P á g i n a | 15 conveniente aos profissionais da saúde. O mesmo ministério aponta que um grande exemplo dessa situação se refere ao uso desmedido de cesarianas a partir de meados da década de 1970, que, inclusive, consomem altos recursos do sistema de saúde. Frente a esse cenário, não só no Brasil, mas em diversas regiões do mundo, em 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS), juntamente com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), reuniuse em Fortaleza, no Brasil, para estipular e emitir alertas e recomendações sobre a temática (OMS, 1996). Assim, a partir desse evento, a comunidade médica internacional passou a utilizar como base uma “taxa modelo” para o número de procedimentos cesáreos, sendo de 10% a 15% dos partos. Porém, o que se observa é que esse tipo
de técnica de parto cirúrgico se tornou cada vez mais habitual (OMS, 2015). Segundo publicações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 2017), o Brasil ocupa a 2º posição no ranking mundial de cesarianas, ficando atrás somente da República Dominicana. Com base nos dados mais recentes do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC – (BRASIL, 2019), disponíveis em relação ao ano de 2019, o número total de nascimentos foi de 2.849.146. Destes, 1.243.104 ocorreram de forma normal (vaginal), 1.604.189 foram do tipo cesariana e 1.853 não tiveram a via de parto informada. Desconsiderando esses últimos, tem-se como resultado 43,7% de partos normais contra 56,3% de partos cesariana, número muito maior que a taxa recomendada pela OMS (Figura 3).
Figura 3 - Taxas de parto cesárea no mundo em 2015 Fonte: Adaptado de OMS e PERASSO (2015)