1 minute read
Porque Somos José Luís Outono
PORQUE SOMOS PORQUE SOMOS
Porque somos os olhares criticados de presenças multifacetadas, no imaginário florir de horizontes nublados onde escrevem voos aves inocentes e destemidas, num mar questionador de clarezas e determinações onde assuntos pendentes mascaram-se de certidões e impostos poluidores de pensamentos absurdos. Porque somos alma e fado, cantos e encantos em sonetos diagnosticados de leituras ditas complexas. Ah país de fato preto meu país engravatado do grande amor em soneto da grande desgraça em fado. Porque somos grito de liberdade, mas com receios de fados intercalares onde questionamos o ser e o exercer. Porque somos contos infindáveis, onde o posfácio insiste nas reticências dos veludos criativos, em traçados geográficos de terras flutuantes, nos desperdícios da poluição inglória mas galopante, no extermínio das raízes incautas onde as algas perdem a coloração do iodo, e o sal sofre perda de valores sem justiças justas. Porque somos mera numérica de sobreviventes, aceleramos os actos de um virtual natural, não vá a foz fechar a voz de rios ontem naturais, hoje talhados nas conveniências de múltiplas inconveniências.
«ÁGUA SILÊNCIO SEDE»
Homenagem Poética a Maria Judite de Carvalho, no centenário do seu nascimento. 123 autores nacionais e internacionais. Coordenação de Lília Tavares e Carlos Campos Edição Poética Grupo Editorial