Gazeta Rural nº 389

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17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS P e ri o d ic .º 3 8 9 | N | jo ú A ra Jo s é L u ís D ir e c to r:

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“Missão: Honrar o passado e garantir o futuro” - Ministra da Agricultura

A propósito do aniversário da Gazeta Rural, lançámos o desafio a várias figuras do setor, em diferentes áreas, para fazerem um balanço dos últimos 17 anos. Um agradecimento a todos os que participaram nesta edição, marcante para todos nós. A direção

Ficha técnica Ano XVII | N.º 389

Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A)

E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís Pacheco

Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba

Júlio Sá Rego | Gabriel Costa

Departamento Comercial: Luís Cruz

Sede de Redacção: Lourosa de Cima

3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400

E-mail : gazetarural@gmail.com

Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

02 Editorial – Há tanto, tanto tempo! 06 Missão Honrar o passado e garantir o futuro - Ministra da Agricultura 08 Agriculturas de Portugal, reformas estruturais – José Martino 10 17 anos de mudanças nos vinhos do Dão – Carlos Silva 12 Portugal precisa da Agricultura Familiar a produzir e de um mundo rural vivo – CNA

14 Floresta - o que mudou nos últimos 17 anos – AFBV 16 A agricultura portuguesa nos últimos 17 Anos - Adversidade, Superação e Progresso – CAP

18 Os últimos 17 anos na produção de leite em Portugal – APROLEP 19 Lena d’Água e Os Azeitonas atuam na programação do “Gouveia – Um Verão 5 Estrelas”

20 Projeto ‘Terras Altas de Portugal 2.0’ aposta na internacionalização do setor agroalimentar

22 Novo pastel de nata de maçã Riscadinha já é um sucesso 24 Um Dão, Cinco Destinos – ADD 26 “Acentuou-se a procura de produtos para uso em modo de produção biológico”, diz Fernando Assunção Diretor Geral da DEIBA

28 Agricultura foi mais resiliente que outros setores da economia em 2020 30 José Ernesto Silva foi reeleito Almoxarife na Confraria ‘Grão Vasco’ 31 Tomate Coração de Boi persiste nos restaurantes do Douro 32 Ílhavo Gastronómico apresenta nove jantares diferentes com bacalhau 33 Câmara de Arcos de Valdevez promove gastronomia com carne Cachena 33 Município apresentou ´receita oficial´ do Bacalhau à Braga 34 Projeto seduz portugueses para vivenciarem experiências na Região Centro 37 IPV integra o Grupo Coordenador para a Valorização e Salvaguarda da Dieta Mediterrânica

38 e 39 Câmara de Sátão promoveu escavações arqueológicas na Anta de Forles


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MEDALHAS DE PLATINA CASA DA PASSARELLA ABANICO Reserva | Branco | 2019 ADEGA DE PENALVA Reserva | Tinto | 2017 LADEIRA DA SANTA Grande Reserva Touriga-Nacional Tinto | 2017 CASA DE SANTAR VINHA DOS AMORES Espumante | Encruzado Branco | 2013

MEDALHAS DE OURO

CASA DE SANTAR Reserva | Tinto | 2015 MARIA JOÃO Reserva | Tinto | 2012

CATEGORIA II

CATEGORIA I

VINHOS BRANCOS DE LOTE

MEDALHAS DE PRATA

CATEGORIA IV

VINHOS TINTOS DE LOTE

VINHOS VARIETAIS MARIA JOÃO Reserva | Branco | 2015 CONCISO Branco | 2016 CASA DE SANTAR Branco | 2019 ADEGA COOPERATIVA DE VILA NOVA DE TAZEM Reserva | Branco | 2019 LADEIRA DA SANTA Colheita Seleccionada | Branco | 2020 CASA DA PASSARELLA A DESCOBERTA Branco | 2020 QUINTA DO CERRADO Reserva | Branco | 2018

MORGADO DE SILGUEIROS Touriga-Nacional | Tinto | 2017 CABRIZ Reserva | Encruzado | Branco | 2019 CAMINHOS CRUZADOS Encruzado | Branco | 2019 FONTE DO OURO Reserva Especial Encruzado | Branco | 2019 QUINTA DOS MONTEIRINHOS MANUEL CHAVES Reserva | Touriga-Nacional | Tinto | 2018 CASA AMÉRICO Reserva | Encruzado | Branco | 2019

LADEIRA DA SANTA Grande Reserva | Tinto | 2018 CONCISO Tinto | 2014 INVULGAR Tinto | 2017 CABRIZ Tinto | 2015 QUINTAS DAS MESTRAS SANTAR Reserva | Tinto | 2016 MARIA JOÃO Tinto | 2010 CASA DE SANTAR Tinto | 2019 QUINTA DOS MONTEIRINHOS MENINO AFONSO Reserva | Tinto | 2018

DOM VICENTE Grande Reserva | Branco | 2017

QUINTA DOS PENASSAIS Grande Reserva Touriga-Nacional | Tinto | 2017

CATEGORIA II

CHÃO DA QUINTA Touriga-Nacional | Tinto | 2016

CABRIZ Reserva | Tinto | 2016

QUINTA DOS MONTEIRINHOS AVÔ ANTÓNIO Reserva | Encruzado | Branco | 2019

CATEGORIA III

VINHOS TINTOS DE LOTE ALLGO Tinto | 2017 MORGADO DE SILGUEIROS Reserva | Tinto | 2017 SOITO Reserva | Tinto | 2016 QUINTA DA RAMALHOSA Alfrocheiro / Touriga Nacional Tinto | 2017 QUINTA DA ESPINHOSA Reserva Especial | Tinto | 2018

QUINTA DOS CARVALHAIS PARCELA 45 Alfrocheiro | Tinto | 2017 BACALHÔA Touriga-Nacional | Tinto | 2017 CASA AMÉRICO Alfrocheiro | Tinto | 2018 ADEGA DE PENALVA Tinta-Pinheira | Tinto | 2018

VINHOS ROSADOS

CABRIZ Colheita Seleccionada | Rosado | 2020

CATEGORIA V VINHOS ESPUMANTES

CASA DE SANTAR VINHA DOS AMORES Blanc de Noirs | Branco | 2015


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Editorial

* José Luís Araújo

Há tanto, tanto tempo! Pois é. Em Agosto de 2021 a Gazeta Rural atinge a maioridade. Entretanto, passaram 17 anos, com grandes transformações, diria mesmo, de enormes transformações no nosso dia a dia. O projeto nasceu, cresceu e vai atingir a idade adulta, embora lá tenha chegado de forma ‘precoce’.

O que em 2004 era um projeto visto com desconfiança tornou-se, aos poucos, numa referência. Não, não é um auto-elogio, apenas uma constatação, mas também a convicção do trabalho feito. Ao longo do tempo a Gazeta Rural tornou-se uma espécie de ‘agenda’, como ouvi dizer amiúde. Acompanhando alguns dos melhores e maiores eventos setoriais no país, mas também lá fora, desde feiras associadas ao setor primário, a eventos ligados à gastronomia, aos vinhos, aos azeites, à castanha e a outros produtos da terra. Divulgámos a diversidade e qualidade da agricultura, os nossos produtos endógenos e as nossas gentes. Sou avesso a elogios. Estes fazem com que nos tornemos mais ‘dóceis’ e menos ‘agressivos’ na forma como encaramos o que fazemos. Gosto de adrenalina, especialmente quando se aproxima o meio e final do mês, pois há uma revista para ‘fechar’. Então, no último ano e meio tudo foi mais difícil, mas não menos entusiasmante. A pandemia, que nunca pensámos atravessar, trouxe coisas más, muito más. Tirou-nos a liberdade de movimentos, a liberdade de socializar, confinou-nos, meteu-nos numa bolha, entre muitas outras. Contudo, também trouxe coisas boas. A crise alimentar da segunda parte da primeira década deste século ensinou-nos pouco, ou, pelo menos, não quisemos perceber os sinais. Contudo, e apesar disso, a evolução da agricultura 4

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em Portugal é evidente, em especial na última década, tornando-a mais competitiva e qualificada para enfrentar um mercado global cada vez mais feroz. Mas foi a pandemia que nos fez pensar na sua a importância e na inevitabilidade de produzirmos mais e melhor. De produzirmos com qualidade. Definitivamente o paradigma mudou. Durante muito tempo o consumidor olhou mais para o preço, agora passou a ‘ver’ o produto, a sua origem, mas também a forma de produção e a validade. Os consumidores estão cada vez mais conscientes da importância da alimentação na sua saúde, procurando alimentos frescos e produzidos de forma mais amiga do ambiente. Para percebermos o quanto isto mudou, basta ir a um supermercado e ficar atento na zona dos ‘frescos’, mas também nas áreas Bio, cada vez mais procuradas. O consumidor entende, também, que vivemos um tempo de grandes mudanças, desde logo no clima. As pessoas estão cada vez mais atentas, porque as alterações climáticas não são uma miragem, mas sim uma certeza. Basta ter estado atento às últimas semanas, com as cheias na Europa e na Ásia e o intenso calor que se fez sentir na América do Norte. O interior, ai o interior! Durante décadas, em especial na segunda metade do Seculo XX, acentuou-se o abandono do interior, da pequena agricultura, das microproduções, numa palavra, a desertificação. A cidade - seja ela qual for, cá ou lá fora - tornou-se no ‘el dourado’, para muitos demasiado grande e amarga. Passou-se por um período em que aquilo que durante séculos foi uma forma de produção, uma forma de saber fazer, se tornou em algo que não interessava. Recordo as provações que, por exemplo, os pequenos produtores


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de queijo, e de outros produtos tradicionais, passaram, porque alguém lá de Bruxelas (ou de cá) disse que não se podia usar madeira, muito menos palha de trigo ou centeio, para secar e maturar o queijo. Que a matança do porco, tão tradicional nas nossas aldeias, era algo bárbaro, higienicamente mau e completamente errado, do ponto de vista do bem-estar animal. Isto ajudou a acelerar o abandono da terra e das nossas aldeias. Concordo, em absoluto, com a necessidade de haver regras de higiene e segurança em tudo que vai para a cadeia alimentar. Aceito a inevitabilidade das mesmas, nomeadamente no bem-estar animal.

Porém, a ‘memória do gosto’ trai-me. Lembra-me o sabor das febras no dia da matança (ou da desmancha), dos torresmos do redanho ou das chouriças que a minha mãe guardava em azeite num pote de barro. Lembro-me das papas de relão, com couve ou espigos da horta, que a minha mãe fazia; do arroz doce feito com o leite da cabra que tínhamos no curral; do queijo que secava na prateleira junto à lareira ou das sopas de cavalo cansado, que só se comiam lá em casa em dia da malha do centeio ou de vindima. Dir-me-ão que tudo isso foi noutros tempos e que agora tudo é diferente. Mas, não ouvimos hoje, cada vez mais, falar dos sabores de outrora, dos cozi-

nhados das nossas avós ou das nossas mães? Não nos deliciamos com uns ‘grelos à pobre’, um cabrito assado na brasa, ou no forno de lenha; um cozido à portuguesa, com carnes, enchidos tradicionais e batatas e couves da horta, ou um simples feijão no espeto, com azeite e alho, ou acompanhado de uma carne de porco da barriga, cozida com o feijão em panela de ferro e depois passada pela brasa? Pois, e não falei do vinho, especialmente o que se produzia lá em casa e que o Dimas, da Taberna de Douro Calvo, lá ia buscar todos os anos. Afinal, os tempos são diferentes, mas os sabores, os que me vêm à memória, são os de outrora. Ah, isso é que era!

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Missão: Honrar o passado e garantir o futuro * Maria do Céu Antunes Ministra da Agricultura

Muito aconteceu em 17 anos. E, por isso mesmo, quero começar por felicitar a Gazeta Rural. São quase duas décadas de trabalho, tendo sempre em vista informar sobre o setor agrícola e o espaço rural. Hoje, muito se conta da história da Agricultura graças ao que a Gazeta Rural, um dia, contou, representando, sem dúvida, um contributo essencial para o desenvolvimento coeso do território e para a valorização da sua diversidade.

O setor agrícola nacional, ao longo destes 17 anos, trilhou um caminho de crescimento e afirmação. Hoje, é incontornável o seu papel no desenvolvimento socioeconómico do país, sendo certo que a produção nacional representa um instrumento de projeção além-fronteiras, o qual tem merecido o justo reconhecimento. Neste período, a Agricultura procurou ser parte da resposta aos desafios que surgiram, adaptando práticas, aplicando tecnologia e inovando na forma de produzir. Prova disso são as recentes estatísticas agrícolas, divulgadas pelo INE, que dão conta da resiliência ímpar da Agricultura, em comparação com muitos outros setores da atividade económica nacional, num contexto de pandemia e de alterações súbitas nos padrões de consumo. Uma atitude que se mantém e que vai ser decisiva na construção do nosso futuro coletivo e na superação 6

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daquele que é o grande desafio dos tempos que vivemos: os efeitos das alterações climáticas. Muito se fez em 17 anos. Mas, na verdade, ainda muito há por fazer, exigindo-se uma transição digital e climática que possa alicerçar a plena sustentabilidade multidimensional: ambiental, económica e social. A Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia concluiu, no passado mês de Junho, após três anos de negociações, o acordo para a reforma da Política Agrícola Comum (PAC). A nova PAC vai trazer mais estímulos à modernização e digitalização da agricultura europeia, bem como uma redistribuição, que se quer mais justa e inclusiva, dos incentivos à pequena e média agricultura. Este acordo garante o desenvolvimento das zonas rurais, o apoio aos jovens agricultores e um importante contributo no combate às alterações climáticas, promovendo uma maior salvaguarda dos recursos naturais. E, para Portugal, destaque-se o reforço de fundos que o Orçamento da União Europeia vai trazer. São mais 4% em relação ao ciclo anterior, num valor total de 9,7 mil milhões de euros de componente comunitária. Vivemos um momento crucial, em que preparamos o Plano Estratégico nacional, o qual vai enformar as decisões suportadas em conhecimento, capazes de refletir as expectativas de um setor que nos orgulha e inspira a fazer mais e melhor. Este é um proces-

so participado, construído com as pessoas e para as pessoas, em harmonia com a riqueza que caracteriza os nossos territórios e procurando o reforço de uma gestão ativa, baseada numa produção agrícola e florestal inovadora e sustentável. Uma ambição também expressa na Agenda de Inovação para a Agricultura, a «Terra Futura», a qual estamos a implementar e que, entre as 15 iniciativas emblemáticas, contempla a dinamização de uma rede de inovação consolidada, coerente, moderna e orientada para as necessidades do setor e da sociedade. Esta Agenda, inscrita no Plano de Recuperação e Resiliência, tem o seu ponto de partida nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, bem como da Estratégia “Do Prado ao Prato”, e vai contribuir para o desenvolvimento de um sistema agroalimentar mais sustentável e resiliente. Hoje, o caminho continua a ser ambicioso, com muito para contar. Por isso, passados 17 anos, fica o agradecimento e o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Gazeta Rural. Um trabalho que não deixa esquecer de onde viemos, por onde seguimos e até onde temos de chegar para que ninguém fique para trás. Só assim alcançaremos um setor mais sustentável, mais competitivo e mais inovador, esteio do desenvolvimento rural e que, honrando as raízes do passado, vai continuar a convocar o presente para esta missão que é garantir o futuro.


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Agriculturas de Portugal, reformas estruturais * José Martino Cidadão, Lutador pelo Desenvolvimento de Portugal

Felicito o diretor da Gazeta Rural, José Luís Araújo, e a equipa da revista pelo cumprimento de 17 anos de publicações regulares que trouxeram uma visão diferente de comunicar a agricultura e o mundo rural, a perspetiva pela sua ligação à alimentação, aos produtos endógenos de qualidade, à gastronomia e o trabalho pioneiro que os municípios e as associações fizeram neste campo.

Dou os parabéns à Gazeta Rural por este trabalho, único, inovador, persistente, resiliente e, mais que tudo, o conseguirem estar com sucesso à frente do tempo. Aproveito esta oportunidade da edição especial de aniversário da Gazeta Rural para trazer à reflexão dos seus leitores as reformas estruturais que as agriculturas de Portugal exigem: 1- Passar o Ministério da Agricultura para o Ministério da Alimentação, esta quando equilibrada e bem feita representa saúde, prevenção de doenças, vida humana com mais e maior qualidade. 2 - Política para cada um dos produtos endógenos de qualidade, sobretudo aqueles com DOP e IGP, valorizando-os em quantidade, valor e emprego (os valores, quantidade e valor, que, para a maioria destes, são irrisórios e vergonhosos para o respetivo potencial de criação de riqueza). 3 - Construção das cadeias curtas de comercialização tendo por base as Comunidade Intermunicipais e os Municípios, tirando partido da nova legislação da contratação pública, colocar 8

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as cantinas públicas como instrumento de valorização e equilíbrio das contas de cultura dos produtos frescos locais da agricultura familiar. 4 - No comercio externo em 2020, o saldo da balança comercial dos “Produtos agrícolas e agroalimentares (exceto bebidas)” totalizou -3,4 mil milhões de euros, o que correspondeu a uma melhoria do défice alimentar em 429,7 milhões de euros face ao ano anterior, a evolução na continuidade dos últimos anos, resultado meramente conjuntural, nada se pode concluir sobre a sua redução para os próximos anos. É estratégico para Portugal tomar a decisão política de o anular, elaborar plano e assumir publicamente a data da sua eliminação. 5 - Reforma da estrutura fundiária das explorações agrícolas através de uma linha de crédito bancário, com garantia pública para cobertura de incumprimentos, a qual financie a compra de terra por parte de jovens agricultores, co-herdeiros e proprietários. Linha de crédito com duração temporal de 30 anos, até 7 anos de carência, taxa de juro de media de mercado, garantia a hipoteca dos prédios rústicos, operação sem custos de comissões bancárias. Acabar com as heranças indivisas. Ao fim de 2 anos há partilhas executadas ou constituição de empresa, co-herdeiros assumem como quotas na sociedade a correspondente valor na herança. Caso contrário, há venda dos imóveis por solicitador nomeado pelo tribunal, pagamento de custos, impostos e o sobrante será o pagamento das tornas aos herdeiros. 6 - Colocar como valor do orçamento nacional para as agriculturas e

florestas 500M€ por ano. Serve como quota parte nacional das ajudas europeias para aplicação das medidas e ações sem hiatos temporais, melhorar a riqueza criada na economia, o rendimento dos agricultores, instalar todos os jovens agricultores que se candidatem e tenham o respetivo projeto aprovado, apoiar o investimento nas regiões mais deprimidas económica e socialmente e investir na gestão das florestas de Portugal 7 - Criar objetivo político de formação profissional para todos os players do mundo rural através de um cheque formação de 2000€/ano, 10 anos, 50 000 cheques/ano, 100 m€ de orçamento. Este cheque pode ser usado, por decisão do seu detentor, formação profissional homologada em instituições de ensino superior, associações, cooperativas, empresas, etc. 8 - “Fazer melhor por Portugal”: Fazer cumprir que os processos burocráticos tramitados pelo Ministério da Agricultura sejam feitos dentro dos prazos legais. Para tal, acompanhar ao nível dos gabinetes da equipa política do ministério, de forma diária, a evolução nas diversas bases de dados, cada um dos processos. Naqueles casos que manifestamente seja impossível cumprir o prazo legal de tramitação, legislar para o alargar, o qual será compatível com os passos a dar. Na fase seguinte, estudar os processos para os desburocratizar, redução do prazo temporal de tramitação, nunca pondo em causa o cumprimento do Estado de Direito. Esta medida não exige esforço ao Orçamento de Estado, só precisa de vontade e força politica para ser colocada em prática.


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Medalha de Platina no XII Concurso “Os Melhores Vinhos do Dão”

Da melhor cepa para a sua mesa!

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17 anos de mudanças nos vinhos do Dão * Carlos Silva, Enólogo

Ao longo destes 17 anos, que comtempla o tempo de existência da Gazeta Rural, podemos assistir a um interessante percurso de modificações no rosto dos vinhos da Região. No início deste período, o setor dos vinhos estava em plena fase de aposta na profissionalização, contratando novos técnicos para as áreas da viticultura e enologia, com o objetivo de melhorar o potencial da região e dos seus vinhos. Nessa época, o desafio era transformar o setor no sentido de melhorar a qualidade do vinho produzido. A atenção técnica focava-se na otimização da aplicação da tecnologia vitícola e enológica com efeitos bem profissionais. Era necessário melhorar as vinhas, ter mais eficiência nas operações e maior precisão vitícola. Por outro lado, nos vinhos, o desafio era aplicar uma enologia preventiva e bem planeada, onde era necessário produzir tudo com a máxima correção, sem defeitos e com a melhoria constante da qualidade do produto, numa procura incessante da tipicidade. Os perfis dos vinhos, no início, não tinham uma tendência sensorial padrão ou orientada. A diversidade produzida era interessante, mas necessitava de melhoramento para serem vinhos mais conhecidos e respeitados.

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Com o decorrer dos anos a aposta na profissionalização da viticultura e da enologia promoveram a melhoria crescente da qualidade e do reconhecimento. A implementação de novas técnicas vitícolas e a renovação tecnológica das adegas, coordenada por novos técnicos, permitiram criar um novo perfil de vinhos do Dão. Este assentava na estima da revelação da melhor expressão de cada casta. Foi possível demonstrar que há potencial vitícola e enológico, o qual estava escondido. Esta transformação permitiu levar o Dão para outros mercados e ser reconhecido internacionalmente. Neste reconhecimento de potencial, o vinho do Dão passou a ter uma imagem de maior respeito e notoriedade. Pelo decorrer dos anos, claramente que o perfil dos seus vinhos era conduzido para o mercado, numa ótica de globalização, onde o mesmo teria de competir com qualquer vinho no palco internacional. Durante este período, há a confluência de duas formas de produção, uma com estilo de Novo Mundo, procurando ser competitivo ao lado dos mesmos do seu estilo, a outra, com estilo de Velho Mundo, a querer respeitar mais a autenticidade da sua matriz. Estes dois estilos ainda se encontram hoje no mercado, pois há consumidores com diretrizes bem definidas para


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ambos os estilos. Assistiu-se a uma transformação na composição dos agentes económicos. Alguns deles despareceram, dando lugar ao surgimento de novos projetos inovadores e desafiantes. Com esta modificação apareceram novas marcas de vinhos, novas imagens, novas atitudes, onde o convite é estendido aos produtores mais jovens e irreverentes. Contudo, as transformações foram-se sucedendo. A preocupação crescente com as alterações climáticas, a sua consequência na vinha e na qualidade dos vinhos, são temas que têm vinho sucessivamente, cada vez mais, a preocupar o setor. Por outro lado, assistimos à falta de mão-de-obra, principalmente para os trabalhos vitícolas, o que promove um investimento crescente na mecanização da vinha.

Para além disso, assistimos a um abandono consecutivo da vinha. Uma outra preocupação, é a procura de castas dos antigos encepamentos do Dão com o objetivo de alterar o perfil sensorial, tornando-o mais rico de complexidade evitando a monotonia das castas habituais. A par desta preocupação, surge também a necessidade de encontras plantas mais resistentes a doenças e às alterações climáticas. Continuando o nosso percurso pelo tempo, vamos encontrar o crescimento da produção de vinhos produzidos em proteção integrada, vinhos biológicos e alguns biodinâmicos. Estes vinhos, assim produzidos, permitem registar um percurso de mudança no sentido de criar produtos mais amigos do ambiente, permitindo diminuir a pegada ecológica. Por último, chega-

mos ao assunto da sustentabilidade vitivinícola, que é o tema mais recente e que preocupa todo setor. Com todo este processo continuo, durante estes anos, chegamos a um perfil sensorial desafiante que o tempo, e os mercados criaram, que por sua vez têm de ser a marca incontornável do Dão, que é produzir vinhos com extrema elegância, respeitando o perfil das castas e inovando na sua complexidade. Ao mesmo tempo criar vinhos com frescura e equilíbrio absoluto, onde não pode existir sobre maturação e onde a evidência do terroir do Dão tem de ser bem explicita. Na realidade, é um desafio encontrar esta relação, mas é a forma concreta de definirmos a nossa identidade e carácter enquanto região detentora de uma denominação de origem com 113 anos.

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Portugal precisa da Agricultura Familiar a produzir e de um mundo rural vivo * Confederação Nacional da Agricultura (CNA)

Hoje, como há 17 anos, continuam sem resposta eficaz os principais problemas da Agricultura Familiar: oportunidades de escoamento e preços justos à produção que garantam uma vida digna e a continuidade da actividade agrícola essencial para a vitalidade do Mundo Rural.

Os milhares de pequenos e médios agricultores e agricultoras familiares a grande maioria dos Agricultores do país - têm um papel determinante no aumento da produção, na qualidade e saúde alimentares, na coesão económica, social e territorial e na preservação do ambiente. Não obstante, têm sido fortemente penalizados pela Política Agrícola Comum (PAC) e por muitas más opções políticas nacionais de sucessivos Governos. Também há 17 anos, como hoje, a PAC passava por mais uma reforma que seguia no caminho que tem mantido até à actualidade, com consequências devastadoras: agravamento dos preços baixos na produção, degradação dos rendimentos dos agricultores; desligamento das ajudas da produção; promoção das importações sem controlo e uma extrema injustiça na distribuição dos dinheiros públicos por países/regiões e por agricultores, abrindo caminho à ruína da Agricultura Familiar e do Mundo Rural. Se olharmos mais para trás, constata-se que desde a adesão à então CEE foram eliminadas em Portugal perto de 400 mil explorações agrícolas, sobretudo pequenas e médias. As zonas rurais estão cada vez mais desertificadas, com consequências brutais como as que se viram nos incêndios de 2017, os grandes interesses económicos privatizam e concentram recursos naturais, o ambiente degrada-se e a qualidade alimentar da população também. 12

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A “nova” PAC, ao recusar adoptar mecanismos de regulação dos mercados e da produção e ao insistir na liberalização total dos mercados, aprofunda injustiças, destrói a Agricultura Familiar e compromete a soberania slimentar do país. Mas as consequências das más opções políticas nacionais e das emanadas de Bruxelas não afectam todos por igual. A tese de apoiar a competitividade, e a economia de escala, canalizou os apoios para um punhado de grandes agrários, uma parte dos quais não produz qualquer alimento. A grande distribuição tem o “quero, posso e mando” na cadeia de distribuição agro-alimentar, ficando com 50% daquilo que os consumidores pagam pela alimentação… Mas há que destacar nos últimos anos, fruto da proposta e luta das organizações da lavoura, a conquista instrumentos de reconhecimento e valorização da Agricultura Familiar que é urgente concretizar de forma plena. Falámos, por exemplo, do Estatuto da Agricultura Familiar proposto pela CNA no seu sétimo Congresso, em 2014, e consagrado em lei há três anos. Até à data salda-se num conjunto de medidas isoladas, praticamente

apenas ao nível do Ministério da Agricultura e de curto alcance para os agricultores. Também graças à luta de 17 anos da Via Campesina foi aprovada pela ONU em 2018 a Declaração dos Direitos Camponeses e outras Pessoas que trabalham em Zonas Rurais. Quando decorre a Década das Nações Unidas para a Agricultura Familiar 2019-2028, é preciso cumprir estes instrumentos e pôr em prática políticas capazes de assegurar uma distribuição justa dos apoios públicos; que apostem nos circuitos curtos de comercialização; valorizem os sistemas policulturais; facilitem o rejuvenescimento da agricultura, garantam rendimentos justos e serviços públicos de proximidade e qualidade no mundo rural. Só com outras políticas públicas, que valorizem a Agricultura Familiar, será possível defender a qualidade da alimentação, a coesão do território, a dignidade do trabalho e garantir a sustentabilidade económica, social e ambiental do modelo produtivo alimentar. Só com a Agricultura Familiar a produzir é possível garantir a soberania alimentar do país e um Mundo Rural vivo.


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Vila Nova de Paiva Capital Ecológica O Município de Vila Nova de Paiva, sob o epíteto de Capital Ecológica, propõe-se promover, com uma identidade que muito o caracteriza, a Natureza com as suas praias fluviais, banhadas pelos rios Paiva, Covo e Vouga, a Arqueologia, o Desporto, a Cultura, a Gastronomia e as suas

gentes.

Apoiando uma cultura fértil e integradora, valoriza-se o que existe no nosso território, dando conteúdos aos espaços mobilizam-se energias, agregando um conjunto de liberdade que se pratica e se discute. Promove-se em parceria com as Juntas de Freguesia, Instituições do concelho, desportivas, culturais e so-

ciais um ambiente propício para que o nosso propósito chegue a todos, conseguindo um reflexo direto na agregação de fatores que permitem alicerçar estratégias de desenvolvimento. Vila Nova de Paiva espera por si, explore a natureza, descubra a nossa oferta cultural, gastronómica e desportiva, torne a sua experiência tão enriquecedora, como única.

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Floresta: o que mudou nos últimos 17 anos? * António Augusto Fontoura de Ataíde Guimarães (Presidente da AFBV)

Em Portugal, a floresta é, sem dúvida, o único bem renovável que possuímos e, por tanto que nos dá, deve merecer todo o carinho e atenção da sociedade. Neste sentido, e tentando uma reflexão simples sobre os últimos 17 anos da floresta, orientarei este pequeno texto de encontro a três dimensões complementares: 1. A avaliação do desempenho da Associação Florestal do Baixo Vouga (AFBV), que represento. e do movimento Associativo em geral; 2. A identificação das principais limitações sentidas e enfrentadas no nosso percurso; 3. A apresentação dos nossos desejos e desafios, para um melhor futuro da floresta. 1. AFBV e movimento associativo O balanço dos últimos 17 anos de atividade da AFBV é muito positivo. Conta atualmente com cerca de 1500 associados e representa quase 25% da área florestal da região de Aveiro. Neste período, a AFBV procurou adaptar-se aos contextos e dinâmicas socioeconómicas na sua região de trabalho e implementou uma linha de serviços completa, colocando-os ao ser14

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viço do produtor: a identificação das propriedades no terreno e apoio à sua gestão, beneficiando das economias de escala geradas pela organização e planeamento; a certificação da gestão florestal; a entrada nos mercados dos produtos lenhosos; a representação da floresta regional junto de entidades públicas e privadas; a presença em projetos de investigação em várias matérias relevantes; a evolução para modelos de gestão conjunta, agregando a propriedade de modo a ultrapassar as dificuldades gravíssimas do minifúndio, etc. Este percurso, que consideramos de sucesso, é comum a centenas de organizações homólogas em todo o país, apenas motivadas pela grande paixão pela floresta e pelo reconhecimento do trabalho por parte dos seus associados. Mesmo sentindo-nos muito abandonadas pelo poder político, os resultados alcançados até ao momento permitem-nos afirmar com grande certeza de que “As organizações de produtores florestais, único agente no terreno, são fundamentais para mobilizar os proprietários e colocar na floresta as ações previstas pelas estratégicas e políticas assertivas, também necessárias aos mercados do setor “. 2. Limitações sentidas Na nossa modesta opinião, a principal limitação ao desenvolvimento da

floresta em Portugal tem sido a ausência de políticas sólidas, duradouras com soluções de compromisso entre governos e estáveis no tempo, que deem segurança às decisões de investimento dos agentes privados. Os diferentes governos e governantes continuam a insistir nas suas leis erráticas, fazendo com que a floresta que devia ser amada por todos, comece a ser vista pelos produtores como uma grande dor de cabeça e pela maioria da sociedade como um pesado fardo. Basta de mais comissões, estudos de diagnóstico, reformas estruturais teóricas, mais legislação ou mais investimento em estruturas e meios de combate aos incêndios. Definitivamente é preciso chegar ao território, trabalhar com as suas comunidades e investir na sua gestão e na prevenção! A ausência de investimento na gestão é a razão principal para um território cada vez mais abandonado e entregue a si mesmo. De forma muito clara e simples, a mobilização dos proprietários, ou de qualquer outra entidade pública ou privada, para investir na gestão da floresta só acontecerá por uma de duas vias: investimento privado e perspetiva de rendimento; ou financiamento público, que pelo histórico conhecido não tem dado frutos com visibilidade. 3. Desafios e necessidades para o futuro:


17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS Os diagnósticos sobre a floresta estão feitos, não faltam conhecimentos científicos, nem programas, nem planos, nem leis para salvar a floresta. Porém, na nossa modesta opinião, é no terreno, ganhando a confiança e a participação dos produtores e proprietários florestais que estará a resolução dos problemas. Formulamos um voto de esperança e confiança para que os 650 milhões de euros, vindos da Europa através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) sejam efetivamente aplicados na floresta. Pedimos igualmente aos nossos governantes que não esqueçam a floresta de vocação produtiva, que carece de ser ordenada, e as limitações das regiões onde se desenvolve, principalmente em minifúndio que inviabiliza qualquer projeto sério de sustentabilidade. Não se pense que só a floresta de conservação, com a injeção maciça dos capitais previstos através dos programas de reordenamento e gestão da paisagem resolverá os problemas. Além disso, precisamos que as medidas de financiamento florestais sejam mais simples, menos burocráticas, mais orientadas para os problemas reais e locais com prévia afetação regional dos recursos disponíveis. Em resumo, muita coisa mudou nos últimos 17 anos, mas apenas estratégias, planos, legislação e medidas públicas cada vez mais burocráticas, sem efeito prático visível e, principalmente, sem acrescentar qualquer tipo de valor à floresta. Por seu lado, o terreno, os agentes do setor têm demonstrado uma resiliência ímpar, souberam responder às muitas adversidades e, tal como a AFBV, continuarão a trabalhar afincadamente para que que a floresta tenha um papel cada vez mais relevante no futuro do nosso país. Só envolvendo, capacitando e dando recursos aos atores no terreno, será possível mudar a situação de abandono atual, tendo em vista uma floresta sustentável e economicamente viável, numa estratégia concertada entre todos os agentes do setor e os serviços oficiais. Para terminar atrevo-me a citar o Diretor-geral da FAO, que falando sobre o Estado das Florestas do Mundo nos dá a seguinte resposta “Deve ficar claro que incluir as florestas no centro de uma estratégia para um futuro sustentável não é uma opção — é um imperativo”. www.gazetarural.com

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A agricultura portuguesa nos últimos 17 Anos | Adversidade, Superação e Progresso * Luís Mira Secretário-Geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)

Há cerca de 17 anos estávamos sensivelmente a meio do percurso que desde a adesão de Portugal na União Europeia (então designada Comunidade Económica Europeia) nos trouxe ao momento atual. Estávamos também à beira de iniciar um dos períodos mais difíceis da agricultura portuguesa, com a nomeação de Jaime Silva para Ministro da Agricultura.

Em 2004, os dados do Instituto Nacional de Estatística revelavam uma situação de relativa normalidade, com algum crescimento do rendimento agrícola e, por exemplo, recordes de produção de pera e de tomate, acompanhados de crescimentos mais moderados em diversos outros setores. A partir de 2005, porém, a vida não viria a ser fácil para os agricultores portugueses, confrontados com uma política agrícola que desvalorizou a produção nacional, negligenciando produções de menor escala, mas de grande qualidade, e que precisamente constituem um dos pontos fortes da agricultura portuguesa: a diversidade, aliada à especificidade e à qualidade dos nossos produtos. Ao longo de quatro anos, o país foi convencido de que poderia prescindir da sua produção agrícola, concentrando-se apenas em duas ou três produções de grande es16

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cala, destruindo uma parte significativa da sua economia e adquirindo ao exterior o que fosse necessário para alimentar a população portuguesa. A Confederação dos Agricultores de Portugal opôs-se frontalmente a esta política, com um conjunto record de manifestações, sofrendo também com os cortes e atrasos impostos pelo governo no que concerne aos pagamentos dos fundos europeus destinados a Portugal. Este período de verdadeira tormenta para os agricultores portugueses só viria a terminar, primeiro, com a substituição do ministro, em 2009, e, posteriormente, em 2011, com a quase falência do Estado Português e o início do pedido de assistência financeira pedido ao FMI e à União Europeia. Com efeito, segue-se uma fase em que, pelas piores razões, o país reaprende a valorizar a produção nacional, nomeadamente de bens transacionáveis, como é o caso dos produtos agrícolas e agro-alimentares de uma forma geral, para sustentar a sua economia e alavancar o crescimento económico. As populações urbanas voltam a descobrir o interior do país que, para muitos, constituiu mesmo uma tábua de salvação para a grave crise económica que assolou o país. Ao longo deste período de 17 anos, a Política Agrícola Comum (PAC), que condiciona diretamente a agricultura portuguesa, como aliás das agricultu-

ras dos restantes Estados Membros, foi evoluindo no sentido de um cada vez maior foco nas questões ambientais, de alguma forma colaterais à produção agrícola propriamente dita. Nesta fase, a PAC teve de coexistir com acordos de comércio internacional nem sempre concordantes com a sua própria lógica regulamentar, particularmente no que concerne à qualidade e segurança alimentar, que é inequivocamente a mais exigente do mundo, e com a evidente necessidade de aumentar exponencialmente a produção de bens alimentares para fazer face ao esperado aumento da população mundial. Mais recentemente, perante a crise pandémica, o setor agrícola nacional não parou, demonstrando a sua mais valia e resiliência às adversidades, mais uma vez contribuindo para a estabilidade do país, e o setor evidenciou uma enorme e promissora evolução tecnológica. Ainda assim, os agricultores têm vindo a ser confrontados com algum antagonismo da sociedade portuguesa relativamente à sua atividade, bem como ao modo de vida rural de uma forma genérica. Os desafios dos próximos 17 anos não serão seguramente iguais a estes e certamente não serão mais fáceis. A CAP cá estará para apoiar os agricultores portugueses a superar os desafios, da mesma forma que superámos estes.


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Os últimos 17 anos na produção de leite em Portugal * Carlos Neves Agricultor, produtor de leite, blogger e Secretário-geral da APROLEP

Em 2004, liderando na altura a Associação dos Jovens Agricultores do Distrito do Porto, organizei uma viagem inesquecível ao Norte de Espanha. Fomos à procura do futuro que ainda não existia em Portugal.

Começámos por visitar na Galiza, em Lugo, uma cooperativa com “unifeed automotriz coletivo”, seguimos até Santander para visitar uma vacaria a produzir leite em modo de produção biológico e fomos até ao país Basco (Bilbao e Pamplona) visitar duas vacarias com robôs de ordenha e um laboratório de desenvolvimento de fer18

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tilizantes. Um forte nevão impediu o regresso ao Porto pelo caminho mais curto e tivemos de descer até Madrid, entrar por Vilar Formoso e descer o IP5 com o autocarro em excesso de velocidade. Passados dois anos, foi instalado o primeiro robô de ordenha em Portugal. Hoje estão mais de uma centena em funcionamento e as duas marcas que visitámos são as mais vendidas. Não temos “unifeeds coletivos”, mas os carros misturadores automotrizes democratizaram-se. A fertilização de precisão é uma realidade cada vez mais presente e a produção de leite no modo biológico avançou nos últimos anos. O número de produtores tem descido com excesso de velocidade. Em 2004 éramos 18.000 produtores de leite, 12.000 no Continente e 4.000 nos Açores, agora somos menos de 4000, metade nos Açores e metade no Continente. O facto de termos hoje o pior preço do leite entre os 27 países da Europa explica muita coisa. “Um preço justo para a produção de leite” tem sido o objetivo e a exigência da Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) nos últimos 11 anos. A instalação de robôs de ordenha e a aquisição de “unifeeds” automotrizes e outros equipamentos tornou mais confortável o trabalho dos agricultores e produtores de leite. Com esses equipamentos, com a formação que recebemos, com a investigação de nutricionistas, a evolução da genética e com

toda a evolução registada, somos hoje mais eficientes e só isso nos permitiu sobreviver à descida do preço do leite. Por outro lado, somos agora atacados por praticar uma agricultura mais intensiva, por causa dos gazes de efeito de estufa libertados pelas vacas, por causa de alegados maus tratos, com imagens manipuladas e de inventados malefícios do leite. Por detrás destas queixas está, muitas vezes, a ideologia animalista, que pretende equiparar os animais aos humanos e o negócio emergente das “alternativas vegetais” processadas, face à tradicional proteína animal natural (carne, leite e ovos). O nosso trabalho, portanto, está mais fácil “fisicamente” e mais difícil “mentalmente”. A resposta necessária é ‘COMUNICAR’ a agricultura, de forma honesta, direta e permanente. Indiferentes a tudo isto, as vacas continuam a ruminar, o milho e a erva continuam a crescer e os consumidores continuam a precisar de um agricultor, pelo menos três vezes por dia, para se alimentarem. Não admira, pois, que ao começar o confinamento os consumidores tenham corrido aos supermercados e esvaziado as prateleiras, a começar pelos produtos de origem animal, na altura em que os aviões pararam, a poluição baixou e as vacas continuaram a ruminar. A vida tem de continuar e a nossa luta também. No trabalho do campo, na vacaria, na rua ou nas “redes sociais”.


17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS Iniciativa decorre de 1 a 15 de Agosto

Lena d’Água e Os Azeitonas atuam na programação do “Gouveia – Um Verão 5 Estrelas” Espetáculos de Lena d’Água e do grupo Os Azeitonas são os destaques da programação cultural para o mês de Agosto do município de Gouveia, integrada na iniciativa “Gouveia – Um Verão 5 Estrelas”.

“Sendo o mês de Agosto uma altura particularmente especial para Gouveia, preenchendo-se, tradicionalmente, por

momentos de festa, de encontros, de regressos a casa, a programação cultural prevista é também especial”, refere o município. Os Azeitonas vão estar em Gouveia no dia 7 de Agosto, com o espetáculo “Ambos os 3 mais uns”, a realizar no Anfiteatro da Cerca, pelas 22 horas. Lena d’Água dará um concerto no dia 9 de Agosto, pelas 22 horas, no mesmo local. Ainda na música, no dia 8 de

Agosto, o público de Gouveia é convidado a assistir ao concerto de Dino D’ Santiago, “um nome incontornável da atual música portuguesa”. A programação de Agosto da iniciativa “Gouveia — Um Verão 5 Estrelas” começa no domingo, dia 1, com o Festival da Praça “Fora da Caixa” e termina a 15 de Agosto, pelas 17 horas, no Teatro Cine de Gouveia com o espetáculo de teatro educativo “Robertices”.

Uma História de paixões, luta, capacidade empreendedora e um profundo amor à terra. www.gazetarural.com 19 Poço do Canto | Mêda | Tel: +351 279 883 504 | geral@vinilourenco.com | https://vinilourenco.com/


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Com foco centrado nos produtos endógenos

Projeto ‘Terras Altas de Portugal 2.0’, aposta na internacionalização do setor agroalimentar O projeto “Terras Altas de Portugal 2.0” pretende dinamizar e valorizar as empresas, associações e cooperativas do setor no mercado internacional de forma a aumentarem as suas exportações. O diretor-geral da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV) disse que, com mais outras cinco associações do Centro e Norte, vão apoiar na internacionalização do setor agroalimentar, com foco nos produtos endógenos. “Este projeto, ‘Terras Altas de Portugal 2.0’, pretende dinamizar e valorizar as empresas, associações e cooperativas do setor agroalimentar no mercado internacional de forma a aumentarem as suas exportações”, explicou Paulo Sousa. O projeto, que teve uma primeira edição há dois anos, quer agora “contar

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com empresários que já participaram, mas também quer alargar à participação e oportunidade de novos produtores” da região Centro e Norte. Para o efeito a AIRV organizou um webinar, onde o projeto foi apresentado aos empresários, associações de produtores e cooperativas. A ideia “é levar produtores e empresários a participarem em cinco feiras internacionais na Europa, isto porque é mais fácil a logística e a organização, tendo em conta a pandemia de Covid-19 e, por isso, abdicámos até de uma feira no Japão”, explicou. As feiras na Alemanha, Espanha, Países Baixos, Luxemburgo e Bélgica vão acontecer em 2022. “O vinho, o azeite, as carnes e enchidos, a hortofrutícola, os queijos e os recursos silvestres, como o mel e os cogumelos, são os nossos principais

focos nesta edição, para os ajudarmos a formar e apoiar, nomeadamente na área do marketing, para a sua internacionalização”, precisou. Estes produtos endógenos têm de ter origem nas NUT (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos) do Douro, Terras de Trás os Montes, Beiras e Serra da Estrela, Beira Baixa e Viseu Dão Lafões, uma vez que são as áreas de trabalho do projeto. Financiado pelo Portugal 2020, o ‘Terras Altas de Portugal 2.0’ apresenta-se como uma parceria da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), do Núcleo Empresarial da Região da Guarda (NERGA), da Associação Empresarial da Beira Baixa, com sede em Castelo Branco, da NERVIR — Associação Empresarial, em Vila Real e da Associação Empresarial do Distrito de Bragança (NERBA).


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Apresentada na Casa Mãe da Rota de Vinhos, em Palmela

Novo pastel de nata de maçã Riscadinha já é um sucesso O Pastel de Nata de Maçã Riscadinha está a ser um sucesso e a deliciar todas/os as/os que já tiveram oportunidade de o provar. Esta nova iguaria de Palmela foi apresentada no dia 21 de julho, na Casa Mãe da Rota de Vinhos (onde está disponível), numa iniciativa promovida pelo autor, o Chef Nuno Gil, a Câmara Municipal de Palmela e a Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal.

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Nuno Gil deixou um «agradecimento ao Município e à Rota de Vinhos por aceitarem este desafio». O criador explicou que a ideia foi fazer a ligação entre o Pastel de Nata, que é «o pastel mais conhecido do mundo», com um produto da região, a Maçã Riscadinha, que é produzida apenas no concelho de Palmela, durante os meses de verão. Nuno Gil espera que esta seja «mais uma iguaria que dê nome e ênfase aos produtos de Palmela». «Esta nova iguaria não é minha, é nossa», realçou, mostrando-se satisfeito por já ter criado vários doces, mas não se recordar «de ter havido um movimento tão positivo de pessoas a quererem provar e a dizerem bem do Pastel». «Não podíamos estar mais satisfeitos do que quando encontramos pessoas empreendedoras, com visão de futuro, um grande amor à nossa terra e aos produtos endógenos que, com a sua criatividade e trabalho e procurando inovar, criam novos produtos», confessou o Vereador do Desenvolvimento Económico e Turismo, Luís Miguel Calha. O Vereador sublinhou que o Chef Nuno Gil tem desenvolvido «um tra-

balho muito interessante ao longo dos anos, procurando investigar a nossa história gastronómica e, a partir daí, construir uma doçaria que tem contribuído para projetar Palmela na região e a nível nacional». A apresentação do Pastel decorreu em simultâneo com os Fins de Semana Gastronómicos da Fruta de Palmela, integrados no programa de promoção gastronómica “Palmela - Experiências com Sabor!”. Luís Calha lembrou que, quando o Município criou este programa, «procurou, desde logo, que fossem interiorizados pelos agentes económicos dois fatores principais: a importância de valorizar os nossos produtos e consumir local e a importância de, para além de valorizar as tradições gastronómicas, procurar inovar». Passados mais de 10 anos, reconhece com satisfação que «há mais empresas que abraçaram este desafio de não perder o que é tradicional, mas apostar na inovação», o que tem contribuído para «uma gastronomia mais rica e para atrair mais visitantes e turistas». Visite a Casa Mãe da Rota de Vinhos e saboreie o Pastel de Nata de Maçã Riscadinha!

Tlf.: 232 411 299 Tlm.: 918 797 202 Email: novelgrafica1@gmail.com


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Um Dão, Cinco Destinos O território da ADD abrange os concelhos de Aguiar da Beira, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo e Sátão, situados nos distritos de Viseu e da Guarda, e tem uma área de 886 km2.

A rede de acessibilidades envolvente inclui eixos viários importantes na ligação entre o litoral, o interior beirão e a fronteira com Espanha. É um território de baixa densidade demográfica, marcado por uma ruralidade ainda intensa. O rio Dão configura a paisagem da região, diversificada e rica em linhas de água, com áreas de planalto que contrastam com a paisagem serrana envolvente, onde se destaca o perfil da Serra da Estrela. Os diversos percursos pedestres ou de bicicleta permitem um contacto em família com a natureza e a paisagem rural, surpreendendo o visitante a cada curva do caminho. A abundância de águas permite atividades de lazer e a prática de desportos náuticos em locais emblemáticos como a Praia Fluvial do Trabulo (Sátão), e a praia artificial de Mangualde. Existem também águas com valor medicinal que permitem experiências no segmento de saúde e bem-estar em ambiente termal, nas Caldas da Cavaca (Aguiar da Beira) e nas Caldas da Felgueira (Nelas). O Património Arqueológico e Arquitetónico é abundante e presente em todo o território, suscitando roteiros temáticos culturais; é também possível conhecer um pouco da história e das tradições da região em diversos museus e coleções visitáveis. Das origens pré-históricas destacam-se os monumentos megalíticos como a Anta do Penedo do Com (Penalva do Castelo) ou a Anta da Cunha Alta (Mangualde); do mundo castrejo existem vestígios como o Castro do Barrocal (Sátão), edificado na Idade do Bronze, mas que foi reocupado durante a Idade Média. A civilização romana deixou também vestígios, dos quais o mais notável é a Estalagem romana da Raposeira (Mangualde). As vivências da Idade Média estão registadas em diversos vestígios de sepulturas e lagares escavados na rocha e na arquitetura, como o notável Largo dos Monumentos em Aguiar da Beira, com torre, pelourinho e fonte. A arquitetura do 24

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17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS século XVIII, presente em solares, igrejas e fontanários, abunda no território, com exemplares notáveis como a Casa da ínsua (Penalva do Castelo), o Palácio dos Condes de Anadia (Mangualde) ou os solares da Vila de Santar (Nelas). A devoção das gentes da região proporcionou a edificação de imponentes santuários e ermidas como o Santuário do Senhor dos Caminhos (Sátão) e a Ermida de Nossa Senhora do Castelo (Mangualde), sem esquecer a Capela da Sra. da Esperança (Sátão), imóvel de Interesse Público. A vocação agrícola do território proporciona um conjunto de produtos endógenos de grande qualidade como o vinho do Dão, a Maça Bravo de Esmolfe, a Maça da Beira Alta, a Castanha Souto da Lapa ou ainda os produtos da pastorícia, o queijo e o requeijão Serra da Estrela e o borrego. Em diversas localidades é possível contactar com as tradições locais, nomeadamente os fornos comunitários, onde se coze o pão de mistura, de centeio e broa de milho. E à mesa, o visitante encontrará uma grande variedade de produtos e sabores. São incontornáveis os pratos de cabrito assado em forno de lenha, a vitela na púcara, o arroz de entrecosto ou os pratos de míscaros, acompanhados pelos vinhos do Dão. O leite-creme é uma sobremesa sempre presente, mas a doçaria tradicional inclui uma série de pastéis irresistíveis, desde os pastéis de feijão do Patronato (Mangualde), aos pastéis de feijão de Castendo (Penalva do Castelo), sem esquecer as tradicionais cavacas. Parte do território está no coração da Região Demarcada do Dão, pelo que as experiências ligadas ao enoturismo, desde o contacto com as paisagens vinhateiras e com o ciclo de produção até à degustação dos néctares do Dão vão seduzir o visitante. O alojamento turístico da região é variado e garante uma imersão das tradições e sabores da região. Este é um território que desafia os sentidos e promete surpresas. Aventure-se e parta à descoberta dos tesouros do Dão!

ADD – Associação de Desenvolvimento Dão Estatuto: Associação privada, sem fins lucrativos Sede: Rua D. Manuel I, Lote 2cv, 3550-147 Penalva do Castelo Data de constituição: 07 de Abril de 1993 Contactos: 351 232 642 632 E-mail: add@mail.telepac.pt | www.add.pt

ADD - Venha à descoberta…

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Fernando Assunção, administrador da Adubos Deiba

No último ano “acentuou-se a procura de produtos para uso em modo de produção biológico” A Estratégia do Prado ao Prato, apresentada no Pacto Ecológico da Comissão Europeia, quer reduzir a utilização de pesticidas em 50% e reforçar a área de agricultura biológica em 25% até 2030. As metas parecem ambiciosas, mas o administrador da Adubos Deiba, Fernando Assunção, acredita que “a tecnologia ao serviço da agricultura, através da digitalização e da agricultura de precisão, vai permitir dar um grande passo no sentido dos sistemas agrícolas serem mais eficientes. Se conseguirmos dar este “salto” tecnológico na agricultura, poderemos ficar mais perto das metas propostas”.

Em entrevista para as revistas Agricultura e Mar Actual e Gazeta Rural, Fernando Assunção diz mesmo que no último ano se verificou “uma acentuada a procura de produtos para uso em modo de produção biológico. Os agricultores procuram obter maior valor acrescentado das suas produções, e a conversão para este modo de produ-

ção tem sido a opção para alguns dos agricultores, embora ainda em pequeno número”. A empresa, que vai estar presente na AgroGlobal, a maior feira agrícola ibérica dedicada aos profissionais, que se realiza de 7 a 9 de Setembro, em Valada do Ribatejo, conseguiu, apesar da pandemia, aumentar o seu volume de negócios em 2020 em cerca de meio milhão de euros, para 47,5 milhões de euros. Em 2021 espera um volume idêntico aos dois anos anteriores. Gazeta Rural (GR): Como está a Deiba a ultrapassar esta pandemia? O que teve a empresa de alterar? Fernando Assunção (FA): A Deiba tem passado por esta pandemia com uma adaptação constante ao ‘novo normal’. Tomámos todas as medidas possíveis para evitar os contágios, nomeadamente teletrabalho sempre que possível, equipas a trabalhar em espelho, distanciamento físico dos funcionários que operam na empresa, testagem regular, entre outras medidas que foram aconselhadas pela DGS. Felizmente o nosso Plano de Contingência surtiu os melhores efeitos, pois

não tivemos problemas importantes com a Covid-19. GR: As vendas de adubos desceram? Ou, como a agricultura não pode mesmo parar, mantiveram-se? FA: As vendas de adubos mantiveram-se no decorrer da pandemia. Operamos num sector que não parou e que, com grande esforço de todos, se manteve em actividade para produzir alimentos. GR: Quem são os grandes clientes da Deiba? FA: Na Deiba consideramos que todos os clientes são importantes, pelo que não os catalogamos por volume de negócios. Nas regiões e culturas em que operam, todos os nossos clientes são, para nós, grandes. GR: Têm sentido uma alteração de comportamento por parte dos agricultores optando mais por fertilizantes biológicos? FA: No último ano verificámos que se acentuou a procura de produtos para uso em modo de produção biológico. Os agricultores procuram obter

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17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS realidade que actualmente conhecemos, essas metas parecem-nos muito ambiciosas e difíceis de atingir. No entanto, acreditamos que a tecnologia ao serviço da agricultura, através da digitalização e da agricultura de precisão, vai permitir dar um grande passo no sentido dos sistemas agrícolas serem mais eficientes. Se conseguirmos dar este “salto” tecnológico na agricultura, poderemos ficar mais perto das metas propostas.

maior valor acrescentado das suas produções, e a conversão para este modo de produção tem sido a opção para alguns dos agricultores, embora ainda em pequeno número. GR: Que produtos têm disponíveis para o Modo de Produção Biológico (MPB)? FA: Dentro do nosso portfólio actual, temos oito produtos que podem ser utilizados em MPB. Os produtos que temos disponíveis são o Starcal, Patentkali, Kalisop, Estakieserita, Solusop 52 Organic, Epsotop, Epsocomitop e Epsomicrotop. Continuamos empenhados em aumentar a nossa oferta de produtos utilizáveis em MPB, pois estamos convictos que este mercado irá continuar a crescer. GR: O que oferece a solução logística da Deiba? FA: Prestamos serviços logísticos a muitas empresas multinacionais que actuam no negócio dos fitofármacos. Mas também prestamos esses serviços a outras multinacionais, por exemplo, do ramo das tintas para automóveis e de outros produtos. Prevemos ampliar a nossa oferta logística, com os nossos investimentos a focarem-se na criação de condições para acolher outras empresas no nosso parque logístico. banner_ev_205x55_gazetarural.pdf GR: Que investimentos 1fez28/07/21 a em-

presa recentemente?

FA: Os investimentos que temos em curso são essencialmente em estruturas de armazenagem e serão estes que se manterão nos próximos anos, tendo em vista a ampliação do negócio logístico. GR: O que pensa da Estratégia do Prado ao Prato e do Pacto Ecológico? FA: No nosso entender, a adopção desta estratégia, e o seu aprofundamento, vem dar continuidade ao percurso que a Europa tem vindo a fazer. Pensamos que se esta estratégia for bem adoptada, desde a produção de alimentos até ao consumidor, poderá trazer ganhos muito relevantes para todos. A forma como produzimos os alimentos deve ser cada vez mais sustentável, tendo em conta o ambiente e os recursos naturais, e a escolha dos consumidores será também determinante para o sucesso deste caminho. Se o consumidor entender esta estratégia, vamos assistir a uma maior procura de alimentos de proximidade que são produzidos de acordo com os mais exigentes critérios ambientais e com mais elevada segurança alimentar. GR: Acha que as metas definidas para a redução de pesticidas e de aumento da área cultivada em modo de produção biológico são possíveis 16:19 de serem atingidas? FA: Quando estamos focados na

GR: Este ano a Deiba vai voltar à AgroGlobal? FA: Sim, vamos estar presentes na AgroGlobal, pois fazemo-lo desde a feira inaugural. No entanto, no contexto de pandemia que ainda vivemos, decidimos reduzir o espaço do nosso stand marcando a nossa presença de uma forma mais institucional. No ano corrente não vamos estar presentes noutras feiras. GR: As feiras são um ponto de encontro com os clientes ou um local de negócio? FA: As feiras são um grande ponto de encontro com os nossos clientes, distribuidores e agricultores. Permitem-nos, num curto espaço de tempo, o contacto directo com um grande número de utilizadores das nossas soluções. O negócio não acontece directamente nas feiras, podemos até dizer que está presente de uma forma muito secundária, sobretudo na nossa área de negócios. GR: Que impacto teve na Deiba o cancelamento de quase todas as feiras? FA: O cancelamento dos eventos retirou-nos alguma proximidade com os consumidores finais, partilha de experiências e problemas por parte de quem usa as nossas soluções. Contudo, encaramos esta situação como uma fase, consequência da pandemia que estamos a viver, e que, estamos certos, rapidamente passará.

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17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS Considerou o Instituto Nacional de Estatística

Agricultura foi mais resiliente que outros setores da economia em 2020 O Instituto Nacional de Estatística (INE) considerou que o ano agrícola 2019/2020 evidenciou “uma resiliência que não foi patente em muitos outros setores”, num ano de pandemia com aumentos de exportações e diminuição de importações. “A agricultura globalmente terá atravessado um ano marcado pela pandemia covid-19, evidenciando uma resiliência que não foi patente em muitos outros setores da atividade económica nacional”, pode ler-se nas Estatísticas Agrícolas de 2020, hoje divulgadas pelo INE. O instituto de estatística salienta que, em 2020, as exportações de produtos agrícolas e agroalimentares, exceto bebidas, “aumentaram 5,8% face ao ano anterior (uma evolução contrária à redução de 10,2% registada nas exportações globais de bens)”. As importações “diminuíram 1,8%, refletindo-se numa melhoria do saldo da balança comercial (diminuição do défice em 429,7 milhões de euros)”,

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refere a nota do INE. Quanto à área semeadas de cereais praganosos, desceu ligeiramente face a 2019 (-1,3%), com as condições meteorológicos a serem favoráveis “para o desenvolvimento vegetativo dos cereais de Inverno, registando-se uma produção semelhante à média do último quinquénio”. “Nas culturas de Primavera Verão registou-se uma diminuição generalizada de áreas, que resultaram em quebras de produção de 12,8% no tomate para a indústria, 17,8% no arroz e 9,7% no milho para grão”, e a produção animal “foi semelhante à registada no ano anterior”. Segundo o INE, “o ano agrícola 2019/2020 caracterizou-se meteorologicamente por um outono normal em relação à temperatura do ar e à precipitação, seguido por um Inverno extremamente quente (segundo mais quente desde 1931) e seco (78% do valor médio)”. “As regiões a sul do Tejo registaram situações de seca meteorológica, com maior persistência e severidade no

Baixo Alentejo e Algarve. A Primavera e o Verão continuaram a classificar-se como muito quentes, com destaque para Julho (o mais quente desde 1931)”, destaca o INE. Quanto a indicadores ambientais, ainda relativos a 2019, o instituto refere que Portugal é o Estado-membro da União Europeia “com menor consumo de fertilizantes minerais (azoto e fósforo), registando em 2019 um consumo aparente de 31 kg [quilogramas] por hectare de Superfície Agrícola Utilizada (SAU), menos de metade da média da UE27”. “Em 2019 foram vendidos 2,2 kg de substância ativa dos principais grupos de pesticidas por hectare de SAU, proporção acima da média da UE27 (1,8 kg de substância ativa por hectare de SAU)”, estando 5,3% da SAU certificada para o modo de produção biológico, sendo a meta para 2030 de 25%. Já a importância dos gases de efeito de estufa “emitidos pela atividade agrícola em Portugal em 2019 (10,1% da emissão total dos GEE) era próxima da média da UE27 (10,3%)”.


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Para mais um mandato de três anos

José Ernesto Silva foi reeleito Almoxarife na Confraria ‘Grão Vasco’ José Ernesto Silva foi reeleito para mais um mandato de três anos como Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. A única lista candidata foi sufragada por unanimidade dos confrades votantes. Renovação com continuidade é o lema da direção da Confraria. Um misto de membros da Confraria já com alguns anos, com gente jovem, que acrescenta novas ideias e outra dinâmica a uma agremiação que já ganhou estatuto internacional. Tendo em conta este facto, a que se junta o trabalho realizado, nomeadamente na promoção e divulgação da cultura beirã, bem como continuidade da aproximação à diáspora portuguesa, e que é uma aposta que a Confraria Grão Vasco pretende manter, trás responsabilidades acrescidas ao Almoxarifado. António Costa Vidal continua como Grão-Mestre, na mesa da Assembleia Geral, e José Lopes Coelho é o Conferente-Mor, no Conselho Fiscal. João Garcia Mendes continua a presidir ao Conselho Consultivo. Destaque para a criação de um Conselho Empresarial, composto por pessoas ligadas a diferentes áreas de negócio, que visa criar pontes entre as empresas nacionais e potenciais investidores, especialmente ligados à diáspora portuguesa espalhada pelo mundo. A lista dos órgãos sociais é a seguinte: Mesa do Nobre Senado GRÃO-MESTRE – António da Costa Vidal ESCRIVÃO-MOR – Cristina Paula da Cunha Pereira Gomes ESCUDEIRO – Paulo Sérgio Fraga Cardoso Almoxarifado ALMOXARIFE – José Ernesto Pereira da Silva ARAUTO – Maria Odete Nunes Madeira CHANCELER-MOR – Marina Barreiros de Oliveira CONTADOR-MOR – António Batista Neves

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VOGAL – José Luís da Cruz Araújo VOGAL – Ricardo Jorge Magalhães Vidal VOGAL – Joana Francisca Nunes de Barros Conferente CONFERENTE-MOR – José Lopes Coelho CONFERENTE-ADJUNTO – Ana Paula Santana CONFERENTE-ADJUNTO – Pedro Carvalho Ruas Conselho de Couteiros Conselho Gastronómico Meirinho Gastronómico – Armanda Monteiro Nunes de Barros Chanceler – Luís Manuel Soares da Cunha Alves Contador – Carlos Manuel Barros Abreu Conselho Enófilo Meirinho Enófilo – Carlos Silva - Enólogo Chanceler – Maria Manuela Damasceno L. Esteves Contador – Carlos Manuel Oliveira Conselho de Artes e Tradições - TUNA Chantre – Catarina Maria Nunes de Barros Chanceler – João Fernando Sousa Simões Contador – João Domingos Embaixador da Confraria no Brasil António de Almeida Cardão Conselho Consultivo João Garcia Mendes – Presidente do Conselho Consultivo Conselho Empresarial Fernando Pais Lopes de Figueiredo – Presidente da UDACA e Adega de Silgueiros João Fernando Marques Rebelo Côtta – Empresário Jorge Loureiro – Empresário José Frias Clemente – Presidente da Adega de Penalva do Castelo Mara Lisa Martins Almeida – Empresária Nelson de Almeida, empresário no Rio de Janeiro Susana Maria Ferreira de Melo Abreu – Empresária


17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS Dar a volta ao vírus Agosto todo

Tomate Coração de Boi persiste nos restaurantes do Douro

A fruta estrela do Verão não vai em confinamentos e ainda bem. O melhor Tomate Coração de Boi do Douro está de regresso aos restaurantes da região a mostrar que o festim não sucumbe ao vírus em Agosto. A quinta edição do Concurso Tomate Coração de Boi do Douro fica adiada para 2022, mas a pandemia da Covid 19 não parou os horticultores da região. Agosto todo, volta à mesa dos restaurantes referenciais do Douro a iguaria que é estrela de Verão. A resiliência em manter viva a iniciativa tem fundamento. O Douro produz o melhor Tomate Coração de Boi de Portugal, argumenta a organização. Ao todo, 16 restaurantes vão colocar nas

suas ementas os melhores tomates desta variedade criados por agricultores do Douro. A iniciativa quer despertar o interesse dos consumidores pela viagem gastronómica ao terroir de excelência desta variedade de tomate e valorizar a tradição das hortas do Douro, motivando horticultores e produtores de vinhos a manterem vivos os pequenos oásis de biodiversidade, nos quais se inclui a produção de tomate, ainda que numa escala familiar e de produção local. Em 2022, o concurso que veio para mostrar as qualidades superiores do Tomate Coração de Boi do Douro voltará a reunir especialistas para elegerem o melhor tomate da temporada. Até lá, sirva-se de tomate em saladas ou em pratos especiais à mesa de restaurantes de referência da região duriense.

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Com o pôr-do-sol da Costa Nova como anfitrião

‘Ílhavo Gastronómico’ apresenta nove jantares diferentes com bacalhau Promovido pela Câmara de Ílhavo, em parceria com a Confraria Gastronómica do Bacalhau, o ‘Bacalhau ao Cais’ é uma iniciativa que pretende valorizar o bacalhau como uma referência patrimonial da gastronomia do concelho, diferenciadora das 101 maneiras de cozinhar e saborear o fiel amigo, preservando e potenciando o seu valor gastronómico, a sua importância histórica, cultural e social, bem como o inegável valor económico que representa para a comunidade e a região. O Cais Criativo da Costa Nova vai acolher, entre os dias 5 a 14 de Agos-

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to (exceto domingo, dia 8), entre as 19,30 e as 22,30 horas, nove jantares diferentes, cuja ementa é da responsabilidade das Associações do Município, antecedidos por um “welcome drink” ao pôr-do-sol, acompanhados por um momento cultural. Cada ementa é única, representa o ícone gastronómico de cada uma das Associações presentes na iniciativa, e é composta por uma entrada, um prato de bacalhau, que varia de jantar para jantar e sobremesa. Todos os menus incluem, ainda, o famoso pão de Vale de Ílhavo e uma bebida, que pode ser vinho da Bairrada, cerveja, água ou sumo (todos os consumos extras de bebida serão cobrados). Atendendo às restrições impostas

pela pandemia e asseguradas todas as medidas definidas pela DGS, estarão disponíveis mesas para duas ou para quatro pessoas (mínimo de três pessoas) que devem ser reservadas através da bilheteira online BOL com o custo de 20 euros por adulto e 12,50 euros por criança, até aos 12 anos inclusive. Será gratuito para menores até aos 4 anos. Depois do sucesso do livro “Chora e Feijão Assado - A gastronomia de bordo na pesca do Bacalhau”, o Bacalhau ao Cais será, ainda, o momento escolhido pela Câmara de Ílhavo para lançar o segundo volume da coleção “A nossa mesa”: “Samos, caras e línguas: A Gastronomia do Festival do Bacalhau”, que será apresentado e estará disponível para venda em cada jantar.


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Participaram 28 restaurantes locais

Câmara de Arcos de Valdevez promove gastronomia com carne Cachena

A Câmara de Arcos de Valdevez promoveu uma ação, na Escola Profissional do Alto Lima (EPRALIMA) no âmbito de uma ação de promoção da gastronomia com carne da Cachena.

Nesta ação os 28 restaurantes locais participantes ficaram a conhecer novas propostas para cozinhar a carne Cachena, tais como, carpaccio de Cachena, lombo de Cachena folhado, trufas de Cachena, ou tutano de Cachena com puré de brócolos. Estas e outras receitas, bem como outra informação sobre a carne Cachena estão disponíveis na brochura promocional “Delicie-se, Cozinhe Carne da Cachena”, disponível para consulta no site visitarcos.pt. Com esta medida a Câmara de Arcos de Valdevez pretende impulsionar e promover a gastronomia com a Cachena por parte dos restaurantes, não descurando as opções mais tradicionais. Todos os restaurantes interessados provaram os pratos e foram-lhes também disponibilizadas as fichas de inscrição para ações de capacitação da EPRALIMA, que poderão ser dadas na escola ou nos próprios restaurantes.

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Ú lt i m a H o r a Os seis curadores têm origens ou ligações à região

Projeto seduz portugueses para vivenciarem experiências na Região Centro Seis personalidades nacionais vão ‘seduzir’ os portugueses para a vivência de experiências de cultura, gastronomia e vinhos, natureza, desporto, espiritualidade e lifestyle na Região Centro, no âmbito de um projeto “Experiências by...”. Promovido pela Turismo Centro de Portugal, o projeto integra roteiros sugeridos por seis curadores, todos com origens ou ligações à região: a cantautora Rita Redshoes, a bodyboarder e campeã mundial Teresa Almeida, o chef estrela Michelin Diogo Rocha, o escritor Afonso Cruz, a apresentadora de televisão Iva Lamarão e o empresário Pedro Pedrosa. O presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, explicou que se trata de “um projeto essencialmente de posicionamento e diferenciação” da oferta de uma região que permite “múltiplas experiências”. “Foi sempre um pressuposto nosso lançarmos este projeto de visitação e fruição turística na perspetiva de uma tríade: corpo, mente e espírito são”, referiu Pedro Machado. As sugestões de cada um dos cura-

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dores vão ser divulgadas a cada semana. Na apresnetação foi desvendada a proposta de Iva Lamarão, que inclui a passagem por Ovar (de onde é natural), Furadouro, Aveiro, Ílhavo e Coimbra (onde estudou). Sílvia Ribau, do núcleo de Promoção da Turismo Centro de Portugal, disse que cada roteiro não tem uma duração definida, apesar de o objetivo ser que os visitantes fiquem na região, no mínimo, três noites. “O que temos são sugestões da parte dos nossos curadores em que eles realçam determinados produtos que possam ser comprados, restaurantes, oferta hoteleira, percursos, atributos em termos de natureza, espirituais, culturais e de gastronomia. Depois, cada pessoa que consultar estes itinerários poderá ir fazendo ao seu critério”, explicou. Pedro Machado realçou que o “Experiências by…” não é um projeto “que vai somar o número de experiências”, mas sim “que vai inspirar e seduzir os portugueses para todas as experiências que já conhecem e, sobretudo, para aquelas que estão no olhar individual dos curadores”. “Esta ideia da descoberta, da inspiração, não tem limites. Provavelmente,

cada um dos nossos curadores terá uma panóplia de sugestões que escapam àquilo que é uma base sistematizada”, considerou. Pedro Machado lembrou que vários atores da região, nomeadamente as comunidades intermunicipais, já fazem um trabalho de divulgação dos seus principais atrativos turísticos. “O que a Turismo Centro de Portugal está a querer fazer é ampliar este sinal mas, sobretudo, poder inspirar para experiências a partir dos cinco sentidos de cada um dos nossos curadores, experiências que até hoje não foram ainda descobertas”, realçou. Segundo Pedro Machado, tem vindo a ser desenvolvido um trabalho “no sentido de, cada vez mais, o Centro de Portugal ser o primeiro destino de preferência para os portugueses e um destino de referência para os turistas internacionais”. Este projeto aposta sobretudo “no reforço do mercado nacional, até por força das circunstâncias e das limitações” devido à Covid-19 e porque “os curadores são personalidades nacionais e têm influência nacional”. No entanto, há a expectativa de que o projeto possa “vir a atingir outros mercados”, como o espanhol, acrescentou.


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ORGANIZAÇÃO

Um rosé, um branco e dois espumantes

Quinta de Lemos lança quatro novos vinhos para o Verão Não é que eles não sejam perfeitos para beber o ano inteiro - mas as férias e as temperaturas mais altas convidam a provar vinhos com outro tempo e descontracção. A pensar no espírito do Verão, a Quinta de Lemos apresentou quatro novos vinhos, o Lemos Rosé, o Pica-Pica (branco), e os espumantes Gégé (rosé e branco). Frescos, surpreendentes, viciantes e apetecíveis são alguns dos adjectivos que acompanham estas novidades da Quinta de Lemos. O Lemos rosé é assumidamente o mais estival destes novos vinhos. De cor rosa pálido e aromas delicados (notas florais e frutos vermelhos), o Lemos rosé é um vinho leve (com 9º C apenas de grau alcoólico), perfeito para tardes na piscina e na praia, petiscos na esplanada e convívios entre amigos. Feito integralmente a partir de uma única casta, a Touriga Nacional, casta autóctone portuguesa da região do Dão, é volumoso e atraente na boca, fácil, com um final de boca longo, persistente e viciante. Mais gastronómico, o Pica-Pica branco, com 50% de Encruzado e 50% de Malvasia fina, é um vinho de grande exuberância aromática. Leve e aprazível na boca, apresenta uma acidez equilibrada, sendo ainda um vinho com bom potencial de envelhecimento. Também a pensar no tempo quente, dois novos espumantes da Quinta de Lemos fazem a sua aparição, de modo a tornar as experiências estivais à mesa e à volta dela mais interessantes. São dois Gégés - um branco e um rosé, que homenageiam mais uma vez as mulheres da família de Lemos -, belíssimos para beber à refeição ou em modo fim de tarde. O Gégé rosé, um 100% Touriga Nacional de tonalidade rosa pálido, é rico em aromas frescos (morangos e framboesas), tem uma bolha persistente e fina e um longo final. Delicioso e irresistível. Já o Gégé branco, feito com as castas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Alfrocheiro (50% Touriga Nacional, 20% Tinta Roriz, 15% Jaen, 15% Alfrocheiro), possui um aroma fino e floral, com notas de madressilva e notas cítricas. Na boca, é cheio, persistente e de longo final. Ambos os espumantes foram feitos com recurso ao método clássico. Todas estas novidades já podem ser provadas na ementa do Mesa de Lemos. “Este Verão, creio que temos um conjunto de novos vinhos quase para todos os perfis e gostos. Mais leves ou mais gastronómicos, mais interessantes ou mais viciantes, estes últimos lançamentos da Quinta de Lemos não vão deixar ninguém indiferente”, assinala Hugo Chaves, enólogo da Quinta de Lemos desde o início do projecto. Pode encontrar os vinhos na loja da Quinta de Lemos, em Silgueiros, à mesa do Mesa de Lemos, e um pouco por todo o país.

Ribeira Grande 08, 09 e 10 outubro Parque de Exposições da Ilha de São Miguel

O maior e melhor evento empresarial dos Açores mais informações: www.wineinazores.com ou ligue 917 260 702

ORGANIZAÇÃO

Angra do Heroísmo 19, 20 e 21 novembro Pavilhão Multiusos do Parque Multissetorial da Ilha Terceira

Festival de Vinho e Feira de Atividades Económicas mais informações: terceira.wineinazores.com ou ligue 917 260 702

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Para a imprensa especializada e influenciadores digitais

CIM promoveu a descoberta do território Viseu Dão Lafões “O Verão é Aqui!”

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, dando continuidade à estratégia de divulgação e promoção do território, dinamizou dois roteiros destinados à descoberta e fruição da região, tendo como público-alvo a imprensa especializada e influenciadores digitais.

Enquadrada na campanha de promoção turística sob o mote “O Verão é aqui!”, esta iniciativa deu a oportunidade, a jornalistas e influenciadores digitais, de desfrutarem de várias experiências de caráter distinto, no entanto, relevadoras da qualidade e diversidade da proposta turística regional. O roteiro “Press Trip Fugas” permitiu a descoberta da rede patrimonial de Viseu Dão Lafões, na perspetiva de todos aqueles que apreciam momentos de bem-estar, lazer e cultura. Esta acção, que contou com diversas paragens um pouco por todo o território, entre ou36

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tras propostas, surpreendeu os visitantes com mostras de artes tradicionais que nasceram da relação próxima entre o homem e o território, como a olaria ou a tanoaria. A experiência “Blog Trip”, direcionada a influenciadores digitais, apresentou a região na perspetiva, de todos aqueles que valorizam o equilíbrio com a natureza, seja através da prática de atividades desportivas ao ar livre, um passeio em família ou apenas deambular entre cenários naturais que desafiam o olhar. Entre outras atividades intimamente ligadas ao turismo natureza, esta proposta permitiu aos participantes explorar trilhos, percursos pedestres e monumentos enquadrados em cenários naturais reveladores de toda a beleza do território. Como não poderia deixar de ser, os pequenos grandes prazeres da vida, representados na proposta gastronómica e vinhateira regional, assumiram um

papel de relevo, tendo os sentidos dos visitantes sido apurados através de provas de vinho e diversos momentos de degustação das mais variadas iguarias regionais. De acordo com o Secretário Executivo, Nuno Martinho, “ao longo dos últimos anos, a CIM desenvolveu um ambicioso trabalho na estruturação dos produtos turísticos integrados à escala intermunicipal e na combinação cruzada entre cada um deles, promovendo e valorizando o território como um todo”. “Consideramos, assim, que se aliarmos a outros momentos, como o desenvolvimento do site “Visit Viseu Dão Lafões”, ou a capacitação de agentes ligados ao sector turístico, a comunicação da nossa oferta turística integrada, seja no espaço digital ou em formatos mais tradicionais, é uma ferramenta essencial da estratégia de afirmação do território, enquanto destino turístico de excelência”, concluiu o secretário executivo.


17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS Escolha feita por unanimidade pelos interlocutores da RIESDM

IPV integra o Grupo Coordenador que valoriza a Dieta Mediterrânica

O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) integra o Grupo Coordenador para a Valorização e Salvaguarda da Dieta Mediterrânica na Região Centro. A escolha do IPV foi feita por unanimidade pelos interlocutores das entidades da Rede de Politécnicos da Região Centro que integram a Rede das Instituições de Ensino Superior para a Salvaguarda da Dieta Mediterrânica (RIESDM). O IPV integra esta rede desde a sua criação, em 2019, tendo como interlocutora a docente Dulcineia Maria de Sousa Ferreira Wessel, agora nomeada para o Grupo Coordenador na Região Centro.

Criada com os objetivos de congregar a investigação realizada pelas diversas Instituições de Ensino Superior, no âmbito da Promoção e Salvaguarda da Dieta Mediterrânica e estabelecer e consolidar parcerias com outras entidades com responsabilidade nesta área, a RIEDSM é constituída por 21 IES. No início deste mês de Julho a RIEDSM organizou o seu primeiro Congresso, em colaboração com o Centro de Competências da Dieta Mediterrânica (CCDM). O programa científico do Congresso, que contou com a apresentação de 14 comunicações orais e 60 pósteres científicos, estava estruturado em temáticas da Saúde, Agricultura e Ambiente, Coesão do Território, Gastronomia e do Património e Cultura. Para além das individualidades nacionais e internacionais convidadas, o Congresso contou com a participação de 260 congressistas. Os trabalhos encerraram com a apresentação do seu Plano de Atividades para a Salvaguarda da Dieta Mediterrânica (2020-2023), que sistematiza os vetores estratégicos, objetivos e ações a desenvolver.

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17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS Na União freguesias de Águas Boas e Forles

Câmara de Sátão promoveu escavações arqueológicas na Anta de Forles A Câmara de Sátão, ciente do património arqueológico que o concelho encerra, promoveu recentemente a escavação e requalificação da Orca de Forles, monumento funerário do Neolítico.

Trata-se de um dos monumentos mais antigos conhecidos no concelho, remontando ao período do Neolítico com reutilização na Idade do Cobre e, possivelmente, no início da Idade do Bronze. Escavado por Leite de Vasconcelos, em Setembro de 1896, este dólmen faz parte de todos os inventários sobre o megalitismo do Centro de Portugal, possuindo características que o individualizam e lhe criam uma identidade própria. Nos trabalhos por ele desenvolvidos foi recolhido inúmero espólio cerâmico, materiais em pedra polida, dos quais se destacam alabardas em sílex, muito raras nesta região. A presente intervenção é dirigida pelos arqueólogos Pedro Sobral de Carvalho, da empresa Eon - Indústrias Criativas, e António Faustino Carvalho, docente na Universidade do Algarve, e permitiu pôr a descoberto o monumento de planta poligonal, que possui corredor curto e é precedido de um átrio, já muito destruído por trabalhos agrícolas. Foi possível recuperar parte do contraforte, ou seja, uma cintura de pedras de grande porte que circundava os esteios da câmara e parte da couraça ou mamôa, que permitia a dissimulação do monumento na paisagem. A escavação permitiu também revelar uma estrutura anterior à construção da orca. Trata-se de pequenos sucos ou rasgos, que estão escavados no substrato rochoso. Formam quadrados ou retângulos e estão orientados segundo os pontos cardeais. É uma realidade muito rara no território 38

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17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS nacional. Durante a sua escavação foram recolhidas amostras com vista à análise sedimentar e radiocarbónica nos laboratórios da Universidade do Algarve, sob direcção do professor António Faustino. Apesar de o monumento se encontrar muito destruído, foi possível exumar algum espólio. Destaque para a cerâmica manual, composta por pequenos potes esféricos e camapaniformes, alguns instrumentos líticos, destacando-se pontas de seta em sílex e quartzo, um machado de pedra polida, um cristal de quartzo hialino e alguns elementos de moinho. Ao nível da arte rupestre presente no monumento, foram identificadas inúmeras covinhas na laje de cobertura, ou chapéu, e foi identificado uma gravura rara, composta por dois círculos concêntricos, que irá ser alvo de estudo aprofundado, e, no interior, foram redescobertos esteios pintados que também serão estudados pela especialista Lara Bacelar Alves. Esta orca, bem como a Anta de Casfreires, que aguarda aprovação de financiamento para a sua recuperação, irão ser integradas na Rota do Megalitismo, que abarcará 27 monumentos megalíticos da região Viseu Dão Lafões e no concelho de Sever do Vouga.

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17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS • EDIÇÃO ESPECIAL • 17 ANOS facebook.com/cimviseudaolafoes @cimviseudaolafoes

Venha explorar os percursos de Walking & Cycling e descobrir os lugares únicos da região Viseu Dão Lafões. Aventure-se! www.exploraviseudaolafoes.pt


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e 39 Câmara de Sátão promoveu escavações arqueológicas na Anta de Forles

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pages 38-40

Projeto seduz portugueses para vivenciarem experiências na Região Centro

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pages 34-36

Agricultura foi mais resiliente que outros setores da economia em 2020

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pages 28-29

Tomate Coração de Boi persiste nos restaurantes do Douro

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“Acentuou-se a procura de produtos para uso em modo de produção biológico” diz Fernando Assunção Diretor Geral da DEIBA

5min
pages 26-27

IPV integra o Grupo Coordenador para a Valorização e Salvaguarda da Dieta Medi terrânica

1min
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Um Dão, Cinco Destinos – ADD

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pages 24-25

Ílhavo Gastronómico apresenta nove jantares diferentes com bacalhau

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Novo pastel de nata de maçã Riscadinha já é um sucesso

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pages 22-23

Lena d’Água e Os Azeitonas atuam na programação do “Gouveia – Um Verão 5 Estrelas”

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Floresta - o que mudou nos últimos 17 anos – AFBV 16A agricultura portuguesa nos últimos 17 Anos - Adversidade, Superação e Progres- so – CAP

7min
pages 14-17

Portugal precisa da Agricultura Familiar a produzir e de um mundo rural vivo – CNA

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pages 12-13

17 anos de mudanças nos vinhos do Dão – Carlos Silva

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pages 10-11

Missão Honrar o passado e garantir o futuro - Ministra da Agricultura

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pages 6-7

Projeto ‘Terras Altas de Portugal 2.0’ aposta na internacionalização do setor agroa limentar

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pages 20-21

Agriculturas de Portugal, reformas estruturais – José Martino

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pages 8-9

Os últimos 17 anos na produção de leite em Portugal – APROLEP

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