Revista II - Reforma protestante: REFORMA 500, 2018

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Faculdade Presbiteriana

BrasĂ­lia


Expediente

Comissão Reforma 500 Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Jr. Coordenador: Rev. Marco Antonio Baumgratz Ribeiro Coordenadora Adjunta: Adelaide Ramos e Côrte Membros: Daniella Demathei do Valle, Drys Dantas de Oliveira, Diac. Gustavo Rocha dos Santos, Isaac Marra Nunes Marques, Pb. José Inácio Ramos, Pb. Josimar Santos Rosa, Luis Ricardo Machado e Ronie Lobato. Comissão da Revista Reforma 500 Rev. Marco Antonio Baumgratz Ribeiro, Adelaide Ramos e Côrte, e Luis Ricardo Machado. Jornalistas: Luis Ricardo Machado e Ronie Lobato. Fotografia: Criativa IPN, Luis Ricardo Machado e Ronie Lobato Revisão: Maria Tereza Figueiró Dias e Sandro Xavier Editor responsável: Luis Ricardo Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Eduardo G. Antero Apoio: Criativa IPN Gráfica: Eskenazi Indústria Gráfica Tiragem: 2.800 exemplares Copyright© 2018 - Igreja Presbiteriana Nacional Permitida a reprodução, desde que citada a fonte


“... ajustiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: Ojusto viverá pela fé”. Romanos 1.17 Martinho Lutero


Sumário 6 - Editorial 10 - AReforma Protestante e a Igreja Presbiteriana do Brasil 14 - Culto dá início às comemorações pelaReforma Protestante 18 - Painéis retratam a importância daReforma 20 - Os pré-reformadores e aReforma na Alemanha 24 - As GrandesReformas na Bíblia 28 - Junta Diaconal aborda as origens daReforma Protestante 32 -Talk show coloca em debate temas importantes daReforma Protestante 38 - Sola Scriptura: AReforma, a Bíblia e aFamília Cristã 40 - Secretaria de Oração: vida e obra de Jan Huss 44 - EBD deFérias: um tempo de aprendizado da doutrina reformada 48 - Ministério de Ensino/EBD fala sobre a conversão de Lutero 50 - Solus Christus 54 - SAF aborda a vida e a obra de John Wyclife 56- Exposição mostra a linha do tempo daReforma Protestante 60 - Somente pela Graça - O “pulo do gato” na santificação do pecador 64 - Como se dá a salvação foi o tema abordado pela UMP 66 - CEU aborda John Knox: o grande reformador da Escócia

72 - Lutero e aReforma Protestante - 500 anos 76 - SolaFide –Romanos: A carta que mudou a História da Igreja 80 - Equipe de Louvor apresenta Von Bora: uma mulher fundamental para aReforma

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Jantar alemão faz uma viagem gastronômica pelos sabores daReforma Protestante


86 -Reforma fora da Alemanha: Seu impacto no mundo 90 - Soli Deo Gloria: Vivendo para agradar a Deus 94 - O Mini nas comemorações dos 500 anos daReforma Protestante 98 - UPA fala sobre Jerônimo Savonarola: um profeta a serviço deDeus 100- Grupo Mais Amigos aborda João Calvino e seus amigos pelo mundo 108 - Batalha espiritual: Deus, Anjos e Demônios 112 - Após a escuridão, vem a luz

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500 anos retratados por documentos históricos

116 - Ministério de Administração explica quem foram os puritanos 118 - Passeio ciclístico no Eixão comemora 500 anos daReforma 122 - Calvinismo,Trabalho eDinheiro: esperança em tempos de crise 126 - Sola Scriptura: em um mundo plural, onde está o evangelho? 128 - Concurso Artístico descreve aReforma por meio da arte 132 - Sacerdócio universal dos crentes 144 -O futuro da Igreja com aReforma

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Corrida e Caminhada Evangelística

136 UmRenascer: A saga dos

reformadores no retorno à Palavra de Deus


O papel da igreja em divulgar e fortalecer os princípios daReforma Protestante no mundo contemporâneo Adelaide Ramos e Côrte Coordenadora adjunta da Comissão Reforma 500

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Editorial “Reforma 500: impactando o mundo com a Bíblia Sagrada.” Esse foi o tema escolhido pela Igreja Presbiteriana Nacional (IPN) para comemorar os 500 anos da Reforma Protestante. É notório que esse movimento religioso foi uma ação que mudou os rumos da história da humanidade. O tema foi escolhido e adotado com o propósito de reforçar os conceitos da Reforma aos membros da Igreja Presbiteriana Nacional, resgatando as origens e as razões do protestantismo e do presbiterianismo, sempre com base nos ensinamentos contidos na Bíblia Sagrada. Como uma mãe que estimula seus filhos a conhecer sua história mostrando fotografias, ensinando nomes, levando-os a conviver, na medida do possível, com avós, tios, primos, conhecendo a origem da sua família, de onde vieram, quais valores, cultura e hábitos que os tornam um só corpo, assim foi a experiência da IPN como igreja viva, durante as comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante. Com certeza, muitos de nós, filhos da IPN, não conhecíamos nossas origens, nossa história e o contexto religioso e congregacional em que estamos envolvidos. Não somos uma igreja isolada. Nossa dependência, em primeiro lugar, está nas Escrituras e temos sido abençoados com a firmeza na doutrina sagrada a que os pastores têm nos conduzido nesses quase 60 anos de existência. Somos fruto da audácia

e da coragem de homens que chamaram a atenção da sociedade para o valor e para a importância da Bíblia Sagrada como fonte única da fé cristã. Somos fruto de corações missionários de homens que, deixando a tranquilidade e o aconchego de suas famílias em terras distantes, vieram para o nosso continente trazendo a Palavra de Deus. Os primeiros evangélicos que chegaram ao Brasil trouxeram consigo os princípios reformadores. Em 1859, o missionário presbiteriano Ashbel Green Simonton fundou a Igreja Presbiteriana do Brasil como igreja reformada, que vem se mantendo, ao longo de quase dois séculos, firme nas Escrituras Sagradas, confirmando, assim, o valor da luta dos reformadores. Agradecer a Deus pela vida desses homens foi a primeira ação da IPN nesse ano festivo. Toda a igreja foi envolvida. Desde as crianças até os anciãos da igreja. Comemorar essa data por comemorar não foi o bastante para a IPN. O tema Reforma Protestante permeou todas as atividades durante o período de outubro de 2016 a outubro de 2017. A Bíblia foi o suporte, a base, a referência de todas as atividades. Mais que uma história para contar, era preciso registrar a soberania de Deus e Sua Palavra em todos os momentos. Vivemos os 500 anos da Reforma Protestante aprendendo e conhecendo esse movimento de diversas formas. Na área do ensino da Palavra; e na Escola Bíblica

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Dominical; nos sermões tão cuidadosamente preparados pelos pastores e seminaristas; na biografia dos reformadores, preparada pelas sociedades internas de maneira didática e muito carinhosa. Depois, pela arte, com um belo Jantar Típico Alemão cuidadosamente preparado pela equipe de eventos da nossa igreja. O Concurso Artístico movimentou os membros da igreja no processo criativo de produção de frases, cartazes e maquetes representativas da Reforma. Foram produzidos belos painéis, que depois estiveram afixados na frente e nas laterais do templo, divulgando a Reforma a todos que passaram ao longo da avenida W5.

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Duas belíssimas exposições foram cuidadosamente organizadas. Uma apresentou a linha do tempo da Reforma Protestante, e nela foi possível observar o movimento desde o início até a organização da IPN, em 1960. A segunda nos permitiu conhecer documentos raros que registraram a história, como uma indulgência concedida pelo Papa Leão X, em 1518. Divulgamos a Reforma Protestante pelo esporte, mostrando ao mundo que somos cidadãos responsáveis pelo cuidado com o nosso corpo não somente pela saúde física, mas por sermos templo do Espírito Santo. A equipe


de evangelismo distribuiu folhetos e falou de Jesus para os apreciadores do esporte. Esporte e evangelismo andando juntos: correndo ou caminhando. A IPN é uma igreja viva, alegre e que canta. Investe na área musical como dom de Deus. Encerrou as comemorações com um belo musical composto especialmente para a ocasião, denominado Um Renascer, apresentando fatos que, embora realizados em nome de Deus, revelaram um completo distanciamento de Sua Palavra. A história de homens comuns – Wycliffe, Huss,

Lutero, Calvino e Knox – que, vivendo em épocas e lugares diferentes, são encontrados e libertos pela Verdade e, enfrentando todos os perigos que envolviam sua consciência e fé, passam a lutar pelo retorno à Palavra de Deus. A IPN, como igreja zelosa e fiel às Escrituras, não poderia deixar de comemorar, em grande estilo e motivando as gerações futuras, os 500 anos da Reforma Protestante. Ao nosso Deus, o Senhor da Reforma Protestante, toda a glória! ◆

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AReforma Protestante e a Igreja Presbiteriana do Brasil Rev. Alderi Souza de Matos

Historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil


Artigo Nas comemorações dos 500 anos da Reforma, um fato chamou a atenção – a Igreja Presbiteriana do Brasil foi a denominação protestante brasileira que mais se empenhou na celebração do grande evento. Ao longo de 2017, os presbiterianos promoveram uma conferência internacional na Universidade Mackenzie, semanas teológicas nos seminários da igreja, lançamento de muitos livros, uma exposição de documentos históricos originais, um documentário em formato de vídeo, cultos especiais em todas as regiões do país e um grande encontro de encerramento no Rio de Janeiro, com a presença de 15 mil pessoas. Pastores e professores presbiterianos contribuíram para muitas matérias, que foram veiculadas na televisão, em jornais e na internet a respeito desse marco histórico.

No continente europeu, as igrejas herdeiras do movimento suíço ficaram conhecidas como “reformadas” (Igreja Reformada da Suíça, Igreja Reformada da França, etc.). Nas Ilhas Britânicas, especialmente na Escócia, elas receberam o nome de “presbiterianas”, sob a liderança de John Knox. Afirmar o presbiterianismo na Escócia do século 16 significou assumir uma posição ao mesmo tempo teológica e política. Com isso, os escoceses quiseram dizer: “Nós não queremos uma igreja governada por bispos nomeados pelos reis, e sim uma igreja liderada por presbíteros livremente eleitos pelos fiéis”. Mais tarde, os presbiterianos escoceses e seus irmãos residentes na Irlanda levaram a fé presbiteriana para os Estados Unidos, de onde ela veio para o Brasil em 1859, por intermédio do Reverendo Ashbel Green Simonton.

Tal envolvimento reflete a consciência de que a IPB tem profundas conexões com a Reforma e o seu legado. O presbiterianismo foi um fruto da revolução protestante e, em especial, do segundo movimento de reforma religiosa do século 16 – o Movimento Reformado. Indivíduos como Ulrico Zuínglio, Henrique Bullinger, Martin Butzer, João Calvino, Teodoro Beza, John Knox e outros líderes moldaram uma tradição protestante que resultou nas igrejas reformadas ou presbiterianas. Essa tradição incluiu maneiras específicas de entender a Escritura, um corpo doutrinário, uma perspectiva do culto e uma forma de governo eclesiástico distintos dos demais ramos da Reforma.

Assim, essa é a primeira dívida da Igreja Presbiteriana do Brasil para com a Reforma Protestante. A IPB é filha e herdeira direta do movimento do século 16. Se não fosse a Reforma, não haveria uma igreja presbiteriana, nem na Europa, nem na América do Norte, nem no Brasil. A primeira conexão é, pois, de natureza institucional e histórica. Porém, tal ligação vai muito além do aspecto histórico. Ela reside, acima de tudo, na comunhão de convicções, princípios e valores espirituais e éticos. Numa época em que muitas igrejas reformadas e presbiterianas ao redor do mundo têm se afastado das posições doutrinárias de seus predecessores do

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século 16, a Igreja Presbiteriana do Brasil tem procurado se manter fiel à fé reformada clássica. Ela valoriza tanto as convicções que tem em comum com a Reforma em geral quanto aquelas que compartilha com a tradição reformada em particular. A igreja brasileira abraça integralmente os princípios condutores da Reforma do século 16, os chamados “Solas” da Reforma: a precedência da Escritura em relação a qualquer outra autoridade religiosa (Sola Scriptura), a total prioridade e soberania da graça de Deus na salvação humana (Sola gratia), a absoluta necessidade e plena suficiência da obra redentora de Cristo (Solus Christo), a fé como a resposta primordial do ser humano à ação graciosa de Deus em Cristo (Sola fide) e a glória do Deus trino como o alvo e a razão de ser da igreja e dos cristãos (Soli Deo gloria). Além disso, a IPB se identifica com as ênfases específicas da tradição reformada ou calvinista, a começar de sua teologia ou de seu corpo doutrinário, tendo como alicerce a verdade bíblica da soberania de Deus. A Escritura ensina enfaticamente que o Senhor é supremo em tudo o que faz: as obras de criação, providência e redenção. Outra área de importância capital é a adoração do Ser Divino. À luz da teologia reformada, os presbiteria-

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nos entendem que o culto deve ser teocêntrico, reverente e caloroso.

Em harmonia com o chamado “princípio regulador”, Deus deve ser cultuado da maneira como ele mesmo prescreve em sua Palavra, evitando-se as inovações inconvenientes e desrespeitosas.


Valorizando a sua herança, os presbiterianos dão grande ênfase aos sacramentos

nhão com ele. Na mesa do Senhor, o Filho de Deus se faz presente de modo real e literal, porém não em sentido físico, e sim espiritual. As convicções refletidas nessas ordenanças, que constituem o evangelho de Cristo, devem ser objeto de vibrante testemunho diante do mundo. Outra área em que os presbiterianos sentem a influência direta da Reforma está na ética pessoal e social. A fé reformada valoriza a vida de santificação e a integridade moral como parte essencial da resposta humana ao evangelho. Ao mesmo tempo, entende a vida cristã em termos de serviço ao próximo e à sociedade, segundo o exemplo de Cristo. Daí a grande ênfase na educação, na responsabilidade social e no exercício pleno da cidadania.

do batismo e da Ceia do Senhor, sendo o primeiro entendido em termos da aliança que Deus estabelece com seus filhos e suas famílias, e a Ceia como um encontro vivo com o Redentor e profunda comu-

Os presbiterianos brasileiros estão conscientes de que não vivem na Europa do século 16, e sim na América Latina do século 21. Sua localização temporal e geográfica inclui situações, exigências e desafios que não existiam há 500 anos. O que se espera deles é que vivam com integridade na sua geração e procurem dar respostas bíblicas, sensíveis e corajosas aos problemas e questionamentos do seu tempo, sem abandonar ou relativizar os fundamentos que foram redescobertos e proclamados pelos reformadores. ◆

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Lutero em frente à Catedral de Frauenkirche, em Dresden-Alemanha

Culto dá início às

comemorações pela Reforma Protestante Momento ainda ficou marcado por jubilação de 22 pastores presbiterianos, apresentação do projeto em comemoração aos 500 anos da Reforma e agradecimento a Deus por todas as bênçãos alcançadas

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Culto especial Dando início às celebrações dos 500 anos da Reforma Protestante, a Igreja Presbiteriana do Brasil e a Igreja Presbiteriana Nacional realizaram, em 26 de outubro de 2016, o lançamento das comemorações da Reforma Protestante. No culto de gratidão a Deus, participaram os três sínodos em Brasília (Brasília, Central de Brasília e Taguatinga) e um grande coro formado pelas igrejas presbiterianas de Brasília, além de pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil. Após a abertura feita pelo pastor titular da Igreja Presbiteriana Nacional, Rev. Obedes Ferreira da Cunha Junior, com a leitura do Salmo 100, a igreja participou de um momento especial e de gratidão pelos homens que construíram a história nos planos de Deus.

Com a presença do Rev. Roberto Brasileiro Silva, presidente do Supremo Concílio da IPB; do Rev. Juarez Marcondes, secretário-executivo do Supremo Concílio; e do presbítero José Alfredo Marques, tesoureiro da IPB, 26 pastores presbiterianos foram jubilados e receberam uma justa homenagem com a entrega do certificado de jubilação, de uma medalha do mérito e da medalha da gratidão. Responsável pela mensagem de Deus à igreja, o Rev. Roberto Brasileiro tomou a palavra agradecendo pelo ministério que cada jubilado realizou ao longo de sua trajetória e enalteceu a importância da Reforma na vida da igreja e de cada cristão. Relembrando o 31 de outubro de 1517, dia em que Martinho Lutero colocou as 95 teses para discussão em

Durante o culto, 26 pastores presbiterianos foram jubilados, recebendo, além das homenagens, um certificado de jubilação

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um período de grande crise na Alemanha, o Pastor analisou que o ato representou o início do debate e o desejo que Deus, por sua graça, queria dirigir todas as coisas. Em outro ponto da mensagem, ao questionar qual o cerne da reforma protestante do século 16, ele afirmou que não se trata simplesmente de pregarmos as doutrinas que marcaram a Igreja Presbiteriana do Brasil e as igrejas do mundo por meio de João Calvino. A essência, relembrou Brasileiro, foi a mudança de eixo. “Até os dias da Reforma Protestante, o mundo daquela época olhava o homem na perspectiva humanista. A partir da Reforma, o homem passou a ser examinado, olhado, questionado na perspectiva da pessoa de Deus. A soberania de Deus passa a ser o ponto central”, argumentou.

Culto realizado em 26 de outubro de 2016 marcou o início das celebrações pelos 500 anos da Reforma Protestante

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Tomando como exemplo o Salmo 71, o Pastor afirmou que, a partir da Reforma, descobrimos a soberania de Deus, que marca profundamente as nossas vidas no decorrer de todos os nossos dias. “A Reforma destrona o homem. Tira o homem de todo o seu trono e coloca Deus para ser glorificado, louvado, bendito por todos nós. A Reforma trouxe o sentimento da presença real de Deus em nós, nas crises, nas angústias e nas lutas de nossas vidas; e trouxe, de uma forma muito especial, a visão de um Deus que nos assiste nas nossas crises, que está ao nosso lado”, finalizou o Rev. Roberto Brasileiro, complementando que a Reforma trouxe para nós o prazer de glorificar, de cantar a Deus. Foi com esse sentimento que, ao fim do culto em comemoração ao Deus da Reforma Protestante, a igreja glorificou a Deus com o hino Castelo Forte, conhecido como “A Marselhesa da Reforma”. ◆

A gratidão a Deus foi marcante durante toda a cerimônia

As mulheres dos pastores jubilados também foram homenageadas

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PainĂŠis retratam a

importância daReforma

Estandartes alusivos aos Cinco Solas foram colocados na lateral da Igreja Presbiteriana Nacional e um imenso painel com a figura de Lutero afixando as 95 teses na Catedral de Wittenberg foi instalado na fachada frontal do templo

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IPN naReforma A comunicação visual não foi esquecida durante as comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante. Em 30 de outubro de 2016, a Igreja Presbiteriana Nacional fez o lançamento das comemorações com a apresentação da logomarca dos 500 anos da Reforma; a inauguração dos estandartes dos Cinco Solas da Reforma, colocados na fachada lateral do templo; e a exibição da figura de Martinho Lutero pregando suas 95 teses à porta da Catedral de Wittenberg (Alemanha), arte afixada na fachada do edifício da IPN. Os Cinco Solas (Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia, Sola Fide e Soli Deo Gloria) foram os slogans relativos aos pilares doutrinários da Reforma Protestante, e os painéis instalados na lateral externa do templo

tiveram como objetivo destacar os princípios centrais desse período religioso. O material de divulgação ficou afixado durante todo o ano (2016-2017) de celebração das comemorações e, do alto da Torre de TV de Brasília, foi possível visualizar os Cinco Solas. Segundo o Rev. Alderi de Souza, historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), com o desenvolvimento dos estudos de Lutero e suas teses, surgem os Cinco pilares da Reforma Protestante, também conhecidos como os cinco Solas da Reforma. “São princípios fundamentais que sintetizam o credo dos teólogos protestantes, e a exposição destes estandartes reforçam no coração de todos nós a importância de cada um deles”, finaliza o Pastor. ◆

Os estandartes com os Cinco Solas podiam ser vistos do alto da Torre de TV de Brasília

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Monumento de Martinho Lutero em Worms-Alemanha.

Os pré-reformadores e aReforma na Alemanha Diác. Gustavo Rocha Santos Professor da Escola Bíblica Dominical

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Artigo A Reforma Protestante é um dos momentos mais importantes da história da humanidade. Para a historiografia secular em suas várias escolas, a Reforma teve sua importância, mas é relativizada ou mesmo diminuída ao se comparar com outros eventos supostamente mais significativos. Do ponto de vista da eternidade, entretanto, é um dos mais importantes processos humanos, pois foi através da Reforma que duas coisas extraordinárias aconteceram: a Palavra de Deus, ou seja, a Bíblia, foi resgatada e popularizada para amplas populações no mundo todo; e as doutrinas da graça foram trazidas de volta. Em ambos os casos, os reformadores não inventaram nada, eles apenas resgataram grandes tesouros de Deus que estavam esquecidos. Na Idade Média, já havia a ideia de que a Igreja de Cristo precisava ser reformada. Muitos cristãos percebiam que coisas muito erradas estavam acontecendo. A riqueza trouxe corrupção e a falta da Bíblia trouxe os desvios doutrinários. Todos sabiam que algo deveria ser feito, o que não se sabia era o que e quem deveria fazer. Foi nesse contexto que surgiram o que chamamos de pré-reformadores. John Wycliffe foi o primeiro. Chamado “a estrela da manhã da Reforma”, Wycliffe teve a importância de defender várias das causas da Reforma um século e meio antes de Martinho Lutero. Wycliffe foi um professor de Oxford que viu a importância da disseminação da Bíblia na

língua do povo e não em latim. A Bíblia é a Palavra do Deus vivo e não a fonte de rituais ininteligíveis. Por isso, ele fez a primeira tradução completa das Escrituras em língua inglesa e enviava pregadores para levar o Evangelho por toda a Inglaterra: os Lollardos. Um dos seguidores do erudito inglês foi Jerônimo de Praga. Ele levou os ensinos do movimento inglês a Jan Huss. Huss era professor da Universidade de Praga e depois se tornou sacerdote, pregando na capela de Belém, na mesma cidade. Criticava os desvios de Roma com relação às indulgências e ao uso exclusivo do latim como língua litúrgica e nas homilias. Passou a utilizar o tcheco em suas pregações. Foi acusado de ser seguidor de Wycllife, o que de fato era verdade, apesar de também ter uma forte originalidade em seu pensamento teológico, e finalmente foi condenado no concílio de Constança. Huss havia comparecido no dito concílio para explicar e debater suas ideias. Além disso, recebera a garantia do imperador de que nada lhe aconteceria, o chamado “salvo conduto”. Foi queimado em 1415, acusado de heresia. Antes de morrer, fez uma profecia: “Hoje vocês estão queimando um ganso (Hus quer dizer ganso em tcheco), mas, dentro de um século encontrar-se-ão com um cisne. E este vocês não poderão queimar”. De fato, 102 anos depois, apareceria o cisne, Martinho Lutero. Em 31 de outubro de 1517, um monge agostiniano tornou-se o instrumento divino de um

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movimento que a mão do homem não conseguiu parar. Movido pela sua forte objeção contra a venda de indulgências em território alemão, Lutero afixou as 95 teses na catedral de Wittenberg. Elas tratavam de questões relacionadas à legitimidade das indulgências – documentos que se declaravam capazes de aliviar quem os comprasse, de anos a serem passados no purgatório. A ousadia desse monge de questionar a validade desses documentos supostamente santos e a própria autoridade papal que os legitimava irritou a cúpula da Igreja Católica e o imperador da Alemanha, à frente do então chamado Sacro Império Romano-Germânico. Lutero foi chamado para justificar suas posições em uma reunião do Sacro Império. Era a Dieta de Worms (1521), em que estariam presentes o imperador em pessoa, representantes do papa e os príncipes alemães, a alta nobreza alemã. Nesse momento o pensamento de Lutero já não estava restrito às questões das indulgências apenas (nunca esteve). Seus escritos tratavam de outros pontos sensíveis aos cristãos. Ele foi chamado a renunciar suas ideias, mas, em uma das suas declarações mais famosas, disse: “A menos que eu seja convencido pelas Escrituras e pela razão pura e já que não aceito a autoridade do papa e dos concílios, pois eles se contradizem mutuamente, minha consciência é cativa da Palavra de Deus. Eu não

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posso e não vou me retratar de nada, pois não é seguro nem certo ir contra a consciência. Deus me ajude. Amém”. Martinho Lutero declarou sua fé nas Escrituras na presença das pessoas mais poderosas da Terra. Foi cumprido o que o Senhor Jesus previra a seus discípulos: “E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós (Mateus 10.18-20)”. O cisne fora ousado e, ao contrário de muitos que vieram antes e depois, não sofreria o martírio. A Reforma seguiria adiante na Alemanha. O norte do país e outras regiões se renderiam à Reforma. Outros continuariam sua obra, que na verdade não era sua, mas de Deus. Melanchton, na própria Alemanha, Calvino na Suíça, Bucer em Estrasburgo, Tyndale entre os ingleses, Knox na Escócia e tantos outros. Muitos pagaram com a vida para que outros pudessem ter livre acesso à Bíblia em sua própria língua e para que a doutrina da salvação em Cristo Jesus pudesse ser conhecida e vivida. Poderíamos dizer que tudo aconteceu pela ação e, coragem de um homem, ou ainda de vários grandes homens. Mas a verdade é que tudo começou no coração de um grande Deus. Do único Deus. Que esse Deus que enviou seu único filho para ser morto para que tenhamos vida não permita que a chama se apague em nossos corações e que a Reforma seja sempre uma realidade em nossas vidas. Que nunca nos acomodemos, mas que Sua Palavra possa sempre nos renovar e nos reformar, como indivíduos e como Igreja, até que Cristo volte. ◆ 95 teses de Martinho Lutero

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As grandes

reformas naBíblia

Pregações no mês de fevereiro levaram a igreja a uma análise teológica profunda ao longo do enredo bíblico do Novo Testamento sobre as doutrinas da graça

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IPN naReforma Com o propósito de potencializar os estudos da Reforma Protestante para além das Escolas Bíblicas Dominicais, durante fevereiro de 2017, o tema abordado nos cultos foi as “Grandes reformas na Bíblia”. Em 5 de fevereiro, o Rev. Gustavo Henrique Quintela França, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte - MG, afirmou que a Reforma origina-se com um fundamento espiritual explícito. “A Reforma é um movimento que surgiu a partir do ensinamento encontrado nas Sagradas Escrituras, por homens que buscavam um relacionamento genuíno com Deus”, explicou o pastor. Baseado na carta de Paulo aos Gálatas, o Rev. Gustavo abordou temas importantes, como Justificação pela Fé, e falou a respeito da vida cristã e da maneira como os cristãos devem exercer a liberdade que eles recebem pela fé. Calvino e Lutero concordaram em suas noções sobre a graça, a justificação e a liberdade cristã, bem como em sua oposição contra qualquer forma de justiça pelas obras, por um lado, ou de antinomianismo, por outro. A diferença básica entre Lutero e Calvino no tocante à lei é que, para Lutero, ela geralmente representa algo negativo e hostil, daí o fato de mencioná-la ao lado do pecado, da morte e do diabo. Calvino via a lei primariamente como uma expressão positiva da vontade de Deus, por meio da qual Deus restaura a sua imagem na humanidade e a ordem na criação decaída.

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Já no culto matutino de 12 de fevereiro, com mensagem do Rev. Walter Mello, a igreja foi exortada a partir de dois textos bíblicos, Romanos 12.1-2 e Tito 2.11-14, que versaram sobre a não conformação com as paixões mundanas do presente século. A secularização da igreja foi o principal tema do sermão, apresentando uma análise crítica de como a igreja trouxe para dentro de si o mundanismo. “É triste ver a secularização da igreja. Secularização da igreja significa viver sob o prisma deste século”, ressaltou o Rev. Walter. Como base fundamental da Reforma Protestante, o retorno às raízes da igreja do Novo Testamento foi o estopim de uma revolução, pois na época a igreja havia se secularizado. Durante a mensagem, o pastor Walter convocou a igreja a uma reflexão sincera e ousada, com base nas palavras de Paulo, de modo a entenderem os perigos de se viver neste século e como devemos manter a santidade e a retidão conforme os princípios da real doutrina de Cristo. Já em 19 de fevereiro de 2017, em mensagem baseada no Salmo 46, o Rev. Francisco Wanderley exortou a igreja sobre como o cristão deve reagir diante das angústias. Foi durante sua preparação espiritual para comparecer à Dieta de Worms que Lutero, inspirado no Salmo 46, compôs o hino Castelo Forte (Ein feste Burg). Ele havia encontrado fé e confiança nesse Salmo e, com o coração inflamado, pôs-se a escrever a poesia e a compor uma melodia para ela.

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Imagem da Bíblia de Martinho Lutero


Após descrever detalhadamente a saga de Martinho Lutero, que, por muitos momentos em sua vida, passou por lutas e aflições, porém confiou em Deus, a máxima da noite foi a compreensão de que “Deus é a nossa fortaleza”. Em resumo, o Rev. Wanderley apresentou à igreja uma ousada implicação sobre um dos basilares princípios da Reforma: a perseverança dos Santos. “Deus te chama a confiar nele não a partir de seus problemas, mas porque ele é Deus”, declarou. Encerrando o mês dos Grandes Temas da Reforma, o Rev. Marcos Alexandre refletiu sobre as marcas de um coração verdadeiramente convertido e os seus impactos na sociedade durante o culto de 26 de fevereiro de 2017. Segundo ele, baseado no que diz o Apóstolo Paulo em 1 Tessalonicenses 1.9-10, essas marcas são: repúdio à idolatria, entrega voluntária ao serviço do Reino de Deus, cultivo da esperança da volta de Cristo e, como consequência das primeiras marcas, o cristão convertido se torna livre da ira de Deus. A partir da perspectiva de que a fé cristã impacta a sociedade, o Rev. Marcos Alexandre expôs à igreja como Paulo estava feliz, detalhando, em sua carta, como o cristão deve viver em sociedade. “Quem é convertido tem uma fé extremamente viva e operante”, disse, referindo-se à vida dos irmãos tessalonicenses. “Toda a região da Macedônia foi alcançada por aquela igreja. Devemos ser como eles”, ressaltou. ◆ Apóstolo Paulo

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JuntaDiaconal aborda as origens da Reforma Protestante Agostinho teve um papel importante para o correto entendimento das doutrinas cristãs. Em sua trajetória ministerial, combateu falsas ideias religiosas, como o maniqueísmo e o neoplatonismo, e mesmo tendo vivido no Século 4º da era cristã, seu ensino serviu de base para a Reforma do Século 16 e consequentemente para a nossa igreja hoje

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IPN naReforma Tido por muitos como o grande pensador cristão da Idade Média, Agostinho de Hipona, ou Agostinho, teve papel fundamental para o avivamento da fé e da espiritualidade cristã, até então adoecidos pelo desvio teológico, pela corrupção e pelo misticismo da época. Foi ele o responsável por algumas importantes proposições, exemplo do pecado original, da graça de Deus, da predestinação e da salvação. Com esse tema, a Junta Diaconal da Igreja Presbiteriana Nacional deu prosseguimento às comemorações da Reforma, apresentando a vida deste teólogo em culto realizado em 13 de novembro de 2016.

Nascido em Tegaste, uma pequena cidade ao norte da África, Agostinho percorreu um longo caminho em busca da verdade. Em sua jornada, procurou outras religiões e filosofias da época, como o maniqueísmo, neoplatonismo e donatismo. Porém, quanto mais se aprofundava em estudá-las, mais considerava que essas doutrinas eram falhas e contraditórias. No decorrer desse percurso, Agostinho se convenceu da veracidade da visão cristã, mas ainda não estava disposto a se converter, a deixar a vida que tinha para se dedicar a Cristo. O diácono Luciano Troncoso, presidente da Junta Diaconal da IPN, lembrou que, em sua

O diácono Luciano Troncoso lembrou o papel fundamental que Agostinho teve no avivamento da fé e na espiritualidade cristã

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conversão, Agostinho se encontrava sentado em um jardim, juntamente com alguns amigos, lendo um pergaminho de uma epístola de Paulo, quando a Palavra de Deus tocou seu coração. Agostinho se afastou de seus amigos e correu até se assentar embaixo de uma árvore, quando ouviu algumas crianças brincando e dizendo: “Toma e lê, toma e lê”. Foi nesse momento, lembrou Luciano Troncoso, que ele leu Romanos 13.13-14: “Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja. Pelo contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne”.

tes do pecado que, por mais escolhas que o homem pudesse fazer, ele sempre escolheria o pecado, já que o pecado nos escraviza”, explicou Luciano Troncoso. Respaldada nessa teoria, é como se não existisse mais o livre-arbítrio para nós, pois não conseguimos fazer o bem, mas sempre escolhemos o mal. As pessoas são livres para pecar, mas não são livres para não pecar. Após a redenção, nossa liberdade é novamente restaurada para podermos escolher entre pecar ou não pecar – por meio de Jesus Cristo. E finalmente no céu, somente escolheremos não pecar, pois não seremos mais inclinados interiormente a fazer o mal.

Após sua conversão, Agostinho retornou para o norte da África, onde posteriormente se tornou bispo de Hipona e desenvolveu seu ministério. Em sua trajetória ministerial, ele combateu falsas ideias religiosas, como o maniqueísmo e o neoplatonismo, e mesmo tendo vivido no século 4º da era cristã, seu ensino serviu de base para a Reforma do Século 16 e consequentemente para a nossa igreja hoje. Uma das questões abordadas por Agostinho foi a do livre-arbítrio. “Ele ensinou que possuíamos o livre-arbítrio antes do pecado, quando o homem tinha a liberdade de escolher entre fazer o bem ou o mal. A partir do momento em que Adão escolheu pecar, toda a raça a que ele deu origem foi corrompida, seus corações se tornaram tão dependen-

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Ilustração de Adão e Eva


Com base nessa explicação, ao falarmos de conversão, na opinião de Agostinho, só podemos ser alcançados por meio da Graça Irresistível de Deus, e não por nossa própria iniciativa, pois como não temos a verdadeira liberdade de escolher deixar o pecado, jamais escolheremos a graça em vez do pecado. Deus é o único que tem poder para operar em nós aquilo que necessitamos, mediante sua soberana vontade. Ainda, se fossemos salvos dependendo de nossa própria vontade, Cristo teria morrido em vão. Por fim, baseado na sua própria experiência de conversão, quando considerou que a ação de Deus tinha sido suprema, à qual ele não pode resistir, e concluiu que não fora ele quem escolhera a Deus, mas Deus o escolhera, Agostinho falou sobre a doutrina da predestinação, com base nos ensinos do Apóstolo Paulo, por exemplo em Romanos 9.11 – “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinha praticado o bem ou o mal – para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama”, doutrina essa aceita apenas no seio da Reforma Protestante. Pois, se qualquer boa ação que o homem consegue praticar é dádiva de Deus, se todo desejo da vontade humana é obra de Deus e se Deus é a realidade determinante de tudo, a única conclusão natural que se pode tirar é que Deus predestina, de modo soberano, tudo o que acontece, inclusive a redenção dos escolhidos. ◆

Agostinho de Hipona

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Talk Show coloca em debate temas importantes da

Reforma Protestante Dinâmica apresentou perguntas feitas por membros de sociedades internas e ministÊrios da Igreja Presbiteriana Nacional, respondidas pelos pastores Obedes Junior, Marcos Alexandre e Walter Melo

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IPN naReforma Dando continuidade às programações em comemoração aos 500 anos da Reforma Protestante, a Igreja Presbiteriana Nacional realizou um talk show em 6 de novembro de 2016. A dinâmica teve como mediador o Presb. Benedito Ramon Machado, e oportunizou aos pastores elucidarem algumas dúvidas da comunidade. As perguntas foram feitas por integrantes de várias sociedades internas e ministérios da Igreja Presbiteriana Nacional, versando sobre vários pontos da Reforma. Relembre o talk show da Reforma em suas perguntas e respostas:

TALK SHOW REFORMA

Éber Hávila (Conselho IPN) – A Reforma protestante está fazendo 500 anos em 2017 e aconteceu em um período muito diferente do que vivemos hoje, em uma cultura diferente, com situações e problemas bem diversos. Quais os pontos mais relevantes que a Reforma pode apresentar para a sociedade atual? Pr. Obedes – O cerne da Reforma, o ponto principal, foi o resgate da Bíblia Sagrada para o povo. Lutero traduziu a Bíblia para uma linguagem que o povo podia ler. O povo agora tinha acesso à Palavra, tinha condições de lê-la e entendê-la. Todas essas dúvidas começaram a ser questionadas pelo povo e não somente vindo dos líderes religiosos, que tinham o poder de concentrar toda interpretação bíblica. Creio que a partir desse resgate da Bíblia Sagrada, a Reforma impactou o mundo.

Juliana Machado (Eventos e Gastronomia) – Quais foram os impactos da Reforma no pensar em contraponto às filosofias da época? Pr. Marcos Alexandre – A Reforma foi de alguma maneira sintomática para o período em que ela aconteceu e nasce sendo precedida pelo Renascimento. Justamente nesse período da Renascença, é quando as coisas deixaram de ser explicadas por Deus e passaram a ser explicadas pela razão. Eu não preciso mais de Deus para entender muita coisa. Creio que o ponto central é que no Renascimento o homem era colocado como o centro de todas as coisas, a exemplo do Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, que aparece de braços abertos como centro do mundo. Lutero e a Reforma acontecem justamente num período em que o Humanismo estava vindo à tona e era muito forte.

DA

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A Reforma não só tira o poder eclesiástico do centro, mas também o homem do centro de todas as coisas e coloca Deus. Antônio Pacheco (Grupo de Homens da IPN) – Sabemos que Martinho Lutero é autor da Reforma Protestante, mas por que João Calvino é o grande consolidador da tradição reformada? Pr. Walter Melo – Calvino tinha 26 anos a menos que Lutero quando ele apresentou as teses na porta da Catedral de Wittenberg. Na época, Calvino tinha apenas 8 anos de idade. Lutero seria uma primeira geração dos reformadores e Calvino uma segunda. Por isso, como é bíblico, Lutero plantou e Calvino regou, já colhendo alguns frutos à frente. Graças ao suor, sangue e lágrimas

daquele que deu o pontapé inicial, Calvino herdou esse legado teológico e o enriqueceu por meio de uma sistematização. Então, se Lutero eclodiu a Reforma, Calvino escreveu de forma sistematizada toda a teologia que veio pela frente. Oneida de Lacerda (CEM) – Como a Reforma impactou o movimento missionário da igreja? Pr. Obedes – O resgate da missiologia acontece ao longo de toda a história. Não é a igreja, a Reforma, Calvino ou a IPN que fazem missões. Existe uma expressão que define tudo isso: Missio Dei (a missão de Deus). É Deus que faz missão por meio de nós. Então, eu posso dizer, sem medo de errar, que a Reforma foi um grande projeto missionário

Igreja participou ativamente do talk show. Os pastores Marcos Alexandre, Obedes e Walter elucidaram dúvidas da comunidade

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de Deus, de restaurar a igreja. As ações de cada um desses irmãos foram ações missionárias. Vemos em todos os livros de Calvino e de outros reformadores que, quando voltam para a palavra, eles estimulam que devemos levar o evangelho a todo o mundo. Os comentários de Calvino estão cheios de referência a essa expansão do Evangelho a toda criatura. Luciano Troncoso (Junta Diaconal) – Qual a importância da Reforma além do aspecto religioso, ou seja, qual o impacto nas áreas econômica e social? Pr. Marcos Alexandre – As mudanças ou as influências da Reforma foram enormes, a começar pela imprensa, que foi revolucionária. Mas por que Gutemberg inventou a imprensa? Porque a Reforma iria acontecer. Deus queria que a Bíblia fosse impressa e que muitas pessoas tivessem acesso a ela. Deus estava dirigindo a história. A Bíblia, de alguma forma, trouxe mudanças muito grandes para a sociedade de sua época. Obviamente que Max Weber, em seu livro O Protestantismo e Espírito do Capitalismo, mostra o quanto a Europa cresceu com a Reforma Protestante. O cristianismo é um agente de transformação social, mas obviamente que Weber reduz isso simplesmente para um espírito capitalista. André Biéler, um teólogo muito famoso que escreveu sobre a influência de Calvino no mundo ocidental, faz uma resposta à teoria de Max Weber, mostrando que a Europa cresceu e se desenvolveu social e economicamente porque havia um tal de Soli Deo Gloria (glória somente a Deus). Tudo era feito para a glória de Deus. Não era feito para que as pessoas tivessem dinheiro no bolso ou fossem ricas. Era porque o trabalho era encarado como algo que pudesse glorificar a Deus. A Europa mudou completamente com a Reforma. Ela cresceu, desenvolveu-se e enriqueceu porque a religião cristã genuína, o verdadeiro Evangelho, também transforma a sociedade.

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Patrícia Rosas (CEU) – Calvino foi acusado de não ter interesse missionário, tudo porque não havia nas Institutas da Religião Cristã um capítulo exclusivo falando sobre missões. Mas verdadeiramente Calvino entendia que missões estavam permeadas em todas as coisas. Pois o alvo da Reforma não era apenas fazer uma reestruturação do sistema religioso, mas transformar vidas por meio da pregação do evangelho. A reforma acabou? Quem são os reformadores do século 21? Pr. Marcos Alexandre – Um dos lemas da Reforma é: reformados sempre se reformando.

Creio que aquela reforma tinha um objetivo e foi cumprido. Hoje creio que alguns segmentos evangélicos realmente necessitam de uma reforma e precisamos estar sempre atentos a isso. O que podemos ver hoje são expoentes que Deus tem usado ao longo do tempo e da história e que trazem renovo para a igreja e somos muito gratos a Deus por eles. Pr. Obedes – Tendo como referencial e todo o apoio desses homens do passado e de hoje, sobra cada um de nós como reformadores. Os reformadores do século 21 somos nós mesmos.

Perguntas foram feitas por membros de sociedades internas e ministérios da IPN

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Simone Moraes (Secretaria de Música) – Qual envolvimento do Lutero com a música, qual a formação musical dele, onde se baseou para compor Castelo Forte e tantas outras peças musicais? Pr. Obedes – A vida de Lutero começa no interior da Alemanha e seus primeiros anos foram em uma cidade chamada Magdeburgo. Ali fazia parte do coral da capela, e saía com grupos de jovens de casa em casa, principalmente em épocas de festas, cantando para as pessoas para ganhar o sustento de que precisava para os estudos. Com 15 anos, ele foi para uma cidadezinha chamada Aizenaque na cara e na coragem. Quando estava na praça com sua mala, uma senhora o reconhece do período em que estava no coral e o acolhe, tornando-se sua segunda mãe. Assim ele dá continuidade aos estudos de música, aprende a tocar flauta e alaúde, e compõe hinos. Durante sua vida ele compunha músicas, muitas delas usadas por grandes compositores, como Bach e Mendelssohn. Além disso, levou a música para dentro das missas, para os sepultamentos e para as praças, e fez canções e cantatas infantis para seus filhos. Por sua formação artística, ele procurou conciliar a teologia com a música, servindo-se desta para o ensino da verdade. Sônia Maia (SAF) – Qual o papel da mulher de Lutero na Reforma Protestante? Pr. Walter Melo – Se lermos Provérbios 31, teremos a resposta. Nascida em um lar nobre, mas empobrecido, Catarina de Bora ficou órfã pequenina. Sua mãe morreu num parto de um

Vários temas da Reforma foram abordados durante o talk show

de seus irmãos mais novos, seu pai casou-se novamente e, depois disso, resolveu mandá-la para um convento, onde ficou até sua mocidade. Lá, aprendeu alguns idiomas, teve uma boa formação, contato com a Reforma e com o próprio Lutero. Juntamente com algumas colegas, fugiram, e ao fugir encontrou-se com Martinho Lutero, com quem se casou. Teve três filhas, perdendo duas delas por enfermidade ainda na infância. Além de uma dona de casa exemplar, diz a história que ela cuidava da administração econômica e financeira. Até mesmo a edição dos livros de Lutero ela administrava. Comprou e instalou um pensionato, onde ganhava dinheiro e evangelizava, segundo a história. Comprou terras, cultivou e com isso ajudava na administração da casa. Além de tudo isso, participava da tradução dos textos da Bíblia juntamente com Lutero. Pedro Ramos (MINi) – Onde Lutero nasceu? Pr. Walter Melo – Lutero nasceu no interior da Alemanha e, durante sua vida, acabou vivendo em várias outras cidades do interior do país. ◆

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Sola Scriptura: AReforma, a Bíblia e aFamília Cristã

Presb. José Cordeiro Neto Oneida Mercadante Professores da Escola Bíblica Dominical

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Artigo Por ocasião da Reforma, a tradição e os costumes da igreja já haviam se incorporado aos padrões determinantes de comportamento. Tais padrões de comportamento da época eram mais importantes do que os princípios e doutrinas das Escrituras. A Bíblia era conservada longe e afastada da compreensão dos fiéis. Era considerada um livro só para os entendidos, obscuro e até perigoso para o povo. Os reformadores redescobriram e levantaram bem alto o único padrão de fé e prática: as Escrituras. E bradaram alto, claro e em bom som: Sola Scriptura ou somente as Escrituras. Mais que uma mera reforma, o movimento protestante liderado pelos reformadores tratou da recuperação das verdades bíblicas fundamentais que haviam sido deixadas de lado ou distorcidas no decorrer dos séculos. Desde então, entende-se que a única base para o permanente aperfeiçoamento da Igreja de Deus na face da terra é a Bíblia Sagrada, que constitui o padrão absoluto e perfeito para tal fim. Dito de outra maneira, um dos maiores legados da Reforma foi a reafirmação da Bíblia como única regra de fé e prática para aquele que se diz um cristão verdadeiro. Sob essa perspectiva reformada e num contexto social atual grandemente desafiador para a família cristã, o curso Sola Scriptura - A Reforma, a Bíblia e a Família Cristã buscou inspiração no legado e no impacto histórico da Reforma sobre a família, para reafirmar as diretrizes bíblicas para o casamento, os papéis conjugais, a procriação, o padrão bíblico para

o sexo e a educação de filhos, abrangendo, assim, os diversos relacionamentos familiares. De forma prática, o curso contribuiu para a consolidação da fé e do caráter cristão dos alunos participantes, ajudando-os, nesse ano da Reforma na IPN, a compreender a vontade absoluta de Deus revelada em Sua Palavra e suas implicações para a vida cristã. Além disso, ajudou cada aluno a aperfeiçoar seus relacionamentos em amor e cuidado, em mutualidade no Corpo de Cristo, a Sua Igreja, bem como no contexto privado da família de um modo geral. De maneira mais específica, o curso proporcionou aos alunos solidificar suas convicções como legado da Reforma, sobre a autoridade suprema da Bíblia Sagrada como Palavra de Deus, em matéria de doutrina e vida como um ensino bíblico resgatado pela Reforma Protestante, sob o lema – Sola Scriptura. Em boa medida, o curso contribuiu para que cada aluno pudesse identificar a contribuição da Reforma Protestante na busca por critérios bíblicos para a restauração da dignidade e do papel da família, no âmbito da criação divina. Por fim, e como resultado prático na vida cristã diária, cada aluno pôde aprender a submeter, como um cristão verdadeiro, todos os seus relacionamentos familiares e sociais aos princípios e diretrizes básicas estabelecidos por Deus nas Escrituras, tais quais foram reafirmadas pela Reforma Protestante. ◆

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Secretaria de Oração:

vida e obra de Jan Huss Os seguidores de Huss foram os hussitas ou irmãos boêmios, que mais tarde deram origem aos irmãos morávios, famosos por seu zelo missionário

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IPN naReforma Em 22 de janeiro de 2017, a Secretaria de Oração da Igreja Presbiteriana Nacional, sob a direção do presbítero Wolmer Horst, conduziu o Momento da Reforma falando sobre a história de Jan Huss. Precursor da Reforma, Huss foi o pensador e pré-reformador que iniciou um movimento a partir das ideias de John Wycliffe. Sua extensa obra escrita teve um importante papel na história literária tcheca, sendo o responsável pela introdução do uso de acentos na língua tcheca. Hoje em dia, a sua estátua pode ser encontrada na praça central de Praga, a Praça da Cidade Velha.

Em 1390, Huss matriculou-se na Universidade de Praga e se destacou nos estudos. Após terminar o mestrado em 1396, vinculou-se à Faculdade de Filosofia da universidade. Em 1402 foi nomeado reitor da universidade e começou a pregar na Capela de Belém, que futuramente se transformou em um centro reformador. Embora a hierarquia da igreja o encarasse com certo temor, muitos nobres e grande parte do povo o seguiam, além de contar com o apoio de reis. A partir das ideias de John Wycliffe, que tinham críticas à imoralidade clerical, rejeição

O presbítero emérito Wolmer Horst falou sobre a história de Jan Huss, que iniciou movimento a partir das ideias de Wycliffe

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da doutrina medieval da transubstanciação e insistência sobre o acesso leigo à Escritura na língua vernácula, Huss concordou com muito do que o reformador inglês tinha dito, embora se opusesse à rejeição da transubstanciação de Wycliffe. Huss iniciou um novo tempo na Boêmia com pregações, dentre outros temas, do Sacerdócio Universal dos Crentes, segundo o qual qualquer pessoa pode comunicar-se com Deus sem a mediação sacramental e

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eclesial. Seus sermões no púlpito de Belém refletiam cada vez mais a preocupação de Wycliffe com a corrupção no interior da igreja. Sua pregação era imensamente popular, atraindo multidões de vários milhares. Huss definia a Igreja por uma vida semelhante à de Cristo, e não pelos sacramentos. Dizia que todos os eleitos são membros da Igreja e que seu cabeça é Cristo, não o papa. Ele insistia na autoridade suprema das Escrituras. Huss foi condenado à fogueira pelo Concílio de Constanza.


A morte de Huss Em 6 de julho de 1415, Huss foi despojado das suas vestes clericais, enfeitado com um chapéu de burro com desenhos de demônios, amarrado a uma estaca e queimado até a morte. De acordo com um relato de testemunhas, ele confiou a sua alma a Deus e cantou um hino a Cristo enquanto as chamas o envolviam. Numa carta que escreveu durante sua prisão, a esperança de que “pássaros” mais fortes do que ele surgiriam para continuar seu trabalho foi expressa pelo pregador, e isso se popularizou como uma profecia. “Se ele fosse profético, deve ter feito referência a Martinho Lutero, que surgiu cerca de cem anos depois”, escreveu John Fox em seu Livro dos Mártires do século 16, referindo-se a uma declaração atribuída ao reformador boêmio Jan Huss. Huss nasceu na cidade de Husinec (literalmente, “Goosetown”, Cidade do ganso), ao sul da Boêmia, onde agora é a República Tcheca. Seu sobrenome, derivado do seu lugar de nascimento, significa “ganso” em tcheco. De fato, foi Lutero, em escritos da década de 1530, que transformou as palavras de Huss em um oráculo que encontrou sua realização nele. Seja como for, acredita-se que Huss se alegraria ao ver o dia em que Lutero afixou suas 95 teses na Capela de Todos os Santos, em Na imagem acima, estátua de Huss em Praga. Abaixo, o reformador sendo amarrado a uma estaca e queimado até a morte Westminster, na Alemanha. ◆

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Monumento em homenagem a João Calvino, no Rio de Janeiro

EBD deFérias:

um tempo de aprendizado

da doutrina reformada A Igreja Presbiteriana Nacional ministrou aulas especiais nas férias com temas centrais da Reforma Protestante na Escola Bíblica Dominical

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IPN naReforma Em janeiro de 2017, a Escola Bíblica Dominical da Igreja Presbiteriana Nacional aprofundou os ensinamentos da doutrina reformada, expondo aos alunos conhecimentos centrais da nossa fé de maneira envolvente. Durante todo o mês, o Rev. Walter Mello e os presbíteros Abraão Gonçalves, André Buarque e Israel Martins viajaram pela história na classe “O pacto da Graça”, começando desde os passos de Abraão, a quem Deus fez a Promessa e que foi chamado amigo de Deus, para aprofundar seu conhecimento da Teologia do Pacto e de suas abençoadoras implicações para a vida cristã de hoje. Outra classe importante foi a que estudou os Cinco Solas. Ministrada pelo reverendo Walter Mello, pelo presbítero Maurício do Valle e pelos seminaristas Davi Medeiros e David Marestegão, foram abordadas, ali, as expressões latinas, com os lemas que definiram princípios fundamentais da Reforma Protestante – Sola Scriptura (Só a Escritura); Solus Christus (Só Cristo); Sola Gratia (Só a Graça); Sola Fide (Só a Fé) e Soli Deo Gloria (Só a Deus, a Glória) – foram esmiuçadas durante todo o mês. Cinco Pontos do Calvinismo Os pastores Obedes Júnior e Marcos Alexandre debateram os, assim chamados, “Cinco Pontos do Calvinismo”, que apresentam o sistema doutrinário baseado no pensamento de João Calvino (1509 - 1564), formulado no Sínodo de Dort. Os cinco pontos foram contrapostos pelo Sínodo a seguidores de

Armínio, (1560 - 1609), que defendiam posicionamento divergente de Calvino, como fazem, ainda hoje, a maioria das igrejas evangélicas em nosso país. Ao fazer esse curso, os alunos perceberam que a questão não trata de uma mera disputa teológica já em-

poeirada pelo curso dos séculos. A questão central da divergência entre o calvinismo e arminianismo está na compreensão da extensão dos efeitos da queda na natureza humana e do quanto somos dependentes da Graça de Deus,

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acentuando, assim, a sua glória, majestade e soberania. Com todas as implicações pessoais e práticas, o humilde reconhecimento de quem Deus é, inclusive no que diz respeito à nossa salvação, foram reafirmados durante as aulas. Cosmovisão Reformada Ser cristão protestante e presbiteriano é muito mais que apenas professar uma fé religiosa para a igreja ou no quarto

Rev. Marcos Alexandre abordou os Cinco Pontos do Calvinismo, apresentando o sistema doutrinário baseado no pensamento de Calvino

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de oração, e essa concepção foi um dos eixos principais da Classe “Cosmovisão Reformada”, ministrada pelos pastores Marco Baumgratz e Marcos Alexandre, pelo presbítero Elias Santos e pelo seminarista Francisco Wanderley. Jovens e Adolescentes Na EDB da Reforma, os jovens e adolescentes da IPN também se aprofundaram nos estudos. Para os jovens, o livro de Ester foi o ponto central de todo o estudo nas férias. Com aulas ministradas pelo Rev. André Dantas, a obra de Deus que permeia toda a narrativa do livro foi analisada a fim de aguçar uma compreensão da juventude sobre como Deus trabalha na vida de seu povo, tanto naquela época quanto agora, usando homens e mulheres soberanamente. Já os presbíteros Nabarrete Júnior e Daniel Galvão ministraram aulas aos adolescentes sobre a maturidade espiritual, com uma explicação clara do que significa ser um salvo pela fé e de como viver sendo bem mais do que pecadores perdoados, mas também transformados pelo poder e pela graça de Deus, a partir do livro de Gálatas. ◆

Maturidade espiritual foi o tema abordado pelo presbítero Nabarrete Júnior

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Ministério de Ensino/EBD fala sobre a

conversão de Lutero O tema foi abordado durante o momento da Reforma e sinalizou passagens marcantes da vida do reformador. Uma das principais foi quando ele sentiu grande aflição, até encontrar o conforto espiritual na Bíblia Sagrada

Catedral Berliner Dom, Berlim-Alemanha


IPN naReforma O momento da Reforma de 5 de fevereiro de 2017 trouxe como tema a vida e a conversão de Martinho Lutero. Coube ao Ministério de Ensino e à Escola Bíblica Dominical abordarem o tema, descrito por Elisangela Araújo Costa, superintendente da EBD, em forma de poesia. Filho de camponeses católicos alemães, Lutero nasceu em 1453 e, como era comum na época, foi alvo de uma disciplina rígida. Entre outras coisas, aprendeu a orar aos santos, realizar boas obras e reverenciar o papa e a igreja. Aos 5 anos, começou a estudar latim e aos 12, foi aluno de uma escola de uma irmandade religiosa em Magdeburgo. Em 1505 recebeu grau de Mestre em Artes da Universidade de Erfurt, e nesse mesmo ano começou a estudar direito. Pouco tempo após iniciar seus estudos de direito, Lutero resolveu tornar-se monge e entrou no Mosteiro Agostiniano de Erfurt, com sua ordenação acontecendo em 1507. Em seguida, deixou o mosteiro para ensinar filosofia moral na Universidade de Wittenberg. Continuando seus estudos, Lutero obteve o título de Doutor em Teologia, e de 1513 a 1518 ensinou teologia bíblica na Universidade de Wittenberg. Certo tempo depois, começou a ser afligido por uma angústia que pode ser sintetizada na seguinte pergunta: “Se o coração da pessoa é governado pelo pecado, como pode esperar salvação diante de Deus?”. Por causa do que havia aprendido, procurou resposta e paz por meio de boas obras, incluindo jejuns e autoflagelação. Contudo, seu sentimento de incapacidade para sentir paz diante de Deus aumentou mais ainda, levando-o às portas do desespero. A aflição de Lutero somente encontrou resposta no dia em que encontrou, na Bíblia, a certeza de que não há como alguém merecer o favor de Deus, por causa de alguma coisa que faça; que a única forma de alguém obter o favor Deus é por meio da fé em Jesus Cristo; que é por meio da fé em Jesus e de sua obra expiatória que os pecados são perdoados por Deus. Esse entendimento, conhecido como a doutrina da justificação pela fé, tornou-se um dos pilares do pensamento religioso de Lutero. ◆

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Apóstolo João na Basílica de Roma (1714-1718)

Solus Christus

Presb. Amaro Paixão Patrícia Rosas

Professores da Escola Bíblica Dominical

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Artigo Você conhece a história do profeta Jonas? O profeta fujão que se negou cumprir a vontade do Senhor e ir à pervertida cidade de Nínive? Em leitura menos desavisada, parece que Jonas não queria ir a Nínive simplesmente porque não desejava se dispor a cumprir a missão determinada por Deus. Há mais significado nisso quando conhecemos um pouco melhor do passado de Jonas. O profeta fujão era filho do profeta Amitai. A narrativa ocorre no tempo em que o povo de Israel era governado pelo Rei Jeroboão II, na expansão do reino do norte. Era tempo de guerra e o povo Assírio, do qual os ninivitas faziam parte, oprimia o povo de Israel, portanto, esses dois povos eram inimigos militares. Jonas se ressentiu quando o Senhor mandou-o pregar o evangelho a um povo que guerreava e oprimia o povo de Israel, pois sabia que aquele povo impiedoso e opressor, quando, ouvisse a palavra do Senhor experimentaria a maravilhosa graça de Deus e seria salvo. Jonas não desejava isso. A narrativa afirma que o profeta Jonas precisou ir ao profundo, no coração dos mares. O abismo o rodeou. Então, em angústia, clamou ao Senhor e Ele o respondeu. Jonas experimentou trevas em razão de sua desobediência. Sua empáfia e soberba foram quebradas. Então, apesar de já ser profeta, pôde experimentar o verdadeiro e incondicional amor de Deus,

51 Profeta Jonas Congonhas do Campo, Minas Gerais


que é a verdadeira motivação para pregação do evangelho. Hoje o povo de Israel, a igreja, vem aparentemente encontrando dificuldades para a pregação do Evangelho. Há diversidade cultural, excesso de zelo e respeito pela individualidade em detrimento da coletividade, valorização da relatividade de valores e visível perseguição aos padrões judaico-cristãos. Nosso comodismo e medo de não aceitação social nos têm paralisado. Temos nos acovardado diante de nosso mandado de proclamadores do Evangelho. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade. Nada há de novo debaixo do sol, diz o Rei Salomão, em Eclesiastes. Essa verdade é inteiramente aplicável em nossos dias, pois sempre existiu oposição ao Evangelho, e sempre existirá, até que chegue o glorioso dia do retorno de Jesus, que voltará não para salvar, mas agora, então, para julgar (Hb 9.27,28). No livro de Apocalipse, capítulo 3.15, o apóstolo João fala sobre a igreja de Laodiceia. Ele relata que aquele que é morno está apodrecido, estragado e por isso causa ânsia de vômito, pois não é quente e nem frio. O nosso

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Profeta Jeremias Congonhas do Campo, Minas Gerais


relacionamento com Deus não pode ser superficial, demanda intensidade. O Evangelho nos ensina que não apenas devemos amar ao Senhor, mas devemos amá-lo com intensidade, com todo o nosso coração, com nossa alma, com todo o nosso entendimento e força. O profeta Jeremias declara: “Buscar-me-ei e me achareis quando buscares de todo o vosso coração”. Quando o Evangelho entra em nossas vidas, ele não pode mudar apenas parte de nosso ser, ele tem que transformar o modo de ser e viver. Tem que ter intensidade, a mudança é radical e permanente. Há um afastamento do que era tradicional em nós. As verdades de Cristo passam a ter infinita importância. As verdades do Evangelho começam a transbordar em nosso viver e atingir o nosso relacionamento com o Criador e com toda criação. Temos uma nova forma de ser. Somos novas criaturas em Cristo Jesus. Essa disposição de disseminar o Evangelho não é espontânea e natural, por causa do pecado que habita em nós. Evangelizar precisa ser aprendido, experimentado, motivado, exercitado, praticado a cada dia, e a única e verdadeira razão para isso é o amor que temos pelo Senhor Jesus e por sua obra. Por que será que o Senhor não completa sua boa obra sozinho? Ele é suficiente e soberano

para decretar, justificar e salvar o povo que escolheu, o povo de Israel. Entretanto, Ele continua a usar arautos falíveis para a proclamação da sua palavra e a exposição do Evangelho. Usa o fraco para falar ao fraco e, assim, estabelecer uma relação de proximidade. Ele prova nossa obediência e fraqueza e as usa para honra e glória do seu santo nome. Alcançados pela Graça do Senhor, exercemos importante papel na criação: glorificar ao nosso Deus em tudo o que fazemos. Nossa omissão tem tido efeito colateral em nossas vidas e na sociedade em que fomos inseridos. Temos experimentado uma sociedade cheia de malícia e corrupção. Vidas e famílias estão sendo destruídas por falta do Evangelho. O medo de pregar o Evangelho é do nosso coração. Falta confiança nos ensinamentos de Cristo e no poder do Espírito Santo de Deus. Enquanto estivermos cheios de justiça própria e de medo, seremos como o profeta fujão, e vamos continuar fugindo da esplendorosa e sublime missão que o Senhor nos concede: a de pregar o Evangelho. A fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus. É a Palavra de Deus que transforma corações, a vida e a sociedade. Mas como serão transformados sem o Evangelho de Cristo? Como crerão se não há quem pregue? ◆

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SAF aborda a vida e a obra de John Wyclife O pároco e professor inglês do século 14 foi tido como um dos principais precursores da Reforma Protestante na Europa

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IPN naReforma A Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF) encenou, em 4 de dezembro de 2017, a história de um dos precursores da Reforma Protestante: John Wycliffe (1328-1384). O pároco e professor inglês nasceu em Yorkshire, na Inglaterra, provavelmente em 1328. Em 1346 foi estudar teologia, filosofia e legislação canônica em Oxford. Com 26 anos, tornou-se mestre do Colégio Balliol, de Oxford. Já em 1361 foi ordenado pela Igreja católica romana, passando a exercer a função de vigário em Fillingham. Em seguida, voltou para Oxford, onde concluiu o bacharelado em teologia, em 1365, e o doutorado em 1372. Na Inglaterra, o professor da Universidade de Oxford desferiu duras críticas ao clero católico ainda no século 14. Até o fim do reinado de Eduardo III, em 1377, a Inglaterra era o único Estado que assumia oposição legalizada e oficializada contra a Igreja. Colocando-se ao lado do Rei Eduardo III, Wycliffe escreveu “Uma Definição de Propriedade”, defendendo o direito do Estado

de legislar sobre o problema dos impostos eclesiásticos. Com sua argumentação, ganhou hostilidade do clero católico e favores do governo inglês. Foi nomeado reitor de Lutterworth, em Leicestershire, em 1374, cargo que manteve até a morte. Contemporâneo dos embates teológicos que influenciaram grandemente o pensamento reformador, Wycliffe foi um dos primeiros a denunciar a corrupção no clero católico e a anunciar a tese (que depois seria amplamente defendida por Lutero) de que qualquer um que tivesse fé poderia ter a salvação eterna, sem necessariamente ter que se dedicar ao cultivo das virtudes e às boas obras. Outra de suas críticas tinha como alvo a doutrina católica da transubstanciação de Cristo no ritual eucarístico, isto é, na cerimônia do pão e do vinho. Outro ponto importante das críticas de Wycliffe foi a defesa da “autoridade suprema” das Escrituras e da não interferência da opinião papal sobre elas e sobre a tradição cristã. ◆

A história de um dos precursores da Reforma foi abordada pela SAF em dezembro de 2017

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Exposição mostra a linha do tempo da Reforma Protestante Mostra ilustrada foi colocada no hall da Igreja Presbiteriana Nacional e apresentou, aos membros e à comunidade em geral, painÊis contendo as principais datas e eventos desse movimento religioso 56


Por dentro da história Em dezembro de 2016, foi aberta, aos membros da Igreja Presbiteriana Nacional (IPN) e para a comunidade em geral, a Exposição Linha do Tempo da Reforma Protestante. Montada no hall da IPN até outubro do mesmo ano, a mostra, contendo vários painéis ilustrados, registrou as principais datas e eventos sobre esse movimento religioso, tendo por base os estudos do Rev. Alderi de Souza, historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). Além de registrar o movimento reformador, a exposição também abordou o início do Presbiterianismo no Brasil e a organização da IPN, em 1960, mesmo ano da fundação da nova Capital Federal brasileira.

Laço foi cortado pelo Rev. Obedes da Cunha Jr. durante cerimônia de inauguração da Exposição Linha do Tempo da Reforma Protestante

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Presbítero José Inácio Ramos, Diretor presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, participou da inauguração

Para o Rev. Obedes Junior, pastor da IPN, a exposição foi extremamente importante para o fortalecimento dos valores cristãos reformados. “Com a exposição, tivemos a oportunidade de dar conhecimento, de maneira visual, a fatos históricos marcantes. Pudemos assim visualizamos acontecimentos que vão desde a Reforma Protestante até a implantação da Igreja Presbiteriana em Brasília, que inclui o surgimento da Igreja Presbiteriana Nacional”, explicou o Pastor. Foi exatamente esse o sentimento vivenciado por Moises Santos Araújo, uma das muitas pessoas que estiveram presentes à exposição. “Este movimento teve grande importância na vida da igreja, mas a maioria desconhece as raízes da Re-

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Membros da IPN conferiram os painéis expostos no hall da igreja

forma Protestante. A partir dessa exposição, o público teve a oportunidade de entrar em um túnel composto por um emaranhado de informações, datas e contextos históricos, onde puderam conhecer mais sobre este importante movimento religioso. Apresentar parte da nossa história, da nossa formação, é fundamental”, ressaltou Moisés, que é membro da Igreja Presbiteriana Nacional. Após um período de três meses na IPN, a exposição foi transferida para o Colégio Presbiteriano Mackenzie de Brasília, onde permaneceu de 3 a 19 de outubro, por ocasião das comemorações dos 147 anos do Mackenzie. ◆

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Estátua de Martinho Lutero na praça do mercado, em frente da câmara municipal, Wittenberg-Alemanha

Somente pela Graça – O “pulo do gato” na santificação do pecador Rev. Marco Antonio Baumgratz Pastor da IPN

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Artigo Conta-se que, certa vez, uma onça pediu a um gato que lhe ensinasse como saltar e fazer acrobacias. Assim, a onça achou que o gato não escaparia das suas garras. Mas, quando a onça tentou caçar o gato, ele conseguiu fugir fazendo um salto diferente, que não tinha ensinado a ela. O gato teria dito à onça: - E você acha que vou te ensinar o pulo do gato? Moral da história: há certos conhecimentos essenciais que, infelizmente, os mestres acabam por não ensinar aos seus aprendizes. Há quem diga que o caminho bíblico e prático fundamental para uma vida de santidade tornou-se um ensinamento dessa categoria, pois está em falta em nossos dias, enquanto que a Bíblia afirma, categoricamente, que a santidade é pré-requisito para o encontro e o relacionamento com Deus no tempo e na eternidade: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor...” (Hebreus 12.14). Por santidade, devemos entender a verdadeira humanidade, antes de ter sido desfigurada pela queda de Adão e Eva. Violência, mentira, inveja, desamor, rebeldia espiritual, inimizade com Deus e coisas do tipo são atitudes completamente desumanas. Não fomos criados para isso. Santidade, então, é sermos transformados e ensinados, sob a ação do Espírito Santo, que assim nos assiste com a graça de Deus, para sermos o que homens e mulheres criados por Deus devem ser. Mas como isso é possível quando a maldade cresce exponencialmente e falta amor cada dia mais nos corações? Eis aí o nosso “pulo do gato” da vida de santidade. Para haver santidade ou

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semelhança a Jesus no coração e na vida de pecadores como nós, é preciso cultivar algumas experiências, de acordo com o claro ensino bíblico, que lamentavelmente anda em baixa no meio do povo de Deus.

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis Ezequiel 36.26-27 Primeiramente, é necessário nascer de novo sob a ação poderosa e soberana do Espírito Santo de Deus. Para que isso aconteça, é preciso ouvir o Evangelho da Graça de Deus. Quem não nascer de novo não verá a Deus,

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não entrará no Reino de Deus, porque não está habilitado em sua natureza para a vida de santidade, e a presença de Deus é acessível somente a pessoas santificadas, ou seja, transformadas. O novo nascimento, então, muda o pecador a partir de suas entranhas. Deus, graciosamente, sem merecimento ou participação alguma do pecador, remove o seu coração de pedra, dá-lhe um novo coração, quebra nele o poder do pecado e o faz apto para a obediência à Lei Santa do Senhor. “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ezequiel 36.27). É por isso que há, hoje, tantos escândalos e mau testemunho dos cristãos. Simplesmente há muitos que, professando serem cristãos, não nasceram de novo e, portanto, desconhecem por completo a santidade pessoal. Em segundo lugar, não é possível à nova criatura vivenciar o que já faz parte de sua linda herança em Cristo – a santidade do coração – se o seu maior prazer não for o Senhor Jesus. Tedd Tripp, com muita propriedade, nos alerta para o fato de que temos acreditado “... na maior mentira já contada até hoje: - Que os prazeres deste mundo (ídolos do nosso coração) são maiores e melhores do que o prazer de uma vida em comunhão com Deus”. O Rei Davi teve grandes problemas pessoais, até aprender essa preciosa lição: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.” (Salmo 16.11). Ele finalmente descobriu


que o grande prazer da vida não está, por exemplo, num relacionamento adúltero com a esposa do seu soldado, mas que o prazer completo só é encontrado a partir de uma doce comunhão com o nosso Deus. E assim será conosco. Se nossa proximidade com Deus nos leva a encontrar o suprimento dos desejos mais profundos do nosso coração, dizer não ao prazer menor do pecado será algo natural (numa nova criatura). Por último, vale lembrar a advertência de Jesus sobre como vencer o pecado: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”. (Mateus 26.41). Em outras palavras, temos que, como ensinou John Piper, “agir no milagre que Deus já está fazendo em nossos corações”, acolhendo os impulsos do Espírito Santo em nós, que nos chama e inclina a uma vida de santidade. Como meios de obtenção dessa graça de assistência divina, na luta contra o pecado, devemos, então, nos aproximar do Senhor recorrendo à leitura e ao estudo da Bíblia, à oração a sós ou em comunhão com os irmãos, à adoração comunitária, aos sacramentos do Batismo e da Santa Ceia, e, até como destacou John Stott em seu último livro, à leitura de bons livros evangélicos.

ências indispensáveis com a graça de Deus, para você ser e viver como Jesus: um coração transformado e liberto do poder do pecado pelo novo nascimento em Cristo; um coração maravilhado o suficiente com o prazer da comunhão com o seu Deus, para dispensar prazeres inferiores; um coração pronto e disposto a dizer não às tentações e sim às oportunidades para crescer na graça e na santidade. ◆

Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.

Salmos 16:11 (NVI)

Espero que o ensino bíblico tenha ficado bem claro para o leitor e que você se disponha a esses movimentos bíblicos certeiros, do “pulo do gato” da vida de santidade. Assegure-se, então, de buscar e ter essas experi-

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Igreja do Castelo de Wittenberg, onde Lutero fixou as 95 teses que deram início à Reforma Protestante. Lutherstadt Wittenberg-Alemanha

Como se dá a salvação

foi o tema abordado pela UMP

O modelo de salvação na Reforma Protestante foi ressaltado pela União de Mocidade Presbiteriana, durante momento da Reforma

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IPN naReforma A União de Mocidade Presbiteriana (UMP) abordou a soteriologia bíblica durante o momento da Reforma realizado em 7 de maio de 2017. Uma das maiores e mais preciosas doutrinas da Bíblia é a da graça de Deus, da salvação somente pela graça. A vida cristã começa pela graça, pela atividade do soberano Espírito de Deus, e deve ser continuada da mesma maneira. Por exemplo, na carta de Paulo aos Filipenses (Fp 2.12-13), o apóstolo ressalta a necessidade de o crente desenvolver a salvação com temor e tremor, “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. Outras passagens bíblicas centrais foram relembradas e associadas a alguns dos slogans

da Reforma, na apresentação da doutrina: Sola Gratia - “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2.8-9). Solus Christus - “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, [...] Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.” (Hebreus 10.12-14). Sola Fide - “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes.” (Romanos 5.1-2).

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Estátua de John Knox no antigo Instituto John Knox Memorial, em Haddington-Reino Unido

CEU abordaJohn Knox: o grande

reformador da Escócia

Importante para o estabelecimento da Reforma Protestante em toda a Europa, Knox ficou conhecido pelo ministério de oração e pregação, e pelo suporte teológico na implantação do presbiterianismo

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IPN naReforma Coube ao Conselho de Evangelismo Urbano (CEU) da Igreja Presbiteriana Nacional falar sobre a Reforma Protestante na Escócia. Para isso, a vida do reformador John Knox foi abordada em 10 de setembro de 2017. Nascido entre 1505 e 1515, Knox liderou uma reforma religiosa na Escócia seguindo a linha calvinista. Influenciado pelos reformadores da igreja primitiva, o escocês se converteu em 1540 e começou a pregar nas cidades ao redor da Inglaterra e da Escócia, como Berwick e Newcastle, onde se tornou capelão real do Rei Eduardo VI. Após a morte do Rei Eduardo, Maria Tudor, conhecida como Maria Sanguinária, assume o trono inglês, dando início a uma grande perseguição aos pregadores da época. Um dos mais respeitados da época, Knox teve que fugir para Genebra, onde conheceu João Calvino, que lhe apresentou a Teologia Reformada e o governo presbiteriano. Iniciava-se, assim, a Reforma Protestante na Escócia.

Durante esse período, o ministério de oração e de pregação de John Knox ficou tão conhecido que a rainha Maria Sanguinária dizia temê-lo mais que um exército de 10 mil homens. De 1559 até a data de sua morte, foi ministro da Alta Igreja de Edimburgo, tendo importante papel em 1560 na introdução do protestantismo pelo Parlamento reformista. Os manifestos datados desse ano têm maior contribuição de Knox do que de qualquer outro, e a Confissão teve grande importância para a nova igreja em suas declarações sobre a fé. A partir daí, o culto mudou pela liturgia de Knox, que ordenava que os serviços religiosos fossem feitos na língua local, tendo a Palavra como elemento litúrgico central. Instruções para a comunidade protestante foram dadas em seu Livro de Disciplina (Book of Discipline), que incluía tópicos sobre educação geral, providências para ajudar os pobres, idosos, doentes, e a relação entre a Igreja e o Estado. ◆

Knox era conhecido por seu trabalho em nome da igreja. Na imagem, ele persegue aqueles que não concordavam com sua pregação

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Jantar alemão faz uma viagem gastronômica pelos sabores da Reforma Protestante O evento, que contou com a participação de aproximadamente 500 convidados, foi aberto pela Orquestra Brasilianca, especializada em músicas alemãs e tchecas 68


Gastronomia reformada

Cerca de 500 pessoas fizeram uma viagem gastronômica pelos sabores da Reforma Protestante em 03 de dezembro de 2016. O jantar, realizado na Igreja Presbiteriana Nacional, resgatou um pouco do contexto histórico, político, econômico, social e religioso vivenciado pelos reformadores, associado à tradicional culinária alemã e suíça de 1517. O evento foi aberto com a apresentação da Orquestra Brasilianca, especializada em músicas alemãs e tchecas. A banda trouxe

Orquestra Brasilianca (esq.) abriu a noite. Jantar passeou pelos sabores da Reforma

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um pouco das músicas vivenciadas a partir da ruptura com o pensamento ideológico da Igreja Medieval. Sempre com a preocupação de aproximar o homem da liturgia, fazendo com que cada um participasse e compreendesse a língua e o texto usados nos cultos, o coral luterano passa a escrever novas melodias em que a inteligibilidade do texto é central e a música se torna mais elaborada com a participação de solistas e coros.

O cardápio trouxe um paralelo entre a gastronomia e os sentimentos vividos no período da reforma. Pratos como Batatas e Confissões; Salsichas e a Bíblia; Mostarda, Vitamina e Fé; Pão e Paz em Vestfália; e Receitas e Bênçãos em Família deram a tônica da viagem gastronômica. Para o professor de história e da Escola Bíblica Dominical, e membro da Comissão da Reforma Protestante, Gustavo Santos, o jantar foi uma celebra-

Banda Brasilianca resgatou o contexto melódico vivenciado a partir da ruptura com o pensamento ideológico da igreja medieval

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ção da Reforma e da Alemanha, já que foi lá onde foram assistidos os eventos que culminaram nesse movimento religioso. “Foi um resgate de muitas coisas esquecidas na Idade Média, da leitura da Bíblia popular, na língua do povo, das doutrinas da graça, da comunhão com Jesus Cristo. Então, este evento está acontecendo para celebrarmos os 500 anos da Reforma Protestante, iniciada com Lutero pregando suas 95 teses na Catedral de Wittenberg”, analisou. ◆

A Comissão IPN de Eventos e Gastronomia ficou responsável pela criação do cardápio e produção dos pratos servidos no jantar

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Estátua de João Calvino em Genebra-Suíça

Lutero e aReforma Protestante - 500 anos Drys Dantas de Oliveira

Membro da Comissão da Reforma 500

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Artigo Em 1517, a Igreja Católica Romana estava longe de ser considerada a Igreja verdadeira de Cristo. Quando Constantino (280-337) se tornou cristão, a Igreja deixou de ser uma organização secreta de perseguidos para se tornar popular. Junto com a fama, novos desafios se apresentaram: novos membros interessados na proximidade com o poder e na ascensão social começaram a infiltrar seus bancos. Esses membros, longe de estarem preparados para entregar sua vida em nome de Cristo, estavam frouxamente comprometidos com a verdade. Em 593, o papa Gregório oficializou o purgatório. Em 995 o papa João XV inicia a canonização de santos mortos. O celibato (1079), a inquisição de hereges (1184), a venda de indulgências (1190), a transubstanciação (1215) e a afirmação dos 7 sacramentos (1439) seguiram em rápida sucessão. A Igreja da Idade Média era cercada por pessoas mundanas, impiedade e política. O povo via os sacerdotes realizarem rituais enigmáticos, em uma língua estranha. Muitos deles não entendiam latim e apenas recitavam as fórmulas aprendidas. O povo era, em sua grande maioria, analfabeto. Os livros eram caros e as Bíblias artigos raros, e muitas igrejas nem sequer tinham um exemplar completo. Após a queda do Império Bizantino, com a pilhagem de Constantinopla em 1453, a Europa recebeu ondas de imigrantes e refugiados (um tema moderno) que trouxeram nova luz ao entendimento da Bíblia, com seu conhecimento da língua e da filosofia grega. Nessa época, a Bíblia que todos usavam era

a tradução latina de Jerônimo, de 382, conhecida como Vulgata. O novo interesse no estudo da língua grega possibilitou a leitura dos textos direto do grego. Um ponto crucial é a passagem que sustenta o sistema penitencial adotado pela Igreja Romana, que se baseia na tradução de Jerônimo do texto de Mateus 4.17, em que a palavra grega metanoeite foi traduzida para o latim como poenitentiam agite, ou “façam penitências”. Lendo direto do grego, Lutero pôde pensar diferente: metanoia tem o significado clássico de uma “mudança da mente” (Concordância de Strong) e colocou o dedo na ferida na primeira e na segunda tese (das famosas 95 teses) quando afirmou: “Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos... não pode ser interpretado como referindo-se ao sacramento da penitência”. Ou seja, a mudança de significado era fatal: a Bíblia não comandava que os fiéis fizessem​algo como penitência, mas que se arrependessem em seu íntimo e na sua mente. Uma das questões mais antigas da filosofia é a questão de movimento e mudança. Aristóteles considerava que, para que haja alguma mudança, é necessário um conjunto de causas. Ele afirma que a causa instrumental é o objeto (instrumento) usado para produzir a mudança. Essa mesma linguagem foi usada pela Igreja para definir a salvação: a Igreja Católica Romana diz que a causa instrumental para a mudança das pessoas de não salvas para salvas é o Batismo e o sacramento da

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penitência. Os reformados dizem que a única causa instrumental para a salvação é a fé. Lutero mesmo relata que teve esse entendimento quando meditava sobre Romanos 1.17. Quando Lutero lia “a justiça de Deus”, ele cria que Paulo se referia à justiça que Deus exige dos homens: justiça perfeita, cuja falha em produzir enseja julgamento e punição dos pecadores. Finalmente, relacionando com a segunda parte do verso, onde se lê: “O justo viverá por fé”, ele percebeu que essa “justiça de Deus” é, na verdade, a justiça que Deus conce-

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de, pela graça, aos que creem no Evangelho, e não a justiça que nós produzimos por meio da vida santa e do pagamento de penitências. Se é pela fé, a tradição, os concílios e o papa podem estar errados? Lutero responde a isso na Dieta de Worms em 1521, quando foi chamado a se retratar por seus escritos: “A menos que se me convença por testemunho da Escritura ou por razões evidentes – posto que não creio no papa nem nos concílios somente, já que está claro que eles têm se equivocado com frequência e têm se contradito entre eles mes-


mos -, estou acorrentado pelos textos escriturísticos que tenho citado e minha consciência é uma escrava da palavra de Deus. Não posso nem quero retratar-me em nada, porque não é seguro nem honesto atuar contra a própria consciência. Que Deus me ajude”.

“a fim de sermos para louvor da sua glória” (Ef 1.12), os que ouviram e creram no “evangelho da salvação” (Ef 1.13). Dessa forma, reunimos em duas páginas os pilares da Reforma Protestante: Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Sola Scriptura, Soli Deo Gloria.

As pistas de que essa é a interpretação correta da fórmula da salvação está por toda parte na Bíblia. A Epístola de Paulo aos Efésios diz claramente que “pela graça sois salvos, mediante a fé” (Ef 2.8), que temos a redenção e a remissão dos pecados pelos sangue de Jesus (Ef 1.6-7),

Essa ideia, esse caminho de salvação, esteve perdido, mas foi achado. É por isso que esse tempo é conhecido como Idade das Trevas. É por isso que o lema de Calvino é Post Tenebras Lux (após as trevas, luz), e é por isso que comemoramos os 500 anos da Reforma Protestante. ◆

Martinho Lutero afixando as 95 teses na porta da capela de Wittemberg. Reprodução artística: Daniel Carlos

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SolaFide –Romanos: A carta que mudou a História da Igreja Rev. Marcos Alexandre Rev. Geraldo Ferreira Pastores da IPN

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Artigo Em comemoração aos 500 anos da Reforma Protestante, no decorrer de 2017, a Igreja Presbiteriana Nacional desenvolveu, em suas diversas classes da Escola Dominical e nos cultos devocionais, temas interessantes e fundamentais concernentes ao movimento Reformador do século 16, cujo personagem principal foi o monge alemão Martinho Lutero (10 de novembro de 1483 – 18 de fevereiro de 1546). A comemoração culminou na apresentação, em 28 e 29 de outubro, de um grande e significativo musical denominado “Um Renascer – A Saga dos Reformadores no Retorno à Palavra de Deus”, com a participação de mais de 200 irmãos da Igreja, representando vários personagens da Reforma, caracterizados em trajes das respectivas épocas.

Na classe da Escola Dominical “Sola Fide – Romanos: A carta que mudou a História da Igreja”, foi dada ênfase, por nós professores, ao estudo de vários temas teológicos contidos na Carta do Apóstolo Paulo aos Romanos, que serviu de inspiração e iluminação ao monge Martinho Lutero para desencadear a grande reforma do século 16, cujos frutos chegaram até nós, presbiterianos aqui no Brasil. A declaração de Lutero sobre essa carta é muito interessante quando ele disse: “Esta Epístola é a parte principal do Novo Testamento, e o mais puro Evangelho, que certamente merece a honra de um cristão não apenas conhecê-la de memória, palavra por palavra, mas de também dedicar-se a ela

Carta do apóstolo Paulo aos Romanos serviu de inspiração a Lutero para desencadear a grande reforma do século 16

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diariamente, como alimento para a sua alma. Pois ela nunca será exaustivamente lida ou entendida. E quanto mais é ela estudada, tanto mais agradável se torna, e melhor parece”. João Calvino considerava Romanos como o principal livro das Escrituras, ao dizer: “Se porventura conseguirmos atingir uma genuína compreensão desta Epístola, teremos aberto uma amplíssima porta de acesso aos mais profundos tesouros da Escritura”. Romanos é “uma introdução ao Antigo Testamento”. Tivemos a oportunidade de fazer uma abordagem introdutória, demonstrando a centralidade de Cristo nessa importante carta, bem como tratamos do tema básico e fundamental para nós cristãos, que é a doutrina da justificação pela fé, desenvolvida pelo apóstolo, com base no capitulo 1 versos 16 e 17, que assim se expressa: in verbis: “Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no Evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé”. Seguindo o conteúdo programático do curso, foram tratados, ainda, os seguintes temas: “A condenação de todos os homens e a necessidade de todos os homens serem justificados” (Rm 1.18 - 3.20); “Os meios para se alcançar a justificação” (Rm 3.21 - 4.25); “A vida daqueles que são justificados pela fé” (Rm 5 a 8); “A soberania de Deus na justificação: e a incredulidade humana e a graça divina” (Rm 9 a 11); “O modo de viver do cristão, exortações práticas e a liberdade cristã” (Rm 12 a 15); Recomendações e saudações finais (Rm 16.) A Rosa de Lutero representando a mensagem do evangelho

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Foram utilizados para desenvolver os temas do conteúdo do curso comentários do livro de Romanos escritos por vários teólogos reformados e puritanos conhecidos, como: João Calvino, Hernandes Dias Lopes, R.C. Sproul, John Murray, D.Martyn Lloyd-Jones, John Owen e outros. O objetivo geral do curso foi contribuir na consolidação da fé em Jesus Cristo, nosso salvador e único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5) e contribuir no fortalecimento do caráter cristão dos irmãos, relembrando as doutrinas básicas da nossa fé, defendidas inicialmente pelos reformadores do século 16 e posteriormente por vários outros teólogos de linha reformada mencionados neste artigo. O objetivo específico do curso visou, também, o fortalecimento espiritual dos irmãos conduzindo-os a entender perfeitamente o significado e a necessidade da doutrina da justificação pela fé somente em Cristo; mostrar que o cristão verdadeiro deve ser uma pessoa consciente de que foi completamente transformada em uma nova criatura por meio da regeneração ou novo nascimento ensinado por Jesus a um dos mestre dos judeus chamado Nicodemos (2 Co 5.17; João 3.1-15), por meio unicamente da obra de Cristo Jesus em nosso favor; orientar os irmãos a agirem em todas as áreas da vida e em todos os seguimentos da sociedade, como uma pessoa verdadeiramente cristã, de forma santa e irrepreensível como resposta e gratidão pela nossa salvação. Finalmente, ouvir a admoestação do apóstolo Paulo quando escreveu sua primeira carta ao jovem Timóteo no capítulo 4 verso 16, dizendo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”. ◆

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Equipe de Louvor apresenta

VonBora: uma mulher fundamental para aReforma

Apresentação ressaltou o papel da alemã que rompeu com a Igreja Católica para seguir o protestantismo ao lado de Lutero

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IPN naReforma Em 2 de abril de 2017, a presidente da Equipe de Louvor da IPN, Carla Paixão, apresentou um vídeo sobre a Reforma Protestante, em que foi abordada a história da formação e o papel da família de Martinho Lutero no desenrolar da Reforma na Europa. Em especial, o vídeo destacou o papel da mulher de Lutero, Katharina von Bora. No início do movimento da Reforma, Lutero era relutante quanto à ideia de casar-se, pois temia, a qualquer momento, ser preso e condenado à morte. Porém, mais tarde entendeu o casamento como algo divino. Na noite de

13 de junho de 1525, uma terça-feira, Lutero convidou um pequeno círculo de amigos ao Schwartzes Kloster, antigo mosteiro dos monges agostinianos, que se tornou a sua moradia, para seu casamento com Katharina von Bora. Lutero tinha 42 anos e Katharina, 26. Em carta de 11 de agosto de 1525, Lutero descreve Katharina como sendo uma mulher de muita boa vontade, que combinava melhor com ele do que se poderia imaginar. Katharina era muito ativa e organizada. Lutero a chamou de “a Estrela da Manhã de Wittenberg”. ◆

Casamento de Martinho Lutero com Von Bora, chamada pelo reformador de a Estrela da Manhã de Wittenberg

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500 anos retratados por

documentos históricos

Além de registros alusivos à Reforma Religiosa do século 16, visitantes tiveram a oportunidade de ver peças valiosas, a exemplo do Novo Testamento em grego e latim, a Bíblia de Lutero e edições raras das Institutas de Calvino

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Exposição histórica Um esforço conjunto entre a Direção da Igreja Presbiteriana do Brasil e a Igreja Presbiteriana Nacional trouxe a Brasília uma exposição histórica dos 500 anos da Reforma Protestante do século 16. Com documentos valiosos e peças raríssimas, a exposição “A Reforma Protestante e o Presbiterianismo no Brasil” foi aberta em 12 de agosto de 2017, com a presença do Rev. Alderi Souza de Matos, historiador e curador dos museus da IPB; dos presbíteros da IPN José Inácio Ramos, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie, e Walter Eustáquio Ribeiro, diretor-geral do Mackenzie em Brasília; além dos Reverendos Obedes Cunha e Marco Antônio Baumgratz, pastores da IPN.

Centenas de pessoas visitaram a exposição, montada no hall de entrada da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, e conheceram um pouco mais sobre o movimento reformador cristão culminado no início do século 16 por Martinho Lutero (1483-1546), na Alemanha. Entre os itens expostos, alguns cedidos pelo Arquivo Histórico Presbiteriano (São Paulo), estavam o Novo Testamento em grego e latim publicado pelo famoso humanista Erasmo de Roterdã, em 1516; uma indulgência concedida pelo papa Leão X a uma família italiana em 1518; a primeira edição das 95 teses (1518); a obra da liberdade de um cristão

Exposição foi aberta por autoridades da Igreja Presbiteriana do Brasil e da Igreja Presbiteriana Nacional

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Exposição foi inédita no Brasil e na América Latina

Abertura contou com a presença da equipe que trabalhou na exposição, de diretores do Insituto Presbiteriano Mackenzie e de pastores da IPN

emitido pelo imperador Carlos V (1521); o escrito de Lutero contra um tratado do rei inglês Henrique VIII (1522); a Bíblia Alemã traduzida pelo reformador e publicada em 1534, além da 1ª edição em inglês do Tratado sobre a Ceia do Senhor (1548); a 1ª edição em formato pequeno da Instituição da Religião Cristã ou Institutas (1554), e a 1ª edição dos sermões de João Calvino (1558). Bíblia alemã de Lutero (1534)

(1520); a bula papal Exsurge Domine, condenando os supostos erros de Lutero e ameaçando-o de excomunhão (1520); o Edito de Worms, decreto de condenação de Lutero

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Para o Rev. Alderi Matos, além de seus ricos benefícios espirituais, a Reforma deixou um extraordinário legado de contribuições à sociedade nas áreas intelectual, social, política e econômica. A Reforma, ressalta o Pastor, é considerada uma das marcas propulsoras das modernas


Novo Testamento greco-latino de Erasmo de Roterdã (1516)

instituições democráticas do mundo ocidental, e seus valores éticos contribuíram para a prosperidade econômica e social dos povos que a abraçaram. “A importância desta exposição é que tivemos, em Brasília, de maneira inédita no Brasil e na América Latina, uma série de documentos históricos originais e muito importantes relacionados à Reforma do século 16”. A vinda da exposição a Brasília foi estratégica, já que o Centro-Oeste foi a região onde o presbiterianismo teve um crescimento muito importante e vertiginoso. “Diante desse tema da maior importância para a história do presbiterianismo, várias pessoas tiveram a oportunidade de visitar a exposição e levar para as suas igrejas suas impressões sobre tudo aquilo que Deus tem feito nesses anos”, analisou o presbítero José Inácio, enfocan-

Exposição contendo documentos valiosos e peças raríssimas foi vista por diversas pessoas

do a importância de Calvino na história da Igreja Presbiteriana. “Calvino é o norteador de toda a doutrina e procedimento da Igreja Presbiteriana, seja na sua governança, na sua forma de envolver os cidadãos, e tudo isso tem feito a diferença nestes 500 anos.” ◆

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Reforma fora da Alemanha: Seu impacto no mundo Presb. LĂşcio Mafra Professor da Escola BĂ­blica Dominical

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Artigo A historiografia brasileira convencionou retratar a Reforma Protestante como um movimento com motivações meramente políticas, descartando o seu profundo significado religioso e minimizando suas grandes realizações. O Movimento Reformado é apresentado de maneira fidedigna, desmistificando as distorções normalmente veiculadas na Academia e pela mídia, e revelando a real história do movimento que democratizou o acesso à Bíblia, resgatou as doutrinas da Graça e transformou vidas e nações, pela ação de Deus na história humana.Vamos conhecer a história de homens usados por Deus, que atuaram na Suíça, Escócia e Inglaterra, fora da Alemanha, berço da Reforma Protestante. Na Suíça, Ultico Zuinglio (14841531), exerceu um papel fundamental para o início do desenvolvimento da reforma naquele país. Foi capelão do Exército de Zurique e contemporâneo de Lutero. Sem estudar com Lutero, chegou a muitas conclusões parecidas na mesma época. Sua teologia era semelhante à de Lutero e de Calvino. Não deixou uma igreja organizada, mas suas doutrinas influenciaram muito. Em uma guerra, ao acompanhar as tropas como capelão, morreu em batalha em 1531. Defendeu as seguintes doutrinas: a) contra a Simonia que defendia a venda de favores divinos, bênçãos,

cargos eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, perdões, objetos ungidos, etc. em troca de dinheiro; b) contra o celibato clerical; c) contra a devoção aos santos; d) discordava da transubstanciação e da consubstanciação; e) negou a salvação pelas obras e o purgatório; f) defendia que as escrituras são a maior autoridade em matéria de fé. João Calvino (1509-1564) foi considerado o principal teólogo da Segunda Geração de Reformadores. Estudou nas melhores escolas para seguir carreira eclesiástica, sendo incialmente um humanista. Converteu-se ao protestantismo por volta de 1533-34, e em 1536 publicou a primeira edição de As Institutas. A caminho de Estrasburgo, acabou passando por Genebra, porque, na providência de Deus, o caminho direto de Paris para Estrasburgo estava bloqueado, e foi convencido pelo evangelista Guilherme Farel a permanecer em Genebra. Foi Calvino quem sistematizou o pensamento de Lutero e em outros pontos foi além, dele surgindo a tradição Reformada (Zuínglio, Martin Bucer de Strasburgo, John Knox), distinta da Luterana. Ele é o “Cérebro da Reforma” e seu sistema teológico é o que se expande mais longe. A Cristologia de Calvino e a Trindade continuam “Católicas”. Há o pecado original, que nos afasta de Deus e perverte a imagem e seme-

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lhança de Deus em nós, mas não a destrói. A salvação vem pela fé e é Graça de Deus. O pecador continua pecando, mas com a ajuda do Espírito Santo vai sendo santificado até o final da vida. Quem é salvo ou não, depende da escolha e decreto eterno de Deus, a “Predestinação”. Calvino distingue a Igreja visível da invisível, que é a dos santos eleitos através dos tempos. Reconhece o Batismo e a Santa Ceia como sacramentos da Nova Aliança, um sinal externo e com uma eficácia própria, mas sem eficácia de produzir a graça de Deus. Na ceia difere de luteranos e anabatistas, pois crê que há a presença real de Cristo, mas ela é espiritual e não física. Na Escócia, George Wishart (1513-1546) foi conhecido como um reformador escocês, mártir, um intrépido pregador, que viajava longe pregando pelas terras baixas da Escócia, popularizando os ensinamentos de Calvino e Zwinglio. Em 1536, traduziu para o inglês a primeira Confissão de Fé Helvética. Jovens como John Knox começaram a segui-lo, maravilhados pela mensagem do Evangelho. Wishart foi preso, lançado no calabouço, depois julgado e condenado à morte pela fogueira. Pouco antes de ser preso, deu ordens para que Knox e os outros jovens que o acompanhavam entregassem suas espadas e se afastassem dele: “Basta um só para o sacrifício“, disse na época.

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John Knox (15141572) foi um religioso reformador que liderou uma reforma religiosa na Escócia, segundo a linha calvinista. Educado na Universidade de St Andrews ou possivelmente na Universidade de Glasgow, foi ordenado para o sacerdócio católico em 1536. Influenciado pelos reformadores da igreja primitiva, como George Wishart, se juntou ao movimento para reformar a igreja escocesa. Foi condenado como escravo nas galés francesas, acorrentado a um remo de um navio por ter aceitado ser capelão no Castelo de Saint Andrews, tomado por jovens filhos de nobres escoceses e ter sido preso junto com eles na retomada do castelo pela Rainha Regente da Escócia, Mary Guise. Em fevereiro de 1549, após mais de 1 ano e meio de negociações, os conselheiros protestantes da corte do Rei da Inglaterra conseguiram a libertação de John Knox, que foi encaminhado para pregar no norte do país, longe de Londres e próximo da Escócia. Com a coroação em 1553 de Maria Tudor, a “Maria a Sanguinária”, e a forte perseguição aos protestantes, Knox fugiu para Genebra, onde Calvino o recebeu. Knox considerava Calvino seu pai espiritual e o tempo passado em Genebra foi fundamental para sua formação. Após um breve período pregando na Escócia, em 1555, foi convidado a voltar a Genebra, continuando seu ministério junto a Calvino de 1556 a 1559, quando


foi chamado novamente à Escócia. Em julho de 1560 os membros do parlamento escocês se converteram e convidaram Knox a formar um comitê de teólogos para que formulassem uma confissão de fé. Em 4 dias, Knox e seu comitê completaram a Confissão de Fé Escocesa, aprovada pelo Parlamento Escocês em 1560. A Igreja da Escócia (ou Kirk) foi fundada e possuía uma forte tradição teológica reformada (calvinismo) e cuja forma de organização eclesiástica se caracteriza pelo governo de uma assembleia de presbíteros, ou anciãos, tendo sido a primeira Igreja Presbiteriana. Na Confissão de Fé Escocesa e em dois Livros de Disciplina, John Knox fundamentou a teologia, o culto, a alfabetização e a pregação na Escócia Reformada. Em 1572, doente, deu um profundo suspiro e disse: “Agora chegou. Vem, Senhor Jesus, doce Jesus. Em tuas mãos entrego meu espírito”. Em seguida faleceu. Na Inglaterra, Willian Tyndale (1494-1536), pastor protestante, acadêmico inglês e mestre em Artes na Universidade de Oxford participou da primeira fase da Reforma Protestante. Alguns o consideram o Pai da Língua inglesa, da Bíblia inglesa e da Reforma inglesa. Traduziu a Bíblia para uma versão inicial do moderno inglês, tendo sido a primeira Bíblia a se beneficiar da imprensa, o que permitiu uma ampla distribuição.

Thomas Cranmer (1489-1556) foi um dos líderes da Reforma Inglesa e Arcebispo da Cantuária durante os reinados de Henrique VIII, Eduardo VI e Maria I. Estabeleceu as primeiras estruturas doutrinárias e litúrgicas da reformada Igreja da Inglaterra. Conseguiu publicar o primeiro vernáculo autorizado, a Exortação e a Ladainha, e ajudou a construir o caso para a anulação do casamento do Rei Henrique VIII com Catarina de Aragão, que foi uma das causas da separação da Igreja Anglicana da Igreja Católica. Quando Eduardo VI chegou ao trono, Cranmer conseguiu promover grandes reformas. Escreveu e compilou as duas primeiras edições do Livro de Oração Comum, uma liturgia completa para a Igreja Anglicana. Com a ajuda de vários reformistas continentais aos quais deu refúgio, ele desenvolveu novos padrões doutrinários em áreas como a eucaristia, celibato clerical, o papel das imagens em locais de culto e a veneração dos santos. Quando Maria I subiu ao poder, foi julgado por heresia e ficou preso por mais de dois anos, ao final dos quais, enfraquecido pelos anos de prisão, foi obrigado a negar o protestantismo, reafirmando sua crença na transubstanciação e na supremacia papal. Posteriormente, arrependeu-se e confessou novamente o protestantismo. Foi sentenciado à morte pela fogueira. ◆

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Soli Deo Gloria: Vivendo para agradar a Deus Diác. Augusto José H. de Almeida Rauf Amaro de Oliveira Professores da Escola Bíblica Dominical

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Artigo Soli Deo Gloria, ou “Glória Somente a Deus”, foi um dos Cinco Solas da Reforma Protestante de 1517. O Catecismo de Genebra afirma que “Deus nos criou e nos colocou na terra para ser glorificado em nós. E, certamente, é correto que dediquemos nossa vida à sua glória, já que Ele é o princípio dela”. O Breve Catecismo de Westminster ensina que “o fim principal do homem é glorificar a Deus, e alegrar-se nele para sempre”. O anseio pela glória de Deus é um dos temas centrais da tradição reformada e um importante motivador da piedade cristã ainda nos dias de hoje, no âmbito das igrejas históricas e confessionais.

O século 20 demonstrou a fragilidade do projeto iluminista, quando os ídolos dos homens se tornaram os seus maiores algozes. O Estado “divinizado” redundou em estado totalitário; a ciência foi um álibi para a indústria bélica; e a engenharia social - o progresso – deu lugar a vários genocídios. Enfim, a tão almejada felicidade por intermédio da emancipação do homem não foi alcançada. Definitivamente, o homem não é, nunca foi e nunca será o centro do universo, nem do mundo natural, nem de sua própria psique. Os dias continuam maus e os conflitos se anunciam, mas a Igreja de Cristo permanece como mensageira da esperança e pregadora

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da salvação. Como portadores da luz em um mundo em trevas, devemos buscar a Deus para que a sua glória seja sempre proclamada. Temos que saber que o Deus soberano age na história das nações para demonstrar o seu poder e a sua glória. Foi assim na Reforma de 1517 e assim há de continuar sendo em qualquer época e em todas as gerações.

Herman Bavinck foi um holandês reformado, teólogo e clérigo. Em 1906 tornou-se membro da Academia Real das Artes e Ciências dos Países Baixos

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O curso na Escola Bíblica Dominical da IPN em 2017, “Soli Deo Gloria: Vivendo para agradar a Deus”, ministrado em nove aulas repetidamente nos quatro trimestres de 2017, tratou de conhecer mais e melhor a Deus conforme ele próprio se revela nas Sagradas Escrituras, deixando-nos arrebatar pela glória do seu ser, dos seus atributos e das suas obras. Somente nesse conhecimento de Deus é que conseguimos encontrar as respostas adequadas para os problemas reais que afligem a sociedade. Assim, podemos afirmar que da genuinidade do verdadeiro conhecimento de Deus, centralizado na vida e na obra de Jesus – a encarnação de Deus depende, nada mais nem menos, o destino eterno da humanidade. O verdadeiro cristão deve obedecer ao chamado de glorificar ao Senhor em todas as suas atividades nesta vida. Um bom exemplo dessa fé devocional caracterizou os manuscritos originais da obra do grande compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750). Ele sempre registrou no início das suas partituras as inicias “J.J.”, abreviando a expressão Jesu Juva, que em latim quer dizer “Jesus ajuda-me”. Depois da obra concluída, “assinava” no fim


com a sigla “S.D.G.”, ou seja, Soli Deo Gloria, que afinal é o título de uma de suas mais belas e célebres composições. A historiografia brasileira convencionou retratar a Reforma Protestante como um movimento de motivações meramente políticas, descartando o seu profundo significado religioso e minimizando suas grandes realizações. Esse curso apresenta a Reforma de uma maneira

fidedigna, desmistificando as distorções normalmente veiculadas pela academia e pela mídia, e revelando a real história do movimento que democratizou o acesso à Bíblia, resgatando a Doutrina da Graça, que transforma vidas e nações pela ação de Deus na História. Afinal, “Deus, o Pai, reconciliou o seu mundo criado, mas caído, por meio da morte de seu Filho, e o renova num Reino de Deus pelo seu Espírito” (Herman Bavinck, teólogo, 1854-1921). ◆

Soli Deo Gloria foi um dos Cinco Solas da Reforma Protestante. Estandartes foram instalados na lateral da IPN

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Memorial de Martinho Lutero nas proximidades de Dresden-Alemanha

O MINi nas comemoraçþes dos 500 anos daReforma Protestante Rev. Walter Melo Pastor conselheiro do Departamento Infantil

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Artigo Parecia-nos distante, mas a comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante finalmente chegou e os efeitos desse movimento, mais uma vez, se fizeram sentir sobre nós. Os resultados da Reforma foram tão marcantes na vida da Igreja ao longo dos séculos que, comemorarmos essa data tão expressiva com a indispensável e alegre participação das crianças na maioria dos eventos programa-

dos, provou-se algo profundamente relevante e prazeroso na vida das crianças do nosso Ministério Infantil, o MINi. Foi assim que, sob as orientações seguras do Conselho da Igreja, da Equipe Pastoral, da Comissão Organizadora das comemorações denominada Reforma 500 e da Coordenação do Ministério Infantil da Igreja Presbiteriana

A exemplo de outras sociedades internas da IPN, o Ministério Infantil (MINi) participou das comemorações pelos 500 anos da Reforma

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Nacional, mergulhamos fundo na preparação e na execução de vários temas e eventos que envolveram nossas crianças. Sem pestanejar, com o intuito de adquirir para si e de repassar para toda a liderança infantil e para todas as crianças o máximo de informações a respeito da Reforma Protestante do século 16, os coordenadores da Escola Bíblica Dominical (EBD/MINi), da União de Crianças Presbiterianas (UCP), da União Presbiteriana de Pré-Adolescentes (UPJ), do Culto Infantil, do Discipulado Infantil e do Coro Novo Ser (CNS) debruçaram-se na pesquisa, no aprendizado e no repasse desses ensinamentos deixados pelos nossos Reformadores. Por exemplo, a Coordenação da EBD/MINi adaptou o seu currículo para a ocasião, possibilitando que todas as crianças, do berçário aos 13 anos de idade, pudessem conhecer a história da Pré-Reforma e da Reforma, bem como os seus efeitos até os dias atuais. Com criatividade e beleza, foram estudados todos os personagens do antes, durante e depois da Reforma. Os “tios”, professores e seus auxiliares utilizaram-se de métodos como histórias, pesquisas, filmes, encenações e muitos outros meios nas programações das aberturas conjuntas da EBD, nas salas de aula, nas tarefas levadas para casa, ao ponto de, não raras vezes, encontrarmos, nas rodinhas de bate-papo e de recreações de nossas crianças, muitas delas, voluntariamente, encenando os diversos personagens que foram usados por Deus para realizar a Reforma da Igreja há tantos anos.

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Consequentemente, com a facilidade de aprendizado infantil, tornou-se rotineiro ouvir da boca de quase todas as crianças, e sem hesitação, o nome dos países que foram palco


da Reforma do século 16, como também, tornou-se comum encontrar uma ou outra criança se fazendo passar por Agostinho de Hipona, John Wycliffe, Jan Huss, Jerônimo Savanarola,

Martinho Lutero, Zuínglio, João Calvino, John Knox, entre outros, e, inclusive, contracenando com o vendedor de indulgências Johann Tetzel. E assim, capacitados pelo conhecimento adquirido nas aulas da EBD, os demais segmentos do Ministério Infantil se entregaram de corpo e alma na adaptação total de suas atividades anuais regulares, tornando-as completamente voltadas para o tema Reforma. O êxito do planejamento focado no tema levou o Ministério Infantil da IPN à participação maciça das atividades propostas pela Comissão Organizadora das comemorações dos 500 anos da Reforma, tais como do Momento Reforma no desenrolar dos Cultos Dominicais; da Conferência Missionária Infantil voltada para a história dos Reformadores e dos seus respectivos países; do Passeio Ciclístico; da Corrida Kids da Reforma e da Caminhada Evangelística; do Concurso Artístico e, por fim, do Musical da Reforma. Visando somente a glória de Deus, valendo-se somente da graça do Senhor, recebendo-a somente pela fé, unicamente pela mediação do Cristo vivo, que venham mais 500 anos de uma Igreja forte e que se reforma a cada dia, fundamentando-se sempre e somente na Escritura Sagrada. Que as nossas crianças guardem no coração todos os ensinamentos que lhes foram repassados e que os pratiquem ao longo dos seus dias, e que não se afastem do caminho, ainda quando forem velhas. Soli Deo Gloria! Aleluia! ◆

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Estátua de Jerônimo Savonarola, em Florença-Itália

UPA fala sobre

Jerônimo Savonarola:

um profeta a serviço de Deus O reformador ficou conhecido por suas profecias e por seus apelos de reforma da Igreja Católica

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IPN naReforma Padre dominicano e pregador em Florença Renascentista, Jerônimo Savanarola ficou conhecido por suas profecias, pela destruição de objetos de arte e artigos de origem secular e por seus apelos de reforma da Igreja Católica. Por sua atuação destacada na Reforma, Savonarola foi tema da União Presbiteriana de adolescentes (UPA) no Momento da Reforma em 4 de junho de 2017.

Jerusalém, o novo centro do cristianismo no mundo. Savanarola iniciou uma campanha contra as indulgências e contra a corrupção dentro da igreja, lembrada como a “fogueira das vaidades”. Foi nesse período que obras de arte, livros e objetos considerados como produtos da vaidade humana, luxo desnecessário ou de natureza imoral eram coletados e queimados publicamente.

Nascido em setembro de 1452 na cidade italiana de Ferrara, Savonarola teve uma juventude marcada pela seriedade. Educado pelo avô para ser médico, foi para a universidade com 18 anos, momento em que viu as imoralidades do mundo. Abismado com tudo, abandonou os estudos e entrou em um mosteiro dominicano de Bolonha.

Legado e morte Acusado de heresia, Savonarola foi queimado vivo em 1498. Sob tortura, confessou que havia inventado suas visões e profecias e, em 23 de maio, a Igreja Católica, juntamente com autoridades civis, condenou o reformador e outros dois frades à morte por enforcamento e a serem queimados em praça pública.

No final do século 13, a Igreja Católica estava em seu ápice de riqueza e poder. Porém, foi nessa época que seu declínio moral e de poder começou. Alguns dos motivos foram as forças externas ao papado e a ideia comum que atacou a administração – ideia de beneficiar aqueles que lideram. Em 1495, Florença se recusou a participar da Santa Liga do Vaticano para se opor à invasão francesa. Diante da recusa, Savonarola foi convocado pelo papa Alexandre VI a comparecer em Roma, mas se recusou e continuou a desafiar o papa pregando sob proibição e declarando Florença uma nova

Durante sua campanha reformadora, Savonarola recebeu apoio de jovens seguidores que passaram a ser conhecidos como piagnoni (ou chorões), que tentaram manter a sua política durante o século seguinte, movimento que foi desmantelado pelo restabelecimento dos Médici no poder. Savonarola foi um dos precursores de Lutero, pois os dois buscavam uma pureza da igreja a exemplo do período apostólico, sendo muitas vezes comparados como reformadores similares por terem muitas interpretações bíblicas parecidas. ◆

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Grupo Mais Amigos aborda

João Calvino e seus amigos pelo mundo Jovens adultos da IPN falaram sobre o reformador e a importância de pessoas próximas em momentos difíceis de sua vida


IPN naReforma A vida de um dos grandes nomes da Reforma Protestante foi o tema do Momento da Reforma em 2 de julho de 2017. Coube ao grupo Mais Amigos (jovens adultos da IPN) falar um pouco sobre João Calvino, a importância de seus amigos em momentos difíceis e na partilha por esse reformador da palavra e da fé cristã. Priscila da Silva, presidente do grupo de jovens adultos, participou do momento. Calvino nasceu em 10 de julho de 1509, em Noyon, situada na Picardia, região da França. Seu pai se chamava Gérard Cauvin e sua mãe, Jeanne de La Franc. Ficou órfão de mãe aos 6 anos de idade e, ainda na adolescência, foi enviado a Paris para estudar teologia, onde, mais tarde, tomou contato com as ideias de Martinho Lutero. Em 1529, em obediência ao pai, trocou Paris por Orléans, e a teologia pelo direito. Depois de formado, voltou à Paris e à teologia. Em 1534, foi perseguido e teve que abandonar a capital francesa. Em meados de 1536, publicou a primeira edição de As Institutas. Farel, o amigo do peito Após sua saída de Paris, Estrasburgo ou Basileia pareciam lugares possíveis de moradia fixa. Ambas ofereciam condições ideais para o plano de atividades intelectuais e eram redutos de reformadores foragidos. Calvino pensava em aperfeiçoar As Institutas, mas Deus tinha outros planos para sua vida. O caminho mais curto para Estrasburgo estava impedido. Desferiam-se batalhas entre

os dois poderes em luta na época: o Imperador Carlos V e o Rei Francisco I da França. Foi necessário, então, passar por Genebra. Ao saber da presença de Calvino na cidade, Farel dirigiu-se imediatamente à procura do reformador. Para ele, a presença de Calvino era uma resposta às suas orações. Natural de Gap, região da França, Guilherme Farel é descrito pelos historiadores como um homem feio, de barba vermelha e cabelo indomável. Aproximadamente 20 anos mais velho que Calvino (nascido em 1489), possuía grande fervor religioso e uma fé inquebrantável. Assim como Calvino, não pôde ficar em Paris por causa da perseguição religiosa. Farel encontrava-se em Genebra com dificuldades em estabelecer definitivamente a igreja, sentindo-se insuficiente para tanto. Como Calvino se encontrava de passagem em Genebra, Farel dirigiu-se imediatamente ao seu encontro para convidá-lo a ficar, mas Calvino não tinha essa intenção, pois pretendia dedicar-se aos estudos e não queria aceitar, de maneira alguma, o convite do colega. Farel ficou impaciente com as desculpas de Calvino a ponto de ameaçá-lo, dizendo: “Deus amaldiçoe teu descanso e a tranquilidade que buscas para estudar, se, diante de uma necessidade tão grande, te retiras e te negas a prestar socorro e ajuda”. Amedrontado e fisgado por suas palavras, Calvino fica em Genebra. Em 1538, porém, Calvino e Farel são derrotados e expulsos

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da cidade de Genebra. Os amigos se separam e Calvino segue, finalmente, para Estrasburgo. Foi assim que se tornaram amigos íntimos pelo resto da vida, mantendo contato permanente por meio de cartas. O casamento de Calvino Martin Bucer, também reformador, foi outro amigo de Calvino. Não apenas por convidá-lo a Estrasburgo após sua expulsão de Genebra, mas também por apresentá-lo à sua futura esposa, a viúva Idalette de Bure. Em 14 de agosto de 1540, Farel, o outro amigo, abençoa a união entre Calvino e Idalette, descrevendo-a como uma mulher íntegra, honesta e bonita. Apesar da amizade verdadeira e totalmente sincera, Calvino não faz o mesmo por Farel, desaprovando o matrimônio do amigo. Três anos após a expulsão de Genebra, Calvino é convidado a retornar à cidade. Farel, amigo que não guarda mágoas, faz questão da volta de Calvino e o incentiva nesse grande ministério. Pierre Viret Natural de Orbe, na Suíça, Pierre Viret foi outro reformador que teve grande importância na vida de João Calvino. O suíço foi educado para o sacerdócio em Paris e passou pela mesma crise espiritual que Lutero ao perceber os erros da igreja face à Bíblia.

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Participou dos trabalhos de Farel em Genebra, onde foi envenenado e, apesar de não morrer por esse fato, teve sua saúde arruinada. Foi amigo de Calvino, com o qual manteve vasta correspondência, portadora de mútuo conforto e de confidências íntimas em momentos difíceis na vida de ambos.


Farel apelando a Calvino para que vá para Genebra dar continuidade à Reforma naquele país. – Desenho em grafite de Renato Carvalho

A morte de Calvino Quando Calvino já estava muito doente, escreve a Farel: “Adeus, meu melhor e mais verdadeiro irmão. Desde que é a vontade de Deus que permaneça depois de mim neste mundo, vivo lembrando de nossa amizade, que foi útil à Igreja de Deus, de modo que os seus frutos nos aguardam nos céus. Peço-lhe que não se fatigue por minha causa. Tenho dificuldade em respirar e a qualquer momento darei meu último suspiro. É bastante que eu viva e morra em Cristo, que é a compensação dos seus seguidores, tanto na vida, como na morte”. Bastante idoso, Farel contraria os conselhos do amigo e vai ao seu encontro no leito de morte. Farel morre não muito tempo depois de Calvino. A amizade entre eles é descrita como pura e sem vaidade.

Quando Idalette, após o nascimento prematuro do filho, esteve gravemente enferma, Calvino foi para a casa de Viret a fim de cuidar da saúde e se recuperar. Quando Viret passou pelo doloroso golpe de perder a esposa, Calvino, imediatamente, o convidou a Genebra para descansar em sua casa e refazer-se da grande provação.

Theodoro de Beza Theodoro de Beza foi discípulo e sucessor de Calvino após a sua morte. Era homem de fé, compassivo, perseverante e dedicado ao seu trabalho. Em Genebra, foi reitor da academia fundada por Calvino. Dali partiram seus ex-alunos, levando a influência calvinista por toda a Europa. Coube a Beza, por sua própria iniciativa, escrever a primeira biografia de Calvino, importante fonte de informações aos que estudam a vida do reformador e a sua obra em Genebra. ◆

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Corrida e Caminhada

Evangelística

Centenas de pessoas participaram do evento esportivo promovido pela IPN em comemoração aos 500 anos da Reforma. Trabalho evangelístico também foi realizado durante a corrida

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Esporte nas comemorações A união, a comunhão e a celebração por meio do esporte também marcaram as comemorações alusivas aos 500 anos da Reforma Protestante. Centenas de adultos, crianças e até famílias inteiras participaram da Corrida e Caminhada Evangelística realizadas em 19 de agosto de 2017, evento organizado pela Igreja Presbiteriana Nacional e pela Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília.

Classificação final: Feminino 1º - Caroline Coité Rodrigues 2º - Clébia Fernandes de Freitas 3º - Clarisse Lacerda Mata

As crianças tiveram paticipação especial na Corrida e na Caminhada Evangelística

Masculino 1º - Jaime Antonio Jardim 2º - Reginaldo Rogério Dias da Silva 3º - José das Neves Pereira Júnior

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Os participantes, divididos em dois grupos, percorreram cinco quilômetros nas modalidades de corrida ou caminhada, além de trajetos curtos para as crianças. Muito mais que uma competição, a corrida teve como objetivo mostrar à população a importância da Reforma no comportamento da igreja e na vida de milhões de pessoas ao redor do

mundo. “Além de toda mudança de cunho religioso, a Reforma Protestante trouxe transformações em aspectos como o social, econômico, filosófico e político. Um dos pontos maiores foi a ênfase da importância do indivíduo como agente responsável diante de Deus e do mundo. Esta corrida foi uma forma de relembrarmos a Reforma e de,

Participantes percorreram 5 quilômetros nas modalidades Corrida e Caminhada

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Prova de corrida masculina foi vencida por Jaime Antônio Jardim


Prova infantil foi disputada no estacionamento da Igreja Presbiteriana Nacional, em trajetos curtos

principalmente, mostrarmos a importância desse marco na vida da igreja e de todos nós”, comentou o Rev. Obedes Cunha Junior. Cerca de 300 pessoas percorreram cinco quilômetros, com a largada no estacionamento da IPN. Os participantes correram até o Nicolândia Center Park e voltaram para a Igreja

Presbiteriana. Durante a corrida, membros da IPN realizaram um trabalho de evangelismo no Nicolândia, onde falaram de Deus e entregaram Bíblias às pessoas. Como premiação, todos os participantes receberam uma medalha personalizada logo após completarem a prova. Os vencedores nas categorias feminina e masculina receberam um troféu. ◆

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Batalha espiritual: Deus, Anjos e Demônios Presb. Éber Ávila Missionária Ana Maria Costa Professores da Escola Bíblica Dominical

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Artigo O curso de Batalha Espiritual fez parte do currículo da Escola Bíblica Dominical da Igreja Presbiteriana Nacional em 2017, quando se comemoraram os 500 anos da Reforma Protestante. Por que esse curso fez parte desse currículo e qual o legado dos reformadores em relação a esse tema? O que, a princípio, pode parecer-nos sem uma conexão direta vai se confirmar que, na realidade, o tema sobre a Batalha Espiritual tem estreita ligação com o ensino dos reformadores. O termo “Igreja Militante”, cunhado no período desses homens, vem retratar como devemos participar dessa luta durante o período em que labutamos nesta vida. O próprio Martinho Lutero tinha uma concepção clara dessa luta. É sua a seguinte frase: “Por isso os cristãos devem estar preparados e diariamente à espera de que seremos continuamente atacados, para que ninguém ande por aí seguro de si e despreocupado como se o diabo estivesse longe de nós. Devemos, ao contrário, estar em toda parte à espera de seus golpes e apará-los. Pois, se agora sou casto, paciente, amável e estou firme na fé, pode ser que ainda nesta hora o diabo me crave no coração tal seta, que mal fique de pé. Pois o inimigo é tal que jamais desiste ou cansa. Pois ele (o diabo) tem cabeça de serpente, que, se dá com fresta por onde possa insinuar-se, desimpedidamente segue o corpo inteiro. A prece (oração), porém, pode resistir-lhe e fazê-lo recuar”. O seu mais famoso hino retrata essa luta contra as forças infernais que nos atacam

com fúria pertinaz, mas o Castelo Forte, que é o nosso Deus, espada e bom escudo, defende os seus em todo transe agudo. João Calvino, escritor de As Institutas, no seu Volume I, faz uma abordagem dessa luta contra os seres diabólicos. Ele retrata tanto as ciladas e maquinações do nosso grande inimigo, chamado príncipe deste mundo, como também apresenta o ensino bíblico para que nos revistamos da Armadura de Deus. A vasta literatura dos puritanos mostra a sua preocupação com o tema da Batalha Espiritual. O famoso livro de John Bunyan, O Peregrino, apresenta “uma narrativa muito gráfica e maravilhosamente pictórica das ciladas do diabo”. Richard Sibbes escreveu O Conflito da Alma, Bruised Reed A Cana Quebrada e Robert Bolton Consolando Almas Aflitas. Lloyd-Jones cita que, desde 1880, pouquíssima literatura dessa espécie tem sido produzida. A armadura de Deus deve ser tomada para resistirmos no dia mau. Todos nós passamos pelo dia mau. Satanás desfere golpes tortuosos sobre nossa vida, procurando nos desanimar. As tribulações sempre existem na vida dos crentes. Devemos aprender com elas. No entanto, existem dias que nós imaginamos que não vamos suportar – uma tristeza profunda de alma. Eventualmente uma doença, uma crise financeira, a perda de um ente querido, uma grande desilusão podem nos levar a um dia mau. “Os puritanos do século 17 chamavam esses dias maus de ‘a noite

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da alma’. Diziam que eram ocasiões em que Deus permitia que o diabo viesse com toda sua força para testar a segurança, a firmeza e a sinceridade do crente, fazendo-o passar pela peneira.” Um dos grandes legados da Reforma que definem seus princípios fundamentais ou as proposições teológicas que serviram como pilares desse movimento são os chamados Cinco Solas, que sintetizam o credo dos teólogos protestantes. Através deles o povo de Deus é instruído a buscar as verdades na

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fonte correta, a Palavra de Deus, por meio de Cristo somente, alcançados pela graça misericordiosa de Deus, por intermédio da fé e para a glória de Deus unicamente. Existe uma estreita ligação desse ensino com aquele apresentado pelo apóstolo Paulo para que possamos ficar firmes contra as ciladas do diabo e nos protegermos dos ataques das forças espirituais do mal, qual seja, o uso de toda a Armadura de Deus. As peças dessa armadura retratam a necessidade de nos firmarmos na verdade,


que é Cristo, a verdade do Evangelho, a sã doutrina; iluminados os olhos do nosso coração, para vermos o poder da justificação e o seu efeito no livramento dos nossos pecados, mediante a graça de Jesus, através da qual temos plena paz com Deus; o escudo da fé, que é a infalível confiança em Deus; a salvação recebida de forma gratuita e que nos traz a paz e a confiança; a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Tudo isso deve ser feito para a glória de Deus, regozijo dos crentes mediante uma vida devocional e de oração.

Vemos, assim, que o direcionamento, a vertente do ensino reformado pelos Cinco Solas, tem o mesmo viés do ensino da Batalha Espiritual, como sendo de defesa contra os ataques do inimigo e de proteção contra as forças do mal. Portanto, é completamente pertinente e justificável a abordagem do ensino da Batalha Espiritual no ano da Reforma Protestante. Ainda mais diante dos avanços da igreja contemporânea tratando do mesmo tema com algumas abordagens equivocadas e sem o devido respaldo bíblico. ◆

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Após a escuridão,

vem a luz

Seminarista André Dantas enfatizou a importância da Reforma Protestante no cristianismo ocidental ao trazer novamente a luz do evangelho que ilumina aquele período de escuridão


IPN naReforma O Muro dos Reformadores, no Parc des Bastions em Genebra-Suíça

Marcada pela grande transformação religiosa da época moderna, quando rompeu com a unidade do cristianismo no Ocidente e alterou de forma radical a estrutura eclesiástica, a Reforma Protestante se transformou em um marco, propondo reformas profundas na igreja católica. Sob esse foco, o seminarista André Dantas enfatizou a importância desse marco durante culto realizado em 29 de janeiro de 2017, enaltecendo um dos lemas mais conhecidos da Reforma: “Após a escuridão, vem a luz”. O lema traz à tona o impacto da Palavra de Deus na conversão e na pregação de João Calvino. Segundo André, o evangelho da graça esteve tão aprisionado pelo clero, que, quando começou a se libertar, moldou toda a perspectiva de Calvino sobre a vida e seu ministério. Esse, aliás, foi o motivo pelo qual ele criou o lema: Post Tenebras Lux – Depois da Escuridão, Luz. “Mas nem sempre foi assim. Após horas trágicas e sangrentas em diversas lutas pela sua independência por quase dez anos, Genebra, em 1526, vê a esperança emergir com a aliança formada entre Berna e Friburgo. Sem ser capaz de prever o que iria acontecer no futuro, lançaram um lema baseado em Jó 17.12, que diz: Post Tenebras Spero Lucem (Após a escuridão eu espero por luz)”, relata o seminarista.

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Em seu primeiro trabalho como pastor, Calvino não foi apenas rejeitado, mas também teve tudo aquilo que acreditava e trabalhava recusado. Passou a pastorear uma pequena igreja para refugiados franceses em Estrasburgo, e nos três anos em que ficou ali casou-se, escreveu alguns livros e aproveitou sua vida, momento em que cartas começaram a chegar a sua casa. Os anciãos imploravam para que ele voltasse e todas as cartas que Calvino recebia traziam o famoso lema da cidade: Post Tenebras Spero Lucem. No momento em que aceitou o convite, em sua resposta ao conselho dos anciãos da cidade de Genebra, ele terminou sua carta com um novo lema: Post Tenebras Lux. “A Reforma assinalou o momento quando a luz do evangelho iluminou aquele período obscuro. E aí, este lema fez total sentido.”

Tal sentido foi exemplificado pelo seminarista com a leitura de João 13.8, onde se lê: “Falou-lhes, pois, Jesus, outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” André explica: “O versículo nos fala de luz. E assim como a Reforma falou sobre essa luz, hoje precisamos pensar sobre ela. Tenebras et Lux (Trevas e Luz). Este é um tema presente em toda a Bíblia. Enquanto o mundo acha que encontrará a luz ao se distanciar da Palavra, satisfazendo seus desejos fúteis e individualistas, na Bíblia vamos encontrar a verdadeira luz. A Reforma nunca foi sobre homens, mas sobre o Deus daqueles homens. A igreja que se encontrava em trevas viu novamente luz quando a palavra de Deus foi devidamente seguida e considerada, e é isso que precisamos buscar: a luz de Cristo”, finaliza André Dantas. ◆

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João 13.8

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A disciplina puritana da oração em família - John Faed (1819-1902). A noite de sábado do lavrador. Gravura. Museu Burns House, Mauchline, Escócia - Reino Unido.

Ministério de Administração

explica quem foram os puritanos Autor da Confissão de Fé de Westminster, o movimento tentou promover uma reforma na igreja nacional e exerceu um estilo de oração e pregação que teve grande influência na Inglaterra

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IPN naReforma Os puritanos foi o tema abordado pela Secretaria de Administração em 3 de setembro de 2017, durante momento da Reforma. Filhos legítimos da Reforma Protestante, os puritanos tentaram produzir uma reforma na Igreja nacional. Em sua existência, entre os séculos 16 e 18, o movimento não foi bem-sucedido na tentativa de reformar a Igreja, contudo exerceu um estilo de oração e pregação que teve grande influência na Inglaterra, além de ser o responsável pela elaboração da Confissão de Fé de Westminster. Na Inglaterra, a mentalidade de “purificação” já existia desde o século 14, ampliada depois da Reforma, na época do puritanismo, que propunha uma reforma completa na igreja e que iniciou-se durante o reinado de Elisabete I (1558), sendo uma versão militante da fé reformada ou protestante. De origem calvinista, a teologia puritana tornou- se a principal tradição religiosa dos Estados Unidos da América, enfatizando a necessidade de pureza e integridade no indivíduo, na igreja e na sociedade. A busca puritana resultou no descarte de elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais conflitantes com a simplicidade e com a “pureza” bíblicas. Segundo o Rev. Marcos Alexandre, puritano era um apelido jocoso colocado pelos inimigos do movimento para ironizar o seu ideal. “O puritanismo não era um momento denominacional, mas, sim, um movimento dentro da igreja da Inglaterra. Eles queriam uma reforma completa, por isso a famosa constatação de que, na verdade, a igreja inglesa da época teria parado entre Roma e Genebra. Reformou-se, mas não completamente”, relata o pastor, acrescentando que foram eles os idealizadores da Confissão de Fé de Westminster, que seguimos até hoje, tamanha a sua fidelidade ao texto bíblico, no qual se fundamenta. ◆

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Passeio ciclístico no Eixão

comemora 500 anos daReforma

O evento contou com mais de 200 participantes, que percorreram cerca de dez quilômetros de bicicleta. Durante o passeio, literatura bíblica foi distribuída aos que passavam pelo local

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Evangelismo no Eixão O esporte também foi utilizado para divulgar os 500 anos da Reforma Protestante. Em outro evento em comemoração à data, mais de 200 pessoas participaram do Passeio Ciclístico da Reforma. A atividade, realizada em 15 de novembro de 2017, e reuniu membros da Igreja Presbiteriana Nacional e convidados, que percorreram cerca de dez quilômetros no Eixão Sul.

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Para o pastor Marco Baumgratz, o evento foi uma oportunidade de comunhão da igreja em torno da herança teológica e espiritual da Reforma que chega até nossos dias. “Foi uma forma de marcarmos esse acontecimento histórico que completa 500 anos, de estarmos juntos portando estas

camisetas que falam do impacto da Bíblia Sagrada no mundo e de testemunharmos a nossa identidade reformada e protestante nos dias de hoje. Em comunhão, pudemos testemunhar e agradecer a Deus por essa herança que temos como protestantes e reformados”, comenta.

Pastores e membros da IPN falaram da importância da Reforma à população

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Durante o evento, um grupo musical apresentou diversas melodias que fizeram parte do repertório da Reforma, em uma tenda montada em frente ao Banco Central. Literatura evangélica foi distribuída entre os participantes do passeio, bem como folhetos evangelísticos entre

os que se exercitavam por ali. “Além de mostrar à população de Brasília todo o significado da Reforma Protestante, tivemos a oportunidade de evangelizar e testemunhar o que Deus tem feito em sua Igreja nestes 500 anos”, finaliza o reverendo Marco. ◆

Grupo apresentou músicas do repertório da Reforma

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Calvinismo,Trabalho e Dinheiro: esperança em tempos de crise Diác. Denis Netto Diác. Igor Calvet

Professores da Escola Bíblica Dominical

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Artigo Trabalhar, acumular, poupar, gastar. Verbos corriqueiros para todos, cristãos e não cristãos. Ações que, de tão comuns, passam despercebidas no exercício de nossa espiritualidade. Afinal, aprendemos, desde cedo, a compartimentalizar nossa fé, como se o mundo do trabalho, das artes e das ciências, por exemplo, não dialogasse com a fé em Cristo Jesus. Como nos ensinou, entretanto, o apóstolo Paulo, em Cristo “vivemos, nos movemos, e existimos” (Atos 17.28). Atribui-se a Abraham Kuyper, teólogo e político holandês, uma assertiva profundamente real: “Não há um único centímetro quadrado, em todos os domínios de nossa existência, sobre os quais Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: isso é meu!”. Certos de que necessitamos do auxílio perene das Escrituras para nos guiar em um mundo desbussolado, aprendemos que, assim como nos primórdios da Reforma Protestante, a Sola Scriptura é o caminho mais seguro a nos guiar neste mundo consumista e materialista, regido pela fé no indivíduo. Diante da renovação espiritual, proporcionada pela Reforma, vários teólogos puderam experimentar o transbordar da fé em Cristo em todas as áreas da vida, incluindo a economia, a administração pública e as artes. Para entender as múltiplas conexões entre o calvinismo, o trabalho e o dinheiro, precisamos percorrer os pilares da cosmovisão cristã. A tríade “Criação, Queda e Redenção”, nesse sentido, nos guia por toda essa jornada. Afinal, todas as coisas foram criadas boas, mas foram deformadas pelo pecado e, agora, precisam ser reformadas em Cristo. Isso inclui, certamente, o trabalho e o dinheiro. Aprendemos que Deus continua trabalhando, ainda que o trabalho tenha se tornado penoso após o pecado (Gn 3.17). Aliás, o próprio Jesus nos afirmou: “Meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). O trabalho, ao contrário do que é apregoado pela visão utilitarista do mundo, é o gasto

Teólogo e político holandês, Kuyper afirmava que Cristo é soberano sobre tudo

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de energia (manual, intelectual, ou ambas) no serviço a outros, levando realização ao que o consuma, benefício à comunidade e glória a Deus. O trabalho é dom de Deus, e não uma maldição, e deve estar vinculado à nossa vocação. Se trabalhar está, necessariamente, vinculado à vocação dada por Deus a cada um de nós, devemo-nos recordar que, assim como Deus na criação, o trabalho está atrelado também ao descanso.

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A visão bíblica nos lembra que o trabalho é dom e que o descanso é não apenas a ausência de trabalho (aergos, no grego), mas um esforço de nos mantermos na dependência fiel de Deus, certos de que sua graça e providência nos alcançarão, a despeito de qualquer de nossas realizações. É difícil para o mundo crer nessas verdades. Afinal, somos diariamente medidos por aquilo que pretensamente


“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” Timóteo 6.10

realizamos e conquistamos. A visão de que o trabalho é dádiva e de que busca, em última instância, a glória de Deus, e não a do próprio homem, é disruptiva, soa estranho aos ouvidos do mundo. Some-se a isso a verdade bíblica do descanso e teremos um eco de contraculturalidade. Não seria diferente com o dinheiro, que deve servir a Deus e aos seus propósitos. O amor ao dinheiro, e não o próprio dinheiro, é a raiz de todos os males (1 Tm 6.10). O pecado atingiu, sem dúvidas, nossa relação com o dinheiro. Assim, a reforma, em Cristo, dessa relação deve ser perseguida por todos os cristãos. Ora, o ensino bíblico é de que grande fonte de lucro é a piedade com contentamento (1 Tm 6.6) e de que toda boa dádiva vem de Deus (Tg 1.17). Nossos dons e talentos, incluindo “nossos” recursos, devem glorificar a Deus. Muitos outros temas decorrem dessa perspectiva reformada sobre trabalho e emprego. A ganância e o consumismo, por exemplo, se justificam pela ausência de uma cosmovisão correta sobre o trabalho e as recompensas dele advindas. Não podemos nos esquecer, entretanto, que, para além da dimensão individual, o evangelicalismo brasileiro está eivado de uma cosmovisão que confronta o real ensino da Palavra. A emergência da teologia da prosperidade, a proliferação de igrejas empresariais, ou a “opção preferencial pelos pobres” denotam a necessidade de uma cosmovisão bíblica, abrangente e que, acima de tudo, glorifique a Deus. ◆

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Sola Scriptura: em um mundo plural, onde está o evangelho?

Com uma verdadeira exortação à igreja de Jesus, David Marestegão, seminarista do Seminário Presbiteriano de Brasília, trouxe uma mensagem importante para os dias atuais

Localizado na praça “Lutherplatz”, Alemanha, essa é o maior monumento a Martinho Lutero, frade e teólogo alemão, principal responsável pela reforma.


IPN naReforma Com mensagem do seminarista David Marestegão, em 12 de março de 2017, os membros da Igreja Presbiteriana Nacional foram exortados a partir das palavras do apóstolo Paulo à igreja da Galácia, pelos quais os advertia a viverem intensamente o genuíno Evangelho da Cruz (Gálatas 1.6-9). Marestegão falou sobre o combate aos maus ensinamentos pregados aos homens nos tempos antigos e atuais. Fazendo uma alusão ao combate doutrinário protagonizado por Martinho Lutero às práticas anticristãs da velha igreja católica medieval, o pregador clamou aos presentes para que, no período atual, vivessem e testificassem em suas ações diárias o evangelho genuíno de Jesus. “Devemos nos lembrar de que precisamos retornar ao Evangelho. Em épocas de apostasia, devemos buscar nas Escrituras a genuína fé. A má compreensão do Evangelho gera heresias”, exortou o seminarista. Ele, então, a partir do estudo do texto bíblico aos Gálatas, elencou as características do verdadeiro Evangelho. Para ele, a graça de Cristo é revelada por meio do Evangelho, e é nessa maravilhosa graça que Deus convoca os homens à salvação. O Evangelho é o chamado de Deus a todos os homens sem distinção de raça, língua ou condição social. É a graça de Deus anunciada a todos, eficaz e irresistível no coração dos eleitos de Deus. Foi ressaltado, ainda, que não há outro Evangelho. Isto porque Deus concedeu somente um Evangelho pelo qual tornou conhecida a sua graça pela oferta do seu Filho Unigênito. Aos Gálatas, o apóstolo Paulo demonstrava que havia, entre os cristãos, corruptores do Evangelho de Cristo. Essas pessoas estavam perturbando a igreja com um pseudoevangelho. Por isso, a defesa do Evangelho que ele fez ali foi tão veemente. O que Paulo estava escrevendo era o que já havia sido ensinado antes: qualquer outra doutrina que tentasse se passar pelo Evangelho deveria ser considerada maldita e ser combatida pelos genuínos cristãos, ainda que o apóstolo ou mesmo um anjo fossem mensageiros desse Evangelho adulterado. ◆

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ConcursoArtístico

descreve aReforma por meio da arte A atividade incentivou a igreja a refletir pela construção criativa de frases, cartazes e maquetes, quanto a importância do legado da Reforma para os cristãos reformados

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Arte naReforma Com o tema Reforma Protestante, a Igreja Presbiteriana Nacional realizou, em 2017, um concurso artístico, com o objetivo de incentivar a Igreja à reflexão pela construção criativa de frases, cartazes e maquetes, quanto a importância do legado da Reforma para os cristãos reformados. Contando com a participação de crianças, adolescentes, jovens e adultos, os trabalhos privilegiaram os pré-reformadores, os reformadores e a sociedade da época em conexão com a vida contemporânea em nosso mundo.

Kleber Eduardo Gutierres venceu na categoria Frases

Avaliando cada trabalho a partir de critérios estipulados no regulamento do concurso, como o atendimento ao padrão regulamentar, respeito aos objetivos do concurso, atendimento das especificações técnicas, e criatividade, a comissão julgadora definiu

Flavia e Adelaide fizeram parte da comissão julgadora

Vários trabalhos foram entregues à comissão do concurso artístico da IPN

Silvia Carvalhêdo ficou em terceiro lugar em Cartazes

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como vencedores: Kleber Eduardo Bull Gutierres, na categoria Frases; Raquel Coimbra Tedesco, na categoria Cartazes; e Ana Paula Severo Alves Dias, Jeferson Garcia e João Paulo Dias na categoria Maquete. Cada um foi premiado com uma Bíblia de Lutero e um troféu. Para a museóloga Daniella Demathei do Valle, que fez parte da comissão julgadora, o concurso deu a oportunidade aos participantes de vislumbrarem a Reforma sob uma ótica mais artística, além de incentivar a criatividade e atingir as diversas faixas etá-

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rias da igreja. “Nós, da comissão julgadora, tivemos o privilégio de analisar os trabalhos enviados e ficamos muito satisfeitos com o resultado. Participaram do nosso concurso pessoas desde o Departamento Infantil até a maturidade, sempre com trabalhos feitos com muita dedicação, seriedade e, principalmente, visando demonstrar o legado da Reforma Protestante nos dias de hoje”, ressalta Daniella. E a idade não foi barreira. Participando da modalidade Cartazes, Catarina Guimarães Oliveira, de sete anos, ficou em segundo lugar


com a apresentação de um cartaz mosaico. “Participar deste concurso foi muito legal porque aprendi um pouco sobre a Reforma Protestante e ainda fiz um trabalho bonito sobre este tema, que foi tão importante para nós.” Premiação do Concurso Artístico Frases 1º Lugar: Kleber Eduardo Bull Gutierres 2º Lugar: Raquel Coimbra Tedesco Cartazes 1º Lugar: Raquel Coimbra Tedesco (cartaz reformadores) 2º Lugar: Catarina Guimarães Oliveira (cartaz mosaico) 3º Lugar: Silvia Cássia Carvalhêdo Cunha (banner) Maquete Ana Paula Severo Alves Dias Jeferson Garcia Oliveira João Paulo Gouveia Dias ◆

Catarina Guimarães ficou com o 2º lugar na categoria Cartazes

João Paulo e Ana Paula Severo Alves foram premiados na categoria Maquete

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Sacerdócio universal dos crentes Presb. Gilberto Pacheco Fábio Noronha Professores da Escola Bíblica Dominical

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Artigo

Entre os mais importantes princípios defendidos na Reforma do século 16 está o “Sacerdócio Universal dos Fiéis” ou “Sacerdócio de Todos os Crentes”. O Novo Testamento afirma que somos todos “sacerdócio santo”, chamados para oferecer “sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”. Tanto podemos então comparecer livremente à presença de Deus por meio de Jesus, como também somos sacerdotes uns dos outros para interceder, servir e abençoar nossos irmãos. Como seus servos e falando à luz da Palavra, Deus nos desafia a servi-lo e a servir sua Igreja de modo agradável, a trabalhar em unidade na condição de verdadeiro Corpo de Cristo e a lidar com as dificuldades relacionais próprias de uma comunidade já redimida, mas ainda pecadora. O apóstolo Paulo explica que a ideia de um Cristo crucificado era “escândalo para os judeus, loucura para os gentios”. Os que seguiam a Jesus foram rotulados como cristãos, ridicularizados como tolos pelos gentios e denunciados como hereges pelos judeus. O que começou como escândalo, loucura e vergonha, em pouco tempo tornou-se emble-

ma de honra. O cristão passou a ser identificado como discípulo de Jesus, como um leal e incondicional seguidor. Assim, quando nos designamos como cristãos, proclamamos ao mundo que tudo a nosso respeito, inclusive nossa própria identidade, encontra-se em Jesus, porque temos negado a nós mesmos para segui-lo. Ele é o nosso salvador e soberano. Nossas vidas se centralizam em agradá-lo. Reivindicar esse título significa dizer como Paulo: “O viver é Cristo, e o morrer é lucro”. Pedro vai além e afirma que nós somos sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva, com o propósito de proclamarmos as boas novas de Cristo Jesus. Embora o Velho Testamento apresente claramente a noção de um ofício sacerdotal exercido por homens da tribo de Levi em benefício do povo de Israel, existem passagens que antecipam um entendimento mais amplo dessa função. No livro de Êxodo, Deus diz que, se ouvirmos a sua voz e guardarmos a sua aliança, seremos propriedade particular dEle, seremos reino de sacerdotes e nação santa. Isaías afirma que seremos chamados de sacerdotes, ministros do Senhor.

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No Novo testamento, Paulo nos chama a uma vida de santidade, de renovação diante de Deus, para experimentarmos a boa, agradável e perfeita vontade dEle. E Pedro nos compara a templos vivos do Espírito Santo, capazes de oferecer sacrifícios espirituais. Na obra sacerdotal de Cristo, todos nós, que o aceitamos como Senhor e Salvador de nossas vidas, fomos feitos sacerdotes do Deus Altíssimo. Isso quer dizer que não precisamos passar por um sacerdote humano para chegar a Deus e que todas as funções do sacerdócio da antiga dispensação concentram-se em Jesus e são por Ele transformadas, e que Ele, Cristo, é o único mediador entre Deus e os homens. Cristo, o Sumo Sacerdote, é o representante de Deus entre os homens e o representante dos homens perante Deus. Ele é, de forma definitiva e totalmente eficaz, ao mesmo tempo, o sacerdote e o sacrifício; motivo pelo qual, quando João vê Jesus se aproximando, exclama: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado no mundo”. Os cristãos servem e ministram uns aos outros. Não apenas os pastores, pregadores, líderes, mas todos nós, como crentes, podemos e devemos exercer um sacerdócio mútuo dentro da comunidade cristã, atraindo uns aos outros a um íntimo relacionamento com Deus. Jesus nos ensina como segui-lo, de forma ativa e participativa, para que tenhamos vida

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em abundância, de boa qualidade e intensa. Os nossos dons e talentos devem estar à disposição da igreja, Corpo de Cristo, para a edificação e expansão do Reino de Deus. Se compreendermos e vivermos essa realidade, nosso conceito de evangelização sofrerá profunda modificação. Entenderemos que a evangelização é muito mais do que a anunciação oral. A evangelização será a expressão vívida do amor de Deus aos homens, expressão que fluirá naturalmente de nossas vidas. Ser sal da terra e luz do mundo passa a ter um sentido mais profundo e mais genuíno, porque estaremos pensando e vivendo com integralidade o projeto de evangelização, cumprindo o IDE de Deus. É fundamental que haja, na igreja, uma interdependência de dons, pela qual todos se complementem como membros do Corpo de Cristo. Queremos ser um povo impactado pela intimidade com Cristo? Eis aqui a real possibilidade de conseguirmos. Tudo é feito para a glória de Deus. Ser cristão é ter consciência do chamado de Deus e exercer, com maturidade e comprometimento, os nossos dons e talentos no cumprimento da obra que nos foi proposta. Agindo assim, não há lugar no mundo onde não se consiga pregar as boas novas de salvação, seja pela palavra, pelo testemunho ou pelo serviço. Só a igreja tem a mensagem libertadora e salvadora do evangelho. Nós somos arautos de Deus proclamando ao mundo a obra redentora de Cristo. ◆

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UmRenascer:

A saga dos reformadores no retorno à

Palavra de Deus Musical fez uma volta ao século 16 e mostrou a história de homens comuns como Wycliffe, Huss, Lutero, Calvino e Knox em defesa da verdade. A apresentação retratou atos cometidos em nome de Deus, ressaltando a libertação dos reformadores, a busca pela verdade e o retorno à Palavra


Em meio a um período marcado pelo obscurantismo, quando a Palavra de Deus era substituída pela autoridade e pela tradição da Igreja Católica e do clero, um movimento reformador cristão no início do século 16, protagonizado por Martinho Lutero, trouxe luz a um período conhecido como Idade das Trevas. Foi nesse contexto que a Igreja Presbiteriana Nacional apresentou, em 28 e 29 de outubro de 2017, o musical “Um Renascer: A saga dos reformadores no retorno à palavra de Deus”. Escrito pela musicista Janice Gennari em comemoração aos 500 anos da Reforma Protestante, o musical fez uma volta ao século 16, trazendo à tona toda deturpação, corrupção, mentiras, abusos, contradições, e anseios por acúmulo de dinheiro e poder, cenário encontrado no período Pré-reforma. Nesse contexto, lembra Janice, homens comuns como John Wycliffe, Jan Huss, Martinho Lutero, João Calvino e John Knox, mesmo vivendo em épocas e lugares diferentes,


são encontrados em defesa da verdade e, apesar de enfrentarem todos os perigos que envolviam sua consciência e fé, passam a lutar pelo retorno à Palavra de Deus. “Esses reformadores viveram em um cenário repleto de corrupção, deturpação da palavra de Deus e tantos outros desafios, mas mesmo diante de tudo isso, trouxeram a verdade de volta para o mundo. Este musical quis mostrar um pouco disso e trazer à memória todo aquele contexto histórico, o que cada um fez e contextualizar com a nossa época, para

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Musical

que cada um possa procurar por uma transformação e pelo retorno à Palavra de Deus”, lembra Janice.

Projeto arrojado

Para que o projeto saísse do papel e chegasse ao palco, cerca de 170 componentes do elenco ensaiaram durante seis meses. Além disso, uma orquestra formada por 29 músicos e equipes distribuídas para organizar a iluminação, maquiagem, filmagem, produção, figurino, som, cenário, contrarregragem e logística foram utilizadas nas duas apresen-

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tações. Responsável pela orquestração, preparação musical e regência, Simone Rezende Moraes relata que participar da preparação do musical foi uma experiência extremamente gratificante e engrandecedora no aspecto pessoal, espiritual e profissional. “Foi um trabalho especial porque pude traduzir em notas todo sentimento e expressividade que aquele momento trouxe para a história. Esse projeto também uniu a igreja em torno da preparação, no qual todos puderam dedicar seus talentos para trabalhar em várias áreas. Foi um trabalho primoroso, ao qual nos dedicamos integralmente”. Para a montagem das 23 cenas, mais de 130 personagens passaram por um processo de transformação. Para isto, a maquiagem e o figurino tiveram uma importância muito grande. Segundo Eliane Helena Bezerra Botelho, assistente de figurino e maquiagem, quando se envolve um projeto como este, a pesquisa tem uma importância muito grande. “Foi feita uma pesquisa de época para começar a desenvolver o figurino. A partir daí, escolhemos a paleta de cores, os tecidos”, lembra Eliane, complementando que apesar do tempo recorde e de toda complexidade do projeto, o resultado foi positivo. “O figurino e a maquiagem são fundamentais para contextualizar uma época, causa impacto. No final, você vê, consegue perceber o quanto são importantes”. ◆

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Para a montagem das 23 cenas do musical, mais de 130 personagens passaram por um processo de transformação, com a utilização de maquiagem e figurino de época. Devido à complexidade do projeto, uma pesquisa abrangente foi realizada para a composição do cenário e dos figurinos. Além disso, o projeto contou com uma orquestra formada por 29 músicos; além de equipes de iluminação, som, cenário, contrarregragem e logística.

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A IPN disponibiliza a apresentação completa do Musical no QR Code ao lado. Para acessar o conteúdo, basta ter um aparelho celular com um leitor de QR Code instalado. Para isso, é necessário baixá-lo na Play Store – Google Play (sistema Android) ou na App Store (dispositivos iOS, como iPad ou iPhone). Após instalado, aponte para o código ao lado e o conteúdo iniciará imediatamente.

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OFuturo da Igreja com aReforma

Rev. Obedes F. C. Jr. Pastor Presidente da IPN

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Artigo

Rev. Nathanael Emerick nos primórdios e com os primeiros membros da Igreja Presbiteriana Nacional

Pastores de igrejas reformadas se esmeram para buscar na história passada os fundamentos para suas igrejas no presente. Poucos, porém, estão com os olhos voltados para o futuro. Ao mesmo tempo, pastores de movimentos contemporâneos abandonam as experiências do passado entendendo que assim poderão resolver os problemas de seus fiéis no presente. Mark Driscoll, pastor da megaigreja Mars Hill, em Seattle, é um exemplo entre aqueles que não abandonaram o passado. Ele lançou a ideia de uma “Reformissão”, que

nada mais é que uma tentativa de olhar para o futuro e para a pós-modernidade com bons olhos, adequando a velha doutrina e a velha teologia, sem comprometimento de seu conteúdo para a igreja atual, carente de alicerces sólidos. Por falar em alicerces, o lema da “Mocidade Para Cristo” no Brasil nunca foi tão necessário e atual: “Alcançando Jovens! Ao compasso dos tempos, mas ancorada na Rocha”. Samuel T. Logan Jr., no livro organizado por ele e editado no Brasil pela Editora Cultura Cristã, Reformado Quer Dizer Missional,

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define, de forma clara, o termo missional: “Uma igreja que faz a missão de Deus com a certeza de que é convocada para cumprir os propósitos do Senhor para o mundo todo”. Só existe um Deus no universo e ele tem uma missão (Missio Dei), e esse soberano Senhor sempre agiu na história, comprometido com seu único propósito: “Encher a Terra com Sua Glória”. Esse Deus Soberano governa os quatro grandes movimentos na terra: criação, queda, redenção e redenção futura. Ele começou e há de completar sua história: redimindo, punindo, curando, reconciliando o pecador e glorificando a Trindade. A Missio Dei foi e será executada por seu Filho Jesus Cristo (apontamentos de Christopher J. H. Wright no livro citado acima). A Reforma do século 16 faz parte da Missio Dei. Ela é um capítulo importante e necessário na história iniciada por homens como John Wycliffe, John Huss, Savanarola, e tantos outros que adubaram a terra para a semente da Palavra com o próprio sangue. Posteriormente Deus usa homens como Martinho Lutero, João Calvino, John Knox, Ulrico Zuínglio e muitos outros, a fim de concretizar esse magnífico monumento da “Missão de Deus”, que foi a Reforma Protestante do século 16. O que se pode pensar sobre o futuro, no que diz respeito às igrejas? O que Deus tem para cada uma delas? O que Deus tem para o

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mundo evangélico? O que está programado em sua Missio Dei para estes “últimos dias” que precedem a sua vinda? Se o que se espera das igrejas é que sejam relevantes no futuro, então elas precisam voltar às origens do pensamento reformado, que pregavam, como ponto fundamental, as Escrituras Sagradas. Mas quais seriam as contribuições para a igreja dos filhos e dos netos dos atuais membros das diversas denominações? O quão relevante seria o retorno ao calvinismo nos dias atuais? A Revista Time (12 de maio de 2009) fez um registro sobre o retorno ao calvinismo em vários países, indicando que esse pensamento, denominado hoje como novo calvinismo, está entre as dez ideias principais que estão varrendo o mundo atualmente. Há uma busca constante pelos escritos de Charles Haddon Spurgeon, David Martyn Lloyd-Jones, John McArthur, John Piper, Abraham Kuyper, R. C . Sproul, Augustus Nicodemus (este no Brasil) e muitos outros que foram, e são, nos dias de hoje, os defensores da inerrância das Escrituras. Sabe-se bem a situação atual das famílias, governos, sociedades e até mesmo dentro das igrejas e em meio à sua liderança no que diz respeito a moralidade, ética, educação, justiça, ideologias e, principalmente, quanto à falta de esperança e de paz. Como a Reforma poderá influenciar esse cenário e trazer contribuições para o futuro?


Em primeiro lugar, uma igreja, para ser relevante para os próximos quinhentos anos, precisará resgatar, em sua mensagem, a moralidade e a ética para indivíduos, famílias, igrejas, governos e instituições sociais. Os reformadores e, posteriormente, os puritanos clamavam pelo retorno à pureza da Igreja e eles sabiam que o mundo estava contaminado por seus moradores, como hoje igualmente se vê, e somente a Palavra de Deus tem os princípios para uma vida santa e justa.

liderada por Calvino e por orientação encontrada na Palavra de Deus, é o grande exemplo histórico de como a educação pode mudar um ambiente corrompido pela ignorância. Hoje se vê uma busca de estratégias políticas para se resgatar a escola, mas nada poderá ser tão eficiente como uma escola confessional, que tem como propósito a disseminação abrangente dos princípios cristãos na formação cultural, física, emocional e espiritual de toda a juventude.

Em segundo lugar, faz-se urgente resgatar, também, a importância e o investimento na educação. A Reforma em Genebra,

Em terceiro lugar, o confronto contra as ideias socialistas, comunistas e marxistas. Nos dias atuais veem-se os resultados catas-

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tróficos que essas ideologias têm deixado. A tentativa de mudar o pensamento econômico não surtiu efeito, haja vista a situação econômica lastimável em Cuba, Albânia, Venezuela etc. Posteriormente, os seus propagadores partiram para o combate às bases bíblico-teológicas da sociedade, que são a família e a religião. Como exemplos, temos o rebaixamento do homem de suas prerrogativas masculinas dentro do lar, o empoderamento da mulher, a separação cada vez maior dos filhos de seus pais, a intervenção autoritária do Estado na educação dos filhos, a luta para destruir todos os ensinos bíblicos a favor da vida, a falta de limites das crianças e da juventude e a guerra deflagrada no que diz respeito à ideologia de gênero, enfim, sinais evidentes de uma sociedade sem controle e que se deteriora a cada dia mais. Só a Palavra de Deus tem poder para recolocar a família e a sociedade nos trilhos determinados pelo seu Criador.

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Em último lugar, mesmo sabendo que em poucas ou em muitas palavras não será possível esgotar as inúmeras contribuições que a Reforma do Século 16 trouxe e poderá ainda trazer por meio da Bíblia Sagrada para o mundo pós-moderno e para o pós-pós-moderno, podemos dizer que o grande e maior problema em nossa sociedade é a falta de esperança. A grande maioria da humanidade vive imersa em muita angústia, ansiedade, medo, pânico, depressão, e o maior motivo de tudo isso é o vazio de Deus nos corações e o total desconhecimento sobre a vida eterna. Todas as religiões apontam para um fim pavoroso, mas somente o cristianismo bíblico prega e completa a vitória do Filho de Deus e como Ele, encarnado em figura humana, se tornou o caminho vitorioso para a vida eterna. Somente o Filho do Altíssimo morreu e ressuscitou, tonando-se a Primícia da colheita que o Deus Todo-Poderoso fará com seus anjos no último dia. Somente as Escrituras (Sola Scriptura) proclamam, em alto e bom som, essa redenção eterna. Somente Cristo Jesus


(Solus Christus) tornou-se vencedor sobre todos os inimigos que se apresentaram sob o comando de satanás. Somente a graça inefável de Deus (Sola Gratia) é capaz de nos garantir essa vitória plena e eterna. Somente a fé verdadeira (Sola Fides), dom de Deus, poderá se apropriar da certeza da vitória para os eleitos pela Trindade Augusta. A igreja que milita neste mundo, que tem sido perseguida em todos os tempos, que crê nas Escrituras de todo o coração e que proclama o Evangelho santo de Jesus, é a igreja que glorifica somente a Deus (Soli Deo Gloria) e assim o faz no presente, porém com

os olhos da fé voltados para o futuro. Essa, sem dúvida, será a Igreja Triunfante. Obras, reencarnação, prosperidade, dispensacionalismo, autoajuda, positivismo, socialismo, marxismo e tantas outras ideias que têm sido propagadas nas igrejas e na sociedade em geral não terão valor algum, por isso se faz necessário, em caráter prioritário, voltar os olhos para a história e resgatar o único Evangelho que pode garantir um futuro de vitórias. A IPN tem experimentado vitórias proclamando a mesma mensagem cristocêntrica dos reformadores. Então, “este é o caminho, andemos por ele”. ◆

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Pastores IPN

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Conselho IPN

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PresbĂ­teros IPN

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Junta Diaconal IPN

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Liderança IPN 2017 EQUIPE PASTORAL PASTOR TITULAR Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior

1º Secretária : Edenilde Feitosa 2º Secretária: Luciana Carvalho Tesoureiro: Elsimar Costa

AUXILIARES NA SEDE Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Rev. Marcos Alexandre dos Reis Guimarães Faria Rev. Walter Pereira de Mello Pr. Lic. Waldemar Nabarrete Junior Bel. Francisco Costa Neto

PASTORES JUBILADOS Rev. Geraldo Ferreira da Silva Rev. Silas Inácio Ramos

CONGREGAÇÃO PRESBITERIANA BOM JESUS MESA ADMINISTRATIVA Presidente: Rev. Marcus Alexandre da Silva Quaresma Vice-Presidente: Rômulo de Moura Freitas Gurgel 1º Secretário: Maurício Ramalho 2º Secretário: Avelino Henrique dos Santos 1º Tesoureiro: Felipe Rosal 2º Tesoureiro: Rômulo de Moura Freitas Gurgel CONGREGAÇÃO PRESBITERIANA ITAPOÃ MESA ADMINISTRATIVA Presidente : Rev. Solani Tiago Morandin Vice-Presidente: Vicente Paulo de Carvalho Secretário: Raimundo Teixeira 1º Tesoureiro: Marcelo Seixas Lima 2º Tesoureiro: Mateus Ferreira de Lima CONGREGAÇÃO PRESBITERIANA SANTA LUZ MESA ADMINISTRATIVA Presidente: Rev. Marcus Alexandre da Silva Quaresma Vice-Presidente: Darlan Silva de Carvalho

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PRESBÍTEROS EMÉRITOS Presb. Nell Dias Paiva Presb. Wolmer Horst REPRESENTAÇÃO AO PRESBITÉRIO Titular: Pb. Josimar Santos Rosa Suplente: Pb. José Inácio Ramos ASSEMBLEIA DA IGREJA Secretário de Atas: Pb. Lúcio Mafra Martins Teixeira PRESBÍTEROS Amaro Oliveira da Paixão André Buarque Ribeiro dos Anjos Benedito Ramon Machado Carlos Nogueira Aucélio Carlos Roberto Troncoso Daniel de Souza Galvão Eber Hávila Rose Evaldo Matheus Francisco Costa Neto José Inácio Ramos Josimar Santos Rosa Lucio Mafra Martins Teixeira


Sérgio Moura Brasileiro do Valle Waldemar Nabarrete Junior Walter Eustáquio Ribeiro Wolmer Horst DIÁCONOS Alberto Cordovil de Macedo Junior Allan Keyser de Souza Raimundo André Stephen Ribeiro dos Anjos Augusto José Honório de Almeida Bruno Ramos de Lima Chaves Cleiton Angelo da Silva Daniel Portilho Troncoso Danilo Gomes Matias Denis do Prado Netto Diego Massatoshi de Ávila Sasaki Frederico Carneiro Horst Igor Nogueira Calvet Jefferson Lima Aredes João Paulo Azevedo dos Santos de Lima Paiva Júlio César Borges José Francisco do Nascimento Luciano Portilho Troncoso Márcio Suhett Spínola Paulo Henrique Paes Rezende Paulo Santos de Carvalho Pedro Henrique Brasileiro do Vale Pedro Henrique Moraes Almeida Rário Temporim de Lacerda Renato de Miranda Santos Renato Gama Dias Filho Ricardo Vidal Prieto Ronaldo Pereira Machado Satoru Sasaki Tiago Sousa Maia Justiniano Ribeiro

SEMINARISTAS Adrianh Kallika Araujo da Silva André Dantas da Silva Augusto José Honório de Almeida Davi Medeiros de Sousa David Marestegão Borges Francisco Costa Neto Francisco Wanderley Dantas Lamounier

MINISTÉRIOS IPN

MINISTÉRIO DE ADORAÇÃO SECRETARIA DE ORAÇÃO Pastor Conselheiro: Rev. Walter Pereira de Mello Coordenador: Pb. Amaro Oliveira da Paixão Corrente de Oração Cássia Nunes Soares Hennalva Oliveira Brasileiro Kleber Eduardo Büll Gutierres Maria Dalva Soares Gutierres Reunião de Oração & Intercessão Enfermos: Pb. Amaro Oliveira da Paixão SECRETARIA DE MÚSICA Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Conselheiro: Pb. André Buarque Ribeiro dos Anjos Coordenadora: Simone Rezende Moraes Teixeira Presidente Coro IPN: Karla Figueiredo de Oliveira Gomes Presidente Conjunto Amor Maior: Adriano Figueiredo de Oliveira Gomes Presidente Plenitude: Leci G. Chaves Santos Rosa Regente CAM: Glênia Rosa Regente MQP: Isabela Figueiredo de Oliveira Gomes Secretária MQP: Giulia Rocha Nunes Regente Coro Novo Ser: Glênia Kristiny Chaves Rosa Presidente Equipe de Louvor: Carla Elizabeth Schmaltz da Paixão

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Presidente Coro Masculino: Tiago Luiz Messias Coordenadora Cristo em Voz: Neuza Lopes Araújo Faria CORO NOVO SER Pastor Conselheiro: Rev. Walter Pereira de Mello Missionária: Júnia Nunes da Silva Lima Conselheiras: Ana Carolina Caputo Aucélio Cristiane Regina de Oliveira Rédua Isabela Figueiredo de Oliveira Gomes Leci Gonçalves Chaves Santos Rosa Regente: Glênia Kristiny Chaves Rosa Pianista: Simone Favotto Dalmedico CONJUNTO MAIS QUE PALAVRAS Conselheiro: Pr. Lic. Francisco Costa Neto Regente: Isabela Figueiredo de Oliveira Gomes Secretária: Giulia Rocha Nunes Pianista: Simone Favotto Dalmedico CONJUNTO AMOR MAIOR Pastor Conselheiro: Pr. Lic. Waldemar Nabarrete Júnior Regente: Glênia Kristiny Chaves Rosa Presidente: Adriano Figueiredo de Oliveira Gomes Vice-Presidente: Ana Carolina Caputo Aucélio Secretária: Luana Ramos Ribeiro CRISTO EM VOZ Pastor Conselheiro: Marcos Alexandre dos Reis Guimarães Faria Regente: Simone Rezende Moraes Teixeira Coordenadora: Neuza Lopes Araújo Faria CORO MASCULINO Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenador: Tiago Luiz Messias

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Vice-Coordenador: Deivinson da Cruz Noronha Regente: Simone Rezende Moraes Teixeira Pianista: Simone Favotto Dalmedico GRUPO PLENITUDE Pastor Conselheiro: Marcos Alexandre dos Reis Guimarães Faria Conselheiro: Pb. Josimar Santos Rosa Regente: Simone Rezende Moraes Teixeira Presidente: Leci G. Chaves Santos Rosa Vice-Presidente: Neusa Mota Secretária: Karla Rego Moura Barros Pianista: Simone Rezende Moraes Teixeira CORO IPN Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Conselheiro: Pb. André Buarque Ribeiro dos Anjos Regente: Simone Rezende Moraes Teixeira Regente Auxiliar: Moisés Santos Araújo Presidente: Karla F. de Oliveira Gomes Vice-Presidente: Lígia de Oliveira Mafra Teixeira Secretárias Cláudia de Araújo Novais Mirian da Silva Oliveira Moisés Polliana César Angelo Tânia Ribeiro de Oliveira Pianista: Milena Almenara EQUIPE DE LOUVOR Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Presidente: Carla Elizabeth Schmaltz da Paixão Vice-Presidente: Paulo R. de Paiva Arbués Carneiro Secretária: Andréa Silvia Almeida Rocha Nunes Tesoureiro: Dc. Danilo Gomes Matias Consultora Musical: Simone Rezende Moraes Teixeira


EQUIPE Abner Davi Chaves Rosa Amaro Oliveira da Paixão Ana Maria Machado André Wagner França Andréa Silvia Almeida Rocha Nunes Bruno Ramos de Lima Chaves Carla Elizabeth Schmaltz da Paixão Charles Suhett Spínola Daniella Demathei do Valle Danielli Oliveira Danilo Gomes Matias Diego Massatoshi de Avila Sasaki Eloy Carlos Heringer Frossard Érika Santos Araújo Felipe Soares Santos Araújo Felipe Spínola de Araújo Ramos Gabriela Schmaltz Paixão Cabral Gilberto Pacheco Glênia Kristiny Chaves Rosa Guilherme Henrique Ramos Lopes Guilherme Schlaepfer Pereira Isaac Marra Nunes Marques Leci Gonçalves Chaves Santos Rosa Liliam Cristina Santos Pereira Amoras Lucas Caetano Cunha Moraes Almeida Luciano Portilho Troncoso Matheus Sanches Salles Maurício Balby Gandra Millena Gontijo Moisés Soares Paulo Raimundo de Paiva Arbués Carneiro Pedro Paulo da Silva Razuk Priscilla Mafra Martins Moughabghab Rafael de Oliveira Amoras Rafael de Sousa Moisés

Renato de Miranda Santos Ricardo Ramos e Côrte Robson Sanches Silva Rogério de Miranda Santos Sergio Renato Felix dos Santos Lima Simone Favotto Dalmedico Thayanne Priscila Silvério Chaves Thiago Henrique Antunes Maranhão Bezerra Victor Hugo Alencar Nabarrete

MINISTÉRIO DE ENSINO MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ (MiEduC) Pastor Coordenador: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Pastor Conselheiro da EBD: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Superintendente da EBD: Elisângela A. Fernandes Costa Vice-Superintendente da EBD: Pb. Sérgio Moura Brasileiro do Valle Missionária do MiNi: Júnia Nunes da Silva Lima Membros Rev. Marcos Alexandre dos Reis Guimarães Faria Lezir A. Garcia Brasileiro DIRETORIA DA EBD Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Superintendente: Elisângela A. Fernandes Costa Vice-Superintendente: Pb. Sérgio M. Brasileiro do Valle Secretária: Daniela Demathei do Valle EQUIPE DE APOIO Alexandre Figueiredo de Oliveira Araújo Ana Carolina Barreiros Cordeiro Felipe Soares Santos Araújo Giulia Roriz de Souza Luana Ramos Ribeiro

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Matheus Sanches Salles Rafaela Ferreira de Souza Ronie Lobato Silvia Helena Machado Drummond Vinícius Olenka Wanderley Rocha DEPARTAMENTO INFANTIL Pastor Responsável: Rev. Walter Pereira Mello Direção-Geral do MINi: Missionária Júnia N. da Silva Lima Coordenação: Lezir Aparecida Garcia Brasileiro Equipe do Lanche (escala) Andreia Ulhoa Gabrielle Troncoso Girlene Tavares Lucia Emília Morales Maria Heriberta da Rocha Jacinto Milena Pimenta Mônyca Bitar Murilo Andrade Rose Leila dos Santos Sara Reis Shirleia Alves Wilma Burjack Músicos André França Arthur Rossini Isaac Leandro Jeferson Garcia Matheus Bitar Vocal Emerson Silva Glênia Rosa Paula Gomes

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Sala 1 – Berçário (até 1 ano) Anita Aniceto Esdras Rafael C. Silva Sara Parreira Eliane Xavier Jamile de Oliveira Lima Cruzeiro Escala Lara Parreira Humbertina da Silva França Sílvia Carvalhêdo Genovana Rezende Vieira Matheus Carla Horst Maisa Aniceto Tânia Santiago Sala 2 (1 ano e 1 mês a 2 anos e 5 meses) Pedro Martins Suellem Gontijo Rainá Lacerda Rogério de Miranda Santos Sala 3 (2 anos e meio a 3 anos) Débora Santos Felipe Cruzeiro Paula Gomes Sala 4 (4 anos) Adrianh Kallika Ana Carolina Aucélio Sala 5 (5 anos) Cristiane Rédua Michelle Paiva Sala 6 (6 anos) Germano Falcão Lídia Garcia


Sala 7 (7 a 8 anos) Miriam Netto Phelippe Chagas Sala 8 (9 a 10 anos) Isabela Figueiredo Renato Dourado Sala 9 (11 anos) Ana Carolina Brasileiro Donaldo Junior CULTO NOTURNO INFANTIL Berçário (até 2 anos) Ana Beatriz Maranhão Ariel Pereira de Freitas Camila Dias Daniela Demathei do Valle Girlene de Sousa Tavares Júlia Aniceto Juliana Figueiredo Maria Clara Pacheco Marília Netto Mirele Prieto Rebeca Nunes Tâmara Dias Thalita Avelar Vitória Burjack Classe A (3 e 4 anos) Ana Flávia Petraccone Camila Dias Diego França Luisa Feitosa Rafaela Ferreira de Souza Sara Reis

Thamara Avelar Yasmin Costa Classe B (5 a 7 anos) Aurelita B. C. dos Santos Érika Santos Araujo Júlia Caetano Maíra Moura Barros Henrique Megle Caetano Mônica Santos Thamara Avelar Thayanne Chaves Classe C (8 a 10 anos) Bruno Soares Giulia Roriz Iva Moreira de Oliveira Juliana Barbosa Nunes de Souza Martha Gandra Paloma Crapis Sara Reis DEPARTAMENTO JOVENS FORTES UPJ/Pré-Adolescentes (12 a 13 anos) Professor titular: Pb. Daniel Galvão Professora assistente : Maria Bianca de Lacerda Fernandes Côrte Professora assistente: Vânia Pereira Pina Amaro de Oliveira UPA/Adolescentes (14 a 18 anos) Professor titular: Bel. Francisco Costa Neto Professora assistente: Andréa Silvia Almeida Rocha Nunes UMP/Mocidade (19 a 35 anos) Professor titular: Pr. Lic. Waldemar Nabarrete Professora assistente: Janeth Naoum Valle Professor assistente: Ildefonso F. Martins Junior

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DEPARTAMENTO CONSOLIDAÇÃO DA FÉ 1517 – A Reforma como você nunca ouviu Professor titular: Pb. Lúcio Mafra Martins Teixeira Professor assistente: Gustavo Santos TOP 2 – A Bíblia e a Nova Sexualidade, por uma ética sexual santa e saudável Professor titular: Pb. André Buarque Professora assistente: Jussara Carneiro Batalha Espiritual: Deus, Anjos e Demônios Professor titular: Pb. Éber Havila Rose Professora assistente: Missionária Ana Maria de Castro Carneiro Costa Calvinismo, Trabalho e Dinheiro Professor titular: Dc. Denis Netto Professor assistente: Dc. Igor Calvet Desafios à Evangelização III – Solus Christus, Como evangelizar seus amigos Professor titular: Pb. Amaro Oliveira da Paixão Professora assistente: Patrícia Brandão Rosas TOP 2 – Masculinidade, Feminilidade e a Bíblia, parâmetros para a interação entre os sexos Professor titular: Pb. Antônio José Trindade Pacheco Professora assistente: Cecília Finotti Nishikawa Almeida Presbiterianismo Aplicado – fundamentos bíblicos da Fé Presbiteriana Professor titular: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Professor assistente: Pb. Josimar Santos Rosa Presbiterianismo Avançado: história, doutrina e vida sob a Soberania de Deus

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Professor titular: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Professor assistente: Presb. Walter Eustáquio Ribeiro Sacerdócio Universal dos crentes - #somostodosservos Professor titular: Pb. Gilberto Pacheco Professor assistente: Fábio Augusto Nogueira Noronha Salmos Doutrinários: A Doutrina como música para o seu ouvido e coração Professor titular: Pb. Carlos Nogueira Aucélio Professor assistente: Dc. Luciano Portilho Troncoso Sola Fide: Romanos – A Carta que mudou a História da Igreja Contemporânea Professor titular: Rev. Marcos Alexandre dos Reis Faria Professor assistente: Rev. Geraldo Ferreira da Silva Sola Gratia: Santificação: o segredo da maturidade espiritual Professor titular: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Professora assistente: Neuza Lopes Araújo Faria Sola Scriptura: A Reforma, a Bíblia e a Família Cristã Professor titular: Pb. José Cordeiro Neto Professora assistente: Oneida Mercadante Soli Deo Gloria: vivendo para agradar a Deus Professor titular: Dc. Augusto José Honório de Almeida Professor assistente: Rauf Amaro de Oliveira SECRETARIA DE DISCIPULADO Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Coordenadora: Christiane Carneiro de Carvalho Noronha Membros Pb. Elias Santos Emerson Esteves da Silva Raquel Mendes de Sá Ferreira


MINISTÉRIO DE COMUNHÃO SECRETARIA DE MEMBREZIA Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenador: Pb. Lúcio Mafra Martins Teixeira SECRETARIA DE GRUPOS DE COMUNHÃO Pastores Conselheiros Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Rev. Marco Antonio Baumgratz Ribeiro Conselheiro: Pb. Lúcio Mafra Martins Teixeira EQUIPE DE BOAS-VINDAS Pastor Conselheiro: Rev. Walter Pereira de Mello Coordenadora: Juliana Larissa Machado Equipe de apoio Ana Maria Neris Alves Resende Florismar Neta Souza Ghuido Café Mendes Jorge Luiz Barbosa dos Santos Margerie Presta Pacheco Marta Carneiro de Lima Mello Maria Isabel Mota Carneiro Sasaki Mônica Valéria Pereira Ximenes Silvia Helena Machado Drummond COMISSÃO DE VISITAÇÃO Pastor Coordenador: Rev. Walter Pereira de Mello Equipe de Apoio: Pastores, Presbíteros, Diáconos e Seminaristas da Igreja SOCIEDADES INTERNAS UNIÃO DE CRIANÇAS PRESBITERIANAS (UCP) Presidente: Pedro Ramos da Silva Ribeiro Alves Vice-Presidente: Joaquim A. da Silva de Andrade

1ª Secretário: Asaph Lucas Pereira Amaro de Oliveira 2ª Secretária: Daniela de Araújo Troncoso Conselheiros Sem. Adrianh KalliKa Araújo da Silva Cristiane Regina de Oliveira Rédua Presb. Douglas Alberto Brasileiro Elisa Ribeiro da Cunha Fabiana Ramos da Silva Ribeiro Alves Felipe Lima do Nascimento Josias da Silva Lezir Aparecida Garcia Brasileiro Lídia Gonçalves Chaves Garcia Lucia Emilia d’Andurain Morales Márcio Denys Pessanha Gonçalves Maria Bianca de Lacerda Fernandes Corte Olavo Regis Ribeiro Alves Rafael Ramos e Corte Suellem Ketley Santos Gontijo Lima Vander Leandro Garcia de Oliveira Viviane Ribeiro Silva Zenilda Lúcia Dantas de Moraes Almeida UNIÃO PRESBITERIANA DE JUNIORES (UPJ) Presidente: Giovanna Vasconcelos T. Cavalcante Vice-Presidente: Rafael de Oliveira Arêas Rédua 1º Secretário: Davi Brasileiro Gomes 2ª Secretária: Ana Luisa Mocena Rezende Vieira Matheus Conselheiros Sem. Adrianh KalliKa Araújo da Silva Cristiane Regina de Oliveira Rédua Presb. Douglas Alberto Brasileiro Elisa Ribeiro da Cunha Fabiana Ramos da Silva Ribeiro Alves Felipe Lima do Nascimento Josias da Silva Lezir Aparecida Garcia Brasileiro

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Lídia Gonçalves Chaves Garcia Lucia Emilia d’Andurain Morales Márcio Denys Pessanha Gonçalves Maria Bianca de Lacerda Fernandes Corte Olavo Regis Ribeiro Alves Rafael Ramos e Corte Suellem Ketley Santos Gontijo Lima Vander Leandro Garcia de Oliveira Viviane Ribeiro Silva Zenilda Lúcia Dantas de Moraes Almeida. UNIÃO PRESBITERIANA DE ADOLESCENTES (UPA) Coordenador: Bel. Francisco Costa Neto Presidente: Lucas Ramos Bitar Vice-Presidente: Natália Fernandes Cavalcanti 1º Secretária: Yasmin Rossini Raimundo 2ª Secretária: Ana Gabriela Barreiros Cordeiro Secretária MQP: Giulia Rocha Nunes 1º Tesoureiro: Anna Vitória de Carvalho 2ª Tesoureira: Giovanna Luisa Gomes de Oliveira Conselheiros Dc. Alan Keyser de Souza Raimundo Cláudia Renata Rossini Raimundo Elisângela Araújo Fernandes Costa Vander Leandro Garcia de Oliveira Lídia Gonçalves Chaves Garcia Isabela Figueiredo de O. Gomes UNIÃO DE MOCIDADE PRESBITERIANA (UMP) Pastor Conselheiro: Pr. Lic. Waldemar Nabarrete Presidente: Marcelo Egídio Brasileiro do Vale Vice-Presidente: Carlos Tiago Rocha Martins 1ª Secretária: Ana Carolina Brasileiro 2º Secretário: João Felipe Severo Alves Dias 1º Tesoureiro: André Ramos Bitar 2º Tesoureiro: Victor Leandro Chaves Garcia

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Conselheiros Pb. Carlos Nogueira Aucélio Ana Paula Batista Pereira Aucélio Pb. Douglas Alberto Brasileiro Lezir Aparecida Garcia Brasileiro Pb. Eber Hávila Rose Miria Cardoso Paes Rose Fábio Augusto Nogueira Noronha Christiane Carneiro de Carvalho Noronha Ricardo Oliveira Brasileiro Débora Silva Brasileiro Wilma Burjack Farias SOCIEDADE AUXILIADORA FEMININA (SAF) Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Conselheiro: Pb. André Buarque R. dos Anjos Presidente: Sonia Maia Cardoso Vice-Presidente: Leila Rezende de Moraes 1ª Secretária: Inis Maria Baris Pedreira 2ª Secretária: Arailde Fontes Urben Tesoureira: Elza de Miranda Santos + AMIGOS Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Presidente: Priscila da Silva Antônio Vice-Presidente: Luciano de Paulo Tavares 1ª Secretária: Ana Paula Gomes de Oliveira 2ª Secretária: Ana Gláucia Menezes da Silva Tesoureiro: Gustavo Carneiro Horst Conselheiros Maria Inez Ribeiro da Cunha Pb. Sérgio Moura Brasileiro do Valle Maria Adele Fernandes do Valle CASAIS JOVENS Pastor Conselheiro: Rev. Walter Pereira de Mello


Conselheiros Pb. Evaldo Matheus Genovana Rezende Vieira Matheus Coordenadores Daniel de Souza Galvão Cecília Finotti Nishikawa Almeida Equipe de Apoio Dc. Danilo Gomes Matias Patrícia Rodrigues Cardoso de Castro Matias Eloy Carlos Heringer Frossard Renata Vitorino Frossard Felipe Lima do Nascimento Suellem Ketley Santos Gontijo Lima Thiago Rodrigues Cavalcanti Flávia Leite Soares Cavalcanti Tiago Luiz Messias Lucylene de Sousa Silva Messias CASAIS MASTERS Pastor Conselheiro: Rev. Walter Pereira de Mello Conselheiros Pb. Carlos Roberto Troncoso Marilene Frossard Portilho Troncoso Casal coordenador Dc. Gerson Aredes Jaci Lima Aredes Equipe de apoio Abrão Ricardo Pereira Gonçalves Margareth Rodrigues Gonçalves José Marcelo de Oliveira Aureny Belas Lustosa Diác. Satoru Sasaki Marlene Ávila Sasaki

HOMENS Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Conselheiro: Pb. Amaro Oliveira da Paixão Coordenador: Pb. Antônio Pacheco Equipe de Apoio Dc. André Neri de Barros Pereira Marcos Eduardo Rosas MATURIDADE Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Conselheiro: Pb. Carlos Nogueira Aucélio Coordenadora: Valdete Calixto Santana Coordenadora adjunta: Lenise Maria Spadoni Pacheco

MINISTÉRIO DE SERVIÇO CAMINHEIROS DE EMAÚS (ASCEUS) Presidente: Ricardo Oliveira Brasileiro Vice-Presidente: Pb. Wolmer Horst 1º Secretário: Pb. Elias Santos 2º Secretário: Roberto Ricardo Carlos Grosse 1º Tesoureiro: Dc. Ronaldo Pereira Machado 2ª Tesoureira: Leda Márcia Resende Comissão de Ação Social: Maria Tereza Figueiró Dias Comissão de Membrezia: Raquel Sales Comissão de Patrimônio: Rev. Obedes da Cunha Júnior Auditoria: Maria da Salete Santos. de Carvalho Membros Pb. Carlos Roberto Troncoso Elza de Miranda Santos Pb. Gercy Maciel Marilene Frossard Portilho Troncoso ASSOCIAÇÃO PRESBITERIANA DE AÇÃO SOCIAL (APAS) Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Presidente: Dc. Alberto Cordovil de Macedo Júnior

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Vice-Presidente: Dc. Saulo Nery Pertence Secretária: Eliana Pedro Machado 1º Tesoureiro: Rev. Geraldo Ferreira da Silva 2º Tesoureiro: Dc. Cleiton Ângelo da Silva Coordenação Resgate: Dc. João Paulo Paiva Coordenação Saúde: Lenise Maria Spadoni Pacheco Coordenação Projeto Pepe: Marilisa Bernandon Morandin PROJETO COSTURA Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Coordenadora: Elza de Miranda Santos Membros Anita Cardoso Aniceto Dalila Andrade Pires Dilene Alda Ramos Ferreira Eliane Freire Xavier Elisete Cavalcanti de Melo Leila Rezende de Moraes Maria Heriberta da Rocha Jacinto Marina Alves de Sousa Moisés Marlene Branco Carvalho Galdino Rosa Miranda Lamounier Tânia Maria dos Santos Lameira Valquíria Regina Malafaia Von Yolanda Spínola de Araújo Zeila Figueiredo de Oliveira

COMISSÃO DE ADMINISTRAÇÃO Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Administradora: Karla Figueiredo de Oliveira Gomes Administrador Adjunto: Cleiton Angelo da Silva Tesoureiro: Dc. Alberto Cordovil de Macedo Júnior Presidente Junta Diaconal: Dc. Diego Massatoshi de Avila Sasaki Representante do Conselho: Pb. Carlos Roberto Troncoso Auxiliar: Dc. Cleiton Angelo da Silva CRIATIVA IPN Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Coordenador: Alessandro Carneiro Diretor de Arte: Marcus Vinicius Borges Núcleo de Atendimento: Ana Beatriz Pereira de Freitas COMISSÃO DE EXAME DE CONTAS Relator: Pb. José Cássio Fróes Membros Cícero Alves Jacinto Delaci Rocha Martins Marcos Arêas Rédua

PROJETO GESTANTES Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Coordenadora: Sônia Maia Cardoso

COMISSÃO DO MEMORIAL IPN Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenadora: Adelaide Ramos e Côrte Membros Ana Clarissa Machado Daniella Demathei do Valle Valéria Coletti Sanches

PROJETO PONTE SOCIAL Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Coordenador: Flávia Leite Soares Cavalcanti Adjunta: Ana L. da Cunha Ribeiro Tesoureiro: Donaldo Bento de Souza Junior

COMISSÃO DE MULTIMÍDIA IPN Pastor Conselheiro: Rev. Walter Pereira de Melo Conselheiro: Pb. Lúcio Mafra Martins Teixeira Coordenador: Dc. Luciano Portilho Troncoso Vice-Coordenador: Dc. Paulo Henrique P. Rezende

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Núcleo de Manutenção: a definir Núcleo de Projeção: Natália Miti E. M. Brasileiro Núcleo de WebTV: Fernando Miranda de Oliveira Júnior COMISSÃO DE ORNAMENTAÇÃO Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenadora: Sheila Cristina Coutinho Dias Equipe Camila Natividade Marques Carla Paraizo Campos Horst Letícia Lopes Quirino Pantoja Marina Moisés Mary Araújo Ferreira Fernandes Mayla Cavalcanti de Araújo Silva Raquel Wanderley da Cunha COMISSÃO DO ACAMPAMENTO CANAÃ Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Administrador: Vander Leandro Garcia de Oliveira Adjuntos Flávio Fernandes Araújo Frederico Soares Vieira COMISSÃO DE REDE IPN Conselheiro: Pb. Lúcio Mafra Martins Teixeira Coordenador: Weldson Queiroz de Lima Vice-Coordenadora: a definir Equipe Técnica Dc. Davi Pereira de Freitas Fernando Miranda Junior Klaubert Herr da Silveira Dc. Márcio Suhett Spínola Thayane Rodrigues Viana Weldson Queiroz de Lima

COMISSÃO DE SEGURANÇA Pastor Conselheiro: Rev. Walter Pereira de Mello Coordenador: Marcio Denys Pessanha Gonçalves Membros Jalles Florêncio Tavares Marcos César Pereira Resende Dc. Rário Temporim de Lacerda Sanderson Queiroz de Lima EVENTOS E GASTRONOMIA Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenadora: Thaiz Duarte Tavares Adjunto: Davi Pereira de Freitas Membros Aldo Antonio Alves Alzira Maria Santos Pereira de Freitas Angela Durante Vieira Caroline da Rocha Jacinto Edjaine Tavares M. Aragão Cutrim Giovana Barreiros Cordeiro Islaine Tedesco de Souza Lopes COMISSÃO REFORMA 500 ANOS Ivone Lins Vieira Juliana Larissa Machado Leonardo Alves Viana Marcela de Almeida Avanci Margarida Meyre Lins Vieira Maria Tereza Fernandes Figueiró Dias Sérgio Vieira Machado Renato Gama Dias Filho Waldemir Aragão Cutrim MINISTÉRIO DE EVANGELISMO COMITÊ DE EVANGELISMO E MISSÕES (CEM) Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Conselheiro: Pb. Maurício Moura Brasileiro do Valle

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Presidente: Fabiana Ramos da Silva Ribeiro Alves Vice-Presidente: Oneida Mercadante de Lacerda 1ª Secretária: Cláudia Mércia Ramos Batista 2ª Secretária: Maria Teresa Ferreira Cordovil de Macedo 1º Tesoureiro: Dc. Rário Temporim de Lacerda 2º Tesoureiro: Severino Ribeiro da Cruz (Sílvio) Membros Ana Clara Batista Caetano Ana Clarice Lopes de Oliveira Eunice Barreto Santiago Paiva Florismar Neta Souza Ivony Rondeau Cavalcante Silva, Janeth Naoum do Valle Laryssa Lyryanne Medeiros de Lucena Luciana Nogueira Noronha Batalha Miralda Araújo da Cruz Pb. Nell Dias Paiva Rainá Mercadante Temporim de Lacerda Thayane Rodrigues Viana Zenaide Nogueira Noronha COMITÊ DE EVANGELISMO URBANO (CEU) Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Conselheiro: Pb. Amaro de Oliveira Paixão Presidente: Patrícia Brandão Rosas Vice-Presidente: Silvia Helena Machado Drummond 1ª Secretária: Vânia Pereira Pina Amaro de Oliveira 2ª Secretária: Thayane Rodrigues Viana Tesoureiro: Jairo Antônio de Andrade COMITÊ DE PLANTAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DE IGREJAS (CPRI) Coordenador: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Presidente: Pb. Josimar Santos Rosa Tesoureiro: Dc. Alberto Cordovil de Macedo Jr. Presidente CEM: Fabiana Ramos da Silva Ribeiro Alves

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Presidente CEU: Patrícia Brandão Rosas Presidente MV: Pb. Douglas Alberto Brasileiro Indicados pelo Conselho: Pb. Carlos Roberto Troncoso Pastor Auxiliar: Rev. Solani Tiago Morandin COMITÊ MISSIONÁRIOS VOLUNTÁRIOS (MV’S) Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Conselheiros Pb. Amaro Oliveira da Paixão Pb. Carlos Roberto Troncoso Coordenador: Pb. Douglas Alberto Brasileiro Capacitação: Marilene Frossard Portilho Troncoso EBF: Lezir Aparecida Garcia Brasileiro Evangelismo: Pb. Amaro de Oliveira Paixão Eventos: Carla Elizabeth Schmaltz da Paixão Logística: Dc. Renato Gama Dias Filho Secretária: Rebeca Arruda Burjack Farias BOUTIQUE MISSIONÁRIA Presidente: Débora Silva Brasileiro Equipe de Apoio Eliane Helena Bezerra Botelho Florismar Neta Souza PROJETO LIGUE PRA VIDA Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenadores Sem. David Marestegão Borges Sem. Davi Medeiros de Sousa GRUPO ATOS DE EVANGELISMO Pastor Conselheiro: Pr. Lic. Waldemar Nabarrete Jr. Presidente: Giulia Roriz de Souza Vice-Presidente: Ana Carolina Barreiros Cordeiro Secretário: Fábio César Soares e Souza Neto PROJETO AMIGOS NA DOR


Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenador: Sem. Davi Medeiros PROJETO CAPELANIA TOQUE DA FÉ Pastor Conselheiro: Rev. Walter Pereira de Mello Coordenador: Dc. Augusto José H. de Almeida Equipe de Apoio Sem. André Dantas da Silva Sem. Davi Medeiros de Sousa Sem. David Marestegão Borges Sem. Francisco Wanderley Dantas Lamounier Miss. Junia Nunes da Silva Lima Nelson José Bagnato Sílvia Maria de Souza PROJETO RESGATE – SOPÃO Pastor Conselheiro: Rev. Marco Baumgratz Presidente: Dc. João Paulo A. dos S. de Lima Paiva Diretor de Financeiro: Delaci Rocha Martins Diretora de Intercessão e Acompanhamento: Thamara Ferreira Silva Avelar Diretor de cozinha: Cristian Marchi Diretor de campo: Jalles Florêncio Tavares Filho

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Liderança ComemoraçõesReforma 500 Anos COMISSÃO REFORMA 500 ANOS

EQUIPE JANTAR ALEMÃO

Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenador: Rev . Marco Antonio Baumgratz Ribeiro Coordenador Adjunto: Adelaide Ramos e Côrte Membros Daniella Demathei do Valle Drys Dantas de Oliveira Gustavo Rocha dos Santos Isaac Marra Nunes Marques Pb. José Inácio Ramos Pb. Josimar Santos Rosa Luis Ricardo Machado Ronie Lobato

Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenadora: Juliana Larissa Machado Membros Abrão Ricardo Pereira Gonçalves Aldo Antonio Alves Ângela Durante Vieira Bruno Taves Pereira da Silva Caroline da Rocha Jacinto Davi Pereira de Freitas Edjaine Tavares Mendonça Aragão Cutrim Eliana Pedro Machado Évelin Mello Taves Giovana Barreiros Cordeiro Islaine Tedesco de Souza Lopes Marcela de Almeida Avanci Margareth Rodrigues Gonçalves Margarida Meyre Lins Vieira Maria Tereza Fernandes Figueiró Dias Ivone Lins Vieira Dc. Renato Gama Dias Filho Sami Fares Moughabghab Sérgio Vieira Machado Vamar Domingues Moughabghab

EQUIPE CONHECENDO A REFORMA PELO ESPORTE Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júior Coordenadores Frederico José Tadeu Viana dos Santos Rafael Ramos e Côrte Renato Dourado Lacerda Ricardo Ramos e Côrte Membros Esdras Rafael Caetano Silva Everton Dourado dos Santos Sem. Francisco Wanderley Dantas Lamounier Guilherme Henrique Ramos Lopes Jaci Lima Aredes Kellen Carvalho Vicentina Marinello Maria Inez Ribeiro Cunha Margeri Presta Pacheco Soraya Melo da Silva Tiago Pereira de Sousa

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EQUIPE MUSEOLOGIA Pastor Conselheiro: Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior Coordenadora: Daniella Demathei do Valle Membros Ana Clarissa Machado Adelaide Ramos e Côrte


EQUIPE REVISTA REFORMA 500 Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Membros Luis Ricardo Machado (editor-chefe) Ronie Lobato Adelaide Ramos e Côrte

Arte Gráfica/Comunicação Criativa IPN Isabela Figueiredo Gomes Som e Iluminação Estação Um

MUSICAL UM RENASCER Pastor Conselheiro: Rev. Marco Antônio Baumgratz Ribeiro Presbítero Conselheiro: André Buarque Ribeiro dos Anjos Direção-Geral, Musical e Cênica: Janice Gennari Enredo, Letras e Músicas: Janice Gennari Assistente Musical: Simone Moraes Direção artística: Sandra Castor

Apoio Multimídia IPN Filmagem: AJR - Produções de Ideias

Preparação Musical do elenco Janice Gennari Simone Moraes

Figurinos (criação) Sandra Castor (Coordenação) Eliane Helena Bezerra Botelho (Assistente)

Arranjos Janice Gennari Simone Moraes

Figurinos (execução) Eliane Helena Bezerra Botelho (coordenação) Sandra Castor Confecção Maria Bailarina Thalita Avelar Himola Rebeca Fernandes Ribeiro Chapéus: Imaculada Conceição de Sousa Brito

Orquestração Simone Moraes Eduardo Guimarães Márcio Batista Regência da Orquestra: Simone Moraes Historiador (Consultor): Gustavo Rocha dos Santos Coordenação-Geral Adelaide Ramos e Côrte Isabela Figueiredo de Oliveira Gomes

Produção Célia Teixeira Alves Martins (coordenadora) Malthus Alves Rodrigues

Maquiagem Eliane Helena Bezerra Botelho (coordenadora) Sandra Castor Amanda Botelho do Amaral Mello Emília Trivellato Andrade Pertence Himola Rebeca Fernandes Ribeiro Laura Coimbra M. Cibulska Valente Mazoni Marianne Alves Rodrigues Natália Fernandes Cavalcanti

169


Rafaela Ribeiro Rafaela Ferreira de Souza Rosana Aparecida Dias Cenário (Criação): Sandra Castor Cenário (execução) Donaldo Bento Júnior (coordenador) Cristiane Regina de Oliveira Rédua Guilherme Maragno Barbosa Jordana dos Santos Lameira Josué Araujo Fernandes Costa Lídia Gonçalves Chaves Garcia Lucas Dounis Mariano Malthus Alves Rodrigues Mateus Ramos Bitar Pedro Alves Martins Renata Nunes Lima Sandra Castor Talita Favotto Dalmedico Equipe de Manutenção do Colégio Presbiteriano Mackenzie sob a coordenação de Régio Menezes Equipe de Contrarregragem Isabela Figueiredo Gomes (coordenadora) Adrianh Kallika Araujo da Silva Camila Campos Horst Donaldo Bento de Souza Junior Esdras Rafael Caetano Silva Felipe Lima do Nascimento Guilherme Maragno Barbosa Jennyfer Nicodemos Cavalcante Josias da Silva Júnia Nunes da Silva Lima Luana Ramos Ribeiro Luiz Gustavo de Sá Oliveira Natália Fernandes Cavalcanti

170

Rebeca Nunes Lima Renata Nunes Lima Sergio Renato Felix dos Santos Lima Homens da IPN Logística Equipe do Ministério de Administração da IPN Funcionários da IPN Microfones: Multimídia IPN Frederico Carneiro Horst Realização e Produção Executiva: Igreja Presbiteriana Nacional Apoio Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília – Internacional Diretor-Geral: Pb. Walter Eustáquio Ribeiro Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília Diretor Acadêmico: Prof. Dr. Domingos Spézia Elenco Personagens históricos por ordem de aparição John Wycliffe - Thagore Muniz Lollardos - Alan Teddy de Cerqueira Vasconcelos, Elbem Cesar Nogueira Amaral Júnior, José Renato de Oliveira Gomes, Moisés Santos Araújo Jan Huss - Danilo Gomes Matias Martinho Lutero - Tiago Luiz Messias Johann von Staupitz - Jameson Reinaux da Cunha Filipe Melâncton - Pedro Henrique Brasileiro do Vale Johann Tetzel - Paulo de Tarso Vidigal Simões Johann Eck - Eliézer Veloso Gomes Imperador Carlos V - André Buarque Ribeiro dos Anjos Katharina von Bora - Louise Boeger Viana Diniz de Souza


João Calvino - Felipe Soares Santos Araújo Nicolas Cop - Evaldo Matheus Guilherme Farel - Moisés Santos Araújo Martin Bucer - Eber Barbosa Ribeiro Idelette de Bure - Ester Cardoso Paes Rose John Knox - Adriano Figueiredo de Oliveira Gomes Marjorie Bowes - Juliana Figueiredo de Oliveira Gomes Outros componentes do elenco Adelaide Ramos e Côrte Adria L. de O. Alves Ferreira Adriana F. de O. Cruciol Alan Teddy de C. Vasconcelos Alfredo Wagner de Andrade Amaro Oliveira da Paixão Ana Carolina Caputo Aucélio Ana Gabriela B. Cordeiro André Dantas da Silva André Luiz Prieto Trindade André Ramos Bitar Andréa Silvia A. Rocha Nunes Anna Vitória de Carvalho Annazyta S. Menezes Miranda Antônio José T. Pacheco Arthur Rossini Raimundo Artur Ribeiro Silva Bárbara Burjack Cruz Bruno Ramos de Lima Chaves Camila Campos Horst Carla E. Schmaltz da Paixão Carolina Schmaltz Paixão Cláudia de Araújo Novais Cláudia R. Rossini Raimundo Cristiane Alves Rodrigues Cristiane R. de Oliveira Rédua Dalila Andrade Pires

Daniel B. do Amaral Mello Daniel Portilho Troncoso Daniella Demathei do Valle Danielli R. M. Rocha Oliveira Davi Pereira de Freitas Diego Massatoshi de A. Sasaki Donaldo Bento de Souza Donaldo B. de Souza Junior Eber Hávila Rose Edilene Andrade Pires Ribeiro Elbem Cesar N. Amaral Júnior Elizabeth S. R. dos Anjos Fábio César Soares Souza Neto Florismar Neta Souza Geraldo Ferreira da Silva Geraldo L. Peres de Carvalho Giovanna L. Gomes de Oliveira Giulia Roriz de Souza Glênia Kristiny Chaves Rosa Guilherme Maragno Barbosa Helena Feijó Lara de Oliveira Isaac Leandro Chaves Garcia Isadora Burjack Cruz Ivanil Marques Silva Jr. Ivelise Carla Vinhal Lício Calvet Iza Freitas de A. Nabarrete Izabela C. de A. Baêta Ribeiro João Gabriel Abreu Macedo João Paulo Gouvêa Dias Johnny Silvério Costa José R. de Oliveira Gomes Judson Santos Rodrigues Júlia C. Cunha Moraes Almeida Juliana F. Cavalcanti Ribeiro Kades Côrte Karla Rego Moura Barros

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Klaus Ferreira Fernandes Lincoln Alves Rodrigues Lívia S. dos Anjos Olenka Lucas Andrade Pires Ribeiro Lucas Dounis Mariano Lúcio Mafra Martins Teixeira Luiza C. Guimarães Cavalier Marcelo Barboza Ribeiro Marco A. Baumgratz Ribeiro Marcos Cesar Pereira Resende Mariana B. Nunes de Souza Mateus Silva Gennari Mateus Ramos Bitar Mateus Soares Santos Araújo Milena Pires Ulhoa Chaves Mírian da Silva Oliveira Moisés Natália Fernandes Cavalcanti Neuza Lopes Araújo Faria Paulo Monteiro Mota Rafael de A. Morais Rocha Rafael de Sousa Moisés Rafaela Menezes Miranda Raquel de O. Arêas Rédua Ricardo Ramos e Côrte Ronie Lobato Samira S. F. de Sousa Carmo Sandra Moraes Marques Saulo Nery Pertence Sérgio Martins da Silva Simone Favotto Dalmedico Talita Favotto Dalmedico Tânia Ribeiro de Oliveira Teodoro Camargo Guimarães Thayanne P. S. S. R. Chaves Tiago de Oliveira M. Teixeira Victor Hugo Alencar Nabarrete

172

Victor L. Chaves Garcia Vitor Brasileiro Gomes Vitória Burjack Cruz Waldemar Nabarrete Jr. Wilma Burjack Farias Cruz Yasmin Rossini Raimundo Crianças do elenco Alice Dourado Dias Prieto Ana Luisa M. R. Vieira Matheus Anna Lara de Carvalho Caio Rezende Moraes Teixeira Catarina Guimarães Oliveira Daniela de Araújo Troncoso Davi Brasileiro Gomes Elisa Guimarães de Ângelo Hanna S. Silva Ramos Chaves Júlia Kummer Mariana Rocha e Lima Paola Rocha Nunes Rafael de Oliveira Arêas Rédua Rosa Guimarães de Ângelo CORO IPN na Música Castelo Forte Sopranos Adelaide Ramos e Côrte Ana Carolina Alves de Souza Ana Maria Neris Alves Resende Caroline Carvalho Martins Célia Teixeira Alves Martins Cláudia de Araújo Novais Cleusa Maria Alves de Souza Edilene Ribeiro Elda Santos Gomes Elizabeth Stephen Ribeiro dos Anjos Emília Trivellato Andrade Pertence


Florismar N. Souza Francinete Galvão S. Cardoso Luana da Silva Viana Barreto Maria de Lourdes Silva Rachel Heringer Salles Sandra Marques Simone Favotto Dalmedico Talita Favotto Dalmedico Tânia Ribeiro de Oliveira Thayanne Priscila Silvério Chaves Contraltos Ângela Spínola de Araújo Ramos Dalila Andrade Pires Hennalva Oliveira Brasileiro Hulda do Amaral Ferreira Karla Figueiredo de Oliveira Gomes Lígia de Oliveira Mafra Teixeira Miriam da Silva Oliveira Moisés Myriam Bezerra Botelho Sandra Cavalcanti Botelho de Amorim Terezinha Santos Araújo Valéria Silva Wilma Burjack Farias Tenores Alan Teddy de Cerqueira Vasconcelos André Buarque Ribeiro dos Anjos Donaldo Bento de Souza Geraldo Ferreira da Silva Ivanil Marques Silva Júnior José Inácio Ramos José Renato Oliveira Gomes Marcos César Pereira Resende Róbson Sanches Silva Sérgio Martins da Silva

Baixos Alfredo Wagner de Andrade Davi Pereira de Freitas Èber Hávila Rose Eliézer Veloso Gomes Geraldo Leandro Carvalho Moisés Santos Araújo Paulo de Tarso Vidigal Simões Saulo Nery Pertence Tércio Ferreira Rezende Tiago Luiz Messias Coro Novo Ser na música Sempre Reformar! Alice Dourado Ana Luísa Matheus Anna Lara de Carvalho Caio Teixeira Carolina Corte Catarina Oliveira Clara Sabaini Daniel Fernandes Daniela Cruciol Daniela Troncoso Davi Brasileiro Davi Ribeiro Elizabeth de Paula Martins Ester Côrte Giovana Resende Giovana Teixeira Giovanni Hetti Hanna Silvério Hannah Cristina Reis Henrique Paes Isabela Mafra Joaquim Alcântara

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José Antônio Julia Kummer Júlia Santos Laís Helena Tavares Larissa Mota Leandro Corte Lorenzo Petraccone Luciana Alencar Luísa Andrade Luiza Benincasa Mariana Rocha Nicole Barbosa Paola Rocha Pedro Joshua Reis Pedro Ramos Rafael Rédua Rafaela Aquino Théo Arbués Vinicius Mota Orquestra Flauta Gisele Batista Tesch Sabaini Pedro Alves Martins

Hugo Sigilião Tuba/ Trombone/Baixo Eduardo Guimarães I Violino Sarah Mateus Thiago Francis II Violino Bianca Vieira Juliana Barros Viola Billy Geier Paulo Silva Violoncelo Aline Gadelha Lucimary Valle Samuel Guimarães Contrabaixo Samuel Araújo

Oboé Deinvinson Noronha

Violão Abner Davi Chaves Rosa

Trompa Daniel Araújo

Baixo Bruno Soares Santos Araújo

Trompete Bruno Sigilião Rodrigo Gontijo

Bateria Felipe Spínola de Araújo Ramos

Trombone

Piano

174


Milena Almenara Back Vocal Glênia Kristiny Chaves Rosa Ivan Soares Lívia Stephen dos Anjos Olenka Márcio Batista Mirian da Silva Oliveira Moisés Rogério Castor Simone Favotto Dalmedico

Simone Favotto Dalmedico Simone Rezende Moraes Teixeira Tarcísio Gomes Da Silva Tatiana Lopes Toledo Gomes

Funcionários IPN 2017 Ana Clarissa Machado Ana Maria Marques Lustosa Antônia Rosana Nascimento Da Silva Daniella Demathei do Valle Douglas Lopes Toledo Fabíola De Souza Flávio Dos Santos Gabriel Francinaldo Cardoso Dos Santos Gabriela Nascimento Cavalcante Galdinar Francisco Da Silva José Francisco Do Nascimento Josenildo Da Silva Rodrigues Junia Nunes Da Silva Lima Leandro Da Silva Araujo Leonardo Borges Da Silva Louis Fillipe Cunha Toledo Maicon Maciel Macêdo De Oliveira Maria De Lourdes Patrícia Da Silva Milena Cardoso Xavier Nelzi Freitas De Lima Orlando José Coimbra Paulo César Fernandes Paulo Oliveira De Queiroz Rael Nonato Mendes

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Patrocínio e apoio do Instituto Presbiteriano Mackenzie, por meio da Unidade Mackenzie Brasília, às comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante da Igreja PresbiterianaNacional Presb. José Inácio Ramos Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie

Faculdade Presbiteriana Mackenzie - Brasília

Prof. Dr. Domingos Sávio Spézia Diretor Acadêmico

Presb. Prof. Dr. Walter Eustáquio Ribeiro Diretor-Geral da Unidade Mackenzie Brasília

Profª. Draª. Marcia Cristina Dantas Leite Braz Assessora didático-pedagógica

Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília Internacional Profª. Draª. Solange Foizer Silva - Diretora Pedagógica

176



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