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ESG já faz parte do ADN da banca privada nacional

Através dos olhos dos responsáveis de quatro bancas privadas nacionais, podemos fazer um decalque de como o investimento com critérios ESG tem evoluído em Portugal na área de private banking e qual é rumo que poderá tomar no futuro.

Sustentável. Uma palavra simples, mas com tanto significado. Sem sombra de dúvida, nos últimos anos tem ganho um impressionante destaque e, acima de tudo, importância no mundo dos investimentos. Contribuir para a construção de um mundo mais sustentável ao mesmo tempo que se obtém retornos interessantes, é o objetivo. Que o digam os responsáveis das bancas privadas nacionais que no desempenhar das suas funções têm visto nos seus clientes uma enorme vontade de adaptar as suas carteiras de investimento para se alinharem com um

NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022 .

ENTREVISTAS BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO OS INVESTIDORES E A CRISE

COM ESTILO UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO

SELECIONADORES FAVORITOS À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO AS NUVENS NO HORIZONTE Olhar paraANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES o futuro DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.investindo

em saúde

AB International Health Care Portfolio O ISR VAI CONTINUAR A GANHAR TRAÇÃO GRAÇAS À CRESCENTE NOÇÃO DA RELEVÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS

futuro mais verde. Prova disso é o facto das estratégias de investimento sustentáveis estarem a crescer dentro das carteiras da gestão de patrimónios em Portugal.

Assim, a FundsPeople consultou os profissionais ao leme das áreas de private banking do ABANCA, do BBVA, do Credit Suisse em Portugal e do Santander Totta para perceber como tem sido a evolução do investimento com critérios ambientais, sociais e de governance neste segmento. E o que será que o futuro tem reservado para esta temática? As respostas foram unânimes: o ESG já faz parte do ADN das entidades que representam e, nos próximos anos, o investimento sustentável vai continuar a ganhar tração graças à crescente consciencialização para as questões ambientais e sociais, e ainda devido à regulação em matéria de sustentabilidade que pretende proporcionar uma maior transparência e confiança nestes investimentos.

ANA NOBRE ABANCA

https://bit.ly/387E1Er

Pensamento de longo prazo. Segundo explica Ana Nobre, responsável de banca privada, o tema da sustentabilidade e do investimento com critérios ESG está, desde há muito, presente no trabalho do ABANCA. “O ESG faz parte do ADN ABANCA, e neste campo diria que o elo de ligação com a nossa filosofia de gestão ABANCA 360 está no pensamento de longo prazo”, conta. Ana Nobre explica que tal como para um gestor profissional de carteiras de excelência é fundamental uma gestão focada no médio/longo prazo, a filosofia ESG faz parte dos mesmos pressupostos, isto é, “não sacrificar o longo prazo em detrimento do curto prazo”. “As empresas comprometidas com o longo prazo e a sustentabilidade são aquelas que, para nós, oferecem maior grau de confiança e de credibilidade”, sublinha.

LUÍS NASCIMENTO BBVA

https://bit.ly/3ygKiIO

Disrupção. “A sustentabilidade vai provocar uma disrupção na economia nos próximos anos, com alterações profundas nos modelos económicos e no tecido empresarial, criando grandes oportunidades na captura de valor”, assegura Luís Nascimento, diretor de Banca de Retalho da BBVA em Portugal. Conforme explica o profissional, “a evolução da regulação em matéria de sustentabilidade, riscos e métricas, assim como da taxonomia dos produtos financeiros, vai criar maior transparência e confiança nestes investimentos e aumentar os ritmos de crescimento que temos vindo a verificar nos últimos anos”. Como tal, no grupo BBVA consideram a questão da sustentabilidade como uma enorme oportunidade de mitigar os riscos de investimento e de gerar retorno adicional, permitindo oferecer cada vez melhores soluções de investimento aos clientes.

MIGUEL SEABRA Credit Suisse

LOURENÇO VIEIRA DE CAMPOS Santander Totta

https://bit.ly/3FisaQ0

Transição. No Credit Suisse, os investidores têm expressado interesse em alinhar a sustentabilidade com a rentabilidade, “uma tendência que a pandemia da COVID-19 só tem reforçado”, conta Miguel Seabra, diretor-executivo da sucursal portuguesa do banco. Para o profissional, um dos claros benefícios para o fazer é o facto de as carteiras que têm em conta fatores ESG poderem reduzir a exposição a riscos relacionados, ao mesmo tempo que identificam novas oportunidades a longo prazo. “Acreditamos que temos um papel importante a desempenhar à medida que os nossos clientes fazem a transição das suas carteiras de investimento. Neste sentido, a sustentabilidade está no centro da estratégia do banco e é uma parte fundamental do nosso quotidiano empresarial”, revela.

https://bit.ly/3LQ8s0t

Do nicho ao mainstream. “Os investimentos sustentáveis deixaram de ser uma área de nicho e estão a tornar-se o mainstream”, começa por dizer o diretor de Private Banking do Santander em Portugal. Lourenço Vieira de Campos expõe que os investimentos em ESG estão a ser cada vez mais vistos como uma précondição para a criação de valor a longo prazo. O profissional explica ainda que esta procura “parece prestes a acelerar, impulsionada por mudanças sociais e demográficas, por uma maior regulamentação e foco governamental, e maior convicção no investimento”, comenta. Para tirarem partido disto, os investidores têm de começar hoje a adaptar as carteiras à nova realidade do amanhã. “A transição ESG, não apenas é verde mas também social. É a maior oportunidade que perspetivamos em termos de investimento e é o tema para a próxima década”, afirma.

A OPINIÃO DE

LAURA DONZELLA Responsável de Vendas para Portugal, Espanha, América Latina e Ásia, Nordea AM

O COMPROMISSO É O PONTO-CHAVE DA MUDANÇA

No que diz respeito ao investimento sustentável, para a Nordea Asset Management (NAM) não optamos pelo caminho fácil. De facto, contamos com a maior e mais experiente equipa interna de Investimentos Sustentáveis do setor. O investimento responsável faz parte do nosso ADN nórdico. Como consequência natural, a propriedade ativa desempenha um papel fundamental na nossa filosofia de investimento responsável, que acreditamos firmemente acrescentar valor no longo prazo. Por isso, favorecemos o compromisso com as empresas, ao invés da exclusão como a forma mais eficaz de perseguir mudanças. Não obstante, não temos medo de excluir as empresas quando o consideramos necessário. O nosso sólido compromisso em criar um impacto substancial é aplicado a todos os nossos produtos, através da votação ou da participação ativa. Esforçamonos para levar o compromisso com as empresas ao nível seguinte, por isso, o nosso processo é baseado no estabelecimento e acompanhamento de objetivos e planos de trabalho com estas empresas. Só em 2021, levámos a cabo 1.033 compromissos e votámos em mais de 4.200 conselhos gerais. Isto torna-se realidade graças às nossas equipas de investimento responsável e ao trabalho em proximidade com os gestores de carteira das nossas soluções temáticas ESG STARS e ESG, garantimos que a contribuição da NAM continua a ser um pontochave para alcançar a mudança real.

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