse sentido, o profissional menciona que, ao rever a adequada valorização dos títulos ao seu valor de cotação, “o auditor contribui para assegurar a correta valorização dos fundos próprios do fundo e, consequentemente, para a correta valorização das unidades de participação de cada investidor”.
A INSPEÇÃO ÀS GESTORAS
Mas ao analisarmos o panorama em Portugal, não poderíamos deixar de apresentar as auditoras que olham para os 28 produtos de gestão portuguesa domiciliados no Luxemburgo. Deste universo, a Deloitte é a entidade que mais fundos analisa, e também a que maior volume de ativos tem nesta esfera. Todavia, nem só os fundos de investimento merecem o escrutínio das
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A OPINIÃO DE MARK NICHOLS E MARK HESLOP Gestores do fundo European Growth, Jupiter AM
QUATRO MEGATEMAS
PAULO ANDRÉ,
BAKER TILLY “O VALOR DOS FUNDOS PRÓPRIOS DESTES PRODUTOS, DEPENDE ESSENCIALMENTE DA CORRETA VALORIZAÇÃO DOS TÍTULOS, AO SEU VALOR DE MERCADO. O AUDITOR CONTRIBUI PARA A CORRETA VALORIZAÇÃO DOS FUNDOS PRÓPRIOS DO FUNDO E, CONSEQUENTEMENTE, PARA A CORRETA VALORIZAÇÃO DAS UP DE CADA INVESTIDOR”.
auditoras. As entidades gestoras, que são também um pilar na confiança que os investidores têm nos produtos, são também elas, claro, auditadas por estas entidades. A PwC é a entidade que audita um maior número de casas nacionais, onde se incluem a BPI Gestão de Ativos, a Bankinter GA, sucursal em Portugal, a Montepio Gestão de Activos e a Santander Asset Management. Adicionalmente, ao olharmos para este universo, reparamos que existe um maior e mais diversificado número de auditoras a supervisionarem os relatórios e contas das entidades gestoras face ao número de auditoras que supervisionam fundos mobiliários. Agora, para além da PwC, a Lampreia, Viçoso & Associado, a Ernst & Young Audit & Associados, a Veloso & Associados, a Pontes Baptista & Associados, a Martins Pereira, João Careca & Associados e a Caiano Pereira, Ana Santos, Sousa Gois & Asso-
ciados são nomes que não auditam as contas dos fundos, mas que auditam entidades gestoras. A Kreston & Associados, por sua vez, audita as contas da Sixty Degrees, bem como os seus fundos. O mesmo caso se aplica à Optimize Investment Partners em que a Mazars & Associados audita as contas da entidade e os seus fundos.
QUE RESERVARÁ O FUTURO?
Com a evolução do mercado no que toca a maior número de produtos oferecidos e maior número de investidores, perspetiva-se que estas auditoras venham a ter um papel cada vez mais importante na auditoria das contas dos mesmos. São entidades importantes na cadeia de validação e no reconhecimento de um fundo. Assim, o papel do auditor continuará a ser, tal como tem vindo a ser até ao momento, “baseado em princípios e normas rigorosas que são cada vez mais exigentes à profissão”, conclui Pedro Jesus.
Aqui estão quatro temas com uma preponderância fundamental no nosso pensamento, quando olhamos em frente para os anos e décadas que se seguem. Emissões. O aumento do foco político e dos consumidores nas alterações climáticas está a fazer subir o custo da atividade das empresas intensivas em carbono. Para se chegar a zero emissões é necessário um tremendo investimento, uma reengenharia de várias indústrias e infraestruturas, e uma enorme oportunidade para fornecedores de soluções. Digitalização. A inteligência artificial, a realidade aumentada, os veículos autónomos e uma internet das coisas são agora viáveis. Um aumento substancial no fabrico de chips semicondutores é necesario, o que constitui um bom augúrio para a indústria de equipamento de semicondutores. Envelhecimento da população. A medicina personalizada e testes de diagnóstico mais abrangentes vão ajudar a aumentar a eficiência dos nossos sistemas de saúde. Os medicamentos biofarmacêuticos complexos devem continuar a crescer bastante na próxima década. Produtividade. À medida que os custos da mão de obra continuam a subir, as empresas vão tentar reduzir custos. Numa época de crescimento mais rápido, uma maior produtividade deve libertar dinheiro para ser reinvestido de forma a captar uma fatia maior de crescimento. Com a economia mais difícil, os custos ganham maior foco, com as empresas a lutar para proteger os seus balanços e pagar o serviço das suas dívidas. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 67
ENTREVISTAS GURU por Óscar R. Graña
68 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
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Passaram 10 anos desde que a DWS decidiu criar um fundo para Klaus Kaldemorgen. A intenção da entidade alemã era então construir um veículo no qual aquele que foi o diretor de investimentos da entidade alemã pudesse implementar livremente a sua filosofia e estratégia, vertendo no produto toda a experiência que este reputado profissional dos investimentos tinha vindo a acumular durante toda a sua trajetória na indústria. O resultado foi o nascimento de uma das estratégias de multiativos que mais êxito comercial têm tido na Europa na última década. TNE
GESTOR DO DWS CONCEPT KALDEMORGEN JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 69
ENTREVISTAS GURU
UM GESTOR COM GRANDE REPUTAÇÃO
Klaus Kaldemorgen é um dos gestores mais reputados na indústria. Primeiro forjou a sua carreira como diretor de investimentos da DWS e, nos últimos 10 anos como gestor de um fundo que nasceu com 10 milhões de euros de ativos e hoje supera os 12.500. “O produto foi uma história de êxito”, afirma.
O
conceito que Klaus Kaldemorgen tinha em mente quando em 2011 a DWS criou um fundo para ele, estava muito claro. O que queria era gerir um produto com o qual oferecesse rentabilidade aos seus clientes, mas limitando as flutuações. O seu objetivo era conseguir uma volatilidade de um só dígito combinada com uma queda máxima de 10% ao ano, investindo em todas as classes de ativos. Os anos passaram-se e, fazendo um balanço, Kaldemorgen pode dizer que esse objetivo está mais do que cumprido. “O fundo deu uma rentabilidade anualizada líquida nestes anos de 5%, com uma volatilidade de 6%. São números muito aceitáveis para um investimento de risco controlado”, analisa. Prova da confiança que os investidores mantêm depositada na sua equipa, é o facto de o fundo ter passado dos 10 milhões de euros que geria em 2011 para os 12.500 atuais. É o nível mais elevado, nunca alcançado pelo produto. E não é apenas isso. Existem dados que denotam, por um lado, o apego do participante pelo produto e, por outro lado, a boa gestão realizada. Atualmente apresente Rating FundsPeople 2022, embora durante três anos consecutivos tenha sobressaído com Rating FundsPeople+. A liberdade de que dispõe Kaldemorgen para gerir a estratégia é absoluta. É algo que se traduziu numa gestão muito flexível, que aplica sobre um amplo leque de classes de ativos (ações, obrigações, divisas e matérias primas, principalmente ouro). Segundo o gestor, essa flexibilidade é hoje mais importante do que nunca. “O contexto de mercado atual é extremamente difícil. A bolsa americana subiu cerca de 36% em euros, mas em dólares apenas ganhou cerca de 26% devido à apreciação do dólar. Excluindo o retorno dos seis maiores títulos da bolsa norte-americana, que representam 25% do S&P 500, a rentabilidade do mercado americano caiu até aos 18%, em linha com o europeu. Isto significa que, para alguém que quer diversificar, o cenário tornou-se muito complicado”. 70 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Isto já para não falar da situação em que se encontra o mercado de obrigações. “As obrigações não são um ativo disponível para a geração de rentabilidade. Hoje em dia servem para estabilizar a carteira e reduzir o risco”. Isto fez com que a estrutura da parte de rendimento fixo do fundo tenha mudado radicalmente nos últimos tempos. “A dívida corporativa já não joga um papel importante na carteira. Apenas representa 3%. E vendemos todas as nossas posições em obrigações emergentes”, revela. No entanto, a mudança mais significativa percebe-se na duração. “Esta é negativa, algo que se explica pelas nossas posições curtas sobre a dívida do Tesouro dos EUA”. Este posicionamento justifica-o na sua visão sobre as taxas de juro. “2022 será um ano em que teremos que gerir aumentos das taxas por parte dos bancos centrais. Algo que já é seguro no caso da Fed, mas também espero que no final do ano o BCE comece a seguir os passos dos Estados Unidos”.
A RENTABILIDADE NAS AÇÕES
Esta expetativa fê-lo não só ser pessimista sobre a evolução das obrigações, mas também provocou uma outra mudança no posicionamento do fundo. “Antes tinha cerca de 10% da carteira em dólares. Agora essa percentagem é de 30%. Dado o spread que se abrirá entre os EUA e a Europa na política monetária, a minha expetativa é de que vamos assistir à estabilização ou valorização do dólar”. Kaldemorgen está convencido de que, para este novo ano, serão as ações que levarão a rentabilidade ao fundo. Contudo: nas bolsas ninguém deverá esperar retornos tão elevados como os que vimos no ano passado. “Não digo que o mercado de ações vá gerar rentabilidades negativas, mas provavelmente a subida ver-se-á travada pelo efeito que provocarão as subidas das taxas que aplicarão os bancos centrais para conter a inflação. Não imagino um super rally nas ações neste cenário”, reconhece. Neste contexto, a sua expetativa é de que o que denomina de empresas aborrecidas, entre as quais estão empresas
“O ATUAL CONTEXTO DE MERCADO É EXTREMAMENTE DIFÍCIL. PARA UM INVESTIDOR QUE QUEIRA DIVERSIFICAR, A SITUAÇÃO TORNOU-SE MUITO COMPLICADA” de saúde, financeiras, utilities, real estate e infraestruturas, ofereçam retornos na ordem de um dígito. Quanto ao ouro, um ativo que estrategicamente tem feito parte da sua carteira, Kaldemorgen considera que o seu papel mudou. “Dado o seu comportamento em 2021, já não deve ser visto como uma cobertuta contra a inflação, mas sim como um ativo para se proteger de riscos geopolíticos. Por esse motivo, para o futuro, o seu peso na carteira mantém-se sem mudanças. O importante em todo o momento é manter controlado o risco”, sublinha. Ao fim e ao cabo, segundo Kaldemorgen, isso é o que o cliente
mais gosta na sua filosofia, esse enfoque de retorno total que permite participar nas ações, mas mantendo em linha a volatilidade. Esse interesse é o que levou a DWS a ampliar a sua gama de fundos multiativos oferecendo soluções para diferentes perfis de risco: desde o DWS Invest Conservative Opportunities (orientado para a segurança), até ao DWS Invest Multi Opportunities (equilibrado), passando pelo DWS ESG Dynamic Opportunities (mais arriscado). Atualmente, a equipa gere um património de 20.000 milhões. “É um grande êxito”, conclui. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 71
ENTREVISTAS GESTOR PORTUGUÊS por Miguel Rêgo, CFA
CAUTELA A gestora mantém o peso das ações perto dos 80%, embora se mostre cautelosamente otimista. Acredita que assistiremos a um ano com maior volatilidade, com as incertezas que decorrem da pandemia e de novas variantes a continuar a existir.
Fátima Só GESTORA DO FUNDO NB DINÂMICO, GNB GESTÃO DE ATIVOS
O DINAMISMO
DO NB DINÂMICO Fátima Só descreve as decisões de alocação e as oportunidades de investimento que impulsionaram o NB Dinâmico em 2021.
O
NB Dinâmico é a versão mais agressiva dos três fundos perfilados que compõem a oferta da GNB Gestão de Ativos. Com um investimento mínimo de 50% em ações, mas com liberdade para navegar livremente nos restantes 50%, fica à responsabilidade da gestão alocar o dinheiro dos investidores da forma que melhor reflete as perspetivas de mercado. Responsabilidade e não só. Também o mérito. Isto porque foi o fundo multiativos português que melhor retorno obteve em 2021. À FundsPeople, a gestora, Fátima Só, conta o racional que esteve por detrás das decisões que marcaram o NB Dinâmico em 2021 e o levaram ao sucesso. Antes de mais, a alocação a ações como fonte de rentabilidade. “Desde o seu lançamento em 2019 que o fundo manteve uma posição de 75% do património alocado a uma carteira bastante estável de cerca de 70 ações. Uma carteira muito focada no stock picking e com uma filosofia de capturar os temas e megatendências que sabemos que vão perdurar. São ações de empresas que se vão manter muito tempo em carteira”. A gestora fala de temas como a transição digital e tecnológica, saúde e bem-estar e a transição energética. Segundo indica, a exposição a estes temas acaba por fazer com que o fundo tenha um viés natural para setores como o tecnológico, farmacêutico e de consumo, bem como para os Estados Unidos. É uma parcela da carteira que a gestora apelida de estável, mas que não é estática. “Ao longo do ano fomos aumentando a componente mais cíclica da carteira, por vezes reforçando posições que já tínhamos em carteira. Os semicondutores, por exemplo, como um dos sub setores mais cíclicos dentro 72 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
da tecnologia, ou as financeiras, que deverão beneficiar de um contexto em que se perspetiva uma subida de taxas de juro”. Por outro lado, realça também posições em empresas de software, cibersegurança, medicação animal, meios de diagnóstico na saúde, instrumentos cirúrgicos, hotéis, produtos de luxo e empresas norte-americanas de retalho, como fontes de retorno no ano.
AS PERSPETIVAS
De olhos no futuro, a gestora mantém o peso das ações perto dos 80%, embora se mostre cautelosamente otimista. “Acredito que vamos assistir a um ano com maior volatilidade. As incertezas que decorrem da pandemia e de novas variantes vão continuar a existir. E é claro que parece complicado, depois de um ano tão positivo para as ações, continuar a ter uma perspetiva positiva. Mas quando olhamos para as empresas e para a economia e recordamos que 2021 foi apenas o primeiro ano de uma recuperação da crise criada pela pandemia, ficamos convictos da nossa perspetiva positiva para a classe de ativos”, diz a gestora. A restante parcela da carteira do fundo, no entanto, não foi neutra para o sucesso do produto. É aqui que encaixam as obrigações, em menor medida, e a liquidez, que mantém como pólvora seca para aproveitar as oportunidades. E foram várias as oportunidades. “É uma componente mais dinâmica do fundo. Aqui encaixamos exposição a ações de regiões específicas, como os mercados emergentes, ou países específicos, como o Japão, Israel ou Índia. Alocamos também oportunisticamente a outras classes de ativos, como fizemos com as matérias-primas, ou até dividendos de índices, nos quais capturamos o desconto entre os futuros de dividendos e os dividendos que são efetivamente pagos”, explica. As obrigações, que representam atualmente apenas 5% da carteira estão, segundo Fátima Só, alocadas a dívida governamental e dívida subordinada, “sempre numa lógica dinâmica”. “Com o ambiente de taxas de juro como o atual, em que se perspetiva a redução de planos de estímulo e subidas de taxas de juro, o investimento em obrigações revela-se pouco atrativo. Pontualmente, fará sentido aproveitar algumas oportunidades, mas numa perspetiva de médio e longo prazo não”, termina.
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ENTREVISTAS GURU por Regina R. Webb
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Martin Skanberg define o fundo bandeira de ações europeias da Schroders como um fundo omnívoro: apetite pelas melhores oportunidades sem importar o estilo. Há uns anos, em pleno Brexit, defendia distância do ruído que golpeava as bolsas europeias e comprar com desconto negócios de elevada qualidade. Agora defende rodar por completo o volante e procurar outros vencedores. O discurso da política monetária e fiscal está a mudar. A inflação voltou às nossas vidas de súbito, como se alguém tivesse conseguido desentupir o frasco de ketchup. “É o momento de desfazer-se das preferências do passado. Os próximos cinco anos nos mercados vão ser muito distintos dos cinco últimos”, prevê. TNE
GESTOR DO SCHRODER ISF EURO EQUITY JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 75
ENTREVISTAS GURU
UM FUNDO OMNÍVORO O Schroder ISF Euro Equity é um dos fundos bandeira da Schroders em ações europeias. O fundo carateriza-se por um estilo completamente agnóstico. Visão bottom-up pura. A equipa gestora, liderada por Martin Skanberg, não duvidará em rodar a carteira de acordo com as melhores oportunidades. Passando de optar pela elevada qualidade durante a volatilidade de anos do Brexit, para uma aposta pelo value castigado e a recuperação do contexto atual.
E
stamos a presenciar uma mudança histórica no regime dos mercados. “A política dos bancos centrais está a mudar de tom e a era da deflação está a chegar ao fim de uma forma espetacular. A torneira da abundância de estímulos fiscais e monetários está a fechar-se e é algo crucial a ter em conta nas futuras alocações de ativos”, insiste Martin Skanberg. Para o gestor da Schroders, isto muda as regras do jogo. Haverá novos vencedores no mercado. “É o momento de se desfazer das preferências do passado. Os próximos cinco anos nos mercados vão ser muito distintos dos últimos cinco”, vaticina. Se estamos às portas de uma mudança de tendência na política monetária, isto coloca sob pressão os ativos de longa duração. Pensamos nas obrigações, mas também tem consequências em ações de estilo growth. É o segmento de mercado que melhor tem funcionado nos últimos anos, sem dúvida. E o Schroder ISF Euro Equity sob o leme de Skanberg bebeu desse facto, apostando por títulos de crescimento em períodos complexos da bolsa europeia. Mas agora é o momento de rodar as carteiras, defende o gestor. De procurar os vencedores em nichos mais value, nessas oportunidades escondidas ou castigadas até ao momento. De facto, Skanberg é da opinião de que já estamos a assistir a oscilações de mercado nos últimos meses. “O mercado começa a ficar preocupado com o status quo”, afirma. Por isso, a carteira do Schroder ISF Euro Equity está a incorporar títulos mais cíclicos, nomes do setor financeiro, mais mid caps, etc. Em geral, está a procurar empresas que negoceiem abaixo do seu valor intrínseco. É certo que não é a primeira vez que se debate a rotação do growth para o value. Nas últimas décadas têm existido vários episódios que questionaram a hegemonia do estilo crescimento apenas para se reverterem numa questão de 76 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
meses. Mas agora Skenberg deteta uma mudança estrutural mais profunda. Principalmente porque nota uma reversão da globalização. “Depois do vivido com a pandemia e as ruturas das cadeias de fornecimento, todas as empresas com as quais falamos estão a planear trazer para mais próximo a produção dos seus bens”, conta. Isto traz uma oportunidade fantástica para a reindustrialização dos países desenvolvidos. Um claro exemplo é visto na construção de fábricas de semicondutores. “O capex está a viver um novo boom”, afirma o gestor. Estamos perante a era dourada da reconstrução da sociedade e a pandemia abriu as portas ao pacote fiscal necessário para o levar a cabo. E é uma mudança radical no modelo negócio que tem predominado nos últimos anos. Os vencedores do anterior ciclo eram empresas estilo Uber, leves em ativos físicos, o que tem levado precisamente a um mundo subvalorizado.
A CAPACIDADE DA EUROPA PARA INOVAR
Isto é uma notícia fantástica para as ações europeias em particular, defende o especialista. A Europa já tem demonstrado a sua capacidade para inovar com o desenvolvimento de uma das vacinas para o COVID-19. E também terá como vento a favor a debilidade do euro face ao dólar norte-americano e um renminbi chinês mais forte. A isto soma-se a Grande Demissão, o nome que se deu à onda de trabalhadores que deixaram os seus empregos voluntariamente graças a melhores condições em outro lado, ou simplesmente porque é mais rentável para eles abrigarem-se nas ajudas do Estado. É outro fator chave a ter em conta quando refletimos sobre a inflação. “Pela primeira vez em muito tempo os trabalhadores têm força nesta alavanca. Isto acrescentará uma pressão de custos no sistema”, aponta Skanberg. E um último fator, talvez pouco valorizado pelos mercados: a inflação que traz o ESG. “Basta olhar para os preços do carvão. E o ESG está a cumprir com o pro-
“DEPOIS DO VIVIDO COM A PANDEMIA E AS RUTURAS DE FORNECIMENTO, AS EMPRESAS ESTÃO A PLANEAR TRAZER PARA MAIS PRÓXIMO A PRODUÇÃO DE BENS”
metido. Está a encarecer a energia suja, mas é algo que o consumidor terá que enfrentar”, reconhece o gestor. Este é o cenário que procura captar este fundo com Rating FundsPeople 2022. Tentando não cair em armadilhas value, a equipa gestora está a acrescentar títulos cíclicos à carteira. Falamos de bancos, financeiras e seguradoras da zona euro core. Segundo Skanberg, são negócios com muito boas perspetivas de retorno para o acionista agora que se levantou o veto dos dividendos e as taxas previsivelmente subirão. A sua previsão é de que esta tendência aconteça nos países mais núcleo da Europa, como Itália e França, e em seguida se estenda para o sul nos anos seguintes.
Também procura captar a transição energética que, para além disso, vem acompanhada de valorizações atrativas, defende. É o caso do setor dos materiais. Em concreto, as empresas que fornecem blocos de construção na era industrial verde. Mas nem tudo é value na carteira do Schroder ISF Euro Equity. Mantêm uma importante sobreponderação no setor da saúde através da sua aposta na biotecnologia e nas ciências da vida. “Os PCR e os testes de antigénio chegaram às nossas vidas para ficar durante muito tempo. Também a revolução que representa a tecnologia ARNm para as vacinas”, vaticina. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 77
ENTREVISTA DISTRIBUIDOR por Margarida Pinto
UM ANO DE SUCESSO O PPR Smart Invest é constituído por três subfundos, e foi criado com o racional de complementar o PPR de gestão ativa da casa. No espaço de um ano já gere 15 milhões de euros, superando as expetativas da casa.
Paulo Monteiro ADMINISTRADOR EXECUTIVO , INVEST GESTÃO DE ACTIVOS
“QUISEMOS CRIAR MAIS UM INSTRUMENTO DE POUPANÇA, MAS DIVERSIFICADO GLOBALMENTE, BARATO E EFICIENTE” A gama Smart Invest é isso mesmo: inteligente e descomplicada. Permite ao investidor aceder a um produto barato e diversificado, que num ano de vida já surpreende em termos de volume.
E
m 2021, a Invest Gestão de Activos foi mais uma das entidades a trazer para o mercado uma gama de fundos PPR. O PPR Smart Invest conta com três subfundos distintos que nasceram de uma ideia de complemento da oferta da entidade. Como explica Paulo Monteiro, depois do sucesso do PPR de gestão ativa da casa - o Invest AR PPR, com Rating FundsPeople 2022 -, decidiram criar um produto fiscalmente semelhante, mas que se focasse na gestão passiva. “Quisemos criar mais um instrumento de poupança, mas diversificado globalmente, barato e eficiente em termos fiscais”, resumiu. 78 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Tratam-se então de três subfundos com perfis de risco distintos, geridos num modelo de robot-advisory. “Existe uma carteira modelo, e o dinheiro que entra vai sendo investido de forma automática. Do nosso lado, fazemos um rebalanceamento da carteira trimestralmente, também de forma automática”, diz. Portanto, sem surpresa, os três sub-fundos correspondem a um perfil conservador, com 20% de ações, o moderado, com 45% de ações e, por fim, o dinâmico, que aloca 70% da carteira a este ativo. “A composição da componente de ações é igual nos três perfis; o que muda são as ponderações em cada perfil”, adiciona. O que da equipa se propõem a fazer é replicar para o cliente “a composição do PIB mundial”.
VANTAGENS DA ESTRUTURA
Este é, portanto, um fundo em que a geração de alpha não é tão importante, mas que apresenta diversas vantagens associadas. A primeira delas é o facto de o cliente poder iniciar o investimento com um montante muito baixo: 50 euros. O custo do produto, como seria de esperar, também ele é reduzido. “É um produto barato. A comissão de gestão é de 0,90% para os três sub-fundos, e dentro do fundo não há comissões de transação”, aponta. Para além disso, acresce a oportunidade de o cliente poder mudar entre perfis - ou seja, de um sub-fundo para outro - de forma gratuita até três vezes por ano, e sem necessidade de passar por um resgate. A receita é muito simples: “O cliente faz entregas periódicas, e nós fazemos o rebalanceamento pelo cliente. Trata-se de uma carteira diversificada global e relativamente concentrada entre 15-20 ETF das maiores casas internacionais de ETF”, atesta o gestor. Os números comprovam já o sucesso. Os três fundos estão com 15 milhões de euros de ativos geridos. “Ficámos bastante satisfeitos com estes números; superou as nossas expetativas no primeiro ano”, concluiu Paulo Monteiro.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 79
ENTREVISTAS GURU por Samuel Capucho
80 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
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Os fundos de distribuição de rendimentos da J.P. Morgan Asset Management são bastante conhecidos no mercado. E 2021 trouxe uma novidade para esta gama de produtos: o lançamento de um novo fundo sustentável. Com base na integração total dos fatores ESG, “esta estratégia vai ainda mais longe, com duas características adicionais de sustentabilidade”, diz Michael Schoenhaut. TNE
GESTOR DO JP MORGAN GLOBAL INCOME SUSTAINABLE FUND JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 81
ENTREVISTAS GURU PILARES EXTRA DE SUSTENTABILIDADE A entidade gestora deu um passo em frente no campo da sustentabilidade e no começo de 2021 lançou um fundo multiativos, focado precisamente nesta temática. Para além do equilíbrio de yield, risco e de retorno comum aos três produtos da gama, Michael Schoenhaut explicou que no JP Morgan Global Income Sustainable Fund adicionaram-se pilares extras de sustentabilidade.
A
excelência da gama de fundos de distribuição de rendimentos da J.P. Morgan Asset Management é reconhecida internacionalmente. Prova disso é que dois produtos desta gama ostentam Rating Funds People 2022: o JP Morgan Global Income Fund e o JP Morgan Global Income Conservative Fund. Já o início de 2021 trouxe uma novidade para este universo de fundos. A casa gestora decidiu lançar para o mercado um produto com um foco mais vincado na sustentabilidade: o JP Morgan Global Income Sustainable Fund. Em comum os três fundos têm o facto de procurarem criar um fluxo de rentabilidade consistente e atrativo através de uma carteira multiativos construída com uma abordagem conservadora e sustentável. Para tal, a flexibilidade que a equipa de gestão adota no processo de decisão e alocação dos ativos é fundamental, uma vez que permite procurar retorno em todas as classes de ativos. Mas que novidades traz esta nova estratégia? Michael Schoenhaut contou à FundsPeople mais detalhes sobre esta gama. De facto, a primeira ideia passada pelo profissional foi que a estratégia lançada mais recentemente trouxe um foco na sustentabilidade, mas não conduziu a mudanças na filosofia e abordagem de investimento geral da equipa de gestão. Tal como descreve Michael Schoenhaut, nesta gama “é utilizada transversalmente a mesma filosofia e abordagem de investimento, ou seja, a integração de critérios ESG é transversal aos três fundos”. Nestas três estratégias, o profissional explica que “os gestores que selecionam os títulos são os mesmos, mas o panorama e o contexto em que trabalham difere”, particularmente na versão mais sustentável. Nesse sentido, complementa ao referir que aplicam as habituais exclusões que caraterizam os portefólios mais sustentáveis, mas há algo mais importante do que isso nesta nova versão. Neste caso, “o foco é no que denominamos de inclinação positiva”. Por outras palavras: “Em cada componente da carteira, procuramos pontuar significativamente melhor nos fatores ESG do que o índice de referência”, clarifica. Este último pilar de sustentabilidade que caracteriza o fundo, segundo o especialista, tende a levar à esperada 82 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
diferença de títulos que usualmente compõem uma carteira mais sustentável. Desta forma, o JP Morgan Global Income Sustainable Fund adota “um foco mais direto na identificação e gestão de riscos que são destacados de uma perspetiva sustentável”. Como consequência, o profissional alerta que, em certos contextos, “quanto mais sustentável for o foco de investimento, menor poderá ser a volatilidade do produto, mas também poderá alcançar um retorno ligeiramente inferior”. Contudo, salienta que, devido à transversalidade da abordagem de investimento nos três fundos, “poderá haver diferenças de retorno ao longo do tempo, mas não é de esperar resultados dramaticamente diferentes face aos restantes produtos”.
CONSTRUÇÃO DA CARTEIRA
A experiência da equipa de gestão foi algo mencionado pelo especialista, principalmente na ótica da construção da carteira que trará, logicamente, melhor ou pior qualidade ao portefólio. “Na componente de high yield, por exemplo, verificámos que a consideração mais explícita dos riscos ESG tende a levar a uma carteira com maior qualidade, mas a uma yield ligeiramente inferior”, afirma. Contudo, esta última implicação não é vista de uma forma negativa pelo profissional, pelo contrário. “Embora possa ser uma estratégia com padrões de retornos ligeiramente diferentes, pode proteger os investidores no downside”, justifica. Aliás, o gestor revela que, devido às próprias exclusões que aplicam, não investem em empresas de setores controversos. Combinando este fator com a inclinação positiva que aplicam, “o portefólio terá maior qualidade, uma vez que as empresas que têm em consideração os fatores ESG são as que têm maior qualidade”, e aquelas às quais têm maior exposição. No entanto, quando questionado se uma empresa com um baixo score ESG fica automaticamente excluída do portefólio Michael Schoenhaut revela alguma abertura. “Uma vez ultrapassada a fase de exclusão, isso não significa que não poderemos ter uma empresa desse género em carteira”. E enumera duas razões para tal suceder. Em primeiro lugar, “há inúmeras agências de rating ESG que
“TENHO ESPERANÇA QUE O FUTURO PASSE POR SER RELATIVAMENTE ENVIESADO PARA FUNDOS DE CARIZ SUSTENTÁVEL, MAS SEM A COMPONENTE DAS EXCLUSÕES. AS EXCLUSÕES LIMITAM A ANÁLISE E POSSIVELMENTE, NO FUTURO, TEREMOS HISTÓRICO SUFICIENTE PARA AS ULTRAPASSAR”
ponderam distintamente os vários fatores, o que faz com que não haja um consenso geral sobre uma empresa”. Em segundo lugar, confessa que “as exclusões falham em identificar empresas que estejam a ir numa direção mais sustentável”. Como tal, o profissional refere que há certos nomes no portefólio que terão baixos scores, mas isso também faz parte da abordagem diversificada que adotam. E, neste ambiente de subida de taxas de juro, juntamente com as retiradas de estímulos monetários e com os spreads de crédito apertados, onde é que a equipa de gestão procura oportunidades? “Continuamos a pensar que a melhor área para procurar retorno são as ações, especialmente no mercado norte-americano, mas também no mercado europeu”, responde o gestor. Adicionalmente, afirma que um dos setores que mais o atrai atualmente é o financeiro, “uma vez que as valuations neste setor estão menos caras, e também devido à subida das taxas de juro”. Neste tópico, um dos pontos destacados pelo gestor foi a utilização de covered calls, uma estratégia nova, que têm vindo a utilizar mais afincadamente nos últimos anos. As
covered calls conseguem “tirar partido da volatilidade que se tem visto nos mercados, uma vez que permite comprar ou obter exposição a partes do mercado acionista que têm tradicionalmente menores yields, como as small caps nos EUA”, explicita. Com os olhos postos no futuro, o sentimento do gestor é de que o JP Morgan Global Income Sustainable Fund não venha a ser relativamente diferente da restante gama. “Tenho esperança que o futuro passe por ser relativamente enviesado para fundos de cariz sustentável, mas sem a componente das exclusões. As exclusões limitam a análise e possivelmente, no futuro, teremos histórico suficiente para as ultrapassar”, comenta. Relativamente à discrepância de procura por estes produtos entre Europa e EUA, o profissional termina ao referir que será interessante observar a evolução do processo de pensamento dos investidores nos EUA, onde os temas ESG têm menor aderência: “Será que os investidores só procurarão estas estratégias se os retornos forem melhores, ou será que não?” JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 83
PRODUTOS COMPARAÇÃO
por Ana Palomares
A GESTÃO ALTERNATIVA
COMO RECURSO NUM CONTEXTO DE CRESCENTE INCERTEZA
BLACKROCK SF GLOBAL EVENT DRIVEN FUND
ELEVA ABSOLUTE RETURN EUROPE
JPMORGAN IF GLOBAL MACRO OPPORTUNITIES
GESTORA: BLACKROCK LANÇAMENTO: 5/8/15 DIVISA: DÓLAR PATRIMÓNIO: 5.701 ISIN: LU1258025839
GESTORA: ELEVA CAPITAL LANÇAMENTO: 30/12/15 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 3.687 ISIN: LU1331974276
GESTORA: J.P. MORGAN AM LANÇAMENTO: 23/10/98 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 6.160 ISIN: LU0095938881
RENTABILIDADE 1 ANO: 10,37 RENTABILIDADE 3 ANOS: 6,38 RENTABILIDADE 5 ANOS: 4,39
RENTABILIDADE 1 ANO: 6,69 RENTABILIDADE 3 ANOS: 8,13 RENTABILIDADE 5 ANOS: 7,84
RENTABILIDADE 1 ANO: 3,87 RENTABILIDADE 3 ANOS: 4,96 RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,05
14,39
20 22
2018
2019
2020
2021
84 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
2018
2019
2020
2021
-3,30
2 2 2 2017
2017
2018
-0,25
6,69 1,21
-0,92 -6,91
1 1 1 2017
3,87
8,94
8,77
11,61
13,98
10,37
20 22
10,09
10,62
20 22
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 31 de dezembro de 2021. Dados de património em milhões de euros.
Conseguir rentabilidade em qualquer momento de mercado é uma tarefa cada vez mais complicada à medida que crescem as correlações e o medo. Necessita-se muita flexibilidade e versatilidade.
33 3 2019
2020
2021
C
om a chegada do inverno veio também o regresso da incerteza aos mercados. As causas são várias, mas duas principais podem ser apontadas. A primeira é o temor de que o aumento da inflação não seja tão transitório quanto o esperado e obrigue os bancos centrais a iniciar a sua normalização monetária mais cedo do que o esperado. A segunda veio na forma de uma nova variante de COVID-19, que ameaça atrasar o retorno à normalidade com o efeito negativo na economia que isso acarretaria. Ambas levaram ao retorno do medo do mercado, ao aumento da volatilida-
de e à decisão de muitos investidores de realizar mais-valias reduzindo a sua exposição ao risco, especialmente considerando que as avaliações dos ativos tradicionais não são mais o que eram há apenas 12 meses. Com este cocktail explosivo, as opções que os investidores têm para continuar a gerar alfa para as suas carteiras são diminuídas e a forte correlação entre todas as tipologias de ativos também não ajuda. De fato, são vários os gestores que alertam para que, na próxima década, aquela rentabilidade que no passado era alcançada combinando apenas rendimento fixo e ações dará lugar a números bem mais modestos.
MUZINICH LONG SHORT CREDIT YIELD FUND
NORDEA 1 ALPHA 10 MA FUND
PICTET TR ATLAS
GESTORA: MUZINICH LANÇAMENTO: 18/6/12 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 1.049 ISIN: IE00B85RQ587
GESTORA: NORDEA AM LANÇAMENTO: 30/9/09 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.910 ISIN: LU0445386955
GESTORA: PICTET AM LANÇAMENTO: 15/11/16 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 3.023 ISIN: LU1433232698
RENTABILIDADE 1 ANO: 2,26 RENTABILIDADE 3 ANOS: 5,07 RENTABILIDADE 5 ANOS: 2,52
RENTABILIDADE 1 ANO: 10,77 RENTABILIDADE 3 ANOS: 8,72 RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,86
RENTABILIDADE 1 ANO: 6,60 RENTABILIDADE 3 ANOS: 7,03 RENTABILIDADE 5 ANOS: 4,48
20 22
10,77
11,20
20 22
6,60
7,96
3,03 2018
2019
-1,45
5 5 5 6 6 6 -3,56
-2,69
0,36
4 4 2017
3,44
2,26
7,29
7,46
6,55
6,44
20 22
2020
2021
2017
2018
2019
2020
2021
2017
2018
2019
2020
2021
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 85
PRODUTOS COMPARAÇÃO 20 22
BLACKROCK SF GLOBAL EVENT DRIVEN FUND
GESTOR MARK MCKENNA
ALFA E ATIVIDADE CORPORATIVA O fundo procura gerar um alfa consistente explorando uma série de eventos corporativos para trazer retorno adicional ao portefólio. Para isso, investe predominantemente em ações, embora de forma mais tática também possa fazê-lo noutros ativos que tenham impacto na estrutura de capital da empresa. “Nos últimos anos, vimos uma maior volatilidade em torno dos movimentos de preços em relação a negócios que acabaram por não acontecer, e os movimentos nesses negócios foram muitas vezes mais severos do que outros esperavam”, explica. Isto levou-os a variar a sua estratégia de gestão de risco, reduzindo, por exemplo, o tamanho médio das suas posições, que hoje é 20% menor do que nos três anos anteriores. Não é a única mudança, pois também estão a analisar como outros aspetos fora dos puramente fundamentais, como os regulatórios, influenciam o comportamento dos títulos que possuem em carteira para melhor gerir a volatilidade dessas posições.
86 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
20 22
ELEVA ABSOLUTE RETURN EUROPE
GESTOR ERIC BENDAHAN
MENOS VALUE PERANTE A INCERTEZA O fundo procura gerar rentabilidade através de investimentos longos e investimentos curtos, com grande flexibilidade em termos de exposição ao mercado, que varia de -10% a 50%. Além disso, recentemente incluiu a integração ESG na construção do seu portefólio. Como explica o seu gestor, historicamente tem sido o investimento longo que gerou a maior parte do retorno total, 45%, enquanto o curto contribuiu com 10%. No entanto, diante dos riscos implicados pela possibilidade de se ver um corte no crescimento económico, optaram por reduzir a parte longa da carteira. “A exposição longa ao value foi reduzida desde março de 2021, enquanto a exposição a nomes defensivos contraiu-se (saúde, media, utilities) e focamonos em mega capitalizações e empresas que oferecem visibilidade”, diz.
20 22
JPMORGAN IF GLOBAL MACRO OPPORTUNITIES
GESTORES SHRENICK SHAH, BENOIT LANCTOT, JOSH BERELOWITZ
ADIANTAR-SE AO CICLO ECONÓMICO O produto usa uma abordagem macro flexível para tentar identificar tendências e mudanças no ambiente global e o seu impacto nos preços dos ativos. “O principal fator diferenciador da nossa filosofia é a crença de que os melhores resultados podem ser conduzidos por uma equipa que combina a sua própria análise macroeconómica topdown com a seleção individual de ações”, afirmam os gestores da estratégia. Perante os riscos económicos que a variante Omicron traz consigo, optaram por manter níveis de risco de ações abaixo da média e aumentaram a exposição longa em setores mais defensivos, como serviços públicos. Cortaram nomes de equity cíclicos nos setores financeiro e de consumo discricionário. Mantêm a proteção do portefólio através de opções de ações, futuros e diversificação via moedas.
20 22
MUZINICH LONG SHORT CREDIT YIELD FUND
GESTORES GREG TEMO, HILLEL OLSHIN, EDDIE YU
20 22
NORDEA 1 ALPHA 10 MA FUND
GESTOR ASBJØRN TROLLE HANSEN
20 22
PICTET TR ATLAS
GESTOR MATTHIEU FLECK
UMA ESTRATÉGIA DE QUATRO PARTES
COMBINAR ALFA COM BAIXO RISCO
PROTEÇÃO NAS QUEDAS
Este é um fundo de retorno absoluto gerido ativamente que procura gerar retornos ajustados ao risco elevado ao longo de um ciclo de mercado, com foco na minimização do risco de queda. A construção da carteira é realizada com base em quatro estratégias: posições longas, posições curtas, estratégia de arbitragem e hedging. O aumento da volatilidade, que sempre identificam como a possibilidade de encontrar maiores oportunidades de investimento, levou-os a manter a exposição a crédito de curta duração high yield, mas de alta qualidade. “Esperamos ver um aumento de oportunidades na estratégia curta e de arbitragem, mas com preferência pela arbitragem, principalmente num mercado onde os aspetos técnicos são fortes”, dizem. Quanto aos riscos, defendem que o principal, que a sua carteira enfrenta sempre, é o de iliquidez no mercado de títulos. Um impacto que tentam limitar com o uso de derivados.
O fundo da Nordea AM visa alcançar um retorno bruto de 5–7% ao ano ao longo de um ciclo de investimento completo, com uma volatilidade de cerca de 7–10%. Para isso, baseia a sua estratégia na combinação de estabelecer princípios de equilíbrio de risco através da composição de diferentes prémios de risco, com uma estratégia de investimento baseada em seis super estratégias, como são chamadas na sociedade gestora, e que permitem a geração de alfa. Especificamente, conforme explicado pela equipa gestora, “as quatro primeiras super estratégias são: ações, rendimento fixo, moedas e equilíbrio estratégico de riscos que visam gerar um bom retorno, independentemente do ciclo de investimento”. Quanto às duas super estratégias restantes, chamadas de asset momentum e reversal premia, “são mais direcionais e visam entregar retornos absolutos (alfa) ao longo do tempo”, diz. Na sua seleção aplicam um processo de diversificação.
O Atlas tem dois objetivos principais: gerar um crescimento constante no capital de longo prazo, com uma volatilidade contida, tipicamente menos da metade dos mercados de ações, e fornecer proteção significativa contra quedas durante períodos de stress de mercado. Em linhas gerais, o critério para assumir uma posição longa é que a empresa tenha um negócio forte e capacidade de gerar mais lucros do que o esperado pelo mercado, enquanto as posições curtas são geralmente assumidas em empresas com baixas barreiras de entrada, risco cíclico ou problemas contabilísticos. “No total, o nosso objetivo é manter entre 40 e 50 posições longas e entre 35 e 40 curtas”, explica o gestor. Quanto às últimas alterações efetuadas à carteira, a sua exposição líquida praticamente não passou dos 25%. Consideram que estamos numa fase de ciclo médio, favorável para empresas de qualidade e crescimento.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 87
PRODUTOS COMPARAÇÃO
20 22
11 1 1
22 22
BLACKROCK SF GLOBAL EVENT DRIVEN FUND
ELEVA ABSOLUTE RETURN EUROPE
2.903
1.530
1.471
8
8
4.839
4.482
596
737
10
6.264
5.633
2.343
3.629
93
2017
2018
33 33
JPMORGAN IF GLOBAL MACRO OPPORTUNITIES
3.890
5.759
10
20 22
2019
2020
2021
2017
4.188 2018
2019
2020
2021
2017
2018
2019
2020
2021
Fonte: Morningstar Direct. Dados de património em milhões de euros.
20 22
10
6
6
8
MAPA
2
risco/ rentabilidade 6 1 6
4 4
3
1
BlackRock SF Global Event Driven Fund
2
Eleva Absolute Return Europe
3
JPMorgan IF Global Macro Oppor. Fund
4
Muzinich Long Short Credit Yield Fund
5
Nordea 1 Alpha 10 MA Fund
6
Pictet TR Atlas
4 2
3
32 4
4
43 5
54 6
2
3
65 7
4
76 8
5
87
6
8
7
8
Rentabilidade anualizada 3 anos (%)
BLACKROCK SF GLOBAL EVENT DRIVEN FUND
RENT. ANUAL A 3 ANOS VOLATILIDADE A 3 ANOS MÁXIMO DRAWDOWN 3 ANOS RÁCIO SHARPE 3 ANOS
ELEVA ABSOLUTE RETURN EUROPE
JPMORGAN IF GLOBAL MACRO OPPORT. FUND
MUZINICH LONG SHORT CREDIT YIELD FUND
NORDEA 1 ALPHA 10 MA FUND
PICTET TR ATLAS
6,38
8,13
4,96
5,07
8,72
7,03
7,19
3,63
4,48
2,85
6,61
2,61
-5,54
-2,29
-3,75
-2,92
-3,72
-0,58
1,02
2,33
1,23
1,95
1,38
0,74
ALFA 3 ANOS
-
6,50
4,03
3,66
6,11
1,41
BETA 3 ANOS
-
0,12
0,27
0,28
0,57
0,22
88 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 31 de dezembro de 2021.
Volatilidade 3 anos (%)
5
20 22
20 22
44 4
MUZINICH LONG SHORT CREDIT YIELD FUND
20 22
55 5 NORDEA 1 ALPHA 10 MA FUND
66 6
PICTET TR ATLAS
5.087
1.614
3.246
3.694 1.072
464
581
2017
2018
2019
2.767 2.256
598
2020
1.531
2021
“Uma carteira dividida 50% entre estas duas classes de ativos renderá 2,5% ao ano nos próximos 10 anos”, defendeu recentemente Lucía Gutiérrez Mellado, diretora de estratégia da JPMorgan AM para Portugal e Espanha. Isto explica por que cada vez mais pessoas optam por incluir a gestão alternativa nas suas preferências, seja por meio de ativos privados ou por meio de estratégias mais líquidas. De fato, de acordo com o mais recente Estudo de Investidores Institucionais da Schroders, 47% dos investidores dizem que continuarão a diversificar para mercados alternativos e privados. A estas opções de gestão alternativa, na parte mais líquida, dedica-se esta comparativa que inclui seis fundos com Rating FundsPeople 2022 que receberam maiores fluxos nos últimos 12 meses.
ASPETOS COMUNS
932
Embora na gestão alternativa existam quase tantas estratégias diferentes quanto fundos de investimento, há um elemento comum que todos os fundos analisados possuem: a necessidade de atingir alfa reduzindo o risco do portefólio. A volatilidade
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2021
assumida por todos estes produtos não chega a 10%, e estão cientes que uma das grandes necessidades dos investidores neste contexto incerto é preservar o capital. Outro denominador comum é que todos os fundos, sejam eles mais focados em obrigações ou ações, combinem posições longas nas suas carteiras com posições curtas para aproveitar a crescente dispersão que existe, não apenas entre as diferentes classes de ativos como entre as próprias empresas emitentes, mesmo que sejam do mesmo setor. “A correlação média das ações com os seus índices igualmente ponderados está a diminuir, um sinal de um mercado muito menos orientado pela macro”, diz Mathew Fleck, gestor do Pictet Atlas. “Um excelente ambiente para stock pickers fundamentais e hedge funds”, acrescenta. Por isto, a gestão ativa é fundamental para maximizar a rentabilidade das carteiras e controlar o risco. Isto e uma abordagem flexível que permite que se adapte aos ciclos de mercado em constante mudança. “O principal risco de mercado seria um pico de volatilidade, que não acreditamos que ocorra nas atuais circuns-
403
459
2017
2018
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2021
tâncias. Em todos os momentos o nosso objetivo é permanecer ágeis, continuar a examinar posições, rodar a carteira e manter a nossa disciplina de venda”, ressaltam os gestores do fundo Muzinich LongShortCredit Yield. Além disso, deve-se ter em consideração que, na gestão destes fundos, não apenas o aspecto macro ou micro da economia se torna cada vez mais importante, mas também um sentimento de mercado que tem um impacto crescente nos preços. Mark McKenna, gestor do BSF Global Event Driven Fund, percebeu na evolução das empresas suscetíveis a movimentos corporativos, a estratégia seguida por este fundo. Por isso, incorporou esta escala ao analisar as empresas que integram o seu portefólio.
A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 89
PRODUTOS CARTEIRAS por Anaïs Gfeller
EMBORA AS AÇÕES DOS EUA COMO UM TODO TENHAM MOSTRADO UM BOM DESEMPENHO EM 2021, AS DIFERENÇAS POR CAPITALIZAÇÃO FORAM NOTÁVEIS AO LONGO DO ANO. ENQUANTO O VALUE E AS SMALL CAPS SE DESTACARAM NA PRIMEIRA PARTE DO ANO, AS AÇÕES DE GRANDE CAPITALIZAÇÃO DOS EUA FORAM O CAVALO VENCEDOR DESDE JUNHO 90 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
20 22
DISTRIBUIÇÃO DAS CARTEIRAS POR SETORES (% LÍQUIDO) MATERIAIS BÁSICOS
COMUNICAÇÕES
CONSUMO CÍCLICO
CONSUMO DEFENSIVO
SAÚDE
INDÚSTRIA
REAL ESTATE
TECNOLOGIA
ENERGIA
FINANCEIRO
UTILITIES
Amundi Funds - US Pioneer Fund
5,24
13,14
9,77
6,15
11,02
10,50
0,00
24,29
4,16
12,65
0,00
AXA Rosenberg Equity Alpha Trust - AXA Rosenberg US Equity Alpha Fund
2,32
8,84
12,74
6,04
14,78
6,15
0,42
31,91
1,50
14,53
0,29
BNY Mellon Global Funds PLC - BNY Mellon Dynamic U.S. Equity Fund
1,62
7,25
8,77
4,49
9,54
5,80
1,97
19,01
1,90
9,24
1,78
BPI América
0,00
5,76
12,80
6,94
15,34
8,39
1,36
28,84
1,26
14,50
1,25
Goldman Sachs US CORE® Equity Portfolio
3,59
9,58
12,22
3,76
14,98
7,91
3,74
28,90
1,06
10,17
2,56
IMGA Ações América
2,86
11,02
11,69
6,39
12,61
6,96
1,00
29,56
2,00
13,04
1,12
JPMorgan Funds - America Equity Fund
1,46
8,08
14,83
2,72
12,89
8,03
4,91
20,38
3,80
18,33
1,96
JPMorgan Investment Funds - US Select Equity Fund
3,16
7,49
16,93
1,21
12,94
10,18
3,33
23,81
0,00
14,26
4,11
NN (L) US Enhanced Core Concentrated Equity
2,16
10,62
9,34
4,88
13,43
7,51
4,00
27,01
3,71
14,41
1,80
Santander Acções América
0,25
24,07
10,30
2,27
13,70
3,07
0,00
40,70
0,00
1,58
0,00
Schroder International Selection Fund US Large Cap
FUNDO
0,00
13,74
14,83
6,40
13,62
6,90
0,00
20,12
7,19
15,40
0,00
T. Rowe Price Funds SICAV - US Equity Fund
3,21
8,52
11,22
8,28
15,17
10,40
2,13
23,64
0,00
12,15
3,61
T. Rowe Price Funds SICAV US Equity Fund
3,21
8,52
11,22
8,28
15,17
10,4
2,13
23,64
0
12,15
3,61
UniNordamerika
3,22
9,65
10,52
6,39
14,79
8,17
1,04
30,35
3,08
11,5
1,35
Fonte: fundos com Rating FundsPeople 2022 com maior tracking error da categoria US Large-Cap Blend. Dados da Morningstar Direct a 31 de dezembro de 2021.
A
s ações de grande capitalização dos EUA foram novamente o mercado com melhor desempenho em 2021, com o índice S&P 500 a proporcionar 28,16% de retorno no ano (retorno total em dólares), superando o resto dos principais índices de grande capitalização dos países desenvolvidos. No final de dezembro, o S&P 500 acumulava uma rentabilidade de 97,2% a três anos e 127,1% em cinco anos, colocando-o à frente dos principais mercados mundiais. 2021 foi o ano de todos os recordes e o S&P 500 estabeleceu 70 novos máximos no ano, perdendo apenas para os 77 registados em 1955. O mercado foi apoiado por uma política fiscal e monetária muito acomodatícia e lucros corporativos robustos, mas, além disso, vários pesos pesados (Microsoft, Apple, Alphabet, Nvidia e Tesla)
foram contribuintes particularmente notáveis para o desempenho do S&P 500 em 2021 e foram impulsionadores do desempenho relativo. As diferenças de tendência tentaram impor-se ao longo do ano sobre as ações americanas como um todo. As ações value e as pequenas capitalizações surgiram como vencedores claros durante os primeiros cinco meses do ano, à medida que as empresas mais cíclicas e orientadas para o mercado doméstico beneficiaram da reabertura das economias e do aumento das yields das obrigações. O Russell 2000 Value Index ganhou quase 28% neste período. No entanto, essa tendência inverteu-se a partir de junho e as empresas de grande capitalização começaram a ganhar terreno, com o Russell 1000 Growth avançando 20% entre junho e dezembro de 2021. O segmento das pequenas empresas growth foi o que ficou mais defasado, com o Russell
O S&P 500 ESTABELECEU 70 NOVOS MÁXIMOS NO ANO, PERDENDO APENAS PARA OS 77 REGISTADOS EM 1955
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 91
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PRODUTOS CARTEIRAS
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A OPINIÃO DE
AS DIFERENÇAS DE TENDÊNCIA TENTARAM IMPOR-SE, AO LONGO DO ANO, SOBRE AS AÇÕES AMERICANAS COMO UM TODO
2000 a proporcionar pouco mais de 2% de retorno no ano inteiro. Abaixo, destacamos dois fundos da nossa categoria Equity Large Cap Blend. Começamos com o Amundi Funds US Pioneer. Lançado em 1928, o fundo é gerido por Jeff Kripke (lead portfolio manager) desde 2015. O fundo adotou oficialmente um mandato ESG no início de 2018, com o objetivo de alcançar uma classificação ESG acima do índice S&P 500. A equipa de gestão está convencida de que investir em negócios sustentáveis, de alta qualidade e com valor atrativo, com uma classificação ESG boa ou em melhoria, pode gerar retornos de longo prazo acima da média, com menos risco. O fundo aplica exclusões setoriais e integra totalmente critérios ESG no seu processo de investimento, considerado um dos três pilares da sustentabilidade (juntamente com o modelo de negócios e rentabilidade). Também segue uma abordagem disciplinada em termos de avaliação, de modo que o portefólio final combina empresas líderes em ESG com empresas em melhoria. A carteira é construída seguindo um processo bottom-up e o tamanho das posições depende da convicção da equipa e da contribuição relativa e absoluta para o perfil de retorno-risco. Com uma capitalização de mercado mínima de quatro mil milhões de dólares, o fundo tem um viés de grande capitalização. A carteira tem entre 40 e 70 posições e tem um tracking error ex-ante entre 3 e 6% e uma active share de 60-70%. 92 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
O segundo fundo que queremos destacar é o Legg Mason ClearBridge US Equity Sustainability Leaders. Derek Deutsch e Mary Jane McQuillen lideram este fundo, que integra fatores ESG no seu processo de investimento desde o seu lançamento em 2015. A ClearBridge também gere programas de investimento social nos Estados Unidos desde 1987. Os gestores aproveitam as informações geradas pela equipa de research fundamental da ClearBridge, liderada por Chuck Harris em Nova York e contam, além disso, com dois analistas de portefólios dedicados. O fundo segue um processo de investimento disciplinado, de bottom-up, que depende fortemente de análises ESG e concentra-se em empresas que já são líderes em termos de perfil e políticas de sustentabilidade ou que devem tornar-se líderes num futuro próximo. As empresas candidatas a serem incluídas no portefólio devem atender aos critérios ESG e de qualidade essenciais da equipa. O índice de referência do fundo é o Russell 3000, por isso investe em todas as tranches de capitalização. Embora a estratégia não tenha um viés específico de crescimento ou valor, a filosofia de investimento focada na sustentabilidade significa que tende a evitar áreas cíclicas do mercado. A equipa dá grande importância ao envolvimento com as empresas investidas para ajudá-las a fortalecer a sua liderança ESG e incentivar uma gestão financeira prudente. A carteira, muito concentrada, investe em cerca de 30-50 ações.
JUAN SAN PÍO Diretor comercial Indexing & Smart Beta para a Península Ibérica e América Latina, Amundi ETF
OBRIGAÇÕES GANHAM TERRENO EM ESG As obrigações há muito tempo que estavam atrasadas face às ações no âmbito do investimento ESG, mas a crescente procura por dívida ESG está a conduzir ao desenvolvimento de soluções de obrigações. As vantagens de incorporar a análise ESG no investimento em obrigações são evidentes e cada vez se reconhece mais que as empresas com sólidas credenciais ESG têm menores probabilidades de default e maiores de serem rentáveis a longo prazo. Assim, os fatores ESG estão a ocupar um papel mais importante nas classificações creditícias e estamos a viver um maior engagement com os emitentes. O investimento sustentável é considerado cada vez mais uma necessidade no momento de gerir os riscos a longo prazo (como as alterações climáticas); o que faz com que se esteja a melhorar o nível de informação ESG proporcionada pelos emitentes e pelos provedores de dados ESG. Conjuntamente com vantagens como baixos custos, a liquidez, a transparência e a diversificação, faz com que os ETF sejam cada vez mais um veículo preferido para aplicar ESG em obrigações. A inovação está a afastar-se da réplica de índices genéricos ESG e a dirigir-se para abordagens mais temáticas, como a das alterações climáticas, impulsionadas pelas necessidades dos investidores. A Amundi como líder em obrigações desenvolveu uma ampla gama de ETF de obrigações sustentáveis.
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Um Padrão Global de Sustentabilidade para Fundos Os investidores estão atualmente a ser confrontados com o crescente interesse em investimentos sustentáveis. A Morningstar disponibiliza serviços como investigação, ferramentas e análises para ajudar os investidores a entender estes fatores de sustentabilidade, realizar operações de due diligence, avaliar o risco e oportunidades de ESG. Morningstar Sustainability Rating™ e Morningstar Portfolio Carbon Metrics™ foram desenvolvidos para ajudar os investidores a avaliar o desempenho das empresas através de fatores ambientais, sociais e de governança, para que possam construir os seus planos de investimento de uma forma mais responsável. Descubra como pode integrar estes valores sustentáveis na sua estratégia de investimento a longo prazo. Para mais informação: global.morningstar.com/SustainableInvesting ou envie um correio eletrónico para sales.esp@morningstar.com
Morningstar Sustainability Rating™
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PRODUTOS EMERGENTES por Alfonso García Yubero
ÍNDIA
BRILHANDO À SOMBRA DE DOIS GIGANTES
O mercado bolsista está a premiar as economias que, como a Índia, têm uma inclinação para o setor dos serviços, num processo crescente de terciarização da economia global.
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uando um geoestratega fala da hegemonia mundial, costuma guiar-se pelo pulso que estão a disputar os EUA e a China ao longo do século XXI. E quando um investidor desenha a composição da sua carteira antes de começar cada ano, os segmentos referentes aos EUA e à China na análise das ações costumam ser os que ocupam mais dedicação e análise. No entanto, fora do foco de ambas as prima donnas, há uma economia, a
94 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
da Índia, cujo mercado bolsista tem brilhado com luz própria este ano de 2021 e cuja posição na esfera geopolítica mundial é cada vez mais nuclear. Deste facto está muito consciente a Casa Branca, vendo o segundo país mais populoso do planeta como um aliado natural como contrapeso à própria China. Desde que o atual primeiro ministro, Narendra Modi, chegou ao cargo em 2014, a formulação e aprovação de reformas estruturais tem sido constante, sendo dos principais sucessos
económicos do seu mandato, neste sentido, a introdução de um imposto único de bens e serviços e a lei de quebra bancária. O primeiro representou uma notável simplificação do sistema fiscal, cujo objetivo principal é facilitar a cobrança de impostos, o que, em última instância, melhorará a posição das contas públicas do país (menor deficit público) e favorecerá uma maior fluidez nas transações comerciais. A segunda reforma facilitará uma aceleração paulatina do fluxo de crédito, para veicular o processo de investi-
PRODUTOS EMERGENTES
mento crescente como mecanismo de estruturação territorial num país complexo neste sentido. A economia indiana tem vindo a recolher nos últimos anos frutos deste ímpeto reformista. Por exemplo, situa-se entre as 10 economias que têm mostrado uma maior melhoria na última edição do relatório Doing Business, elaborado pelo Banco Mundial, e que mede a facilidade para se fazer negócios no país. É que, em termos dos quatro componentes chave para medir a integração global de um país (integração económica, conetividade tecnológica, contacto pessoal e um compromisso das instituições), a Índia tem pilares que lhe conferem muito potencial para beneficiar dessa integração, por muito que o protecionismo pareça estar na moda. Começando pela integração económica, as políticas que têm vindo a levar a cabo o Governo de Modi, baixando as restrições em diferentes âmbitos, têm como objetivo alcançar os 100.000 milhões de dólares de fluxos de entrada de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) nos três próximos anos. Graças a essas políticas, converteu-se no mercado emergente mais atrativo de investimento para os parceiros globais com perspetivas de médio prazo. Relativamente à conectividade tecnológica, a Índia tem mais de 600 milhões de habitantes que são utilizadores de Internet, sendo um dos mercados com crescimento mais rápido em termos de comércio digital. Se falarmos também do contacto pessoal, uma das principais fortalezas da Índia
é a sua pirâmide de população jovem, mais propensa a usar redes sociais e a trocar ideias globais (algo no qual a China é deficitária). Por último, um dos exemplos do compromisso institucional crescente da Índia podemos vê-lo nas questões meio-ambientais: a Índia foi o principal recetor de fluxos de IDE sustentável da Commonwealth em 2019.
POLÍTICA DE REFORMAS
Para além disso, a Índia é um exemplo que contradiz a teoria que assinala que, em geral, as mudanças políticas não estão associadas a mais reformas a não ser que a mudança política tenha lugar depois de uma crise fiscal. Modi chegou ao Governo em 2014 com uma dívida sobre o PIB de 67,8%, rácio afastado de uma crise nas finanças públicas. No caso dele, Modi empreendeu reformas porque o pôde fazer e não porque o devesse fazer. Mas tudo é fácil na Índia? Uma das questões em que mais criticaram Modi foi a sua aparente disposição para dar apoio a questões que preocupem o continente asiático. No final de 2020, assinava-se a criação da Associação Económica Integral Regional (RCEP, nas suas siglas em inglês), um histórico acordo comercial assinado por 15 países asiáticos (China, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e os 10 Estados membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático ou ASEAN), que dá lugar ao bloco do livre comércio maior do mundo em termos de PIB (30% do PIB mundial). Este tratado pode-
A ÍNDIA FOI O PRINCIPAL RECETOR DE FLUXOS DE INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO SUSTENTÁVEL EM 2019
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 95
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PRODUTOS EMERGENTES
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A OPINIÃO DE ÁLVARO ANTÓN LUNA Responsável de negócio para Portugal e Espanha, abrdn
AS POLÍTICAS DO GOVERNO DE MODI TÊM COMO OBJETIVO ALCANÇAR OS 100.000 MILHÕES DE DÓLARES DE FLUXOS DE ENTRADA DE IDE NOS TRÊS PRÓXIMOS ANOS rá entender-se como um êxito para a China, que consolida a sua liderança na Ásia, mas é-o ainda mais para o resto dos países, que encontrarão maiores facilidades para construir as suas cadeias de valor, sobretudo agora que a pandemia alertou sobre o perigo do excesso de dependência de um só país na hora de produzir. O grande ausente é a Índia, a terceira economia asiática.
O SEU ESPAÇO NA ÁSIA
Mas, à margem das questões políticas, é compreensível que uma economia tão dependente em termos de emprego de setores como o têxtil ou a agricultura, não poudesse permitir um acordo que eliminasse tarifas com a China. Isso deixaria expostos os seus produtores e fabricantes, que se veriam superados por importações muito baratas que representariam o desaparecimento de milhares de empresas, fábricas e empregos. No entanto, o ministro das relações externas indiano mostrou sim a sua vontade de estreitar relações com os membros da ASEAN. Para além disso, a Índia, pela sua estrutura de consumo, depende mais das importações do que das exportações, pelo que a sua margem de lucro será muito menor 96 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
do que outras economias. No entanto, as cláusulas do RCEP contemplam a adesão da Índia a qualquer momento, de modo que esta alternativa não pode ser descartada no médio prazo. A participação nesta área comercial, em todo o caso, poderá representar uma oportunidade de crescimento adicional no futuro. Em conclusão, o mercado bolsista premiará nos próximos anos, e já está a premiar, aquelas economias que, como a Índia, estão enviesadas para o setor dos serviços num processo crescente de terciarização económica global, com pirâmides populacionais mais jovens (face à maré imparável do envelhecimento em boa parte das economias da OCDE), capazes de elevar o crescimento potencial com processos de reformas ambiciosos que reduzam a burocracia, flexibilizem os mercados de bens e serviços, elevem a produtividade e atraiam investimento direto estrangeiro. Pelas reformas que fez o governo de Modi, e as que podem continuar a ser introduzidas, é muito provável que a Índia continue a escalar posições em futuras publicações do relatório Doing Business e cimentando a sua base investidora no futuro.
MUDANÇA CLIMÁTICA: CONSIDERAR ESTRATÉGIA MULTIATIVOS? Hoje em dia, metade dos artigos das publicações dedicadas ao mundo de investimento parecem falar sobre ESG e clima. No entanto, segundo a nossa experiência, muito poucos fundos se desenham realmente com um objetivo climático claro. Acreditamos que estamos perante uma oportunidade perdida. O primeiro desafio para os investidores encontra-se quando têm de aceder ao tema do clima. Trata-se de algo contraintuitivo, dadas as dezenas de fundos de sustentabilidade que as gestoras têm lançado nos últimos anos. Mas dando uma vista de olhos às 10 principais participações de muitos fundos com etiqueta de clima ou sustentável, descobrese frequentemente nomes convencionais como Microsoft ou Amazon. Estas empresas podem ter boas políticas meio-ambientais operativas, mas não estão muito expostas às oportunidades climáticas. Suspeitamos que se deve ao facto de a maioria dos fundos de sustentabilidade ou climáticos terem índices de referência de ações standard e estritos limites de tracking error que os obrigam a manter exposições similares às dos índices de referência. Como podemos conseguir que a viagem do nosso investimento seja algo mais cómoda? Acreditamos que a diversificação é a resposta. E uma das formas é através de um enfoque multiativos que trata de garantir a diversificação a dois níveis: através das ações e através das classes de ativos.
PRODUTOS ALTERNATIVOS por Eduardo López-Dóriga
A ATRATIVIDADE DE UM
SEARCH FUND Este veículo de investimento, criado por empreendedores que reúnem capital para identificar, adquirir e liderar o crescimento de uma PME, oferece rentabilidades anuais superiores à maioria das restantes classes de ativos.
E
xistentes há mais de três décadas, mas popularizados recentemente, os search funds estão a destacar-se cada vez mais como uma das opções mais repetidas na alocação de capital a estratégias de ativos alternativos. Muito conhecidos a nível global, os search funds começaram o seu desenvolvimento em Portugal há relativamente pouco tempo. Atribui-se o seu aparecimento ao ano de 2017, com a constituição de uma sociedade de investimento da qual faziam parte cerca de 20 investidores, com o objetivo de adquirirem uma PME que apresentava problemas de sucessão, sobre a qual ainda se vislumbrava um caminho de criação de valor no futuro. Em Espanha, por seu lado, os search funds estão a ter um grande desenvolvimento, consolidando-se como o terceiro país do mundo com maior atividade nesta classe de ativos, atrás dos EUA e México. Esta posição justifica-se por três motivos: i) contar
com um tecido empresarial nacional cimentado em PME (o tamanho objetivo dos search funds), ii) a situação demográfica, com uma necessidade de numerosas empresas de acometer uma transição geracional, muitas vezes sem um relevo claro, e iii) uma influência da IESE (escola de negócios espanhola) como principal apoiante e difusor do modelo em Espanha. De forma resumida, um search fund pode definir-se como um veículo de investimento criado por um ou dois empreendedores que reúnem capital de um grupo de investidores para identificar, adquirir e liderar o crescimento de uma PME com caraterísticas específicas, ligadas principalmente à solidez e capacidade de crescimento.
CINCO FASES
O processo poderá descrever-se em cinco fases: levantamento de capital para a procura, fase da procura, levantamento de capital para a compra, gestão e criação de valor, e desinvestimento. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 97
PRODUTOS ALTERNATIVOS
SEARCH FUNDS: YIELD BRUTA HISTÓRICA Período 2009-2019.
29,4%
29,3%
28,8%
26,9%
24,5%
20,2%
ESTUDO 2009
ESTUDO 2011
ESTUDO 2013
ESTUDO 2016
Fonte: Beka Asset Management, Universidade de Stanford.
98 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
ESTUDO 2018
ESTUDO 2020
O levantamento de capital para a procura inicia-se com a decisão do searcher (perfil profissional com uma média de 32 anos de idade, com experiência prévia relacionada e um MBA de uma escola de primeiro nível mundial) de criar um veículo e a necessidade de conseguir dinheiro suficiente para cobrir os gastos nos quais incorrem na fase de procura. Costuma demorar-se cerca de seis meses a convencer uma média de 15 investidores que financiaram a referida fase, obtendo em troca uma opção de participar na posterior compra de uma empresa. Encontrar os investidores adequados é chave, já que o seu envolvimento nas distintas fases é vital para o êxito do veículo. Não se trata unicamente de financiadores, mas sim de profissionais com dilatada experiência. A fase de procura, tem uma duração média de 20 meses. Este período centra-se no desenvolvimento de uma rede própria e de intermediários que proporcionem numerosas oportunidades de investimento em intervalos previamente definidos, para a sua posterior análise e negociação. Uma vez encontrada a empresa objetivo, o searcher necessita de levantar recursos novamente para completar a aquisição. Inicia-se a fase de levantamento de capital para a compra. Para isso, contará com grande parte dos seus investidores iniciais, havendo outros que tenham exercido a sua opção e, portanto, não acompanharão o searcher nas próximas fases (estes investidores re-
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A OPINIÃO DE ISABEL DE LINIERS Vendas sénior, DWS Iberia
ESPANHA TEM-SE CONSOLIDADO COMO O TERCEIRO PAÍS COM MAIOR ATIVIDADE NESTA CLASSE DE
ATIVOS, ATRÁS DOS EUA E MÉXICO ceberão de volta o seu capital investido na fase de procura, mais um prémio de 50%). Para cobrir o gap produzido pelos investidores que tenham decidido não continuar a acompanhar o searcher (conhecido como equity gap), obter-se-ão recursos de novos investidores para poder levar a cabo a aquisição. O searcher fechará também o levantamento de dívida (a grande maioria das transações consegue alavancar-se até cerca de 50%) e assinarão a aquisição da empresa. Neste momento entra-se já na fase de gestão e criação de valor. Com uma duração estimada entre cinco e sete anos, nesta fase desenvolve-se e executa-se um plano estratégico, sendo chave tanto os acordos de continuidade alcançados com os antigos proprietários (que em muitos casos continuam a participar como acionistas da empresa), como a profissionalização da mesma, contando com uma nova equipa gestora liderada pelo searcher e acompanhada de um comité de consultores no qual participam os novos acionistas. Estes conselheiros, de reconhecido prestígio e experiência no mundo financeiro e industrial, apoiam na gestão e no desenvolvimento até à posterior venda, habitualmente a fundos de private equity ou empresas concorrentes. Uma vez alcançados determinados objetivos, o searcher e os seus investidores tomam a decisão de criar liquidez. É a fase de desinvestimento, na qual se inicia o processo de venda da empresa. Durante esta fase, na qual pode existir um processo competitivo
organizado por um banco de investimento ou diretamente uma negociação bilateral, preparam-se os materiais necessários para mostrar aos potenciais compradores para, uma vez feita a correspondente due dilligence, concluir a negociação e proceder à assinatura e encerramento da transação.
RENTABILIDADE
O principal atrativo do investimento em search funds reside na sua rentabilidade, demonstrada ao longo dos anos. Como se mostra no gráfico anterior, elaborado pela Universidade de Stanford e excluindo da amostra de cada estudo os três melhores search funds, as rentabilidades anuais que tem oferecido este ativo têm sido superiores às oferecidas pela maioria das classes de ativos de forma continuada. As alavancas de valor que explicam estes retornos baseiam-se principalmente em: i) bom preço de entrada na empresa (estatisticamente os search funds pagam um múltiplo médio de 5,6x EBITDA) devido à liquidez e tamanho; ii) crescimento orgânico e inorgânico da empresa graças, em grande medida à sua profissionalização no processo, motivado pelo forte alinhamento entre o searcher e os seus investidores; iii) efeito de alavancagem, e iv) expansão do múltiplo. O crescimento mencionado faz com que a empresa chegue a um tamanho suficiente para entrar no radar dos fundos de private equity, habituados a pagar múltiplos consideravelmente superiores.
COMO ENFRENTAR OS POSSÍVEIS PICOS DE VOLATILIDADE NAS NOSSAS CARTEIRAS, DURANTE 2022? O slogan TINA (There Is No Alternative) continuará connosco durante um tempo, mas dado o contexto atual de mercado onde podemos encontrar algum pico de volatilidade é necessário estudar que tipo de composição queremos ter em ações e diversificar a nossa exposição nas carteiras atuais, que, em geral, ganharam um viés growth durante os últimos anos. Como ideia de investimento, recomendados incorporar estratégias de ações defensivas de dividendos, já que oferecem uma volatilidade menor à dos mercados. Nesta linha, na DWS contamos com o fundo DWS Invest ESG Equity Income que investe em empresas de qualidade que oferecem dividendos acima da média e, além disso, segue critérios ESG. Historicamente, o fundo comportou-se relativamente melhor do que o conjunto dos mercados durante quedas de mercado e oferece uma rentabilidade por dividendo atrativa, interessante para os investidores que procurem receber um rendimento periódico além de uma revalorização a longo prazo. Por último, o fundo não só aplica critérios ESG no momento de selecionar empresas, como também vai mais além e trata de captar tendências estruturais relacionadas com a sustentabilidade e com grande potencial como as energias renováveis ou a eficiência energética. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 99
PRODUTOS ISR por Rina Guerra, CFA
A moda é o segundo setor mais poluidor do mundo, mas hoje em dia multiplicam-se os players que atuam no mercado de segunda mão. Captar esta oportunidade de investimento não fará todo o sentido?
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ECON 100 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
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CIRC A I M O
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IMPACTO AMBIENTAL DA INDÚSTRIA TEXTIL EM SUBIDA Estimado, 2015 face a 2050
CONSUMO DE RECURSOS Milhões de toneladas de petróleo usadas *
SEGUNDO A MCKINSEY, PELO MENOS 4% DAS EMISSÕES DE CARBONO MUNDIAIS ADVÊM DA MODA
2050
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omo gestora a longo prazo de investimentos, procurar bons negócios e tendências seculares é uma preocupação constante. Uma das fontes de inspiração a que recorro com frequência, é observar os gostos e comportamentos dos meus filhos, que estão no princípio da adolescência. Recentemente, chamou-me atenção a facilidade com que vendem as peças sem uso arrumadas no fundo dos guarda-roupas ou a forma simples como compram roupa usada, tudo à distância de um click. Este comportamento levou-me a estudar o mercado da moda em segunda mão. De facto, a moda é o segundo setor mais poluidor do mundo, logo a seguir ao petrolífero. Segundo a McKinsey, pelo menos 4% das emissões de carbono mundiais advêm da moda (o equivalente ao emitido anualmente pela França, Alemanha e Reino Unido, juntos) e os têxteis representam mais de 5% dos resíduos de aterro a nível global. A utilização de químicos e água para a plantação de algodão, a produção de materiais sintéticos não
biodegradáveis e o processo de tingimento dos têxteis fortemente poluidor dos oceanos, são responsáveis pelo consumo indesejável de recursos naturais escassos e pela poluição ambiental em grande escala. A produção de vestuário tornou-se tão eficiente do ponto de vista de custos, que as marcas preferem produzir mais 30% a 40% do que estimam ser o necessário, do que correr o risco de ficarem sem inventário para venda. Grande parte deste excesso de produção, acaba em resíduos de aterro ou incinerados. Recordemos o polémico episódio da Burberry, quando queimou o equivalente a quase 30 M£ de produtos em 2017, para evitar que os mesmos fossem roubados ou vendidos ao desbarato. Mesmo que a pandemia tenha vindo a atenuar, em parte, alguns destes efeitos indesejáveis, as expectativas são de um aumento expressivo de recursos usados nesta indústria. Adicionalmente, os consumidores de moda, sobretudo do fast fashion, são tipicamente utilizadores de curto prazo, compram os
PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA TÊXTIL NO ORÇAMENTO DE CARBONO ** %
2050
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2015
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MICROFIBRAS NO OCEANO Milhões de toneladas 2050
22
2015
0.5 Fonte: Análise da Ellen MAcArthur Foundation; Circular Fibres Initiative. *inclui fertlizantes não renováveis e produtos químicos- **Baseado no cenário dos dois graus
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 101
PRODUTOS ISR
UMA FAMÍLIA NO MUNDO OCIDENTAL
PARA ONDE VÃO AS ROUPAS
Deita fora uma média de
30KG
de roupa, a cada ano... ...dos quais
<15%
são reciclados Fonte: sustainyourstyle.org
bens por um determinado período, para depois os deitar fora. Segundo a sustainyourstyle.org, uma família do mundo ocidental desperdiça, em média, cerca de 30 kgs de vestuário por ano, sendo que apenas uma percentagem inferior a 15% é reciclada. Tornar esta indústria mais sustentável é um imperativo nos dias de hoje, sobretudo quando as preocupações sobre as alterações climáticas são mais relevantes do que nunca, quer do lado dos consumidores, mas também por parte dos investidores que querem aplicar o seu capital num futuro mais sustentável. Neste contexto, o encorajamento para formas de consumo mais susten102 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
táveis tem contribuído para o aparecimento de novos modelos de negócio baseados na economia circular, promovendo a venda em segunda mão, o aluguer ou a reparação/reintegração de artigos de vestuário usados. Segundo uma análise da McKinsey, modelos de negócio baseados no resale poderão estender a duração média de um bem em 1,7x, enquanto que os baseados no aluguer em 1,8x e a reforma total de uma peça de vestuário poderá dobrar a sua vida média. Estes modelos de negócio poderão igualmente ser benéficos para a indústria, já que cerca de 40% do vestuário produzido não é vendido ao preço listado, mas a desconto e uma parte nunca chegar, sequer, a ser vendida. Ao cortar o excesso de produção, a indústria contribuiria, não só para a redução das emissões de carbono, como para um potencial aumento da rentabilidade das empresas do setor. Os principais promotores da mudança comportamental neste domínio têm sido gerações mais jovens – geração Z e millennials – mais conscientes sobre questões de saúde e bem-estar, sociais e ambientais. A revenda online de produtos que os consumidores já não desejam, está a tornar-se num modo de vida para
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A OPINIÃO DE KOFI KODUA Diretor, gestor de Carteiras, Ações Temáticas Globais, Allianz Global Investors
COMO A SEQUENCIAÇÃO DO GENOMA POTENCIA A INOVAÇÃO SANITÁRIA
O MERCADO DE DIGITAL RESALE ESTÁ ATUALMENTE ESTIMADO EM CERCA DE 15 MIL MILHÕES DE DÓLARES, APENAS 2% DO MERCADO TOTAL DE VESTUÁRIO
estas gerações, não só como forma de organização dos seus guarda-roupas, mas também impulsionado pelas suas restrições orçamentais. Este comportamento, que já vem sendo adotado há uns anos, foi exacerbado desde a pandemia, ao obrigar os consumidores a reinventarem novas formas de abastecer os seus guarda-roupas. De acordo com a ThredUP, 42% da população de cada um destes grupos etários comprou vestuário, calçado ou acessórios em segunda mão, em 2020 (contra 32% da Geração X ou 16% dos boomers). Segundo a GlobalData, o mercado de digital resale está atualmente estimado em cerca de 15 mil milhões de dólares, apenas 2% do mercado total de vestuário. Apesar de se esperar que este mercado mais do que triplique até 2025, continuará ainda a representar uma fração irrisória do mercado total. Estando numa fase ainda muito embrionária, o mercado de venda em segunda mão é muito fragmentado, com vários players locais e segmentados entre mass market e luxo. Em termos operacionais, há as plataformas peer-to-peer (como a Mercari, Poshmark, Depop, Vinted
ou Vestiaire Collective) ou os marketplaces profissionais (como a ThreadUp, a The Real Real ou Rebag). Estamos longe de saber qual será o modelo ganhador; se serão as empresas já estabelecidas que conseguirão tornar os seus negócios circulares e sustentáveis ou os novos disruptores que têm surgido nos vários subsegmentos. Captar esta oportunidade de investimento faz todo o sentido, sobretudo para investidores com preocupações ESG, que poderão fazê-lo, diretamente através dos novos atores cotados em bolsa – Poshmark, ThreadUp, Etsy (nos EUA); Mercari (Japão) -, ou através das empresas incumbentes que têm uma maior preocupação sobre esta problemática – Inditex, H&M, ou as próprias empresas de luxo (Hermès, Louis Vuitton, etc). Uma coisa é certa: a moda irá necessariamente passar por um período importante de transformação, procurando novas formas de satisfazer as necessidades e expetativas dos consumidores, cada vez mais exigentes em matéria de sustentabilidade. O futuro passará, sem dúvida, em consumir melhor do que consumir muito!
1. EY research: https://assets.ey.com/content/dam/ey-sites/ey-com/en_gl/topics/financial-services/eysustainable-investing-the-millennial-investor.pdf
Em 2003, o Projeto Genoma Humano (HGP) conseguiu sequenciar e mapear o genoma do homo sapiens. Desde então, a sequenciação do genoma deu passos importantes, permitindo aos cientistas classificar e determinar as características das amostras de vírus e, assim, contribuir significativamente para o desenvolvimento de vacinas em tempo recorde, com o auxílio de ferramentas de investigação, engenharia genómica, entre outros. Na verdade, é inegável a importância da investigação em epidemiologia genética para conter a pandemia de COVID-19. Com base em estimativas recentes, a taxa de declínio do seu custo parece não apenas seguir, mas até mesmo exceder, a lei de Moore, já que os custos têm diminuído quase para metade a cada dois anos. Esta redução nos custos contrasta com o crescimento significativo do mercado global da genómica, e as previsões apontam para que o segmento atinja um valor de 54,4 mil milhões de dólares – um aumento a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 19,0% – em 2025. Devido ao aumento das doenças virais em todo o mundo e à queda dos custos da genómica, continuaremos a ver um crescimento significativo deste mercado. Mas, para acelerá-lo ainda mais, são necessários investimentos. A Allianz Global Investors continua a identificar os inovadores especializados na deteção de genes de doenças. Isto oferece oportunidades aos investidores, não apenas de participar das perspetivas de crescimento, como de contribuir para o desenvolvimento de um sistema de saúde mais robusto e eficaz. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 103
PRODUTOS ETF por Laura Rey
O AVANÇO
DOS ETF DE GESTÃO ATIVA
A gestão passiva continua a conseguir números de crescimento nunca vistos. Dentro deste mercado, os ETF ativos procuram um certo protagonismo, com um crescimento superior a 40% nos nove primeiros meses de 2021.
A
inda na ausência de dados completos para o ano de 2021, tudo indica que a gestão passiva viveu um ano dourado. E dentro deste tipo de gestão, as estratégias ativas estão a atrair de forma notável o interesse dos investidores. De acordo com o último relatório da plataforma TrackInsight, em colaboração com JPMorgan AM e IHS Markit, durante os primeiros nove meses de 2021, os ativos de ETF ativamente geridos globalmente cresceram 41,8% para 355.898 milhões de
104 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
dólares. Embora representem apenas 4% de todo o património gerido em fundos negociados em bolsa, o crescimento que experimentaram duplica o registado por ETF passivos, de 18,3%, o que eleva o património gerido para 8,66 biliões de dólares. Por área geográfica, os EUA continuam a ser a região líder em gestão passiva e não o é menos em termos de penetração de ETF ativos no mercado. É a região que regista o maior crescimento até setembro de 2021 com uma subida de 42,9%. A Europa, embora também obtenha bons dados, regista
um aumento menor neste tipo de estratégias, de 29,9%. Estes dados mostram que o interesse por ETF ativos é uma realidade e cada vez mais investidores apontam essas estratégias entre as quais se poderiam interessar para satisfazer as necessidades de investimento. De acordo com uma pesquisa realizada pela mesma plataforma, envolvendo 373 investidores profissionais de 18 países, 35% afirmam que provavelmente aumentarão a sua exposição a ETF ativos. Se olharmos para Espanha, um estudo realizado pela FundsPeople, revela dados que confirmam esta teoria. 43% dos investidores institucionais identificaram ETF de gestão ativa como uma das estratégias mais interessantes devido às suas necessidades de investimento; nos investidores de private banking a percentagem chega a 37%. Quando comparado com o primeiro estudo da FundsPeople, realizado em 2020, o interesse aumentou em ambos os casos. No primeiro, a percentagem que apontava os ETF geridos ativamente como uma estratégia interessante foi de apenas 22% para investidores institucionais e 29% para banqueiros privados. Se um pontapé de saída para a ascensão destas estratégias tiver que ser definido, seria em dezembro de 2019, quando a SEC aprovou o lançamento de ETF ativos não transparentes. Por outras palavras, removeu uma das barreiras de entrada mais importantes para os gestores ativos tradicionais, a divulgação. Antes dessa decisão, a maioria
ETF GLOBAIS POR CLASSE DE ATIVOS CLASSE DE ATIVOS
Q3 2021
2020
CRESCIMENTO
ETF PASSIVOS Ações Obrigações Matérias primas Outros
6.976.642
80,60%
5.771.701
78,90%
1.479.184
17,10%
1.338.104
18,30%
20,90% 10,50%
168.367
1,90%
180.012
2,50%
-6,50%
34.817
0,40%
28.563
0,40%
21,90%
8 659.010
100%
7.318.379
100%
18,30%
Ações
125.409
35,2%
74.703
29,8%
67,90%
Obrigações
160.516
45,1%
135.810
54,1%
18,20%
14.535
4,1%
8.768
3,5%
65,80%
Total ETF passivos ETF ATIVOS
Matérias primas Outros Total ETF ativos TOTAL
55.438
15,6%
31.673
12,6%
75%
355.898
100%
250.954
100%
41,80%
9.014.907
100%
7.569.333
100%
19,10%
ETF GLOBAIS POR REGIÃO REGIÃO
Q3 2021
2020
CRESCIMENTO
ETF PASSIVOS América
6.520.252
75,30%
5.445.440
74,40%
19,70%
EMEA
1.397.965
16,10%
1.183.519
16,2%
18,10%
740.793
8,60%
689.420
9,40%
7,50%
8.659.010
100%
7.318.379
100%
18,30%
328.293
92,20%
229.733
91,5%
42,90%
20.785
5,80%
15.997
6%
29,90%
Ásia-Pacífico Total ETF passivos ETF ATIVOS América EMEA Ásia-Pacífico Total ETF ativos TOTAL
6.819
1,90%
5.224
2,1%
30,60%
355.898
100%
250.954
100%
41,80%
9.014.907
100%
7.569.333
100%
19,10%
TOP 5 DE GESTORAS POR PATRIMÓNIO SOB GESTÃO EM ETF DE GESTÃO ATIVA EM EMEA GESTORA
Q3 2021
2020
CRESCIMENTO
PIMCO
9.350
45%
8.275
51,70%
13%
J.P. Morgan AM
3.847
18,50%
2.718
17%
41,50%
Fidelity
2.561
12,30%
640
4%
300,40%
Lyxor
1.491
7,20%
1.467
9,20%
1,70%
HSBC
1.378
6,60%
1.111
6,90%
24%
Fonte: TrackInsight, IHS Markit, Q3 2021. ETN e ETC não incluídos. Dados em milhões de dólares.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 105
PRODUTOS ETF
ETF EUROPEUS DE GESTÃO ATIVA COM MAIOR PATRIMÓNIO NOME
GESTORA
CATEGORIA GLOBAL
BENCHMARK
AUM EM EUROS
PIMCO Euro Short Maturity ETF
PIMCO
Europe Fixed Income
Euro Short Term Rate
2.766.848.699
Lyxor Smart Cash
Lyxor
Euro Money Market
Solactive Fed Fds Effective Rate GR USD
1.533.957.029
JPM EUR Ultra-Short Income ETF
JPMorgan
Europe Fixed Income
ICE BofAML 3M German Treasury Bill
1.116.951.790
Xtrackers IE Physical Gold EUR Hdg ETC
Xtrackers
Commodities Specified
N/A
556.679.599
Ossiam ESGLowCrbnShllrBclyCAPE®USSectETF Natixis
US Equity Large Cap Blend
Shiller Barclays CAPE US Sec Value NRUSD
519.913.340
Fidelity Sust Rsh Enh Jpn Eq ETF
Fidelity
Japan Equity
MSCI Japan NR JPY
368.976.025
Ossiam Europe ESG Machine Learning
Natixis
Europe Equity Large Cap
Solactive Europe 600 NR EUR
239.605.516
JPM Europe Research Enhanced Eq ESG ETF
JPMorgan
Europe Equity Large Cap
MSCI Europe NR EUR
231.425.279
Invesco Quant Strats ESG Glb EqMltFctETF
Invesco
Global Equity Large Cap
MSCI World NR EUR
222.780.690
PIMCo Low Dur Euro Corp Bd Source ETF
PIMCO
Europe Fixed Income
ICE BofA 1-5Y EUR Corp TR EUR
210.341.881
SparkChange Physical Carbon EUA ETC
HANetf ETC Securities
Commodities Specified
N/A
197.530.400
WisdomTree Carbon
WisdomTree
Miscellaneous
Solactive Cr Ems Allwn Rll Fut ER EUR
195.441.658
JPM EUR Corporate Bond Rsrch Enh ETF
JPMorgan
Europe Fixed Income
BBgBarc Euro Corporate Bond TR EUR
190.954.425
Franklin Liberty Euro Short Maturity ETF
Franklin Templeton
Europe Fixed Income
ICE BofA 0-1yr Euro Broad Mkt TR EUR
175.236.397
Vanguard LifeStrategy® 80% Equity ETF
Vanguard
Aggressive Allocation
No benchmark
137.804.947
Fonte: Morningstar Direct a 6 de janeiro de 2022
dos ETF tinha que publicar todos os seus ativos e pesos diariamente, um cenário em que os gestores ativos temiam que o nível de transparência pudesse corroer a sua vantagem e deixá-los expostos. Ao permitir atrasar adivulgação de posições, um novo mundo foi aberto para os geradores de alfa.
MELHOR DE DOIS MUNDOS
Portanto, pode-se dizer que ETF geridos ativamente reúnem o melhor dos dois mundos. É assim que explicam da Ossiam, gestora da Natixis IM. “Um ETF gerido ativamente é uma com106 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
binação de uma estratégia de gestão ativa (discricionária) num veículo envolvente de ETF”. Os ETF geridos ativamente são listados ao longo do dia e, regra geral, em várias bolsas, oferecendo "maior transparência nas suas participações do que osmutual funds tradicionais", argumentam da gestora. O que pode adicionar a uma carteira de investimentos? Lorena Martínez-Olivares, diretora de ETF para Portugal e Espanha da J.P. Morgan AM, destaca que estes produtos “destinam-se a atuar como componentes básicos de uma carteira de investimentos e também podem
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A OPINIÃO DE ANDRÉ THEMUDO Responsável de Desenvolvimento de Negócio para Portugal, Espanha e Andorra, BlackRock
NO FINAL DE SETEMBRO, OS ETF GERIDOS ATIVAMENTE EM TERMOS GLOBAIS ERAM 1.351, FACE AOS PASSIVOS QUE CONTABILIZAVAM 6.401 ser considerados uma alternativa atrativa aos fundos passivos”. Neste sentido, Juanma Jiménez, responsável da PIMCO Iberia, destaca que o interesse pelos ETF geridos ativamente virá, sobretudo,no investimento em obrigações. A sua justificaçãomé “que a gestão ativa é capaz de bater de forma consistente os índices, principalmente em fixed income. Acrescentando a isso o fato de que os índices de fixed income não são replicáveis, acreditamos que ETF geridos passivamente ficarão atrás dos ETF geridos ativamente, o que pode agregar muito valor ao investidor”. No entanto, pode haver mais alavancas. Na Ossiam destacam que o desenvolvimento destes produtos estará vinculado aos critérios ESG. “Considerando que o ESG evolui regularmente, descobrimos que ETF geridos ativamente são mais adequados para estas estratégias do que os ETF baseados em índices tradicionais, permitindo, por exemplo, flexibilidade para implementar a grande quantidade de dados que podem ser fornecidos por diferentes provedores num processo de investimento simples”, explicam da gestora. Com foco no investidor e de acordo com as entidades consultadas, entre as qualidades que mais valorizam nos ETF geridos ativamente, está a liquidez e uma abordagem flexível de investimento. No entanto, o interesse
dos investidores ainda não está refletido na oferta. Isto ainda é limitado em comparação com ETF geridos passivamente. Globalmente, o número de ETF geridos ativamente no final de setembro de 2021 era de 1.351, enquanto os ETF passivos alcançavam 6.401. Analisámos o mercado em Portugal e, de acordo com a Morningstar, apenas 15 ETF com um estilo de gestão ativa estão registados ou são distribuídos no nosso país, como visível na tabela ao lado. A PIMCO e J.P. Morgan AM são as gestoras com mais produtos disponíveis para os investidores portugueses. Sem surpresa, se se olhar para os ativos sob gestão em ETF ativamente geridos na Europa, estas entidades ocupam as primeiras posições. No caso da J.P. Morgan AM, a sua intenção é lançar vários ETF ativamente geridos este ano, tanto de ações, como temáticos de sustentabilidade. Têm uma declaração de intenções clara: “O nosso objetivo é ser o primeiro provedor de ETF ativos no mercado global”, diz Martínez-Olivares. O crescimento dos ETF ativos é um exemplo claro de como os ETF deixaram de ser instrumentos de alocação de ativos baseados em índices para se tornarem uma tecnologia poderosa para a distribuição de ideias de investimento, independentemente da classe de ativos ou estratégia.
A SUSTENTABILIDADE CONSOLIDA-SE NO NÚCLEO DAS CARTEIRAS Os investidores estão cada vez mais conscientes da oportunidade de investimento que representa o investimento sustentável. Pelo menos assim se depreende do nosso terceiro inquérito anual sobre o papel que desempenha a sustentabilidade nas carteiras dos nossos clientes, onde também se pode ver que pequenos ajustes na construção das carteiras podem representar grandes mudanças no momento de comparar resultados. Este novo estudo aponta também para uma direção muito animadora, já que uma quarta parte da amostra entrevistada, composta por 150 grandes investidores, reconhece já ter incluído produtos sustentáveis na sua carteira, quando num estudo semelhante que realizamos no ano passado na região EMEA se percebeu que isto só acontecia em 17% das carteiras. Mas talvez o mais surpreendente do estudo é que a sustentabilidade está a deixar de ser um mero complemento nas carteiras e está a passar a ser um bloco central na construção das mesmas. Além disso, esta implantação da sustentabilidade tem saído da sua delimitação tradicional para se expandir através de diferentes classes de ativos e veículos de investimento, ainda que se continue a destacar que o principal risco nesta transição é a dificuldade de medir o que é realmente sustentável e como se pode medir o impacto deste fator nos retornos e no risco. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 107
PRODUTOS INSTITUCIONAL por Filippo Luini
A CHAMADA DOS MERCADOS DE
CARBONO Segundo a McKinsey, se os investidores institucionais alocarem uma pequena fração das suas carteiras a posições em quotas de carbono poderão melhorar a sua resistência aos riscos da transição climática.
108 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
O
s investidores institucionais podem desempenhar um papel chave no desenvolvimento dos mercados de carbono. No caminho ainda longo para conseguir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa, o tamanho destes novos mercados está a crescer cada vez mais e, ao mesmo tempo, cresce o interesse dos investidores. Mas a parte institucional é atualmente limitada. As principais causas desta reduzida adesão por parte dos investidores institucionais vão desde as barreiras estruturais, à falta de visibilidade da dinâmica do mercado subjacente e das tendências futuras. No entanto, as coisas estão a mudar. Especialmente depois da COP26, que deixou ainda mais claro a todos os agentes do mundo financeiro que o caminho para a neutralidade das emissões já está
marcado e que não é possível fazer marcha atrás. Portanto, muito está agora nas mãos dos investidores institucionais, que poderão fazer uma contribuição significativa para a expansão destes mercados, com impactos positivos para a consecução dos objetivos consagrados no Acordo de Paris.
EM CRESCIMENTO
Como destaca um estudo recente da consultora McKinsey, o valor total dos mercados mundiais de carbono cresceu mais de 20% em 2020, o quarto ano consecutivo de crescimento record. Estes mercados dividem-se em mercados de carbono de cumprimento obrigatório ou regulados (CCM) e mercados de carbono voluntários (VCM). As quotas de carbono reguladas pelos regimes obrigatórios nacionais, regionais ou internacionais transa-
A PROCURA DE CRÉDITOS NOS MERCADOS VOLUNTÁRIOS DE CARBONO PODERÁ CRESCER 100 VEZES ATÉ 2050 Cenários de procura para o Mercado Voluntário de Carbono (VCM), gigatoneladas de CO2 por ano. MÍNIMO
MÁXIMO (representa o potencial máximo numa trajetória conforme a 1,5ºC ou 2,0ºC)
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Compromissos até à data
Projeções TSVCM1
Cenário NGFS2
12
10
8
6
4
2
0 2020
2030
2040
2050
2020
2030
2040
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2020
2030
2040
2050
PONTOS CHAVE PARA OS INVESTIDORES INSTITUCIONAIS • O volume de procura não é o único fator chave dos preços de Mercado Voluntário de Carbono (VCM).
• A natureza da procura também é um fator crítico na avaliação da dinâmica de mercado. Por exemplo, espera-se que aumente a procura de crédito de elevada qualidade, impulsionando o aumento dos preços de alguns créditos, enquanto que outros permanecerão sem uso.
• Portanto, é importante avaliar os problemas dos créditos de elevada qualidade para obter uma visão mais holística das tendências deste mercado.
1. Grupo de trabalho para a ampliação do mercado voluntário de carbono (TSVCM). Projeção de solicitação de créditos concebida por especialistas na matéria de TSVCM. 2. A Rede de Bancos Centrais e Supervisores para a Ecologização do Sistema Financeiro (NGFS). Este é um limite superior em 2050 e assume que todas as operações estão apoiadas por créditos voluntários. Fonte: NGFS; Análise da McKinsey.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 109
PRODUTOS INSTITUCIONAL
UMA ALOCAÇÃO DE 1% EM QUOTAS DE CARBONO SERIA SUFICIENTE PARA NEUTRALIZAR UMA QUEDA POTENCIAL NOS RETORNOS CAUSADA PELOS RISCOS CLIMÁTICOS Retorno básico para uma carteira 60/40 (ações e obrigações)
RETORNO ANUALIZADO
4,11
VOLATILIDADE ANUALIZADA
9,76
RETORNO AJUSTADO AO RISCO
0,42
Para manter o mesmo nível de desempenho da carteira, uma alocação entre os 0,5% e 1,1% em ações de carbono nos dois cenários subjacentes poderá mitigar o impacto negativo na rentabilidade.
Transição imediata
As políticas climáticas introduzem-se de imediato e convertem-se progressivamente em mais restritas.
0,5%
Transição atrasada
As políticas climáticas não são introduzidas até 2030, com o resultado de um maior nível de emissões de carbono até 2030 em comparação com o cenário de transição imediata.
1,1%
Fonte: McKinsey, Putting carbon markets to work on the path to net zero. Outubro de 2021.
A INCLUSÃO DE UMA ALOCAÇÃO DE 5% EM CARBONO NUMA CARTEIRA 60/40 PODERÁ MELHORAR O RETORNO ANUAL DESTA EM 50-70 PONTOS BASE 110 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
cionam-se nas CCM. Atualmente são os maiores e mais maduros do mercado, com um valor de mais de 100.000 milhões de dólares e uma faturação anual de mais de 250.000 milhões. Mas o tamanho dos CCM continua a ser pequeno em comparação com os 19 biliões que gerem os 100 maiores investidores institucionais do mundo em 2020. Os mercados voluntários ou VCM são, por outro lado, o lugar onde as empresas e os indivíduos trocam créditos de carbono de forma voluntária. São mais pequenos do que os primeiros, com um valor de 300 milhões de dólares em 2020 e não têm demonstrado ser viáveis para investidores institucionais de-
vido à limitada liquidez diária, tamanho insuficiente, um processo transacional não standardizado e a falta de mecanismos de preço explicáveis. No entanto, o seu potencial para o futuro é elevado. “Os CCM têm-se estabilizado e são cada vez mais fáceis de usar pelos investidores institucionais. Entretanto, a governança e a infraestrutura estão a desenvolver-se para apoiar o rápido crescimento dos VCM”, assinalam da McKinsey. Em particular, estes últimos poderão converter-se numa opção de investimento mais viável nos próximos anos, sempre que se cumpram alguns requisitos importantes, como a standardização de créditos
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A OPINIÃO DE JEREMY CUNNIGHAM Diretor de Investimentos em Obrigações, Capital Group
e produtos da empresa. “Os VCM têm um mecanismo de mercado significativamente mais fluído, com preços determinados pela procura e pelo fornecimento voluntário e são muito menos suscetíveis às políticas e mandatos regulatórios”, acrescentam.
TRÊS RAZÕES CLARAS
Novamente, segundo a análise realizada pela consultora, há três razões fundamentais pelas quais os investidores poderão começar a investir com mais força nos mercados de carbono. A primeira é que os volumes se estão a aproximar rapidamente da massa crítica de investimento. Estão a desenvolver-se novos sistemas de comércio de emissões (ETS) e, para além disso, as reformas recentes dos sistemas de comércio existentes criaram um contexto mais previsível. “Os VCM têm o mesmo potencial de escalabilidade do que os CCM; espera-se que o seu tamanho cresça desde os 5.000 milhões de dólares para os 180.000 milhões em 2030”, recolhem os especialistas da McKinsey. Em segundo lugar, recordam que os mercados de carbono são fundamentais para manter o aquecimento global abaixo do limiar dos 1,5 graus. Este objetivo de temperatura também é de interesse direto para os investidores institucionais já que, se não for conseguido, as suas carteiras estarão expostas a crescentes riscos climáticos. Em terceiro lugar, os mercados de carbono oferecem aos investidores institucionais a oportunidade de gerir melhor os seus retornos ajustados pelo risco. O estudo da consultora chega a uma conclusão interessante: se os investidores institucionais alocarem uma pequena fração das suas carteiras a direitos de
emissão de carbono poderão melhorar a resiliência das suas carteiras face aos riscos da transição climática.
SIMULAÇÃO
Na verdade, o estudo da McKinsey recolhe uma simulação bottom-up do impacto relativo que têm os riscos climáticos em distintas classes de ativos individuais, baseando-se em três cenários diferentes. Com base neste cenário, o retorno esperado modelou-se num horizonte de 10 e de 30 anos para uma carteira com uma alocação de carbono de 5%, face a uma carteira de referência que compreende cerca de 60% de ações e de 40% de obrigações. A análise realizada pela McKinsey deu como resultado que a inclusão de uma alocação de 5% em carbono numa carteira 60/40 poderá melhorar o retorno anual desta em 50-70 pontos base (o retorno esperado desta carteira tradicional 60/40 será aproximadamente de 4%) num período de 30 anos. Entretanto, a volatilidade dessa carteira melhoraria em 30-50 pontos base (a volatilidade esperada para a carteira de referência será aproximadamente de 9,8%). A inclusão de quotas de carbono na carteira apenas teria empurrado os retornos para baixo num cenário no qual não se tenham introduzido novas medidas para combater as mudanças climáticas. “As posições em carbono também brindam proteção nas quedas. Mitigam o impacto negativo dos riscos de transição climática nos dois cenários de ação climática imediata ou atrasada. Em média, uma alocação a carbono de cerca de 0,5%-1,1% é um nível suficiente de diversificação de risco da carteira”, acrescentam da consultora.
OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS GLOBAIS DE INVESTMENT GRADE: UMA ABORDAGEM EQUILIBRADA ONDE A SELETIVIDADE É CRUCIAL O equilíbrio dos riscos para os mercados de obrigações corporativas globais continua bem preparado. Valuations altas, elevada inflação e potencial abrandamento do crescimento global têm de ser equilibrados face à melhoria dos fundamentais de crédito, à dinâmica de oferta e procura e ao fornecimento de liquidez contínua, mas reduzida por parte dos bancos centrais. Os spreads refletiram os maiores riscos de crédito associados às expetativas do mercado para uma política monetária mais restritiva. Porém, as valuations ainda são altas. Com a Fed a reduzir o programa de compra de títulos e com uma aproximação do primeiro aumento das taxas de juro em 2022 a volatilidade pode aumentar. No entanto, os fundamentais corporativos continuam a melhorar. Os fluxos para a classe de ativos continuam a apoiar uns spreads de crédito estáveis, mas os fluxos de investidores podem ser transitórios e deve-se estar atento caso as taxas de juro subam e as condições financeiras fiquem mais ajustadas. A inflação é outro risco se a atual combinação de bottlenecks na cadeia de fornecimento e o crescimento acelerado dos salários persistirem por muito mais tempo. É hora de seletividade e de uma postura geral cautelosa de risco de crédito. Ainda há valor a ser encontrado em certas áreas e empresas. É aqui que um research bottom-up, orientado fundamentalmente, e uma abordagem global diversificada podem agregar valor ao identificar oportunidades potencialmente atrativas. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 111
ESTILO DE VIDA GOLFE por Armando Nunes
GOLFE UM TESOURO GUARDADO NUMA PEQUENA CAIXA DE JOIAS Os hobbies são como valiosas joias que temos de guardar numa caixa de dimensões muito limitadas e o golfe não é exceção. Tratandose de uma modalidade que, além do convívio com a natureza e dos benefícios para a saúde, permite o convívio e a diversão em família, é um tesouro que deve ser partilhado.
H
á uns anos, enquanto caminhava pelos fairways de um campo de golfe do Algarve, um amigo espanhol disse-me algo que nunca mais esqueci: os nossos hobbies são como valiosas joias que temos de guardar numa caixa de dimensões muito limitadas. Na altura não dei muita importância à conversa de circunstância. As longas caminhadas entre shots no golfe são profícuas a incentivar este tipo de reflexões e filosofias. Mas alguns anos depois, e sendo um entusiasmado praticante de golfe e de Vela, comecei a entender a importância e alcance daquela conversa: os hobbies são demasiado valiosos para nos perdermos e dispersarmos entre muitos. Sendo a vela e o golfe atividades altamente consumidoras de tempo, rapidamente compreendi que a minha pequena caixinha de joias, de 112 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
que o meu amigo falava, começava claramente a tornar-se limitada para acolher duas atividades tão exigentes e consumidoras de tempo. Para os que não sabem, nenhuma destas atividades desportivas se desenvolve em menos de um dia, sendo frequente a sua extensão por todo um fim de semana. Confrontado com a limitação da minha pequena caixa, foi com grande pena que me vi obrigado a optar, acabando por abdicar do enorme prazer e liberdade que a vela permite. À primeira vista, o meu passado desportivo não pareceria apontar na direção do golfe. Jogador de rugby dos campeonatos nacionais durante década e meia, habituado a muita ação e pressão física, também eu tinha do golfe aquela visão de uma coisa de velhos praticada para não morrer de tédio na reforma. Contudo, quando andava pelos 35 anos, fui desafiado para o golfe por um
amigo de infância que, sendo já praticante e estando ligado a um campo nacional, me começou a desafiar para a modalidade. E foi a revelação.
NOVA PAIXÃO
Como normalmente faço com tudo na vida, assim que decidi experimentar abracei o golfe com tudo, começando por devorar todos os livros teóricos que me chegavam às mãos sobre o tema. Marcavam-me reuniões em Londres, trazia livros sobre o swing de golfe. Ia a Paris e lá vinha com mais umas revistas (na altura não havia nada disso em Portugal). Voltava a Londres e trazia material (tacos, luvas, bolas, o que fosse). Comecei assim a praticar regularmente a modalidade, beneficiando de todas as vantagens, físicas e anti-stress, que esta permite. Quando à noite o sono teima em não chegar, com a mente ainda preocupada com o mau momento da bolsa e os impactos
nas carteiras dos clientes, basta desviar o pensamento para aquele shot quase perfeito ou aquela recuperação do meio das árvores, para encontrar o descanso do guerreiro. Quantos dos que já andaram pelo setor financeiro e pelo mercado de capitais não viveram essas noites de insónia? O golfe, para além dos benefícios para a saúde de praticar uma atividade em convívio com a natureza e que obriga a mantermo-nos ativos por longas horas, tem também uma qualidade muito específica e especial: permite conviver e competir em família. Pais, filhos, avós ou netos, todos podem jogar em conjunto, competir em conjunto, divertir-se em conjunto. O golfe é assim uma modalidade que não nos afasta obrigatoriamente do convívio familiar, razão pela qual desde cedo trouxe todos os meus filhos para a sua prática. Hoje todos em família temos memórias partilhadas na modalidade, a jogarmos em equipa, a jogar uns contra os outros, a jogarmos uns com os outros. Troféus ganhos e que brilham nas prateleiras, muitas histórias e fotografias de felicidade e descontração familiar, muitos posts nas redes sociais. Como nunca conseguimos estar parados, há cerca de uma década decidi complicar a coisa e, em conjunto com mais alguns carolas, decidimos criar um Clube/Escola de Golfe. Embora criado por velhos chamámos-lhe Clube Juvegolfe (www.juvegolfe.pt) e fundámo-lo como a primeira Associação de golfe Pais & Filhos em Portugal. O único clube em Portugal estatutariamente virado para a formação, competição e convívio familiar. Uma loucura, altamente consumidora de tempo e recursos, mas de que nenhum de nós se arrependeu até hoje. No final, os nossos hobbies são apenas as joias a que todos damos especial valor. Numa caixinha sempre demasiado pequena para as nossas ambições. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 113
ESTILO DE VIDA GASTRONOMIA por Cristina Carvalho
GASTRONOMIA PORTUGUESA
UM MUNDO POR DESCOBRIR Um português que se preze aprecia os sabores nacionais, mas não só: sabe de cor o melhor sítio para comer cada uma das iguarias. Entre neste roteiro gastronómico, aponte as sugestões, e reserve tempo para colocar a mão na massa.
114 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
A
gastronomia portuguesa é um livro aberto, e para mim um dos maiores ícones da cultura portuguesa. Se a isso associarmos o facto de Lisboa ser uma cidade cada vez mais cosmopolita, onde a oferta é cada vez mais abrangente, temos um mundo para explorar. Na sua génese, a cozinha portuguesa é conhecida por ser elaborada. Pratos como o cozido à portuguesa e qualquer receita de bacalhau, fazem parte da bandeira de Portugal. Todas as regiões de Portugal têm pontos fortes, que fazem bem valer a pena uma viagem só para as experimentar. Partilho convosco aquilo que considero os pratos imperdíveis de Portugal: A Francesinha é um prato típico da cidade do Porto e consiste numa sanduíche com carne de vaca, linguiça, salsicha fresca, queijo e molho. Há
muitas variações da francesinha, esta é a mais tradicional e a minha preferida. Restaurante Capa Negra, Café Santiago ou a Cervejaria Brasão. Se preferirem outra alternativa no Porto, o Cafeína é sempre um restaurante que não passa despercebido e que também recomendo como um dos melhores da cidade. Já em Lisboa, é no Pateo – Bairro do Avillez que gosto de me reunir com amigos. Das entradas, aos pratos de carne, vegetarianos e de peixe, há muito para experimentar, e num ambiente moderno, animado, numa das zonas mais bonitas da cidade – o Chiado. Se associarmos tradição à gastronomia, partilho convosco o que para mim é o melhor bife do mudo. No Café de São Bento, num ambiente intimista a algo retro, é o segredo melhor guardado de uma das melhores tentações de Lisboa. O bife é do lombo, tem cerca de 190 gramas e é de altíssima quali-
dade; é frito em manteiga, depois reserva-se, e faz-se o molho numa nova frigideira. Nesta deita-se manteiga, natas e junta-se flor de sal e pimenta preta a gosto. Serve-se com batatas aos palitos e ovo por cima. Mas não podemos falar de Portugal, sem referir o grande recurso que temos ao lado: o mar. Isso faz também que Portugal seja um país privilegiado pela localização, pelas maravilhosas vistas e pelo peixe fresco todos os dias. O Mar do Inferno em Cascais, reúne tudo isto. Localizado num dos pontos turísticos da zona de Cascais, com uma vista para o mar lindíssima, staff simpático e uma ementa repleta de pratos, sobretudo com muita escolha em peixes e mariscos. Nesta linha de peixes e mariscos, mas mais a sul do país, no Algarve, na Praia Verde, sempre que posso vou ao Pezinhos na Areia. Um restaurante que começou por ser pé na areia e que evoluiu para um conceito mais sofisticado, com uma vista maravilhosa para o mar, onde se pode petiscar ao fim de tarde ou jantar à lua cheia. Qualquer recomendação fica muito além das imensas opções que Portugal tem para oferecer a nível gastronómico. Vale muito a pena percorrer o país e explorar os vários pratos. Para poderem levar um pouco da gastronomia portuguesa para casa, desafio a fazerem a receita de um dos pratos tradicionais que mais gosto: o famoso Bacalhau à Brás. Não é complicado, tem vários passos, mas são todos muito simples.
Bacalhau à Braz
• Bacalhau Desfiado 1 embalagem • Azeite • 2 dentes de alho • 1 cebola média • Batata palha 250 g • 5 ovos • Salsa e azeitonas pretas Preparação do Bacalhau à Brás: O bacalhau deve ser demolhado no dia anterior à sua confeção. Numa frigideira, amolecer em azeite o alho picado e a cebola cortada em rodelas finas. Adicionar o bacalhau desfiado bem escorrido e mexer até alourar. Acrescentar a batata palha e os ovos bem batidos. Envolver sempre em lume brando para não pegar. Quando estiver cozinhado, retirar do lume. Para finalizar: Polvilhar com salsa picada a gosto e servir de imediato com azeitonas pretas.
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1) Fonte: IPE “Top 500 Asset Managers” publicado em Junho 2021 com dados de Dezembro de 2020. Fundos sem garantia de capital ou rentabilidade. Este material destina-se apenas a investidores e distribuidores institucionais, profissionais, qualifi cados ou sofisticados. Documento promocional não se destina a cidadãos ou residentes dos Estados Unidos da América ou a qualquer “pessoa americana“, tal como defi nido nos regulamentos ao abrigo da “US Securities Act of 1933”. A compra de unidades deve basear-se nos últimos Prospectos, KIID, Artigos de Associação, e relatórios anuais e semestrais registados na CMVM. Para mais informações, consulte a documentação legal actual, disponível a pedido e gratuitamente na Amundi Iberia SGIIC, SAU, a principal entidade de marketing em Espanha e registada na CNMV sob o nº 31 (Pº de la Castellana 1, Madrid 28046), ou em www.amundi.com. Antes de efectuar qualquer assinatura, os interessados devem certifi car-se de que esta é permitida pelos regulamentos em vigor, verifi car as suas implicações fiscais e consultar os documentos regulamentares em vigor. Deve ser considerado se os riscos associados são apropriados para potenciais investidores, que devem assegurarse de que compreendem o conteúdo do documento. O investimento envolve riscos, os accionistas podem perder a totalidade ou parte do capital inicialmente investido. Rentabilidades passadas não garantem resultados futuros. Documento com carácter publicitário, simplifi cado, e sem valor contratual. Em caso algum constitui uma recomendação, pedido, oferta ou aconselhamento sobre investimentos. Informação fornecida pela Amundi Asset Management, SAS (“Société par actions simplifi ée“) com um capital social de 1.143.615.555 euros e aprovada pelo regulador francês (Autorité des Marchés Financiers - AMF) sob o número GP 04000036 como sociedade gestora de carteiras, Bd Pasteur 91-93 - 75015 Paris-França - 437 574 452 RCS Paris. |