FICHA TÉCNICA
DIRETOR E EDITOR-CHEFE
Bruno Santos
CO-EDITOR-CHEFE
Pedro Lopes Silva
EDITORES ASSOCIADOS
MINUTO VMER
Isabel Rodrigues
PÓSTER CIENTÍFICO
Ana Isabel Rodrigues
André Abílio Rodrigues
Catarina Jorge
Solange Mega
NÓS POR CÁ
Catarina Tavares
Monique Pais Cabrita
FÁRMACO REVISITADO
Catarina Monteiro
JOURNAL CLUB
Ana Rita Clara
O QUE FAZER EM CASO DE
André Abílio Rodrigues
CUIDAR DE NÓS
Sílvia Labiza
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
Eva Motero
Rúben Santos
ÉTICA E DEONTOLOGIA
Teresa Salero
LEGISLAÇÃO
Ana Agostinho
Isa Orge
CARTAS AO EDITOR
Catarina Jorge
Júlio Ricardo Soares
TERTÚLIA VMERISTA
Nuno Ribeiro
MITOS URBANOS
Christian Chauvin
VOZES DA EMERGÊNCIA
Ana Vieira
Rita Penisga
Solange Mega
UM PEDACINHO DE NÓS
Ana Rodrigues
Teresa Castro
TESOURINHOS VMERISTAS
Pedro Oliveira Silva
INTOXICAÇÕES NO PRÉ-HOSPITALAR
Ernesto Ruivo
Mónica Fonseca
CONGRESSOS VIRTUAIS
Pedro Oliveira Silva
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA
Solange Mega
Teresa Mota
BEST SITES
Bruno Santos
Pedro Rodrigues Silva
BEST APPS
Pedro Lopes Silva
SUGESTÕES DE LEITURA
André Abílio Rodrigues
ILUSTRAÇÕES
João Paiva
FOTOGRAFIA
Pedro Rodrigues Silva
Maria Luísa
Melão
Solange Mega
AUDIOVISUAL
Pedro Lopes Silva
PARCERIAS
DESIGN
Luis Gonçalves (ABC)
Caríssimos leitores,
É com enorme satisfação que apresentamos mais uma edição da nossa revista. Aproximamo-nos da marca dos 7 anos de edições interruptas, graças à enorme dedicação e resiliência de todos os nossos editores e colaboradores que, entre turnos e noites mal dormidas, mantêm o compromisso de manter viva a alma da nossa revista. Mantendo-nos atentos às temáticas atuais e factos importantes que ocorrem durante o trimestre de preparação das nossas edições. O Enf. Abílio, apresenta na rubrica, “o que fazer em caso de…”, os comportamentos que devemos adotar em caso de terramoto. No Journal Club, a Dra. Ana Rita Clara reflete sobre a reanimação cardiopulmonar extracorporal, e o Enf. Nuno apresenta as opiniões da equipa sobre a importância da multidisciplinaridade na abordagem da vítima crítica. O Dr. Ernesto Ruivo e a Dra. Monica Fonseca dão seguimento à mais recente rubrica da nossa revista, analisando as Intoxicações, desta vez com Paracetamol.
Mantendo o estudo dos fármacos, a Dra. Catarina Monteiro revisita o Metroprolol. Numa temática mais sensível, a Dra. Isabel Rodrigues apresenta o Minuto VMER sobre sedação em cuidados paliativos, e a Enfª. Silvia Labiza mostra-nos como cuidar de nós quando lidamos com a morte.
Espero que desfrutem desta edição.
Bem hajam
Pedro Lopes Silva CO-EDITOR-CHEFE Enfermeiro VMER pgsilva@chalgarve.min-saude.pt
Momentos de inspiração
Napoleão Bonaparte 1769 - 1821
Estadista, líder militar e Imperador francês
Periodicidade
Trimestral
Linguagem
Português
2 Indice
EDITORIAL
ISSN 2184-1411 Propriedade: CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE Morada da Sede: Rua Leão Penedo. 8000-386 Faro Telefone: 289 891 100 | NIPC 510 745 997
"A bravura provém do sangue, a coragem provém do pensamento"
NÓS
NÓS
CURSO
FÁRMACO
JOURNAL CLUB
EXTRACORPOREAL CARDIOPULMONARY RESUSCITATION: PREHOSPITAL OR IN-HOSPITAL CANNULATION?
O QUE FAZER EM CASO DE... TERRAMOTO
CUIDAR DE NÓS
QUANDO CHEGA O FIM DE VIDA
TERTÚLIA VMERISTA "A IMPORTÂNCIA DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR NA ABORDAGEM DA VÍTIMA CRÍTICA NO PRÉ HOSPITALAR"
5 Indice ÍNDICE 6 63 64 68 50 62 10 14 18 28 32 34 38 24 INTOXICAÇÕES NO PRÉ-HOSPITALAR
POR PARACETAMOL
VMER
EM EMERGÊNCIA
INTOXICAÇÃO
MINUTO
PALIAR
POR CÁ
CONGRESSO DE MEDICINA DO CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE
CÁ
POR
BASE DE ENFERMAGEM
CUIDADOS INTENSIVOS
EM
REVISITADO METOPROLOL
TESOURINHO VMERISTA PÁGINAS ABC PÁGINAS APEMERG BEST SITES BEST APPS SUGESTÕES DE LEITURA CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO ESTATUTO EDITORIAL 72 42 40
INTOXICAÇÕES NO PRÉ-HOSPITALAR
Joana Russo1; Maria Bilro1 1 Enfermeira
especialista do SU do HPA-Alvor
O paracetamol foi comercializado pela primeira vez em 1950, após ter sido considerado seguro em doses terapêuticas adequadas e livre de efeitos gastrointestinais1. Tornou-se num dos farmácos mais vendidos no mundo, sendo comercializado como Ben-u-ron, Panadol, Tylenol, Dafalgan, entre outros e sob a forma de supositório, comprimido, comprimido efervescente, comprimido orodispersível, solução para perfusão, solução oral e xarope2
O paracetamol, também designado por acetaminofeno (figura 1), apresenta propriedades antipiréticas e analgésicas sendo utilizado em diversas faixas etárias3. Trata-se de um medicamento de venda livre, em que na maioria das vezes, as indicações utilizadas para a sua administração, são apenas as descritas na bula não necessitando de prescrição médica 5
A ingestão de paracetamol numa dose única de 10g ou de 150-200mg/ Kg, acarreta um risco de hepatotoxicidade, não sendo esta sempre necessária para causar lesão hepática caso existam precedentes
Figura 1 - Estrutura química do Acetaminofeno
de alcoolismo crónico ou anorexia. Assim, torna-se necessário entender como todo este mecanismo se desencadeia. O paracetamol é um medicamento metabolizado pelo fígado de onde resultam os metabólitos não tóxicos: sulfatos e glucuronidos; mas também o N-acetil-p-benzoquinoneina (NAPQI), altamente tóxico e reativo, sendo este o responsável por muitas das lesões hepatocelulares. Quando este metabólito é produzido em pequenas quantidades, acabam por ser neutralizados pela glutationa presente no fígado, no entanto, aquando da existência de um quadro de intoxicação, o NAPQI esgota os níveis de glutationa, ligando-se assim às proteínas celulares do fígado, podendo levar à perda de função ou mesmo morte celular, o que entendemos por
hepatotoxicidade ou falência hepática4
A absorção do acetaminofeno é rápida e quase completamente realizada pelo trato gastrointestinal após administração oral, sendo que possui 88% de biodisponibilidade e atinge o pico da sua concentração plasmática 90 minutos após a ingestão6
SINTOMATOLOGIA E SINAIS CLÍNICOS
Após a ocorrência de sobredosagem por paracetamol, os sintomas surgem de acordo com o tempo decorrido e a dose ingerida. Doses compreendidas entre 2-4g de paracetamol podem causar náuseas; doses entre 4-7g podem desenvolver náuseas, vómitos e diarreia, devido à hepatotoxicidade já existente; e doses superiores a 10g causam um quadro clínico clássico de intoxicação5
Podemos constatar que as manifestações clínicas de intoxicação por acetaminofeno podem ser descritas em quatro fases (Tabela 1)4,7
7 Indice
INTOXICAÇÃO POR PARACETAMOL INTOXICAÇÕES NO PRÉ-HOSPITALAR
Palavras-chave: Paracetamol; Intoxicação; Pré-hospitalar
INTRODUÇÃO
Fase I (0 -24 horas)
Fase II (24 - 72 horas)
Assintomática ou sintomas não específicos, como náuseas, vómitos, dor abdominal, anorexia, palidez e hipersudorese.
Assintomática ou dor no quadrante superior direito, hepatomegalia e sensibilidade hepática.
Fase III (72 - 96 horas) Coma, hipoglicemia, hipotensão, sonolência, edema cerebral, confusão mental, falência hepática e morte.
Fase IV (4 dias a 2 semanas) Recuperação de danos.
ABORDAGEM
Tendo em consideração a abordagem pré-hospitalar, numa primeira fase importa caracterizar a intoxicação, tendo em conta uma correta identificação do tóxico e do intoxicado, isto é (Tabela2)8:
exposição e tóxicos (E)8
• QUEM – idade, sexo e peso?
• O QUÊ – nome do tóxico; para que serve?
• QUANTO – quantidade de produto?
• QUANDO - tempo decorrido desde a exposição?
• ONDE – local da exposição ao produto?
• COMO – ingeriu? com bebidas alcoólicas?
de suspeita de intoxicação (adaptado de Valente et al., 2012)8
A abordagem à vitima de intoxicação quando precocemente implementada, prevê a estabilização inicial da mesma, para tal aconselha-se o uso da abordagem ABCDE, iniciando com a permeabilização da via aérea (A), manutenção de oxigenação adequada (B), avaliação do pulso e pressão arterial (C), avaliação do estado de consciência (D) e apreciação da
Na intoxicação por paracetamol o principal objetivo é diminuir a absorção do fármaco na corrente sanguínea. Assim, a lavagem gástrica e a utilização de carvão ativado apresentam-se como boas opções terapêuticas a serem implementadas o mais precocemente possível, estando descrito o benefício das mesmas quando realizadas até 4 horas após a ingestão do fármaco9
A dose única de carvão ativado a utilizar é de 1gr/kg tanto em adultos como em crianças até um máximo de 50gr. O carvão ativado deve ser diluído em água10,11,12
Para além do uso de carvão ativado, pode ainda ser administrado o antídoto do paracetamol, a acetilcisteína, capaz de neutralizar o NAPQI, evitando danos hepáticos. A acetilcisteína atua na hepatotoxicidade restaurando as reservas de glutationa hepática, através do fornecimento de cisteína, sendo deste modo o tratamento primordial na intoxicação por paracetamol, devendo ser
administrada nas primeiras oito horas após a ingestão. Deste modo foi estabelecido um protocolo, chamado Protocolo de Prescott, em que a dose de acetilcisteína a ser administrada é ajustada ao peso corporal do doente (Tabela 3)13 O solvente mais utilizado na preparação deste fármaco é a dextrose a 5%, mas o mesmo também é compatível com água para preparações injectáveis e com NaCl 0.45%13
Na intoxicação por paracetamol, por este se tratar de um fármaco com efeito hipotensor, pode existir a necessidade de recuperação do estado circulatório, sendo por isso necessária a administração de fluidoterapia, devendo dar-se preferência a soros isotónicos e cristaloides e em algumas situações, quando não há resposta positiva à fluidoterapia pode ser necessária a adminsitração de fármacos vasopressores, sendo a opção mais utilizada a noradrenalina, devendo ter-se em conta os riscos desta perfusão num vaso periférico13,14
8 Indice
Tabela 1 – Sintomatologia após sobredosagem de paracetamol (adaptado de Saccomano, 2019)7
Tabela 2 – Informação a recolher em caso
Dose Duração 1ª Dose 150mg/kg 15 minutos – 1 hora 2ª Dose 50mg/kg 4 horas 3ª Dose 100mg/kg 16 horas
Tabela 3 – Protocolo de Prescott13
TAKE-HOME MESSAGES
• O consumo elevado de paracetamol é um problema de saúde pública, devido ao facto de ser um fármaco de venda livre e de fácil acesso;
• Apresenta elevada hepatoxicidade podendo causar necrose e falência hepática ;
• A atuação pré-hospitalar deve respeitar a abordagem ABCDE;
• O tratamento pré-hospitalar passa por lavagem gástrica e administração de carvão ativado;
• A acetilcesteína, embora não faça parte da carga de fármacos existente na VMER, demostrou benefícios na prevenção de hepatotoxicidade associada à intoxicação por Paracetamol quando administrada precocemente
BIBLIOGRAFIA
1. Toussaint, K., Yang X., Zielinski, M., Reigle, K., Sacavage, S., Nagar, S. & Raffaet, R. (2010). What do we (not) know about how paracetamol (acetaminophen) works? Journal of Clinical and Pharmacy Therapeutics. 35(6), 617-638. https:// doi.org/10.1111/j.1365-2710.2009.01143.x
2. INFARMED. Resumo das características do medicamento – Paracetamol. 2023 (Online) Disponível em: https://extranet.infarmed.pt/ INFOMED-fo/pesquisa-avancada.xhtml [Acedido a 22 de Fevereiro de 2023]
3. Jóźwiak-Bebenista, M., Nowak J. (2014). Paracetamol: mechanism of action, applications, and safety concern. Acta Poloniae Pharmaceutica. 71(1),11-23. https://www.ptfarm. pl/pub/File/Acta_Poloniae/2014/1/011.pdf
4. Chiew, A., Gluud. C., Jesper, B., Buckley, N. (2018). Interventions for paracetamol (acetaminophen) overdose. Cochrane Database Systematic Review. 2(2), 1-71. https://doi.org/10.1002/14651858. CD003328.pub3
5. Bachur, T., Freitas, J., Fonteles, M., Lima, M. & Carvalho, T. (2017). Medicamentos isentos de prescrição: perfil de consumo e os riscos tóxicos do paracetamol. Revinter. 10(3). 134-154 https:// doi.org/10.22280/revintervol10ed3.337
6. National Library of Medicine National Center for Biotechnology Information. Acetaminophen (2023)Disponível em: https://pubchem.ncbi.nlm. nih.gov/compound/1983 [Acedido a 22/02/2023]
7. Saccomano, S. (2019). Acute acetaminophen toxicity in adults. Nurse Practitioner. 44(11), 42-47. https://doi.org/10.1097/01. NPR.0000586020.15798.c6
8. Valente, M, Catarino, R, Ribeiro, H, Martins, A. (2012). Emergências Médicas - Manual de TAS. Versão 2.0. (INEM). Disponível em: https://www. inem.pt/wp-content/uploads/2017/06/ Emerg%C3%AAncias-M%C3%A9dicas.pdf10.
9. Bezerra, A., Gomes, C., Macêdo, L., Diniz, M., Caldas. R., Silva, T., Oliveira, T., Mariz, S. (2020). Utilização da lavagem gástrica e do carvão ativado como medidas de intervenção terapêutica na intoxicação exógena. Electronic Journal Collection Health. 12(12), 1-10. https://doi. org/10.25248/reas.e4990.2020
10. Comissão de Farmácia e Terapêutica da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto (2008). Carvão atividado pó para intoxicação. Boletim Farmacoterapêutico Número 14. https:// www.ribeiraopreto.sp.gov.br/files/ssaude/pdf/ inftec-14carvao-ativado.pdf
11. Chiew, A., Reith, D., Pomerleau, A., Wong, A., Isoardi, K., Soderstrom, J. & Bucley, N. (2020). Uptade guidelines for the management of paracetamol poisoning in Australia and New Zealand. The Medical Journal of Australia. 22(4): 175-183. https://doi.org/10.5694/mja2.50428
12. Marks, D., Dargan, P., Archer, J., Davies, C., Dines, A., Wood, D. & Greene, S. /2016). Outcomes from massive paracetamol overdose: a retrospective observational study. British Journal of Clinical Pharmacology. 83(6), 1263-1272. https://doi. org/10.1111/bcp.13214
13. Bateman, D. (2015). - Changing the Management of Paracetamol Poisoning. Clinical Therapeutics. 37(9), 2135–2141. https://doi.org/10.1016/j. clinthera.2015.07.012
14. Fernandes, R. (2020). ABORDAGEM PRÉHOSPITALAR DAS INTOXICAÇÕES NO ADULTO. LifeSaving 7(18), 11-23. https://sapientia.ualg.pt/ bitstream/10400.1/18058/1/R%20Life%20
18_1-11-23.pdf
9 Indice INTOXICAÇÕES NO PRÉ-HOSPITALAR
MÓNICA VIEIRA DA FONSECA VMER Faro e Albufeira INEM – CODU DRS
EDITORA
ERNESTO RUIVO VMER Faro e Albufeira INEM – CODU DRS
EDITOR
MINUTO VMER PALIAR EM EMERGÊNCIA
São comuns as ocorrências em que a Viatura Médica de Emergência e Ressuscitação (VMER) e outros meios de emergência pré-hospitalar são acionados para prestar assistência a vítimas em fase terminal e, como tal, o alívio do sofrimento faz parte das competências das equipas. Uma vez tendo acesso á história clínica da vítima e após avaliação primária e secundária da mesma, é importante reconhecer a prática da sedação paliativa como uma opção terapêutica viável, se assim se justificar.
A administração de terapêutica sedativa adequada para alívio de sofrimento pode ser tão importante quanto a administração de terapêutica curativa.
A sedação paliativa é uma medida terapêutica de último recurso para tratamento de sintomas refratários, que consiste no uso monitorizado de medicação sedativa com o intuito de induzir um estado de diminuição de consciência. O objetivo é aliviar sofrimento, de outro modo intratável, e de forma eticamente aceitável pelo doente, família e equipa de saúde. Sintomas refratários são aqueles que não se conseguem controlar
adequadamente, com os tratamentos disponíveis, administrados, num período de tempo razoável.
Os sintomas refratários mais comuns são a dor, a dispneia, as convulsões, o delirium e a agitação psico-motora.
A sedação paliativa pode ser classificada conforme o grau, em leve ou consciente, quando a consciência é mantida de forma a permitir a comunicação com o doente, este tipo de sedação deve ser instituído inicialmente, e profunda, quando o doente permanece semiconsciente ou inconsciente. Este tipo de sedação deve seguir-se à sedação leve quando esta foi ineficaz. Pode ser continua ou intermitente.
A maioria das guidelines recomendam que as doses de fármacos administrados devem ser proporcionais, e como tal, o nível de sedação deve ser o mais leve possível desde que permita atingir o alívio de sintomas. A sedação profunda deve ser considerada e administrada em situações em que a esperança de vida de é de horas/dias.
É o grau do controlo sintomático e não a diminuição do nível de consciência que determina a dose e
as combinações de sedativos. O termo “sedação terminal” pode ser utilizado como sinónimo de “sedação paliativa” apesar de não ter como propósito/objetivo terminar a vida e, a “sedação paliativa” deve ser distinguida da “eutanásia”. Não existe evidência de que a sedação paliativa administrada apropriadamente encurte a vida.
Existem estruturas que reconhecem a sedação paliativa como uma prática importante e eticamente aceitável como último recurso, nos doentes terminais em sofrimento com sintomas refratários.
A sedação paliativa pode ser efetuada em vários cenários, por exemplo: em casa da vítima, no hospital, em unidades de saúde não hospitalares ou até em estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI), por equipas especializadas.
A sedação emergente aplica-se em situações clínicas irreversíveis em doentes terminais que necessitam de alívio emergente.
Situações clínicas a considerar:
Hemorragia maciça (hemoptise); asfixia e sufocação (tumores da cabeça e pescoço, ELA), Dor ou dispneia incontroláveis, delirium com
11 Indice
MINUTO VMER
Isabel V. Rodrigues1,2,3,4, Tiago Silva5 1Médica VMER, 2Médica CODU, 3Médica SHEM, 4Interna de Formação Específica de Medicina Interna Serviço de Medicina Interna 2, Hospital de Faro CHUA, 5Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar, UCSP Quarteira
agitação psicomotora intensa. Medidas sem recurso a fármacos:
• Na hemorragia maciça, posicionar em posição de segurança e aplicar pressão sobre o local de hemorragia, aspiração do sangue, mascarar as perdas de sangue com roupas e toalhas vermelhas.1
• Na asfixia/sufocação considerar a elevação da cabeceira, colocação de oxigénio e aspiração de secreções.1
Midazolam é o fármaco de primeira linha na sedação paliativa, dado ter uma semi-vida curta. Nos casos em que o midazolam falha, deve ser administrado um neuroléptico (preferencialmente a levopromazina), como 2º passo.2
A Levopromazina tem sido recomendada como tratamento de 1ª linha nos caso de delirium refratário, história de etilismo e/ou toxicodependência.2
FÁRMACO DOSE
1ª linha
Midazolam
Se o efeito de ambos os fármacos não for eficaz, devem ser descontinuados.2 Propofol é o fármaco de 3ª linha. O uso de fenobarbital como 3ª fármaco não é consensual.2 Outras benzodiazepinas e outros neurolépticos já foram considerados como alternativas ao midazolam e á levomepromazina.
A utilização de morfina como sedativa é considerada má prática. A morfina deve ser administrada concomitantemente com os fármacos sedativos para alívio de dor e/ou de dispneia.
A analgesia não deve ser interrompida mesmo após a sedação eficaz.
A aplicação de sedação paliativa, quando a situação mostra essa necessidade, é considerada boa prática e estratégia clínica correta
BIBLIOGRAFIA
1. Freire, Elga - Guia Sintomático de Controlo Sintomático, 2ª edição
2. Surges, Séverine M.; Garralda, Eduardo; Jaspers, Brigit; Brunsch, Holger; Rijpstra, Maaike; Hasselaar, Jeroen; Elst, Michael Van der; Menten, Johan; Csikós, Agnes; Mercadante, Sebastiano; Mosoiu, Daniela; Payne, Sheila; Centeno, Carlos; Radbruch, Lukas- Review of European Guidelines on Palliative Sedation: A Foundation for the Updating of the European Association for Palliative Care Framework. Journal of Palliative MedicineVol. 25, No. 11. (27 Oct 2022) https://doi.org/10.1089/ jpm.2021.0646. Disponivel em https://www. liebertpub.com/doi/10.1089/jpm.2021.0646
3. https://www.palliativesedation.eu/workpackage-1/
Medidas farmacológicas:
Bólus: 5mg SC ou EV até 5/5min para atingir nível de consciência RASS-Pal-2
Perfusão: se necessário, para manter o mesmo nível de consciência, 0,5-1mg/h EV ou SC (com titulação da dose em 50% após 4h, se efeito insuficiente, sempre com bolus 5mg em SOS até 1/1h).
2ª linha
Levomepromazina Bólus inicial: 12,5-25mg EV, SC ou IM seguido de perfusão a 2-3mg. 12,5mg SOS 1/1h se necessário
Diazepam 10-20mg retal ou 5mg EV, a cada minuto, se necessário
Cloropromazina Bólus: 12,5mg-25mg EV ou IM a cada 4-12h
Perfusão a 3-5mg/h
Propofol Bólus: 0,5-1,5mg/kg seguido de perfusão EV 0,3 -3mg/ Kg/h (a titular)
Fenobarbital Bólus: 1-3mg/kg SC ou EV seguido de perfusão a 0,5mg/ Kg/h
)
EDITORA
13 Indice MINUTO VMER
ISABEL RODRIGUES Médica VMER CODU
Tabela 1. Medidas farmacológicas de sedação paliativa. EV: endovenoso; SC: subcutâneo; IM: intramuscular; RAAS-PAL-2: sedação leve nas Escala de Agitação de Richmond adaptada a Cuidados Paliativos. (Fonte: Guia Prático de Controlo Sintomático1
14 Indice
Foto: Jorge Gomes
CONGRESSO DE MEDICINA DO CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE
Sob o lema "Prática Clínica: Estado da Arte", o Congresso de Medicina do CHUA, que se realizou nos dias 24 e 25 de fevereiro de 2023, reuniu em Albufeira mais de duzentos participantes inscritos e preletores credenciados, figuras de relevo da Medicina nacional e europeia, provenientes de todo o Portugal, de Espanha, Inglaterra e Itália. O programa, que abordou temas da maior relevância clínica, como cuidados paliativos, humanização, cuidados em fim de vida e outros de índole mais técnica, mereceu rasgados elogios e manifestações de felicitações, quer dos profissionais de saúde, quer dos órgãos de comunicação presentes.
O Congresso demonstrou que a medicina que se faz no CHUA, nos seus vários departamentos clínicos, acompanha de perto aquilo que melhor se faz na medicina europeia. Os constrangimentos e insuficiências estruturais em alguns sectores do centro hospitalar são do domínio público, mas a prática clínica realizada na generalidade dos serviços está dentro dos padrões do atual estado da arte. Também no campo científico e na investigação a pujança do CHUA ficou patente. Uma outra conclusão é a solidez da capacidade formativa em todos os departamentos. Não menos relevante foi a demonstrada capacidade do CHUA em criar pontes com os seus congéneres
estrangeiros e consequente potencial de intercâmbio.
"Incentivar a criação de sinergias com outros centros de conhecimento, como sejam Hospitais ou Universidades" foi um dos principais objetivos do Congresso, além de "contribuir para a partilha de conhecimentos e de experiências em diversas áreas da saúde". O evento foi também considerado "uma oportunidade para a comunidade universitária e para o internato médico, contribuindo para a partilha de conhecimento e para a consolidação do ensino na área da saúde, em especial na região do algarve".
15 Indice
NÓS POR CÁ NÓS POR CÁ
16 Indice
Foto: Jorge Gomes
Foto: GCRECHUA
O programa foi estruturado em sete grandes temas:
• Saúde da Mulher
• Saúde da Criança
• Medicina Cardiovascular
• Oncologia
• Cuidados Paliativos
• Medicina Intensiva
• Cirurgia
Isto que permitiu que fossem debatidos temas tão distintos como a "Abordagem por Via Laparoscópica das Hérnias da Parede Abdominal em 2023", "Humanização nos Serviços de Medicina Intensiva" ou "O Processo de Morte e os Cuidados Paliativos na Comunidade".
Foram também partilhadas experiências e boas práticas em diversas áreas, como foi o caso da reflexão sobre o "Impacto da criação de um Centro de Referência no tratamento do cancro do reto na
região do Algarve - Experiência de 6 anos", a cargo de Edgar Amorim, coordenador do Grupo de Cirurgia Colorretal do Serviço de Cirurgia II do CHUA, Unidade de Portimão.
Um dos momentos mais altos do congresso foi a Cerimónia de Encerramento, que ficou marcada pela atribuição de várias distinções, com especial destaque para a homenagem ao conceituado cardiologista Manuel José Veloso Gomes.
Manuel José Veloso Gomes foi Diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital de Faro e pretendeu-se com esta homenagem “assinalar os méritos pessoais e o seu contributo para o engrandecimento do Hospital de Faro e, mais recentemente, do Centro Hospitalar Universitário do Algarve nos diversos domínios da sua intervenção profissional e cívica, que todos reconhecem”.
Foi ainda atribuído o «Prémio
Excelência» ao médico Miguel Cunha pelo seu contributo enquanto primeiro autor do artigo
«Environmental Effects of Surgical Procedures and Strategies for Sustainable Surgery» publicado em 2022 em revista científica com o maior fator de impacto e atribuídos prémios aos autores dos Melhores Pósteres em exibição durante o Congresso.
O programa e outras informações podem ser consultadas no site do Congresso, aqui
17 Indice NÓS POR CÁ CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM EDITORA
Foto: Algarve 7
CURSO BASE DE ENFERMAGEM EM
CUIDADOS INTENSIVOS
16,18 e 20 Janeiro
6,8 e 10 Fevereiro
COMISSÃO CIENTÍFICA
MARIA MANUEL VIEIRA
LILIANA PEREIRA
CATARINA CARVALHO LUIS LEITE
COMISSÃO ORGANIZADORA
ISABEL VIEIRA
SARA MELO
PAULA VALA
JULIA BARRADAS
FÁTIMA FERNANDES
SANDRA CASTRO
SILVIA FIRMINO
CATARINA TAVARES
PEDRO BARBOSA
COM O APOIO DE: Departamento de Ensino, Investigação e Inovação do CHUA Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve
18 Indice
2023
NÓS POR CÁ
CURSO BASE DE ENFERMAGEM EM CUIDADOS INTENSIVOS
NOTA INTRODUTÓRIA
Maria Manuel Vieira
A evolução do conhecimento face à Pessoa em Situação Crítica implica, uma atualização constante associada à qualidade dos cuidados, a uma gestão integrada do conhecimento e uma aposta na diferenciação e desenvolvimento das potencialidades dos profissionais de enfermagem na área dos Cuidados Intensivos.
O trabalho em equipa requer investimento e formação dos profissionais de modo a poder contribuir para uma partilha entre os peritos e os recém integrados na equipa, desenvolvendo as suas competências com base na uniformização, sistematização e personalização dos cuidados.
A Gestão de Enfermagem na UCIP, tem como prioridade um dinamismo na área da formação e inovação da equipa de enfermagem, promovendo a excelência dos cuidados, contribuindo para o alcance de metas de diferenciação baseadas na evidência científica e nas diferentes áreas de especialidade em enfermagem – Enfermagem MédicoCirúrgica, Reabilitação e Saúde
Comunitária- e dos enfermeiros generalistas, promovendo esta diferenciação como um contributo para a qualidade, satisfação dos profissionais, doentes, família e organização.
O Curso Base de Enfermagem em Cuidados Intensivos pretende contribuir para a visibilidade dos cuidados prestados pela equipa de enfermagem da UCIP, promovendo uma unicidade entre a gestão de enfermagem e a equipa de enfermagem, prometendo dar continuidade a este projeto cujo sucesso foi uma confirmação.
DESENVOLVIMENTO CURSO BASE DE ENFERMAGEM EM CUIDADOS INTENSIVOS
Liliana Pereira
O desenvolvimento pessoal e profissional é uma constante ao longo da vida. No entanto, quando se procura investir na formação de forma intencional, enquanto pessoas e profissionais, esse crescimento é exponenciado. A procura pela aquisição de novo conhecimento e desenvolvimento de novas
competências pode ser feita ativamente pelos profissionais ou estimulada e potenciada pelas organizações (formação contínua) ou contextos de trabalho (formação em serviço). Quando se perspetiva o futuro da Saúde em Portugal, o conhecimento é o conceito central, exigindo profissionais de Saúde qualificados e capacitados. A Enfermagem em Cuidados Intensivos define-se por um vasto campo de conhecimento cientifico e tecnológico, exigindo autonomia na tomada de decisão e autoridade sobre a prática, com responsabilidade e reconhecimento pelos resultados. Tal só é possível com competência e formação. Alicerçados no Plano de Ação Mundial para a Segurança do Doente 2021-2030, que no seu objetivo 5 refere a importância de motivar, educar e capacitar os profissionais de Saúde e, no Pilar 1 do Plano Nacional de Segurança dos Doentes 2021-2026, que remete para uma cultura de Segurança onde se releva as competências individuas e de grupo que determinam o compromisso e a ação relativa às questões de segurança do doente, foi desenvolvido o Curso Base de
19 Indice NÓS POR CÁ
Maria Manuel Vieira1,2, Liliana Pereira1,3 1Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico Cirúrgica; 2Enfermeira Gestora Unidade de Cuidados Intensivos CHUA Faro; 3Enfermeira Responsável pela Formação em Serviço da Unidade de Cuidados Intensivos CHUA Faro
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Enfermagem em Cuidados Intensivos. Este projeto foi pensado e elaborado pela equipa de Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica, da Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente 1, no sentido de promover a melhoria contínua da qualidade e segurança dos cuidados prestados, ao doente crítico internado, através da capacitação e do desenvolvimento de competências dos enfermeiros em exercício de funções na Unidade de Cuidados Intensivos.
O presente Curso foi promovido pela Gestão de Enfermagem do Serviço, e foi organizado com a colaboração do Departamento de Ensino, Investigação e Inovação e da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, com o objetivo de desenvolver competências baseadas na metodologia ABCDE em cuidados intensivos; proporcionar o desenvolvimento de competências teórico-práticas na área da pessoa em situação crítica e sua família, em contexto de cuidados intensivos; proporcionar formação e treino, de acordo com protocolos e guidelines nacionais e internacionais na área dos cuidados intensivos; desenvolver competências necessárias em situações de cuidados intensivos (resolução de casos clínicos); discutir sobre questões ético-legais relacionadas com o doente em cuidados intensivos e adquirir e desenvolver competências relacionais entre profissional de saúde-doentefamília em cuidados intensivos.
O Curso foi organizado em onze módulos, distribuídos por três dias não consecutivos, decorrendo no horário das 9h30 - 13h e 14h - 17h30.
MÓDULO I - PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO EM CUIDADOS INTENSIVOS
Formadores: Enf.ª Especialista EMC Fátima Fernandes e Enf.ª Especialista Saúde Comunitária Paula Pinto
MÓDULO II – FERIDAS E ÚLCERAS POR PRESSÃO EM CUIDADOS INTENSIVOS
Formadores: Enf.ª Especialista em EMC e Enfermeira Gestora da Unidade Cuidados Intensivos Polivalente 1 Maria Manuel Vieira, Enf.ª Especialista em EMC Sara Melo e Enf.º Especialista em Enfermagem Reabilitação André Morais
MÓDULO III – ABORDAGEM ABCDE, VIA AÉREA BÁSICA E AVANÇADA AO DOENTE CRÍTICO E MONITORIZAÇÃO
HEMODINÂMICA EM UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
Formadores: Enf.ª Especialista EMC Catarina Tavares e Enf.ª Especialista EMC Sílvia Firmino
MÓDULO IV – ABORDAGEM AO DOENTE EM CHOQUE
Formador: Enf.º Especialista EMC Luís Leite e Enf.ª Especialista EMC Catarina Carvalho
MÓDULO V – OXIGENIOTERAPIA DE ALTO FLUXO; VENTILAÇÃO
ARTIFICIAL NÃO INVASIVA E INVASIVA
Formador: Enf.ª Especialista EMC Liliana Pereira e Enf.ª especialista EMC Sandra Castro
MÓDULO VI – ABORDAGEM AO DOENTE NEUROCRÍTICO
Formadores: Enf.ª Especialista EMC Isabel Vieira e Enf.º Rui Antunes
MÓDULO VII – MORTE CEREBRAL E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Formador: Enf.ª Especialista EMC Júlia Barradas
MÓDULO VIII – LESÃO RENAL AGUDA (LRA) E TÉCNICAS DE SUBSTITUIÇÃO RENAL (TSR)
Formador: Enf.º Especialista EMC Luís leite
MÓDULO IX – NUTRIÇÃO ARTIFICIAL NO DOENTE CRÍTICO
Formador: Enf.ª Especialista EMC Paula Vala
MÓDULO X – DOR, AGITAÇÃO/SEDAÇÃO, DELIRIUM EM CUIDADOS INTENSIVOS
Formadores: Enf.ª Especialista em EMC Liliana Pereira e Enf.º Pedro Barbosa
MÓDULO XI – TRANSPORTE DO DOENTE CRÍTICO
Formadores: Enf.ª Especialista EMC Catarina Tavares e Enf.ª
Especialista EMC Sílvia Firmino
21 Indice NÓS POR CÁ
22 Indice
No intuito de possibilitar a frequência de toda a equipa foram planeadas duas ações formativas, tendo a primeira ação decorrido a 16,18 e 20 de janeiro e a segunda ação em 6,8 e 10 de fevereiro num auditório do edifício 7 da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve. Foi intensão do Grupo de Enfermeiros Especialista em EMC que a formação ocorresse num local fora do contexto de trabalho, de forma a promover não só a aprendizagem, mas também o convivência e relação entre os profissionais num ambiente descontraído e confortável,
principalmente após dois anos de restrições pela pandemia. A taxa de participação no Curso foi de 82% da equipa de enfermagem da unidade de cuidados intensivos. O Curso foi avaliado através de um questionário de satisfação, onde os formandos fizeram uma avaliação de muito satisfeitos relativamente ao mesmo. Investir na formação dos profissionais é uma forma não só de os qualificar, mas acima de tudo demonstra valorização e reconhecimento pelos mesmos, promovendo a sua satisfação
23 Indice NÓS POR CÁ
CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM
EDITORA
FÁRMACO REVISITADO
METOPROLOL
INTRODUÇÃO
O metoprolol é um β-bloqueador com seletividade para os recetores β1 que apresenta propriedades anti-hipertensoras e anti-anginosas. Encontra-se aprovado pela U.S. Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento de angina, insuficiência cardíaca (IC), enfarte do miocárdio, fibrilação auricular (FA), flutter (FLA) e hipertensão arterial. A sua utilização off-label inclui taquicardia supraventricular (TSV) e tempestade tiroideia. Estão disponíveis formulações para administração oral e intravenosa (IV). No contexto pré-hospitalar, o metoprolol é usado exclusivamente na sua formulação IV. Este artigo tem como objetivo fazer uma revisão da literatura sobre a aplicabilidade do metoprolol IV nos cenários de emergência pré-hospitalar
FORMAS DE APRESENTAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Ampolas: Solução injetável, Tartarato de Metoprolol 5mg/5ml Deve ser conservado à temperatura ambiente (15-30 ºC) e protegido da luz. Apresentado como solução injetável
líquida, incolor e isento de partículas. Após preparação deverá ser protegido da luz e ser utilizado dentro de 12h.
• Metabolismo: hepático (Citocromo P450 CYP2D6) em metabolitos inativos.
POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO
No contexto pré-hospitalar, o metoprolol é administrado habitualmente em bólus, não diluído. Pode também ser diluído em NaCl 0.9%, glicose 5% e 10% ou NaCl 0.9%+glicose 5%. É recomendada uma taxa de administração de 1-2mg/min.
Posologia (adultos): Controlo de frequência cardíaca (FC) e síndrome coronário agudo (SCA)
• 2.5-5 mg IV durante 2 minutos; repetir dose a cada 5 minutos até objetivo terapêutico.
• Dose máxima: 15 mg.
FARMACOCINÉTICA (FORMULAÇÃO INTRAVENOSA)
• Início de ação: praticamente imediato (2-3 min)
• Pico de ação: 20 minutos
• Ligação a proteínas plasmáticas (albumina): baixa (10-12%)
• Semivida de eliminação média: 3-4 horas (7-9 horas nos metabolizadores lentos ou em caso de disfunção hepática grave)
• Duração do efeito: 5-8 horas
• Excreção: 95% na urina
FARMACODINÂMICA E MECANISMO DE AÇÃO
Os β-bloqueadores competem com as catecolaminas em dois tipos de recetores adrenérgicos.
Os recetores β1 estão localizados principalmente no miocárdio tendo influência sobre a frequência do nódulo sinusal e na velocidade de condução do nódulo aurículoventricular (AV). Os receptores β2 estão localizados principalmente no músculo liso, promovendo o seu relaxamento.
Os bloqueadores β1 seletivos promovem a diminuição da FC, da pressão arterial (PA) e da contratilidade cardíaca, resultando assim numa diminuição do trabalho miocárdio e do consumo de oxigénio.
25 Indice
Paulo Almeida1 2
1Médico Interno de Formação Especializada em Anestesiologia do Hospital de Braga 2Médico VMER do Hospital de Barcelos, E.P.E
O bloqueio preferencial dos recetores β1, pode ser vantajoso nos doentes com doença pulmonar obstrutiva e doença vascular periférica. O metoprolol é um antagonista competitivo dos recetores β1 adrenérgicos. Promove assim a inibição cardioseletiva dos recetores β adrenérgicos com efeitos mínimos ou inexistentes nos recetores β2. Em doses altas, poderá promover antagonismo dose-dependente dos recetores β2.
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
O metoprolol deve ser administrado sob monitorização eletrocardiográfica, FC e PA. Na emergência pré-hospitalar, o metoprolol está recomendado na população adulta nas seguintes situações:
• Controlo de FC
• FA/FLA, sem sinais de gravidade, na ausência de evidência de início deste ritmo nas 48h prévias
• TSV sem sinais de gravidade, após manobras vagais e/ou adenosina ineficazes
• SCA
• A administração de metoprolol IV no pré-hospitalar até às 4,5 horas após o início dos sintomas em doentes com enfarte agudo do miocárdio da parede anterior com supradesnivelamento de ST está associada a uma redução do tamanho do enfarte e a uma melhoria da fração de ejeção, sem aumento significativo de eventos adversos nas primeiras 24h (METOCARD-CNIC trial).
CONTRAINDICAÇÕES
• Hipersensibilidade à substância ativa ou excipientes. Hipersensibilidade a outros β-bloqueadores (reatividade cruzada)
• Asma aguda
• Falência do ventrículo direito/ hipertensão pulmonar
• Bloqueio aurículoventricular (BAV) de II/III grau
• IC descompensada
• Doente sob suporte cardiovascular com β-agonistas
• Bradicardia <45-50 bpm
• Síndrome do nódulo sinusal (exceto se doente com pacemaker funcionante)
• Intervalo PQ >0,24 segundos
• Hipotensão (PA sistólica <100 mmHg)
• Choque
• Doença arterial periférica grave
Precauções:
• Precauções relacionadas com os efeitos adversos
• Tratamento da anafilaxia com adrenalina em doentes sob terapêutica β-bloqueadora pode ser ineficaz, sendo que o choque anafilático manifesta-se habitualmente com maior intensidade.
• Precauções relacionadas com doenças:
• Diabetes: Usar com precaução; pode potenciar a hipoglicemia e/ ou mascarar os §sintomas.
• IC compensada com fração de ejeção reduzida: iniciar com doses mais baixas com aumentos graduais e
cuidadosamente titulados.
• Distúrbios da condução elétrica cardíaca: administrar com cautela em doentes com BAV de 1º grau ou em doentes com FC 50-55 bpm.
• Asma ou outras patologias obstrutivas/predisposição ao broncospasmo: doentes com hiperreatividade brônquica ligeira a moderada, visto que a cardioseletividade do metoprolol não é absoluta, principalmente em altas doses.
• Doença arterial periférica e doença de Raynaud: pode precipitar ou agravar os sintomas.
• Feocromocitoma: Necessário bloqueio α-adrenérgico prévio ao bloqueio β.
• Angina de Prinzmetal: bloqueio β sem bloqueio α1 deve ser evitado, pois pode promover vasoconstrição coronária e agravar os sintomas anginosos.
• TSV: em caso de taquicardia de reentrada AV antidrómica ou de síndrome de pré-excitação, devem ser evitados todos os bloqueadores do nódulo AV, pelo risco de aumento da condução AV pela via acessória.
• Tempestade tiroideia: pode mascarar sinais de hipertiroidismo. Doentes com hipertiroidismo que suspendam abruptamente o β bloqueador podem desenvolver crise tireotóxica.
Outras precauções:
• Suspensão abrupta: pode originar taquicardia sinusal, hipertensão, arritmias e isquemia miocárdica.
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EFEITOS ADVERSOS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Quando administrado de forma titulada, cumprindo a posologia recomendada e respeitando as precauções/ contraindicações, é um fármaco bem tolerado e os efeitos laterais são ligeiros e geralmente reversíveis.
• Cardiovascular: Bradicardia, pausas sinusais, hipotensão, BAV de 1º grau, insuficiência arterial (tipo Raynaud), extremidades frias, IC, palpitações, edema periférico.
• Respiratório: dispneia, broncospasmo, sibilância.
• Sistema nervoso: Tonturas, depressão, fadiga, vertigens, acidente cerebrovascular.
• Gastrointestinal: Diarreia, obstipação, pirose, náuseas, epigastralgias, xerostomia.
• Dermatológico: Prurido, rash cutâneo, gangrena.
Populações especiais
• Insuficientes renais: sem necessidade de ajuste da dose.
• Doença hepática crónica: em doentes com doença hepática grave, considerar redução da dose.
• Idosos: sem necessidade de ajuste de dose, mas é aconselhado uma titulação cuidadosa.
• Pediatria: experiência limitada do uso de metoprolol no pré-hospitalar.
• Gravidez: não deve ser utilizado na gravidez. Atravessa a barreira placentária e reduz a perfusão placentária.
• Amamentação: não está recomendado.
Interações medicamentosas Existem inúmeros fármacos que possuem interação com o metoprolol. São de salientar as interações mais frequentes e relevantes no contexto de emergência:
• pode antagonizar os efeitos broncodilatadores dos β2 agonistas (ex. salbutamol).
• os efeitos na PA podem ser potenciados por outros fármacos hipotensores, tais como nitratos, morfina e amiodarona.
• os efeitos sobre a FC e condução elétrica cardíaca podem ser potenciados pela amiodarona, digitálicos e antagonistas dos canais de cálcio (diltiazem e verapamil).
TAKE HOME MESSAGES
• O metoprolol é um antagonista β1 seletivo (cardioseletivo), que em doses elevadas pode promover o bloqueio β2.
• No contexto de emergência pré-hospitalar poderá ser utilizado para controlo de FC em taquidisritmias supraventriculares e no contexto de isquemia miocárdica
• Deve ser administrado de forma titulada em bólus de 2.5-5 mg, a um ritmo de 1-2 mg/min, até a um máximo de 15 mg.
• Quando administrado de forma titulada, cumprindo a posologia recomendada e respeitando as precauções/contraindicações, é um fármaco bem tolerado e os efeitos laterais são leves e geralmente reversíveis
BIBLIOGRAFIA
1. Acheson E, Acton J, Afolabi T, et al. Metoprolol: Drug information. Disponível no sítio internet: https://www.uptodate.com/contents/ metoprolol-drug information?search=Metoprolol& source=panel_search_result&selectedTitle=1~148 &usage_type=panel&kp_tab=drug_ general&display_rank=1 (acesso em 23.02.2023).
2. Alonso Mateos, et tal. Efficacy and safety of out-of-hospital intravenous metoprolol administration in anterior ST-segment elevation acute myocardial infarction: insights from the METOCARD-CNIC trial. Ann Emerg Med. 2015 Mar;65(3):318-24.
3. Alex Psirides. Wellington ICU, Drug manual. Third edition. August 2020.
4. Grupo de formação da UUM. Fármacos e Fórmulas em Cuidados Intensivos. Fevereiro de 2018.
5. Carl A. Gruetter. Metoprolol. Elsevier - Marshall University, Huntington, USA. 2007
6. Jose M. García-Ruiz et al. Impact of the Timing of Metoprolol Administration During STEMI on Infarct Size and Ventricular Function. Journal of the American College of Cardiology. Volume 67, Issue 18, 10 May 2016, Pages 2093-2104
7. Recordati Pharmaceuticals Limited. Betaloc 1mg/ml Solution for Injection. Last updated: 30 Mar 2020
8. Scott Harris. Alabama EMS Critical Care Patient care Protocols. March 21, 2019.
9. Morris J, Dunham A. Metoprolol. StatPearls Publishing; 2022 Jan
10. Departamento de Emergência Médica. ERC Guidelines 2021 – Recomendações para as equipas pré-hospitalares. INEM, 14/09/2021
27 Indice FÁRMACO REVISITADO
CATARINA MONTEIRO Médica VMER
EDITORA
JOURNAL CLUB
INTRODUÇÃO
A ressuscitação cardiopulmonar extracorporal (eCPR) corresponde à oxigenação por membrana extracorporal (ECMO) em doentes com paragem cardiorespiratória (PCR) que não atingem o retorno à circulação espontânea (ROSC) de forma sustentada (mais de 20 minutos sem compressões torácicas).
A probabilidade de ROSC e sobrevida diminui rapidamente após 10 minutos de ressuscitação1,2 e <1% dos doentes sobrevivem com resultado neurológico favorável após 35 minutos de suporte avançado de vida (SAV) convencional.2
A eCPR permite manter a perfusão e oxigenação dos órgãos por forma a identificar e tratar a causa da PCR. É tempo-dependente e realizada por equipas profissionais treinadas, sendo que se correlaciona directamente com o outcome neurológico. 3
Recentemente demonstrou melhorar os resultados em doentes com
factores prognósticos favoráveis (por exemplo, idade jovem, PCR testemunhada, SAV precoce e curto tempo sem fluxo, sinais de vida, ritmo passível de choque).3
A eCPR pré-hospitalar é uma das 2 principais estratégias para fornecer eCPR para os doentes com PCR pré-hospitalar refractária (Fig 1).3 Nesse cenário, a ECMO é estabelecida no local da PCR (por exemplo, casa, rua, local de trabalho ou local público) e o doente é transportado para o centro que aceita a canulação em ECMO. A outra opção é de “carregar e ir”, na qual o doente é transportado em SAV para um centro com capacidade de eCPR, sendo esta a forma mais praticada.
Existe uma terceira estratégia, que ainda não é aplicada com frequência, sendo uma abordagem de rendezvous4: o doente em SAV segue numa ambulância em andamento para um ponto de encontro com a equipa de eCPR. O doente é então evacuado para um centro ECMO.
Iniciar a eCPR no local da PCR reduz potencialmente o tempo de low-flow , evitando atrasos devido à extracção do doente e transporte de ambulância. 3
RESULTADOS
Os dados científicos sobre eCPR no pré-hospitalar são escassos e derivam que uma pequena série de casos.3 Kruit et al.5 apresentaram os resultados de uma revisão sistemática e meta-análise, publicada na mesma edição dos autores deste artigo, avaliando o efeito do início da eCPR no pré-hospitalar durante o tempo de low-flow (intervalo desde o início da PCR até o início da ECMO) e sobrevida. A maioria dos doentes derivou de um estudo observacional único em Paris.
Na metanálise de eCPR pré-hospitalar, Kruit et al. relataram um tempo médio combinado de low-flow de 61 minutos (95% CI, 45-77). O tempo de low-flow foi semelhante aos tempos médios
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Ana Rita Clara1
JOURNAL CLUB
1Médica de Medicina Intensiva na UUM, Hospital de São José, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central; Médica SHE
de low-flow para eCPR intra-hospitalar no estudo ARREST (59 +- 28 minutos)6 e no estudo Praga OHCA (61 [IQR 55-70] minutos)7, ambos estudos randomizados.
Relativamente a estudos observacionais, os tempos médios de low-flow na eCPR intra-hospitalar foram altamente variáveis e tendiam a valores mais altos.8 Essas observações destacam as dificuldades em permanecer dentro a janela ideal de 60 minutos de low-flow para a maioria dos doentes.
A estratégia de Paris (canulação no pré-hospitalar) reduziu significativamente o tempo médio de low-flow, com tempo de canulação, sucesso e taxas de complicação semelhantes em comparação com E-CPR intra-hospitalar.9
Relativamente à sobrevida após eCPR pré-hospitalar, Kruit et al. calcularam uma taxa de alta hospitalar de 23% (IC de 95%, 16%-34%), apesar do tempo de low-flow de 61 minutos. No entanto, o pequeno número de estudos e de doentes incluídos impediram os autores de tirar conclusões firmes sobre o efeito da eCPR pré-hospitalar na sobrevida. Apenas 1 estudo observacional em
Paris comparou eCPR pré-hospitalar com eCPR intra-hospitalar.8 Nesta coorte de 525 pacientes com eCPR, a canulação pré-hospitalar foi um preditor independente de maior sobrevida e resultado neurológico favorável (odds ratio 2,9, 95% CI 1,5-5,9, p = 0,002, e odds ratio 2,9, 95% CI 1,3-6,4, p = 0,008, respectivamente).8
DISCUSSÃO
A redução potencial do tempo de low-flow que a eCPR pré-hospitalar pode oferecer e a melhoria na sobrevida não são determinadas apenas pelo início da ECMO no local da PCR, mas também pela organização do sistema emergência pré-hospitalar (EPH), identificação rápida de doentes elegíveis, activação precoce da equipa de eCPR e implementação da ECMO. Os benefícios clínicos do tratamento precoce e menor tempo de low-flow também devem ser equilibrados com os custos e recursos substanciais necessários, incluindo equipamentos e pessoal especializado. É essencial considerar que a canulação eCPR pré-hospitalar é realizada num ambiente mais complexo e imprevisível.
Por outro lado, a eCPR intra-hospitalar é realizada num ambiente mais controlado, com disponibilidade imediata de equipamentos avançados, diagnósticos e outros profissionais de saúde, facilitando o procedimento e abordagem de complicações. No entanto, requer chegar ao centro de referência idealmente em 60 minutos, uma meta que continua difícil de alcançar. Embora a decisão de transportar o doente deva ser tomada o mais cedo possível, isso não deve ser feito em detrimento da qualidade do SAV. Além disso, a eCPR intra-hospitalar não está universalmente disponível, e a eCPR pré-hospitalar pode ser a única solução para alguns doentes. Actualmente, faltam estudos randomizados comparando eCPR pré-hospitalar vs intra-hospitalar, conforme observado por Kruit et al. Está a decorrer na Holanda um estudo randomizado, o estudo ON-SCENE (NCT04620070), para eCPR pré-hospitalar fornecido por helicópteros EPH vs ressuscitação convencional. No entanto, a data prevista para a conclusão do estudo é 2026 e levará algum tempo para ver o efeito potencial na sobrevida.
30 Indice
Figura 1. Comparação das estratégias ideais de eCPR pré-hospitalar vs intra-hospitalar na PCR pré-hospitalar. Adaptado de Scquizzato T et al, doi: 10.1053/j.jvca.2023.01.015
Os resultados a longo prazo e qualidade de vida após eCPR pré-hospitalar ainda não estão disponíveis e devem ser investigados em estudos futuros.
CONCLUSÃO
Em conclusão, há uma certeza muito baixa de evidências que suporta o uso de eCPR pré-hospitalar. O trabalho conduzido por Kruit et al. constitui uma avaliação importante da evidência disponível, útil para implementar desenho de estudos futuros e compreender as lacunas de conhecimento actual.
A eCPR é a última terapêutica de resgate para doentes com PCR pré-hospitalar refractária, mas a melhor estratégia de abordagem ainda precisa ser demonstrada, dependendo de diversos factores, visto que necessita de recursos e capacidades técnicas consideráveis, não disponíveis universalmente no ambiente pré-hospitalar
BIBLIOGRAFIA
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2. Goto Y, Funada A, Goto Y. Relationship between the duration of cardio- pulmonary resuscitation and favorable neurological outcomes after out-of- hospital cardiac arrest: A prospective, nationwide, population-based cohort study. J Am Heart Assoc 2016;5:e002819.
3. Scquizzato T, Hutin A, Landoni G. Extracorporeal Cardiopulmonary Resuscitation: Prehospital or In-Hospital Cannulation? J Cardiothorac Vasc Anesth. 2023 Jan 20:S1053-0770(23)00036-8. doi: 10.1053/j.jvca.2023.01.015.
4. Bartos JA, Frascone RJ, Conterato M, et al. The Minnesota mobile extra- corporeal cardiopulmonary resuscitation consortium for treatment of out- of-hospital refractory ventricular fibrillation: Program description, perfor- mance, and outcomes. EClinicalMedicine 2020;2930:100632.
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Accessed January 2, 2023.
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7. Belohlavek J, Smalcova J, Rob D, et al. Effect of intra-arrest transport, extracorporeal cardiopulmonary resuscitation, and immediate invasive assessment and treatment on functional neurologic outcome in refractory out-of-hospital cardiac arrest: A randomized clinical trial. JAMA 2022;327:737–47.
8. Bougouin W, Dumas F, Lamhaut L, et al. Extracorporeal cardiopulmonary resuscitation in out-of-hospital cardiac arrest: a registry study. Eur Heart J 2020;41:1961–71.
9. Lamhaut L, Hutin A, Puymirat E, et al. A pre-hospital extracorporeal car- dio pulmonary resuscitation (ecpr) strategy for treatment of refractory out hospital cardiac arrest: An observational study and propensity analysis. Resuscitation 2017;117:109–17.
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JOURNAL CLUB
ANA RITA CLARA Médica de Medicina Intensiva - CHLC, Médica SHEM-SUL
EDITORA
O QUE FAZER EM CASO DE...
Terramoto
Na presente edição da LIFESAVING iremos abordar como deverá agir em caso de terramoto, focando as ações a ter durante e após o terramoto. Um terramoto é um acontecimento assustador que pode levar ao pânico, principalmente se for experienciado pela primeira vez. Neste sentido é essencial manter a calma e executar gestos simples que podem fazer a diferença. Assegure as condições de segurança, vá para um local seguro. Ajoelhe-se e proteja a cabeça com os braços.
Lembre-se: BAIXAR > PROTEGER > AGUARDAR.
DURANTE O TERRAMOTO
BAIXAR > PROTEGER > AGUARDAR
DENTRO DE UM EDIFÍCIO OU EM CASA
VÁ para um LOCAL SEGURO como:
• Vãos da porta (de preferência em paredes mestras);
• Debaixo de uma mesa ou cama;
• Cantos de uma sala
Ajoelhe-se e proteja a cabeça com os braços
BAIXAR > PROTEGER > AGUARDAR
FORA DE CASA
> Vá para um local “aberto”;
> Afaste-se dos edifícios, postes de eletricidade, antenas, muros, árvores, etc.;
BAIXAR > PROTEGER > AGUARDAR
SE estiver na PRAIA ou perto do MAR procure um local mais elevado, pois pode suceder um Tsunami;
CUIDADO! Locais a evitar
ASSEGURAR CONDIÇÕES DE SEGURANÇA
DEPOIS DO TERRAMOTO
MANTENHA A CALMA! ESTEJA ALERTA!
Pode haver réplicas do terramoto!
SE estiver a conduzir permaneça dentro do carro, não fuja e pare o carro longe de edifícios, postes, muros, árvores, etc.
NÃO “FUJA de CARRO” pois pode ficar bloqueado, obstruindo o trânsito e condicionando a circulação dos meios de socorro e salvamento.
• CASA ou em Edifícios: Elevadores, estar junto de prateleiras, janelas, varandas, debaixo de candeeiros ou chaminés...
• Fora de Casa: edifícios, estações, postes de eletricidade e de iluminação, antenas, muros, árvores, etc.
BIBLIOGRAFIA
1. https://https://www.aterratreme.pt/
2. https://www.cruzvermelha.pt/images/pdf/ folhetosismos2016.pdf
3. https://www.cdc.gov/disasters/earthquakes/ during.html
4. https://www.getprepared.gc.ca/cnt/rsrcs/pblctns/ rthqks-wtd/index-en.aspx
5. https://www.redcross.org/get-help/how-toprepare-for-emergencies/types-of-emergencies/ earthquake.html
6. Programa de edição de fotos: Painnt®
CUIDADO!
• Não utilize o elevador, utilize antes as escadas de forma ordeira e encostado à parede;
• Não corra para as saídas;
• NUNCA acenda fósforos, nem isqueiros ou ligue interruptores da eletricidade devido ao RISCO de FUGA de GÁS;
• Cuidado com os vidros partidos e cabos da eletricidade;
• Solte os animais;
• Se está na rua não regresse a casa até autorização das autoridades competentes;
• Em caso de feridos graves ou incêndios assegure primeiro as condições de segurança antes de Ligar 112.
EDITOR
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André Abílio Rodrigues 1 1Enfermeiro VMER, SIV
ANDRÉ ABÍLIO RODRIGUES Enfermeiro SIV/VMER
Mais, poderíamos parafrasear Freud1 e dizer mesmo o óbvio: que a morte é natural, inegável e inevitável. Algo de que não nos restam quaisquer dúvidas. À partida…
No entanto, constatamos hoje, que a morte é quase um conceito abstrato que temos dificuldade em elaborar, porque a sentimos cada vez mais distante – vivemos vidas mais longas, a morte é cada vez mais vivida em silêncio e o mais “invisível” possível. O fim da vida deixou de acontecer no seio da família. Tempos houve, que os mortos se velavam em casa, no seu próprio quarto, e a família era acompanhada no seu espaço por outros familiares, pelos vizinhos, conhecidos. O sofrimento da perda era vivido publicamente, partilhado pelas diferentes gerações, desde as crianças até aos mais idosos.
Aprendia-se a conviver com a morte. Essa aprendizagem perdeu-se. Mas esta dificuldade em falar abertamente sobre o fim da vida é completamente transversal, os próprios profissionais de saúde, aqueles que na grande maioria das
vezes acompanham os indivíduos neste processo final, também têm dificuldade em gerir este momento. Provavelmente a limitação para abordar esta temática tem o seu início na formação destas profissões, constatando-se que a ênfase continua a ser preferencialmente colocada na manutenção da vida (muitas vezes a qualquer custo) sem se preparar o profissional para o acompanhamento da pessoa no processo de morrer. Mas acompanhar significa aceitar o fim. O fim daquela vida e claro, aceitar e imaginar o nosso próprio fim. A este propósito dizia também Freud 1 que parece ser-nos impossível imaginar a própria morte e quando o tentamos, percebemos que continuamos presentes, como espectadores. Esta dificuldade poderá residir no desafio de atribuir um sentido à morte, dar-lhe um significado, todas as culturas o tentaram fazer ao longo da história 2 Mas como dar um significado à morte numa sociedade profundamente hedonista? Como atribuir um significado ao fim? De facto, como refere Ana Cláudia
Quintana Arantes 3 , muitas vezes a morte “tira-nos as palavras”, e acrescenta que, há tempos na nossa vida onde as palavras não chegam e que o tempo de morrer é um desses momentos, parecendo ser que a melhor expressão de vivenciar a morte será o indizível. Podemos concordar que muitas vezes o não saber o que fazer ou dizer, o medo desse momento final, nos prende num silêncio de onde não conseguimos emergir. É também verdade que o silêncio pode ter outro significado: o silêncio empático também acompanha. No entanto, é urgente desvelar a morte para que possa ser vivida e para isso temos de a normalizar, falar sobre ela, quebrar a conspiração de silêncio que habitualmente a envolve. Precisamos de aprender a falar sobre o fim da vida.
Quando vivemos de forma próxima o processo final, na primeira ou segunda pessoa, o desafio será conseguir construir momentos de encontro, ainda que seja uma despedida. O repto será encontrar o espaço para encerrar um ciclo de vida, um espaço de gratidão, de
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A vida é finita.
CUIDAR DE NÓS
CUIDAR DE NÓS QUANDO CHEGA O FIM DE VIDA Como nos podemos preparar para a morte dos nossos entes queridos e para a nossa própria morte
Emília Isabel Martins Teixeira da Costa1, Esperanza Begoña García Navarro2 1Docente, Universidade do Algarve, 2Docente, Universidade de Huelva
perdão, de reconciliação com o passado, de dizer o que não foi dito, de celebrar uma vida, as memórias, as aprendizagens, o legado que será deixado. Para conseguir construir estes momentos é fundamental saber o que vai acontecer, o que esperar em cada fase do processo e para que isso seja possível, o direito à informação é inalienável.
Neste contexto, o profissional de saúde, em cenário institucional ou domiciliário, é pedra basilar. É ponte. É seu dever e sua responsabilidade criar os espaços para que estes encontros sejam possíveis. Cabe-lhe gerar todas as oportunidades para informar a pessoa em fim de vida e pessoas significativas e apoiar suas decisões – e que privilégio é estar perante o outro num momento tão importante da sua vida! Espera-se que o profissional seja capaz de reconhecer a diversidade de biografias e de formas de viver o processo final e que permita, sempre, que o ciclo da vida se encerre de forma digna e acompanhada. O caminho pode começar, como nos sugere Miguel Julião 4 , por formular a pergunta da dignidade: “o que preciso de saber sobre si, enquanto pessoa, para lhe poder dar o melhor cuidado possível?”
BIBLIOGRAFIA
1. Freud, S 1957, Thoughts for the times of war and death. In J. Strachey (Trans. & Ed.), Standard Edition of the complete psychological works of Sigmund Freud (Vol. XIV). London, The Hogarth Press, pp. 275-301.
2. Millás, J, J, & Arsuaga, J, L 2022, La muerte contada por un sapiens a un neandertal, Alfaguara, Madrid
3. Arantes, A, C, Q, 2021, A morte é um dia que vale a pena viver, Oficina do livro, Alfragide
4. Julião, M, Courelas, C., Costa, M. J., Correia Santos, N., Fareleira, F., Antunes, B., Magalhães, S., Faria De Sousa, P., & Chochinov, H. M, 2018, `The Portuguese versions of the This Is ME Questionnaire and the Patient Dignity Question: tools for understanding and supporting personhood in clinical care` Annals of Palliative Medicine, 7(S3), S187–S195. https://doi. org/10.21037/apm.2018.04.04
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CUIDAR DE NÓS
SILVIA LABIZA Enfermeira VMER Heli INEM
EDITORA
TERTÚLIA VMERISTA
"Sem dúvida que uma equipa Multidisciplinar no pré-hospitalar, é uma mais valia para o socorro às vítimas. No meu caso específico que sou da área Pediátrica e Neonatal e que trabalho apenas com médicos da área dos adultos, estamos sempre em equipa multidisciplinar. Isto transmite habitualmente uma segurança acrescida durante o turno. Aprendemos mutuamente e crescemos enquanto profissionais do pré-hospitalar. Pessoalmente
gosto muito de trabalhar com médicos das diferentes áreas e analisar e discutir os protocolos em vigor e a atuação em situações semelhantes."
Pedro Rodrigues Silva
“Se a importância da equipa multidisciplinar e a interdisciplinaridade na saúde é determinante em qualquer contexto de cuidados de saúde com benefício para os que precisam de cuidados, no contexto extra hospitalar
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"A IMPORTÂNCIA DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR NA ABORDAGEM DA VÍTIMA CRÍTICA NO PRÉ HOSPITALAR"
NOTA DO EDITOR
As respostas obtidas à questão colocada na Tertúlia VMERista são da exclusiva responsabilidade dos intervenientes no "inquérito", e que são opiniões estritamente pessoais, das quais a LIFESAVING necessariamente se demarca...
ainda se exacerba mais, uma vez que os recursos humanos são muito menos disponíveis. Neste contexto encaro a multidisciplinaridade para além do médico e enfermeiro que constituem a equipa de cuidados de saúde diferenciados e englobo todos os restantes atores no teatro de operações que é a atividade extra hospitalar e que a torna tão diversa e desafiante”
Catarina Tavares
“O trabalho em equipa é fundamental, sobretudo em ambiente “hostil” como é o caso do enquantopré-hospitalar, ambiente que não nos é habitual e sem todos os recursos necessários!”
Ana Isabel Agostinho
“Tão Importantes e Grandiosos os conhecimentos de todos, todos com o mesmo foco e objetivo, Salvar Vidas "
Sílvia Labiza
EDITOR
39 Indice TERTÚLIA VMERISTA NUNO RIBEIRO Enfermeiro VMER TIP
TESOURINHO VMERISTA
Chega a uma altura em que todos nos abrimos para o amor, podendo a sua procura ser facilitada por várias APPs para o efeito. A VMER de Faro não é imune nem ao amor nem ao uso dessa tecnologia.
Era uma bela manhã de primavera quando seriamos ativados para jovem adulta, na casa dos 50, com dor torácica com sensação de dispneia, após a sua chegada ao aeroporto de Faro.
No local, a jovem revelou que veio a Portugal ao encontro de um parceiro com quem fez match e após a sua chegada, não o conseguindo contactar, iniciou a sintomatologia descrita anteriormente.
À avaliação, doente hemodinamicamente estável, sem alterações no ECG, mas sem sinal do seu amado, a sintomatologia continuava. Sendo assim, restou apenas uma solução à equipa de emergência, ajudar na procura do “TINDER perdido”.
A procura terminou com a realização de troca de números de contacto nacionais vs estrangeiros, uma mera questão de indicativos e assim, o cavaleiro andante foi contactado sobre o seu par, em estado de ansiedade.
Um final feliz, assim desejamos, ao feliz casal, e quanto à VMER, vamos continuando a selecionar direita em todas ocorrências ☺
Pedro Oliveira Silva 1
1 Médico VMER
FRASE MEMORÁVEL
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FRASE MEMORÁVEL
"Uma catástrofe desta magnitude convida-nos a todos a uma reflexão sobre as nossas vulnerabilidades. Sobre o ordenamento do território, as vulnerabilidades das estruturas do edificado, mas também da capacidade de resposta"
João Paulo Encarnação, da Associação de Proteção Civil em declarações à CNN sobre o sismo na Turquia - 6 Fevereiro 2023, 11:07
PEDRO LOPES SILVA Enfermeiro VMER Heli INEM EDITOR
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica
Algar ve
do
IX JORNADAS DE REUMATOLOGIA E MEDICINA FAMILIAR DO ALGARVE
Estas Jornadas são uma organização conjunta do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), Algarve Biomecial Center
(ABC) e Universidade do Algarve (UALG), onde o Serviço de Reumatologia do CHUA propõe a discussão dos temas mais
relevantes sobre doenças que afetam o aparelho músculo-esquelético para os médicos de família.
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FRM 2023 - PRINCIPAIS ESPECIALISTAS EM NEUROCIÊNCIAS REUNIDOS
EM ALBUFEIRA
Realizar-se-á de 3 a 5 de maio, no Palácio de Congressos dos Salgados (Albufeira), o Regional Meeting (FRM 2023) da Federation of European Neuroscience Societies (FENS) uma conferência internacional que reúne os principais investigadores na Europa e no Mundo a trabalhar na área das neurociências.
reflexão sobre os mais recentes avanços nesta área emocionante em constante evolução.
células e estruturas do sistema nervoso, desde os aspetos mais moleculares aos mais recentes avanços clínicos, entre outros.
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algar ve
Organizada pela primeira vez em Portugal, a FENS Regional Meeting pretende trazer a público algumas das principais descobertas e desenvolvimentos tecnológicos nesta área de investigação, bem como servir de plataforma de diálogo e
Durante a FRM 2023 os participantes terão a oportunidade de assistir a palestras, participar em mesasredondas com reconhecidos especialistas e apresentar e discutir as suas próprias investigações nas várias sessões temáticas dedicadas à interação direta entre investigadores. O evento abordará temas como as patologias do neurodesenvolvimento, as doenças neurodegenerativas, o comportamento, a cognição, a interação entre os diferentes tipos de
Este ano a FENS Regional Meeting contará com a presença de Elena Cattanneo (IT), Gerd Kempermann (DE), Marta Nieto (SP), João Relvas (PT), Karen Duff (UK) e Rodrigo Cunha (PT), cientistas líderes nas suas áreas de investigação, que, como keynote speakers do evento, trarão ao Algarve valiosos insights para a compreensão das últimas descobertas em neurociências.
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I JORNADAS DAS TECNOLOGIAS DA SAÚDE DA UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO LITORAL ALENTEJANO
Realizam-se em maio, as das Tecnologias da Saúde da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA)
o ABC, no Auditório Municipal António Chainho em Santiago do Cacém.
O principal objetivo é contribuir para o conhecimento científico e profissional nas várias abordagens
Acidente Vascular Cerebral e Esclerose Lateral Amiotrófica.
A última sessão do evento será dedicada ao tema: Carreira dos Técnicos Superiores de
Diagnóstico e Terapêutica (TSDT)
O evento tem como finalidade a conhecimentos e experiências entre as diferentes profissões tanto a nível Hospitalar como nos Cuidados de Saúde Primários.
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2º CONGRESSO DO CANCRO DA MAMA DO ALGARVE COM PARTICIPAÇÃO DO A B C
No dia 17 e 18 de fevereiro de 2023, decorreu no Hotel Vila Galé – Lagos, o 2º Congresso do Cancro da Mama do Algarve, que contou com a participação de duas oradoras em representação do ABC. As
investigadoras Joana Apolónio e Bibiana Ferreira, participaram ativamente no 5º PainelInvestigação: o futuro é agora! com o tema “Investigação de biomarcadores e a sua aplicação na
prática clínica”. A “Sexualidade e Saúde Feminina” foi o tema chave, sobre o qual várias entidades palestrantes debateram a saúde, auto-estima e imagem corporal da mulher com cancro da mama.
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ALGARVE BIOMEDICAL CENTER
RESEARCH INSTITUITE (ABC -RI): INVESTIGADORES REVELAM POTENCIAL BIOMARCADOR PARA O CANCRO DA MAMA
Uma equipa de investigação do A B C -RI publicou recentemente um artigo científico onde demonstra o importante papel que a metilação do DNA pode ter na patologia do
cancro da mama, relevando que determinadas marcas epigenéticas podem ter potencial para vir a ser usadas como biomarcadores da doença.
Saiba mais sobre esta investigação em: https://clinicalepigeneticsjournal. biomedcentral.com/articles/10.1186/ s13148-022-01396-3
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I JORNADAS DE MEDICINA DESPORTIVA DO ALGARVE
As I Jornadas de Medicina Desportiva do Algarve, são uma oportunidade de excelência para juntar profissionais de norte a sul do país para abordar várias temáticas científicas sobre a Medicina desportiva. Os temas vão do jovem
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algar ve
atleta, passando pela alta competição, pelo desporto feminino, entre outros. Espera-se uma abordagem interdisciplinar e multiprofissional, com recurso a workshops práticos e dinâmicos. O evento assume-se ainda como
uma oportunidade de networking e atualização sobre as últimas evidências em Medicina Desportiva, numa região que pretende reunir nomes nacionais de relevo nesta área e onde a atividade física e o desporto têm um papel fundamental.
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Centro
Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algar ve
Mourão C, Cartaxo V.
– Entrada grátis em webinares formativos a organizar pela APEMERG;
– Descontos nos eventos a organizar pela APEMERG;
– Participar na Assembleia Geral da APEMERG, nos termos definidos nos estatutos;
– Prioridade na participação em projectos educacionais e estudos que a associação vier a promover;
– Convites para entrada em eventos de parceiros na área do doente crítico.
– Descontos em eventos realizados pelos nossos parceiros".
APEMERG
INTERNATIONAL CONGRESS ON EMERGENCY - ICE23
Daniela Cunha1, Sílvia Ribeiro2
Depois da cidade de Faro em 2022, Lisboa foi o local eleito para receber o International Congress on Emergency - ICE23
Esta edição do congresso anual da Associação Portuguesa de Médicos e Enfermeiros de Emergência
(APEMERG) decorreu ao longo do dia 14 de abril, no Auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Reuniu cerca de 320 congressistas (médicos, enfermeiros, estudantes de medicina e de enfermagem) e contou ainda com o total de 9 palestrantes, especialistas nacionais e internacionais em diferentes áreas ligadas, direta ou indiretamente, à emergência médica. Ao longo do dia, o ICE marcou uma vez mais pela aposta na diversidade das temáticas.
Pelas 9h15, a Sessão de Abertura do Congresso contou com a presença do Enfermeiro Sérgio Branco, Presidente do Conselho Diretivo Regional da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros, em representação da Ordem dos Enfermeiros e do Enfermeiro Tiago Amaral, enquanto Vice-Presidente da APEMERG, em representação da Associação. Apesar do convite, por motivos de agenda, não pode estar presente o
representante da Ordem dos Médicos. No seu discurso, o Enfermeiro Sérgio Branco não só agradeceu o convite para estar presente como enalteceu o papel da Associação, e dos seus profissionais, e lembrou as condições, ou falta delas, em que muitas vezes quer enfermeiros quer médicos desempenham as suas funções. Não se tratando apenas da falta de reconhecimento profissional, a falta de condições para trabalhar, segundo o mesmo, faz com que muitos
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1Sócia n.º 24 - APEMERG
2Sócia n.º 341 - APEMERG
decidam abandonar o país. Terminou o discurso com uma palavra de alento para os alunos presentes no auditório e agradeceu aos profissionais “... por cada vida salva!”
O Enfermeiro Tiago Amaral, na qualidade de Vice-Presidente da APEMERG deu as boas-vindas a todos os presentes, fez uma breve resenha histórica de como surgiu a APEMERG em 2017 e qual o seu propósito enquanto Associação, salientando que o objetivo da organização de cada evento científico é “... que fomente a investigação clínica para melhor defender a segurança dos cidadãos”.
A primeira mesa, denominada de Inovações em Emergência Médica, teve início pelas 9h30 e foi moderada pelo Enfermeiro Nelson Coimbra. Com diferentes abordagens sobre o tema, as apresentações dos três palestrantes convergiram no sentido de contribuir para a otimização da prestação dos cuidados e minimização do risco. Assim, o primeiro a tomar a palavra foi Vasco Manquinho, Professor Associado do Instituto Superior
Técnico, Universidade de Lisboa e investigador do INESC-ID, que apresentou o projeto - “DATA2HELP: Ciência de dados para otimização de serviços de emergência médica” –este projeto foi desenvolvido através duma parceria entre INESC-ID, o centro de estudos de gestão do Instituto Superior Técnico e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Com base na análise do histórico de dados das emergências médicas, fornecido pelo INEM, construíram um protótipo de ferramentas que permitirá ao INEM prever picos de emergência médica (num determinado período e local) e assim
reorganizar os seus meios. Procuraram desenvolver modelos centrados na otimização operacional, melhorando a eficiência, sem adicionar novos recursos, mas através da relocalização cirúrgica de meios e a otimização estratégica através da revisão da rede, preparando-a para os cenários de “pior-caso” considerando as incertezas dos modelos de previsão, assim como, a abertura e fecho de bases fixas e expansão da frota dos meios do INEM, resultando numa melhor e mais rápida resposta às emergências médicas em Portugal.
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O Dr. André Gomes, Assistente Hospitalar Graduado de Medicina Interna, especialista em Medicina Intensiva, embora não podendo estar fisicamente presente no auditório, foi o segundo a palestrar através de videoconferência, abordando a “Inteligência artificial à cabeceira do doente”. Após ter proporcionado vários exemplos, identificou o não acesso em tempo útil quer aos dados analíticos das colheitas efetuadas pelos utentes no próprio dia quer pelo próprio cruzamento com os dados resultantes da vigilância de enfermagem, como algumas principais para a não deteção atempada de estados clínicos graves ou potencialmente graves. Efetuou a descrição de uma plataforma tecnológica desenvolvida pelo Centro Hospitalar Universitário do São João, ao qual está ligado como Consultor, que procura prevenir e/ou antecipar a degradação clínica do doente em regime de enfermaria.
Assim, através de um programa criado internamente, o VITAL, conseguiram fazer a agregação de todos os dados registados pela equipa de enfermagem
(nomeadamente os sinais vitais), dos resultados laboratoriais do utente, e programar o sistema para emitir um
alerta sempre que um valor padronizado esteja fora do padrão considerado normal. Com os alertas emitidos através do programa e os ajustes à situação clínica prévia de cada utente, tornou-se mais fácil detetar potenciais situações graves. Desta forma, o VITAL tem a capacidade de vigiar, monitorizar e alertar o risco de deterioração clínica dos doentes internados.
Apesar deste projeto ter ficado em stand-by na altura da COVID-19, será
retomado e dará continuidade ao que chamaram de “dicionário médico” que agrega um conjunto de conceitos
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chave associados a patologias e fármacos, facilitando o motor de buscas para os profissionais personalizarem e ajustarem os dados a cada utente.
No futuro pretendem criar protocolos, recolher sinais vitais de forma automatizada através de WiFi (em tempo real).
Para encerrar a primeira mesa, Marcos Cagido instrutor e auditor na área da aviação, instrutor sénior do curso Crew Resource Management (CRM) e coordenador do curso Crisis Resource Management in health da AHED-Advanced Health EducationNova Medical School.
Atualmente a trabalhar na empresa EuroAtlantic Airways, partilhou a sua experiência sobre “Crew Resource Management: Que contribuições para a emergência?”, enfatizando o papel que o Safety Management System (SMS) desempenha no mundo da aviação. Fazendo uma analogia entre a aviação e a área da saúde, através de exemplos práticos do seu dia-a-dia, procurou sensibilizar os presentes para a importância em reportar os eventos adversos ou quase eventos, não apenas para a resolução imediata dos mesmos, mas também para obtenção de dados estatísticos, por forma a identificar potenciais problemas que se não fossem reportados não seriam conhecidos.
notificar e aprender com o erro em saúde. Assim, a identificação dos perigos, o reportar das ocorrências, a gestão do risco através da sua análise, a medição de desempenho (com a criação de indicadores), são basilares do SMS para a garantia da qualidade/ segurança de forma a minimizar o risco. Na saúde, Marcos Cagido admite
corretamente, numa perspetiva de melhoria contínua da qualidade.
Tendo sido dada por encerrada a primeira mesa pelas 11h30, foi aberto o espaço para coffee break, no qual os presentes puderam repor energias, conhecer os diferentes e-pósteres a concurso (16 no total), assim como,
Tendo em conta que a maioria dos acidentes estão ligados a erros não técnicos, como são os erros de gestão de stress ou os erros na previsão do que poderá vir a acontecer, devemos realizar sistematicamente treino em ambiente simulado bem como
que, tal como na aviação, o motivo da não notificação já não se deve ao receio da “punição”, pelo erro em si e de forma individual, mas ao facto dos meios de notificação não estarem ainda devidamente divulgados e existir a necessidade de incentivar a notificação
assistir à sua discussão e avaliação pela comissão científica do evento e visitar os diversos stands dos patrocinadores presentes, conhecendo as mais recentes propostas na área da medicina e da medicina de emergência.
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Estiveram presentes as empresas Accord Healthcare, Clinifar, Intersurgical, Mc medical, Stryker, Speculum, Wenger Betriebe.
A segunda mesa, cujo tema versou sobre as Novas Propostas na Gestão nos Serviços de Urgência, teve início pelas 11h45 efoi moderada pelo Enfermeiro Luís Gonçalves
O primeiro orador, o Dr. Joseph Godfrey, Médico no Manchester Royal Infirmary, consultor na área de trauma e emergência, descreveu a organização do NHS (National Health Service), que corresponde ao nosso SNS (Sistema Nacional de Saúde), como tendo cada vez mais desafios para ultrapassar. Desafios esses que se agravaram com, e após, a
pandemia por COVID-19, nomeadamente com uma parte da população que apresenta dificuldade em aceder aos cuidados de saúde. Descreveu o NHS como sendo uma cadeia interligada por vários elos, nos quais, sempre que um deles falha ou fica bloqueado, implica o reinício do processo ou o não avanço do mesmo, deixando a “engrenagem” de funcionar. Deu o exemplo do percurso de um utente admitido no serviço de urgência (SU), que de seguida segue para o internamento, posteriormente para os cuidados continuados, reabilitação ou apoio domiciliário, e por fim tem alta. Este seria o sistema perfeito, contudo, existem cada vez menos recursos, quer monetários quer humanos, para dar resposta às necessidades; a população está envelhecida e com menor retaguarda familiar, o que bloqueia a capacidade de dar alta aquando dos internamentos por exemplo; e cada vez mais a população recorre aos serviços de saúde, sobretudo ao SU. Referiu também as dificuldades sentidas em adaptar o sistema de triagem de Manchester tendo em conta a afluência de utentes ao SU no local onde trabalha, e mostrou a estatística de um dia específico do seu serviço, há cerca de uma semana, enaltecendo a necessidade de ser cauteloso nas tomadas de decisão de forma a ponderar os riscos e benefícios.
O Dr. Francisco Lucas Matos, Diretor do Departamento de Urgência Geral Polivalente e Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central EPE, tomou a palavra de seguida e partilhou a realidade
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daquele SU. Explanou acerca da estratégia usada e quais as suas principais preocupações, não apenas enquanto gestor, mas também enquanto profissional e utilizador do SNS.
Neste ponto, resumiu a sobrelotação dos SU como sendo um problema transversal, dando o exemplo do seu serviço que recebe, quase diariamente, utentes referenciados de outros SU que encerraram num ou outro período por incapacidade de resposta, o que se traduz numa sobrecarga da capacidade de resposta do seu SU.
Para além de todos os problemas que também são comuns aos descritos pelo seu colega inglês, o Dr. Francisco deu ênfase ao problema cultural que existe: as pessoas recorrem de forma desnecessária aos SU, recusando ser encaminhadas para uma consulta no Centro de Saúde quando cumprem critérios e lhes é proposto. Outra dificuldade que sente é a diminuição do número de camas hospitalares disponíveis, o que faz com que os utentes permaneçam no SU mais tempo que o desejável, aumentando o risco na prestação dos cuidados. Uma das soluções implementadas no Hospital de São José foi a chamada
“Clínica de Atendimento”, com horário das 10h às 22h, na qual são observados utentes triados com prioridade verde e azul, desviando assim uma percentagem significativa dos utentes que recorrem à urgência. Ainda assim, segundo o Dr. Francisco Matos, a solução para grande parte dos problemas passa por incentivar os profissionais, não apenas fornecendolhes melhores condições de trabalho, mas também melhores condições remuneratórias, porque a curto prazo todos os restantes problemas não serão de resolução imediata.
O terceiro palestrante da mesa foi o Dr. Nelson Pereira, Diretor da Unidade Autónoma de Gestão da Urgência e
Medicina Intensiva (UAG-UMI) do Centro Hospitalar Universitário São João EPE, que relatou ter estado recentemente na cimeira SNS SUmmit, onde diretores clínicos, enfermeiros diretores, diretores de serviço de urgência e enfermeiros gestores de serviços de urgências das instituições do SNS se reuniram para debater as boas práticas nas urgências e na articulação com os outros serviços.
Colocando a questão “Que medidas podem ser tomadas para aumentar a atração dos profissionais de saúde pelo SNS?” e dando os seguintes exemplos apresentados pelo chat GPT: 1) melhorar as condições de trabalho, 2) investir na formação e desenvolvimento profissional, 3) oferecer plano de carreira, 4) incentivar a pesquisa e a inovação. Concluiu que todos sabem quais as soluções, sendo a verdadeira dificuldade a sua implementação.
Desta reunião surgiram 16 recomendações, tendo sido criado um grupo de trabalho para implementar um projeto piloto numa região específica do nosso país, que visa testar essas mesmas recomendações.
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O Dr. Nelson Pereira salientou a importância de aumentar a literacia em saúde e consequentemente melhorar a comunicação com as pessoas, de modo a aproximá-las do sistema, para que saibam melhor utilizá-lo. Aumentar a resposta dos cuidados de saúde primários será outra das medidas importantes a implementar.
No seu entender, pese embora esteja cautelosamente esperançoso, se conseguisse que cerca de 30% dos utentes que não necessitam de cuidados urgentes não recorram ao SU, seria o ideal. Para tal, urge criar alternativas. Tendo em conta a afluência diária de utentes ao SU do Hospital de São João são várias as dificuldades com que se deparam, contudo, não existem doentes internados no SU enquanto existir uma cama livre seja em que serviço for do hospital, pois é essa a política da instituição.
Tal como os anteriores palestrantes, reconhece que a falta de uma carreira para quem trabalha no SU e a falta de reconhecimento da penosidade do trabalho, pesam em larga escala quando os profissionais têm de tomar decisões.
Após a pausa para almoço, e já pelas 14h45, o tema Via Verde Coronária, foi colocado em destaque na terceira mesa, moderada pela Dra. Soraia Oliveira. As palestrantes convidadas, abordaram cada uma delas uma área diferente do Socorro: os cuidados pré-hospitalares e os prestados em meio hospitalar.
socorro e dos meios disponíveis para dar resposta aos utentes com suspeita de enfarte agudo do miocárdio (EAM). Divulgou dados relacionados com os atrasos no atendimento aos utentes, atrasos esses relacionados não apenas pelo sistema (alguma falha ou insuficiente resposta), mas também pelo próprio
A Dra. Margarida Gil, Médica a exercer funções no INEM, começou a sua apresentação pela definição de Via Verde, enumerando os seus objetivos, e fez um resumo cronológico do que tem sido o papel no INEM no desenvolvimento do
utente que, não reconheceu os sintomas ou não recorreu aos meios mais adequados que garantisse uma resposta mais eficiente. Segundo uma notícia que nos apresentou e que foi divulgada na imprensa em 2022, a maioria dos
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utentes não solicitava apoio ao INEM e chegava ao hospital por meios próprios. Analisando esses dados, existindo estudos que reportam os atrasos no tratamento, e os resultados que representam para os utentes, desvirtuando inclusive as chamadas “Redes de Referenciação Hospitalar”, a Dra. Margarida partilhou as diferentes atividades que o INEM tem vindo a desenvolver no sentido de promover maior literacia e melhor informação junto da população.
A Enfermeira Cláudia Lampreia que exerce funções no SU Polivalente do CHULC,EPE (Hospital São José), fazendo referência às Redes de Referenciação Hospitalar abordadas
na apresentação anterior começou por, num só diapositivo, mostrar as dificuldades sentidas ao longo dos anos para conseguir dar resposta em tempo útil aos utentes, que recorreram ao Hospital São José, e que se enquadravam dentro da tipologia da Via Verde Coronária numa área geográfica supostamente tão pequena, dado o destino de eleição dos utentes com via verde coronária devesse ser o Hospital de Santa Marta.
Apesar de todos os condicionamentos a que estão sujeitos, muitos deles externos à equipa (estado das vias públicas, trânsito, ambulância disponível...), desde 2018 até 2022, conseguiram diminuir para menos de
metade o tempo de transferência dos utentes, graças a uma política de investimento na formação dos profissionais, na tentativa da identificação precoce do diagnóstico e redução do tempo desde a entrada do utente naquele hospital até à sua saída para a destino mais adequado para o mesmo. Salientou que para além da formação, no que diz respeito especificamente à equipa de enfermagem e à Triagem de Manchester, o feedback que dão aos profissionais sobre os resultados das mesmas (relativamente às suas referenciações) é uma mais-valia enquanto aprendizagem, embora considere que o tempo de resposta pode e deve ser melhorado em prol dos utentes.
A Enfermeira Cláudia apresentou o projeto de formação multidisciplinar que foi submetido ao orçamento participativo Inovar + do hospital e que ganhou na sua categoria. Projeto este que está neste momento a ser implementado no SU do Hospital de São José sendo que até ao momento já foram realizados 11 cursos (Curso de Abordagem ao doente com EAM com supra ST e o curso de Electrocardiografia - já na segunda fase de implementação). De realçar que junta vários profissionais que trabalham no serviço de urgência: enfermeiros, médicos e técnicos de cardiopneumologia.
Após a terceira mesa, o coffee break do período da tarde serviu também para que os elementos da organização do Congresso nomeados como júri para avaliação dos e-pósteres tomassem a sua decisão final quanto à classificação dos mesmos.
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Para encerrar os temas abordados, o tema da quarta mesa não poderia ser mais diferente do que habitual –Extreme Medicine. Moderada pelo Enfermeiro José Gomes, a Dra. Monica Piris, no decorrer da sua palestra sobre - “Expedição de Alta Altitude”começou por desmistificar conceitos associados a altitude, medicina de montanha, quem são as pessoas que se podem encontrar atualmente nas montanhas de alta altitude (desportistas vs praticantes de desporto vs turistas de altitude) e como são organizadas habitualmente as expedições neste tipo de montanhas.
Estando ligada há anos à mesma empresa de organização de expedições, abordou todos os aspetos necessários à preparação de uma expedição. Não se trata apenas de logística, no que respeita a gestão de recursos e material de apoio clínico, mas também de conhecer as pessoas que vai acompanhar, ter uma equipa envolvida e conhecer o terreno. Enquanto médica, tem noção que o seu papel passa por coordenar e comunicar com todos os restantes, pelo que prepara os elementos da equipa de forma que a sua intervenção seja via rádio dando instruções a quem está no terreno, e posteriormente dando apoio quando a vítima está junto dela.
Curiosamente, ao contrário do que a maioria das pessoas habitualmente associa a expedições, grande parte do trabalho que tem não é fruto de acidentes, mas sim causado pelas doenças associadas à altitude. De forma sumária abordou as três mais comuns e para quase todas elas o tratamento passa por fornecer
oxigénio e a evacuação. No que diz respeito à evacuação que habitualmente se associa a que seja efetuada por helicóptero, a Dra. Monica efetuou duas ressalvas importantes: a forma como é efetuado o resgate vai sempre depender do local porque nem todas as montanhas permitem acesso por helicóptero, e que ela, enquanto médica da expedição, não acompanha a vítima durante a evacuação uma vez que tem de permanecer onde pode ser necessária para o maior número de pessoas. Sem grandes meios de monitorização ou tratamento diferenciado disponíveis naqueles locais, segundo a mesma, em caso de acidente ou doenças mais graves “...é feito o que se pode, com o se pode...”
tendo noção que tem de aceitar que não pode salvar todas as vítimas. No final deixou como reflexão que apesar de trabalhar também como médica num Hospital do Reino Unido, o que a realiza mais profissionalmente e aquilo a que mais dedica o seu tempo é a exercer medicina em expedições de alta altitude e que, pretendeu com a sua partilha de experiências, demonstrar que “...a medicina tem lugar em todo o lado!”.
Ao longo do Congresso e em cada mesa, os presentes foram questionando os palestrantes, partilhando as suas dúvidas e as suas próprias experiências. Com a presença de palestrantes estrangeiros, a possibilidade destes
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poderem assistir às restantes apresentações e questões em tradução simultânea, facilitou a dinâmica implementada, a discussão e partilha de opiniões mais fluida, sem haver necessidade de interrupções para traduções.
A organização fez questão de salientar a qualidade dos e-pósteres a concurso e do quanto isso tornou difícil a escolha. Foram assim anunciados os vencedores dos 3º, 2º e 1 º prémios dos e-pósteres.
A sessão de Encerramento ficou a cargo da Dra. Soraia Oliveira da APEMERG, que agradeceu o interesse de todos os que estiveram presentes e anunciou que o próximo evento organizado pela APEMERG será o Talks (uma segunda edição deste tipo de formato após a realização do primeiro nos Açores em 2022) em Viana do Castelo a 20 de outubro 2023
Relativamente à próxima edição do ICE será em Abril de 2024 e regressará (depois da edição de 2019) à cidade do Porto
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BEST SITES IMAGES IN EMERGENCY MEDICINE
A revista científica americana Annals of Emergency Medicine (jornal oficial do American College of Emergency Physicians ) disponibiliza no seu site uma rubrica de imagens em emergência médica, muito abrangente de várias
temáticas, respeitantes aos vários aparelhos e sistemas. Representa assim uma coletânea iconográfica muito interessante, e além da análise das ilustrações, é possível ter acesso ao correspondente caso clínico original
INTERNATIONAL MEDICAL CORPS
https://www.annemergmed.com/content/imgemergmed
O Corpo Médico Internacional é uma organização humanitária sem fins lucrativos, fundada em 1984, por médicos e enfermeiros voluntários, com intervenção de rápida em situações de catástrofe e emergências em comunidades
espalhadas por todo o mundo. Ajudam também a fortalecer os sistemas de saúde locais e a promover a sua autossuficiência. No seu site oficial encontram-se documentadas as atividades das suas várias missões
https://internationalmedicalcorps.org/what-we-do/emergencies/
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BRUNO SANTOS Médico VMER EDITOR
BEST APPS
Nesta edição apresento-vos mais duas aplicações de utilização diferente, mas ainda assim de grande importância.
A primeira, centrada na temática desta edição da rubrica “o que fazer em caso de…). Mais do que um mapa de terramotos, também fornece informações
MY EARTHQUAKE ALERTS
importantes sobre como agir. A segunda é a minha descoberta do trimestre, recomendada pelos nossos pediatras do núcleo de diabetologia. Uma poderosa ferramenta para médicos, doente e família.
ONE TOUCH REVEAL
My Earthquake Alerts é uma aplicação de monitorização de terramotos que fornece várias informações úteis em caso de sismo. É um mapa de terramotos ao vivo que pode detectar e rastrear terramotos de todo o mundo
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.jrustonapps. myearthquakealerts
One Touch Reveal é uma aplicação feita para diabéticos, médicos e familiares. Permite a comunicação de dados entre doente, família e médico, permitindo ainda ao médico realizar ajustes na demanda de insulina em tempo real. Uma ferramenta poderosa, utilizada pelo núcleo de diabetologia do nosso hospital
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.lifescan.reveal
63 Indice BEST APPS
PEDRO LOPES SILVA Enfermeiro VMER Heli INEM
EDITOR
SUGESTÕES DE LEITURA
Prehospital accuracy of (H)EMS pelvic ring injury assessment and the application of non-invasive pelvic binder devices
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36801132/
accuracy of (H)EMS pelvic ring injury assessment and the application of non-invasive
https://doi.org/10.1016/j.injury.2023.02.015
The European guideline on management of major bleeding and coagulopathy following trauma: sixth Editions
https://ccforum.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13054-023-04327-7
Rossaint, R., Afshari, A., Bouillon, B. et al. The European guideline on management of major bleeding and coagulopathy following trauma: sixth edition. Crit Care 27, 80 (2023). https://doi.org/10.1186/s13054-023-04327-7
65 Indice SUGESTÕES DE LEITURA
Carvalho Mota, M. T., Goldfinger, V. P., Lokerman, R., Terra, M., Azijli, K., Schober, P., de Leeuw, M. A., van Heijl, M., Bloemers, F. W., & Giannakopoulos, G. F. (2023). Prehospital
pelvic binder devices. Injury, 54(4), 1163–1168.
Impact of cervical spine immobilization on clinical outcomes in traumatic brain injury patients according to prehospital mean arterial pressure: A multinational and multicenter observational study
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36800598/
Jung, E., Ro, Y. S., Ryu, H. H., & Shin, S. D. (2023). Impact of cervical spine immobilization on clinical outcomes in traumatic brain injury patients according to prehospital mean arterial pressure: A multinational and multicenter observational study. Medicine, 102(7), e32849. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000032849
Intranasal versus Intramuscular/Intravenous Naloxone for Pre-hospital Opioid Overdose: A Systematic Review and Meta-analysis
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7163267/
Yousefifard, M., Vazirizadeh-Mahabadi, M. H., Neishaboori, A. M., Alavi, S. N. R., Amiri, M., Baratloo, A., & Saberian, P. (2019). Intranasal versus Intramuscular/ Intravenous Naloxone for Pre-hospital Opioid Overdose: A Systematic Review and Meta-analysis. Advanced journal of emergency medicine, 4(2), e27.
https://doi.org/10.22114/ajem.v0i0.279
66 Indice
Pre-hospital management of penetrating neck injuries: a scoping review of current evidence and guidance
https://sjtrem.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13049-021-00949-4?s=09#citeas
Simpson, C., Tucker, H. & Hudson, A. Pre-hospital management of penetrating neck injuries: a scoping review of current evidence and guidance. Scand J Trauma Resusc Emerg Med 29, 137 (2021). https://doi.org/10.1186/s13049-021-00949-4
67 Indice SUGESTÕES DE LEITURA
ANDRÉ ABÍLIO RODRIGUES Enfermeiro SIV/VMER
EDITOR
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
1. Objectivo e âmbito
A Revista LIFESAVING (LF) é um órgão de publicação pertencente ao Centro Hospitalar
Universitário do Algarve (CHUA) e dedica-se à promoção da ciência médica pré-hospitalar, através de uma edição trimestral.
A LF adopta a definição de liberdade editorial descrita pela World Association of Medical Editors, que entrega ao editorchefe completa autoridade sobre o conteúdo editorial da revista. O CHUA, enquanto proprietário intelectual da LF, não interfere no processo de avaliação, selecção, programação ou edição de qualquer manuscrito, atribuindo ao editor-chefe total independência editorial.
A LF rege-se pelas normas de edição biomédica elaboradas pela International Commitee of Medical Journal Editors e do Comittee on Publication Ethics
2. Informação Geral
A LF não considera material que já foi publicado ou que se encontra a aguardar publicação em outras revistas.
As opiniões expressas e a exatidão científica dos artigos são da responsabilidade dos
respectivos autores.
A LF reserva-se o direito de publicar ou não os artigos submetidos, sem necessidade de justificação adicional.
A LF reserva-se o direito de escolher o local de publicação na revista, de acordo com o interesse da mesma, sem necessidade de justificação adicional.
A LF é uma revista gratuita, de livre acesso, disponível em https://issuu.com/lifesaving Não pode ser comercializada, sejam edições impressas ou virtuais, na parte ou no todo, sem autorização prévia do editor-chefe.
3. Direitos Editoriais
Os artigos aceites para publicação ficarão propriedade intelectual da LF, que passa a detentora dos direitos, não podendo ser reproduzidos, em parte ou no todo, sem autorização do editor-chefe.
4. Critérios de Publicação
categorias em que se desdobra, de acordo com os seguintes critérios de publicação:
Nós Por Cá
- Âmbito: Dar a conhecer a realidade de actuação das várias equipas de acção pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Dimensão: 250 palavras.
Tertúlia VMERISTA
- Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante. Dimensão: 250 palavras.
Minuto VMER
- Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos. Dimensão: 1000 palavras
Fármaco Revisitado
- Âmbito: Revisão focada na aplicabilidade clínica de um fármaco usado em contexto de emergência pré-hospitalar;
4.1
Critérios
de publicação nas rúbricas
A LF convida a comunidade científica à publicação de artigos originais em qualquer das
- Estrutura: Título; Autoresmáximo 1(primeiro nome, último nome, título, afiliação); Introdução; Formas de Apresentação e Conservação; Posologia e Modo de Administração; Farmacocinética; Farmacodinâmica; Indicações
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CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO – Novembro de 2021
Terapêuticas; Contra-indicações; Efeitos Adversos e Interações medicamentosas; Take Home Messages; Referências
- Dimensão: até 1200 palavras (excluindo referências); até 10 referências
- Iconografia: deverá ser enviada uma imagem/fotografia associada ao tema da rubrica (em formato JPEG com resolução original)
Journal Club
- Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar.
Dimensão: 500 palavras
Nós e os Outros
- Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a actuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas.
Dimensão: 1000 palavras
Ética e Deontologia
- Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. Dimensão: 1000 palavras
Legislação
- Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. Dimensão: 500 palavras
O que fazer em caso de...
- Âmbito: Informação resumida mas de elevada qualidade para leigos em questões de emergência.
Dimensão: 500 palavras.
Mitos Urbanos
- Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. Dimensão: 1000 palavras.
Cuidar de Nós
- Âmbito: Diferentes temáticas, desde psicologia, emocional, metabólico, físico, laser, sempre a pensar no auto cuidado e bem estar do profissional. Dimensão: 500 palavras.
Pedacinho de Nós
- Âmbito: Dar a conhecer os profissionais das equipas de emergência pré-hospitalar.
Dimensão: 400 palavras.
Tesourinhos VMERISTAS
- Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da nossa experiência enquanto VMERistas. Dimensão: 250 palavras
Congressos Nacionais e Internacionais
- Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica. Di-mensão: 250 palavras.
Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar
- Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica pré-hospitalar
-Dimensão: 250 palavras
Cartas ao Editor
- Objetivo: comentário/exposição referente a um artigo publicado nas últimas 4 edições da revista promovendo a discussão e visão
crítica. Poderão ainda ser enviados observações, casuísticas particularmente interessantes de temáticas atuais que os autores desejem apresentar aos leitores de forma concisa.
- Instruções para os autores:
1. O corpo do artigo não deve ser subdividido; sem necessidade de resumo ou palavras-chave.
2. Deve contemplar entre 500 a 1000 palavras, excluindo referências, tabelas e figuras.
3. Apenas será aceite 1 figura e/ou 1 tabela.
4. Não serão aceites mais de 5 referências bibliográficas. Devendo cumprir as normas instituídas para revista.
5. Número máximo de autores são 4.
Instantâneos em Emergência Médica
- Âmbito: Fotografias em contexto pré-hospitalar, contextualizadas nas diversas áreas da Emergência.
- Formato: Título; Autores –(primeiro nome, último nome, título, categoria profissionalopcional); imagem em formato JPEG com resolução original); Legenda explicativa com breve enquadramento ou breve comentário acerca do sentido da imagem para o Autor. – máx. 100 palavras.
É de a responsabilidade dos autores respeitar a POLITICA DE PRIVACIDADE, De acordo com o art. º13.º do Regulamento Europeu de Proteção de Dados Pessoais Reg. UE 201/679. Os Autores são responsáveis por
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respeitar e obter o consentimento de imagem, quando necessário ( n.º 1 do artigo 79.º do C.C).
Posters em Emergência Médica - Âmbito: Apresentação sumária de Póster científico original, sobre a temática da Emergência pré e intra-hospitalar, e do doente crítico. Dimensão: 800 a 1000 palavras. Limite de tabelas e imagens: 6
Intoxicações no pré-hospitalar - Âmbito: Revisão geral sobre determinada substância (tóxico), consequências de sobredosagem ou contacto/ consumo inadvertido ou intencional e qual a abordagem em contexto de Emergência Médica Pré-hospitalar.
Formato: Título; Autores; palavra (s)-chave; 1 ou 2 imagens (podendo incluir gráficos e/ou tabelas devidamente legendados); 500 a 1000 palavras; Agradecimentos; Referências bibliográficas
4.2 Critérios gerais de publicação
O trabalho a publicar deverá ter no máximo 120 referências. Deverá ter no máximo 6 tabelas/ figuras devidamente legendadas e referenciadas.
O trabalho a publicar deve ser acompanhado de no máximo 10 palavras-chave representativas. No que concerne a tabelas/ figuras já publicadas é necessário a autorização de publicação por parte do detentor do copyright (autor ou editor). Os
ficheiros deverão ser submetidos em alta resolução, 800 dpi mínimo para gráficos e 300 dpi mínimo para fotografias em formato JPEG (.Jpg), PDF (.pdf). As tabelas/figuras devem ser numeradas na ordem em que ocorrem no texto e enumeradas em numeração árabe e identificação. No que concerne a trabalhos científicos que usem bases de dados de doentes de instituições é necessário fazer acompanhar o material a publicar do consentimento da comissão de ética da respectiva instituição. As submissões deverão ser encaminhadas para o e-mail: revistalifesaving@gmail.com
5. Referências
Os autores são responsáveis pelo rigor das suas referências bibliográficas e pela sua correta citação no texto. Deverão ser sempre citadas as fontes originais publicadas. A citação deve ser registada empregando a Norma de Vancouver
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CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
Estatuto Editorial
A Revista LIFESAVING é uma publicação científica e técnica, na área da emergência médica, difundida em formato digital, com periodicidade trimestral.
Trata-se de um projeto inovador empreendido pela Equipa de Médicos e Enfermeiros das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) de Faro e de Albufeira, pertencentes ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, e que resultou da intenção estratégica de complementar o Plano de formação contínua da Equipa. A designação “Lifesaving”, que identifica a publicação, é bem conhecida por todos os profissionais que trabalham na área da emergência médica, e literalmente traduz o desígnio da nobre missão que todos desempenham junto de quem precisa de socorro – “salvar vidas”.
Esta Publicação inovadora, compromete-se a abraçar um domínio editorial pouco explorado no nosso país, com conteúdos amplamente dirigidos a todos os profissionais que manifestam interesse na área da emergência médica. Através de um verdadeiro trabalho de Equipa dos vários Editores da LIFESAVING, e
aproveitando a sua larga experiência em Emergência Médica, foi estabelecido o compromisso de apresentar em cada número publicado, conteúdos e rubricas de elevada relevância cientifica e técnica no domínio da emergência médica. Por outro lado, este valioso instrumento de comunicação promoverá a partilha das ideias e conhecimentos, de forma completa, rigorosa e assertiva.
Proprietário: Centro Hospitalar Universitário do Algarve, E.P.E.
NIPC: 510 745 997
Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro
N.º de registo na ERC: 127037
Diretor: Dr. Bruno Santos
Editor-Chefe: Dr. Bruno Santos
Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro
Sede da redação: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro
Periodicidade: trimestral
TIPO DE CONTEÚDOS
Esta publicação periódica pretende ser uma compilação completa de uma seleção de matérias científicas e técnicas atualizadas, incluídas em grande diversidade de Rubricas, incluindo:
– “Nós Por Cá” – Âmbito: Dar a conhecer a realidade de atuação das várias equipas de ação pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Poderá incluir também a descrição sumária de atividades, práticas ou procedimentos desenvolvidos localmente, na área da emergência médica – Dimensão: 500 palavras;
– “Tertúlia VMERISTA” – Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante – Dimensão: 250 palavras;
– “Minuto VMER” – Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos, ou de aspetos práticos relacionados com Equipamentos utlizados no dia-à-dia.
Dimensão: 1000 palavras;
– “Fármaco Revisitado” – Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar, ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER.
– Dimensão: 500 palavras;
– “Journal Club” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar.
-Dimensão: 500 palavras;
– “Nós e os Outros” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a atuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. -Dimensão: 1000 palavras;
– “Ética e Deontologia” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. -Dimensão: 500 palavras;
– “Legislação” – Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica.
– Dimensão: 500 palavras;
– “O que fazer em caso de…” –Âmbito: Informação resumida, mas de elevada qualidade, para leitores não ligados à área da saúde, ou da emergência médica -Dimensão: 500 palavras;
– “Mitos Urbanos” – Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. -Dimensão:
1000 palavras;
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– “Cuidar de Nós” – Âmbito: Discussão de diferentes temáticas, de caráter psicológico, emocional, metabólico, físico, recreativo, centradas no autocuidado e bem estar do profissional da emergência.
-Dimensão: 500 palavras;
– “Pedacinho de Nós” – Âmbito: Dar a conhecer, em modo de entrevista, os profissionais da Equipa das VMER de Faro e Albufeira ou outros
Elementos colaboradores editoriais da LIFESAVING. – Dimensão: 500 palavras;
– “Vozes da Emergência” – Âmbito: Apresentar as Equipas Nacionais que desenvolvem trabalho na Emergência Médica, dando relevância a especificidade locais e revelando diferentes realidades. – Dimensão 500 palavras;
– “Emergência Global” – Âmbito: publicação de artigos de autores internacionais, que poderão ser artigos científicos originais, artigos de opinião, casos clínicos ou entrevistas, pretendendo-se divulgar experiências enriquecedoras, além fronteiras;
– “Tesourinhos VMERISTAS” –Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da experiência dos Profissionais da VMER. – Dimensão: 250 palavras;
– “Congressos Nacionais e Internacionais” – Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica – Dimensão: 250 palavras; palavras;
– “Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar” –Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica pré-hospitalar -Dimensão: 250 palavras
PREVISÃO DO NÚMERO DE PÁGINAS: 50;
TIRAGEM: – não aplicável para a publicação eletrónica, não impressa em papel.
ONDE PODERÁ SER CONSULTADA:
Pode ser consultada no site do CHUAlgarve, no setor “Comunicação”, no domínio http:// www.chualgarve.min-saude.pt/ lifesaving/, e adquirida gratuitamente por subscrição nesse mesmo site. Não dispomos ainda de um site oficial para organização dos nossos conteúdos, de modo que atualmente todas as Edições estão a ser arquivadas no Repositório Internacional ISSUU, onde poderão ser consultadas gratuitamente (https://issuu.com/lifesaving).
Marcamos presença ainda noutras plataformas de divulgação (Facebook, Instagram, Twiter e Youtube).
DIVULGAÇÃO DA LIFESAVING:
A LIFESAVING será difundida no site do Centro Hospitalar do Algarve (no setor média e imagem), e sua Intranet, com possibilidade da sua subscrição para receção trimestral via e-mail. Inserida on-line no repositório de publicações ISSUU, adquirindo um aspeto gráfico otimizado para tornar a leitura ainda mais agradável.
Será também difundida na página de Facebook da VMER de Faro, página própria com o nome LIFESAVING.
N.º 1 do art.º 17.º da Lei de Imprensa: Garanta de liberdade de imprensa:
1 - É garantida a liberdade de imprensa, nos termos da Constituição e da lei.
2 - A liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações.
3 - O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura
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ESTATUTO EDITORIAL