Gente Invisível: Cultura e Violência

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GENTE IN CULTURA E VIOLÊNCIA

SOBREAOBRA:

presente obra é disponibilizada com o objetivo de oferecer conteúdo para uso em atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão, bem como uma leitura com o fim exclusivo de encontrar esperança na capacidade transformadora da cultura como um elemento para vencer a violência das ruas e das redes. O e-book tem caráter acadêmico e experimental É expressamente proibida e totalmente repudiável a venda, aluguel, ou qualquer uso comercial deste material

A turma de Texto Jornalístico 2022/2 da Escola Superior de Propaganda e Marketing de Porto Alegre apostou no livro-reportagem em formato e-book, com complementação de conteúdo em áudio e vídeo, por acreditar que as fronteiras podem ser expandidas, que a experiência pode ser compartilhada e que existem histórias à espera de repórteres. Queremos reverberar a empatia através de linhas, imagens e sons.

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A voz do cinema: a trajetória sonora de Kiko Ferraz
SUPERVISÃO DOCENTE PROJETO GRÁFICO EDITORIAL LEANDRO OLEGÁRIO DESIGN EDITORIAL BÁRBARA RODRIGUES APPOLLO REVISÃO TEXTUAL LAURA TEDESCO BRESSAN REPORTAGEM BÁRBARA RODRIGUES APPOLLO BERNARDO OLIVESKI BURTET BRENDHA TEIXEIRA DUARTE JÚLIA SCHNEIDER DA COSTA LOPES LAURA TEDESCO BRESSAN LEONARDO BLADT RECKZIEGEL LÍCIO VIEIRA SARAIVA LUIZA BUENO HIDALGO MARIANA COSTA PEREIRA CZAMANSKI VINÍCIUS PORTAL CIULLA GOULART A
SOBRENÓS: A defesa da cultura, representatividade e tradição gaúcha 5 Violência contra jornalistas no Rio Grande do Sul 7 Ajudar não tem idade para começar 10 O sonho do esporte começa ainda na juventude 12 O salva-vidas: Uma história de superação e voluntariado 14 A luta para combater a violência contra a mulher nas Universidades 16 Violência contra a imprensa 18 O futebol também educa... 19 O Hip Hop salva vidas 21 SUMÁRIO

TRAJETÓRIASONORA DEKIKOFERRAZ

Era uma vez a história de um menino que gostava de gravar sua voz, experimentando vozes diferentes e que, aos poucos, foi se acostumando com a ideia de gravar a sua voz Assim, Kiko Ferraz começou sua caminhada no áudio, onde inicialmente trabalhou como locutor publicitário e gradualmente foi se aproximando da dublagem Com o tempo, algumas portas se abriram para ele dublar alguns personagens em jogos, séries e filmes, mas percebeu que era necessária uma migração da locução para a dublagem, já que são trabalhos muito diferentes, apesar de aparentarem sem a mesma coisa

Além de ser dublador e locutor publicitário, o Kiko Ferraz é produtor de som. Ele trabalha, especialmente, com cinema e televisão, fazendo filmes e séries. Formado em publicidade, estudou áudio em uma escola em Hollywood Sua atividade no áudio, é produzindo som para filmes e séries de TV, trilhas sonoras, onde atua como produtor musical, e gravando voz para videogame e alguns filmes, que a dublagem é idealizada no estúdio, além de muita locução publicitária. Atualmente, tem uma produtora de áudio, a KF Studios, que em 2023 irá completar 20 anos de história, tendo feito diversas produções desde foley(produção de sons de objetos para produções audiovisuais) até dublagem de jogos, como Star Wars: Battlefront

De acordo com a Ingresso.com, 73% dos ingressos de cinema vendidos em 2021 eram para filmes dublados A dublagem é considerada uma maneira acessível de cultura, já que graças a ela muitas pessoas, que só falam sua língua materna, têm acesso aos mais diversos conteúdos audiovisuais. No Brasil temos a considerada melhor dublagem do mundo, por este motivo existem diversos estúdios, que estão concentrados na sua maioria em São Paulo e no Rio de janeiro. Entretanto, temos estúdios em outros estados, incluindo aqui no Rio Grande do Sul como o do Kiko, que tem um casting de mais de 250 vozes e já produziu diversos filmes, séries e jogos

Um ponto muito debatido é o sotaque quase inexistente nas dublagens, porém o que temos na realidade é uma dominância de sotaque, como afirmou o entrevistado, sendo uma mistura entre o carioca e o paulista. Contudo, essa preferência não vem dos clientes estrangeiros, que não se importam com este fato

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“A locução é um trabalho que é mais ligado à voz mesmo, ao uso da voz, enquanto a dublagem tem muito mais a ver com a atuação, com entender o que está acontecendo, criação de personagens.”
“Num estúdio de dublagem a gente interage e tem a chance de contratar muitas pessoas diferentes.”

“Cada um traz um pouco da sua história no seu jeito de falar.”

O Kiko afirmou que “realmente a dublagem é um mundo competitivo”, já que, quando os “players” estrangeiros buscam estúdios brasileiros para dublar suas produções, dão preferência para os paulistas e os cariocas por dois principais motivos: a localização do estúdio e a quantidade de vozes experientes

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Quer

ADEFESADACULTURA, REPRESENTATIVIDADE ETRADIÇÃOGAÚCHA

Ter entrado direto no concurso principal de prendas, sem ter tido uma vivência campeira ou tradicionalista, por não ter trilhado o caminho inteiro desde criança participando dos concursos de prenda mirim e juvenil, foi uma grande dificuldade que Patrícia teve que enfrentar para conquistar a faixa de maneira tão rápida, por se tratar de uma prova de muito conhecimento, envolvendo conteúdos de história, geografia e tradição Este sendo o motivo do único preconceito vivido no meio: o fato de ter entrado mais tarde e rapidamente ter conquistado algo muito cobiçado. Um caminho curto e raro de acontecer

Do nosso mundo para todo o mundo

alegria e responsabilidade, se tornando, assim, um orgulho para seu município. Atualmente, após alguns anos afastada do movimento devido às circunstâncias da vida, a advogada e professora de direito doa parte de seu tempo e experiência se fazendo ativa no tradicionalismo Hoje ela faz parte do Conselho de Ética e é assessora jurídica da 9ª Região Tradicionalista, além de fazer parte da equipe de avaliadores dos concursos culturais da região e do estado.

Primeira Prenda do Rio Grande do Sul em 1990, ela entrou no mundo dos CTG´s um ano antes, a convite do falecido patrão do CTG Clube Farroupilha, de Ijuí, Breno Weber. Em 1989, participou do seu primeiro concurso interno no CTG Dois meses depois foi pra região e em maio do ano seguinte já participou do concurso estadual, direto na categoria adulta, onde teve êxito

Patrícia enxerga três missões como o desafio mais imediato dos tradicionalistas: “Primeiro a gente tem o desafio de conhecer a nossa cultura, segundo vivenciar essa tradição, terceiro transmitir esta tradição para as novas gerações pra que não se acabe...”. Ela ainda ressalta a importância deste dever de passar o que se sabe para as novas gerações, pois acredita que são os filhos e netos que darão continuidade a esse movimento e a esta cultura, esta tradição de ser gaúcho, pois como costuma dizer “ nascemos gaúchos, mas escolhemos ser tradicionalistas”. Na visão da entrevistada, o fato de existir muitos gaúchos tradicionalistas que foram morar em outros estados ajuda na divulgação da cultura, pois muitos deles instituem CTG´s nessas localidades, sendo que hoje existem mais de 3,7 mil Centros de Tradições Gaúchas espalhados pelo mundo. Ela acredita que é uma luta de toda e qualquer tradição ou grupo tradicionalista e cultural essa divulgação, não só ficar dentro do local, mas também

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mostrar para as outras pessoas, trazer mais adeptos e engajá-los a esse movimento. Para Patrícia, esse é o grande desafio

A sensação de pertencimento

Patrícia acredita que em um ambiente cultural como um CTG, as pessoas são abraçadas, ganham voz e reconhecimento sem considerar diferenças que fora deste ambiente podem ser levadas em consideração “A partir do momento em que eu decido ser tradicionalista, que eu me associo a uma entidade, que eu estou disposta a colaborar com essa entidade com certeza eu vou dar o meu trabalho mas eu vou receber muito mais em troca.” Dentro de um CTG todos são iguais e tratados igualmente, sem levar em consideração o que elas possuem, o que para ela é muito importante dentro de um ambiente tradicionalista

O CTG é um espaço onde a presença do voluntariado se faz muito forte, portanto, as pessoas que estão envolvidas trabalham em prol de um objetivo sem pensar em lucro. Para a eterna Prenda do Rio Grande do Sul, a união e o propósito de todas as pessoas envolvidas no trabalho dentro de um CTG é o que faz comprovado o acolhimento, o carinho e o orgulho de estar pertencente neste grupo.

Afinal, não é só das prendas, dos peões, das danças, das poesias e das canções que são feitas nossas tradições e nossas casas. Também são importantes as pessoas que ajudam na cozinha, que assam a carne, que se dispõem a levar e buscar, os patrões, enfim, todas as pessoas que estão juntas por um propósito maior que é o de cultuar a tradição É um trabalho de colaboração e parceria, e além disso, atualmente, está muito presente em diversos CTG´s a questão da inclusão social.

Patrícia conta que as pessoas estão preocupadas com a diversidade e se faz cada vez mais necessário este acolhimento para que todos se sintam úteis e pertencentes a um movimento “O que define esse trabalho é uma palavra muito importante que é esse sentimento de pertencimento As pessoas precisam se sentir pertencentes a um local, pertencentes a um grupo, pertencentes a uma cultura, inserida nessa comunidade E isto o CTG propicia a quem quer que seja”, finaliza.

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VIOLÊNCIACONTRA JORNALISTASNORIO GRANDEDOSUL

ATÉQUANDOOMENSAGEIROSERÁVÍTIMA PELAFUNÇÃOQUEDESEMPENHA?

Porto Alegre, 03 de abril de 2019: uma jornalista foi assediada no estádio Beira-Rio, por volta das 18 horas, um pouco antes da partida entre Inter x River Mais uma mulher dentro das estatísticas de abuso, e mais uma jornalista no índice de violência no estado do Rio Grande do Sul.

Laura Gross é jornalista formada pela Universidade Franciscana de Santa Maria, e atualmente, é produtora do programa “ MasBah ” no SBT. Em 2019 ela atuava como repórter da Rádio Guaíba, e em uma noite de quarta-feira estava trabalhando na cobertura de um jogo do Internacional, na capital gaúcha, quando foi assediada

Laura estava entrevistando alguns torcedores antes do início da partida, quando um dos presentes se mostrou alterado, e se direcionou à repórter com um linguajar obsceno, enquanto a chamava de linda, perguntando se poderia beijá-la, e mesmo obtendo uma resposta negativa, o agressor tentou beijar Laura a força mais de três vezes. Na terceira tentativa, a jornalista se sentiu coagida e desistiu de trabalhar, desligou seu microfone e relatou o ocorrido aos seus colegas. No dia seguinte, ela divulgou em suas redes sociais o caso de assédio, e, graças a sua fala, o clube conseguiu identificar o assediador, sendo possível observar, pelas filmagens do estádio, o agressor assediando outras duas torcedoras, que, graças ao relato de Laura, tiveram a coragem de denunciar os abusos.

O jornalista, segundo o senso comum, tem o papel de informar, de levar à população os fatos cotidianos, e as informações mais relevantes para a sociedade Porém, ao contrário do que muitos pensam, sua atuação diária vai muito além de falar qual temperatura está fazendo na cidade, ou como está o congestionamento em uma rodovia O profissional da notícia é responsável por gerar opiniões, pois ao revelar um dado sobre certo assunto, direta ou indiretamente, acaba por possibilitar a formação de um pensamento de espectadores. E, com essa responsabilidade, vêm as consequências

De acordo com o Relatório da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, em média, três jornalistas foram atacados por semana no ano de 2021, levando em consideração que, segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, em 2020, cresceu em 105,77% a violência contra jornalistas no Brasil. Estes dados dos últimos anos nos apresentam a realidade do país, a qual se reflete em todos os estados do território brasileiro. No Rio Grande do Sul não é diferente Caracterizado pelo restante do país como um estado conservador, apenas na região sul, o Rio Grande é taxado como o segundo estado que mais apresenta casos de agressão contra jornalistas, segundo o relatório da FENAJ de 2021. O caso mais recente de violência contra os profissionais de jornalismo no estado, ocorreu no mês de novembro, neste ano de 2022, em que jornalistas das emissoras Band, Grupo RBS, RDC TV, Record e SBT foram atacados durante a cobertura das manifestações contra o resultado das eleições à presidência As agressões não foram somente físicas, mas verbais, e os agressores impediram os jornalistas de realizarem seu trabalho no local. Porém, a violência contra este segmento se estende, e não fica apenas nas ruas.

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As redes sociais têm se tornado palco de diversos tipos de agressões, e são utilizadas, principalmente, para atacar aqueles que possuem uma opinião diferente do agressor. Jornalistas têm sido alvo deste tipo de violência diariamente, e é difícil de dimensionar tamanhos ataques O jornalista e professor Carlos Guimarães sofreu um episódio de violência digital, ao utilizar de seu Twitter para compartilhar sua opinião pessoal sobre um assunto específico, e acabou sendo cancelado , conforme o linguajar digital Em outras palavras, Carlos recebeu ameaças e foi subjulgado por seus ideais, e, principalmente, xingado devido à sua profissão, a qual grande parte da população acredita que não deve ser misturada com opinião. Carlos frisa que mesmo trabalhando com esporte, ele decidiu se posicionar politicamente sobre seu voto nestas eleições de 2022, já sabendo que tal ação teria um preço, e, segundo ele, o preço seria, em suas palavras, “tomar porrada na rede social.” Ele comenta que foi hostilizado e xingado, mas que tal situação não lhe gerou trauma, pois ele acredita que estava fazendo seu trabalho, e que ser jornalista e dar sua opinião faz parte da profissão. Portanto, ele relata que sentiu raiva na hora em que o caso aconteceu, contudo, acredita que quando um jornalista sofre violência digital, deve denunciar às autoridades, e expor os agressores, para que estes não saiam impunes. Ainda, ele levanta a questão de que deveria existir um órgão especializado em punição aos que cometem crimes nas redes, e que as mídias digitais fossem monitoradas por ferramentas mais eficazes, que possibilitem encontrar os agressores de forma mais rápida.

Guimarães completou nossa conversa dizendo que o jornalista, na sociedade gaúcha, é visto como um inimigo, porque ele não defende interesses, o jornalista transmite os fatos e não defende lados Também, ele comentou que desde 2018 a violência contra jornalistas tomou uma proporção gigante, que o país não se encontra pacificado, e a sociedade é violenta, o que leva o jornalista a sofrer com tal violência.

Laura Gross, jornalista assediada ao realizar a cobertura de um jogo em 2019, comenta sobre a violência contra jornalistas, e se mostra esperançosa De acordo com ela, a partir de janeiro, com a mudança de governos, muitas pessoas violentas voltarão a se esconder, e não terão a coragem de cometer atos agressivos contra jornalistas, pois não se sentirão tão representados ou acolhidos Ela, então, acredita que pode haver uma diminuição nos índices de violência contra os comunicadores, pois o país não terá um governante que incentive esse tipo de atitude. Gross complementa, que em relação a área de jornalismo esportivo, em contrapartida a violência feminina, ela ainda não visualiza um futuro próximo em que o assédio contra as mulheres terá diminuído, mas que tem um árduo trabalho pela frente A jornalista frisa que os profissionais da área têm de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para denunciar casos de agressão, através de redes sociais ou delegacias, independente do meio, todos devem fazer o possível para que o assunto tenha o maior alcance.

Por fim, Carlos e Laura, foram questionados sobre o que diriam a um jornalista em formação, ou, àqueles que já estão no mercado, se há uma esperança para dias melhores, ou se, para eles, os jornalistas devem tomar mais cuidado ao exercer a profissão. Primeiramente, Laura Gross direcionou sua fala às mulheres estudantes, e garante que o trabalho não é fácil, principalmente em uma área do jornalismo cujo mercado é predominantemente masculino, como o futebol Contudo, ela volta a dizer que acredita em dias melhores, com a alternância de governo, e diz ter esperança de que a população repense seus atos violentos, que os jornalistas virão a sofrer menos violência e assédio, e que isso se estenderá a toda a sociedade

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Carlos faz um apelo aos jornalistas em formação: ele chama a atenção para o papel do jornalista, que é de fiscal e observador da sociedade. O trabalho de fiscalizar é fundamental, pois é através do jornalismo que se formam as populações. É preciso entender a importância do seu trabalho, principalmente nos tempos difíceis que o país enfrenta Ele finaliza dizendo, ao contrário de Laura, que não tem esperança em dias melhores, e que o jornalista deve tomar cuidado, sem se omitir e entender que o profissional tem um papel transformador O estado é o reflexo do país, e o país é o reflexo da sociedade. Quando a população ameaça e agride um jornalista, a democracia é afetada, a nação sofre e o país caminha na direção da desigualdade e violência Os casos de violência contra jornalistas é um dentre tantos que afetam o Rio Grande do Sul, o estado que é conhecido pelos seus preconceitos, e que segue sendo violento com diversas minorias e camadas sociais. Dentre tantas agressões, o jornalista, mesmo que sofra tais ações, deve se manter como aquele que denuncia e enfrenta os obstáculos para dizer a verdade, e lutar pelo o que acredita.

Laura Gross, mulher e jornalista sofreu assédio sexual ao realizar seu trabalho, e fazer entrevistas no entorno do estádio do BeiraRio, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Carlos Guimarães, jornalista e radialista sofreu com o cancelamento e linchamento através de suas redes sociais por compartilhar sua opinião. Estas são duas histórias de jornalistas gaúchos que sofreram violência, física, verbal e digital por exercerem sua profissão Até quando o jornalista será vítima por ser o que é? Quer saber um pouco mais sobre a entrevista? Clique aqui para ouvir. Quer saber o que o entrevistador(a) achou desta experiência? Clique aqui para ver 9

AJUDARNÃOTEM IDADEPARACOMEÇAR

Voluntária de um projeto social relata experiências em uma comunidade quilombola

“Daíagentetrabalhouquasenove anoslácomelas[…]Masolha,não é fácil,né?Porqueaquilotá enraizadoneles,desdeascrianças. Oqueagenteachava éque não viaevolução.Masdepoisosdefora diziamqueelessabiamquetinha mudadobastante.”

Emsetratandodoandamentodoprojetoedas conquistasalcançadas,donaNeusadizqueno iníciohouveproblemasedesconfiançasquantoas metas,masafirmaquetiverammudanças significativasnavidadaquelaspessoas Gentileza,umavirtudequese passadegeraçãoparageração

por isso dá certo”

A frase é de dona Neusa Maria Dresch Reckziegel, de 78 anos, voluntária do projeto Vidas em Construção desenvolvido pelas Irmãs do Sagrado Coração de Maria, que é sustentado por meio de doações e busca ajudar grupos sociais de todo o Brasil que estão em situação de vulnerabilidade, desenvolvendo atividades com os moradores locais Natural de Lajeado, dona Neusa atuou na comunidade chamada Rua 17, localizada entre o bairro Santo Antônio e o Morro 25 Ali vive uma população Quilombola, formada por descendentes de escravizados fugitivos que viviam na região. Por esse motivo, essas pessoas constituem um grupo muito fechado, que pouco se integra com os outros ao seu redor e se mostra desprovida da ação do Estado e das garantias por ele asseguradas

Em função disso, as Irmãs viram a necessidade de intervir no local, que foi quando Neusa começou o trabalho junto a elas Um trabalho que só parou com a Covid-19 “Nós começamos o trabalho no ano de 2011. Eram em torno de 15 famílias mais ou menos que a gente atendia”, relata

Elacontaqueseuinteressepelotrabalho voluntáriocomeçounainfânciaeaindaenfatizaa importânciadesuaavónaformaçãodeumsenso comunitário.

Elaaindapontuaadiferençaentreaqueletempo nopassadoeaatualsituaçãodapopulaçãolocal quantoaesseaspecto “Aquelaépocaeraum espíritomaiscomunitáriodeajudaqueexistia Aindaexistehojemuito,maseraumaforma diferentedaspessoasajudarem”,comenta Professoraformada,donaNeusarecordaquea solidariedademudoudiretamenteseulado profissional,namedidaqueseustrabalhos favoritosenvolviamobemdacomunidade

Asuatrajetóriadentrodeprojetosvoluntários

“Voltaemeiavinhaumconvite, vamostocar[violão]emtalasilo,vamosajudartal pessoa Então,comisso,agentecomeçouase inteiraregostardefazerotrabalho[ ]depois[veio oconvitee]eufuijuntoparaavila”

“Euachoqueeumeinteresseipor trabalhovoluntáriodesdenova, influênciadaminhaavó,queera muitoprestativa,ondeelapodia ajudaralguém,elaajudava.”
“Depoistambémquandoeufui professora,euajudeimuito, gostavamuitodetrabalharcom criançascarentes.Euachoqueeu merealizavamuitomaisquando trabalhavacomelas”
surgiudeconvites
“A gente faz isso com muito amor,
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frutos

Játrabalhandodentrodacomunidade,uma dasprimeirasaçõesrealizadaspelogrupofoia deensinarasmulheresdolocalatricotarem, criandoumaatividadequeaspessoas gostassem,alémdapossibilidadedevenderas peçasproduzidas

Masasconquistasnãoparamporaí.Oprojeto tambémconseguiuparceriascomconstrutoras paraaaquisiçãodeduascasasparamembros dacomunidade,alémdeumsalãocoletivo,que erausadoparaosprojetosdecosturaeeventos sociais,vistoqueantesnãohaviaqualqueroutra construçãonolocalquecomportasseisso

Dona Neusa ainda relata outros casos de famílias que conseguiram sair da Rua 17 e buscaram novas oportunidades “Nós tínhamos uma menina lá que perdeu muito cedo a mãe e a gente, o projeto, pagou um curso de cabeleireiro pra ela e tudo, comprou todo o material que ela precisava […] Agora essa menina mora lá em Conventos, ela tem um companheiro”. E destaca também: “Tinha outro casal que morava lá dentro, a companheira dele começou a fazer doces [ ] Hoje ela foi morar em Arroio do Meio com a família Ela já arrumou um lugar para trabalhar numa pizzaria”

A voluntária, prestes a completar oito décadas de vida, diz que o futuro é incerto sobre o projeto, já que com a chegada da pandemia do Covid-19 ele foi interrompido no ano de 2020. Mas com um sorriso no rosto de quem não perde a esperança, dona Neusa concluí: “Quem sabe, quando as coisas se acalmarem, eu não volte?”

pátio,atendielasnopátio,nem mesatinhadireito,nemcadeira prasentaragentetinhalá”.
“Nóscomeçamosotrabalhono
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COMEÇAAINDANA JUVENTUDE

21 medalhas. 21 metas alcançadas. 21 sonhos que foram construídos com muito empenho, determinação e abdicação Em um país que pouco incentiva os jovens no âmbito esportivo, mas que faz brilhar o olho com a esperança de bem representar a nação diante dos desafios, é comum que muitos se sintam acolhidos pelo esporte e descubram grandes talentos nas modalidades Talentos estes que se espalham por todas as cidades e que, muitas vezes, são revelados por projetos de políticas públicas de incentivo ao esporte.

Rebeca Andrade é um dos mais puros exemplos de força frente às dificuldades impostas pelo cenário pouco motivador do esporte brasileiro. Mulher, negra e da periferia, a atleta deu os primeiros passos na ginástica por meio de um projeto social da prefeitura de Guarulhos (SP) que incentivava a iniciação das crianças no esporte. Ela ia aos treinos a pé. Depois de começar a competir, a ginasta sofreu lesões sérias no joelho e, mesmo com incertezas, continuou firme em sua recuperação Em 2021, tornou-se a primeira brasileira a conquistar duas medalhas na mesma edição dos jogos olímpicos e mostrou para que veio Anos de esforço marcam sua trajetória, que é uma entre as diversas que podem servir de inspiração às novas atletas, para que se interessem cada vez mais pelas práticas esportivas.

É nas pequenas cidades e com histórias que surpreendem pela dedicação empenhada que revelam-se os talentos e os grandes sonhos Em Veranópolis, alguns jovens descobriram verdadeiras paixões pela prática e passaram a se dedicar nas modalidades, como é o caso de Marcos Rodrigues, que pratica atletismo, e de Pedro Poleto, que há anos anda de skate.

Marcos começou na modalidade quando seu hoje tutor no esporte, o também atleta Chumbinho Zanotto, apresentou o projeto da SAMEVE na sua antiga escola, e foi com sua entrada que as oportunidades começaram a surgir. “Comecei na corrida por conta do futebol, mas com o passar do tempo peguei o gosto e hoje fazem 11 anos que estou no atletismo”, conta. Ele acredita que mesmo com a modalidade da corrida ser bastante conhecida, os atletas não recebem o devido reconhecimento e apoio que deveriam

Suas experiências como atleta foram se consolidando com o passar dos anos Em 2019, Marcos participou da fase final dos Jogos Escolares da Juventude (JERGS), em Blumenau (SC). “Cheguei na fase final representando Veranópolis e o Rio Grande do Sul. O único apoio que tive da prefeitura foi o transporte até Porto Alegre, e tive que pedir dinheiro porque não tinha condições”, revelou.

Hoje, aos 20 anos, reconhece que suas maiores inspirações são seu professor, Chumbinho Zanotto, junto de toda a equipe Sameve, e seu pai, Júlio Cesar, a quem dedica seus maiores agradecimentos. “Agradeço por eles terem me incentivaram a continuar me dedicando e por, junto com o esporte, me tornarem quem eu sou hoje”, enfatiza.

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“O esporte e o apoio dos meus me tornaram quem eu sou hoje”
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A edição das Olimpíadas de Tokyo 2020 foi uma reflexão sobre o futuro do esporte

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A conquista da medalha olímpica do atleta Alison dos Santos em 2021 foi um grande incentivo, não só para quem já pratica a modalidade, como Marcos, mas também para quem deseja começar a praticar. E por isso, o jovem veranense reforça e defende que “ o esporte pode te levar muito longe. Treine, se dedique, porque todos os sonhos são possíveis. Como diz meu professor, você é o que você treina!”, finaliza

“Skate é um estilo de vida”

Outra modalidade que ganhou força nas últimas olimpíadas e conta com adeptos engajados no reconhecimento do esporte é o skate É um esporte popular entre os adolescentes que conquista cada vez mais jovens e crianças interessados na modalidade É o exemplo do skatista veranense Pedro Poletto, que começou a andar em 2011, quando tinha sete anos. “Comprei meu primeiro skate nessa época, uma aquisição de R$200,00. No começo eu não levava muito a sério, andava mais na brincadeira, e não tinha muita noção de que dava pra fazer manobras e se divertir”, relembra O interesse não durou muito tempo: logo o skate perdeu a graça e ele desistiu Alguns anos depois, já mais velho, viu uma turma da cidade andando e decidiu voltar a praticar, mas começou com receio de chegar direto no grupo.

“Muitas vezes a galera tem a visão de que o skate é um grupo fechado, mas é o contrário disso É um lugar bem aberto a novas experiências Quem quer aprender é super bem recebido, a galera te incentiva a fazer as manobras e vai te ensinando. Eu aprendi bastante coisa com o grupo e a gente ia aprendendo junto, assistindo vídeos no YouTube”, defende

Pedro também observa que o esporte ganhou uma maior atenção pública nos últimos tempos, o que melhorou também a opinião popular Visto muitas vezes como uma prática marginalizada, o skate já foi um esporte de rua,

mas hoje ganha força em espaços pensados e planejados para esses atletas. Em Porto Alegre, por exemplo, a megapista do trecho 3 da Orla do Guaíba foi projetada pelo arquiteto e sóciodiretor da Spot Skatepark, Fred Cheuiche, profissional especializado na criação de áreas específicas para o skate, com diversos projetos já concretizados em inúmeros municípios do Rio Grande do Sul Prever espaços públicos para os atletas e esportes é uma forma de creditar sua prática.

Ele avalia que a visão marginalizada era motivo de atrito com a comunidade veranense, mas que a situação mudou quando ganharam a pista “A gente tem ela faz uns 2 ou 3 anos e lutamos bastante para conseguir Veranópolis ainda é bem tranquila nessa visão, tem cidades que skatistas ainda passam sufoco por conta de preconceito”, explica Ele também acredita que falta uma inserção do skate na sociedade, e reconhece que estar nas olimpíadas fez com que o skate estivesse na boca do povo. “A galera falando da Rayssa Leal, citando nomes de manobras, empolgado com o esporte, foi bem massa E acho também que o skate feminino é bem complicado A mulher que pratica precisa ser guerreira”, pontua E defende que, mais do que um esporte - agora olímpico - o skate é um estilo de vida, e sinônimo de liberdade. “Ele está na minha vida desde sempre, faz parte de mim. E também é um esporte muito coletivo, tem empatia e parceria. Ganhando ou perdendo o que vale é se superar ” , finaliza Pedro

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OSALVA-VIDAS:UMA HISTÓRIADESUPERAÇÃO EVOLUNTARIADO

A cura da dependência química combate a violência na sociedade

Mas qual a diferença entre as Fazendas e as Clínicas de recuperação? “Na clínica tu fica trancado forçadamente a base de remédio, e na comunidade terapêutica nós tentamos convencer o residente que ele precisa do lugar e precisa mudar e é aberto e sem chave, ou seja, pode sair a hora que quiser”. Ele também ressalta que a comunidade tem regras a cumprir. “Não pode sexo, não pode drogas e não pode violência, qualquer quebra dessas regras resulta em desligamento do programa ”

Esse tipo de comunidade terapêutica não é uma opção para as famílias que querem trancar o dependente químico à força, mas para quem entende que seja importante mudar de vida

Combate à violência

Jorge Duarte, 46 anos, ex-monitor e interno da Fazenda de Reabilitação Senhor Jesus em Viamão, conta sobre sua experiência com a dependência química e como o programa ajuda a combater a violência na sociedade.

Um dos principais motivos para a internação de dependentes químicos nestas comunidades, é que o vício e principalmente a abstinência de substâncias ilícitas podem causar agressividade e tornar o usuário uma pessoa violenta Na entrevista realizada, Jorge nos conta que 90% dos internos da Fazenda do sr Jesus já cometeu algum tipo de crime, quando pergunto qual, ele diz: “Todos Assassinato, estupro, bater na mãe, no pai, mulher, tudo em função de drogas” Quando perguntado se na sua opinião o fato de internarem essas pessoas em reclusão da sociedade ajuda a combater a violência de alguma forma, ele concorda. Em suas palavras “Com certeza, de cada 100 que fazem um bom tratamento 15 ficam bem, esses 15 não voltam mais para essa vida e são 15 delinquentes a menos na sociedade”.

O trabalho que Jorge fazia como monitor desta Fazenda é uma opção de carreira que muitos dependentes químicos graduados escolhem, ela não precisa de formação oficial e é oferecida a todos que terminam o tratamento, pois dessa maneira o dependente consegue se manter dentro da comunidade, sempre relembrando os valores base da recuperação -- espiritualidade, disciplina e trabalho -- além de contribuírem para que outros possam se curar, através com compartilhamento de experiências e orientação.

Essa foi a definição de Jorge sobre o que é uma fazenda de recuperação, uma das opções encontradas principalmente por famílias para que seus parentes tenham um lugar para se curar do vício em isolamento da sociedade. Sabendo que, apesar de ser considerada a melhor opção por muitos, não é a mais popular

Para Jorge foi assim, ele conheceu a Fazenda em 1995 quando estava procurando ajuda para seu irmão que foi usuário de drogas Ele não quis se tratar Em 2001, ele mesmo precisou de ajuda e procurou novamente a comunidade, se internou os 9 meses necessários e desde então está em recuperação e em constante contato com este mundo

Ele conta que primeiro trabalhou como motorista voluntário na PACTO, que é o local onde os internos residem de 3 dias a 2 semanas antes de serem enviados para a Fazenda, com o principal propósito de se desintoxicarem do mundo exterior Jorge depois se tornou monitor desse lugar, e logo mais mudou o local de trabalho para a própria sede, continuando como monitor e após, monitor chefe.

“A Fazenda é um lugar onde dependentes químicos e alcoólatras são acolhidos, ela é baseada em espiritualidade, disciplina e trabalho e o tratamento dura 9 meses”
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SUPORTE FAMILIAR

Mesmo com 9 meses de internação e toda a orientação envolvida, nada disso importa se quando o residente for reinserido na sociedade e voltar para a casa, a família não esteja preparada para recebê-lo Os dependentes químicos que estão internados, têm pouco contato com a família durante o tempo de tratamento. Segundo Jorge, “ o contato é uma vez por mês, sendo que a família tem que frequentar 4 reuniões aqui na rua para se preparar para receber o residente que está lá dentro, a família faz as reuniões aqui fora, e os residentes lá dentro. Após as 4 reuniões, a família ganha um passaporte que dá o direito de ir na fazenda visitar das 8h às 17h no primeiro domingo de cada mês”.

Nessas reuniões a família é ensinada por pessoas especializadas como tratar o residente na volta para a casa, o que devem encorajar e quais gatilhos que podem ou não “ativar” esse lado adormecido do dependente químico. No início, é recomendado não sair para festas, não ter contatos com pessoas ou lugares que remetem à vida antiga.

O perdão também é um assunto muito falado nestas reuniões, pois é fácil para a família se revoltar Afinal, quando os parentes se internam muitas vezes é depois de muita briga e dificuldades, violência, roubos e todos os tipos de crimes possíveis, e é difícil acreditar que alguém mudou depois de somente 9 meses. Eles precisam estar dispostos a perdoar e aceitar, e dar uma segunda chance, e enquanto esse processo acontece, dentro da Fazenda os seus familiares estão sendo ensinados a mesma coisa sobre eles mesmos

Há alguns anos, um comercial da Pacto era veiculado na televisão, e a mensagem da música traduz todo o posicionamento da comunidade: “Sou feliz de cara, sou feliz na vida, sou feliz sem drogas, sempre tem outra saída”

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VIOLÊNCIACONTRAAMULHER NASUNIVERSIDADES

Fafate Costa, jornalista e professora na UFRRJ, compartilha sua trajetória como pesquisadora da violência contra a mulher em ambientes universitários do Brasil, Portugal e Reino Unido.

Violência é palavra que carrega gritos silenciados, dores de histórias que se tenta esquecer ou apagar e marcas que são o reflexo de uma sociedade adoecida Palavra que de tanto repetida há quem não perceba mais a sua força Palavra transformada em dados estatísticos, banalizada em jornais policiais da TV aberta e por vezes encarada como deseusefeitos Apesquisasobreaviolênciacontraamulhernocontextouniversitário desenvolvidapelajornalistaeprofessoraFafateCostabuscatrazervisibilidadeparaotemae encontrarmaneirasdefazeroambienteacadêmicomaisjustoeigualitárioparaasmulheres Fafatepercebequeparagerarmudançasénecessárioiralémdodiscurso,porissoatémesmoas palavrasqueanteseramsubstantivos,tornam-seaçãoatravésdoverbopalavrar.

DaTVàSaladeAula

NaturaldointeriordeMinasGeraiseencantadapeloRiodeJaneiro Filhadeumaprofessorae ummetalúrgico Fafatecresceuentendendoaorigemdaslutassociais,abraçadaaumfortesenso dejustiça,apaixonadapelaspalavrasepelodesejodefazerdiferença.Descobriu–seno telejornalismoesedestacounaartedeelaborarumacombinaçãoprimorosaentretextoe imagemnouniversodoaudiovisual

“VinteanoscomojornalistadeTVsempretentandoconstruirdentrodofactualumjornalismo maishumanizado,quetivesseumsentidoetransformassevidas Esseeraopropósito Fazerjusao papeldagenteserponte.”,comenta.Inicioucomorepórterepassouboapartedacarreiracomo editoradetextoemgrandesemissorasdopaís.Transitoupelasredaçõesdeváriascidadese muitosEstados,afinalparaumjornalistaavidaémovimento.

ApósumconviteparadaraulaemumafaculdadedeLorenanoValedaParaíba(SP),passoua seinteressarpelomeioacadêmico,masantesdeentraremsaladeaulaqueriaestudarparapoder ocuparessecargo,comissoconcluiuomestreemAnálisedoDiscursoquandojátinhatrezeanos deTV.

Aonotarquealgunscolegasjornalistasestavamsendodispensadosquandocompletavam40 anos,resolveumudardecarreiraeprestouumconcursopúblicoparaserprofessorade telejornalismonaUniversidadeFederalRuraldoRiodeJaneiro(UFRRJ) “EntreinessaUniversidade aos44anoscomoseeutivesse20anos Comaalegriadequemestácomeçando”,declara

MeAvisaQuandoChegar

Em2016começouomovimentoestudantil“MeAvisaQuandoChegar”decombateasviolências dentrodaUFRRJ,noCampusdeSeropédica,naBaixadaFluminense Onomesurgiudeuma preocupaçãocotidianadasalunasquepediamumasàsoutrasnotíciasquandochegassemaos seusdestinospormedodequesofressemalgumtipodeviolêncianocaminho Umaintervenção bemsignificativafoioabraçodasestudantesnoprédioprincipaldaUFRRJcomaesperançade seremamparadaspelamesmaereceberemumpronunciamentodareitoriaarespeitodas denúnciasdecasosdeassédioeestupronauniversidade.

OsmanifestosganharamoapoiodeoutrasUniversidadesFederaisdoRiodeJaneiroetambém deoutrosEstados Alémdechamarematençãodagrandemídiaparaosacontecimentose despertaramointeressedaprofessoradejornalismo FafateCosta,quepassouainvestigar

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eseaproximardasalunasenvolvidasnamobilização.Noanode2017,realizouumprojetode iniciaçãocientíficasobreomovimento“MeAvisaQuandoChegar”earepercussãonaUFRRJ.A partirdisso,pensouquepoderiaexpandirapesquisafazendoumparaleloentrePortugaleBrasil

RelatosdeumaPesquisadora

FafateficouumanoemeioemPortugalanalisandoasituaçãodaviolênciacontraamulhernas universidadesdelá,porémsedeparoucomcertosobstáculosparaconcluirapesquisanopaís A temáticadoprojetonãofoitãoaceitacomoimaginava paraconseguirentrevistas.

Durante um Congresso Feminista em 2018, pôde desfrutar de um espaço para dividir os problemas ao ter a pesquisa quase barrada e também teve a oportunidade de conhecer a pesquisadora Maria do Mar Pereira que é especialista em estudos de gênero na universidade. No fim do encontro, foi marcada uma conversa entre as duas e formalizado o convite à Fafate para ir ao Reino Unido estudar a violência contra a mulher na Universidade de Warwick Aceitou o convite e trabalharam juntas no Centro de Estudos de Mulheres e Gênero de Warwick. Em 2019, levou o projeto para ser apresentado no World Coference On Women’s Studies, que ocorreu na Tailândia,consideradoomaiorcongressointernacionaldeestudossobreasmulheres

EnquantoissonaUFRRJ,umlongointervalodetemposeformouentrearevisãodocódigo estudantileaestruturaçãodeumtextoquecontemplassetodaapolíticadeacolhimentoas mulheresvítimasdeviolêncianasuniversidades Noanode2021,emmeioaumarotinaremota–pordecorrênciadaPandemiadeCOVID–19–Fafatefoiselecionadapeloreitorparacolocaranova políticadediversidadeegêneroemfuncionamento

Nointuitodeenglobaresuprirasnecessidadesvistasemumlocaldepluralidade,precisouser alteradapara:políticainstitucionaldediversidade,gênero,etnia,raçaeinclusão.Jácomalgumas iniciativasaplicadasnoprimeirosemestrede2022,lembrandoqueasmelhoriassãolentas, porquesetratadeumamudançacultural.

Tornando-setodoesseprocessodepesquisasuatesedepós-doutoradoeodocumentário“É PelaVidadasMulheres”queaindaestáemprodução“Écommuitahonraquehoje,aprofessora queestavaestudandoaviolênciacontraamulheresaiudauniversidadeprafazerumpósdoutorado,fazpartedeumagestãoqueestásepensandoerepensandoparaconstruirumnovo ambiente”,relata.

SociedadePatriarcal

“Comessasminhaspesquisassobreassédioemambienteuniversitárioéqueeupuderealmente enxergarmuitosdosassédiosqueeusofritambémnoambientejornalístico”,afirma

Fafatefoimuitofeliznasredaçõesquetrabalhou,assimcomoquandonãogostavadealgo optavaporsedesvinculareembarcaremnovaspaixões Naentrevistaelaidentificoua desigualdadedegêneronoambientejornalístico,relembrandoepisódiosdemachismo, desigualdadesalarialecasosderepórteresmulheresqueeramdemitidasporestaremacimado pesoparaapareceremnaTV

Salientaqueamídiadesempenhaumpapelrelevanteaotrazervisibilidadeelevarinformação sobreaviolênciacontraamulher,masháumadiferenciaçãonanarrativaenacomoçãodo públicodependendodocasoedavítima Constataquemesmotrabalhandoemumamídia hegemônicaédeverdojornalismonãocompactuarcomadesigualdade,injustiçaeseletividade estruturalqueelegepautasparacondenaroudefendernaimprensa

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VIOLÊNCIACONTRAA

IMPRENSA

Jornalistas são cada vez mais alvos de agressões

O aumento da violência contra profissionais da imprensa brasileira nos últimos anos tem preocupado o meio jornalístico, as entidades que representam os profissionais e veículos de comunicação, além de instituições ligadas aos Direitos Humanos As agressões à liberdade de imprensa e de expressão se apresentam em diferentes categorias: ofensas, intimidações, ameaças, atentados, censuras, vandalismos, entre outras formas de violência Os levantamentos realizados sobre os ataques a jornalistas e veículos de imprensa no país revelam que existe uma situação de insegurança para o exercício da profissão Para a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), é importante destacar que os jornalistas são agredidos por estarem cumprindo com seu papel de levar informações de interesse público para a sociedade e não por terem cometido algum erro que justificasse essa onda de violência. “Os jornalista são agredidos não porque são contra ou a favor de um governo, uma instituição de uma ideia, eles estão sendo agredidos por estarem apenas cumprindo com o seu papel que é de levar informação de interesse público”

Agravamento da situação

A violência grave contra jornalistas aumentou quase 70 por cento em 2022, nos sete primeiros meses, em comparação com o mesmo período do ano passado Os dados são da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) De março a julho, foram registradas 66 agressões graves, que envolvem episódios de violência física, destruição de equipamentos, ameaças e assassinatos Analisando o ano fechado de 2021, o número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação já havia batido um novo recorde, de acordo com a FENAJ, entidade que acompanha as violações à liberdade de imprensa no Brasil desde os anos 90. Foram 430 casos. Segundo a entidade, o crescimento da violência está associado à ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República Ele foi responsável por 147 casos (34,19% do total), incluindo episódios de descredibilização da imprensa e agressões verbais a jornalistas“Esse tipo de violência contra a imprensa acaba aumentando em momentos de tensão, provocados por crises sociais ou enfrentamento políticos”

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) divulgou um relatório anual sobre violência contra jornalistas e comunicadores no Brasil, apontando também para o aumento da violência contra profissionais de imprensa Para muitos analistas, o Brasil se tornou um dos países mais perigosos do continente e do mundo para a realização da atividade jornalística Entre as causas apontadas está o aumento crescente de discursos e práticas de ódio, principalmente através das redes sociais. Para o Instituto Vladimir Herzog, ataques a jornalistas e comunicadores representam, na verdade, uma tentativa de silenciar e intimidar profissionais de veículos de imprensa cada vez mais fundamentais para a sociedade brasileira

Desafio: como reduzir essa onda de violência contra a imprensa

Para diversos pesquisadores da área da comunicação, o que estaria em jogo não é só a liberdade de expressão, mas a manutenção do nosso Estado Democrático de Direito. Há quem aponte que a defesa da liberdade de imprensa precisa passar pelo combate à desinformação, criação de ferramentas de proteção às vítimas, identificação e punição dos responsáveis e adoção de campanhas de conscientização da sociedade sobre a importância da atividade jornalística.

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OFUTEBOLTAMBÉM

EDUCA...

Que o esporte tem um papel importante no desenvolvimento do ser humano já é de senso comum em todos os lugares do Brasil O futebol por ser a paixão nacional do país verde e amarelo, acaba sendo um dos maiores mecanismos de auxílio à educação e preparação das crianças para a vida.

“O desenvolvimento da coordenação motora, a criação da consciência do corpo no espaço, melhora na velocidade do raciocínio, Futebol é um jogo onde as crianças precisam tomar decisões rápidas em um curto espaço de tempo, o que ajuda a lidarem com as adversidades desde cedo e de maneira natural”, destaca Bernardo Rios, que atuou como professor em escola de base.

São de conhecimento geral, além de todos estes benefícios citado pelo professor, o futebol é um protetor e resgatador de jovens esquecidos num país onde a violência aumenta a cada dia

Desenvolvimento e o trabalho em equipe

Existem muitos esportes em que uma pessoa pode vencer simplesmente com o esforço por conta própria, mas no futebol não. Dentro de campo, se não trabalhar junto, não vai vencer. Neste sentido, o futebol nos dá uma lição valiosa: é preciso trabalhar em equipe, a famosa cooperação. “Uma das coisas mais incríveis do futebol é que estes jovens se sentem parte de algo e valorizados por isto” Bernardo ressalta·

O trabalho em equipe é uma das principais coisas que tornam o futebol tão bom Essa habilidade coletiva reforça a necessidade de empatia e trabalho em conjunto para alcançar a vitória. Assim, fora do campo, as crianças também aprendem que a interação social é importante, principalmente para viver em sociedade da melhor forma possível sem se deixar ir pelo “ mau caminho” e nem deixando os colegas caírem em tentação

A ajuda ao entendimento das normas e regras

Cartões amarelos, cartões vermelhos são alguns dos "castigos" para jogadores que fizeram algo que não deviam ter feito Assim como em outras áreas da vida, o que uma criança faz na quadra tem impacto e consequências O jogo ensina a importância de entender e seguir as regras. Todo esporte precisa ter regras bem claras, e todos os atletas precisam conhecer cada uma delas. As regras devem ser seguidas dentro e fora dos esportes.

“Desde coisas simples como não poder pegar a bola com as mãos até lições mais complexas como a regra do impedimento, mostra que você não pode fazer tudo” Dito por Ricardo Gomes, excoordenador das categorias de base do Internacional

O ex-coordenador que atuou na área por mais de 30 anos, reforçou que o futebol ensina muitas lições sobre disciplina e a importância de seguir as regras e estes ensinamentos, por outro lado, se refletem e aplicam na vida das crianças fora de campo

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Ensina a lidar com as frustrações

O controle emocional é algo complexo e não a aprendemos da noite para o dia O futebol é uma das opções para que as crianças comecem a lidar com as emoções desde cedo. Assim como as equipes podem perder jogos inesperadamente ou até injustamente, a turbulência diária também pode levar à frustração, tristeza, revolta, inveja, como outras emoções negativas.

O futebol possui diversos ensinamentos que podem ajudar as crianças a lidar com as emoções, tanto positivas quanto negativas e desenvolver por si só discernimento para se manterem afastada de coisas ruins como a violência urbana que tanto assola nosso país O futebol não educa só aqueles fazem “escolinha”, mas todos aqueles que o praticam ou tem contato com este esporte “Um esporte que virou paixão nacional e se transformou num dos maiores instrumentos de educação para a segurança das crianças esquecidas pela sociedade”, afirma Bernardo.

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OHIPHOPSALVAVIDAS

OsmovimentosdoHipHopemPorto Alegre,comoasbatalhasderimas,são atividadesqueandamcrescendoe interessandodiversosjovensnosúltimosanos, agrandepartedessasbatalhasacontecemno centrodePortoAlegre,ouemregiões metropolitanasdoRioGrandedoSul Zandrio, MCdePortoAlegreemaiorcampeãodas grandesbatalhas,atualmentetem22anos Zandriocontasuaexperiênciacomas batalhasderapedizcomoelainfluencia diariamenteavidadosjovensdaperiferia.

Sobreasbatalhasderimaem PortoAlegre

Asbatalhasderima,outambémconhecidas comorodasculturais,sãoguiadassemprepor umapresentadordesdeosorteioatéa contagemdevotosdaplateia,eledecidequal formatoteráabatalha,sejacombatida, acapella(apenasavoz)eoestilobatalha,45 segundosoubate-volta,oMCtem4vezes paraatacareresponder,intercalandocomo adversáriocomolimitede4versos.As batalhasderapsãofeitasapartirde improvisação.Assimexigindointeligência, raciocínioemuitacriatividadeparavencerseu adversário.Masavitórianãoéoprincipalfoco dasbatalhas,masadisseminaçãodacultura queabordaeluta

vensda ruame ajudoumuito,porqueeu,sendomuitoquietinho”, recordaoMCZandrio.

Navisãodeumespecialista

AsbatalhasnavisãodeZandrioseexplicamda seguintemaneira:‘’Oenvolvimentocomacultura deruameajudoumuito,porqueeu,sendomuito quietinho,eucrescinumaescolaqueeutive amigosjámuito,muitojovens,assim,tipo,atéia atéaoitavasérieedepoisaoitavasérieeagenteia terquecadaumpraoutraescolaecriarnovos amigos.Efoiumaexperiênciaqueeununcative. Tipo,terqueirpraoutroambiente,criaroutros amigos.Ealieupercebiqueeueramuitoruimme comunicandocomoutraspessoas,tipo,eramuito ruimmesmo,porqueeumeioquesobrei,assimno iníciodoensinomédio,porqueaindanão?Tudo bem,poiseuchegueinoiníciodoensinomédio pornãosabermecomunicarcomaspessoas,daí naprimeirasemanacadaumjátinhacriadoseu grupinhodeamigosetaleeumesentiamuito diferentedasoutrascrianças Nãoqueeutenha sidoumacriançamuitodiferenteefoinamesma épocaqueeucomeceinorapenorapeu conseguiameexpressarné?Eujájátinhamuita vontadedefazeraquiloeéumaculturaquevaite abraçarconformetuconsigaseexpressar,assimas pessoasvãopararprateouvirsim,elasparampra teouvir,prestaratençãoemti.’’

Oamorqueproduziuomovimento

Zandriodemonstracomoocarinhodo movimentoaproximoueledemuitaspessoase criouconexõeserespeitoquesemantématéhoje dentrodomovimentodohiphopgaúcho:

MCs são espelhos para os jovens se afastarem da violência urbana
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"E que primeiramente sendo uma pessoa vindo de uma família humilde, de uma criação humilde, a gente acaba tendo contato com todo tipo de pessoas, né? Ou seja, as pessoas que tem uma condição melhor e pessoas que têm condições piores do que a gente E não digo amigos assim, mais conhecidos Eu perdi muitos conhecidos muito jovem, pessoas da minha família e já perderam conhecidos muito jovem. E o hip hop e a cultura em si, ela meio que que criou, que foi criada para uma recriação dos dos povos que não tinham tanto, tanto dinheiro no bolso, tanto cacife assim E é uma linguagem universal Não, não excluindo nenhuma pessoa, tanto que atualmente é um movimento que está sendo bem, bem ocupado por todos os tipos de pessoas ’’

Um movimento praticamente independente, financiado do próprio bolso de quem ama a cultura hip-hop, é feito nas batalhas de rima de Porto Alegre, tendo seu início na Batalha do Mercado, a batalha mais antiga e tradicional da capital gaúcha. Foi fundada por Aretha Ramos e acontece em todos os últimos sábados do mês e ocorre na Praça XV, praticada no formato acapella, sem envolver nenhum tipo de ritmo ou batida, apenas a voz do MC Com sua popularidade, foi surgindo outras batalhas, organizada pessoas que também queriam contribuir para o movimento, assim surgiu a Batalha da Escadaria, que acontece todas as quintas-feiras, na Escadaria da Borges, no Centro, e é apresentada pela Pietra Schuquel e

Carol Aguiar, conhecida principalmente como Rata Ambas as batalhas de POA foram feitas de forma independente, sem ajuda da prefeitura, documentação, ou equipamento e pela vontade tanto dos organizadores, quanto do público, chamou atenção das mídias para suas apresentações

A Influência do RAP

Assim como na música, as batalhas servem como uma escola para o público, principalmente o jovem, ‘’São passos que às vezes a gente não, não, não chega a analisar tanto Ó ó, a cultura do hip hop Ela me ajudou em muitas coisas, tanto na maneira que eu me comunico com as pessoas que eu, que eu passo a minha verdade para as pessoas que eu sou verdadeiro com as pessoas ’’ , é assim que fui para Zandrio, quando começou a frequentar a Batalha do Mercado. Hoje, ele já deu palestras sobre a importância das batalhas de rima e como ela aumenta e ajuda a autoestima dos jovens marginalizados pela sociedade, (frase do entrevistado) As rodas culturais, além da apresentação artística, têm a função de proteger e afastar a juventude do tráfico, assaltos e qualquer outra prática criminosa a que a cidade está sujeita. Esse é o movimento Hip-Hop em Porto Alegre

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