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Próxima parada: Comércio informal

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Os donos da ilha

Os donos da ilha

Próxima parada: Comércio informal Atividade assegura o sustento de vendedores nos ônibus e cruzamentos de Curitiba

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Lamartine Lima

Você já parou para contar quantas vezes ao dia viu alguém vendendo algum produto no transporte coletivo? Ou então, quem sabe, alguém oferecendo algum serviço ou mercadoria nos semáforos? Lembrou? Então, apesar de muitas vezes não percebermos, essas situações são muito mais corriqueiras do que imaginamos.

Esse é o caso de Marcos Consoli Pereira, de 26 anos, que vende água, refrigerante e doces no transporte coletivo da capital. Mais velho de quatro irmãos, o jovem é natural de Curitiba e desde pequeno sonhava em se tornar engenheiro civil, porém, após perder o pai em um acidente de trânsito, ele teve que deixar de lado o sonho de cursar uma faculdade para poder ajudar a sua mãe com as despesas de casa.

Logo após a perda Marcos se viu desnorteado, sem saber que rumo tomar e como recomeçar. “Eu não tinha ideia do que fazer daquele momento em diante. Perdi meu pai e não tínhamos dinheiro para sobreviver. A única maneira era desistir dos meus estudos e procurar um emprego para ajudar minha mãe e meus irmãos.” Porém o jovem conta que foi muito difícil, já praticamente ninguém queria contratá-lo. Com a dificuldade enfrentada e as contas acumulando, o ele teve a ideia de começar a vender revender doces no transporte coletivo de Curitiba.

A rotina de Marcos começa cedo. Ele conta que acorda todo dia às 6h, se arruma, toma café e antes de sair para o trabalho ainda leva a irmã mais nova ao colégio. Logo após, ele passa em uma distribuidora de doces, onde compra os produtos que revende, e aproximadamente às 8h da manhã começa seu trabalho nos ônibus da capital, onde circula por diversas linhas até às 19h, quando volta para casa.

Marcos conta que durante o dia faz uma rápida pausa para comer apenas uma vez, a fim de economizar o máximo possível. O jovem ainda comenta que o maior problema encontrado não é o baixo número nas vendas, e sim o preconceito enfrentado. “Tem muita gente que olha com cara feia, de nojo ou fica com raiva, como se eu estivesse fazendo algo de errado ou fosse uma pessoa ruim. Também já fui xingado inúmeras vezes. As pessoas sequer imaginam o que eu passei e passo todos os dias.” Marcos conta que não teve muitas opções, e que foi obrigado a optar pela primeira para que pudesse ajudar sua família.

Lamartine Lima

Marcos vende água, refrigerante e doces no transporte coletivo da capital.

A Muitas vezes esquecidos ou ignorados pelos passageiros, os vendedores ambulantes carregam consigo muito mais do que suas mercadorias. Muitas vezes levam com eles histórias sofridas, porém, em outras, é um caso de superação que marca a vida de alguns, como é o caso de Daniel Dos Santos, vendedor ambulante na linha Santa Cândida/Capão Raso.

Daniel entregou sua juventude às drogas, quando perdeu mais de 15 anos para o vício em crack e viu em uma instituição que recupera dependentes químicos a oportunidade de mudar de vida. “Eu já cometi muitos erros na vida. Entrar para o mundo das drogas foi o pior deles. Vi muita coisa Segundo normas da Urbanização de Curitiba (URBS), o comércio ambulante é permitido em pontos e terminais desde que haja o cumprimento de algumas normas de regulamentação como: a mercadoria ser legalizada, para vender alimentos deve-se ter curso de manipulação de alimentos e deve cumprir um determinado horário pela prefeitura, como determina a lei 6407/1983 e decretos que permitem o exercício da atividade.

ir embora, mas isso aqui (trabalho ambulante) me ajuda, hoje, a ter uma vida digna.”

Atualmente, Daniel também se desdobra aos fins de semana com o trabalho. O vendedor conta que passa mais de 12 horas por dia no ônibus para garantir o sustento da filha recém nascida. “Ela é o motivo do meu sorriso e da minha vontade de viver. Depois que ela nasceu eu tive que ‘correr atrás’ pra garantir o sustento dela e da minha esposa.” Daniel ainda afirma que suas jornadas de trabalho, muitas vezes, ultrapassam o lucro de R$ 400. “Consigo ter uma vida boa, não vou dizer que é fácil, mas me dá um bom lucro. Trabalho por mim mas também pela minha filha, e é nesse sapatinho aqui (calçado da filha que o vendedor carrega em sua mochila) que eu encontro motivação para ficar tantas horas na correria”, conta emocionado. balham nas linhas, pois segundo o Decreto 1.356/2008, os funcionários de transporte coletivo devem “impedir a atividade de vendedores ambulantes, pedintes ou pessoas fazendo panfletagem no interior dos veículos, estações tubo e terminais”. Em caso de descumprimento, cobradores e motoristas podem ser multados pela URBS.

“Tem muita gente que olha com cara feia. As pessoas sequer imaginam o que passo todos os dias.” Marcos Consoli, vendedor ambulente

Porém, no caso dos vendedores no transporte público, essas normas quase sempre não são cumpridas, além de que as vendas no interior dos coletivos são proibidas, além de serem prejudiciais aos profissionais que tra

A URBS afirma que apesar de ilegal, não efetua a apreensão da mercadoria dos ambulantes e solicita para que os passageiros efetuem denúncia em caso de vendas no transporte público, ligando para o número 156.

VIDA NO SINAL

No final de 2017, Gabriel Marcelino resolveu trocar a cidade de Várzea da Palma, no interior de Minas Gerais, onde nasceu, por Curitiba. Mas esse não foi a primeira vez que ele esteve

na capital paranaense. Em 2014 veio cursar a graduação em Tecnólogo de Logística, mas infelizmente acabou não se formando. Ele conta que o curso não era o que imaginava, então desistiu e retornou a sua cidade natal.

No retorno à capital paranaense, Gabriel alugou um quarto e começou a produzir e vender iogurte de forma artesanal, ofício que aprendeu com o tio ainda em Minas Gerais. Como não tinha autorização para produção, foi orientado a buscar outra atividade. “Parei com a produção de iogurte e comecei a procurar outros trabalhos, mas não foi nada fácil, acabei ficando sem dinheiro para me manter.” Gabriel conta que após isso procurou ajuda em um centro municipal que auxilia pessoa em situação de extrema pobreza. Lá pude concluir “Quero vender produtos de alta qualidade e com sabores mais funcionais. Em Curitiba temos muitas feiras e quero vender meus produtos nesses locais. Nos mercados os iogurtes são cheios de conservantes, vou oferecer um produto diferente, todo natural”, conclui.

um curso oferecido. Aprendi conceitos de administração, logística e recursos humanos.

Gabriel ainda aplica o conhecimento nas vendas informais de doces na esquina das ruas Mariano Torres com Nilo Cairo, no Centro da Curitiba. Como ação de marketing, ele usa frases motivacionais nas embalagens das balas. A abordagem sempre simpática e positiva ajuda nas vendas. “Com a ajuda consigo economizar com as refeições e agora passo as noites em um hotel social, com isso consigo poupar o dinheiro que ganho com a venda das balas”, conta.

Todo o dinheiro que Gabriel ganha está sendo guardado para a abertura da tão sonhada fábrica de iogurtes, que já tem um nicho de mercado definido e planejamento de vendas. O negócio começou há dois anos. O casal aliou o conhecimento de Giuliana em cozinhar com a técnica de Vinícius para as vendas. Enquanto esposa faz antigas receitas de pão caseiro e pão integral da família, o marido cuida das vendas usando seus conhecimentos na área, adquiridos ainda na infância. “Venho de uma família de vendedores de plano funerário. Todos em casa aprenderam a tratar o cliente de uma forma especial, ainda mais para vender a última coisa que a pessoa pensa em comprar”, conta Vinícius.

“Com a ajuda consigo economizar com as refeições e agora passo as noites em um hotel social, com isso consigo poupar o dinheiro que ganho com a venda das balas.”

Gabriel Marcelino, vendedor ambulante

CASAL EMPREENDEDOR

O casal Vinícius Guilherme da Cunha, 24 anos, e Giuliana Carolina Vieira da Cunha, 26 anos, resolveram se arriscar e acabaram inovando na forma de vender pão. Os dois vendem no sinal vestidos como padeiros, e saem oferecendo o produto aos motoristas que param no sinal. A estratégia adotada deu tão certo que toda a produção diária de pães é vendida em menos de quatro horas.

A decisão de fabricar pães surgiu pela necessidade de melhorar a renda da família. “Minha esposa veio com a ideia de fazer pão, admito que no início não acreditei que pudesse dar tão certo”, revela. Eles começaram a fazer os pães na cozinha de casa, mas em pouco tempo não davam mais

Todo o dinheiro que Gabriel ganha está sendo guardado para a abertura da tão sonhada fábrica de iogurtes.

conta de todos os pedidos. Com isso, o casal resolveu expandir os negócios, em pouco tempo montaram uma nova cozinha no terreno em frente à casa deles, que fica em Araucária, região metropolitana de Curitiba. “Instalamos dois fornos a gás e colocamos todo o restante de maquinário necessário para a produção dos pães em uma maior escala”, conta Vinícius. São produzidos 180 pães por dia, entre o caseiro tradicional e o 100% integral. O casal começa às 5h e só termina por volta das 13h30, quando o veículo utilizado para a venda começa ser carregada para levar toda a produção até os pontos. As vendas têm início às 14h e ocorrem até às 19h.

Os pães são vendidos de segunda à sexta, a partir das 14h30, no sinaleiro da Rua Eduardo Sprada com a Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, no bairro Campo Comprido, e a partir das 15h no bairro Santa Quitéria, na Avenida Presidente Arthur da Silva Bernardes, em frente ao 9º Distrito Policial. A unidade custa R$ 6, mas na promoção dá para levar dois pães por R$ 10. “Isso motiva o cliente a levar mais um. Faz parte da estratégia de venda”, conclui Vinícius.

NÚMERO DE AMBULANTES LEGAIS CAI E O DE IRREGULARES AUMENTA

Segundo dados de 2018 corroborados pela Secretaria Municipal de Urbanismo, Curitiba tem 1.214 vendedores de comércio ambulante ativos junto à Secretaria Municipal de Urbanismo, número levemente inferior ao ano de 2017, quando haviam cerca de 1,3 mil cadastros ativos. Há ainda estimativa de que seriam cerca de 3 mil os ambulantes irregulares na Capital.

Informações do IBGE, reforçam esse aumento, Já que no Brasil o número de pessoas que ganham o sustento como ambulantes saltou de 253 mil em 2016 para 501,3 mil no final de 2017. Em 2015, quando a atividade começava a dar sinais de que seria uma das principais alternativas à crise, esse patamar rondava os 100 mil.

Segundo o economista Adriano Severo a presença dos vendedores ambulantes na capital paranaense é um problema social que impacta diretamente na economia. “Causa impacto nas vendas das lojas físicas, pois a maioria dos ambulantes não tem custo de estrutura ou com funcionário, somente o custo de deslocamento e mercadoria, enquanto o comércio regularizado tem toda uma despesa envolvendo aluguel, alvarás, empregados e mercadorias.”

Severo complementa dizendo que o impacto causado no comércio regularizado é ainda maior quando se comercializa o mesmo tipo de produto que os ambulantes, o que força ao comércio formal se reinventar e tentar ser mais atrativo para recuperar o público.

É TRADIÇÃO NÃO É MODA (HAVANA BAR)

Vizinho mais antigo da PUCPR, o Havanna Bar sustenta com seu nome a hegemonia de ser um dos mais populares bares universitários de Curitiba. Desde 2005, os estudantes da Pontifícia desfrutam do espaço do estabelecimento em seus momentos de lazer entre uma prova ou outra.

O Havanna apresenta um ambiente acolhedor e um atendimento com muita simpatia. O cardápio variado de porções e lanches, podem salvar o universitário daquela fome inesperada durante o dia. Apesar do bom preço e bom atendimento, o bar atualmente passa por um declínio de público por ainda manter as suas origens mais antigas no conceito universitario.

THE GAME OF PEDRONES (PEDRÃO LOUNGE AND BAR)

Estudou muito durante a semana e precisa relaxar? Tirou uma nota boa e quer comemorar, ou simplesmente afogar as mágoas depois de uma baixa? Saiba que o Pedrão Lounge and Bar é uma excelente opção para o público universitário que busca diversão, integração e um espaço para dançar como se não houvesse amanhã.

Localizado na Rua Salvador de Maio, às margens da Linha Verde, o Bar do Pedrão é um verdadeiro sucesso entre o público universitário desde 2016. Conhecido pelas festas e embalos de sexta-feira à noite dos estudantes, o bar oferece ao cliente um espaço com dois andares, pista de dança, mesas, área para fumar narguilé, espaço a céu aberto, dois banheiros e mesa de sinuca e três telões. Nos últimos tempos, o bar tem sido movimentado com transmissões de partidas de futebol, eventos de lutas e até séries como Game of Thrones.

De bar

Lamartine Lima e Thiago Rasera

Atualmente, o Havanna ainda é uma referência no conceito bar universitário e recebe diariamente um bom número de frequentadores.

Alvo do público universitário, o “litrão” de cerveja custa de R$ 7 até 9, além de contar com várias opções de drinks e porções. Atualmente, casa conta com capacidade para aproximadamente 400 pessoas.

CERVEJA SEMPRE ESTUPIDAMENTE GELADA NO SANTA ANNA” (SANTA ANNA BAR)

Localizado na Rua Imaculada Conceição, em frente a PUCPR, o Santa Anna Bar e a última grande novidade de bares universitários em curitiba. Com um excelente espaço interno e confortável, o Santanna vem conquistando a preferência dos estudantes da Pontifícia. seu cliente um ambiente arejado com grande opções de mesas, espaço para fumantes, música e muita diversão. Apesar de ainda apresentar problemas com as estruturas dos banheiros, o bar se destaca pela variedade de marcas de cervejas e com um preço acessível em seus produtos.

Com o lema de “ser um bar para todos”, o Santanna bar passou por uma recente ampliação, o que garante ao O Santa Anna também traz aos estudantes a oportunidade de acompanhar transmissões esportivas no local.

em bar

SE VOCÊ GOSTA DE UMA BOA PORÇÃO E CERVEJA BARATA, O BAR DO DIDI É A OPÇÃO, OU MELHOR, AS OPÇÕES (BAR DO DIDI)

Fundado em 2015, o Bar do Didi teve sua primeira sede na Avenida Sete de Setembro e conquistou a freguesia dos estudantes dos campus universitários da região central de Curitiba. Em 2017, o bar começou a ser expandido com novas franquias pela capital paranaense, que atualmente, conta com cinco unidades.

O bar da Sete se tornou a Hamburgueria do Didi, um bom programa para quem está com fome e busca um cardápio variado. À Rua Alferes poli (Duas quadras abaixo da Hamburgueria) está localizado o Boteco do Didi, que traz ao público uma experiência mais despojada em seu ambiente. A franquia ainda conta com mais dois bares, sendo um localizado à Avenida Getúlio Vargas e outro na rua Imaculada Conceição, em frente a PUC.

Todos os bares acabam tendo em comum, o cardápio de porções e bebidas. Com preços razoáveis e boa qualidade de atendimento e preparo dos alimentos, o Bar do Didi e uma das melhores opções de bares universitários em Curitiba.

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