O São Paulo - 3448

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A vinda do Paráclito marca uma nova etapa na história da redenção

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A comunhão e a unidade da Igreja mediante a ação do Espírito Santo

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Com sua pedagogia, Jesus liberta-nos dos enganos, medos e dúvidas

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Os sete dons que permitem que Deus aja por meio de nós

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Editorial Encontro com o Pastor Espiritualidade Liturgia e Vida Comportamento

Aquele que procura a verdade chega a Jesus Cristo

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O chamado a unir esforços contra o tráfico de crianças e adolescentes

O Dia Internacional da Criança Desaparecida, em 25 de maio, busca alertar para o aumento de casos de crianças e adolescentes vítimas do tráfico humano, crime que tem sido potencializado pela internet.

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Avança o processo de beatificação de dois

brasileiros

No sábado, 20, o Papa tornou veneráveis o médico e surfista Guido Schäffer e a monja carmelita Irmã Tereza Margarida do Coração de Maria.

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Em assembleia geral, Celam elege presidência para este quadriênio

Dom Jaime Spengler, ArceBispo de Porto Alegre (RS) e Presidente da CNBB, estará à frente do organismo até 2027.

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Esta edição do Caderno Fé e Cidadania inicia uma série de reflexões sobre caminhos para combater a mentira e resguardar a verdade, tendo como premissa que a superação das fake news envolve o discernimento dos fatos a partir dos olhos de Cristo.

Núcleo Fé e Cultura

Uma sociedade que busca a verdade

Arte: Sergio Ricciuto Conte

(ou declaram fazê-lo). Di- zem querer a verdade e acusam os adversários de mentirem ideolo- gicamente, mas o fato é que vai se tornando cada vez mais difícil esta- belecer um debate político sério a partir de dados con áveis e de uma base de informações consensual. Vi- vemos um real colapso de todas as evidências que permitem que nos si tuemos no mundo. Não temos con

OpolêmicoProjetodeLei2630/2020,maisconhecido como“PLdasfake news”,acirrouaindamaisodebate sobreasmelhoresformasdecombaterasinformações falsasegarantiroconhecimentoadequadoda realidadeparaapopulação.Masse,porumlado, medidasdecombateàsfake news sãonecessárias, poroutro,essePL–comoqualqueroutrainiciativa humana–temfalhaseaindapodesermelhoradoem muitospontos.Osproblemasnãoenvolvemapenaso riscodecensura,masaprópriae ciênciacomaqual apoderáefetivamentecombateramentiraeproteger verdade.Esseéumtemaqueexigeumare exãoaprofundada,umadequadoamadurecimentoeo esforçoparairsempreaperfeiçoandoasprovidências eadotadas.OstextosapresentadosnesteCadernoFé Cidadaniaqueremseroiníciodeumlongo

sempre as normas propostas se mos- tram e cientes para evitar a difusão de fake news ou mesmo de conteúdos perigosos para a segurança das pes- soas (como instruções para a prática de atentados) ou o amadurecimento adequado dos jovens (como sites por- nográ cos e de pedo lia). Além de uma regulamentação adequada, que procure superar esses desa os, precisamos de uma educa- ção digital que prepare tanto jovens quanto adultos para usar bem a in- ternet. Ela nos fornece, rapidamen- te, muitas informações, mas temos que aprender a selecioná-las, saber

ExpoCatólica: a feira de suporte à evangelização

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A 16ª edição da maior feira de produtos e serviços do segmento católico na América Latina terminou no domingo, 21, em São Paulo, com a participação recorde de 20 mil pessoas.

No estande da Arquidiocese, foram produzidas reportagens para o site do jornal O SÃO PAULO,

apresentados programas da rádio 9 de Julho e gerados conteúdos multimídia, com a colaboração dos agentes da Pastoral da Comunicação. Também houve espaço para a divulgação dos trabalhos do Amparo Maternal.

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No Jardim Limoeiro, Dom Odilo abençoa a Capela Santa Rita

No Domingo da Ascensão do Senhor, 21, o Cardeal Odilo Scherer presidiu missa na Capela Santa Rita de Cássia, no Jardim Limoeiro, na zona Leste da cidade. Atualmente vinculada à Paróquia Santa Teresa de Calcutá, essa comunidade eclesial foi iniciada em 1980, com celebrações nas casas das famílias e, depois, em um salão comunitário. Nos últimos meses, o local foi restaurado. Na missa do domingo, o Arcebispo de São Paulo abençoou o templo, o altar, o sacrário e o ambão.

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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 68 | Edição 3448 | 24 a 30 de maio de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br
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É possível combater a mentira, proteger a verdade e assegurar liberdades
Edição 05 24 de maio de 2023 Use QRCode Cadernoacessar Cultural Internet, com artigos links citados. Há não muito tempo, era frequente ouvirmos que “não existem verda- des, apenas narrativas diferentes”, como se essa fosse uma a rmação libertadora. A profusão de fake news e posições desencontradas que re- centemente se abateu sobre o Bra- sil e o mundo mudou esse quadro. Agora, todos procuram combater a mentira
Cardeal Odilo Pedro Scherer, com os comunicadores da Arquidiocese e integrantes do Amparo Maternal no estande montado na ExpoCatólica ‘Somos uma Igreja viva, presente em todos os espaços da cidade’, afirma Dom Odilo em missa Luciney Martins/O SÃO PAULO
Reprodução

CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano

Na preparação à festa solene de Pentecostes, a Igreja lê, na liturgia da missa, o capítulo 17 do Evangelho de São João, que retrata as palavras de despedida de Jesus aos seus apóstolos após a Última Ceia e sua grande oração dirigida ao Pai, também conhecida como oração sacerdotal de Jesus (cf Jo 17,1-26).

São palavras carregadas de profunda intimidade e afeto de Jesus pelo Pai celeste e também pelos seus apóstolos, aos quais chama de “meus amigos”. Jesus glori ca o Pai pela obra realizada e pelos discípulos, que aceitaram a verdade por Ele revelada e permaneceram unidos a Ele. E pede ao Pai que os conserve unidos, que se mantenham um com Ele, como Ele é um com o Pai; e que seus “amigos” estejam com Ele para sempre, onde Ele estiver.

Mas temos aqui algo mais do que palavras de despedida carregadas de emoção. Jesus refere-se, como em várias outras

Para que todos sejam um

passagens do Evangelho de João, à união com Ele, que traduz o modo e o fruto da salvação eterna. Permanecer unidos a Cristo, e nele, é a certeza de ter parte na salvação, no céu, na vida eterna, na contemplação da glória de Deus. Desse modo, a salvação não é um bem que se possa conquistar por si, pelos próprios méritos, como algo distinto de nossa adesão de fé em Cristo. Jesus disse isso mesmo também com outras palavras: “Quem crê em mim, tem a vida eterna” (cf Jo 3,36). Crer signi ca estar unido a Cristo, em comunhão com Ele. Crer rmemente é acolher Cristo Jesus com toda a rmeza de coração, da vontade, do desejo, da inteligência e da coerência de vida.

Mas a oração de Jesus traz mais uma questão muito importante. No capítulo 17 do Evangelho de São João, como em outras passagens ainda, Jesus pede que os discípulos vivam “Nele” a unidade ou a comunhão: “Que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em Ti, e para que eles estejam em nós, a m de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). Pede que os discípulos se orientem pelo amor e a unidade que há entre o Pai e o Filho e

se deixem envolver por esse mesmo amor e comunhão das Pessoas Divinas.

Dessa maneira, Jesus situa o mandamento novo do amor ao próximo no horizonte mais alto e no fundamento mais profundo possível: o próprio amor divino do Pai e do Filho. Nesse pedido do Salvador, os cristãos deveriam encontrar sempre a motivação e a força para superar suas pequenas ou grandes desavenças e divisões internas. É como nos recorda ainda São João numa de suas cartas: “Se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros! Caríssimos, amai-vos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e quem ama, permanece em Deus e Deus permanece nele” (1 Jo 4,7).

Não é sem razão que a Igreja insiste na vivência da comunhão fraterna e eclesial. Desde Jesus e os apóstolos, a unidade e a comunhão na Igreja são questões centrais na pregação e no testemunho do Evangelho. Apesar das frequentes pequenas e grandes divisões surgidas, isso nunca foi considerado bom e normal na Igreja e sempre se procurou a superação daquilo que divide e o incentivo àquilo que une e mantém a comunhão. Também hoje,

isso continua uma preocupação e busca constante. A divisão na Igreja, em qualquer nível, bem como as rixas internas nas comunidades de fé, são motivo de escândalo e enfraquecem o testemunho do Evangelho. Nosso sínodo arquidiocesano tem, como um dos seus grandes propósitos, o cultivo e o aprofundamento da comunhão na Igreja. O mesmo acontece com a proposta do sínodo universal, convocado pelo Papa Francisco, que terá a primeira etapa de sua assembleia em outubro deste ano.

Na semana de preparação a Pentecostes, a Igreja reza especialmente pela unidade dos cristãos, atendendo ao pedido de Jesus: “Que todos sejam um”. A comunhão e a unidade na Igreja só podem ser conseguidas mediante a ação do Espírito Santo, Espírito do amor, da unidade e da comunhão. Só Ele nos poderá ajudar a superar nossas fraquezas e nossa tendência a seguir o “espírito que divide” e semeia desavença e ódio. Só o “Espírito da verdade” nos poderá levar a um amor tão forte à verdade, que não nos deixe cair na tentação das falsidades e vaidades, que geram divisões. Que Ele venha em socorro de nossa fraqueza.

2 | Encontro com o Pastor | 24 a 30 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
de São Paulo
Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho • Opinião: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: OESP Gráfica • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-5593 - ramal 222 • Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700, 3760-3723 e 3760-3724 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: osaopaulo@uol.com.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 3,00 • Assinaturas: R$ 90 (semestral) • R$ 160 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais. SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Mantido pela Fundação

Cardeal Scherer preside missa na 70ª Páscoa da Família Forense

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

No Domingo da Ascensão do Senhor, 21, a missa das 9h da Catedral Sé reuniu magistrados e servidores do Judiciário paulista, bem como seus familiares, autoridades estaduais e municipais, na 70a edição da Páscoa da Família Forense, organizada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

A Páscoa da Família Forense é celebrada anualmente desde 1952, tendo sido idealizada pelo desembargador Manuel Gomes de Oliveira. Desde então, apenas não ocorreu em 2020, em razão da fase mais crítica da pandemia de COVID-19. Por muitos anos, esta celebração aconteceu no Salão dos Passos Perdidos, do Palácio da Justiça, e nos últimos anos retornou à Catedral da Sé. Ocorre sempre até 50 dias após o Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor.

A missa deste ano foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Na homilia, ele mencionou o desa ador trabalho dos prossionais que atuam no campo do Direito, destacando o impacto da atividade em to-

POSSE CANÔNICA:

Em 14/05/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas, no bairro da Luz, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Francisco Tarcísio de Souza Fernandes, MSC.

Em 14/05/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia São Domingos, no bairro de Perdizes, na Região Episcopal Sé, ao

das as questões que re etem a vida humana, e a importância de buscar o que é justo. “Peçamos a Deus e ao Espírito Santo para que Ele dê o dom do discernimento a todos os que militam na área da Justiça”, rezou.

Ao re etir sobre a liturgia do dia, Dom Odilo a rmou que com a ascensão de Cristo ao céu, toda a humanidade passou a ter um eterno intercessor, que deseja que todos estejam com Ele um dia. Ressaltou, ainda, que a ascensão de Jesus aponta para um horizonte de esperança na vida, pois dá ao cristão a certeza de que a caminhada

de fé não é em vão nem sem rumo, mas a caminho da glória de Deus, da vida plena, da alegria e da felicidade.

GRATIDÃO

Servidores do Poder Judiciário participaram da proclamação das leituras da missa e da oração dos éis, bem como da procissão das ofertas.

Após a Comunhão, o presidente da Comissão Preparatória da Páscoa Forense, desembargador Walter Rocha Barone, agradeceu aos presentes e a todos os envol-

Atos da Cúria

Reverendíssimo Frei Bruno da Silva Moreira, OP

Em 14/05/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia São Paulo Apóstolo, no bairro Parada Inglesa, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Rafael Alves Pereira Vicente

Em 12/05/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia São Paulo Apóstolo, no bairro Parada Inglesa, na Região Episcopal

Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Antônio Bezerra Moura

AUTORIZAÇÃO CANÔNICA PARA CONSERVAÇÃO DE RESERVA EUCARÍSTICA

No dia 12 de maio de 2023, foi concedida por sua Eminência Reverendíssima, Cardeal Odilo Pedro Scherer, autorização canônica para conservação da Reserva Eucarística, pelo período de 03 anos, às seguintes Capelas:

vidos na organização. “Hoje é um dia muito especial para nós, em que celebramos os 70 anos da nossa Páscoa Forense”, disse. O desembargador Antonio Carlos Munhoz Soares, integrante da Comissão, também discursou, recordando o início da tradição no TJSP e o trabalho dos desembargadores e que integraram a Comissão, e que participaram da missa: as desembargadoras Marcia Regina Dalla Déa Barone e Flora Maria Nesi Tossi Silva, que representou o presidente do TJSP, o desembargador Ricardo Mair Anafe; os desembargadores Guilherme Gonçalves Strenger, vice-presidente do Tribunal; Fernando Antonio Torres Garcia, corregedor-geral da Justiça; Vicente de Abreu Amadei; José Antonio de Paula Santos; e José Renato Nalini, ex-presidente do TJSP. Também integram a comissão organizadora, a juíza Teresa de Almeida Ribeiro Magalhães; o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP (APMTJ), Coronel PM Miguel Elias Da ara, representando o comandante-geral; e o delegado de polícia-chefe da Assessoria Policial Civil do TJSP, Tiago Antonio Salvador, representando o delegado-geral. (CominformaçõesdaComunicaçãodoTJSP)

Capela do Hospital São Camilo – Região Episcopal Sé; Capela do Hospital São Camilo – Região Episcopal Ipiranga; Capela do Hospital São Camilo – Região Episcopal Sant’Ana; Capela do Instituto Brasileiro de Controle de Câncer (IBCC) – Região Episcopal Belém; Capela do Centro Universitário São Camilo – Região Episcopal Ipiranga; Capela do Centro Universitário São Camilo –Região Episcopal Sé; Capela do Centro de Promoção e Reabilitação - Promove – Região Episcopal Ipiranga.

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Comunicação TJSP Dom Odilo saúda magistrados e servidores do Judiciário em missa na Catedral da Sé, dia 21

Vinde, Espírito Santo! Editorial

Afesta de Pentecostes, celebrada anualmente pelos judeus cinquenta dias após a celebração da Páscoa, no tempo de Jesus, era um dia dedicado à ação de graças pela boa colheita, “fruto da terra e do trabalho do homem”, resultante da harmônica e produtiva parceria entre Deus, o Criador, e o homem, na administração dos bens da criação.

A data também faz memória ao dia em que, segundo a tradição mosaica, Deus entregou ao seu povo, pelas mãos do patriarca Moisés, as Tábuas com as leis sagradas, conhecidas por Torah, contendo os Dez Mandamentos.

Tal qual ocorria por ocasião da Páscoa judaica, em que o povo de Deus do Antigo Testamento comemorava a libertação da escravidão e a fuga do Egito, essa festa reunia em Jerusalém multidões de judeus que viviam em outros países.

No ano em que Tibério César era o Imperador de Roma, Pôncio Pilatos, procurador em Jerusalém; e Herodes, rei-governador, algo de novo ocorreu durante aquelas tradicionais celebrações, com

impacto posterior sobre o mundo inteiro: Jesus Cristo celebrou a ceia pascal com os seus discípulos e instituiu a Eucaristia; logo após, foi preso, agelado e, injustamente condenado à morte, foi cruci cado. Morreu e, três dias depois, ressuscitou.

Uma vez ressuscitado, ao longo de algumas semanas, fez diversas aparições aos seus Apóstolos e alguns discípulos, con rmando-os na fé, depois do que ascendeu aos Céus, levando com Ele a inteira natureza humana. Uma vez sentado à direita do Pai, enviou o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, com o Pai e Filho, Deus verdadeiro, tantas vezes prometido durante o seu ministério público. Anunciava-o como o Paráclito (Defensor), como o Espírito da Verdade, como o Consolador.

O livro dos Atos dos Apóstolos narra o dia em que, durante a festa de Pentecostes, os Apóstolos, reunidos em Jerusalém, com a presença da Mãe de Jesus, receberam o Espírito Santo: “De repente, veio de céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-

-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhe concedia que falassem. (...) Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de cada um os ouvir falar na sua própria língua”. (At 2,2-4.6).

A vinda do Espírito Santo marca uma nova etapa na história da redenção, em que Deus Pai e o próprio Deus Filho continuam agindo em meio ao mundo, sob a ação do Espírito Santo, por meio da Igreja, o Corpo Místico de Cristo, da qual são convidadas a participar toda pessoa, de todos os povos, de todas as línguas, raças, culturas e condição social, pois o amor de Deus não exclui a ninguém.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que a “Igreja, comunhão viva na fé dos Apóstolos, é o lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo: nas escrituras que Ele inspirou; na Tradição, da qual os Padres da Igreja são as testemunhas sempre atuais; no Magistério da Igreja, ao qual Ele assiste; na Liturgia

Opinião

sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, na qual o Espírito Santo nos coloca em comunhão com Cristo; na oração, na qual Ele intercede por nós; nos carismas e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edi cada; nos sinais de vida apostólica e missionária; no testemunho dos santos, no qual Ele manifesta Sua santidade e continua a obra da salvação” (CIC 688).

A maravilhosa Sequência ao Espírito Santo cantada na liturgia da Igreja O apresenta como o “Pai dos pobres”; o “Consolo que acalma”; a “Luz bendita”; o “Doce alívio” da alma que com os seus dons (sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus) nos santi ca e nos assiste em nossa missão de ser o sal da terra e a luz do mundo).

Com a Igreja, no domingo de Pentecostes, e por que não, todos os dias, rezemos: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos éis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis a face da terra.”

História de um centenário: Beata Assunta Marchetti

PADRE JOSÉ ULISSES LEVA

Aprendemos desde cedo em família e depois com os nossos catequistas que Deus é el. Na vida da comunidade eclesial, camos sabendo que a Palavra de Deus é imutável. A beleza dessa mensagem salutar, desde a mais tenra idade, recebemos por meio da evangelização transmitida pelo bispo, pelo presbítero e pelas religiosas e religiosos. O papa, à sua época e no seu Magistério, continua a assegurar a identidade cristã na unicidade da Igreja de Cristo Jesus. A Sagrada Escritura nos ensina que “[...] a salvação está em Jesus Cristo, com a sua glória eterna. Fiel é esta Palavra. Se com Ele morremos, com Ele viveremos” (2 Tm 2,10-11). As Escrituras reforçam nossa credibilidade em Deus quando nos adverte que “pois a Palavra de Deus é viva, e caz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes [...] (Hb 4,12)”.

É importantíssimo trazer à luz as pessoas que passaram antes de nós e que zeram tanto bem. Em todos os tempos e de diferentes maneiras, podemos e devemos buscar e viver em Deus. A História de um Centenário propõe recordar a vida da Beata Assunta Marchetti. Sugere, também, mostrar as vias que ela encontrou e demonstrou nos seus afazeres co-

tidianos, para chegar à santidade “Fostes santi cados e vos tornastes santos, porque EU SOU SANTO [...]” (Lv 11,44).

Maria Assunta Caterina Marchetti nasceu em Lombrici de Camaiore, Província de Lucca, na Itália, em 15 de agosto de 1871. Imigrante, em 1895, partiu para o Brasil, com sua mãe viúva e duas irmãs menores.

Passou pela cidade paulista de Monte Alto, em 1924, e lá fundou uma comunidade religiosa das Irmãs Scalabrinianas, trabalhando incansavelmente na Santa Casa de Misericórdia.

Faleceu na cidade de São Paulo, em 1º de julho de 1948. Foi beati cada, em São Paulo, em 25 de outubro de 2014, em celebração presidida pelo Cardeal Angelo Amato, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, e com a presença do Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer.

Com o exemplo de tantas pessoas que promovem o bem, desde sempre, vamos entendendo que Deus nos chama à vida e nos convoca à santidade. Os santos e santas, ao longo da História da Igreja, nos mostram, no hoje da nossa existência, que de-

vemos portar na vida o bem e o carinho para todas as pessoas que vamos encontrando pelo nosso caminho, principalmente com os mais frágeis. Portanto, fazer e promover o bem no cotidiano foi a via encontrada pela Beata Assunta Marchetti. Ela viveu intensamente o seu amor com o Altíssimo e demostrou incansavelmente o seu afeto e os anos da sua vida para com os mais necessitados.

A História de um Centenário tem o seu início em julho de 2023, lembrando os 75 anos de falecimento da Beata Assunta Marchetti, ocorrido em 1o de julho de 1948. Teremos um ano inteiro para lembrar, com nostalgia e felicidade, o ano de 1924, e as benesses e as maravilhas que trouxe à Cidade do Sonho. Tempo de esperança vocacional e eclesial, para celebrarmos juntos o ano de 2024, quando ocorrerá o centenário da presença da Beata Assunta Marchetti, na cidade de Monte Alto, no interior paulista. Em 2024, celebraremos o belíssimo jubileu, lembrando a vivacidade e a santidade dessa corajosa e extraordinária mulher, entusiasta e dinâmica religiosa, com o grupo de Irmãs da Congregação de São Carlos Borromeu, que começaram suas atividades apostólicas na Santa Casa de Misericórdia, em 1924.

4 | Ponto de Vista | 24 a 30 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
As opiniões expressas na seção“Opinião”são de responsabilidade do autor e não re etem,necessariamente,osposicionamentoseditoraisdojornal O SÃO PAULO
Luciney Martins/O SÃO PAULO

Quem busca a verdade chega a Jesus

LUIZ VIANNA

Chegou até mim esta semana um vídeo de um jovem descrevendo seu processo de busca pela verdade. Pela cor amarelada do vídeo, e características do jovem rapaz, pareceu ser algo da década de 80.

Ele conta que procurou encontrar respostas em vários locais, sempre querendo saber sobre Jesus. Entre os mulçumanos, falaram-lhes que Jesus era um profeta. Entre os budistas, um iluminado. Em todos os lugares aonde foi, ao perguntar sobre Jesus, todos diziam que Ele era uma das vias possíveis para encontrar as suas respostas.

Voltando-se para o Cristianismo e lendo o Evangelho, cou intrigado. Jesus se apresenta como Filho de Deus e de ne: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Enquanto todos diziam que Jesus era um caminho possível, Jesus se dizia como o único caminho, “ninguém chega ao Pai senão por mim”.

Ao nal, concluiu: “Se todas as setas apontam para Jesus, e Jesus aponta apenas para Si mesmo, percebi que não preciso mais buscar em nenhum outro lugar!”. Interessante conclusão.

O mundo anda confuso. Da origem no pecado original até agora, mesmo tendo passado pela cristandade, vive um esfriamento continuado ao se distanciar do sol que é o Criador. Imerso na escuridão do pecado,

não vê mais nada. Não vê o outro, não distingue o bem do mal, a virtude do pecado. Em grande medida, o homem tem di culdade de enxergar a si mesmo, não se reconhece, não se aceita, não consegue de nir sua própria identidade.

A grande maioria se debate consigo mesmo. Estão como que aprisionados em suas confortáveis celas, cheia de luxos e aparatos tecnológicos. Contudo, a confusão é tamanha, que nem percebem a porta aberta. Permanecem aprisionados, sofrendo da prisão, mas ainda assim não querem sair.

Outros, como o rapaz do vídeo, procuram uma saída no escuro. Mas o mundo não vai facilitar; a nal, não quer que encontremos o caminho da salvação.

Para os que estão na porta, tentando olhar para fora, o inimigo trama uma última cartada. Tentará nos convencer de que todos os caminhos são bons, todas as religiões são iguais e que Deus pode ser encontrado em qualquer lugar.

Mas será verdade?

Apesar de simplista, a conclusão do rapaz está revestida de algumas verdades e vale a pena analisá-las.

Jesus é o verdadeiro Deus – Ele se apresenta como Filho de Deus, no Evangelho realiza dezenas de milagres. Ao nal entrega sua vida, e a recupera, como havia prometido;

A pedagogia do encontro

outra pergunta: “Mestre, onde moras?” (Jo 1,38). Para seguir Jesus, não basta se dispor apenas daquilo que escutamos os outros dizerem Dele; faz-se necessário uma experiência pessoal com Ele. Anal, não se pode caminhar atrás de Jesus de qualquer maneira.

Jesus foi pré-anunciado – Podemos encontrar no Antigo Testamento, várias passagens que são o anúncio de Jesus, muito anos antes de seu nascimento. Na minha opinião, a passagem do “servo sofredor”, que descreve com detalhes a Paixão (em Isaias 53), escrita mais de 700 anos antes de Jesus, é uma das mais impressionantes.

Nossa fé é revelada – Nossa fé não foi escrita por um visionário, um homem inspirado ou com qualidades extraordinárias. Nossa fé foi revelada pelo próprio Deus, desde Abraão, buscando nos resgatar do episódio do pecado original.

Jesus está vivo – Jesus viveu, ensinou e morreu por nossos pecados. Ressuscitou verdadeiramente, seu sepulcro está vazio e Ele está vivo.

É a única via de salvação – Jesus é a única via de salvação, Ele mesmo disse: “Ninguém chega ao Pai senão por mim”.

Ora, se tudo isso é verdade, e cremos que é, se Deus vem pessoalmente até nós, morre por nossos pecados e decide fundar sua própria Igreja, como poderíamos em nossa sã consciência achar minimamente que Deus pode ser encontrado em qualquer religião?

É natural que o mundo, a ito em busca de suas respostas, tente encontrar conforto. Esses a itos buscam pessoas com a mesma a nidade, ou

até mesmo com sofrimento comum. Mas a resposta não será encontrada nas coisas.

A criação de uma “grande irmandade”, para “andarmos juntos” e “vivermos melhor”, também não nos dará as respostas, a nal o mundo não as tem. É somente o Cristo, fonte de todo amor e de toda a sabedoria, que pode nos dar o que tanto precisamos. Tenta-se transformar Cristo em algo “pasteurizado”. Já chamam nossa fé de “uma questão de crença pessoal”, como se a existência de Jesus fosse esotérica, como se Cristo pudesse se comparar com outras coisas ou como se Deus pudesse ter algum concorrente.

Nesse mundo de muitas alternativas e poucas respostas, é preciso termos claro onde estamos. Não nos deixemos confundir pelo maligno. Enquanto outros se afastam da fé verdadeira, Jesus nos pergunta “Quereis vós também retirar-vos?”. Para nós, éis batizados, revestidos da unção do Crisma, e com a responsabilidade de levar ao mundo a única luz que é Cristo, só temos uma resposta: “Senhor, a quem iríamos nós? Só Tu tens palavra de vida eterna!”.

LuizVianna éengenheiro,pósgraduadoem marketingeCEOdaMult-Connect,umaempresade tecnologia.Autordoslivros“Preparadoparavencer”e “SocialTransformationeseuimpactonosnegócios”,é também músico e pai de três lhos.

Queremos começar este artigo fazendo referência à atividade pública de Jesus no Evangelho segundo João (1,29). Pode-se perceber no relato uma busca e um seguimento: dois discípulos que escutaram o Batista e começaram a seguir Jesus sem dizer nenhuma palavra (cf. PAGOLA, José. O caminho aberto por Jesus, 2013, p.41). Há algo Nele que os atrai, embora ainda não saibam quem Ele é e para onde os levará. Num determinado momento, Jesus se volta e lhes faz uma pergunta: “Que buscais?” (Jo 1,38). Aqueles dois discípulos ainda não conseguem imaginar aonde pode levá-los a aventura do seguimento de Jesus, mas intuem que Ele pode ensinar-lhes algo que ainda não conhecem, por isso respondem à pergunta de Jesus com

Vale destacar aqui as riquezas que existem por trás das perguntas que nos narram as Escrituras: elas escondem tesouros e nos abrem à revelação (RONCHI, Ermes. Le nude domande del Vangelo, 2017, p.9); espiritualmente, as perguntas são ricas da presença de Deus. As perguntas nos abrem ao novo, são como que um dom, um maná para o nosso peregrinar à terra prometida (Idem, p.13). Com a pergunta “que buscais?”, o Senhor nos faz entender que nos falta alguma coisa, a nal, as nossas buscas nascem sempre de faltas e necessidades, de uma espécie de vazio que pede para ser preenchido (Idem, p.14-15).

Quando alguém não busca nada na vida e se conforma em “ir levando,” ou ser um “vivedor”, não é possível encontrar-se com Jesus. O importante não é buscar algo, mas buscar alguém (PAGOLA, José. O caminho aberto por Jesus, 2013, p.42). Os discípulos não buscam encontrar Nele grandes doutrinas ou sábias -

loso as, mas querem que Ele lhes mostre onde Ele vive, isto é, onde é a sua casa. Em outras palavras, os discípulos querem aprender de Jesus o que signi ca viver. A resposta do Senhor é “vinde e vede” (Jo 1,39). Ele não lhes oferece nenhuma explicação nem nenhuma condição, apenas convida-os: “Percorrei o meu caminho”.

Jesus continua se dirigindo a cada um de nós com a pergunta que nos remete ao nosso coração: “O que estais buscando?”. Sua pedagogia é a pedagogia da pergunta que nos movimenta a fazer um percurso interior e a nos encontrarmos com a fonte que nos inspira e nos alimenta. Com seu modo de perguntar, vai nos libertando dos nossos enganos, dos nossos medos e dúvidas que muitas vezes atro am e bloqueiam a nossa vida.

A pergunta de Jesus nos tira da mediocridade e nos coloca novamente em movimento de busca. Quando o Senhor fala, Ele não interroga nossa cultura, competência ou teologia, mas nossa humanidade (RONCHI, Ermes. Le nude domande del Vangelo, 2017, p.15). Deixar-se atingir pela pergunta: “O que buscais?”, signi ca tomar consciência de que nós não estamos prontos, mas vivemos em uma continua peregrinação, em

um contínuo ser de passagem. Somente quando acolhemos a pergunta de Jesus em nossa vida é que percebemos como é inacabada nossa existência e o quanto ainda temos que caminhar. Quando a pergunta ressoa no mais íntimo de nós, descobrimos a nossa autêntica forma de ser, isto é, nossa identidade. A pergunta nos arranca da surdez de nós mesmos e nos faz capazes de escutar o que o barulho do dia a dia esconde e abafa; ela nos desperta e nos faz sair do discernimento que confunde.

Nesse sentido, a busca que Jesus desperta em nós, nos orienta para o interior. Por isso, é importante que aprendamos a escutar o nosso “mestre interior”, pois o que buscamos é o nosso “eu verdadeiro”, nosso “eu profundo”, nossa identidade original. Isso faz crescer em nós o desejo do encontro que se converte na força determinante para se manter sempre em um caminho de busca. Vale buscar o que é importante e encontrar Aquele que responde às questões mais profundas de nossa busca. Assim sendo, é preciso aceitar e viver a busca de Deus; é a Ele que se deve buscar. A busca é, portanto, um dinamismo da mente e do coração, é “entrar no território onde Jesus vive”.

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DOM CÍCERO ALVES DE FRANÇA BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO BELÉM
Espiritualidade Comportamento
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Igreja no Brasil inicia o caminho de implementação da nova tradução do Missal Romano

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Até o primeiro Domingo do Advento, em 3 de dezembro, todas as paróquias e comunidades católicas do Brasil terão de usar a tradução brasileira da terceira edição do Missal Romano, livro que contém os textos litúrgicos da missa. Antes desta data, o uso dos textos da nova edição será facultativo.

Em abril, durante a 60ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP), Dom Edmar Peron, Bispo de Paranaguá (PR) e até então Presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia, explicou que não se trata de um “novo missal”, mas a tradução da terceira edição típica do Missal Romano, promulgada em 2002 por São João Paulo II e revisada em 2008, com o objetivo de incorporar as disposições litúrgicas e canônicas desde a segunda edição típica, de 1975.

O processo de revisão da tradução, que busca maior delidade ao texto original, publicado em latim, durou 19 anos.

ASPECTOS FUNDAMENTAIS

Também na assembleia, Dom Edmar apresentou três aspectos fundamentais para a recepção do Missal nas comunidades. O primeiro é ter claro que o livro por si só não basta, é preciso “passar do livro à celebração”. Disso decorre o papel fundamental de cada bispo em promover uma educação litúrgica.

O segundo aspecto é rever o modo de bem celebrar a liturgia. Esta é, explica, um evento de salvação e não apenas rubricas a serem seguidas. “Não celebramos para observar rubricas, celebramos com elas o evento de salvação. Rito não é rubrica a ser observada, mas uma ação de Cristo e da Igreja a ser celebrada”, destacou o Bispo.

Por m, não haverá recepção autêntica do Missal se este não se tornar fonte da vida espiritual. Segundo a constituição Sacrosanctum concilium, cita o Bispo, a “plena e ativa participação de todo o povo” possibilita

que a Liturgia seja, de fato a primeira fonte em que os éis vão beber o “espírito genuinamente cristão”. Nesse sentido, as dioceses já iniciaram formações para a implementação da nova tradução do Missal. Em São Paulo, a Comissão Arquidiocesana de Liturgia (CAL) realizou uma formação, no último dia 6, sobre a Instrução Geral do Missal Romano, à luz da Carta Apostólica do Papa Francisco Desiderio desideravi, sobre a liturgia, assessorada pelo liturgista Padre Damásio Medeiros.

ACESSO AOS TEXTOS

Os textos da nova tradução do Missal serão disponibilizados integralmente pelas Edições CNBB às dioceses que têm folhetos próprios das missas, em tempo hábil para atender a obrigatoriedade do uso no 1º Domingo do Advento.

As dioceses podem entrar em contato com a editora para solicitar o material. As paróquias e comunidades de todo o Brasil já estão encomendando os exemplares do livro litúrgico, que será impresso em larga escala nos próximos meses.

A Comissão Episcopal para a Liturgia já disponibilizou, gratuitamente, os textos dos Novos Formulários do Próprio dos Santos do mês de maio. O arquivo é oferecido por meio das Edições CNBB e contém os novos formulários de celebrações contidas na terceira edição do Missal Romano do Brasil.

No material, estão os textos para as celebrações da Bem-aventurada Virgem Maria de Fátima; de São Cristóvão Magalhães; de Santa Rita de Cássia; de São Paulo VI; e da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. Para solicitar os textos, acesse: https://web.edicoescnbb.com.br/oracoes-proprias-dos-santos-maio

(Com informações da CNBB)

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

ExpoCatólica reúne fornecedores de produtos e prestadores de serviços em prol da evangelização

A 16a edição da ExpoCatólica, realizada no Pro Magno – Centro de Eventos, na zona Norte da capital paulista, entre os dias 18 e 21, manteve a tradição de agregar em um mesmo local fornecedores de produtos e serviços do segmento católico.

No entanto, entre os 180 expositores não foram apenas apresentados livros e artigos religiosos, mas também serviços pastorais, os múltiplos carismas da Igreja, re exões, música católica e rotas do turismo religioso católico no Brasil. A Arquidiocese de São Paulo também esteve no evento, com um estande coordenado pelo Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação (leia detalhes na página 9)

O evento foi um sucesso de público: ao longo de quatro dias, cerca de 20 mil pessoas visitaram a ExpoCatólica, um recorde para este formato da Feira, conforme explicou, ao O SÃO PAULO, Fábio Castro, diretor da Promocat Marketing Integrado, empresa idealizadora e promotora do evento: “Já tivemos a participação de 50 mil pessoas, mas isso foi quando tínhamos grandes shows ou missas campais, um formato que não fazemos mais. A média sempre esteve próxima a 17 mil, 18 mil pessoas”.

VARIEDADE

Na Feira foi possível encontrar uma variedade de produtos, como imagens sacras (algumas até feitas de borracha), camisetas, canecas e itens de papelaria, velas, hóstias, sinos, paramentos litúrgicos, móveis e decorações para templos.

“Desde o banco da assembleia de éis, passando pelo mármore do chão de uma igreja, pela Bíblia pela qual se pregará a Palavra, até a hóstia que será consagrada pelo padre, tudo isso é feito por um expositor que está aqui na ExpoCatólica. O nosso objetivo primeiro é dar suporte a quem evangeliza”, ressaltou Fábio Castro, que organiza a Feira com a esposa, Kiara Castro.

As principais editoras do Brasil também participaram, como Edições CNBB, Paulus Editora, Editora Canção Nova e Editora Ave-Maria

INOVAÇÃO

Na linha de serviços, foi signi cativa a presença das agências de turismo religioso, bem como de empresas dos ramos de restauro de vitrais e de bancos, de tecnologias de gestão de dados, e dos segmentos de sonorização e acústica.

No estande da Garbe – Soluções Acústicas, por exemplo, o visitante, por meio de um óculos de realidade virtual, pôde “adentrar” em uma das igrejas que passaram pelo tratamento acústico feito pela empresa. “Quando vamos ao local, percebemos quando alguma coisa não está correta, como quando os sons da música

e da fala se misturam ou um som ca tempo demais no ambiente. E o que fazemos é diminuir esse tempo de reverberação”, explicou Leonardo Tedesco, uns dos proprietários da empresa.

Muitas novidades em produtos voltados para crianças puderam ser vistas. A empresa ABCToys, por exemplo, adaptou brincadeiras tradicionais, como quebra-cabeça, jogo da memória e jogos de tabuleiros para criar jogos bíblicos, por meio dos quais as crianças podem ser evangelizadas enquanto se divertem.

MÚSICA CATÓLICA E CARISMAS

Na Arena Fina Tom, houve espaço para re exões sobre a música católica e

ExpoCatólica para a sessão de autógrafos do seu mais recente livro “O que fazer com os limões que a vida te dá”. O Sacerdote também foi o organizador da Mostra Internacional dos Milagres Eucarísticos, divulgados pela internet pelo Beato Carlo Acutis (1991-2006).

TURISMO RELIGIOSO

Oito estados brasileiros apresentaram na ExpoCatólica seus atrativos de turismo religioso católico. O estado do Pará divulgou as festas da Marajuda (em honra a São Benedito, no município de Bragança) e do Sairé (em louvor ao Espírito Santo, na cidade de Santarém), além do tradicional Círio de Nazaré. Uma pequena réplica da

Caio Mozer, secretário de Turismo de Anchieta.

CONGRESSOS

Paralelo aos eventos da ExpoCatólica, foram realizados congressos com temáticas voltadas à gestão eclesial (Conage), comunicação paroquial (Conacomp), liderança pastoral (CPP), dízimo (Conadiz), secretaria paroquial (Conaspar) e gestão contábil e nanceira (Economatus).

Também houve o 2o Seminário para Coordenadores de Catequese e a 1a edição dos Festeiros – Seminário para Organizadores de Festas Religiosas. A realização deste último, inclusive, foi enaltecida pelo prefeito Ricardo Nunes, que visitou a Ex-

Em novo espaço e formato, a ExpoCatólica visa a dar suporte a quem evangeliza; edição de 2023 alcança recorde de público da história da Feira

breves apresentações, com as participações de artistas como Adriana Arydes, Dunga, Eliana Ribeiro, Fraternidade São João Paulo II, Banda Dom, Anjos de Resgate e os Padres Joãozinho, Antonio Maria e Diogo Albuquerque.

Em outro espaço, a Arena Promocat, houve palestras gratuitas sobre temas como acessibilidade, arte e liturgia sacra e arquitetura religiosa.

E não faltou espaço para a divulgação dos carismas. Marcaram presença a Comunidade Filhos de João Batista, Aliança de Misericórdia, Toca de Assis, Copiosa Redenção, Apostolado Mães dos Sacerdotes, Rogacionistas, Missão Belém, Filhas de São Camilo, Família Religiosa do Verbo Encarnado, Comunidade Obra de Maria, Freis Carmelitas Mensageiros, entre outros.

A Feira também foi momento de reencontro do público com alguns padres nacionalmente conhecidos, como o Padre Zezinho, 81, cantor, compositor e escritor, que lançou o livro “Espiritualidade Conciliadora”; e o Padre Márlon Múcio, fundador da Missão Sede Santos. Ele tem uma doença genética neurodegenerativa, e após três anos acamado conseguiu ir à

imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi levada à Feira.

Já a Secretaria de Turismo do estado da Bahia divulgou os Caminhos da Fé na cidade de Salvador, um itinerário que envolve a passagem pela Basílica Santuário Conceição da Praia, Igreja Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, Mosteiro do Salvador, Paróquia Nossa Senhora dos Alagados e São João Paulo II, Santuário Santa Dulce dos Pobres e Basílica Santuário Senhor do Bon m. Mostrou ainda outras festas da piedade popular no estado, como a do Bom Jesus da Lapa.

No estande do estado do Espírito Santo, além da tradicional Festa de Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha, houve a divulgação do Santuário de Nossa Senhora da Saúde, na cidade de Ibiraçu, e do Santuário Nacional de São José de Anchieta, na cidade de Anchieta, que após dois anos de restauro foi reaberto ao público em 2021.

“Em Anchieta, o nosso turismo principal sempre foi de sol e praia, mas agora, após as obras de restauro do Santuário, está sendo intensi cado o turismo religioso, com um aumento expressivo do uxo de éis na cidade”, assegurou

poCatólica na sexta-feira, 19: “Fico feliz em ver a preocupação da ExpoCatólica em preparar as pessoas para organizar eventos. A nossa Igreja vai além das quatro paredes, é toda a nossa comunidade e, assim, é fundamental haver este preparo para fazer bem os trabalhos de evangelização”, disse o Prefeito.

EXPOCATÓLICA 2024

De acordo com Fábio Castro, ainda não está de nida a data para a realização da ExpoCatólica 2024, mas esta deve ocorrer em maio ou junho. O que é certo é que será no mesmo local, o Pro Magno - Centro de Eventos, dado o sucesso de público e a avaliação positiva sobre a infraestrutura que permitiu a realização simultânea da Feira e dos congressos.

O diretor da Promocat Marketing Integrado assegurou que o visitante já pode se preparar para algumas novidades, como mostras mais detalhadas do turismo religioso e cultural das cidades e estados, e um pavilhão exclusivamente voltado para tecnologias para a Igreja.

8 | Reportagem | 24 a 30 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO (Colaboraram: Fernando Arthur, José Ferreira Filho, CleideBarbosa,KarenEufrosinoeagentesdaPastoral daComunicaçãodasregiõesepiscopais)

Comunicadores fazem experiência de imersão no estande da Arquidiocese de São Paulo

FERNANDO GERONAZZO

Como acontece desde a primeira ExpoCatólica, a Arquidiocese de São Paulo participou da 16ª edição da feira de produtos e serviços para igrejas e instituições católicas, entre os dias 18 e 21, no Pro Magno – Centro de Eventos.

O SÃO PAULO da atividade. “Pude aprender muito com cada pro ssional e voluntário que estava trabalhando. A acolhida e o carinho que a equipe da Arquidiocese teve com a gente caram marcados. Foi perceptível o amor e a união de todos, e a presença de Deus em cada fala e orientação que passavam. Só tenho a agradecer a Deus por ter me permitido ter esta experiência e por me presentear amizades tão valiosas e divinas. Se Deus me permitir, quero estar o ano que vem novamente”, relatou o jornalista.

No espaço, a Arquidiocese deu destaque aos seus veículos de comunicação (jornal O SÃO PAULO, rádio 9 de Julho, folheto Povo de Deus em São Paulo e mídias digitais) e à Pastoral da Comunicação (Pascom).

O estande contou com um estúdio multimídia de onde foi transmitida uma programação especial para a rádio e mídias digitais, além da redação que permitiu que os visitantes acompanhassem o processo de edição do semanário arquidiocesano e a produção de notícias em tempo real sobre a Feira para o site do jornal.

Os visitantes da ExpoCatólica encontraram pessoalmente os comunicadores e demais pro ssionais dos veículos arquidiocesanos, e permaneceram diante do estúdio de vidro para acompanhar as atrações da única rádio que transmitiu sua programação ao vivo durante toda a Feira.

Por ocasião do 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado no domingo, 21, o Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação promoveu a atividade “Pascom Experience”, com a participação de agentes voluntários da Pascom, que colaboraram na acolhida dos visitantes e na produção de conteúdo das mídias.

Mais do que uma aula, foi uma oportunidade de imersão no dia a dia dos meios de comunicação.

Para Elias Rodrigues, agente da Pascom na Região Episcopal Sé, foi uma “experiência extraordinária” participar

Carla Felicio, agente de pastoral na Região Belém, contou à reportagem que sua primeira experiência em uma ExpoCatólica foi em 2011, como visitante. “Doze anos se passaram e, nesta edição, retornei à Feira para fazer uma experiência incrível como voluntária no estande da Arquidiocese, com os diversos membros da Pascom”, destacou a agente, cumprimentando a iniciativa e agradecendo pela oportunidade.

TESTEMUNHO DE FÉ

A programação especial do estúdio multimídia do estande contou com a participação de artistas e convidados da Feira, que compartilharam testemunhos de fé e de sua missão.

Um dos destaques foi a visita de José Maurício Bragança Moreira, que recebeu o milagre por intercessão de Santa Dulce dos Pobres, por meio do qual a Santa Sé aprovou a canonização da religiosa brasileira, em 2019.

O miraculado contou sua história de vida, ressaltando que conheceu a religiosa na infância e, muitas vezes, a viu pelas ruas da Bahia. Aos 23 anos, foi diagnosticado com um glaucoma, que atingiu 70% do nervo ótico, e com o passar do tempo, cou totalmente cego, por 14 anos, até 2014.

Moreira recordou que em uma noite de dor e no meio de uma crise in ama-

tória dos olhos, ele pegou a imagem de Irmã Dulce e a levou até os olhos, e pediu que ela aliviasse a dor, fazendo uma oração breve.

“Irmã, eu sei que a senhora está aí pertinho de Deus, e peço, por favor, que interceda a Ele para a cura da minha conjuntivite, é muita dor. Peço que interceda por mim”, assim rezou José Maurício. Ele conta que após algumas horas, voltou a enxergar.

FÉ E CULTURA

Também houve uma edição especial do programa Construindo Cidadania, que tratou sobre os cadernos temáticos do jornal O SÃO PAULO. Apresentado pelo Cônego Antonio Aparecido Pereira (Padre Cido), contou com a participação do Padre Michelino Roberto, Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação e diretor e editor do O SÃO PAULO; Daniel Gomes, redator-chefe do semanário arquidiocesano; e o professor Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

Mensalmente, o jornal publica os cadernos “Fé e Cidadania” e “Fé e Cultura” – em parceria com o Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP; bimestralmente o caderno “Laudato si’ – por uma ecologia integral” – produzido pela equipe de reportagem; e com uma periodicidade mais exível o caderno “Pascom em Ação”, em parceria com a Pastoral da Comunicação arquidiocesana.

Padre Michelino destacou que com os cadernos especiais o jornal busca aprofundar temáticas da fé cristã e analisar os fatos do cotidiano à luz do Magistério da Igreja, el à missão do jornal O SÃO PAULO como espaço para discernimento e anúncio da Verdade.

O professor Borba lembrou que os cadernos, em especial o de “Fé e Cultura”, fazem ressoar a mensagem do Evangelho em um ambiente cultural por vezes mar-

cado por polarizações, e que as temáticas escolhidas buscam propor esse diálogo da fé e cultura em diferentes âmbitos.

Daniel Gomes falou sobre o processo de produção dos cadernos e dos feedbacks que o jornal tem aferido sobre os interesses dos leitores acerca dos conteúdos.

VISITA DO ARCEBISPO

Na tarde do sábado, 20, o Cardeal Odilo Pedro Scherer visitou a ExpoCatólica. O Arcebispo Metropolitano de São Paulo conversou com os expositores e visitantes da Feira e concedeu uma rápida entrevista à rádio 9 de Julho

Dom Odilo se disse impressionado com a grande quantidade de pessoas no evento, uma vez que mudou de local. “Pelo jeito, o povo aprovou [o novo local do evento]. Há uma variedade de coisas e produtos e muita gente interessada em olhar, em conhecer, o que signi ca que há muita produção de material relacionado com o trabalho da Igreja e da evangelização, como a Catequese, a liturgia. E isso precisa ser colocado a público, conhecido, e aqui há uma boa oportunidade para tal”, comentou.

AMPARO PELA VIDA

O estande da Arquidiocese também contou com a presença do Amparo Maternal, entidade que há mais de 80 anos atua na acolhida e assistência a gestantes, puérperas e bebês em situação de vulnerabilidade.

Os agentes do Amparo Maternal também atraíram a atenção do público da Feira para a campanha Amparo pela Vida, que visa a arrecadar fundos para a entidade continuar sua missão.

Além disso, o Amparo recebeu doações tanto nanceira quanto de produtos dos expositores para serem leiloados em eventos da entidade, sem contar pessoas que manifestaram interesse de serem voluntárias na obra.

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ESPECIAL PARA
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Papa envia o Cardeal Zuppi em missão de paz à Ucrânia e à Rússia

FILIPE DOMINGUES

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA

Após boatos que indicavam uma nova tentativa do Papa Francisco de mediar esforços de paz na guerra da Ucrânia, invadida pela Rússia há mais de um ano, o Vaticano con rmou no sábado, 20, que o Santo Padre escolheu o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), o Cardeal Matteo Maria Zuppi, como seu representante em negociações que buscam levar ajuda humanitária e promover um cessar-fogo.

A missão, cujas modalidades ainda estão sendo estudadas, vai ser organizada em parceria com a Secretaria de Estado da Santa Sé. Sem dar mais detalhes sobre o teor dessa missão, o Vaticano in-

formou que o objetivo é “contribuir para amenizar as tensões no con ito na Ucrânia, na esperança, jamais abandonada pelo Santo Padre, de que isso possa dar início a percursos de paz”.

MISSÃO ESPECIAL

Espera-se que o Cardeal Zuppi vá a Kiev e a Moscou, para se encontrar com autoridades locais e líderes das igrejas cristãs dos dois países, na esperança de unir forças para conter a guerra.

Ele não é o primeiro cardeal enviado pelo Papa em missão especial desde que a guerra começou. Nos últimos meses, também o Cardeal Konrad Krajewski, Prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade, e o Cardeal Michael Czerny, Prefeito do Dicastério para a Promoção

do Desenvolvimento Humano Integral, zeram parte de forças-tarefa especí cas para o reconhecimento de áreas em conito e para o envio de ajuda humanitária à Ucrânia.

Desta vez, dizem analistas, o Papa preferiu escolher alguém um pouco mais distante do Vaticano, o que talvez lhe dê mais trânsito junto a alguns grupos locais na Rússia e na Ucrânia. Além de presidente da CEI, o Cardeal Zuppi é Arcebispo de Bolonha, na Itália. Membro da Comunidade de Sant’Egidio, um movimento laical de Roma reconhecido internacionalmente por sua atuação junto aos pobres e imigrantes, mas com nomes importantes também na diplomacia e na política, Dom Zuppi participou de mediações de paz em Moçambi-

que nos anos 1990 e é uma pessoa com boa articulação tanto nas bases quanto no alto escalão de instituições da sociedade civil.

No retorno da viagem à Hungria, em 30 de abril, o Papa Francisco já havia sinalizado que existia uma missão “em curso” para ampliar seus esforços de reconciliação e paz na Ucrânia, mas à época declarou que a questão ainda não podia ser tornada pública. É sabido que Francisco vem usando todos os meios à sua disposição para tentar interromper o con ito na Ucrânia, tanto pelo diálogo multilateral quanto pela oração. Em 13 de maio, o Pontí ce recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e tem mantido um canal direto com os diplomatas da Rússia.

Guido Schäffer e Irmã Tereza Margarida: dois brasileiros

O processo de canonização de dois brasileiros avançou mais um passo na última semana. O Papa Francisco autorizou o reconhecimento das chamadas “virtudes heroicas” de Guido Vidal França Schä er, seminarista uminense morto em 2009, e da Irmã Tereza Margarida do Coração de Maria, religiosa carmelita mineira. O Dicastério para as Causas dos Santos publicou os decretos no sábado, 20.

Isso quer dizer, inicialmente, que ambos passam a ser considerados “veneráveis”. Trata-se do primeiro grande reconhecimento que a Igreja confere a uma causa. Após a investigação realizada em nível diocesano sobre a fama de santidade de uma pessoa – autorizada pelo bispo diocesano – o processo é apresentado ao Dicastério, no Vaticano. Uma vez aberto o processo, o el admirado publicamente passa

Quando

a ser chamado “servo de Deus”.

Em seguida, estuda-se cuidadosamente a sua vida e trajetória, buscando as “virtudes heroicas”. Se demonstradas, a causa vai adiante. A próxima etapa seria a beati cação, que normalmente requer o reconhecimento de um milagre realizado por intercessão da pessoa “venerável”. Caso seja um mártir, esse milagre não é sempre necessário.

A beati cação autoriza a devoção em nível local –na diocese de origem – e a canonização, a última etapa, que requer um segundo milagre, permite a devoção em toda a Igreja.

QUEM SÃO ELES

Guido Schä er nasceu em Volta Redonda (RJ), em 1974. Formou-se médico e trabalhou

Você Pergunta

coisas que machucam as pessoas.

Eis a dúvida que recebi do Mário

Rogério Leme: “Quando a gente discute com alguém, ca nervoso e acaba dizendo maledicências contra a pessoa, desejando coisas ruins a ela, mesmo que nos arrependamos, essa atitude traz consequências para nossa vida?”.

Bela pergunta! De fato, todos nós, em momentos de ira, naqueles momentos em que alguém nos tira realmente do sério, podemos dizer

Mas passados esses momentos, a gente percebe que exagerou. Todos nós, por mais duros que sejamos, temos uma consciência que nos acusa e grita: “Ei! O que que você fez? O que você disse? Para que você foi dizer isso?”

O problema é que a consciência nos acusa, mas, infelizmente, o orgulho não nos deixa pedir perdão, pedir desculpas, dizer: “Olha, foi num momento de branco na minha cabeça que eu disse aquilo, me perdoe. Eu estou envergonhado do que disse”.

Mário, você me pergunta se esses destemperos verbais trazem alguma consequência, eu vou dizer uma coisa: trazem se eles se repetem continuamente e nós não nos damos conta deles. Eles vão nos tornando pessoas amargas, nos afastando dos outros, nos isolando. Ninguém gosta de estar perto de uma pessoa que vive de cuspir maldição e de falar e desejar o mal aos outros. Por isso, é bom que a gente se policie, que conte até dez antes de dizer alguma coisa.

Sobre falar dos outros, fazer aquilo que chamamos de maledicência, há uma

‘veneráveis’

com as irmãs de Madre Teresa, as Missionárias da Caridade. Ficou conhecido por ter como hábito a prática do surfe, esporte que, em um acidente, o levou à morte precoce em 1° de maio de 2009, aos 34 anos. Schä er também foi seminarista e tinha um grande desejo missionário.

Já a Irmã Tereza Margarida do Coração de Maria foi uma monja carmelita que viveu entre 1915 e 2005. Nascida em Borda da Mata (MG), era originária de uma família rica, de proprietários de terras, mas após ler obras de Santa Teresa do Menino Jesus, se interessou pela espiritualidade carmelita. Uma vez professa na Ordem dos Carmelitas Descalços, tornou-se conhecida por seus conselhos espirituais, formação bíblica e forte oração. Morreu em 2005, após uma longa doença pulmonar, com fama de santidade. (FD)

regra aprendida dos santos que deveríamos tê-la sempre na memória e no coração. Quando nos vier aquela coceirinha na língua, aquela vontade de acabar com alguém que nos prejudicou ou nos é antipático, a gente tem de responder a três perguntas:

1. É verdade o que eu vou dizer?

2. É construtivo? Vai ajudar a pessoa?

3. É necessário mesmo dizer isso? Se a resposta ainda que seja para uma só destas três perguntas for não, que quieto, não fale. Se as três respostas não forem sim, engula suas palavras.

10 | Papa Francisco/Fé e Vida | 24 a 30 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fotos: Arquivo pessoal
desejamos
ao
CIDO PEREIRA osaopaulo@uol.com.br
mal
outro o que acontece conosco? PADRE

Uma sociedade que busca a verdade

Núcleo Fé e Cultura

Há não muito tempo, era frequente ouvirmos que “não existem verdades, apenas narrativas diferentes”, como se essa fosse uma a rmação libertadora. A profusão de fake news e posições desencontradas que recentemente se abateu sobre o Brasil e o mundo mudou esse quadro. Agora, todos procuram combater a mentira (ou declaram fazê-lo). Dizem querer a verdade e acusam os adversários de mentirem ideologicamente, mas o fato é que vai se tornando cada vez mais difícil estabelecer um debate político sério a partir de dados con áveis e de uma base de informações consensual. Vivemos um real colapso de todas as evidências que permitem que nos situemos no mundo. Não temos conança nas informações que nos são trazidas por uns, e con amos cegamente nas informações trazidas por outros – mas, nos dois casos, muitas vezes, nos orientamos por um deísmo que rompe com a racionalidade e com as evidências existentes. A política é arte de decisão. Exige que cada pessoa, da mais humilde e subalterna à mais poderosa, tome decisões continuamente sobre o que deve fazer. A tomada de decisões implica um sistema de orientação, que nos diga o que é necessário, possível e desejável – um sistema que é dado

O polêmico Projeto de Lei 2630/2020, mais conhecido como “PL das fake news”, acirrou ainda mais o debate sobre as melhores formas de combater as informações falsas e garantir o conhecimento adequado da realidade para a população. Mas se, por um lado, medidas de combate às fake news são necessárias, por outro, esse PL – como qualquer outra iniciativa humana – tem falhas e ainda pode ser melhorado em muitos pontos. Os problemas não envolvem apenas o risco de censura, mas a própria e ciência com a qual poderá efetivamente combater a mentira e proteger a verdade. Esse é um tema que exige uma re exão aprofundada, um adequado amadurecimento e o esforço para ir sempre aperfeiçoando as providências adotadas. Os textos apresentados neste Caderno Fé e Cidadania querem ser o início de um longo percurso que devemos trilhar juntos.

pelo conjunto de informações que consideramos verdadeiras em nossa vida. Se não sabemos o que é verdade ou se nos enganamos quanto ao que é verdadeiro, todo o processo político e social ca comprometido. Por isso, a perda da verdade se torna o maior desa o político de nosso tempo. Os enfrentamentos de todos os demais desa os estão comprometidos por essa perda original. Quanto menor

nosso compromisso com a verdade, mais fácil a manipulação de nossas consciências, menor a liberdade pessoal, mais difícil o enfrentamento dos problemas materiais.

Com a velocidade e a capilaridade com que as informações são divulgadas, as providências legais precisam ser tomadas com muita rapidez – o que pode levar à truculência arbitrária e à censura. Por outro lado, nem

sempre as normas propostas se mostram e cientes para evitar a difusão de fake news ou mesmo de conteúdos perigosos para a segurança das pessoas (como instruções para a prática de atentados) ou o amadurecimento adequado dos jovens (como sites pornográ cos e de pedo lia).

Além de uma regulamentação adequada, que procure superar esses desa os, precisamos de uma educação digital que prepare tanto jovens quanto adultos para usar bem a internet. Ela nos fornece, rapidamente, muitas informações, mas temos que aprender a selecioná-las, saber o que convém e o que não convém, o que é verdadeiro e o que é falso. O tempo e os recursos economizados na obtenção de informações devem ser, ao menos em parte, usados na seleção dos conteúdos e no exercício do discernimento.

Com sabedoria, o Papa Francisco observa que não gosta de decisões apressadas, que acredita ser necessário sempre um amadurecimento das ideias para que cheguemos às melhores conclusões (cf. Entrevista a Padre Antonio Spadaro, 19/ago/2013). A re exão, o amadurecimento e até a revisão do que já foi feito aqui e em outros países são essenciais para uma regulamentação e ciente das mídias sociais e da internet.

Edição 05 24 de maio de 2023 Use o QRCode para acessar o Caderno Cultural na Internet, com mais artigos e links citados.
Arte: Sergio Ricciuto Conte

‘A verdade vos tornará livres’ (Jo 8, 32)

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais (2018)

“O melhor antídoto contra a falsidade não são as estratégias, mas as pessoas que, livres da ambição, estão prontas a ouvir e, por meio da fadiga de um diálogo sincero, deixam emergir a verdade; pessoas que, atraídas pelo bem, se mostram responsáveis no uso da linguagem”, propôs o Papa Francisco em sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2018. A seguir, apresentamos alguns trechos dessa Mensagem.

A e cácia das fake news deve-se, em primeiro lugar, à sua natureza mimética, ou seja, à capacidade de se apresentarem como plausíveis. Falsas mas verossímeis, tais notícias são capciosas, no sentido de que se mostram hábeis em capturar a atenção dos destinatários, apoiando-se sobre estereótipos e preconceitos generalizados no seio de um certo tecido social, explorando emoções imediatas e fáceis de suscitar como a ansiedade, o desprezo, a ira e a frustração. A sua difusão pode contar com um uso manipulador das redes sociais e das lógicas que subjazem ao seu funcionamento: assim os conteúdos, embora desprovidos de fundamento, ganham tal visibilidade que os próprios desmentidos categorizados di cilmente conseguem circunscrever os seus danos. A di culdade em desvendar e erradicar as fake news é devida também ao fato das pessoas interagirem muitas vezes em ambientes digitais homogêneos e impermeáveis a perspectivas e opiniões divergentes. Esta lógica da desinformação tem êxito, porque, em vez de haver um confronto sadio com outras fontes de informação (que poderiam colocar positivamente em discussão os preconceitos e abrir um diálogo construtivo), corre-se o risco de se tornar ator involuntário na difusão de opiniões tendenciosas e infundadas. O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar con itos. Desse modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isso que leva, em última análise, a falsidade.

Como podemos reconhecê-las?

Nenhum de nós pode se eximir da responsabilidade de contestar essas falsidades. Não é tarefa fácil, porque a desinformação se baseia em discursos variados, deliberadamente eva-

sivos e sutilmente enganadores, valendo-se, por vezes, de mecanismos re nados. Por isso, são louváveis as iniciativas educativas que permitem aprender como ler e avaliar o contexto comunicativo, ensinando a não ser divulgadores inconscientes de desinformação, mas atores do seu desvendamento. Igualmente louváveis são as iniciativas institucionais e jurídicas empenhadas na de nição de normas que visam a circunscrever o fenômeno, e ainda iniciativas, como as empreendidas pelas big techs e plataformas digitais voltadas a de nir novos critérios para veri car as identidades por trás de milhões de per s digitais.

Mas a prevenção e identi cação dos mecanismos da desinformação requerem também um discernimento profundo e cuidadoso. É preciso desmascarar uma lógica, que se poderia de nir como a “lógica da serpente” [...], a qual se tornou, nos primórdios da humanidade, artí ce da primeira fake news, que levou às trágicas consequências do pecado, concretizadas depois no primeiro fratricídio (cf. Gn 4) e em inúmeras outras formas de mal contra Deus, o próximo, a sociedade e a Criação. A estratégia desse habilidoso “pai da mentira” (Jo 8, 44) é precisamente a mimese, uma rastejante e perigosa

sedução que abre caminho no coração do homem com argumentações falsas e aliciantes [...]

As fake news tornam-se frequentemente virais, ou seja, propagam-se com grande rapidez e de forma dicilmente controlável, não tanto pela lógica de partilha que caracteriza os meios de comunicação social, mas sobretudo pelo fascínio que detêm sobre a avidez insaciável que facilmente se acende no ser humano. As próprias motivações econômicas e oportunistas da desinformação têm a sua raiz na sede de poder, ter e gozar, que, em última instância, nos torna vítimas de um embuste muito mais trágico do que cada uma das suas manifestações: o embuste do mal, que se move de falsidade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração. Por isso mesmo, educar para a verdade signi ca ensinar a discernir, a avaliar e ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós, para não nos encontrarmos despojados do bem “mordendo a isca” em cada tentação.

“A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32) A contaminação contínua por uma linguagem enganadora acaba por ofuscar o íntimo da pessoa. Dostoievski deixou escrito algo de notável neste sentido: “Quem mente a si

mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo” (Os irmãos Karamazov). O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se puri car pela verdade. Na visão cristã, a verdade não é uma realidade apenas conceitual, que diz respeito ao juízo sobre as coisas, de nindo-as verdadeiras ou falsas. A verdade não é apenas trazer à luz coisas obscuras, “desvendar a realidade”, como faz pensar o termo que a designa em grego: aletheia, de a-lethès, “não escondido”. A verdade tem a ver com a vida inteira. Na Bíblia, reúne os signi cados de apoio, solidez, con ança, como sugere a raiz aman (daqui provém o próprio ‘Amém’ litúrgico). A verdade é aquilo sobre o qual podemos nos apoiar para não cair. Nesse sentido relacional, o único verdadeiramente ável e digno de con ança sobre o qual se pode contar, ou seja, o único “verdadeiro” é o Deus vivo. Eis a a rmação de Jesus: “Eu sou a verdade” (Jo 14, 6). Sendo assim, o homem descobre sempre mais a verdade, quando a experimenta em si mesmo comodelidade e abilidade de quem o ama. Só isso liberta o homem: “A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). Libertação da falsidade e busca do relacionamento: eis aqui os dois ingredientes que não podem faltar para que as nossas palavras e os nossos gestos sejam verdadeiros, autênticos e áveis. Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor. Por isso, a verdade não se alcança autenticamente quando é imposta como algo extrínseco e impessoal; mas brota de relações livres entre as pessoas, na escuta recíproca. Além disso, não se acaba jamais de procurar a verdade, porque algo falso sempre se pode insinuar, mesmo ao dizer coisas verdadeiras. De fato, uma argumentação impecável pode basear-se em fatos inegáveis, mas, se for usada para ferir o outro e desacreditá-lo à vista alheia, por mais justa que apareça, não é habitada pela verdade. A partir dos frutos, podemos distinguir a verdade dos vários enunciados: se suscitam polêmica, fomentam divisões, infundem resignação ou se, em vez disso, levam a uma re exão consciente e madura, ao diálogo construtivo, a uma profícua atividade.

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Tentação de Eva, detalhe de vitral da Igreja St Mary de Castro (Leicester, Inglaterra). Reprodução

Uma regulamentação que permita o diálogo em igualdade de condições

O controle de discursos ofensivos ou danosos às pessoas e à sociedade, na internet e nas redes sociais, é necessário. Sua função, contudo, é evitar o poder despótico de quem controla a informação – e não criar um novo poder despótico. Nas muitas situações incertas e polêmicas, o mais importante é garantir um diálogo em igualdade de condições para todos. Para as comunidades cristãs, essa situação exige uma contínua educação à busca da verdade e ao diálogo. Trata-se, evidentemente, de saber dar as razões das próprias posições e de ter o discernimento necessário para perceber onde está a falsidade. Mas só isso não é su ciente.Éprecisotambémentenderasrazõesdooutro;saber reconhecer quando ele está certo, sem nos sentirmos agredidos ou inseguros por isso; descobrir os modos adequados de comunicar aquilo que realmente importa.

Núcleo Fé e Cultura

A liberdade de expressão, idealmente, é uma das garantias de uma sociedade livre. Contudo, num contexto assimétrico, em que alguns detêm muito mais poder que os demais, seja por recursos econômicos, força política ou acesso às mídias, pode acontecer justamente o contrário: os poderosos estabelecem um “pensamento único” ou disseminam mentiras que os demais não conseguem contestar –não por falta de argumentos, mas por falta de acesso igualitário aos meios de comunicação Assim, muitas vezes, o pensamento hegemônico, presente em todas as esferas da vida social, não permite a justa contestação baseada na verdade. Outras vezes, dentro de grupos fechados e comunidades muito homogêneas, é um discurso interno que promove o pensamento único. Diante da impotência frente ao discurso hegemônico, muitos se sentem no direito de criar narrativas alternativas, conformes às suas convicções, estruturadas de modo a potencializar o escândalo e a indignação, levar à repulsa de seus adversários e à adesão acrítica a suas posições. Atualmente, em qualquer parte do espectro ideológico, encontramos tanto a disseminação de fake news e a hegemonia de “pensamentos únicos”, nas chamadas “bolhas”, quanto pessoas realmente dedicadas a encontrar e divulgar a verdade.

Regulamentação: necessária, mas com cuidado. Nesse contexto, a necessária regulamentação das mídias e redes sociais é uma tarefa complexa, em que várias estratégias devem ser utilizadas de forma integrada. Uma dessas estratégias, mas não a única, é a criação de legislações e normas que indicam o que pode e o que não pode ser publicado nas redes sociais e nos sites; o que fazer quando uma fake news é identi cada; como evitar abusos de poder econômico e de in-

uência das plataformas etc. Essa regulamentação não será nunca ideal e perfeita, pois as tecnologias evoluem de forma muito rápida, criando novos desa os. Por isso, a questão não consiste em ter ou não tal regulamentação – ela sem dúvida é necessária – mas, sim, em saber quais as melhores estratégias para evitar os abusos de poder e garantir a liberdade dos usuários.

No passado, o chamado “direito de resposta” – existente na legislação brasileira e de outros países – parecia um mecanismo razoavelmente e ciente, mesmo que imperfeito. Quando uma mídia social divulga uma notícia falsa ou um comentário ofensivo sobre alguém, a vítima tem direito a um espaço equivalente naquele veículo para defender-se e uma compensação nanceira quando o prejuízo já está con gurado. Contudo, com a velocidade e a capilaridade com que as informações são divulgadas atualmente, o direito de resposta chega tarde demais. Além disso, não evita conteúdos perigosos, que não são falsos, mas colocam em risco pessoas e comunidades, como técnicas de suicídio ou de fabricação de bombas.

Existe sempre o perigo de que essa regulamentação se torne um instrumento de censura. Contudo, gostemos ou não, existem posições que não são consideradas lícitas na sociedade e, portanto, não podem ser admitidas na internet – como, por exemplo, a pedo lia; o extermínio de grupos étnicos, religiosos ou culturais; as ameaças à democracia; os atentados em escolas. No extremo oposto, encontramos aquelas situações típicas de Estados ditatoriais, como o acesso a informações pessoais dos opositores do regime e a proibição de críticas ao sistema vigente. Entre os dois extremos, encontramos uma grande variedade de situações nas quais os limites entre regulamentação e censura, de-

fesa da sociedade e autoritarismo do Estado não cam claros.

Onde o diálogo é mais importante. Temos uma enorme “zona cinzenta” entre aquilo que consensualmente não pode ser permitido e aquilo que, também consensualmente, não pode ser proibido ou controlado. Quanto mais plural é uma sociedade, maior se torna essa “zona cinzenta” – e o pluralismo é um resultado inevitável da liberdade. Além disso, aquele que é censurado raras vezes se reconhece autor de uma contravenção – e a história muitas vezes mostra que o considerado ilícito no passado se tornou totalmente válido e incontestável no presente.

O Papa Francisco, por exemplo, sempre deixou evidente a posição da Igreja de reconhecer os direitos das pessoas homossexuais e acolhê-las: “Se uma pessoa homossexual é de boa vontade e está à procura de Deus, eu não sou ninguém para julgá-la [...] Na vida, Deus acompanha as pessoas e nós devemos acompanhá-las a partir da sua condição. É preciso acompanhar com misericórdia” (Entrevista ao Padre Antonio Spadaro, 19/ago/2013). Contudo, também se referiu criticamente à ideologia de gênero: “A complementaridade entre o homem e a mulher, ápice da criação divina, é hoje posta em discussão pela chamada ideologia de gênero, em nome de uma sociedade mais livre e justa. As diferenças entre homem e mulher não visam à oposição nem à subordinação, mas à comunhão e à geração, sempre à imagem e semelhança de Deus” (Discurso aos bispos de Porto Rico, 8/jun/2015);

“uma coisa é que a pessoa tenha essa tendência, essa opção, e há também aqueles que mudam de sexo; e outra coisa é ministrar o ensino nas escolas nessa linha, para mudar a mentalidade. A isto chamo colonizações

ideológicas” (Entrevista no retorno da visita à Georgia e ao Azerbaijão, 2/out/2016). Nesse caso, o limite entre a defesa da dignidade da pessoa, seja qual for sua condição, e a imposição ideológica de uma atitude particular aos demais pode ser facilmente manipulado, atentando contra a liberdade e o direito das pessoas para um lado ou para outro.

Outro exemplo: no passado, posições racistas consideravam os pretos inferiores biologicamente, menos inteligentes e merecedores de uma condição subalterna, enquanto o machismo considerava que as mulheres não tinham condições nem direito ao voto e à vida pública. Hoje, essas duas posições são consideradas falsas e ilegais. Como saber se ideias tidas como ilícitas não serão aquelas reconhecidas no futuro? Como evitar distorções sem deixar de estar aberto às mudanças positivas?

Quando nos encontramos nessa grande “zona cinzenta”, a censura não é uma alternativa adequada. O conteúdo censurado pode ser perigoso e danoso para as pessoas individualmente e para a sociedade em seu conjunto, mas pode acontecer exatamente o contrário: o poder está tentando calar a verdade que o incomoda. Além disso, mesmo o debate criado a partir de uma ideia falsa pode ajudar a se descobrir a verdade. Mas a simples liberação de qualquer conteúdo polêmico é potencialmente danosa se não está garantido o direito de objeção, a possibilidade de expressar a posição contrária em igualdade de condições; ou se não se respeita as etapas de desenvolvimento intelectual e psicológico, oferecendo a crianças situações com as quais ainda não conseguem trabalhar adequadamente. Normas e regulamentações devem garantir a igualdade de acesso aos canais de comunicação e evitar o abuso do poder dentro das mídias; favorecer ao diálogo, livre e responsável.

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Efeito de ilusão de ótica David/Pixabay

Fake news e o Inimigo que está dentro de nós

Nosso cérebro “procura” estímulos prazerosos na realidade circundante e nos recompensa com doses maiores de dopamina, um hormônio associado à sensação de prazer. As redes sociais e as mídias atuais são em grande parte planejadas para satisfazer a essa busca de estímulos e de excitação. O poder de dar um like ou dislike em uma postagem, o aumento do número de seguidores, a profusão de bichinhos fofos, dancinhas e piadinhas, até mesmo as informações chocantes nos estimulam e nos excitam. Também podem causar apreensão e ansiedade, mas o efeito nal é sempre viciante, nos levando a car cada vez mais dependentes e condicionados pelas redes sociais, cada vez menos acríticos com relação às informações e aos estímulos que recebemos.

Esse não é um comportamento exclusivo perante as redes sociais e mídias atuais. Os fabricantes de salgadinhos e refrigerantes há muito incluem substâncias viciantes em seus produtos. Intuitivamente, cozinheiros procuravam fazer a mesma coisa em seus cardápios, bem como políticos demagogos e populistas em seus discursos. A grande mudança, ao longo do tempo, é que um processo que era intuitivo passou a ser cada vez mais planejado cienti camente: o que atingia um pequeno grupo especí co agora atinge a população mundial.

Também os in uenciadores agem assim, nas disputas ideológicas e “guerras culturais”. Eles também sabem, muitas vezes de forma intuitiva e não

Pensamos que a luta contra as ideologias e as fake news é uma batalha contra um inimigo externo, mas ela começa dentro de nós, como capacidade de discernimento, de olhar o mundo com os olhos de Cristo. Uma capacidade de ver com amor, sem com isso esquecer a verdade; de propor a verdade, sem enraivecer-se com quem pensa diferente; de realizar-se e se alegrar, dentro do mundo, com as coisas do mundo, mas a partir do encontro com Deus.

esquemáticas, reduzidas e até adulteradas de seus adversários. Tais espantalhos são fáceis de criticar e bater, dando aos seguidores do in uenciador a impressão de que o adversário é realmente ignóbil, que eles são realmente mais inteligentes e dignos do que aqueles que pensam diferente.

“O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior [...] É de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassinatos, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem” (Mc 7, 15-23). Não percebemos que frequentemente são nossas paixões interiores que nos expõem a in uências e dominações ideológicas, que fazem de nós presas fáceis das armadilhas das redes sociais e das fake news

Indubitável é que as mudanças demográ cas decorrentes do processo de envelhecimento populacional ocorridas na contemporaneidade evidenciam a prevalência de doenças crônicas que atingem, sobretudo, a população idosa e que podem acarretar comprometimento da capacidade funcional desses indivíduos – ou seja, prejuízo na capacidade de realização de suas atividades básicas de vida diária.

Na literatura gerontológica, existe um consenso de que o cuidado pode ser implementado tanto pela família quanto pelos pro ssionais e pelas instituições de saúde, para designar o tipo de apoio oferecido aos idosos dependentes. Denomina-se cuidador formal o pro ssional contratado, especialmente treinado, que presta assistência ao idoso com dependência e/ou à família. Designa-se cuidador informal, membro da família ou amigos, vizinhos e voluntários, sem formação especí ca, não remunerado, que cuida do idoso dependente no contexto familiar. De acordo com pesquisas, cou evidente a relação signi cativa entre o grau de escolaridade e o nível de conhecimento necessário para o de-

programada, que devem gerar indignação para com o comportamento e as ideias do adversário, trazer para seus seguidores o prazer de se considerarem mais sábios que os demais, capazes

de apontar erros alheios, se sentindo justi cados e iluminados. Para isso, in uenciadores e líderes políticos recorrem, frequentemente, à construção de “espantalhos ideológicos”, visões

Cuidar de quem cuida

Rodrigo Gastalho Moreira*

No mundo, 80% dos cuidados de longa duração com idosos são providos pelas famílias, em especial pelas mulheres do grupo familiar. Muitas delas têm de abandonar suas pro ssões para poder cuidar, abdicando de proteção trabalhista e previdenciária. Vale ressaltar: a família tem sido apontada, na literatura, como a principal fonte de apoio e de cuidado com os idosos e de cientes.

sempenho do cuidado, que envolve desde conhecimentos para a realização das atividades básicas de cuidado, até aqueles relativos ao diagnóstico e às complicações das enfermidades dos idosos dependentes.

A despeito disso, os estudos apontam a grande proporção de cuidadores familiares sem qualquer tipo de treinamento ou curso em instituição formal para cuidar de idosos. Embora o cuidador tenha importante participação no modelo assistencial de saúde domiciliar, a maior parte da

população de cuidadores informais ainda carece de informações e de suporte necessário à assistência, o que se constitui fator de risco para a qualidade do cuidado prestado.

Considerando que os cuidadores familiares compartilham de pouca visibilidade, em virtude de dé cit de estrutura assistencial e, muitas vezes, da desvalorização do seu trabalho, faz-se oportuno destacar a relevância da criação de políticas públicas para o cuidado sobre a vida dos cuidadores, e da necessidade de se implementar

Os Padres do Deserto, monges e eremitas dos primeiros séculos do Cristianismo, falavam sobre os logismoi (λογισμοί) – pensamentos impuros, pulsões, que nos afastam de Deus. São correlacionados aos pecados capitais do Catolicismo Romano atual, mas os Padres do Deserto, como Evágrio Pôntico (345-399), insistiam que a luta contra os logismoi era uma batalha interior, pois o demônio se aninha, em primeiro lugar, dentro de nós.

ações com vistas ao estabelecimento de suportes formais e emocionais para essas pessoas. Por sua vez, no âmbito do sistema de saúde, é de fundamental importância que os enfermeiros e demais pro ssionais envolvidos possam propiciar orientações aos familiares que cuidem de dependente.

O objetivo dessas intervenções não deve ser apenas o de instrumentalizar os membros familiares como cuidadores, mas como pessoas que também precisam de cuidados.

É de extrema importância garantir e promover o respeito à autonomia e à dignidade do idoso, por meio do apoio ao cuidador familiar – cuidar também de quem cuida, por meio da ampliação do acesso a programas, serviços, benefícios e outras ações públicas que possam trazer melhorias às suas condições de vida, contribuindo, por conseguinte, tanto para o seu bem-estar quanto o das pessoas que recebem os cuidados.

DALI, Salvador. Tentações de Santo Antão
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Reprodução * Advogado, com pós-graduação em Gestão Empresarial pela Universidade Candido Mendes e pós-graduação em Teologia Aplicada pela Universidade de Oxford, Reino Unido. * Coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.
Opinião

Em assembleia geral, é eleita a presidência do Celam para o período 2023-2027

DOM JAIME SPENGLER, ARCEBISPO DE PORTO ALEGRE (RS) E PRESIDENTE DA CNBB, PRESIDIRÁ O CONSELHO EPISCOPAL

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

O Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) esteve reunido em sua 39a assembleia geral ordinária, em Aguadilla, Porto Rico, entre os dias 16 e 20, para “discernimento, análise, deliberação e de nição de horizontes pastorais no marco do caminho sinodal que o Papa Francisco continua a nos convidar a percorrer e que inspira nossos projetos e sonhos”, conforme consta na mensagem conclusiva da assembleia.

Foi um momento no qual os prelados reconheceram “as fraquezas que nos impediram de fazer um serviço mais profundo para acompanhar os membros da nossa Igreja que se distanciaram ou experimentaram uma perda de sentido e aqueles que foram abandonados ou não foram ouvidos”, mas que também assumiram o propósito “de responder mais elmente àqueles que sofrem condições de exclusão”, e de ser uma voz rme “que responda aos processos democráticos que se fragilizam, bem como recordar aos governos a sua vocação e compromisso prioritários de justiça e atenção aos mais pobres, incluindo os migrantes. Sentimo-nos chamados a nos posicionar contra a polarização e a imposição de ideologias que desintegram nossas sociedades. E, nalmente, prestamos atenção aos muitos gritos que nos interpelam e nos chamam a não desistir de seguir Jesus, do anúncio do Evangelho da esperança e do serviço ao santo povo el de Deus”.

A assembleia reuniu prelados, presidentes e secretários-gerais convidados das 22 conferências episcopais da região. Também participou Dom Robert Prevost, Prefeito do Dicastério para os Bispos e da Pontifícia Comissão para a América Latina, e foi lida uma mensagem do Papa Francisco no início dos trabalhos.

NOVA PRESIDÊNCIA

Durante a assembleia, houve a eleição dos membros da presidência do Celam para o quadriênio 2023-2027.

Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS) e recentemente eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), irá presidir o Celam neste período. Em entrevista ao Vatican News, ele disse assumir a função “em espírito de obediência, mas também orientado pela fé”; e lembrou que o organismo, como um conselho episcopal, “tem a missão de favorecer a caminhada evangelizadora da Igreja no continente latino-americano e caribenho”.

Como 1o Vice-presidente foi eleito o bispo venezuelano Dom José Luis Azuaje Ayala, Arcebispo de Maracaibo. Ele atuará na função até então exercida pelo

O 2o Vice-presidente eleito é Dom José Domingo Ulloa, panamenho, Arcebispo do Panamá. A presidência do Conselho de Assuntos Econômicos caberá ao bispo dominicano Dom Santiago Rodríguez; e o secretário-geral será o prelado peruano Dom Lizardo Estrada.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA ESTE QUADRIÊNIO

Ao longo da assembleia geral, houve consenso entre os participantes de que não se deve voltar atrás no processo de renovação e reestruturação do Celam, iniciado no último quadriênio, em uma dinâmica marcada pela eclesialidade, colegialidade e sinodalidade, à luz das re exões da 1a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e do Sínodo sobre a sinodalidade.

Entre as várias propostas, destacaram-se a necessidade de formação na espiritualidade da sinodalidade; o compromisso com as pequenas comunidades; a necessidade de a nova presidência visitar as conferências episcopais para ouvir os bispos; e de que mais pessoas conheçam a Doutrina Social da Igreja.

BALANÇO DA GESTÃO ANTERIOR

Fazendo um balanço das atividades realizadas pelo Celam no quadriênio 2019-2023, Dom Miguel Cabrejos, Arcebispo de Trujillo, no Peru, e Presidente do Celam nesse período, destacou que se buscou xar bases sólidas para uma proteção pastoral a toda a América Latina e Caribe.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, que atuou como 1o Vice-presidente nesse período, assegurou que houve uma valorosa experiência de compartilhar as riquezas da Igreja na América Latina e no Caribe. Referindo-se ao processo de renovação e reestruturação do Celam, pedido na 38a assembleia geral, em 2019, ele recordou o esforço feito para aprimorar as ações do conselho episcopal, com iniciativas como a reforma dos estatutos e a construção da nova sede.

Dom Odilo enalteceu a vivacidade da Igreja no continente, mesmo perante as di culdades encontradas, lembrou o permanente chamado à missionariedade e o senso de comunhão eclesial: “Todos somos membros de uma única família de Deus e temos o desa o de caminhar juntos, como nos pede o Papa Francisco, caminhar em sinodalidade”.

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Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. Celam

Tráfico de crianças e adolescentes: um perigo real que requer ampla sensibilidade social

A AMPLIAÇÃO DOS

ALICIAMENTOS PELA

INTERNET, A FALTA DE UM CADASTRO NACIONAL UNIFICADO DE DESAPARECIDOS, A DEMORA NAS BUSCAS E A INDIFERENÇA E A CONIVÊNCIA COM OS CASOS SÃO COMPLICADORES NO ENFRENTAMENTO AO PROBLEMA

A cada ano, em todo o mundo, desaparecem 1,2 milhão de crianças e adolescentes, conforme projeções da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, este número é estimado entre 30 mil e 40 mil meninos e meninas, dos quais e 10% a 15% não são mais encontrados.

Com vistas a alertar a sociedade sobre esta realidade e pensar formas para combatê-la, acontece, em 25 de maio, o Dia Internacional da Criança Desaparecida.

A ampliação do aliciamento feito pelos criminosos a crianças e adolescentes na internet, a falta de um cadastro nacional uni cado de pessoas desaparecidas, a demora das autoridades em procurar quem sumiu e a indiferença da sociedade em relação ao problema são apontados por especialistas ouvidos pelo O SÃO PAULO como os principais complicadores para o combate deste crime.

O QUE FAZER EM CASO DESAPARECIMENTO

1) Em posse de uma foto atualizada do desaparecido, procure a delegacia mais próxima e registre o caso imediatamente;

2) Informe um número para contato que esteja permanentemente disponível;

3) Saiba informar quem são os amigos da pessoa e com quem ela pode estar;

4) Descreva com qual roupa a criança ou adolescente usava quando desapareceu;

5) Avise amigos e familiares sobre o sumiço;

6) Percorra locais de preferência da criança;

7) Mantenha alguém à espera no local onde ela sumiu;

8) Quando a criança ou adolescente for localizada, informe a polícia.

Fonte: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

O DESAPARECIDO E O TRÁFICO HUMANO

Conforme a Lei de enfrentamento ao trá co de pessoas no Brasil – lei 13.344/2016 – que deu nova redação ao artigo 149-A do Código Penal – esta prática se caracteriza pelo ato de “agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso”, com a nalidade de adoção ilegal; exploração sexual; remoção de seus órgãos, tecidos ou partes do corpo; ou submissão da pessoa a trabalho análogo à escravidão ou a qualquer tipo de servidão.

Quem comete trá co humano está sujeito à prisão de quatro a oito anos, além de pagar multa, e a pena pode ser aumentada de um terço até a metade se o ato criminoso for contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com de ciência.

No Brasil, quando alguém desaparece, compete à autoridade policial realizar o boletim de ocorrência, mas as investigações somente têm início se houver a suspeita de algum crime relacionado ao fato, como um sequestro, por exemplo. Não há, portanto, vínculo direto inicial entre desaparecimento e trá co humano. No entanto, se quem desapareceu for uma criança ou adolescente, a busca e as investigações devem começar imediatamente e o fato precisa ser comunicado aos portos, aeroportos, à Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e internacionais, conforme determina o artigo 208 do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que teve redação atualizada no ano de 2005.

POUCA AGILIDADE

O advogado Ariel de Castro Alves, ex-conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e ex-secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, recorda que embora o ECA determine que haja essa busca imediata, nem sempre a lei é cumprida. “Muitas vezes nem se abre o inquérito policial, os casos não são investigados e não se re-

alizam as buscas”, lamenta. “Quanto mais se demora a fazer a busca, mas difícil ca encontrar a criança”, complementa.

Fundadora das Mães da Sé, grupo que em 27 anos de atuação já ajudou a encontrar mais de 5 mil desaparecidos, Ivanise Esperidião da Silva Santos também diz que a busca imediata prevista em lei não tem sido cumprida: “Ainda hoje, quando a mãe chega a uma delegacia para registrar a ocorrência de desaparecimento, ela dependerá da boa vontade do delegado. Muitas vezes, é orientada a voltar 24 horas depois, ou se o delegado faz o registro, não comunica o desaparecimento para as demais autoridades. Se a busca imediata fosse cumprida, evitaríamos a retirada de crianças do nosso País”.

QUANDO HÁ CELERIDADE

E a agilidade na procura por um desaparecido faz toda a diferença. Em 30 de abril, uma criança de 2 anos de idade desapareceu em Santa Catarina e acabou sendo encontrada em um carro, em posse de um homem e uma mulher, na capital paulista, em 8 de maio, após uma abordagem policial.

As investigações iniciais dão conta de que a criança teria sido “doada” pela mãe – que tem transtornos mentais – a um aliciador, após este a ter convencido por meio de conversas via aplicativo de mensagens. A criança já retornou à sua cidade natal, São José (SC), onde está sendo mantida em um abrigo institucional.

“Este caso deu certo porque houve investigação, atuação integrada entre as polícias. As testemunhas foram ouvidas, se veri cou por onde a criança passou, e foi checado para quem ela foi entregue. Esse episódio mostra bem a necessidade de a investigação ser ágil, começar tão logo a informação chegue à Polícia em vez de car esperando um tempo para a criança voltar”, enfatiza Alves.

A URGÊNCIA DE UM CADASTRO UNIFICADO

Segundo o advogado, o fato de não

existir no Brasil um cadastro nacional de pessoas desaparecidas – previsto na lei 13.812/2019, mas que ainda não foi operacionalizado – é um complicador: “O ideal seria que tão logo ocorresse o desaparecimento, a família zesse o boletim de ocorrência na delegacia, levando a foto da criança desaparecida, e esta imediatamente faria parte de um cadastro nacional, a partir do qual poderia haver a divulgação ampla dos casos, inclusive pela imprensa, o que facilitaria a procura”. Castro lembra que em alguns países, como os Estados Unidos, existe o alerta Amber, “que é um sistema nacional relacionado à busca e localização de crianças desaparecidas, bem como um

cadastro nacional, com a divulgação da foto das crianças nos aeroportos, rodoviárias e rodovias, envio para os aplicativos de mensagens. E quando estes sistemas funcionam, os êxitos são grandes para a localização de desaparecidos”.

O especialista também avalia ser fundamental que haja mais scalização em veículos particulares nas rodovias brasileiras, bem como um maior controle sobre o transporte de menores de idade em carros por aplicativos de mobilidade, especialmente nas viagens de uma cidade a outra. Castro enfatiza que para o esclarecimento dos casos também é indispensável uma escuta quali cada dos familiares do desaparecido: “Seria importante que essa família recebesse mais assistência social ou psicológica por parte do Estado, pois somente ouvindo adequadamente essas mães e pais é que eles poderão ajudar nas investigações, dando informações importantes sobre onde a criança desapareceu e se havia alguém interessado em levá-la para algum lugar”.

O QUE FACILITA OS DESAPARECIMENTOS?

Irmã Eurides Alves de Oliveira, da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, tem estudado a questão do desaparecimento de pessoas e do tráco humano no Brasil desde 2006. Para ela, há três fatores principais para os casos de crianças e adolescentes: a vulnerabilidade das famílias, a violência intrafamiliar e o aliciamento feito pela internet.

A Religiosa destaca que uma parcela signi cativa de casos ocorrem em famílias cujos pais precisam permanecer a maior parte do tempo fora de casa para trabalhar ou naquelas em que as crianças desde cedo vão para a rua em busca de algum rendimento: “Na rua, estarão sujeitas à exploração laboral, ao sequestro, ao rapto para adoção irregular, à exploração sexual, entre outros riscos”.

Socióloga, mestra em Ciências da Religião e integrante da Comissão Episcopal

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Gerd Altmann/Pixabay

Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Trá co Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Irmã lembra que muitas vezes as situações de violência intrafamiliar também fazem com que as crianças e adolescentes pre ram permanecer mais tempo na rua a carem em casa “e, assim, se tornam presas fáceis de promessas enganosas”.

Entretanto, mesmo quando os pais estão próximos e há um ambiente familiar pací co, as crianças podem ser alvo das redes de trá co humano, especialmente para a adoção ilegal.

“É quase como se fosse um ritual em muitos casos. A criança, geralmente muito pequena, estava brincando em uma área aberta da casa, como o quintal, ou estava na porta de casa. A mãe se ausentou por alguns instantes, como para ver algo na cozinha, e ao voltar não a encontrou mais. Isso nos leva a deduzir que essas crianças já estavam sendo observadas e que na primeira oportunidade o sequestrador as raptou”, a rma a fundadora das Mães da Sé, cuja lha, Fabiana, desapareceu em dezembro de 1995 e até hoje não foi encontrada.

“Essas crianças desaparecidas e que não voltam geralmente são de famílias de uma classe social muito baixa. São crianças bem afeiçoadas e em sua grande maioria tem pele clara. E como são raptadas muito pequenas, se adaptam muito facilmente a um novo convívio familiar, aprendem rápido uma língua estrangeira, o que di culta que sejam encontradas”, observa Ivanise.

UM CRIME POTENCIALIZADO PELA INTERNET

Irmã Eurides a rma que a internet tem lugar de destaque como ambiente de aliciamento para o trá co de crianças e adolescentes, com os criminosos usando diferentes técnicas para conquistar a conança da vítima.

“O aliciador vai às redes de relacionamento pessoal. Para as crianças, ele se apresenta como o ‘tio bom’. Já para os adolescentes, oferece trabalhos, testes de imagem, pede vídeo para apresentar a uma agência, cria relacionamentos afetivos pelos sites e em diversos aplicativos. Alguns se valem de per s falsos, usando a imagem de artistas e de in uencers digitais para criar a nidades com os adolescentes e crianças”, exempli ca a religiosa, recomendando que os pais sempre monitorem os conteúdos acessados pelos lhos.

“Já nos chegaram alguns casos de adolescentes meninas que estavam conversando há muito tempo com alguém que achavam que possuía a mesma idade delas, mas ao marcar encontro com essa pessoa, viram que não era nada daquilo e sofreram violência sexual ou foram mantidas em situação de cárcere”, detalha Ivanise.

Na avaliação de Castro, as autoridades brasileiras não estão preparadas su cientemente bem para combater os aliciadores na internet, haja vista que, por exemplo, há poucas delegacias especializadas no enfrentamento de crimes cibernéticos. “Existem muito grupos na internet, no Facebook, no Whatsapp que tratam de compra de crianças e adolescentes, mas pouco se investiga ou se atua para o enfrentamento dessas práticas”, assegura.

‘Isso não é problema meu’: indiferença e conivência

Outro complicador ao enfrentamento do trá co de crianças e adolescentes é a indiferença da maior parte da sociedade ao problema.

“Existem os canais de denúncia para os casos, mas as pessoas se mostram indiferentes, seja por não saberem identi car uma caso de trá co humano, seja por não quererem se envolver ou ainda porque estamos imersos em uma crosta de individualismo, e a sensibilidade somente acontece quando ocorre com alguém muito próximo de nós. Talvez a porta de entrada para a superação disso é trabalharmos a sensibilidade social”, observa Irmã Eurides.

A conivência com as possíveis situações de tráco também é recorrente. Em agosto do ano passado, a embaixada e consulados dos Estados Unidos no Brasil apresentou o “Relatório sobre o trá co de pessoas 2022 – Brasil”, no qual se aponta que “os tra cantes exploram crianças no trá co sexual ao longo de estradas brasileiras, incluindo a BR-386, BR-116 e BR-285. O turismo sexual infantil permanece sendo um problema, principalmente em áreas de resorts e do litoral; muitos praticantes de turismo sexual infantil são da Europa e dos Estados Unidos”.

Irmã Eurides também destaca que é preciso que o Estado invista na capacitação dos agentes de segurança pública, de assistência social e de saúde para que identi quem situações suspeitas: “Normalmente, as polícias que registram os boletins de desaparecimento estão despreparadas para fazer as indagações e perceber se há indício de trá co de pessoas. É necessário haver, também, um trabalho mais articulado entre as diferentes instituições e maior diálogo destas com a sociedade civil, que está na ponta e pode detectar melhor os casos”.

A religiosa comenta, ainda, que o problema do trá co de crianças e adolescentes não deve ser visto com indiferença pelos católicos: “A Igreja tem que trazer esse enfrentamento como uma pauta de evangelização, uma vez que trata do cuidado e defesa da vida, e na medida que como cristãos não compactuamos com qualquer forma de exploração ou da violação da vida e da dignidade humana. Por isso, é preciso que incentivemos um processo amplo de sensibilização e formação sobre o tema”.

A Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Trá co Humano da CNBB produziu a cartilha “Nas trilhas do enfrentamento do trá co de pessoas”, cujo download gratuito pode ser feito em: https://curtlink.com/j1HKe3n

DICAS AOS PAIS: MEDIDAS DE PREVENÇÃO

1) Faça o RG da criança o quanto antes;

2) Ensine seu filho (a) a dizer o próprio nome completo, o dos pais e o telefone de casa;

3) Em locais de grande movimentação – como aeroportos, rodoviárias, shoppings centers e praias – coloque uma pulseira de identificação na criança – com nome e telefone – e não a deixe sozinha;

4) Oriente a criança a não conversar, aceitar doces ou brinquedos, nem ir a qualquer lugar com pessoas desconhecidas;

5) Acompanhe a criança na ida a banheiros públicos;

6) Quando a criança for a festinhas ou outros programas de entretenimento, sempre busque-a no horário marcado (ou avise se for atrasar) ou oriente os anfitriões sobre quem são os únicos adultos responsáveis por acompanhá-la;

7) Em eventos, mostre à criança quem são as pessoas que fazem a segurança ou os responsáveis a quem ela pode pedir ajuda;

8) Sempre dialogue com seu filho (a) e conheça seus amigos;

9) Esteja atento a mudanças repentinas de comportamento da criança e do adolescente;

10) Evite deixar a criança sozinha em casa ou brincando sozinha em locais públicos;

11) Monitore o conteúdo que a criança ou o adolescente acessa ou pesquisa na internet;

12) Oriente seu filho a não aceitar o contato de estranhos nas redes sociais.

DENÚNCIE O TRÁFICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Disque 100

Disque 180

App Proteja Brasil

(download gratuito na Apple Store e Google Play)

Envie um e-mail para a Polícia Federal: srtp.cgdihc.dicor@pf.gov.br

UM PANORAMA SOBRE O PROBLEMA

Entre 2018 e 2020, a Polícia Federal resgatou 203 vítimas de tráfico interno e internacional, das quais 32 (15,8% do total) eram crianças e adolescentes;

De janeiro de 2020 a junho de 2021, o Disque 100 recebeu 301 denúncias de casos de tráfico de pessoas. Destes, 50,1% envolviam crianças e adolescentes;

Em 2019 e 2020, a Polícia Rodoviária Federal identificou nas rodovias federais

3.651 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes (uma das principais causas de tráfico humano no Brasil), sendo que deste total, 1.079 estavam no Nordeste; 896, no Sul; 710, Sudeste; 531 no Centro-Oeste; e 435 no Norte.

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Osmar Koxne/CNBB

BRASILÂNDIA

Santuário Sião Jaraguá acolhe a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima

A partir de um convite feito pelo movimento regional do Terço dos Homens, mais de mil pessoas foram ao Santuário Sião Jaraguá – também conhecido como Santuário da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt – no sábado, 20, para receber a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

Na ocasião, rezou-se o Terço e, logo após, houve uma missa presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap., e concelebrada pelos Padres Armênio Rodrigues Nogueira, Assistente Eclesiástico do Terço dos Homens na Arquidiocese; Gustavo Hanna Crespo, Reitor do Santuário; Carlos Shimura, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição; Gabriel Oberle, do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt; Reinaldo Torres, Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cruz das Almas); e Douglas Modesto, da Área Pastoral Santo Antônio, que pertence à

Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha.

Na homilia, Dom Carlos recordou que em 2017 foram celebrados os 100 anos da aparição da Virgem Maria em Fátima, Portugal, que aconteceu num contexto de guerra e tristeza, mas, na ocasião, ela garantiu que o mundo poderia ser iluminado por meio da oração, trazendo de volta a paz e a esperança.

Ao m da celebração, o Bispo Auxi-

liar da Arquidiocese na Região Brasilândia a rmou que, ao acolher Maria em nossa casa e em nosso coração, é preciso recordar que ela é a medianeira de muitas graças. “Peçamos a Maria que nos ensine a vida de oração para nos voltarmos para o Evangelho da alegria, para sermos missionários do seu Filho, Jesus Cristo, para alcançarmos a paz, a nossa conversão e a conversão do mundo inteiro. Que

nunca cessem a nossa comunicação com Deus, com ela e com todos os santos e santas”.

Vinda de Portugal e em peregrinação pela Arquidiocese desde o dia 1º, a imagem peregrina cará em São Paulo até o m de outubro. As paróquias da Região que desejarem receber a sua visita devem procurar o movimento do Terço dos Homens regional.

Jornada Regional da Juventude destaca o 3º Ano Vocacional do Brasil

PASCOM DA PARÓQUIA CRISTO LIBERTADOR

Com muita animação, criatividade e união, mais de 800 jovens da Região Brasilândia participaram, na manhã do domingo, 21, da 1ª gincana da Jornada Regional da Juventude - Ano Vocacional, realizada no Santuário Sião do Jaraguá.

A atividade contou com a presença de Dom Carlos Silva, OFMCap. Ele fez parte do corpo de jurados que avaliou o desempenho das equipes, as quais se prepararam antecipadamente em suas paróquias para as competições que foram feitas entre os setores pastorais.

O Padre Maycon Wesley da Silva, Pároco da Paróquia Cristo Libertador e As-

sistente Eclesiástico para as Vocações na Região Brasilândia, conduziu as orações e exortou os jovens a clamarem o Espírito Santo de Deus por suas vocações.

O seminarista Leonardo de Morais, atuante na Paróquia Nossa Senhora do Retiro, Setor Pereira Barreto, deu o testemunho de sua história vocacional e como foi a sua resposta ao chamado de Deus, mesmo após a resistência de sua família.

Outro testemunho vocacional foi interpretado pelos próprios jovens, que contaram a história da Irmã Elisabeth Espinhara, desde o ventre de sua mãe até o discernimento de sua vocação religiosa.

O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na

Região Brasilândia presidiu a missa de encerramento do evento, durante a qual destacou que a vocação não é só um chamado, mas uma resposta ao amor de Deus.

O próximo evento da Jornada Regional da Juventude será em 23 de julho. Os detalhes e a programação serão divulgados em https://jrjbrasilandia.com.br

Durante reunião de Conselho Pastoral da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Setor Dom Paulo Evaristo, realizada no dia 20, o Padre Reinaldo Torres, Pároco, entregou aos participantes, para leitura e re exão, a “Carta Pastoral e Propostas Sinodais a partir do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo - 2017 a 2023”, escrita pelo Cardeal Scherer.

17, na Paróquia Santa Cruz, na Itaberaba, as secretárias e secretários das paróquias da Região Brasilândia participaram de um encontro formativo com a equipe administrativa da Cúria, além de alguns padres da Região e dos técnicos da OrgSystem, responsável pelo sistema de gestão utilizado no cotidiano das secretarias paroquiais. Na ocasião, foram apresentadas as alterações ocorridas no sistema e esclarecidas dúvidas, que visam à melhoria e facilitação do trabalho. (por Sandra Turolla)

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No domingo, 21, na Solenidade da Ascensão do Senhor e 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Padre Cilto José Rosembach, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, Setor Jaraguá, durante a missa das 8h, fez o envio dos sete membros da Pastoral da Comunicação paroquial. Durante o rito, o Sacerdote citou um trecho da carta do Papa Francisco para a ocasião, reforçando a importância da comunicação verdadeira, sem medo, e que precisa ser de coração para coração, de maneira a promover uma linguagem de paz. (por Edneia Pereira) No dia
VILARINHO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
SUELI
paroquial
Pascom
Margareth Pedroso Padre Reinaldo Torres José Kataoka

IPIRANGA

Santa Rita de Cássia é celebrada pelos fiéis em Mirandópolis

Em festa desde o m de semana, dias 20 e 21, a Paróquia Santa Rita de Cássia, Setor Vila Mariana, comemorou sua padroeira na segunda-feira, 22, com celebrações eucarísticas desde as 6h, contando com a presença de diversos padres atuantes na Região Ipiranga.

Também houve o atendimento de Confissões durante todo o dia e festa

na praça em frente à igreja matriz. A missa das 15h foi presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga.

Durante as festividades em honra da padroeira, a Paróquia acolhe paroquianos e éis de diferentes locais que vão para agradecer a Deus as graças alcançadas pela intercessão de Santa Rita de Cássia, considerada a Santa das causas impossíveis e a protetora das viúvas.

Concílio Vaticano II é tema de Semana Teológica

Organizada pelo Centro Teológico do Ipiranga (Ceti), a II Semana Teológica da Região Ipiranga, cujo tema é “Concílio Vaticano II – 60 anos”, está com as inscrições abertas.

A Infância e Adolescência Missionária (IAM) foi criada por Dom Carlos Forbin-Janson, Bispo de Nancy, na França, há 180 anos, em 19 de maio de 1843. Para celebrar a data, o grupo Infância Missionária da Paróquia Imaculada Conceição, Setor Ipiranga, promoveu um encontro no sábado, 20, com muita brincadeira e alegria. Segundo o Padre Boris Agustín Nef Ulloa, Pároco, a IAM “tem sido uma grande bênção para as crianças, adolescentes e suas famílias”. (por Pascom paroquial)

Composta de três dias com palestras na modalidade on-line, a atividade acontecerá em 30 e 31 de maio e em 1º de junho, das 20h às 21h30. A abertura será na terça-feira, 30, ocasião em que o Padre Dayvid da Silva, que é professor e mestre, discorrerá sobre a constituição dogmática Lumen gentium; na quarta-feira, 31, o Padre Eduardo Binna, professor e doutor em

Liturgia, falará sobre a constituição conciliar Sacrosanctum concilium; e encerrando o ciclo de palestras, na quinta-feira, 1º de junho, a formação será sobre a constituição pastoral Gaudium et spes, com Rosana Manzini, professora e mestra. Pede-se uma contribuição de R$ 20,00 aos participantes. As inscrições podem ser feitas pelo formulário no link: https://forms.gle/FynXaqgiJhGc8h6s5 Mais informações no perfil facebook.com/regiaoipiranga ou pelo telefone (11) 2914-6964 (WhastApp). (KE)

A Paróquia São Vicente de Paulo, Setor Anchieta, recebeu Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, para presidir a celebração eucarística no domingo, 21, concelebrada pelo Padre Luiz Carlos de Oliveira, CM, Pároco, com a assistência do Diácono Anivaldo Blasques. Na ocasião, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga conferiu o sacramento da Crisma a 32 jovens e adultos. (por Pascom paroquial)

Santo Ivo, padroeiro dos advogados, é celebrado em 19 de maio. Naquele dia, na paróquia a ele dedicada, no Setor Vila Mariana, houve a missa solene presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, concelebrada pelos Freis Graciano Gonzales Rodriguez, OAR, Pároco, e Alcimar Fioresi, OAR, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, com a assistência do Diácono Feliciano Bonitatibus Neto. A celebração contou a participação dos membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Regional São Paulo, Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP), Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) e Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp). (por Karen Eufrosino)

Domingo da Ascensão do Senhor, 21, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, conferiu o sacramento da Crisma a 48 jovens e adultos na Paróquia Nossa Senhora das Mercês, incluindo crismandos das Comunidades Sagrado Coração de Jesus e Santa Paulina e Comunidade São João Batista. A missa foi concelebrada pelos Freis Demerval Reis Soares Filho, O. de M., Pároco, e Lisaneos Francisco Prates, O. de M. Vigário Paroquial.

No sábado, 20, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, conferiu o sacramento da Crisma a três adultos, durante missa por ele presidida na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, Setor Vila Mariana, e concelebrada pelo Padre Uilson dos Santos, Pároco. (por Pascom paroquial)

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No (por Eduardo Sampaio)
EUFROSINO COLABORADORA DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
KAREN
Pascom paroquial Ricardo Bastos Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial Sérgio antônio

Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, ministrou a palestra o “Amor de Deus” no 40º Encontro com o Bom Pastor, promovido pela Pastoral Familiar da Região Sé. A atividade aconteceu no sábado, 20, e no domingo, 21, na Basílica Nossa Senhora do Carmo, Setor Cerqueira César, e contou com a participação do Frei Thiago Borges, OCarm., Pároco, que acolheu a todos na celebração eucarística. (por Pastoral Familiar regional)

Alguns eventos marcaram as atividades do Encontro de Casais com Cristo (ECC) na Região no m de semana: nos dias 18, 19 e 20, encontros reuniram dezenas de casais, tanto na Paróquia São Joaquim, Setor Aclimação, quanto na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, Setor Perdizes. No domingo, 21, com a celebração da missa na Paróquia São Luís Gonzaga (foto), encerrou-se a peregrinação, na Região Sé, da imagem da Capelinha Peregrina de Nossa Senhora da Vitória, padroeira da cidade de São Luís (MA), onde acontecerá, em julho, o 23º Congresso Nacional do ECC. (por Cassiano e Norma Pesce)

A Igreja São Gonçalo (Paróquia Nossa Senhora da Assunção e São Paulo - Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo) promoveu, no domingo, 21, a 47ª Churrascada Benecente, acompanhada de um variado cardápio da culinária japonesa, com ampla participação da comunidade e mais de 150 voluntários. Toda a renda será revertida para as obras de evangelização do povo de Deus e a manutenção da Paróquia. (por Pascom paroquial)

Dom Rogério Augusto das Neves presidiu a missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Beatriz, no sábado, 20, ocasião em que conferiu o sacramento de Crisma a 19 jovens e adultos. Concelebrou o Padre Cláudio José Ribeiro, Administrador Paroquial. (por Matheu Trunk)

No dia 16, a Paróquia Santa Teresinha, Setor Santa Cecília, recebeu a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima. Foram celebradas três missas, além do Terço e do Rosário meditado, com a participação das pastorais e das crianças da Catequese. A última missa do dia foi presidida pelo Frei Geraldo Afonso, OCD, Vigário Paroquial. (por Patrícia Coppio)

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No domingo, 21, na Paróquia Bom Jesus, no Brás, Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu a missa durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 22 adultos. Concelebrou o Cônego Sérgio Tani, Pároco. (por Rodolfo Otoni Xavier) Divulgação Divulgação Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial

Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia São Rafael, na Mooca, na tarde do domingo, 21, durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 30 jovens e adultos. Concelebraram os Padres José Maria Ramos, CRSP, Pároco, e Wagner Barbosa, CRSP, Vigário Paroquial. (por Kaique Mazaia)

Na noite do domingo, 21, Dom Cícero Alves de França presidiu a missa da Solenidade da Ascensão do Senhor na Paróquia Natividade do Senhor, na Vila Guarani, ocasião em que apresentou o Padre Carlos Roberto Fróes (à esquerda na foto) como o novo Vigário Paroquial. A missa, concelebrada pelo Cônego José Miguel de Oliveira, Pároco, contou com a presença de éis da Paróquia Divino Espírito Santo, na qual Padre Carlos foi Vigário Paroquial por cerca de seis anos (por Fernando Arthur)

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Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Semana Laudato si’ conclama que Terra, humanidade e esperança sejam inseparáveis https://curtlink.com/jDJPQ2b

Papa pede ao G7 que opte pelo caminho do diálogo para evitar uma catástrofe nuclear https://curtlink.com/y6QNPtI

Na ida a Portugal para a JMJ, Francisco irá ao Santuário de Fátima https://curtlink.com/BuyHkzt

Repúdio ao racismo: luzes do Cristo Redentor são apagadas em apoio a Vinícius Júnior https://curtlink.com/zNfIwcl

No dia 15, o Conselho de Pastoral da Paróquia Santa Adélia, no Jardim Santa Adélia, se reuniu para conhecer e estudar a carta pastoral do Arcebispo Metropolitano com re exões acerca do sínodo arquidiocesano. Padre Jônatas Mariotto, Pároco, recordou a trajetória do sínodo, destacando as atividades que a Paróquia realizou durante aquele período. Os membros puderam re etir sobre as propostas sinodais e foram exortados pelo Sacerdote a levarem a carta a cada pastoral e movimento da Paróquia. (por Nilton Gomes)

No sábado, 20, a Paróquia Divino Espírito Santo, no Sapopemba, realizou a I Festa das Comunidades, preparatória para a Solenidade de Pentecostes. A atividade contou com a colaboração das sete comunidades que compõem a Paróquia: Sagrada Família, Cristo Salvador, São Pedro Pescador, Santa Dulce dos Pobres, Santa Terezinha do Menino Jesus, Nossa Senhora do Santo Rosário e Divino Espírito Santo. A Solenidade de Pentecostes, no domingo, 28, contará com uma missa solene, presidida pelo Padre João Batista Dinamarques, Pároco, às 10h, na Escola Municipal Paulo Duarte, no Sapopemba. Cada comunidade sairá em procissão até o colégio. (por Mateus Silva)

No dia 16, foi realizada a missa do Apostolado da Oração na Paróquia São Paulo Apóstolo, no Belém, reunindo os membros do movimento que atuam nas paróquias do Setor Belém e em outros setores pastorais. A celebração foi presidida pelo Padre Eliomar Ribeiro de Souza, SJ, responsável nacional pelo Apostolado, e concelebrada pelo Padre Fabiano Alcides, Pároco. Estiveram presentes Beatriz Xavier da Silva, coordenadora do Apostolado da Arquidiocese; Dolair Renaur Azeredo, representando a Região; e Fátima Aparecida Pereira Silva, como representante do Setor Belém. (por Padre Fabiano Alcides Pereira)

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA - ASSOCIAÇÃO DAS DAMAS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO

A Associação das Damas da Caridade de São Vicente de Paulo, inscrita no CNPJ/MF Nº 60.904.711/0001-12, com sede na Alameda Barros, nº 539, no Bairro de Santa Cecilia, no Município de São Paulo, Estado de São Paulo, nos termos dos artigos 16, 17 e 18 do seu Estatuto Social, por meio de sua Diretora Presidente, Sra. AEGLÉ DE LOURDES TAKEUCHI SOUZA, convoca as suas Voluntárias para a reunião da Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada em 07 de Junho de 2023, às 13h00, em primeira convocação, ou às 14h00, em segunda convocação, com qualquer número de voluntárias presentes, na sede da Associação, à Alameda Barros nº 539, bairro Santa Cecilia, no Município de São Paulo, Estado de São Paulo, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia:

I- Alteração da 1ª Tesoureira da Diretoria;

II- Alteração da 2ª Conselheira FiscaL;

III- Outros assuntos de interesse da Entidade. São Paulo, 24 de Maio de 2023. Aeglé de Lourdes Takeuchi Souza Diretora Presidente

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BELÉM
Divulgação Divulgação Fernando Arthur Kaique Mazaia Nilton Gomes

LAPA

Hospital Nossa Senhora de Fátima encerra jubileu de ouro

No dia 11, nas dependências do Hospital Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Pirituba, aconteceu a confraternização do encerramento pelos 50 anos de fundação da instituição.

No salão social do hospital, realizou-se uma missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada pelo Padre Admário

Gama Cambrainha, Capelão. Participaram da celebração médicos, enfermeiros, funcionários, pacientes e demais membros da diretoria responsável por sua administração.

O hospital é uma instituição católica, sem ns lucrativos, e faz parte do Centro Integrado Nossa Senhora de Fátima, administrado pela Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, e atende pacientes que necessitam de tratamento psicológico e psiquiátrico.

Associação civil Gaudium et Spes completa 41 anos em defesa de crianças e adolescentes

Um almoço bene cente na Comunidade Nossa Senhora e São Joaquim, que pertence à Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Leopoldina, no dia 6, marcou o encerramento das festividades pelos 41 anos de fundação da Associação Civil Gaudium et Spes (Ages).

No sábado, 20, Dom José Benedito Cardoso presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Setor Leopoldina, concelebrada pelo Padre Flávio Heliton da Silva, Pároco, durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 13 jovens. (por Benigno Naveira)

A ação contou com a presença de mais de 100 pessoas, entre elas Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa e presidente de honra da Ages, bem como diretores, funcionários, voluntários e amigos da instituição.

Fundada em 1982, a Ages tem por missão atender, acolher, proteger e defender crianças, adolescentes e jovens em situação de violação e risco pessoal ou social, por meio de casas de acolhida, creches e abrigos. Sem ns lucrativos e vinculada à Pastoral do Menor da Região Lapa, a instituição obtém os recursos necessários por meio de instituições religiosas, empresas, organizações particulares, convênios e parcerias, além de doações, rifas, bazares e eventos. Para mais informações, acesse: www.ages-gaudium.org.br (BN)

Na Paróquia São Domingos Sávio, Setor Pirituba, 62 jovens e adultos, de três comunidades, receberam, na tarde do domingo, 21, o sacramento da Crisma: 48 crismandos da própria Paróquia; seis da Paróquia Santa Flávia Domitila, Setor Pirituba; e oito do Colégio Santa Tereza, do Parque São Domingos. A missa foi presidida por Dom José Benedito Cardoso e teve como concelebrantes o Cônego Jaidan Gomes Freire, Pároco, e o Padre Maurício Martins Netto, S.V., atualmente na casa de formação responsável pelo postulantado da Sociedade de São Vicente de Paulo, na cidade de São Gonçalo do Amarante (RN). (por Benigno Naveira)

Na manhã do domingo, 21, um grupo de 37 jovens e adultos recebeu o sacramento da Crisma na Paróquia Santa Luzia, Setor Pirituba, durante missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, e concelebrada pelo Padre Eduardo Augusto de Andrade, Pároco. (por Benigno Naveira)

SANTANA

A Paróquia Santa Teresinha, Setor Santana, recebeu na sexta-feira, 19, a visita de Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, que presidiu a missa do 5º dia da novena de Nossa Senhora Auxiliadora, durante a qual foi conferido o sacramento da Crisma a 20 adultos. Concelebraram os Padres José Adilson Morgado, SDB, Diretor da Comunidade Salesiana Santa Teresinha em São Paulo; Silvio César da Silva, SDB, Pároco; Mauro Maximiliano Chiarot, SDB, Vigário Paroquial; e Alex Freitas, da Comunidade Canção Nova, com a assistência do Diácono Nilo José de Carvalho. (por Denilson Araujo)

Na quinta-feira, 18, na Cúria regional, aconteceu a reunião do clero atuante na Região Santana, conduzida por Dom Jorge Pierozan. Houve uma palestra proferida pelo Padre Carlos Alberto Contieri, SJ, Diretor do Pateo do Collegio, sobre o tema da fraternidade. Logo depois, foram abordados os trabalhos do pós-sinodo, a partir da carta pastoral publicada por Dom Odilo Pedro Scherer, com vistas a promover uma leitura e re exão nas comunidades e nos grupos que participam da vida pastoral nas paróquias. (por Denilson Araujo)

No domingo, 21, no Recanto Consolata, sob o tema “Corações ardentes, pés a caminho”, aconteceu a 11ª Jornada Nacional da Infância e Adolescência Missionária (IAM), juntamente com crianças de todo o País, no contexto da comemoração dos 180 anos da Infância e Adolescência Missionária das Pontifícias Obras Missionárias (POM). A atividade reuniu os grupos de IAM das Comunidades Santa Cruz, São João Batista e Santa Teresinha do Menino Jesus, pertencentes à Paróquia Nossa Senhora da Piedade, das Comunidades Nossa Senhora Aparecida e São João Batista, da Paróquia São Marcos, no Jardim Peri; da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Sabrina; da Paróquia São José, Esposo da Virgem Maria; e da Paróquia Nossa Senhora da Penha, com a colaboração da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, de Itaquaquecetuba (SP). (por Infância e Adolescência Missionária)

18 | Regiões Episcopais | 24 a 30 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
Pascom paroquial Marcos Grego Benigno Naveira Lucimar Rodrigues dos Santos Infância e Adolescência Missionária Denilson Araujo Pascom paroquial

Liturgia e Vida

‘Escolhemos a vida’: manifestantes nas ruas contra o aborto e pelas mulheres

Em sua segunda edição, ocorrida no sábado, 20, em Roma, a marcha “Scegliamo la Vita” (“Escolhemos a vida”, em tradução livre) reuniu 40 mil pessoas e demonstrou que a nova marcha pela vida não é apenas contra o aborto, mas inclui também um contundente “não” à ideologia de gênero e à barriga de aluguel, chamada “escravidão do terceiro milênio”.

A manifestação teve também outros destaques: a força do testemunho, mais incisivo e e caz do que a pura a rmação de questões de princípio e, sobretudo, a quebra do paradigma feminista segundo o qual a vida no ventre seria inimiga das mulheres. A proteção da vida, ao contrário, está profundamente enraizada no coração das mulheres, que devem ser deixadas livres para acolher os próprios lhos que estão chegando.

Durante o ato, foram lidas duas

mensagens de apoio, consideradas de grande prestígio: a primeira de Lorenzo Fontana, presidente da Câmara dos Deputados, que chamou a atenção para o “compromisso da política e das instituições no apoio à formação de novas famílias”, a m de “estimular o crescimento da natalidade” por meio de “políticas habitacionais, laborais e sociais capazes de responder às legítimas aspirações dos jovens casais de verem seus projetos de vida realizados”.

E a segunda, do Cardeal Matteo Maria Zuppi, Arcebispo de Bolonha e Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI): “A vida não é consumo, desempenho, potência, força. O homem não é uma ilha! Uma vida reduzida dessa forma assusta, tira a dignidade da fraqueza, se exalta e se abate quando se descobre frágil. A vida é sempre bela quando é amada. É encontro, relacionamento, comunicação; e família. Por isso, dizemos ‘não’ à cultura de morte, que começa com a indife-

México

rença, com a crença de que desejos são direitos. Dizemos ‘sim’ à cultura da vida, a começar pela dos pequenos e dos últimos, dos rejeitados e dos não aceitos”.

Num segundo momento, além da apresentação da banda veneziana e Sun, cujas letras são verdadeiros hinos à vida e a seu valor imprescindível, houve o testemunho de três mulheres que praticaram o aborto ou estiveram perto de consumá-lo, demonstrando que sempre compensa salvar uma vida por nascer.

Dos depoimentos, sobressai um fato signi cativo: em comparação com seus companheiros ou maridos, as mulheres estão cada vez mais inclinadas, mesmo em situações de diculdade objetiva, a prosseguir com a gravidez, demonstrando que há um movimento que inverte e desmonta o lugar-comum “pró-escolha”, segundo o qual, na Itália, as mulheres não seriam livres para abortar.

Fontes:ScegliamolaVita e La Nuova Bussola Quotidiana

‘Falta de democracia resulta em violação dos direitos humanos’, dizem bispos mexicanos

No domingo, 21, os bispos do México convidaram todos os mexicanos a se unirem em oração pelo fortalecimento da democracia, sem a qual um país pode cair na “violação dos direitos humanos” e na “corrupção”.

Em um vídeo do YouTube divulgado na quinta-feira, 18, a Conferência Episcopal Mexicana observou que “a democracia e a participação cidadã são de vital importância para o funcionamento de uma sociedade justa, equitativa e sustentável”.

A Conferência alertou que “a falta de democracia em um país resulta em violação dos direitos humanos, corrupção, concentração de poder, falta de representação, estagnação e instabilidade”.

Recentemente, o governo do México, dirigido pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, tentou realizar uma série de reformas no Instituto Nacional Eleitoral (INE), instituição autônoma encarregada de conduzir as eleições no país.

As tentativas de reforma do INE têm sido duramente criticadas pela oposição, que diz que reduziria a independência do corpo eleitoral e o colocaria nas mãos do governo em exercício.

Os bispos também criticaram os projetos de López Obrador no passado, descrevendo-os como “afrontas à vida democrática”.

Em sua mensagem em vídeo, os

Grécia

prelados mexicanos enfatizam que a democracia e a participação cidadã “promovem a proteção de direitos, a responsabilidade, a estabilidade política e o desenvolvimento econômico e social”.

“Ao participar ativamente da tomada de decisões, os cidadãos podem contribuir para a construção de um México melhor para todos”, enfatizaram.

Ao nal de sua mensagem, os bispos pedem a “Deus nosso Pai e nossa Mãe Santíssima, a Virgem de Guadalupe, Rainha da Paz, que nos ilumine e encoraje a continuar construindo no México a paz que tanto desejamos”. (JFF)

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

28 DE MAIO DE 2023

Os dons do Espírito Santo

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

As almas santas são como um veleiro. Nessa embarcação, o emprego da inteligência e da dedicação do piloto são necessários. A sua grande força motriz, porém, é externa: o vento. É preciso saber reconhecê-lo, para desfraldar, recolher e direcionar as velas no tempo certo. Também na vida espiritual, o grande Agente da santi cação é o Espírito Santo. A “vela” por meio da qual Ele nos leva adiante são os seus sete dons: “O vento sopra onde quer, e ouves o seu ruído, mas não sabe para onde vai; assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito Santo” (Jo 3,98). Os ‘dons’ são sete disposições habituais da alma em estado de graça que somente podem ser reconhecidas e cultivadas por meio da oração. Eles se encontram em plenitude na alma de Cristo: “Repousará sobre Ele o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e entendimento; espírito de conselho e fortaleza; espírito de ciência e piedade; e o preencherá o espírito de temor do Senhor” (Is 11,2-3). Nós, batizados, os recebemos por participação na vida de Jesus. Não se trata de uma simples “ajuda” divina; os sete dons predispõem de tal modo nossa vontade e inteligência que permitem que Deus aja por meio de nós.

O ‘menor’ dom é o santo temor, enquanto o ‘maior’ é a sabedoria: “O início da sabedoria é o temor de Deus” (Eclo 1,16). O temor leva-nos à adoração a Deus e a decidirmos com todas as forças evitar ofendê-lo. Ajuda-nos a viver a temperança e a refrear os desejos desordenados. Ao temor se une a piedade, que nos faz ver o Senhor como um Pai amoroso e prestar-lhe um culto constante e con ante. A prática do bem e da religião seriam impossíveis sem a fortaleza. Esse dom nos encoraja nas di culdades e nos dá paciência nos sofrimentos; graças a ele, nos tornamos uma ‘boa terra’ que “dá frutos por meio da paciência” (Lc 8,15).

Autoridades abandonam imigrantes ilegais em alto-mar

Autoridades da Grécia abandonaram 12 imigrantes africanos ilegais em alto-mar, em botes salva-vidas. Vídeos mostram integrantes do governo transferindo os imigrantes de uma van branca para uma lancha na ponta sul de Lesbos, ilha a leste do Mar Egeu. Na embarcação, dois homens com os rostos cobertos por máscaras receberam os imigrantes e os levaram

até o Navio 617, da Guarda Costeira. A embarcação partiu rumo à Turquia e chegou ao limite das águas gregas, onde os imigrantes foram empurrados para um bote salva-vidas preto. Os imigrantes, originários da Somália, Eritreia e Etiópia, que estavam no centro de detenção em Izmir, na costa turca, con rmaram o que as lmagens mostram.

Segundo a agência de notícias Frontex, o número de entradas irregulares em países-membros da União Europeia em 2022 aumentou 64% em relação ao ano anterior, e chegou ao nível mais alto desde 2016 (500 mil). Segundo o órgão, foram registradas 330 mil entradas em condições ilegais no ano passado. (JFF)

Fonte: Revista Oeste

Os dons do Espírito Santo atuam também no intelecto. O dom do conselho faz-nos julgar corretamente os atos próprios e alheios e intuir o bem a ser feito em cada situação: “Não sois vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai” (Mt 10,20). O dom da ciência nos impele à esperança na vida eterna, pois permite enxergar todas as criaturas na sua correta relação com Deus-Criador, preservando-nos da avareza, da gula e da sensualidade. O dom do entendimento atua sobre a fé, permitindo-nos penetrar aguçadamente nas verdades da Escritura e do Catecismo e aderir a tudo aquilo que Deus revelou. A sabedoria, en m, consiste na contemplação pací ca, saborosa e repleta de amor das coisas divinas. Trata-se de um prelúdio do Céu.

Todos esses dons provêm do amor, pois o Espírito Santo é o Amor substancial de Deus. São-nos dados pelos sacramentos, cultivados pela oração e se perdem sempre que cometemos um pecado mortal. São mais valiosos do que o dom de línguas ou a profecia, pois são necessários para a salvação. Na festa de Pentecostes, imploramos ao Senhor que no-los conceda: “Dai aos eis que em Vós con am os sete dons sagrados” (Sequência).

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Itália
Fonte: ACI Prensa

Após ser restaurada, Capela Santa Rita de Cássia é abençoada por Dom Odilo

‘SOMOS UMA IGREJA

VIVA, PRESENTE EM TODOS OS ESPAÇOS DA CIDADE’, DISSE O ARCEBISPO NA MISSA

EM QUE ABENÇOOU O TEMPLO LOCALIZADO NO EXTREMO DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO ROSEANE WELTER

Depois de quatro décadas, o sonho da comunidade de éis virou realidade: na noite do domingo, 21, a Capela Santa Rita de Cássia, criada em 1980, no bairro Jardim Limoeiro, no extremo da zona Leste, foi consagrada a Deus.

E foi uma trajetória marcada por muita oração, novenas, quermesses e a colaboração de sacerdotes que por lá passaram e dos éis que perseveraram para a construção de um espaço sagrado para as celebrações, já que no início da comunidade elas aconteciam nas garagens das casas das famílias e, depois, em um salão comunitário, construído com a ajuda dos próprios membros.

Na véspera da memória litúrgica da padroeira da Capela Santa Rita de Cássia, no Setor Pastoral São Mateus, Região Episcopal Belém, no domingo, 21, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a Eucaristia no templo, abençoando o ambão, as paredes, o altar e o sacrário. Entre os concelebrantes, estiveram o Pároco, Padre Elson Paulo Correia Lopes, 33, da Congregação dos Missionários do Espírito Santo (Espiritanos), e os Padres Konrad Korner, Jorge Boran, John Horan e Everton Augusto de Sousa.

Também participaram representantes seis comunidades da Paróquia Santa Teresa de Calcutá, criada na Arquidiocese em 2021, da qual a Capela faz parte.

COMUNIDADE UNIDA

No começo da missa, foi recordada a história da Capela, iniciada em 1980, com o Padre Hugo de Black, da Congregação dos Missionários do Espírito Santo, das consagradas da Congregação do Rosário e quatro leigos que começaram a visitar as famílias do bairro recém-formado.

Em 1982, tiveram início os trabalhos das pastorais sociais, com distribuição de alimentos, iniciativas de alfabetização (Mova), clube de mães, formação de corte e costura, grupo de Catequese e as celebrações eucarísticas que aconteciam nas casas ou em missas campais.

A construção do salão comunitário começou em 1983, com a participação de voluntários e graças à doação de material de construção feita pelos moradores. Com o salão pronto em menos de um ano, ali a comunidade passou a se

reunir para rezar, celebrar casamentos, batizados e velórios.

Após um período de reformas, o antigo salão deu espaço a um belo espaço celebrativo da capela; no andar de baixo está a casa onde três freiras da Congregação do Espírito Santo vão residir e somar forças na missão; e no andar mais abaixo, o salão da comunidade, local para as festividades e encontros comunitários.

UNIÃO DA COMUNIDADE

Padre Elson ressaltou ao O SÃO PAULO que a união da comunidade, o esforço dos missionários e dos paroquianos foi fundamental para que a Capela Santa Rita de Cássia pudesse viver esse momento de bênção.

“Estamos situados em um bairro dormitório, em que as pessoas saem de casa às 4h para trabalhar no centro e em bairros distantes e só retornam após as 20h, uma jornada cansativa e desgastante. Estamos ladeados por uma realidade de extrema pobreza, violência, ocupações e invasões, sem saneamento básico e tantas di culdades. Mas a fé predomina e anima esse povo batalhador”, disse, ao recordar a história da comunidade.

“Deixei meu país, Cabo Verde, para ser missionário, para servir e estar no meio do povo. A trajetória desta paróquia revela a dimensão do in nito amor de Deus por nós e con rma minha vocação e o pedido de Jesus ‘Ide e anunciai’”, a rmou o Pároco.

Entre os desa os pastorais, o Padre sublinhou a necessidade de ir ao encontro das pessoas que estão afastadas da vida eclesial, de modo particular as famílias que chegam ao bairro, nas várias ocupações existentes, onde, no futuro, poderão surgir novas comunidades.

O Sacerdote ressaltou a dinamicidade pastoral da comunidade paroquial: “Nossa Paróquia é viva e cercada de pessoas generosas. Uma característica desde

a fundação da Capela é a Pastoral Social que distribui, atualmente, mais de 200 cestas básicas mensais. Também oferece cursos de capacitação aos jovens, às mulheres e famílias, sem contar as demais pastorais”.

“Vi aqui acontecer o milagre da partilha, da colaboração, da con ança, da generosidade e da ajuda mútua. Esse sonho só se tornou realidade com o apoio de todos”, nalizou o Padre.

COMUNIDADE EM SAÍDA

Na homilia da missa, Dom Odilo agradeceu o empenho missionário do Padre Elson e dos sacerdotes que o antecederam, e de toda a comunidade que não mediu esforços na reforma e na construção do espaço celebrativo da Capela.

O Arcebispo ressaltou que o lugar da Capela revela o espaço de encontro e celebração. “Esta Capela é lugar de oração. Revela o testemunho da fé, da vida doada, e do compromisso com o anúncio do Evangelho”, falou.

Dom Odilo mencionou que um dos apelos do sínodo arquidiocesano é mostrar ao mundo o rosto da Igreja em saída. “Somos uma igreja viva, presente em todos os espaços da cidade. Sejamos testemunhas vivas de Cristo, anunciemos sem medo a Palavra de Deus”, sublinhou, lembrando, ainda, que a comunidade eclesial é o lugar em que a Igreja se manifesta e age na realidade concreta da vida das pessoas.

SER IGREJA

Mercês Anunciação Pereira, 71, é uma das fundadoras da comunidade. Emocionada, ela contou à reportagem as lutas, di culdades e alegrias da trajetória para o fortalecimento e concretização do sonho do espaço litúrgico. “A fé permaneceu viva mesmo quando tudo parecia impossível”, assegurou. “Não foi fácil. Muitas vezes, perdíamos até a esperança de conseguir, mas, com coragem, nunca

desistimos e, hoje estamos nesse espaço reformado, bonito e orante”, concluiu.

Vanilda Anunciação, 45, participa da comunidade desde os quatro anos de idade. “Lembro-me de pequena vir às missas, z a Catequese no salão comunitário. Vi a luta dos meus pais e de todos os membros para a construção desse espaço e não há como não lembrar como era antes. Vejo a providência de Deus agindo ao adentrar este local abençoado. Sou feliz em ser parte desta igreja”, disse.

PADROEIRA: SANTA DOS IMPOSSÍVEIS

Francisca das Chagas Gomes Viana, 44, é catequista e recordou que a escolha da padroeira se deu pela história da Santa e pela realidade que circunda o bairro.

“Santa Rita é aclamada como a Santa das causas impossíveis. Mulher e mãe exemplar, monja beneditina, ela pediu a Cristo para poder compartilhar dos seus padecimentos. Sua vida se assemelha à realidade da nossa comunidade. Em muitos casos, à nossa volta tudo parece ser impossível de solucionar, mas, com fé, com Deus e devoção à padroeira, superamos muitos impossíveis para chegar até aqui”, contou.

BÊNÇÃO DA CASA DAS IRMÃS

Após a celebração, Dom Odilo abençoou o espaço onde as freiras Espiritanas vão residir. Irmã Laly Nieto é natural da Espanha e exerce a função de Superiora da Congregação no Brasil. Ela destacou que a nova casa será um centro de apoio às ações pastorais da comunidade.

“Sempre é uma alegria expandir nossos centros de missão e, de modo especial, neste local propício para a evangelização”, mencionou.

O Cardeal Scherer desejou às religiosas êxito na missão: “Sejam fecundas na missão de anunciar o Evangelho a esse povo”.

20 | Reportagem | 24 a 30 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Luciney Martins/O SÃO PAULO Cardeal Scherer preside missa no domingo, 21, na Capela Santa Rita de Cássia, na zona Leste, durante a qual abençoa o templo restaurado

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