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Bin Shi
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022 .
ENTREVISTAS BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO OS INVESTIDORES E A CRISE
COM ESTILO UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
SELECIONADORES FAVORITOS À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO AS NUVENS NO HORIZONTE Olhar paraANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES o futuro DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.investindo
em saúde
AB International Health Care Portfolio
Parecem ter ficado para trás os meses mais severos para o mercado chinês. As mudanças regulatórias no país atingiram as empresas, mas agora é estabilidade o melhor epíteto que Bin Shi encontra para descrever a situação no país. Na verdade, estabilidade e crescimento. São as duas palavras que salpicam o seu discurso, e que o fazem mostrar com entusiasmo o UBS (Lux) Equity Fund China Opportunity, um fundo agnóstico quanto a benchmarks, mas que vive da forte procura de fontes não convencionais de retorno e da proximidade com o mercado.
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NER T PAR
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022 .
ENTREVISTAS BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO OS INVESTIDORES E A CRISE
COM ESTILO UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
SELECIONADORES FAVORITOS À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO AS NUVENS NO HORIZONTE Olhar paraANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES o futuro DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.investindo
em saúde
AB International Health Care Portfolio E
stabilização. É este o sinal que o governo chinês tem vindo a dar ao mercado relativamente ao contexto regulatório que se vive no país. Mas no último ano não foi assim. As mudanças regulatórias aplicadas na China atingiram as empresas, e essa pressão acabou por justificar as quedas de mercado registadas no período. No entanto, o ponto de inflexão quanto a esse risco regulatório provavelmente já foi alcançado. É essa a convicção de Bin Shi, gestor principal do fundo UBS (Lux) Equity Fund China Opportunity, produto com Rating FundsPeople 2022. Em entrevista à FundsPeople, lembra que “as autoridades políticas reafirmaram em assembleia-geral a sua postura pro-crescimento, fixando um objetivo de crescimento do PIB em 2022 de 5,5%”. Razões suficientes para o profissional fazer uma convicta declaração de interesses: “De maneira geral, estamos otimistas para as ações chinesas em 2022”. Cauteloso, o gestor espera, contudo, que se continuem a aplicar as regulamentações durante o ano, mas com um impacto “provavelmente menor para as empresas e para os investidores”.
Esta convicção sobre a boa forma do mercado chinês é, claro, meio caminho andado para que Bin Shi nos apresente o fundo UBS (Lux) Equity Fund China Opportunity - bem como os outros portefólios da gama China - com entusiasmo. A verdade é que a experiência da casa de investimento no país fala por si. “Somos a principal gestora de ativos estrangeira na China”, salienta o profissional. Completamente agnósticos relativamente aos índices de referência, é na capacidade que têm de encontrar informação em fontes não convencionais que dizem residir o valor acrescentado da equipa.
ESTAR PRIMEIRO
Chegar primeiro do que os outros. Quase que se poderia definir assim a filosofia de investimento do gestor. Da entidade procuram identificar de forma “precoce as empresas líderes atualmente, bem como as que serão líderes EXPERIÊNCIA LOCAL
Bin Shi é o gestor principal da equipa de ações chinesas, e no currículo conta com mais de 24 anos de experiência. Formada por nove elementos, a equipa insere-se dentro da equipa de ações Emergentes e Ásia Pacífico da UBS Asset Management, com a liderança a ficar a cargo de Geoffrey Wong. Para que a filosofia de investimento seja mantida entre produtos, condição sine qua non é que todos os fundos sejam geridos em equipa.
no futuro, dentro das tendências seculares”, nos setores que consideram chave. Ao anteciparem-se, o gestor explica que acabam por participar “num maior crescimento”, e conseguir “comprar as ações das empresas a preços mais atrativos, antes de serem conhecidas pela comunidade investidora”.
A análise fundamental que executam é o santo graal do processo. Baseiam-se num modelo próprio, em que o objetivo da análise é cobrir todos os setores e a maior parte da capitalização de mercado. “Dois terços do alfa esperado explica-se pela seleção de títulos, enquanto que os fatores top-down determinam os parâmetros de risco da carteira”, enfatiza o gestor. A convicção do lado da gestão leva-os, como já assinalado, a preterir a comparação com um índice de referência, pelo que “as carteiras podem apresentar desvios importantes face ao benchmark”. O grande conhecimento do mercado justifica esta decisão. “Acreditamos que algumas indústrias não se encontram bem representadas nos índices chineses e, através do nosso enfoque de análise fundamental, é-nos permitido encontrar empresas sub representadas nos índices com grande potencial de crescimento a longo prazo”, afiança.
Sinteticamente, o processo de investimento do produto começa então pela análise elaborada pela equipa de analistas com base na sua filosofia de investimento. O gestor, conta, entra em ação na etapa seguinte, ao incorporar essas ideias de forma a que a carteira “cumpra com os objetivos do cliente”. O risco não está imune ao processo, e todas as carteiras são supervisionadas de forma a garantir que não são assumidos riscos “descompensados”.
CONVICÇÃO NAS EMPRESAS
Este discurso não se compatibilizaria com uma carteira pouco concentrada. E a do UBS (Lux) Equity Fund China Opportunity não o é, de facto. O produto apresenta “títulos de elevada convicção”, e normalmente a carteira ronda os 40-70 ativos, que se são, regra geral, mantidos no portefólio durante algum tempo. “Mantemos os títulos em
carteira numa média entre três e cinco anos, ou até mais no caso das principais posições. Em geral, acreditamos que muitos investidores vendem títulos demasiado cedo, que são, na verdade, muito bons”, alerta o especialista.
No caso da gestão deste fundo, a confiança no que colocam em carteira é chave. “Quando temos convicção numa empresa, tendemos a mantê-la em carteira durante muito tempo, já que essa é a forma como podemos capturar o maior valor para os nossos clientes”, salienta o gestor. Ainda assim, a diversificação é garantida. Apontam baterias a “todo o universo investível de ações chinesas”, participando “em muitos setores”, mas sem que “nenhuma posição supere os 10% da carteira”. O setor financeiro, os serviços de comunicação e o consumo defensivo são atualmente os setores em que o fundo apresenta maior sobreponderação.
A supervisão constante dos títulos é outro dos pontos que Bin Shi faz questão de sublinhar. Para além de quererem comprovar com regularidade a rentabilidade, mudanças na tese de investimento podem ser descobertas. Na verdade, são algumas as red flags que colocam a equipa em posição vendedora relativamente a um título. As valorizações pouco atrativas são uma delas, claro, mas também “a valorização de um título que não reflita plenamente os elementos positivos da tese de investimento” da casa. São dois fatores que os fazem carregar no botão do sell. O gestor fala também da possibilidade de a tese de investimento sobre um ativo não se vir a cumprir, e aí a opção também é desfazerem-se do ativo. “Isto pode ocorrer devido a um choque de mercado imprevisto, ou simplesmente porque a nossa análise inicial era incorreta”, elenca. Internamente apelidam essas situações de “incumprimento da tese”, mas o profissional lembra serem pouco frequentes. Contudo, quando acontecem, acabam por servir de lição. “São muito importantes para garantir que aprendemos os erros do passado, e somos suficientemente flexíveis no nosso processo de investimento para realizar mudanças perante este tipo de circunstâncias”, conclui o gestor.