113 padronizado com formato e cores e decorações idênticas ao do seu par, mas, que a ideia inovadora era bem-vinda. Tal novidade a agradou. Para a porta-bandeira, iniciativas novas atraem a atenção e colocam o casal em evidência. A porta-bandeira narrou que a iniciativa dessa natureza pode não ser bem vista, pois o quesito, além de ser cobrado pela dança, é também julgado pelo que veste. Entretanto, ela gostaria de correr o risco, uma vez que sempre está aberta a inovações e, ainda mais, pelo fato de a mudança não ser agressiva e sim delicada. Ao aludir sobre o tamanho da cabeça, Polyana disse que o ideal é um adereço de cabeça médio e leve e que o tipo de amarração tenha colchetes de pressão pelo lado de fora e sem furos. Trata-se de um conforto que, para ela, não permite prender o cabelo nos recursos de encaixe do adereço na cabeça, que, por vezes, causam desconforto e dor, o que prejudica o seu bailado. O mestre-sala Rhodolpho Faria, antes mesmo que fosse perguntado sobre suas impressões acerca do adereço de cabeça unissex, ao ver o desenho, disse que era digno de uma peça para exposição. Rhodolpho observou, em sua narrativa, que pela sua vivência no universo das escolas de samba, o fato de igualar fantasias e adereçaria do casal seria impossível, em virtude da própria história envolver um casal nos desfiles carnavalescos. Para ele, sempre foi exigido o máximo de masculinidade do mestre-sala, uma vez que sua dança era associada ao estilo dos malandros que circulavam pela cidade carioca. Dessa maneira, para o entrevistado, o uso de uma indumentária ou cabeça unissex não dialoga com o que se entende sobre a simbologia desse personagem nos desfiles de carnaval. “No entanto, é como minha parceira disse, eu também gosto muito de novidades, isso traz atenção para a nossa apresentação. Eu entraria nessa, usaria no desfile numa boa, sem contar que é um desenho, será um adereço de cabeça lindo!”, exclama Rodolpho. Ele ainda reforçou que sua parceira prefere cabeça leve, de tamanho médio e fixação segura, a fim de que ocorra uma melhor desenvoltura no momento do bailado. A base de armação de arame, exposta em posições diferente nas figuras 81 (oitenta e um) e 82 (oitenta e dois), foram definidas em função do desenho elaborado e estruturado com base no enredo e após conversa com o casal. E assim, seguiu-se para o ferreiro. A estrutura foi idealizada, essencialmente, para receber os elementos utilizados