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figura 3: Modelo pré-moderno

Este texto traz reflexões sobre o tema drogas, vulnerabilidade e relacionamentos contemporâneos. Amparado numa reflexão que se fundamenta em aportes filosóficos, sociológicos, antropológicos e pedagógicos, os autores propõem que a instituição do significado das drogas tenha relação com a sustentação paradigmática construída social e historicamente. Ao mesmo tempo, propõem que a vulnerabilidade humana está indiretamente relacionada às relações afetivas engendradas entre os humanos na teia das convivências individuais e coletivas.

As instituições de significados e as drogas: algumas reflexões

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A instituição dos sentidos e os modelos paradigmáticos

Conforme explica Doll Jr.1, a sociedade ocidental pode ser subdivida em três grandes modelos paradigmáticos, a saber:

Tabela 1: Os modelos paradigmáticos

Pré-Moderno

Este paradigma teria ocorrência cronológica de V a I a.C. a I a XV d.C.

Moderno

Este paradigma teria ocorrência

cronológica de XVI a XIX d.C.

Adaptado de Doll JR., W. E (1997, p. 27).

Pós-Modernoo

Este paradigma teria ocorrência

cronológica de XX aos dias hodiernos.

Para cada modelo paradigmático, ainda segundo o teórico citado, a instituição de sentido ocorre fundamentada nas ideias que sustentam o dado modelo. Dessa maneira, é importante que sejam feitos breves comentários sobre cada um desses modelos nominados, com vistas ao melhor esclarecimento do leitor sobre o que ora é argumentado neste tópico.

Modelo Pré-moderno

Inicia-se pelo chamado modelo pré-moderno. O paradigma pré-moderno, segundo Doll Jr.1, tem sua emergência circunscrita geograficamente na Grécia e cronologicamente por volta do século I a.C. A principal característica desse paradigma é a tentativa de explicação e compreensão da realidade por meio da razão, visando a um estatuto social individual e coletivo fundamentado na harmonia e no equilíbrio.

A razão, segundo explica Will Durand2, foi usada pela filosofia grega como sendo uma faculdade humana capaz de solucionar problemas de compreensão e explicação da realidade. O chamado logos grego inaugura uma era no Ocidente, que entende a Matemática como a disciplina perfeita para materializar, em linguagem de números, aquilo que não se consegue alcançar nem com os sentimentos, nem com os pensamentos nem com as palavras.

A Matemática e sua suposta exatidão foram a base que concedeu ao logos grego sua condição de senhor das compreensões e explicações, evitando hermenêuticas místicas e míticas para o cotidiano das vidas humanas. Como bem explica Durand2, os gregos ten-

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