MAXILLARIS PORTUGAL MARÇO 2020

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março 2020 no 107 P

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Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

Crónica

Falamos com...

Relatos

Carlos Lopes, presidente da comissão organizadora do XX Congresso Anual da APHO

Zona Jovem

Miguel Pavão é candidato a bastonário da OMD.

Sofia Madeira Reis, presidente da comissão organizadora das XXXI Jornadas de Medicina Dentária da FMDUP Carolina Lino, médica dentista e voluntária da Mundo A Sorrir

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março 2020 no 107 P

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destaques

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

CRÓNICA

FALAMOS COM

Carlos Lopes, presidente da comissão organizadora do XX Congresso da APHO.

Coimbra acolhe em maio cimeira sobre DAT e DOF.

A

Miguel Pavão é candidato a bastonário da OMD. Relatos

OBJETIVA CLÍNICA

Bruno Seabra indica a diferença entre os principais sensores existentes nas câmaras fotográficas.

ZONA JOVEM

Sofia Madeira Reis, presidente da Comissão Organizadora das XXXI Jornadas de Medicina Dentária da FMDUP.

Carolina Lino, médica dentista e voluntária da Mundo A Sorrir.

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MARÇO 2020


sumário

❏ Quiz de medicina oral

❏ Crónica

❏ Objetiva clínica

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Coimbra acolhe em maio cimeira sobre DAT e DOF. Miguel Pavão é candidato a bastonário da OMD.

54

Carlos Lopes, presidente da comissão organizadora do XX Congresso da APHO: “O programa deste ano abrange muitos temas de real interesse para a intervenção dos higienistas orais”.

26

58

Luísa Maló, presidente da comissão organizadora da XXIX Reunião Anual de Medicina Dentária e Estomatologia de Coimbra.

40

Carolina Lino, médica dentista e voluntária da Mundo A Sorrir.

❏ Calendário

Ana Catarina Fernandes, presidente das XIX Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa.

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❏ Ciência e prática

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Sofia Madeira Reis, presidente da comissão organizadora das XXXI Jornadas de Medicina Dentária da FMDUP: “Pretendemos assegurar umas jornadas eco-friendly”.

❏ Relatos

❏ Ponto de vista

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Bruno Seabra indica a diferença entre os principais sensores existentes nas câmaras fotográficas.

❏ Zona jovem

❏ Falamos com...

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Demonstre os seus conhecimentos no teste elaborado para a Maxillaris por Germán Esparza Gómez.

Agenda de cursos para os profissionais e calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais.

Nuno Menezes Gonçalves: “Implante unitário pós-extracional em zona estética com provisionalização fixa imediata: a propósito de um caso clínico”.

❏ Novidades

Caleb Shitsuka: “Técnica da muralha de silicone para reabilitação estética anterior no paciente infantil”.

❏ Indústria

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Produtos e equipamentos. Notícias do foro empresarial.

A Maxillaris é uma marca registada a nível europeu pelo Departamento de Harmonização do Mercado Interior Europeu de Marcas e Desenhos com o Nº 003098449. Proprietário: Grupo Asís Biomedia. Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

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Editorial

No dia em que encerrávamos esta edição da MAXILLARIS, a organização da Expodental, a maior feira ibérica do setor dentário — e uma das mais concorridas à escala europeia —, que se realiza de dois em dois anos em Madrid, anunciava o súbito adiamento do certame espanhol, que tinha realização prevista para os dias 12 a 14 deste mês. Centenas de representantes da indústria dentária regional e internacional viram-se, assim, obrigados a reformular, de um momento para o outro, o seu calendário empresarial, com todas as implicações e transtornos que tal significa, e dezenas de milhares de profissionais dos quatro cantos do mundo ficaram privados de visitar, pelo menos para já, este importante salão internacional de equipamentos, produtos e serviços dentários, e consequentemente impedidos de conhecer as últimas novidades e inovações do setor. Não foi a primeira “baixa” em matéria de eventos de grande porte provocada pelo COVID-19, mas veio confirmar que a epidemia (com largo potencial para, a quaquer momento, converter-se em pandemia) que o mundo enfrenta desde o final do ano passado começa a ter sérias consequências no normal funcionamento da “máquina” da globalização. Quando a Expodental foi oficialmente suspendida no início deste mês e remetida pela respetiva organização para o próximo Verão (dias 2 a 4 de julho) — partindo do princípio que a conjuntura nessa altura já não oferecerá risco para a saúde pública —, eram já cerca de 100.000 os casos confirmados e mais de 3.000 os óbitos registados em todo o mundo. Em Portugal constatavam-se os primeiros casos de infeção e a Direção-Geral de Saúde (DGS) desdobrava-se em comunicados e recomendações à população para evitar a propagação do coronavírus. De resto, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) recomenda vivamente a orientação da DGS destinada a profissionais de saúde e aconselha os médicos dentistas a consultarem e acompanharem de perto os últimos desenvolvimentos sobre o COVID-19. Ou não fossem os procedimentos de prevenção, controlo e vigilância em empresas (neste contexto, leia-se consultórios, laboratórios e instalações da indústria dentária) fundamentais para atenuar o flagelo global, de consequências ainda imprevisíveis, que teve origem na província chinesa de Wuhan há escassos três meses e, desde então, já se alastrou aos quatro cantos do planeta. Resta-nos esperar que a “visita” do vírus seja curta e que, tão breve quanto possível, a atividade do setor dentário (e a vida quotidiana em geral) regressem à normalidade.

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Vírus global



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índice

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Eckermann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 EMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 GMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Henry Schein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Orisline . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Roland DG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Sinusmax . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 SPODF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Systhex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 VITA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

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crónica Coimbra acolhe em maio cimeira sobre DTM e DOF A Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPODF) surgiu em 2014 pela mão de, essencialmente, médicos dentistas, médicos de cirurgia maxilofacial, fisioterapeutas, terapeutas da fala e psicólogos. Estes profissionais, movidos pela necessidade de partilha de conhecimento científico, de um melhor entendimento e coordenação das diferentes áreas de atuação em prol do doente e do enorme gosto pela temática têm vindo a desenvolver, ano após ano, inúmeros eventos e a “contagiar” um número crescente de profissionais de saúde das mais variadas áreas. Hoje, a SPODF conta já com centenas de sócios, entre médicos dentistas, médicos de cirurgia maxilofacial, fisioterapeutas, terapeutas da fala, psicólogos, estomatologistas, médicos de família, neurologistas, anestesistas, reumatologistas, fisiatras e enfermeiros. São profissionais vindos do setor público ou privado, agregados ou não à docência ou investigação. Ao longo destes anos a SPDOF já realizou três congressos (Coimbra 2015, Lisboa 2016, Santo Tirso, 2018), várias formações contínuas (Coimbra, Lisboa e Porto, 2019) e meeting days (Porto e Faro, 2017). Os seus eventos são já uma referência nacional e internacional e têm contado sempre com uma forte adesão. Este ano realiza-se o IV Congresso SPDOF, de novo em Coimbra, durante os dias 14 a 16 de maio, na Fundação Bissaya Barreto, subor-

dinado ao tema “As guidelines em DTM e DOF”. O congresso conta com um programa científico de excelência, com oradores de renome nacional e internacional. Programa multifacetado O dia 14 de maio será dedicado aos workshops. Gilles Lavigne e Cibele Dal Fabbro com “Tratamentos da SAOS e roncopatia com aparelhos orais”; Rafael Martín-Granizo com “Artroscopia da ATM”; Eduardo Januzzi e Luciano Ferreira com “Viscossuplementação do compartimento da ATM guiada por US”; Sónia Gregório com “Mindfulness e dor: conhecer os benefícios e compreender a prática de mindfulness no alívio da dor e sofrimento”; Juan Mesa com “Novas vias de abordagem ecoguiadas com técnicas invasivas da musculatura craniocervical no tratamento da dor orofacial”; Ricardo Dias e Pedro Cebola com ”Goteiras na era digital: convencional vs CAD-CAM”, e Sílvia Hitos com “Avaliar e tratar a mastigação: como fazer?”. Nos dias 15 e 16 de maio estarão presentes alguns palestrantes já citados. São exemplos: Gilles Lavigne, professor da Universidade de Montréal (Canadá), médico dentista doutorado, referência mundial em DTM e sono; Rafael Martín-Granizo (Espanha), médico cirurgião maxilo-facial doutorado, já presidiu à Sociedade Espanhola de Cirur-

Subordinado ao tema “As guidelines em DTM e DOF”, o encontro vai decorrer na Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra.

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Crónica

gia Oral e Maxilofacial, e irá abordar o tema da artroscopia; Cibele Dal Fabbro, médica dentista doutorada, presidente da Sociedade Brasileira de Odontologia do Sono, tem dedicado a sua vida profissional à Medicina e Odontologia do Sono e também à Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial, e Eduardo Januzzi (Brasil), médico dentista referência em DTM. Teremos ainda outros oradores não menos importantes, como Joanna Zakrzewska (Reino Unido), uma referência em dor facial e nevralgia do trigémio, Sérgio Neto, fisioterapeuta; Filipe Palavra, neurologista; Pedro Trancoso, médico dentista; José António Pereira da Silva, reumatologista; Teresa Sobral Costa, médica dentista, David Sanz e Lourdes Maniegas Lozano, cirurgia maxilo-facial (Espanha); Sónia Gregório e Paula Castilhos Freitas, psicologia. Na tarde de dia 16 haverá uma sessão dedicada à sumarização das guidelines abordadas ao longo de todo o congresso.

No final de cada palestra é dado tempo de discussão e partilha. Há um cuidado extremo na seleção dos temas, das mesas, dos palestrantes e moderadores, mas também dos workshops prévios ao congresso que são sempre um sucesso. Estes workshops decorrerão no dia 14 de maio e abordarão temas como o bruxismo e apneia, artroscopia, mindfulness e goteiras oclusais.

À semelhança de anos anteriores, e como sociedade multidisciplinar, a SPODF conta receber membros de várias classes profissionais que têm como objetivo comum o tratamento dos doentes com disfunção e dor orofacial.

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Crónica

Conselho Geral da OMD aprova três regulamentos dos colégios de especialidade A reunião do Conselho Geral da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) do passado dia 8 de fevereiro marcou a conclusão dos trabalhos sobre três documentos de elevada importância para a Medicina Dentária e para os médicos dentistas. Nesta reunião, após ter recebido as propostas da parte do executivo e da auscultação pública à classe, o Conselho Geral realizou a adequada reflexão e debate em torno dos três regulamentos dos colégios de cirurgia oral, odontopediatria e periodontologia, tendo os mesmos sido aprovados. Durante a discussão dos mesmos, o Conselho Geral congratulou-se pelo interesse demonstrado e pela participação efetiva da classe, refletida nos contributos sugeridos, dedicando o Conselho a devida análise e reflexão aprofundadas. Durante os trabalhos foram tidos em conta os normativos europeus da formação de médico dentista especialista, incluindo o sistema de reconhecimento automático a vigorar em Portugal nas especialidades que são conhecidas. Houve também a preocupação de harmonização com o regime geral de atribuição de títulos de especialista pela OMD e sobre os aspetos que verificou serem transversais aos três documentos.

radiodiagnóstico, não pode deixar de merecer um olhar atento do Conselho Geral. Cooperação institucional Os conselheiros manifestaram os seus diversos pontos de vista, preocupações e perspetivas sobre a matéria solicitando que, tanto quanto possível, se estabeleçam formatos de cooperação institucional que permitam, no essencial, adequar a atuação da nova entidade que agregou esta competência reguladora, antes detida pela Direção-Geral da Saúde, à realidade mas sobretudo à especificidade dos equipamentos de radiologia que são utilizados pela profissão. Lembraram que este novo regime pode ter um impacto na atividade do estabelecimento prestador de cuidados de Medicina Dentária, na atividade de cada médico dentista e, por conseguinte, nos doentes. O presidente do Conselho Geral, Paulo Ribeiro de Melo, realçou que a agenda do presente ano se inicia com “resultados muito importantes para os médicos dentistas e para a população, consubstanciando o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito das especialidades” e sobre o qual espera ainda “dar continuidade com projetos que brevemente serão merecedores da atenção deste Conselho”.

Após a aprovação, os documentos serão agora enviados para publicação no Diário da República. A reunião deu também lugar ao debate de ideias sobre a Lei, recentemente transposta da Diretiva Europeia Euratom, que regula o regime da proteção radiológica, e que passou a estar sob a supervisão da nova autoridade competente e responsável pela matéria, a Agência Portuguesa do Ambiente, designada por APA. Este regime, não sendo privativo nem exclusivo da Medicina Dentária, pelo contrário, sendo geral e transversal a todas as atividades de radiação ionizante, em particular de

Os conselheiros manifestaram os seus pontos de vistas sobre diversos temas.

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Crónica

Miguel Pavão anuncia candidatura ao cargo de bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas O médico dentista Miguel Pavão, fundador e antigo presidente da organização não governamental Mundo A Sorrir, é candidato às eleições para os órgãos da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) que se celebram no próximo dia 6 de junho. Miguel Pavão concorre ao cargo de bastonário com quatro objetivos em mente: defender a classe profissional, defender melhores políticas de saúde oral, valorizar a profissão pelo ensino e formação, e reestruturar a OMD. Numa breve declaração a esta revista, o médico dentista observou que “candidato-me não porque é o melhor momento, ou por ser fácil, mas porque a nossa classe profissional não pode esperar mais e precisa de uma alternativa credível e uma proposta de valor”. Miguel Pavão tem 40 anos, nasceu no Porto, e diz que escolheu ser médico dentista porque desde a sua juventude sempre teve da medicina “uma visão humanista e humanitária, transversal a outras vertentes da sociedade”. Mal terminou o curso de Medicina Dentária fundou a organização não governamental Mundo A Sorrir, com centenas de projetos nacionais e internacionais, com especial ênfase nos países africanos de língua portuguesa, onde muito falta fazer não só em termos de saúde oral, mas também no que respeita às boas práticas médicas na prevenção e acesso nos cuidados de saúde. Além do seu percurso académico, Miguel Pavão sublinha que “sempre fui um cidadão de causas e apostado na cidadania ativa. Sou por natureza uma pessoa irrequieta, inconformista e atento ao mundo em constante mudança e transformação social, tecnológica, cultural, civilizacional”. Dez desafios Entre os 10 desafios que propõe no ámbito da sua candidatura à liderança da OMD, incluem-se a adequação e cumprimento dos numerus clausus das instituições de ensino, exercer pressão junto do Governo e da Assembleia da República para ser criada uma verdadeira Carreira Especial de Medicina Dentária nos cuidados de saúde primários e hospitais, bem como, a revisão do atual sistema de contratação de médicos dentistas, por parte dos serviços públicos e a definição da Unidade de Saúde Oral. Propõe também a reformulação do programa cheque-dentista, exigindo que sejam integrados médicos dentis-

O médico dentista Miguel Pavão, fundador e antigo presidente da Mundo A Sorrir, anuncia a sua candidatura ao cargo de bastonário da OMD.

tas nas equipas de planeamento, gestão e auditoria, bem como a criação de uma comissão de acompanhamento aos médicos dentistas e gabinete de crise e monitorização de saúde oral. Na lista de desafios da candidatura de Miguel Pavão figuram outros objetivos, tais como estruturar e dinamizar os colégios de especialidade e desenvolver as competências setoriais criando centros de idoneidade para as especialidades e estas valencias, a criação de um curso pós-graduado na área da gestão, liderança e empreendedorismo, a criação do fundo de apoio à formação e investigação em saúde oral pela OMD e o lançamento de um programa de apoio social aos médicos dentistas em caso de incapacidade laboral por doença ou acidentes. Sugere ainda a operacionalização de novos serviços na OMD: “Via Verde Bastonário”, registo processual em todos os serviços da Ordem e definição de tempos adequados de resposta, reforçando os serviços da OMD.

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Crónica

Mundo A Sorrir angaria fundos para clínica social na Guiné-Bissau No dia 14 deste mês, pelas 19 horas, a Mundo A Sorrir organiza, na Casa do Alentejo em Lisboa, um jantar de angariação de fundos a reverter para a Clínica Médica e Médico Dentária Social sob a tutela desta organização não governamental, situada na cidade de Bissau (Guiné-Bissau). A iniciativa contará com a participação da artista Inês Homem de Melo. A infraestrutura surgiu no seguimento de 15 anos de trabalho da Mundo A Sorrir naquele país africano de língua oficial portuguesa, e pretende de forma estruturada – e em parceria com os setores social, privado e público – dar apoio à população, potenciando o aumento do acesso a cuidados de saúde.

Mundo A Sorrir organiza jantar de angariação de fundos a reverter para clínica social na Guiné-Bissau.

A referida clínica encontra-se integrada no projeto “Saúde a Sorrir” na Guiné-Bissau, desenvolvido pela Mundo a Sorrir desde 2005, com o objetivo de promover a saúde, bem-estar e qualidade de vida da população desfavorecida do país, através da assistência médica, prevenção, capacitação e investigação. O projeto beneficiou 61.124 pessoas na Guiné-Bissau, realizou 10.911 tratamentos médico-dentários, ofereceu 30.027 escovas e pastas e promoveu 763 a ções de capacitação. A iniciativa solidária irá decorrer na emblemática Casa do Alentejo, em Lisboa. Os interessados poderão confirmar a sua presença através do e-mail eventos@mundoasorrir.org.

OMD lança área no site sobre as suas competências e limitações legais No desenvolvimento da sua atividade institucional, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) tem vindo a divulgar as atividades que desenvolve na observância da lei, mas também e, igualmente importante, as funções que expressamente estão proibidas à OMD e a todas as ordens. A nova área do site agrega e atualiza documentos já disseminados, incidindo sobre informação que é do domínio público e que todos, médicos dentistas e público em geral,

têm o dever de conhecer. Será uma área aberta e dinâmica atendendo às especificidades de novas questões que se venham a colocar no dia a dia dos médicos dentistas. Entre os tópicos abrangidos estão questões como o acesso às faculdades, a emissão do título profissional, a criação das especialidades de Medicina Dentária, a produção de nova legislação, a fixação de preços, a regulação da publicidade, a adesão a seguros e planos de saúde.

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A nova área do site da OMD pode ser consultada em: https://www.omd.pt/info/perguntas/.



Crónica

Médica dentista portuguesa integra Scientific Board da Academia Europeia de Medicina do Sono A Academia Europeia de Medicina do Sono (EADSM, na sigla em inglês) foi recentemente a votos. Pela primeira vez na história desta prestigiada academia europeia e da Medicina Dentária em Portugal, foi eleita a integrar o Scientific Board Member uma médica dentista portuguesa, Susana Falardo Ramos. A EADSM, fundada em 2008, é uma organização internacional não lucrativa que oferece uma plataforma científica a médicos dentistas, médicos e técnicos com interesse em Medicina Dentária do Sono. Tem como principal objetivo facultar um fórum académico e educacional em Medicina Dentária do Sono e é constituída por um comité científico acreditado, para reconhecimento de competências. Durante o último trimestre de 2019, decorreram as eleições para o Scientific Board Member e, pela primeira vez na história da Academia e da Medicina Dentária em Portugal, foi eleita uma médica dentista portuguesa. Trata-se de Susana Falardo Ramos, com doutoramento europeu “Cum Laude” pela Faculdade de Odontologia da Universidade Complutense de Madrid (Espanha). Tem dedicado os últimos cinco anos da sua vida ao estudo e conhecimento da Medicina do Sono e Medicina Dentária do Sono. É Mestre em Terapia Miofuncional e Orofacial pelo ISEP (Madrid), pós-graduada em Cronobiologia e Medicina do Sono pela Escola Superior de Saúde do Vale do Ave e, muito recentemente, concluiu o Master em Medicina Dentária do Sono pela Academia Americana de Medicina Dentária do Sono em Chicago (Estados Unidos), sendo Acreditada em Medicina Dentária do Sono por ambas as academias, norte-americana e europeia.

passado. Foram eleitos: Niki Neztler (Áustria) como presidente; Francesca Milano (Itália) como vice-presidente; Susana Falardo Ramos (Portugal) como secretária; Ulrik Leiland Opsahl (Noruega) como tesoureiro; Javier Villa- Martin (Espanha) como diretor de formação e acreditação; e Marc Braem (Bélgica) como presidente honorário.

Susana Falardo Ramos vai integrar o Grupo Científico de Investigação, responsável pela elaboração das guidelines europeias para a Medicina Dentária do Sono.

Susana Falardo Ramos vai integrar o Grupo Científico de Investigação, responsável pela elaboração das guidelines europeias para a Medicina Dentária do Sono. A tomada de posse dos corpos sociais da EADSM teve lugar em Bolonha (Itália), a 18 de janeiro

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Falamos com...

Carlos Lopes Presidente da Comissão Organizadora do XX Congresso da Associação Portuguesa de Higienistas Orais

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O programa deste ano abrange muitos temas de real interesse para a intervenção dos higienistas orais”

A Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) celebra o seu vigésimo congresso nacional nos dias 17 e 18 do próximo mês de abril. Lisboa volta a ser a cidade anfitriã do encontro anual dos higienistas orais, que vão ter a oportunidade de aprofundar temas transversais e atuais com particular interesse para a classe, como a implantologia, a abordagem a pacientes medicamente comprometidos ou a sustentabilidade e biodegradabilidade na Medicina Dentária. O higienista oral Carlos Lopes, que lidera a comissão organizadora do congresso deste ano, antecipa uma oferta mais diversificada dos parceiros comerciais para proporcionar aos congressistas uma maior exposição das novidades existentes no mercado.

Quais são as principais linhas de orientação do congresso de 2020? Neste congresso procurámos ir de encontro à vontade dos nossos associados com temas transversais de interesse para a prática dos higienistas. Este ano, o congresso da APHO celebra a sua vigésima edição e, por isso, vamos procurar ilustrar o que foi a história dos congressos ao longo deste percurso e a evolução que fomos sofrendo. Também procurámos diversificar a oferta dos parceiros comerciais para oferecer aos congressistas uma maior exposição das novidades existentes no mercado.

Que temáticas vão estar em destaque no âmbito do programa científico? O programa deste ano abrange muitos temas de real interesse para a intervenção dos higienistas orais, como a implantologia, passando pela interação entre a saúde oral e a saúde geral e a abordagem a pacientes medicamente comprometidos. Também abordaremos temas muito atuais relacionados com as novas formas de tabaco e a sua influência na saúde oral, e a sustentabilidade e biodegradabilidade na Medicina Dentária.

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Falamos com...

Este ano, o congresso da APHO celebra a sua vigésima edição e, por isso, vamos procurar ilustrar o que foi a história dos congressos ao longo deste percurso e a evolução que fomos sofrendo Estão previstas novidades no formato do congresso (formativo, social, lúdico, etc.)? O congresso segue o formato dos anos anteriores. Teremos um programa científico variado e atual, bastante apelativo para uma atualização dos conhecimentos dos congressistas. Durante os intervalos haverá a exposição comercial e o contacto com as marcas que nos apoiam, e para fins de networking entre colegas. Teremos o momento alto da sessão de abertura, onde estarão várias individualidades parceiras e o momento lúdico habitual. O jantar do congresso será outro momento de convívio entre oradores, patrocinadores, comissão organizadora e colegas. Quem são os oradores (já confirmados) desta edição? Temos oradores de várias áreas científicas. Confirmados até à data, na área da implantologia temos o Professor Sérgio Matos, que nos falará sobre as questões não respondidas na área da implantologia, com particular relevância para os higienistas orais, o Dr. Pedro Otão, que abordará os protocolos de manutenção de implantes e o Doutor Miguel Nobre que explorará os fatores de risco para a periimplantite, apresentando os resultados dos seus trabalhos de doutoramento. Teremos também um bloco dirigido à mudança comportamental e os soft skills, abordados pelo Professor Mário Rui Araújo e a Doutora Cassiana Tavares, respetivamente.

O professor Paulo Mascarenhas falará sobre a ecologia do biofilme e o respetivo papel na manutenção da saúde oral. O Professor Manuel Matos abordará a área da sustentabilidade e biodegradabilidade na Medicina Dentária. Ainda sem oradores confirmados temos dois temas relacionados com a área médica e a sua relação com a saúde oral e as estratégias minimamente invasivas no tratamento e controlo da cárie dentária. Quais são as previsões da organização quanto ao número de participantes? Desde 2015 que organizamos o nosso congresso nacional de uma forma autónoma, e todos os anos temos tido um aumento do número de participantes. Como tal, este ano prevemos uma continuação desse crescimento no número de congressistas.

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Falamos com...

A classe dos higienistas orais reúne-se, no próximo mês de abril, no auditório do hotel lisboeta que vai acolher a vigésima edição da cimeira da APHO.

Antecipa-se um reforço da adesão de casas comerciais ao congresso deste ano? Todos os anos sentimos uma aproximação mais forte e coesa dos representantes da indústria em relação à APHO, sendo que essa aproximação é visível no aumento de casas comer-

Todos os anos sentimos uma aproximação mais forte e coesa dos representantes da indústria em relação à APHO, sendo que essa aproximação é visível no aumento de casas comerciais presentes nos nossos congressos nacionais, assim como em todos os eventos que organizamos

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ciais presentes nos nossos congressos nacionais, assim como em todos os eventos que organizamos. Apesar de ter o seu próprio encontro anual, a APHO tem optado por marcar uma presença ativa no congresso da SPEMD. Esta parceria vai ser mantida em 2020? A parceria será mantida este ano, mas ainda não sabemos em que moldes. À margem do congresso e da reunião anual, que iniciativas vão marcar a agenda da APHO ao longo do ano? Iremos ter um ciclo de formação contínua, organizado em conjunto com uma marca comercial, sobre temáticas como a “Remineralização de lesões de cárie, casos clínicos: a abordagem do higienista oral” ou a “Classificação de doenças periodontais com casos clínicos”. Organizamos ainda uma Jornada Ibérica de Higiene Oral, em conjunto com a Associação de Higienistas Bucodentais de Castilha e Léon e a nossa congénere espanhola (HIDES), que decorre este mês em Salamanca, ambas em Espanha. Atualmente, na sua opinião, quais são os principais desafios que os higienistas orais enfrentam? São vários os desafios que a profissão enfrenta atualmente. Julgamos que os maiores serão a manutenção da qualidade dos tratamentos prestados com as pressões de tempo e eficiência na prática privada, e na comunidade uma maior penetração nos serviços públicos e uma maior afirmação da profissão a esse nível.


ponto de vista XXIX RAMDEC reúne oradores de excelência provenientes de diferentes valências das ciências médico-dentárias

Luísa Maló

Presidente da Comissão Organizadora da XXIX Reunião Anual de Medicina Dentária e Estomatologia de Coimbra.

Caros colegas, convidamo-los a participar na XXIX Reunião Anual de Medicina Dentária e Estomatologia de Coimbra (RAMDEC), que irá decorrer nos dias 20 e 21 deste mês no Auditório Laginha Serafim, situado no Pólo II da Universidade de Coimbra. Neste tempo de rápidos avanços científicos e tecnológicos, é um desafio congregar numa reunião universitária uma plêiade notável de conferencistas de renome nacional e internacional. A XXIX RAMDEC, mantendo a notável tradição das reuniões anuais promovidas pela Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tem confirmada a presença de mais de uma dezena de oradores de excelência provenientes de diferentes valências das ciências médico-dentárias que connosco vêm partilhar os mais recentes desenvolvimentos na área da saúde oral. Serão abordados os mais recentes desenvolvimentos em áreas tão diversas como a implantologia, endodontia, cirurgia oral, periodonto-

logia, ortodontia, dentisteria operatória, reabilitação oclusal e investigação. Contamos nos dias 18 e 19 deste mês com os habituais cursos pré-reunião que apostam numa formação contínua vocacionada tanto para os alunos dos anos clínicos do mestrado integrado, como para os das pós-graduações e internos de Estomatologia. Os temas abordados serão também do interesse de médicos dentistas e estomatologistas. A RAMDEC contará também com uma expodentária que muito terá para explorar e que será indubitavelmente do interesse de todos aqueles que se deslocarem a Coimbra. Os visitantes terão ainda um programa social preenchido com visitas à nossa cidade, e à sua secular Universidade. Esperamos que a vossa presença nesta cidade cheia de tradição, vos proporcione uma agradável experiência, que certamente deixará saudades.

Neste tempo de rápidos avanços científicos e tecnológicos, é um desafio congregar numa reunião universitária uma plêiade notável de conferencistas de renome nacional e internacional

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ponto de vista XIX Jornadas da UFP: que seja um momento enriquecedor e de aprendizagem

Ana Catarina Fernandes Presidente das XIX Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa.

A XIX edição das Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoas (UFP), vão decorrer nos dias 25 e 26 deste mês, no Polo da sede da nossa instituição de ensino. Neste evento prevê-se uma afluência de 300 a 350 alunos, mas também médicos dentistas e outros profissionais da área, sendo que este é sempre organizado por alunos do Mestrado Integrado de Medicina Dentária da UFP, apoiado por uma comissão científica composta por varios docentes. As jornadas deste ano têm como principal foco apresentar aos alunos a resolução prática de abordagens terapêuticas e considerações clínicas de inúmeras áreas, para que os nossos participantes possam estar convenientemente preparados para imprevistos (e a sua resolução) recorrentes na prática clínica.

As jornadas deste ano têm como principal foco apresentar aos alunos a resolução prática de abordagens terapêuticas e considerações clínicas de inúmeras áreas

Pretendemos também fornecer aos nossos congressistas um aumento do conhecimento de diferentes temas e atuais em diversas áreas. Que seja um momento enriquecedor e de aprendizagem. Estarão presentes palestrantes nacionais e internacionais de renome, que nos darão o privilégio não só de participar nestas XIX Jornadas, como também conceber e desenvolver os três cursos hands-on que estão programados (fotografia, dentisteria e endodontia). As nossas palestras têm como principais áreas: endodontia, dentisteria, odontopediatria, periodontia, ortodontia, empreendedorismo, cirurgia e por fim, mas não menos importante, reabilitação oral. Serão feitas apresentações de comunicações orais e pósteres por alunos e ex-alunos da nossa Universidade, que serão submetidos a uma avaliação. Dá-se assim oportunidade aos alunos interessados de terem um papel ativo nas jornadas e mostrarem um pouco do seu trabalho desenvolvido ao longo do ano. As nossas jornadas contarão com uma zona comercial onde as diferentes marcas terão em exposição inúmeros produtos para que os nossos visitantes possam adquirir ou entrar em contacto com as mais recentes novidades. É uma honra e um privilégio poder contar com a vossa presença na UFP, nos dias 25 e 26 deste mês, a qual agradecemos antecipadamente.

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Implante unitário pós-extracional em zona estética com provisionalização fixa imediata: a propósito de um caso clínico

Nuno Menezes Gonçalves Médico dentista. Mestrado Integrado em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Diploma Universitário em Periodontologia pela Universidade Complutense de Madrid (Espanha). Formação Avançada em Implantologia pelo Instituto Sorriso Natural (Porto). Autor de várias publicações científicas. Participação em vários cursos de formação e congressos na área da Cirurgia e Reabilitação Oral. Membro da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes e da Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração. Prática clínica privada dirigida para a implantologia, reabilitação oral e cirurgia periodontal.

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Ciência e prática

Introdução O tempo de tratamento e a estética imediata são, atualmente, requisitos fundamentais para os pacientes que procuram a reabilitação oral com implantes dentários para substituir dentes perdidos1. Uma cascata de eventos biomecânicos e histológicos ocorre durante o processo de cicatrização de uma exodontia, que culmina com mudanças morfológicas e fisiológicas da região. É durante o intervalo de tempo que decorre entre uma exodontia e a colocação de implante que se verifica a maior parte da reabsorção óssea e remodelação gengival, das quais decorre um compromisso estético e funcional. Estas alterações podem reduzir-se através do uso de técnicas de preservação de alvéolo associadas ou não a enxertos de tecidos duros e/ou tecidos moles. Normalmente, os alvéolos que não sofreram alterações estruturais das tábuas ósseas e do contorno gengival

podem receber implantes imediatos; nas situações que existam alterações severas dos tecidos duros e/ou moles, aconselha-se usar técnicas de reconstrução e regeneração do alvéolo, para numa segunda etapa instalar o implante2. A colocação de um implante pós-extracional e a sua carga imediata respondem à necessidade dos pacientes receberem as suas próteses dentárias no mesmo dia da instalação dos implantes, fator ainda mais relevante quando abordamos a zona estética. As principais vantagens decorrentes deste processo são: reduzir o número de procedimentos cirúrgicos, preservar os tecidos periimplantares, permitir a manipulação gradual de tecidos moles e recuperar a estética da região afetada imediatamente após a cirurgia3. Garber e col. propuseram uma classificação para a decisão do timing de colocação do implante, considerando a qualidade e quantidade de tecidos moles e duros4:

Resultado expectável com Indicação para colocação colocação imediata imediata de implante de implante

Classe

Tábua óssea vestibular e biótipo gengival

Técnica viável de implante imediato

Classe I

Intacta com biótipo gengival espesso

Imediata sem retalho

Ótimo

Sim

Classe II

Intacta com biótipo gengival fino

Imediata com CTG imediato ou tardio

Bom

Sim

Classe III

Deficiente, mas colocação do implante possível no alvéolo remanescente

Imediata com GBR e CTG imediato ou tardio

Aceitável

Limitada

Classe IV

Deficiente e o implante pode ficar desalojado do alvéolo

Tardia

Inaceitável

Não

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Ciência e prática

Com base na evidência científica atual, pode-se afirmar que a espessura e a integridade da tábua óssea vestibular e o biótipo gengival são os fatores críticos centrais no sucesso dos implantes imediatos. Uma distância entre os implantes de 3 mm está indicada para a formação de papilas e a presença de no mínimo 1 mm (em média 2 mm) de tábua óssea vestibular para evitar recessão dos tecidos moles. O protocolo de implante imediato pede que se tenham em conta as seguintes recomendações4: • Deve evitar-se um posicionamento vestibular do implante, seguindo um approach palatino. • Um biótipo gengival mais espesso é mais favorável. • Margem gengival alta pode levar a um risco aumentado de recessão gengival. • A localização do osso interproximal influencia a arquitetura geral dos tecidos moles. • Trauma mínimo na extracção dentária. • Os implantes auto-roscantes aumentam a estabilidade primária, comprimindo o osso alveolar à medida que se insere o implante. Um implante de desenho cônico será benéfico para a colocação imediata do implante. • O espaço de pelo menos 2 mm entre o implante e a superfície interna da parede óssea vestibular deve preencher-se com substitutos ósseos com baixa taxa de reabsorção. • Para compensar a reabsorção vertical esperada, o implante deve colocar-se pelo menos 1 mm apical à crista alveolar e a 2-3 mm da margem gengival.

• Devem considerar-se o uso de implantes com platform-switching, abordagem flapless, colocação simultânea de enxertos de tecido conjuntivo e provisionalização imediata. • A colocação de implantes de diâmetro largo ou de plataforma ampla deve evitar-se na zona estética. Protocolos e diretrizes tradicionais recomendam aguardar um periodo de dois a três meses para remodelação óssea após a extração do dente, visando a posterior colocação do implante, e um periodo de três a seis meses de cicatrização sem carga oclusal, que é essencial para a osseointegração5. Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento do número de estudos nesta área que relatam elevadas taxas de sucesso na presença de carga imediata, tendo os autores optado por esta via por razões estéticas ou funcionais6. Materiais e métodos M.C., de 72 anos, sexo masculino, classificação função-saúde-estética, saudável e sem patologias sistémicas relevantes, apresentou-se na consulta com queixa de mobilidade no incisivo central superior esquerdo (figs. 1 a 3). Após exame clínico, verificou-se que este dente tinha profundidade de sondagem aumentada, sangramento à sondagem, supuração e mobilidade grau III. Observou-se radiograficamente imagem radiotransparente em torno da raíz do dente, compatível com quisto periapical (figs. 4 a 6). A restante dentição estava em fase de saúde periodontal. A nível estético, a proporção de espaço para o dente 2.1, devido à sua extrusão, tornou-se desadequada, pelo que se propôs ao paciente uma reabilitação fixa com facetas dentárias nos restantes incisivos superiores, mas foi recusada.

Fig. 1. Vista extraoral inicial.

A respeito do suporte mastigatório, o paciente apresentava perdas de várias peças dentárias posteriores e desgaste dentário acentuado devido a bruxismo cêntrico. Foi proposta a reabilitação simultânea do setor posterior com implantes dentários ou com uma prótese parcial removível, tendo o paciente optado pela última solução.

Figs. 2 e 3. Vista intraoral inicial.

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Ciência e prática

O plano de tratamento proposto para a reabilitação oral do dente 2.1 consistiu em: 1. Primeira fase (setembro/2019) – Exodontia do dente 2.1. – Colocação imediata de implante e do pilar definitivo (conceito “one abutment one time”). – Provisionalização imediata com coroa acrílica provisória cimentada. 2. Segunda fase (entre a cirurgia e a reabilitação): manipulação de tecidos moles através da coroa provisória. 3. Terceira fase (fevereiro/2020): colocação da coroa definitiva. Aquando da exodontia do dente 2.1, o objetivo primordial foi efetuá-la de um modo atraumático de forma a preservar a integridade da gengiva marginal, papilas interdentárias e tábuas ósseas vestibular e palatina. Radiograficamente, a tábua óssea vestibular apresentava uma espessura máxima de 1 mm, pelo que estaríamos perante um elevado risco de reabsorção óssea e consequente perda de tecidos moles. Assim, procedeu-se primeiro a uma incisão intra-sulcular com bisturi e lâmina 15C ao longo de todo o perímetro do dente, seguida de luxação suave e avulsão do dente com boticão. De seguida, curetou-se o alvéolo e irrigou-se com soro fisiológico e clorohexidina 0,2%. (fig. 7). Preparou-se o leito implantar seguindo o protocolo de osseodensificação e palatino approach, de forma a preservar a integridade da tábua óssea vestibular (figs. 8 e 9). O implante colocado foi um implante cónico de conexão interna cone morse, com diâmetro e comprimento 3,5 ” 11,5 (Neodent Drive CM) (fig. 10). O torque de instalação alcançado foi de 45 Ncm, o que permitiu avançar para a provisionalização imediata aparafusada. Neste momento, instalou-se o pilar definitivo no implante, segundo o conceito de platform-switching, com torque de 20 Ncm. Não se colocou biomaterial no alvéolo propositadamente, considerando que o implante não foi introduzido em posição vestibular, não havia gap entre osso e implante para preencher e a opção de o colocar poderia retardar o processo de cicatrização óssea.

Figs. 4 a 6. Tomografia computorizada de feixe cónico (CBCT) da maxila.

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Para a provisionalização, adaptou-se uma coroa acrílica confecionada em laboratório, criando um sulco central para o assentamento de um cilindro de titânio. Colocou-se compósito fluído (Filtek Flow, 3M) no interface dente-pilar e na zona cervical para melhorar a adaptação da coroa aos tecidos moles. Após polimento com discos de polimento de contra-ângulo (Sof-lex, 3M), aparafusou-se a coroa provisória ao pilar com torque manual. Verificaram-se os contactos oclusais e prematuridades com papel articular, de modo a não colocar a coroa provisória em função imediata. Não foi necessário


Ciência e prática

suturar a ferida operatória, uma vez que através deste protocolo procurou-se uma reconstrução dento-alveolar, de forma a prevenir reabsorção óssea vestibular e/ou migração da margem gengival (figs.11 a 13). A medicação prescrita para controlo de dor e infeção no pós-operatório foi: Amoxicilina 1.000 mg 12-12 h; Etoricoxib 90 mg uma vez por dia; Metamizol magnésico 8-8 h SOS; Gel de clorohexidina 2% para aplicação local com escova pós-cirúrgica. Deram-se instruções ao paciente no sentido de evitar o uso da coroa provisória na mastigação e de técnicas para proceder à sua correta higienização, designadamente através da aplicação do gel de clorohexidina e do uso de fio dentário. Fig. 7. Alvéolo pós-extracional.

Figs. 8 e 9. Posicionamento tridimensional do implante a instalar.

Fig. 10. Implante instalado em posição palatina.

Figs. 11 e 12. Estética imediata pós-operatória.

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Ciência e prática

O paciente compareceu a consulta de controlo pós-cirúrgica duas semanas depois, para avaliar a cicatrização inicial e a adaptação da coroa provisória, tendo referido que não houve qualquer tipo de complicações medicamente relevantes. Removeu-se a coroa para verificar a cicatrização gengival e a higiene da ferida operatória (figs. 14 e 15). No espaço entre a fase cirúrgica e a fase protética, o paciente compareceu a duas consultas médicas para verificar a adaptação da coroa aos tecidos moles. Contudo, em nenhum momento foi necessário executar acertos dos contornos cervicais da coroa, apenas verificação do torque de aperto. Fig. 13. Vista extraoral pós-operatória.

Dois meses e meio após a fase cirúrgica, o paciente compareceu de urgência na clínica devido a perda da coroa provisória, causada por perda de torque no pilar transepi-

Figs. 14 e 15. Pós-operatório de 15 dias.

telial. Neste momento, optou-se por trocar essa peça por um pilar transepitelial anatómico de diâmetro cervical mais estreito, para permitir uma maior espessura gengival em torno da conexão do implante, e que permitisse a sua personalização (margens e altura) e futura cimentação da coroa definitiva.

Fig. 16. Controlo pós-operatório (45 dias).

Os aspetos mais positivos que se detetaram após o periodo de osteointegração foram a preservação da arquitetura óssea, que naturalmente sofre alterações negativas após uma exodontia, e a manutenção absoluta dos contornos gengivais. Após análise radiográfica, pode-se inclusive afirmar que a crista óssea manteve-se estável ao longo do processo de remodelação óssea, desde a colocação do implante até aos moldes para a coroa definitiva. Estando reunidas as condições referidas, avançou-se para a moldagem da coroa definitiva. O material selecionado para a confeção da coroa foi zircónia com estratificação vestibular em dissilicato de lítio (figs. 16 e 17). Na consulta final, procedeu-se à colocação da coroa definitiva, aparafusada com torque manual de 35 Ncm.

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Figs. 17 e 18. Colocação de pilar anatómico (Neodent).

Fig. 19. Trabalho laboratorial.

Figs. 20 e 21. Cimentação da prótese fixa.

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Ciência e prática

Discussão A implantologia contemporânea trouxe-nos a possibilidade de diminuir o número de intervenções cirúrgicas, bem como o seu grau de invasibilidade, e assim proporcionar ao paciente um grau superior de confiança e conforto através da colocação imediata de implantes pós-extracionais e da estética imediata após confeção de peças provisórias para se adaptar aos implantes. Além das melhorias para o paciente, através destas técnicas consegue-se um melhor resultado estético a nível da manipulação de tecidos moles e uma melhor preservação óssea do alvéolo pós-extracional. Os fatores críticos mais relevantes para a execução correta da técnica demonstrada são um adequado planeamento do caso clínico, procedimento cirúrgico cauteloso, eixo e torque de inserção adequados, polimento rigoroso da peça provisória a colocar e ajuste oclusal da mesma.

Fig. 22. Radiografia final.

Conclusão Com base no que foi exposto, podemos considerar viável a aplicação de provisionalização fixa imediata sobre implantes instalados em áreas de exodontias recentes, sempre que sejam planificados e executados todos os fatores indispensáveis para obter o êxito esperado com este tipo de tratamento, nomeadamente a obtenção de uma boa estabilidade primária. Também é muito importante que, sempre que possível, se considere a instalação dos implantes sem o levantamento de retalho cirúrgico, para preservar os tecidos moles e duros, evitar cicatrizes, reduzir os tempos cirúrgicos, melhorar o pós-operatório dos pacientes e obter uma estética satisfatória.

Bibliografia 1. Buser D, Chen ST, Weber HP, Belser UC. Early implant placement following single-tooth extraction in the esthetic zone:biologic rationale and surgical procedures. Int J Periodontics Restorative Dent 2008; 28: 441-51. 2. Lorenzoni M, Pertl C, Zhang K, Wimmer G, Wegscheider WA. Immediate loading of single-tooth implants in the anterior maxilla: preliminary results after one year. Clin Oral Implants Res., Copenhagen, v. 14, p. 180-187, 2003. 3. Norton MR. A short-term clinical evaluation of immediately restored maxillary TiOblast single-tooth implants. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 19, p. 274-281, 2004.

4. Garber DA e col. Timing Positioning And Sequential Staging In Esthetic Implant Therapy: A Four- Dimensional Perspective. Int J Periodont Resto Dent. 2007; 27: 313-23. 5. Chen CL, Chang CL, Lin SJ. Immediate implant placement and provisionalization with simultaneous guided bone regeneration in the esthetic zone. Journal of Dental Sciences 2011; 6: 53-60. 6. Enríquez-Sacristán C, Barona-Dorado C, Calvo-Guirado JL, Leco-Berrocal I, Martínez-González JM. Immediate post-extraction implants subject to immediate loading: A meta-analytic study. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2011, Nov 1; 16 (7): e919-24.

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Técnica da muralha de silicone para reabilitação estética anterior no paciente infantil. Relato de caso

Caleb Shitsuka Médico dentista. Doutorado em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP). Professor de Cariologia na Universidade Brasil. Professor de Odontopediatria no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). cashitsuka@gmail.com Irineu Gregnanin Pedron Médico dentista. Mestre em Ciências Odontológicas pela FOUSP. Professor de Periodontia na Universidade Brasil. Hatsuo Kubo Médico dentista. Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista (UNIP). Professor de Ortodontia e coordenador do curso de Especialização em Ortodontia na Universidade Brasil. Tais Pereira Leal Médica dentista. Doutorada em Ortodontia pela UNIP. Professora de Ortodontia na Universidade Brasil. João Marcelo Ferreira de Medeiros Médico dentista. Doutorado em Endodontia pela FOUSP. Professor de Endodontia na Universidade Brasil. Professor de Endodontia na Universidade de Taubaté. Maria Naira Pereira Friggi Médica dentista. Doutorada em Odontopediatria pela FOUSP. Professora de Odontopediatria no Centro Universitário das FMU.

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Ciência e prática

Resumo Um dos principais problemas bucais ocorridos na infância são as lesões traumáticas dos dentes, sendo um desafio para o odontopediatra devido às dificuldades técnicas da reabilitação estética e do manejo comportamental do paciente. Este trabalho apresenta um relato de caso clínico de um paciente, de 10 anos de idade, atendido na clínica de Odontopediatria de uma instituição privada de ensino odontológico. Diagnosticou-se fratura de esmalte nos incisivos centrais superiores devido a trauma dental. O paciente apresentava mordida aberta anterior e relatava sofrer bullying na escola devido à sua condição bucal. Utilizou-se para fins de reabilitação estética anterior a técnica da muralha de silicone, pois a mesma diminui o tempo de trabalho, é de fácil utilização e baixo custo, além de reproduzir fielmente as estruturas dentais perdidas no trauma. É importante que o médico dentista tenha conhecimento sobre o traumatismo dental na infância e técnicas de tratamento. Palavras-chave: dentística operatória, odontopediatria, estética, resina composta. Introdução As lesões traumáticas em dentes anteriores são consideradas um importante problema para o odontopediatra, devido a seus impactos estéticos e funcionais. O trauma dental pode causar dor, perda da função mastigatória e impacto negativo na qualidade de vida1. O comprometimento estético faz com que o bullying se torne um fator problemático em crianças e adolescentes, afetando-as emocionalmente. Um dos principais motivos que levam a essa situação são as fraturas dentárias com envolvimento estético, apinhamentos dentais, cáries extensas e más oclusões2.

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Além das dificuldades técnicas relacionadas com a reabilitação estética do paciente odontopediátrico, somam-se os problemas inerentes ao controlo da conduta, o que traz a necessidade de maior conhecimento de técnicas de manejo comportamental e habilidade por parte do profissional, visando o bem-estar de ambos nessas circunstâncias. Diversas estratégias têm sido propostas para reabilitação oral, a escolha da terapia deve ser individualizada e baseada na aceitabilidade para cada paciente e sua família3. Na Medicina Dentária contemporânea, a preocupação com a estética vem sendo cada vez maior, surgindo a necessidade de contínuos avanços em técnicas que proporcionem ao paciente alcançar as suas expectativas. O tratamento estético caracteriza-se por levar em consideração o equilíbrio entre cor, forma e características individuais de cada paciente, tendo como resultado uma harmonia entre os dentes, lábios e gengivas4. O planeamento estético pode efetuar-se a partir do enceramento diagnóstico realizado sob o modelo de gesso, que serve como base para a confeção de uma guia de silicone. Esta técnica também pode ser nomeada como mock-up ou técnica da muralha de silicone, consistindo na confeção de uma guia com silicone pesada, que reproduz a face lingual de um ou mais dentes anteriores, assim como as suas dimensões (altura e largura) e bordos incisais2. Desta forma, o presente estudo tem por finalidade descrever o relato de um caso clínico de um paciente odontopediátrico que sofreu um traumatismo dental com implicações estéticas, e fez-se a reabilitação utilizando a técnica da muralha de silicone. Relato de caso A paciente EAM, leucoderma, de 10 anos de idade, acompanhada do seu encarregado de educação, compareceu na clínica de Odontopediatria do Centro Universitário das Faculda-


Ciência e prática

des Metropolitanas Unidas (São Paulo, Brasil) procurando tratamento médico-dentário. Durante a anamnese, verificou-se que a paciente apresentava mordida aberta anterior devido ao hábito de sucção digital e apresentava fratura oblíqua das coroas dos elementos 11 e 21 decorrente de um traumatismo ocorrido há quatro dias (fig. 1). Ao exame clínico, verificou-se fratura do esmalte e dentina coronária sem exposição pulpar, realizou-se uma radiografia periapical da região anterior para avaliar se havia ocorrido envolvimento das demais estruturais dentais e ósseas, e nada se constatou. A paciente, colaboradora ao tratamento, relatou sofrer bullying na escola devido ao comprometimento estético. Com base nos registros da anamnese, exame clínico, radiográfico e levando-se em consideração a idade da paciente, estabeleceu-se o plano de tratamento onde a conduta proposta foi reabilitação estética anterior utilizando a técnica da muralha de silicone. Na sessão seguinte a paciente teve sua arcada superior moldada com hidrocolóide irreversível, e o molde vazado com gesso especial tipo IV em toda a oclusal e gesso pedra tipo III para complemento. Após a confeção do modelo, realizou-se a reconstrução das incisais através do enceramento diagnóstico em cera branca (fig. 2) e confeção da muralha utilizando silicone de condensação para reconstrução da face palatina. A sequência clinica foi dada pelo teste da muralha de silicone em boca para avaliar a largura e comprimento das restaurações, feito isso, a matriz foi reservada, realizou-se então profilaxia dos elementos com taça de borracha e pasta profilática, lavagem e secagem com jato de ar, seguido pelo teste dos grampos para posterior instalação do isolamento absoluto

Fig. 1. Vista inicial das fraturas dentárias.

do campo operatório (fig. 3) de primeiro molar a primeiro molar (54-64), pois devido à erupção dos caninos a coroa não realizava retenção do grampo. Após este procedimento realizou-se bisel nos elementos que iriam receber as restaurações, com broca cilíndrica posicionada paralela a 45º relativamente ao longo eixo dos dentes. De posse do preparo, para hibridização utilizou-se condicionamento com ácido fosfórico 37%, por 30 segundos em esmalte e 15 segundos em dentina, seguido por lavagem abundante com jato de ar/água e secagem com jato de ar e bolinha de algodão. Aplicou-se o sistema adesivo Primer/ Bond por 15 segundos na estrutura, com auxílio de pincel microbrush, após cinco segundos aplicou-se um leve jato de ar para evaporação do solvente e fotopolimerização por 20 segundos. Adaptou-se a muralha de silicone nos elementos, seguida de aplicação de incrementos de resina composta cor A2 (3M Espe), seguindo-se fotopolimerização por 30 segundos até à reconstrução da face palatina e incisal (fig. 4) com posterior aplicação de um incremento de resina B1 (3M Espe) para composição da camada de esmalte seguido de fotopolimerização (fig. 5). O passo final deu-se com a remoção do isolamento absoluto, avaliação da integridade da restauração com uso de explorador nº5, seguido de acabamento com pontas diamantadas de granulação fina e extrafina, polimento com discos Sof-Lex (3M Espe) (fig. 6) avaliação da oclusão. Após hidratação dos demais dentes, nota-se a integração dente-restauração e a harmonia no sorriso (fig. 7). Discussão Atualmente, a Medicina Dentária deve basear-se na filosofia de tratamentos minimamente invasivos. O uso da

Fig. 2. Enceramento dos dentes fraturados.

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Ciência e prática

Fig. 3. Isolamento absoluto do campo operatório.

matriz de silicone, a partir de modelo de estudo, é indicado para casos de restaurações da classe IV e recontornamento estético5. O planeamento deve realizar-se através de dados obtidos mediante anamnese, exame clínico, radiográfico, modelos de estudo, e deve ser avaliado o grau de expectativa do paciente para que se possa definir um plano de tratamento individualizado3. O enceramento diagnóstico realizado sob o modelo de gesso serve como ferramenta indispensável para a reconstrução do sorriso, pois através do uso de cera no modelo pode-se reconstruir a área lesionada seguindo o padrão dental do paciente, facilitando a visualização da restauração final, assim

Fig. 4. Reprodução da face palatina.

como modificações que podem efetuar-se no sorriso a fim de se chegar ao melhor resultado ao término do tratamento, além de servir como base para a confeção de uma matriz de silicone2,6,7. A técnica da muralha de silicone oferece uma cópia ideal da estrutura palatina e bordas incisais, determinando as dimensões do dente, diminuindo a necessidade de desgastes, bem como possibilitando a estratificação da restauração de maneira incremental em camadas de compósitos, reduzindo o tempo de cadeira do paciente odontopediátrico2,8. Os elementos 11 e 21 receberam a preparação de um bisel ao longo da superfície dentária, realizado com broca cilíndrica a 45º em relação ao longo eixo dos dentes com a finalida-

Fig. 5. Reconstrução da face vestibular.

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Fig. 6. Acabamento e polimento

de estética de se ocultar a transição entre o dente e o material restaurador, sendo este essencial para a obtenção de restaurações bem sucedidas e impercetíveis9,10. Elegeu-se o tratamento com resina composta por apresentar uma alternativa de baixo custo para restabelecimento estético, tratando-se de um material de fácil acesso e menor complexidade. Vale a pena ressaltar que existem outros tipos de tratamentos, como os indiretos, as restaurações em porcelana, metal-porcelana e as resinas indiretas, que apresentam alto índice de sucesso. Porém, estes demandam maior tempo de trabalho, número de consultas, exigem laboratório especializado, aumentando o seu custo11,12. Utilizou-se resina composta micro-híbrida (3M Filtek Z250) pois os compósitos translúcidos do tipo micro-híbrido ou micro-particulado servem como um esmalte para reconstrução da face vestibular por permitirem um melhor polimento, enquanto os compósitos opacos simulam o tecido

Fig. 7. Resultado final da reabilitação estética.

dentinário conferindo maior resistência à fratura e menor translucidez13. A incidência de traumatismos dentais está relacionada a fatores clínicos como má oclusão, overjet acentuado acima de 3 mm e lábios curtos com inadequado selamento labial, apresentando maior frequência em indivíduos do sexo masculino14,19,. Tal corrobora com os achados clínicos no qual a paciente apresentava mordida aberta anterior, sendo fatores predisponíveis para a ocorrência de traumatismo dental. A prevalência de traumas dá-se frequentemente entre os 8 e os 12 anos de idade e os dentes mais afetados são os incisivos centrais superiores20,21,, por estarem diretamente relacionados à estética, injúrias nestes elementos acarretam danos psicológicos (insegurança, timidez e clausura social) e afetam a personalidade do paciente, tendo em vista que estas manifestações ocorrem na fase adolescente onde estão mais preocupados com a sua estética e harmonia facial22,23.

Considerações finais A ocorrência de traumatismo dental em incisivos centrais está associada a fatores clínicos como má oclusão, overjet acentuado e lábios curtos com inadequado selamento labial. A odontologia estética de mínima intervenção vem evoluindo no últimos anos, novas técnicas têm surgido e é necessário que o médico dentista se atualize nesta nova realidade. Principalmente no atendimento do paciente odontopediátrico, é fundamental que o médico dentista tenha o conhecimento teórico, anatómico, funcional e comportamental, realizando o diagnóstico correto e plano de tratamento adequado, com diminuição do tempo de trabalho para obter resultados favoráveis.

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Ciência e prática

Bibliografia 1. Abanto J, Paiva SM, Raggio DP, Celiberti P, Aldrigui JM, Bönecker M. The impact of dental caries and trauma in children on family quality of life. Community Dental Oral Epidemiol 2012; 40(4): 323-31. 2. Marques LARV, Lotif MAL, Neto EMR, Tapety CMC, Carvalho GA, Lobo PLD. Aplicação da técnica da muralha de silicona em paciente pediátrico - relato de caso. Full Dent Sci 2016; 7(26): 119-122. 3. Lourenço Neto N, Cardoso CAB, Abdo RCC, Silva SMB. Oral rehabilitation in pediatric dentistry: a clinical case report. Rev Gauch Odontol 2016; jan./mar. 64 (1): 87-91. 4. Netto L, Reis R. Reestabelecimento estético-funcional de dentes antero- superiores com rara alteração de cor e forma. Relato de caso clínico. Revista Dentística Online 2011; jan./mar. 10 (20); 50-3. 5. Higashi C, Gomes JC, Kina S, Andrade OS, Hirata R. Planejamento estético em dentes anteriores. In miyashita E. Odontologia estética: Planejamento e técnica. São Paulo: Artes médicas brasil, 2006; 1: 139-154. 6. Tavares G, Santana TAT, Barbosa AA, Almeida EO, Junior AF. O passo a passo clínico das reabilitações estético-funcionais e a importância do enceramento diagnóstico. Prostheslabsci 2014; 3 (12): 310-317. 7. Figueiredo RJA, Andrade AKM, Duarte RM, Medeiros e Silva FDSC. Otimizando a estética por meio de reanatomizações em dentes conoídes. Rev Gauch Odontol 2008; jul./set. 56(3): 333-6. 8. Netto LC, Werneck D. Resolução estética em dentes anteriores em única sessão com uso da matriz de silicone – Relato de caso clinico. Revista Dentística Online 2011; jul./set. 10 (23): 5-8. 9. Valente LL, Munchow EA, Peralta SL, Souza NC. Conservative dentistry: non- beveled esthetic restorations in anterior teeth. Rev Gauch Odontol 2014 out./dez. 62 (4): 443-8. 10. Hirata R, Ampessan RL, Liu J. Reconstrução de dentes anteriores com resinas compostas: uma seqüência de escolha e aplicação de resinas. Jornal Brasileiro de Clinica e Estética em Odontologia 2001; jan./fev. 5 (25): 15:25. 11. Pinheiro SL, Lopes MF, Pinheiro MH, Carvalho WL, Pinheiro IVA. Reabilitação estética simplificada em dentes anteriores desgastados pelo bruxismo: relato de caso. Full Dent Sci 2011; 2(8): 421-7. 12. Pontons- Melo JC, Furuse AY, Freitas CA, Mondelli J. Reabilitação estética e funcional da guia anterior: uma sequencia

lógica e conservadora. R Dental Pressestet 2007; out/nov/dez. 4 (4): 39-49. 13. Felippe LA, Baratieri LN, Junior SM, Andrada MAC. Restaurações de classe IV (entendendo a cor e escolhendo as resinas). RGO 2003: 51(1): 60-5. 14. Oliveira LB, Marcenes W, Ardenghi TM, Sheiham A, Bönecker M. Traumatic dental injuries and associated factors among Brazilian preschool children. Dent Traumatol 2007; Apr. 23(2): 76-8. 15. Hartmann RC, Rossetti BR, Siqueira Pinheiro L, Poli de Figueiredo JA, Rossi-Fedele G, S Gomes M, Gutierrez de Borba M. Dentists knowledge of dental trauma based on the International Association of DentalTraumatology guidelines: a survey in South Brazil. Dent Traumatol. 2019 Feb. 35(1): 27-32. 16. Silva G, Waechter DM, Martins LRM, Barreto BCF, Soares CJ. Técnicas restauradoras para fraturas coronárias de dentes anteriores traumatizados. Cient Cien Biol Saúde 2012. 14 (4): 251-6. 17. Feldens CA, Kramer PF, Ferreira SH, Spiguel MH, Marquezan M. Exploring factors associated with traumatic dental injuries in preschool children: a Poisson regression analysis. DentTraumatol 2010; 26(2): 143-8. 18. Aldrigui JM, Jabbar NS, Bonecker M, Braga MM, Wanderley MT. Trends and associated factors in prevalence of dental trauma in Latin America and Carribbean: a systematic review and meta-analysis. Community Dent Oral Epidemiol 2013; 42(1): 30-42. 19. Felix CP, Shitsuka C, Moriyama CM, Duarte DA. Exploratory study of the prevalence of traumatic injuries in preschool children in the city odMacapá, Brazil. Braz Resear Pediat Dent Integ Clin 2014; 14(2): 71-77. 20. Gerard LN, Martos J, Baldiserra RA, Lund RG. Reabilitação estética em dente anterior com extensa fratura coronária: Relato de caso. Faculdade de Odontologia de Lins 2014; jan./jun. 24 (1): 58-63. 21. Kina M, Santos AR, Kina J, Martin OCL, Pires HC, BoerNP et al. Dente anterior fraturado: diagnóstico, prognóstico e retratamento de caso clinico. Arch Health Invest 2015; 4(1): 20-5. 22. Crespo EG, González ABP, Montanet GC, Socorro AA. Traumatismos dentales em pacientes especiales: Pinar Del Rio 20052006. Rev. Ciências Médicas 2008 ago. 12 (2). 23. Bispo LB. Facetas estéticas: Estatus da Arte. Revista Dentística Online 2009 jan./mar. 8 (18): 11-4.

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de Medicina Oral

Germán Esparza Gómez Médico estomatologista. Doutorado em Medicina e Cirurgia. Professor titular de Medicina Oral. Departamento de Medicina e Cirurgia Bucofacial. Faculdade de Odontologia, Universidade Complutense de Madrid (Espanha). medoral@infomed.es

Responda a esta pergunta em: www.maxillaris.com/quiz

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Perante uma lesão como a da imagem, que surgiu numa mulher de 72 anos que refere que convive com esta situação há várias semanas e que lhe provoca comichão nessa zona… Que diagnóstico clínico determinaria? A. Queilite actínica. B. Erosão traumática. C. Queilite comissural.

A solução publicar-se-á de forma imediata no site e em formato impresso no próximo número.

D. Impétigo.

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Quiz de Medicina Oral

Solução do Quiz no 13 (fevereiro 2020)

A resposta correta é a D: Realizar uma biopsia excisional.

Após a biópsia, o diagnóstico anatomopatológico foi de granuloma piogénico. Esta entidade é uma lesão exofítica muito comum da mucosa oral que tradicionalmente se considera como uma forma de reação exagerada dos tecidos face a alguma irritação continuada local ou traumática (presença de placa e cálculo, má posição dentária, etc.). Pressupõe-se que uma má higiene oral que produz irritação e inflamação gengival atua como detonante na maioria dos casos. Entende-se como uma lesão de natureza reativa e não neoplásica. Para chegar ao diagnóstico certeiro exige-se uma biópsia excisional e o seu envio para estudo histopatológico.

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)


Estética

Objetiva Clínica

Diferença entre os principais sensores existentes nas câmaras fotográficas Depois de termos falado do tipo de câmaras, interessa especificar um pouco a diferença existente entre os principais sensores existentes nas câmaras que usamos. O que é o sensor?

Bruno Seabra

Médico dentista e fotógrafo. Formador na área da fotografia em Medicina Dentária. Diretor do Light Up Studio, com sede no Lumiar (Lisboa). fotografia@maxillaris.com

No interior da câmara existe um sistema que é sensível à luz (daí o nome de sensor), que resumidamente capta a luz que entra através da objetiva e que a partir dessa informação cria uma imagem digital. A superfície do sensor é coberta com milhões de sensores microscópicos chamados fotositos e cada um deles representa um píxel da imagem que é captada. Por exemplo, se uma câmara tiver 21 megapixéis no seu sensor digital, ela terá 5.616

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pixéis de largura por 3.744 pixéis de altura (5.616 x 3.744 = 21.000). Quanto maior for o número de pixéis existentes na superfície dos sensores, maior será a resolução da imagem, ou seja, maior o seu detalhe. A maior resolução pode então ser alcançada através do aumento da superfície e do número de pixéis ou então recorrer-se a pixéis de dimensões mais reduzidas (que é o caso extremo dos telemóveis que conseguem ter câmaras com grande resolução mas sensores muito pequenos por usarem pixéis muito pequenos). Curiosidade: no final de 2019 a Xiaomi apresentou o primeiro smartphone com uma câmara de 108 megapixéis: o Mi Note 10 (sensor fabricado pela Samsung, mas que permitiu que a Xiaomi usasse primeiro nos seus smartphones).


Objetiva clínica

Como é captada a imagem? O sensor de imagem não tem capacidade para determinar a cor da luz incidente, apenas a sua intensidade. A cor é normalmente identificada pelo uso de um filtro de cores, geralmente organizado segundo um padrão, utilizando um filtro Bayer que separa as cores R (“Red”), G (“Green”) e B (“Blue”) para cada píxel e que depois as encaminha para a superfície do sensor. Apesar de existirem vários tipos de sensores (CCD, CMOS), a maior parte das marcas atualmente utilizam sensores CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductor) que permitem obter imagens com melhor qualidade e com menos ruído e a um preço mais acessível. Fig. 1. Do RGB à imagem. a) Luz visível atravessa filtro bloqueador de Infravermelhos. b) filtro bayer (com presença de dois filtros verdes para um vermelho e um azul) controla a cor da luz que chega ao sensor. c) Luz que chega é convertida em sinal elétrico. d) Sensor com milhares de pixéis. Adaptado de http://www.jthonline.com/WordPress/archives/7268.

E o tamanho do sensor interessa? FullFrame ou APS-C? Entre as câmaras DSLR e mirrorless mais utilizadas, há principalmente dois tamanhos de sensor: APS-C (Advanced Photo System type-C) e Full Frame (FF). O sensor FF tem um tamanho de 36 x 24 mm, que é o tamanho correspondente às peliculas que usávamos no tempo da fotografia analógica e daí o termo “full-frame”. Já o sensor APS-C é mais pequeno e tem cerca de 23 x 15 mm. Essa diferença relativa de dimensão entre os sensores vai proporcionar algumas alterações na captação da imagem como vamos ver de seguida.

Para o sensor APS-C temos: Menor ângulo de visão O seu tamanho mais pequeno regista uma parte menor da imagem que é gerada pela lente. Por isso nos referirmos a esses sensores de tamanho inferior como tendo um fator de corte (crop). No caso do APS-C corresponde a 1.5x, o que faz com que uma lente de 50 mm, por exemplo, seja equivalente a uma de 75 mm (50 x 1,5 = 75).

Fig. 2. Esquema com os principais sensores em câmaras fotográficas e comparação entre o seu tamanho, área e fator de corte associado.

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Objetiva clínica

Maior ampliação

Para o sensor Full-Frame temos:

A principal vantagem no fator de corte é que ao fazermos fotografias a uma longa distância, como animais na natureza, a capacidade da sua teleobjetiva será maior. Na Medicina Dentária isso permite também obter uma maior ampliação dos dentes relativamente ao sensor FF. Por outro lado, para fazer um retrato necessitamos de nos afastar mais do nosso paciente, o que pressupõe termos mais espaço no gabinete que normalmente já não é muito grande (fig. 3).

Maior sensibilidade à luz - capacidade de utilização ISO mais elevada Como o sensor é maior e o tamanho dos pixéis também, temos a possibilidade de captar mais luz através de um número ISO mais alto, e com menos ruído. Esse aumento da sensibilidade pode ajudar bastante em situações de baixa luminosidade. No entanto, na área da Medicina Dentária

Fig. 3. Comparação do comportamento dos sensores FF e APS-C relativamente à ampliação provocada pelo fator de crop de 1.5x. O resultado final comparado num monitor dá a impressão de termos de facto uma grande aproximação ao objeto.

temos sempre a luz controlada pela utilização de um flash para fotografia macro ou flash de estúdio. Imagem maior e com melhor qualidade Como o tamanho do sensor é maior, e os pixéis também são maiores, conseguimos obter ampliações maiores das imagens, o que é importante para quem pretenda imprimir em grande formato ou mesmo projetar imagens em grandes écrans. O facto do sensor ter maior qualidade permite também captar imagens com qualidade superior. Diminuição da profundidade de campo A profundidade de campo é muito importante em Medicina Dentária. Normalmente pretendemos obter fotografias de registo dos nossos casos clínicos em que os dentes estejam todos nítidos desde o incisivo central até ao último molar.

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Objetiva clínica

Figs. 4 e 5. Imagens captadas com sensor FF, em que conseguimos perceber a profundidade de campo diminuída. Temos apenas o 11 e o 21 nítidos. Quanto mais próximo estivermos do objeto, mais acentuamos esta perda de profundidade de campo, que é muitas vezes usada em fotografias mais artísticas ou para evidenciar algum pormenor.

De facto, quando realizamos duas imagens intraorais, com a mesma abertura, mas uma com sensor FF e outra com um sensor com fator de corte, perdemos sempre alguma profundidade de campo na imagem captada pelo sensor FF.

ção em todas as imagens captadas. No caso de uma Reflex, se olharmos através do visor não se consegue ver nada e aparenta estar tudo bem, pois essa imagem resulta do reflexo do espelho.

E os sensores podem acumular sujidade?

A permanência deste pó vai comprometer a qualidade da nossa fotografia e no caso de as querermos usar poderemos ser obrigados a editá-las. Para além de nos fazer perder tempo desnecessariamente, poderá também comprometer a veracidade das fotos.

De facto, durante o ato de troca de objetiva ou no caso da câmara ou da lente não ser selada e protegida contra salpicos e pó, a tendência é que o sensor comece a ficar sujo. Isso poderá afetar bastante o resultado final. Procurem lentes sem tubos que se estendam para focagem e por outro lado possibilitem uma ótima selagem entre corpo e lente. Normalmente identificam-se pontos pretos sobrepostos à nossa imagem e que aparecem exatamente na mesma posi-

Depois deste tema mais técnico, mas importante, iremos continuar a abordar o material ideal para fotografarmos na área da Medicina Dentária. Ficaremos atentos aos vossos comentários!

Fig. 6. Pontos pretos que representam a presença de pó no sensor. Aconselha-se a limpeza urgentemente.

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zona jovem

Sofia Madeira Reis

presidente da Comissão Organizadora das XXXI Jornadas de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

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“Pretendemos assegurar umas jornadas eco-friendly”

As XXXI Jornadas de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) celebram-se nos dia 20 e 21 deste mês, sob o signo da sustentabilidade ecológica. A organização do encontro, liderada por Sofia Madeira Reis, finalista do Mestrado Integrado em Medicina Dentária, antecipa um programa recheado de temas contemporâneos e relevantes, entre os quais se destacam as patologias orais mais prevalentes. A estudante, natural de Vila Nova de Gaia, espera a presença de cerca de 250 participantes nos dois dias em que se realizarão as jornadas, bem como uma ampla adesão aos cursos hands-on.

As XXXI Jornadas de Medicina Dentária celebram-se este mês na FMDUP. Que novidades estão previstas no programa de 2020? Tendo em mente a crescente preocupação com o meio ambiente e a sua preservação, que caracteriza a população estudantil da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, as XXXI Jornadas de Medicina Dentária comprometem-se com tentar diminuir a sua pegada ecológica, reduzindo o plástico e derivados. Pretendemos assegurar umas jornadas eco-friendly. Quais são os desígnios e os temas predominantes desta edição das jornadas? Este ano, pretende-se, em consonância com os anos anteriores, abordar a atualidade da Medicina Dentária. Assim, desejamos que estas jornadas possam ser um momento de partilha de conhecimentos que possibilitem aos alunos complementar e enriquecer cientificamente a sua formação académica. Deste modo, o programa prevê abordar temas contemporâneos e relevantes. Entre eles, destacamos as pato-

logias orais mais prevalentes, uma vez que se trata de um tema em contínua investigação da parte dos profissionais de saúde oral e, em simultâneo, de um tema que suscita crescente preocupação à população portuguesa. Contaremos também com referência às áreas da periodontologia, endodontia, ortodontia, cirurgia oral,

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Falamos com...

Parte do sucesso das jornadas, que tem sido demonstrado ao longo dos anos, deve-se às casas comerciais que apoiam cada edição reabilitação oral, oclusão, odontopediatria, dentisteria e cirurgia oral. Quem são os oradores nacionais e estrangeiros mais destacados que já confirmaram a sua participação? A Comissão Organizadora, juntamente com a Comissão Científica, tem trabalhado de forma minuciosa na escolha dos oradores. Esperamos a presença de 11 prestigiados palestrantes nacionais e internacionais, que representarão as diferentes áreas da Medicina Dentária. Estes serão revelados brevemente através das redes sociais das XXXI Jornadas de Medicina Dentária da FMDUP. Assim, convidamos os leitores a acompanharem-nos através da nossa página de Facebook (XXXI Jornadas FMDUP 2020) ou do Instagram (jornadasfmdup2020). Estão previstos cursos ou sessões formativas paralelas ao programa de conferências? O evento decorrerá nos próximos dias 20 e 21. Contudo, no decorrer deste mês e em abril realizaremos múltiplos cursos

hands-on com o objetivo de permitir que os estudantes aperfeiçoem diferentes técnicas que, posteriormente, poderão aplicar na sua atividade clínica. Convidamos, uma vez mais, os interessados a manterem-se informados através das nossas redes sociais. Quais são as expectativas da organização quanto ao número de participantes? A Comissão Organizadora prevê a presença de cerca de 250 participantes nos dois dias em que se realizarão as jornadas. Adicionalmente, esperamos uma ampla adesão aos cursos hands-on. Quantas casas comerciais já aderiram às jornadas e que medidas estão pensadas para dinamizar a exposição comercial? De ano para ano mantém-se a vontade que a organização tem de elevar o nome das jornadas. Para tal, a colaboração das casas comerciais é fulcral. Parte do sucesso das jornadas, que tem sido demonstrado ao longo dos anos, deve-se às

Vários estudantes estão envolvidos na organização das jornadas. A partir da esquerda, Marco Ferreira (Departamento de Imagem); Ana Sofia Oliveira (Departamento Recreativo); Pedro Desport (Departamento Científico), Mariana Pires (Departamento de Secretariado), Sofia Madeira Reis (presidente da Comissão Organizadora); Ana Catarina Teixeira (vice-presidente da Comissão Organizadora) e Mariana Pereira (Departamento Logístico).

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Falamos com...

Sofia Madeira Reis, presidente da Comissão Organizadora, sustenta que as jornadas da FMDUP destacam-se pelo seu programa interdisciplinar, focado na atualidade.

casas comerciais que apoiam cada edição. Este ano teremos o “cartão congressista” de modo a valorizar a importante relação entre os profissionais de Medicina Dentária e as empresas que estarão presentes. Este cartão permitirá um maior contacto entre empresas e congressistas, facilitando assim a apresentação dos seus produtos e novidades. Neste momento, várias casas comerciais já asseguraram a sua presença nas jornadas. Na sua opinião, qual é o principal contributo das jornadas da FMDUP no contexto nacional da Medicina Dentária? A Medicina Dentária está em constante evolução, pelo que tanto os médicos dentistas como os estudantes deverão manter-se em permanente atualização. As jornadas da FMDUP, destacando-se pelo seu programa interdisciplinar e focado na atualidade, são uma oportunidade de partilha e renovação de conhecimentos e inovações na área da Medicina Dentária.

É fundamental a criação de políticas para reduzir o número de estudantes de Medicina Dentária

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À margem das jornadas, quais são as questões que atualmente mais preocupam os estudantes da FMDUP? Atualmente existem diversas questões que preocupam os estudantes de Medicina Dentária, inclusive os estudantes da FMDUP. Sendo estudante finalista deparo-me com questões sobre a próxima etapa, a entrada no mundo do trabalho e o exercício da profissão. Após os últimos anos de formação académica, em que destaco a dedicação e empenho por parte dos docentes da FMDUP em transmitir conhecimentos, após presenciar diariamente o apreço que os docentes exibem pela profissão, e após o esforço por parte de cada estudante em aprender com os mesmos, é desafiante depararmo-nos com notícias de empregabilidade reduzida ou de carência de condições dignas e justas de trabalho. O excesso de profissionais que contribuem para a saturação do mercado de trabalho na área da Medicina Dentária em Portugal é, indubitavelmente, preocupante. É fundamental a criação de políticas para reduzir o número de estudantes de Medicina Dentária. Uma distinta questão que consideramos relevante e inquietante, prende-se com a falta de interesse da população no que diz respeito à saúde da sua cavidade oral. É necessário sensibilizar para a importância das visitas regulares ao médico dentista, reforçando o valor da prevenção que, para o paciente, estará sempre mais em conta, em detrimento dos tratamentos invasivos.


Relatos Carolina Lino Natural da Póvoa de Varzim. Mestrado Integrado em Medicina Dentária pela Universidade de Coimbra. Em estágio profissional na Mundo A Sorrir.

Desde pequenina que queria fazer voluntariado, e escolher a área da saúde já era um objetivo que tinha o voluntariado no seu âmago. Comecei por projetos nacionais ao longo do meu percurso académico, mas aos 25 anos senti a vontade de finalmente concretizar o sonho de ir mais além. Conheci a Mundo A Sorrir e apaixonei-me pelo projeto que desenvolve em São Tomé e Príncipe desde 2013: o “Saúde A Sorrir”. Respondi ao desafio com o maior entusiasmo possível, e fui, por três meses. E ainda bem! Em São Tomé estive nos distritos de Lembá e Cantagalo a promover ações de prevenção, educação e assistência médico-dentária junto de crianças do primeiro ao quarto ano de escolaridade e a trabalhar numa clínica social com pessoas de todas as faixas etárias. Em ambiente clínico efetuei consultas de Medicina Dentária e em regime de ambulatório, distribuí escovas e pastas nas escolas, fiz ações de capacitação

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sobre a saúde oral adaptadas ao nível de aprendizagem dos alunos e tratamentos médico-dentários com uma unidade portátil. Num país onde os acessos a cuidados de saúde são difíceis, dispendiosos, escassos e sustentados por débeis infraestruturas e formação dos profissionais de saúde, é de esperar que a saúde oral não seja uma prioridade. Assim, deparamo-nos com uma ausência generalizada de hábitos e técnicas de escovagem e higiene e com uma marcada inexistência de acessos à saúde oral e à Medicina Dentária. Tudo isto traduz-se em quadros clínicos exacerbados com inúmeras lesões de cárie, restos radiculares e dentes com prognóstico impossível, não só em adultos, mas também em crianças. Assim, situações clínicas que no nosso país são consideradas banais e cuja evolução é travada facilmente com


Fui recebida com um enorme entusiasmo e admiração por cada uma das pessoas que cruzaram o meu caminho Carolina Lino, de 25 anos, é natural da Póvoa de Varzim. Após ter concluído o Mestrado Integrado em Medicina Dentária na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, trabalhou seis meses como médica dentista numa clínica privada e depois decidiu partir, numa missão de voluntariado da Mundo a Sorrir, para São Tomé e Príncipe — ao abrigo do projeto “Saúde a Sorrir” — naquela que considera ser “a maior aventura da sua vida”. A jovem médica dentista encontra-se atualmente em estágio profissional na carismática organização não governamental que se dedica a promoção da saúde oral dentro e fora do país.

Carolina Lino apaixonou-se pelo projeto “Saúde a sorrir”, que a ONG desenvolve em São Tomé e Príncipe desde 2013.

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Relatos

Em São Tomé esteve nos distritos de Lembá e Cantagalo a promover ações de prevenção, educação e assistência médico-dentária junto da comunidade escolar.

consultas e tratamentos regulares, em São Tomé escalam muito rapidamente para quadros complicados de infeção, desdentações e consequentemente para uma perda significativa da qualidade de vida e estados de saúde muito comprometidos. Por ser assim, a presença da Mundo A Sorrir é extremamente importante e reconhecida pela população em geral e por membros das entidades de saúde como uma enorme mais-valia. Fui recebida com um enorme entusiasmo e admiração por cada uma das pessoas que cruzaram o meu caminho durante os três meses. As crianças transmitiam uma alegria contagiante cada vez que entrava numa sala de aula e nos tratamentos a atmosfera era de um enorme agradecimento e muita curiosidade. A longo prazo, depois de tudo o que testemunhei, acredito que a intervenção da Mundo A Sorrir no país tem melhorado não apenas os acessos à saúde oral, mas a própria área em si, através da capacitação e promoção de técnicas de escovagem e higiene oral e hábitos de saúde saudáveis junto da comunidade.

A voluntária sublinha que não há nada mais reconfortante do que “receber em troca os sorrisos dos quais cuidamos”.

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Relatos

Termino este testemunho com um nome: Mauro. O Mauro é um menino (recentemente) órfão de Colónia Açoreana, uma das roças e comunidades de Cantagalo. Melhor aluno da turma e jura a tia, com quem vive e para a qual trabalha para contribuir para a comida que ela lhe dá, que nunca faltou a um dia de escola, até eu chegar lá. No dia em que fiz a palestra à turma dele, e apontei o seu nome para tratamentos em ambulatório, ele suplicou à tia para o deixar ir à consulta. Não era de longe o menino com a pior boca que eu já tinha visto, mas foi o primeiro a chegar ao Centro de Saúde, foi o último a ser atendido a seu pedido para eu ver os colegas que estavam com dores. No fim de ouvir a sua história, de ver o seu comportamento, de o conhecer e lhe dar um enorme abraço e beijinho, lembro-me de ter pensado: “é por isto que estou aqui, para que nunca o sorriso deste miúdo desapareça com uma dor de dentes ou um abcesso ou pela vergonha de não ter dentes para sorrir”. O Mauro fez um esforço enorme para ir ter comigo, apesar das agulhas e do sangue, e eu só lhe posso agradecer. O Mauro mudou a minha vida e o sentido que hoje coloco na Medicina Dentária. Não há mesmo nada mais reconfortante do que receber em troca os sorrisos dos quais cuidamos, e acima de tudo daqueles que fazem de tudo para não o perder.

Durante a missão, Carolina Lino deparou-se com uma marcada inexistência de acessos à saúde oral e à Medicina Dentária.

Situações clínicas que no nosso país são consideradas banais e cuja evolução é travada facilmente com consultas e tratamentos regulares, em São Tomé escalam muito rapidamente para quadros complicados de infeção

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ENDODONTIA Título de experto em endodontia

Título de experto em estética dentária

CEOdont organiza este curso orientado por Juan Manuel Liñares Sixto e dirigido a todos os pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar o seus conhecimentos no mundo da endodontia. Trata-se de uma interessante oportunidade para conhecer os últimos avanços neste domínio, tanto no campo do diagnóstico como do tratamento, instrumental, técnicas e materiais. Eis os módulos que compõem o programa que se iniciará no próximo mês de outubro: • 1. Abertura cameral e preparação de condutos; de 1 a 3 de outubro. • 2. Instrumentação mecânica; de 12 a 14 de novembro. • 3. Obturação de condutos radiculares; de 10 a 12 de dezembro. • 4. Restauração após a endodontia; de 4 a 6 de fevereiro de 2021. • 5. Retratamento e endodontia cirúrgica; de 4 a 6 de março de 2021.

A CEOdont iniciou em janeiro mais uma edição deste curso, orientado por Mariano Sanz Alonso, José A. de Rábago Vega e Rafael Naranjo Mota, com o objetivo de ensinar três das técnicas mais manejadas em odontologia estética. Eis os próximos módulos a celebrar: • 3. Coroas de recobrimento total e incrustações; 6 e 7 deste mês. • 4. Periodontia clínica na prática geral; 5 e 6 de junho. • 5. Cirurgia plástica periodontal; 10 e 11 de julho. • 6. Cirurgia mucogengival e estética; 11 e 12 de setembro. • 7. Restauração com compósitos I; 16 e 17 de outubro. • 8. Restauração com compósitos II; 20 e 21 de novembro. • 9. Curso teórico-prático em Nova Iorque, de 15 a 19 de junho.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

Aveiro recebe este meês reunião anual da SPPI

DESTAQUE

ESTÉTICA

Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes Centro de Congressos de Aveiro www.sppi.pt

A reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) está agendada para os dias 20 e 21 deste mês e terá como cenário o Centro de Congressos de Aveiro. A decisão de descentralizar a sede do encontro é uma das novidades da edição deste ano, cujo programa científico voltará a focar os principais desafios da prática clínica atual da periodontologia e da implantologia. O dia 20 deste mês destinar-se-á à realização de cursos hands-on, enquanto a jornada de palestras está reservada para o dia seguinte e contará com a intervenção de Sofia Aroca, que é uma das referências mundiais em cirurgia plástica periodontal e, nomeadamente, no tratamento de recessões gengivais. Da Universidade Complutense de Madrid (Espanha) virão Ignacio Sanz Sánchez e Ana Molina Villar. De França, e em representação da Sociedade Francesa de Periodontologia e Implantologia Oral, espera-se a presença de Frédéric Gadenne. Os oradores portugueses serão António Mano Azul e Pedro Moura.

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IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGÍA

Curso sobre implantes em setores posteriores

Formação em implantologia e reabilitação oral

O Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), no âmbito do programa formativo que delineou para 2020, agendou para o próximo dia 18 de maio, num hotel de Vila Real, um curso de fim de dia sobre “Implantes em setores posteriores: possibilidade de reabilitação”. Este curso será orientado pelo médico dentista Fernando Duarte, especalista em Cirurgia Oral pela OMD e pós-graduado e mestre em Cirurgia Oral e Maxilofacial pelo Eastman Dental Institute da University College of London (Reino Unido). Fernando Duarte é também professor no Instituto Superior de Saúde (ISAV).

A clínica Oral+ e a GMI Portugal levam a cabo a partir de abril, em Lisboa, a segunda edição do curso “Formação avançada em implantologia e reabilitação oral”, que se celebrará ao longo de seis meses, até outubro próximo. Esta formação, que tem como formador o médico dentista Nuno Meneses Gonçalves, divide-se em seis módulos com componentes teórica, pré-clínica e prática em pacientes. Entre os objetivos do curso, incluem-se proporcionar um conhecimento global da reabilitação implantossuportada, promover o conceito de interdisciplinaridade da implantologia e permitir a realização de uma reabilitação oral implantossuportada desde o planeamento e fase cirúrgica até à fase protética e de manutenção.

226 197 690 - formacao@omd.pt

218 012 265 / 926 077 936 - oralmaisformacao@gmail.com

ORTODONTIA

Desenho e desenvolvimento de alinhadores

Pós-graduação em ortodontia

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, organiza o curso de formação “Desenho e desenvolvimento de alinhadores”, orientado pelo médico dentista espanhol Alberto Cervera, que se celebrará este ano, em data por confirmar. Este curso complementa o programa de experto em ortodontia e a finalidade do mesmo é que o aluno adquira os conhecimentos para o desenho e desenvolvimento das distintas fases de tratamento com alinhadores. Inclui práticas com o simulador de alinhadores.

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, preparaum a nova edição da pós-graduação em ortodontia “Experto em ortodontia funcional, aparatología fixa estética e alinhadores”, orientada por Alberto Cervera. Esta formação está dividida em oito módulos e vai decorrer em Madrid (Espanha), a partir do dia 26 deste mês. O programa de formação incorpora a tecnologia de alinhadores como alternativa ao tratamento para todo o tipo de má oclusões, avaliação estética do caso e confeção de aparelhos de ortodontia.

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

Jornadas de Medicina Oral na Universidade de Lisboa

jornadasmofmdul@gmail.com

A 34ª edição das Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) vai decorrer nos dias 14 e 15 de maio próximo. Este evento conta com cerca de 600 participantes, entre alunos, médicos dentistas, higienistas orais e técnicos de prótese dentária, que assistirão durante dois dias a um programa científico de excelência, que conta com oradores nacionais e estrangeiros das classes profissionais mencionadas, com o cunho do prestigiado conselho científico da FMDUL. As jornadas celebram-se no Auditório Prof. Doutor Simões dos Santos, da FMDUL, e terão carácter obrigatório para os estudantes desta instituição de ensino superior. Trata-se de uma iniciativa da Associação Académica de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.

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DESTAQUE

ORTODONTIA


Calendário

ORTODONTIA

ORTODONTIA

European Aligner Society celebra congresso em Malta

Curso de certificação Orthocaps

A European Aligner Society vai celebrar o seu terceiro congresso de 19 a 22 deste mês, em Malta. O programa científico do encontro continuará a explorar os avanços permanentes em tecnologias e técnicas no domínio da ortodontia de alinhadores. O congresso reunirá as últimas inovações apresentadas por um impressionante e verdadeiramente internacional leque de oradores especializados, oriundos dos Estados Unidos, Colômbia, Chipre, Austrália, Reino Unido, Suíça, Israel, Itália, entre outros países.

O curso de certificação Orthocaps, organizado pela Dentina, em colaboração com a Orthocaps, realizar-se-á nos próximos dias 29 e 30 de maio, em Lisboa e no Porto, respetivamente, sob a orientação de Achille Farina (em língua espanhola). O sistema Orthocaps, com aprovação da FDA, é um sistema de alinhadores duplo indicado para cerca de 90% das maloclusões. Poderá ser utilizado por crianças, adolescentes e adultos e possibilita a conjugação com ortodontia lingual em casos mais complexos (Hybrid Aligner Treatment). 210 317 700 / 228 303 844 - dentina@dentina.pt

www.eas-aligners.com

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DESTAQUE

ORTODONTIA Título de experto em alinhadores invisíveis

OMD celebra em Vilamoura Jornadas da Primavera

A CEOdont organiza este curso, orientado por Andrade Neto, cujo principal objetivo é que o aluno realize todos os processos de elaboração de férulas invisíveis com uma metodologia avançada para o trabalho, melhorando assim os resultados nos pacientes, planificando clinicamente, e desenvolvendo um trabalho próprio com diversas técnicas, sendo capaz de realizar tratamentos sem depender de uma empresa específica. O programa de quatro dias intensivos está agendado para os días 29 a 31 de outubro e 1 de novembro deste ano.

Dentisteria, cirurgia oral, implantologia, oclusão, ortodontia e endodontia são as áreas que compõem o programa científico das Jornadas da Primavera da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), cuja próxima edição vai decorrer de 9 a 11 de abril, num hotel de Vilamoura (Algarve). Como é já habitual, os participantes terão acesso a um programa científico multidisciplinar, assim como a várias atividades, que estão a ser preparadas pela organização do evento. As jornadas arrancam com o curso hands-on de dentisteria, intitulado “Restaurações diretas de dentes posteriores com resinas compostas: como biomimetizar a natureza”.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

226 197 690 - www.omd.pt

Lisboa acolhe congresso mundial em junho de 2020

WCDT 2020 Centro de Congressos de Lisboa www.wcdt2020.com

Em junho próximo (dias 17 a 20), Portugal volta a acolher um dos grandes encontros mundiais da área da Medicina Dentária. Trata-se do World Congress in Dental Traumatology (WCDT), que se realiza de dois em dois anos. A edição deste ano terá como cenário o Centro de Congressos de Lisboa. A organização local deste evento internacional está a cargo da Sociedade Portuguesa de Endodontologia, presidida por António Ginjeira, professor associado e dirigente da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, em parceria com a International Association of Dental Traumatology (IADT) e a European Society of Endodontology (ESE). O programa inclui grandes nomes da endodontia e da traumatologia, com diversos cursos práticos pré-congresso.

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Calendário

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Jornadas de saúde oral no Hospital de Beja

XX encontro da APHO agendado para o próximo mês de abril

A segunda edição das jornadas de saúde oral organizadas pela Unidade de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) vão decorrer nos dias 29 e 30 de maio, em Beja, e serão integradas nas comemorações do cinquentenário do Hospital José Joaquim Fernandes. Os temas a tratar, por um painel de oradores de excelência, são as doenças sistémicas e crónicas transversais à saúde da cavidade oral. O público alvo das jornadas são: médicos, médicos dentistas, enfermeiros, professores, higienistas orais e outros profissionais de saúde.

A Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO), à semelhança dos anos anteriores, vai realizar o seu vigésimo congresso nacional num hotel de Lisboa. O encontro anual dos higienistas orais está agendado para os dias 17 e 18 de abril. Mais uma vez, o principal objetivo é proporcionar dois dias de partilha e atualização de conhecimentos nesta área profissional, com um programa científico que promete ser vasto e atual e que, como tem sido hábito, terá a participação de destacados oradores. Confirma-se a habitual exposição de casas de materiais dentários e produtos farmacêuticos com as suas novidades.

www.ulsba.min-saude.pt

www.apho.pt

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29o congresso da OMD já tem data marcada

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

O congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) regressa ao Porto, estando agendado para os dias 5 a 7 de novembro. A edição nortenha do maior encontro nacional da área da saúde oral (e da saúde em geral) voltará a ter como cenário as amplas instalações da Exponor, em Matosinhos, onde decorrerá, paralelamente ao programa científico, mais uma edição da Expodentária. A integração da Medicina Dentária com o ambiente, com a saúde geral e setorial e ainda com a qualidade de vida dos utentes e sobretudo dos profissionais da saúde oral, será a missão e o foco do próximo congresso.

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell, em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algoritmo do tratamiento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”.

www.omd.pt

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

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Calendário

VÁRIOS

VÁRIOS

IV congresso da SPODF celebra-se em Coimbra

Coimbra celebra reunião anual de Medicina Dentária

A quarta edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) terá Coimbra como cidade anfitriã e está marcada para os dias 14 a 16 de maio próximo. A Fundação Bissaya Barreto será o cenário do congresso desta associação científica, presidida pelo médico dentista Júlio Fonseca. Esta iniciativa enquadra-se no propósito da SPDOF de promover o desenvolvimento do conhecimento nas áreas da disfunção temporomandibular e da dor orofacial, estimular a investigação, estreitar relações científicas entre os médicos e outros profissionais de saúde.

A XXIX Reunião Anual de Medicina Dentária e Estomatologia de Coimbra (RAMDEC) realiza-se nos dias 20 e 21 deste mês, no Auditório Laginha Serafim, situado no Pólo II da Universidade de Coimbra. Esta edição da RAMDEC, mantendo a notável tradição das reuniões anuais promovidas pela Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tem confirmada a presença de mais de uma dezena de oradores de excelência provenientes de diferentes valências das ciências médico-dentárias que vão partilhar os mais recentes desenvolvimentos na área da saúde oral. A organização está a cargo dos estudantes da Área de Medicina Dentária de Coimbra.

www.spod.pt

inscricaoramdec2020@gmail.com

VÁRIOS

VÁRIOS

Berlim acolhe em outubro reunião anual da EAO

Patologia salivar

Berlim (Alemanha) será a cidade anfitriã da próxima reunião científica anual da Associação Europeia de Osteointegração (EAO, na sigla em inglês), que tem data marcada para os dias 8 a 10 de outubro próximo. Este evento reunirá na capital alemã milhares de profissionais de Medicina Dentária, oriundos dos quatro cantos do mundo. O programa científico, este ano sob o lema “Derrubando muros!”, irá abranger temas que marcam a atualidade da profissão, entre os quais se destacam a implantologia digital, os biomateriais, as controvérsias clínicas e o aconselhamento clínico.

Na medicina geral e familiar, a patologia salivar facilmente passa despercebida e é gerida pontual ou superficialmente. O encontro “Patologia salivar e medicina geral e familiar”, agendado para o dia 21 deste mês na Casa da Saúde da Boavista (Porto), pretende, primeiro, sumarizar as doenças comuns das glândulas salivares e demonstrar uma metodologia diagnóstica prática e, depois, convidar profissionais de medicina geral e familiar a apresentar casos clínicos de patologia salivar com os quais se tenham deparado na sua atividade quotidiana.

www.congress.eao.org

www.csaudeboavista.com/patologia-salivar

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Calendario Calendário

TOP

Reunião Anual da SPPI

20 21

XXXI Jornadas de Medicina Dentária

20 21

Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes Aveiro www.sppi.pt

Março XXVIII Jornadas Internacionais

Instituto Universitário Egas Moniz Monte da Caparica (Lisboa) www.xxviiijinternacionaismd@gmail.com

12 13

Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Porto jornadasfmdup2020@gmail.com

Abril

3º Congresso da European Aligner Society

19 22

Jornadas da Primavera

9 11

Reunião Anual de Medicina Dentária e Estomatologia de Coimbra

20 21

XX Congresso Nacional APHO

17 18

European Aligner Society Malta www.eas-aligners.com

Área de Medicina Dentária Polo II – Universidade de Coimbra inscricaoramdec2020@gmail.com

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Ordem dos Médicos Dentistas Vilamoura www.omd.pt

Associação Portuguesa de Higienistas Orais Lisboa www.apho.pt


Calendário

XXXII Reunião da SPODF

Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial Altice Fórum Braga secretariado@spodf.pt

23 25

I Congresso Ibérico de Laser Oral

Sociedade Portuguesa de Aplicações de Laser Oral Porto www.spalo.pt

Maio Congresso da APTPD 2020

Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária Parque das Nações - Lisboa www.aptpd.pt Jornadas de Medicina Oral da FMDUL

Associação Académica de Medicina Dentária Universidade de Lisboa jornadasmofmdul@gmail.com IV Congresso da SPDOF

Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Fundação Bissaya Barreto - Coimbra www.spdof.pt

Setembro 8 9

FDI World Congress

Federação Dentária Internacional Xangai (China) www.fdiworlddental.org

14 15

Reunião Anual da SPERO

Sociedade Portuguesa de Estética e Reabilitação Oral Braga info@spero.pt

14 16

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo Hospital de Beja www.ulsba.min-saude.pt

29 30

Junho World Congress of Dental Traumatology

International Association for Dental Traumatology e Sociedade Portuguesa de Endodontologia Centro de Congressos de Lisboa www.iadt-dentaltrauma.org

1 4 25 26

Outubro Reunião Anual da EAO

II Jornadas de Saúde Oral

20 -

European Association for Osseointegration Berlim (Alemanha) www.congress.eao.org

8 10

Novembro 17 20

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29º Congresso Anual da OMD

Ordem dos Médicos Dentistas Porto www.omd.pt

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Novidades

Irrigador FC168 para toda a família

Verniz VOCO Profluorid Varnish, agora com sabor de cola-lima

A Sinusmax disponibiliza aos seus www.sinusmax.com clientes e aos profissionais do setor dentário em geral o irrigador FC168, de utilização para toda a família, com um reservatório de água de 600 ml. Este irrigador é muito completo, incluindo sete pontas e uma tampa-compartimento para pontas. Outras características deste instrumento são: 1.700 pulsações por minuto, potência 18W, 10 níveis de pressão, bem como pressão de 30 a 125 PSI, ponta rotativa de 360 graus e botão de pausa.

www.voco.com O verniz de fluoruro para a desensibilização dentária VOCO Profluorid Varnish (VPV) acrescenta à gama o sabor de cola-lima. A borbulhante cola junto com a frutada lima é um sabor atrativo para um amplo grupo objetivo e complementa a gama de produtos existente (sabores melão, menta, cereja, caramelo e chiclete). Com 22.600 ppm de fluoruro, é ideal para o tratamento de dentes hipersensíveis, assim como para a selagem dos túbulos dentinários em preparações cavitárias ou superfícies radiculares sensíveis. É útil inclusive após uma limpeza dentária profissional, visto que preenche que os depósitos de fluoruro de cálcio raspados. Este verniz de cor branca transparente também apresenta elevada tolerância à humidade e ótima adesão à substância dentária dura. Como o resto dos produtos da família, está disponível em formato de dose única e em tubos de 10 ml.

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Novidades

Kit de expansão óssea ZIACOM com mais opções

Irrigador oral FC159 sem fio recarregável

A pensar nas situações em que o tecido www.ziacom.es ósseo é insuficiente para a colocação de implantes dentários, a ZIACOM desenvolveu um kit de expansores que permite aumentar o volume ósseo e melhorar a qualidade do tecido ósseo mediante a compressão e expansão das corticais ósseas. Este kit conta com todos os instrumentos necessários para realizar a expansão óssea e colocar implantes unitários e múltiplos. O desenho cónico e roscado dos expansores ósseos facilita a sua inserção no osso, e os seus diferentes diâmetros permitem expandir as corticais ósseas de maneira progressiva, o que torna possível colocar implantes de maior diâmetro em cristas estreitas. O kit dispõe também de um expansor ósseo desenhado para elevar a membrana sinusal mediante a compressão do tecido ósseo que rodeia o seio maxilar, o que permite a colocação de implantes de maior comprimento.

www.sinusmax.com A Sinusmax tem à disposição dos profissionais do setor o irrigador oral portátil FC159 sem fio recarregável. Este inovador jato de água está munido de um reservatório de água aberto, fácil de limpar. O irrigador FC159 apresenta ainda as seguintes características: três modos de funcionamento, bateria de lítio (1.400 mAh), reservatório de água de 200 ml, 1.400-1.800 pulsações por minuto, à prova de água e inclui duas pontas.

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Indústria

DM. CEOSA divulga catálogo de 2020

Henry Schein nomeada para a lista da Fortune

DM. CEOSA, fabricante e distribuidor de materiais de ortodontia, já tem disponível o seu novo catálogo 2020. Os profissionais interessados em adquirir a nova publicação com os inovadores produtos desta empresa espanhola podem solicitá-lo através dos canais de contacto habituais da companhia.

A Henry Schein, Inc. anunciou que ficou classificada em primeiro lugar entre as empresas da sua categoria, na lista de “Empresas mais conceituadas a nível mundial” da revista Fortune, referente ao presente ano. Este reconhecimento assinala ainda o 19º ano consecutivo em que a Henry Schein, que estava nomeada na categoria «Grossistas: cuidados de saúde”, também está nomeada na lista geral. “Esta distinção pertence a todos os cerca de 19.000 membros da equipa Henry Schein, dispersos por todo o mundo, que se esforçam por trabalhar de forma íntegra no seu dia-a-dia, e serve para reforçar o nosso empenho em ‘ajudar a saúde a acontecer’“, declarou Stanley M. Bergman, dirigente da empresa.

DESTAQUE

(0034) 915 540 184 – www.ortoceosa.com

Malo Clinic cria área dedicada ao turismo de saúde

www.henryschein.com

A Malo Clinic, referência mundial na área de implantologia, medicina e estética dentária, acaba de lançar uma nova unidade de negócio dedicada ao turismo de saúde, tendo como objetivo potenciar a excelência clínica da instituição, reconhecida internacionalmente, e oferecer a melhor resposta à procura crescente que tem vindo a sentir por parte de clientes internacionais. José Henriques, operating partner da Atena EP na Malo Clinic, realça que “com esta aposta pretendemos potenciar a nossa capacidade clínica em Portugal, onde contamos com uma equipa de excelência que é referência a nível mundial, e explorar uma nova avenida de crescimento com base nas nossas vantagens competitivas e na nossa rede de parceiros a nível mundial”. A ambição da Malo Clinic é atingir os 10.000 clientes nos próximos cinco anos, o que se poderá traduzir num volume de negócios de cerca de 10 milhões de euros. Para tal, a Malo Clinic está a finalizar parcerias com agências de viagens especializadas em turismo de saúde e criou uma equipa dedicada que conta com mais de uma dezena de profissionais, entre médicos, assistentes e especialistas em marketing e comunicação digital.

www.maloclinis.com

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Indústria

Ticare aposta na investigação e formação implantológica A Universidade Complutense de Madrid (UCM) e a Ticare comprometeram-se recentemente a criar uma cátedra extraordinária sobre investigação Mariano Sanz, durante o X Congresso Ticare e formação em implantologia. Esta de Atualização em Implantologia, celebrado cátedra, con un programa inicial de recentemente em Madrid. três anos, permite colaborar de forma transparente e com critérios científicos em projetos de investigação e formativos. A UCM e a Ticare já somam quatro anos de projetos de investigação conjuntos, mas a partir de agora se elaborará um programa a médio-longo prazo com uma maior formalização. A cátedra facilitará o trabalho dos estudantes de doutoramento no âmbito da implantologia e a formação a cargo do grupo de investigação do professor catedrático espanhol Mariano Sanz. www.ticareimplants.com

3Shape Ibéria reforça a sua equipa de vendas A 3Shape Ibéria realizou no passado mês de janeiro a sua reunião de vendas anual, na qual que se juntaram novos membros à equipa. Neste contexto, o propósito da companhia é poder oferecer ao longo deste ano um excelente serviço tanto a distribuidores como a clientes finais e facilitar o caminho da digitalização. Membros da equipa da 3Shape Ibéria.

www.3shape.com

OrthoApnea encerra 2019 com mais 30% de tratamentos a nível mundial A OrthoApnea, empresa especializada em dispositivos intraorais para o tratamento da apneia do sono, encerrou 2019 com um aumento de 30% dos tratamentos realizados em relação a 2018, confirmando a sua linha de crescimento dos últimos anos. Os países mais próximos da empresa espanhola, como Portugal, Irlanda e Bélgica, são os que mais aumentaram o volume de tratamentos; entre os mais distantes, Canadá e Nova Zelândia são aqueles onde mais cresceu a procura. A OrthoApnea destaca que o crescimento foi possível, apesar de uma conjuntura cada vez mais competitiva, graças a um grande esforço e investimento em I+D. Com o seu novo dispositivo NOA, a empresa quer manter essa liderança. www.orthoapnea.com

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