38 sua parceira amplia os limites do corpo, com hastes de fibra de carbono, pompons e fitas. Para finalizar o adereço do guardião da bandeira com maior verticalização, também, há a presença de plumas de avestruz e pompons que deram volume aos adereços de cabeças do casal. Ao observar os casais nos anos de 1940 e 1950, notamos que não existia um compromisso com os adereços de cabeças e trajes frente aos enredos proporcionados na época. As adereçarias das cabeças femininas se detinham a um belo penteado e, às vezes, com uma coroa e ou tiara, quanto ao mestre-sala, existia uma preocupação em adereçar a cabeça, embora não apresentasse uma relação com a temática abordada no enredo, todavia existia um tratamento dispensado as adereçagens das cabeças dos casais, isso é inegável. As porta-bandeiras Dodô e Irene, nesse período, não faziam uso de perucas, bem como o mestre-sala Adão par de Dodô, em,1953, que fez uso do chapéu, já o mestre-sala Delegado em 1957 veio de peruca acompanhada de chapéu como adorno de cabeça. Entre 1960 e 1970 as indumentárias e os adereços de cabeças do casal já apresentam contextualização com os enredos, o que mostra uma preocupação maior com o referido adereço desse casal no ambiente do desfile de carnaval. Nesse período há uma contextualização entre enredos, indumentárias e adereços de cabeças, o que antes era feito por pessoas próximas da comunidade da escola de samba, que de forma simples, sem compromisso com os enredos, retirados de referencias em imagens de fantasias de carnaval aleatórias, de acordo com o gosto e a expertise de quem modelava e costurava, e que passou a ser idealizado pelo Carnavalesco que tem suas origens que vem de antes das escolas de samba. O Carnavalesco14 dentro do quadro profissional da indústria do carnaval pode ser autodidata, técnico ou ter formação acadêmica em áreas como história, artes ou design, entre outras. Ele é quem idealiza, realiza e organiza o desfile de carnaval para uma escola de samba. Atua na escolha do enredo, nas pesquisas e nos textos, na investigação imagética, geração de desenhos de figurinos e projetos cenográficos para as alegorias e
14 Utilizo aqui o substantivo Carnavalesco em maiúsculo com a intenção de focar no indivíduo que é o responsável artístico pela produção do enredo e do desfile de uma escola de samba, para que não haja conflito com as outras definições da palavra. Esse profissional “ultrapassa os limites das escolas de samba” de acordo com Guimarães (1992, p. 76). Ele pode ser autodidata, técnico ou acadêmico, com formações em áreas como história, artes ou design.