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A ascensão do comércio
from CDM 59
A ascensão do comércio virtual na pandemia
Na contramão da economia, o e-commerce cresceu em média de 50% desde o início do isolamento social
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Eduarda Fiori Ricardo Luiz da Silva
Ocomércio eletrônico se tornou a alternativa mais atraente para movimentar a economia sem a necessidade de furar as recomendações de isolamento social. O setor cresceu em média de 50% desde o início da pandemia e chegou a movimentar mais de R $100 bilhões, segundo dados da AbComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), e já ocupa 11% do volume do mercado. A modalidade, que já era tendência, parece ganhar ainda mais força com o investimento de peso de grandes varejistas para estar melhor localizado dentro do mercado digital.
Um dos melhores exemplos de avanço no comércio eletrônico aconteceu com a Amazon, e aqui no Brasil, com a Magazine Luiza, explica o professor universitário Marcos José Zablonsky, especialista em Economia. “Esse segmento vem adquirindo uma expectativa de evolução cada vez maior do que isso: está criando uma nova cultura de compra on-line”, destaca o economista. Com a pandemia, à medida que as pessoas tiveram restrições de mobilidade, foi criado também um novo hábito. Dados revelam que 7,3 milhões de brasileiros compraram online pela primeira vez em 2020, de acordo com a pesquisa da Ebit/Nielsen.
A marca de 1,3 milhões de sites já foi superada, de acordo com pesquisa realizada pelo Paypal e Big Data Corp. O impulsionamento causado pela pandemia também trouxe aos empreendedores uma opção para alavancar vendas ou gerar novas fontes de renda. Foi o caso de Beatriz Vilas Boas, dona da loja on-line B&AUTY, que começou seu negócio totalmente do zero pelo Instagram e Whatsapp.
Beatriz não contava com muito capital para investir em uma loja física e todos seus gastos, como um aluguel, por exemplo. Por isso, tirou o plano do papel e possui a loja desde setembro de 2020. Um dos grandes motivos que incentivaram Beatriz a criar sua loja foram os diversos novos negócios surgindo durante o isolamento social, conta a empresária. “As vezes me pego pensando, se não tivéssemos nessa pandemia, eu seria infeliz com minha profissão e nunca teria a ideia de abrir minha loja.”
Ricardo Luiz
O crescimento do comércio virtual no Brasil parece não ter dado os mesmos resultados para todas as empresas. Sofia Calliari, empresária e dona da loja de roupas Sodro, focada no público LGBTQIA+, conta que no início da pandemia a loja sentiu um grande aumento no número de vendas, mas que, gradativamente, foi diminuindo e, em 2021, o fluxo foi o menor desde antes da pandemia. “Acredito que a crise financeira chegou ao nosso público-alvo, e as vendas pioraram muito mesmo”, completa a empresária. Sofia conta que a loja física ainda é um sonho, mas não para o momento em que vivemos agora, e acredita que tanto a modalidade digital como física possuem suas vantagens. Para ela, o e-commerce não tem fronteiras. Outro caso de sucesso aconteceu com a loja de acessórios para pet Cane. O investimento no setor on-line trouxe um grande impulsionamento, que se intensificou ainda mais com a pandemia, conseguindo alcançar 70% das vendas fora da capital paranaense, deixando de ser uma loja apenas local.
Giovana Motter Rodrigues, sócia da loja, conta que a Cane existia há quatro anos, mas apenas com vendas por meio de representantes, e que o foco nas vendas digitais surgiu nos últimos anos. Atualmente, as vendas acontecem principalmente pelo Whatsapp e Instagram, porém a sócia pretende criar um novo site. Giovana conta que o foco é engajar a loja on-line ainda mais para facilitar o processo de compra, porém a possibilidade de um espaço físico para receber clientes e mostrar produtos não é descartada. “Ainda há clientes que gostam de ver os produtos fisicamente. Não deixamos de vender, mas precisamos muitas vezes convencer mais para finalizar a compra”.
Marcos conta que o e-commerce trouxwwe uma possibilidade muito interessante para a própria sobrevivência de pequenos comércios e pequenos empreendedores, até mesmo para pessoas que perderam o emprego. Junto com esta prática, o WhatsApp, trouxe ainda mais suporte a esses empreendedores, principalmente o Whatsapp Business, plataforma criada para atender as necessidades de pequenas empresas.
O aplicativo vem tornando-se cada vez mais popular e foi combinado com uma nova gama de pequenos negócios surgindo na pandemia. O especialista ainda completa que acredita que a experiência de apresentação de mercadoria fisicamente deve diminuir gradativamente, “É um caminho sem volta. Todas as empresas precisam se adaptar, pois os consumidores estão se mostrando bastante satisfeitos, assim como os suportes tecnológicos que estão ficando mais eficientes.”
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A virada latina
Herick Pires, Isadora Mendes, Mariana Scavassin e Sophia Gama
Desde Luís Miguel, passando por Tom Jobim e até o colombiano J Balvin, a presença de artistas latino-americanos na indústria fonográfica mundial chama atenção pela quebra de barreiras; sendo uma delas, a linguística.
Artistas como, Shakira, Ricky Martin e Jennifer Lopez, carregam o peso de suas influências familiares ou de vivência no cenário norte-americano há muito tempo. Porém, o crescimento do mercado latino nos últimos anos traz a discussão sobre a presença de gêneros urbanos, enquanto elemento de representatividade, para um lado da latino-americano pouco considerado.
O reggaeton é ritmo que vem da união do reggae e do maratón, nome das maratonas de rap da região do Caribe. Ele foi popularizado em países como Panamá e Porto Rico, principalmente por atingir os grupos menos elitizados e falar mais sobre as realidades menos favorecidas em cada região.
Muito semelhante ao reggaeton, o funk surge em meados da década de 70, como manifesto e crítica a sistemas de opressão e marginalização de pessoas desfavorecidas socialmente, principalmente em favelas e complexos do Rio de Janeiro. Em seu início o ritmo é muito influenciado pela cultura black soul. Posteriormente também entram o rap, o freestyle e o miami bass, sendo o último que trouxe o início das batidas mais rápidas ao som.
Os novos artistas, que levam mundo afora esses ritmos, carregam a responsabilidade de levar juntos deles a história de resistência e de luta presentes na construção de cada elemento sonoro presente. Alguns dos maiores representantes da América-Latina no mercado internacional são:
A cantora carioca que começou no funk, hoje é uma das principais artistas latinas com seu nome reconhecido por toda a América Latina, com singles que não se limitam ao português. Com gravações em espanhol, inglês, italiano e agora também francês, a cantora se compromete a trazer visibilidade à música brasileira, através de seu mais recente projeto “Girl From Rio”, que será lançado no verão norte-americano. Através de parcerias com diversos artistas, como J Balvin, Madonna, e mais recentemente, Dadju, Anitta prova que para ela a barreira linguística é apenas um detalhe, é que seu poder de fazer acontecer é perpetuante independente do idioma.
Bad Bunny
Fenômeno das plataformas de streaming, o porto-riquenho Bad Bunny não se limita ao território latino para atingir o sucesso. É dono do primeiro trabalho feito em espanhol a estrear no topo da Billboard 200, o álbum El Último Tour del Mundo, além de acumular mais de 8 bilhões de streams com o álbum YHLQMDLG. Trap, rap, reggaeton, rock e diversos outros gêneros musicais ja foram cantados por Bad Bunny, e tudo o que ele toca (ou canta) vira sucesso.
Você até pode não o reconhecer pelo nome, mas com certeza já ouviu algum dos hits de Daddy Yankee.
O dono da música “Gasolina”, lançada há mais de 15 anos, definitivamente não é um cantor de um sucesso só, e carrega o legado da música latina ao decorrer dos anos com lançamentos como “Despacito”, de 2017, até músicas recentes como
“Con Calma” e “Relación (Remix)”, colaborando com novos artistas latinos, dividindo o legado que carregou sozinho por muito tempo.
Karol G
Hit atrás de hit na conta da colombiana Karol G. Uma máquina de fazer colaborações com diversos artistas da comunidade latina, mas tem como seu maior sucesso a música “Tusa”, em parceria com a rapper estadunidense Nicki Minaj. Apesar de várias de suas músicas serem na pegada do reggaeton, Karol G não se apega apenas a esse estilo, assim como não se limita ao sucesso regional.
J Balvin
J Balvin é um dos maiores artistas latinos da atualidade, e já conquistou o mundo com suas canções e posicionamentos, e o colombiano parece estar longe de se sentir satisfeito. Se alguém quiser ouvir J Balvin, principalmente os gringos, terão que ouvir em espanhol, pois o colombiano não se rende ao inglês, nem mesmo em colaborações com grandes nomes como Beyoncé, Justin Bieber, Dua Lipa, entre outros.
Daddy Yankee
Donna Paola
Multifacetada, a mexicana Danna Paola, apesar de jovem, já tem quase 20 anos de carreira na atuação, mas é uma novata no mundo da música. Após deixar a série “Elite”, Danna tem apostado cada vez mais em suas músicas com colaborações com outros artistas latinos, como Sebastian Yatra, Aitana e até a brasileira Luisa Sonza no álbum “K.O”.