O SÍNDICO em revista

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homenagem

Joaquim Castilho falece aos 84 anos Com história de vida entrelaçada a condomínios, ele foi o grande incentivador de O Síndico No dia 28 de abril, o senhor Joaquim Augusto de Castilho faleceu, aos 84 anos, cerca de cinco anos após ser diagnosticado com uma doença contra a qual lutou bravamente. Nascido em Ubá, veio para Juiz de Fora ainda menino. Por aqui, formou sua família, ao lado de dona Aparecida, com quem teve duas filhas, Andrea e Ana Paula, somando seis netos. Há 50 anos, senhor Joaquim abriu sua empresa, a JA Castilho. “Naquela época, por meio da parceria com a Construtora Alber Ganimi, assumiu prédios no momento da entrega dos apartamentos aos novos moradores. Era ele o responsável pela criação da Convenção Coletiva e do Regimento Interno, pela administração dos condomínios e ainda atuava como síndico. Assim ocorreu em diversos edifícios da região central de Juiz de Fora”, conta a filha Andrea Castilho, durante conversa via Skype. Segundo ela, o pai começou no ramo quando as pessoas não tinham facilidade

Por ter conhecimento técnico, analisava tudo antes de ser publicado. Ele que permitiu o veículo acontecer de acesso à informação, mas ele buscava. Sinal disso são os diversos livros e apostilas, muitos já amarelados pela ação do tempo, em sua estante. “Ele era um livro vivo, que carregava muito conhecimento prático e teórico. Sabia responder a qualquer dúvida sobre condomínios.” Com o passar dos anos, conquistou a habilitação em corretagem de seguros, o que fez com que viajasse pelo Brasil, participando de congressos.

A dedicação do pai ao trabalho acabou servindo como diretriz para Andrea. “Há 15 anos, quando eu fazia uma pósgraduação, ele me cedeu um espaço no escritório para que eu pudesse atender aos clientes que tinha como jornalista freelancer. Ao voltar de uma viagem, me apresentou um jornal destinado a síndicos e sugeriu que eu criasse um informativo para Juiz de Fora. Acatei a sugestão e assim nasceu ‘O Síndico’, que, anos depois, se transformou na revista. Com o apoio dele, vieram ideias como o Dia do Síndico, cursos e outros eventos. Papai sempre me incentivou.” Além de estimular a criação do informativo, senhor Joaquim era consultor, lendo todas as matérias, corrigindo erros e sugerindo alterações. “Por ter conhecimento técnico, analisava tudo antes de ser publicado. Ele permitiu o veículo acontecer. Inclusive, para este ano, vamos reinventar nosso trabalho, o que foi incentivado por ele.” fotos divulgação

Sr. Joaquim Castilho em diferentes momentos: com a filha Andrea, no escritório da JA Castilho; em evento social, com as filhas Ana Paula e Andrea e a esposa, Aparecida; em 2018, recebendo Moção de Aplauso da Câmara de Juiz de Fora pelas mãos do vereador Zé Márcio Garotinho (PV)

Lição de força Tendo começado a trabalhar ainda muito jovem, partiu da estaca zero. Com a companheira Aparecida, foi casado por mais de 50 anos. “Ele era o nosso pilar, nossa lição de força para construir e estrutura psicológica para prosseguir”, lembra a filha. Ainda que, por vezes, mostrasse ter uma visão um pouco negativa do ramo condominial, seguia firme em sua rotina organizada e metódica, ao lado do irmão Vicente Augusto de Castilho e da auxiliar administrativa Olívia Marta de Souza. “Algumas vezes, ele se referia à profissão com certa negatividade, alegando muita 4 O SÍNDICO em revista

cobrança, competitividade e até deslealdade. Mas ele não cedia a isso porque preferia perder um condomínio a disputar mercado de modo desleal.” Senhor Joaquim tinha um estilo de trabalho bem peculiar, encarado por alguns como temperamento impaciente, o que pode ser explicado pela dificuldade de agradar a tantos em um condomínio. Segundo Andrea, o pai lutou muito contra a doença. “Ele gostava de viver e não tinha receio de tentar novos tratamentos. Aqui, destaco todo o amparo da minha irmã, Ana Paula, que atua na área da psi-

cologia voltada para a saúde. Ela foi nosso apoio em muitos momentos, inclusive sugerindo novas técnicas de tratamento.” Andrea destaca, ainda, os cuidados recebidos dos médicos que acompanharam seu pai ao longo desses anos, Milton Prudente, Leonardo Vieira, Rafael Gomide, Igor Cangussu e Leandro Lima. Após a morte do pai, foram inúmeras manifestações de carinho. “Quantas pessoas do meio condominial nos enviaram carinho! Isso me tocou de forma muito especial porque sei que ele se sentiria honrado.”


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