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EMBORA AS RECOMPRAS DE AÇÕES
“UM NÚMERO REDUZIDO DE AÇÕES DISPONÍVEIS PODE IMPOSSIBILITAR TRANSAÇÕES ELEVADAS E LEVAR A MAIORES OSCILAÇÕES NO PREÇO” RÚBEN GUERREIRO JOSÉ E RICARDO MELO FREITAS, SIXTY DEGREES pras podem ser um sinal da confiança da equipa de gestão nas perspetivas de longo prazo da empresa, uma vez que assumem implicitamente que as ações da empresa estão subavaliadas”.
Vantagens
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Simultaneamente, é também destacado na literatura o potencial de utilizar a recompra de ações para fins incorretos e que não beneficiam os investidores. Alguns dos exemplos apresentados prendem-se com a intenção de passar informação incorreta para o mercado ou manipular os resultados para aumentar a compensação dos diretores das empresas. Pamela Macedo alerta: “Ao reduzir o número de ações em circulação, as recompras aumentam os lucros por ação. Se os gestores estão mais preocupados com a criação de riqueza pessoal, poderão ser incentivados a recomprar ações apenas para cumprir os seus objetivos de bónus”. Rúben Guerreiro José e Ricardo Melo Freitas, analistas na Sixty Degrees, destacam ainda um outro problema que pode surgir quando uma empresa com menor dimensão toma esta decisão. Em mercados de
O QUE SÃO AS OBRIGAÇÕES MUNICIPAIS DE INFRAESTRUTURAS DOS EUA?
O Evento De Recompra De A Es
menor dimensão, a recompra de ações “pode ser um entrave ao investimento, pois um número reduzido de ações disponíveis pode impossibilitar transações elevadas e levar a maiores oscilações no preço”.
Na Gest O De Ativos
Do ponto de vista da gestão de ativos, é consensual que este tipo de evento corporativo requer muita atenção. Os analistas da Sixty Degrees referem que “a métrica de recompra de ações é um fator considerado no momento de investimento, uma vez que esta se encontra ligada à gestão eficiente do capital líquido duma empresa”.
Pamela Macedo explica como, também na Casa de Investimentos, a avaliação da alocação de capital está intrinsecamente ligada à avaliação da qualidade da equipa de gestão da empresa. “Admiramos as equipas de gestão que mostram uma abordagem disciplinada à alocação de capital nas oportunidades com retornos mais elevados. Se não for possível identificar oportunidades, agrada-nos que os cash flows em excesso sejam devolvidos aos acionistas via dividendos ou recompra oportunista de ações”, resumiu a analista.
Por fim, Carlos Pinto e Pedro Lino, comentam que, apesar de valorizarem na seleção de ativos esta política remunerativa, também destacam que “pode ter igual mérito uma empresa que canalize parte ou totalidade dos seus cash flows para o desenvolvimento de um novo segmento que acrescente valor e/ou permita aumentar a sua quota de mercado”.
Em suma, centenas de milhares de milhões de dólares passam das empresas públicas para os seus acionistas via recompras de ações. Embora as recompras de ações possam ser mal utilizadas em alguns casos, têm claras vantagens. O relatório do CFA Institute Research Foundation conclui que “o desafio consiste em proporcionar a combinação certa de supervisão que permita às empresas beneficiar dessas vantagens, minimizando, em simultâneo, os potenciais usos abusivos”.
A sua história remonta há mais de 200 anos, mas o mercado norte-americano de obrigações de infraestruturas municipais continua a ser uma classe de ativos relativamente nova fora do seu mercado nacional. Em contextos de subidas de taxas, oferece aos investidores em obrigações diversas vantagens de diversificação, como um comportamento defensivo e uma volatilidade de preços limitada. Embora o mercado exista desde 1812, só recentemente é que os investidores internacionais começaram a aprender sobre esta classe de ativos. Os investidores não precisavam dos rendimentos oferecidos por estas obrigações, uma vez que havia muitas alternativas. E por ser considerado um mercado nicho, em que operavam principalmente investidores de retalho norte-americanos, os investidores estrangeiros não se deram ao trabalho de o explorar. No passado, todas as obrigações municipais tinham um tratamento fiscal favorável para os contribuintes norte-americanos, que reduzia os seus rendimentos: agora, porém, existem títulos disponíveis para os investidores estrangeiros estruturados que não necessitam desse tratamento fiscal. Num mundo sedento de rendimentos, as obrigações municipais representam uma das melhores oportunidades disponíveis, e até um investimento potencialmente superior se tivermos em conta o seu risco relativamente baixo.